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Agradeço aos amigos que estiveram ao meu lado durante esta trajetória e, da maneira
possível, também sempre se fizeram presentes e ampararam minhas ansiedades.
Também agradeço a empresa onde atuo, De Paula Engenharia, pelo espaço e tempo
cedidos durante este ciclo, em especial ao engenheiro e proprietário Adilson e a engenheira
Sabrina por participarem da construção do meu conhecimento.
Aiming at improving the quality and agility of the civil construction process, there has been
innovation in construction systems, seeking new technology that serve to abandon the
artisanal character of the works, which tend to have low productivity and excessive expenses.
The Light Steel Frame (LSF) is an industrialized system that uses a structure composed of
cold-formed galvanized steel profiles. Within this context, this monograph aimed to draw a
comparison between the modern LSF construction system and the conventional system in
reinforced concrete with masonry closure for a single-family residence with two floors in
Guaporé/RS. The study started with the design of the reinforced concrete structure using
Eberick and the LSF structure using mCalcLSF. With the results obtained in the modeling, the
quantitative data was extracted and with them the budgetary data. For the LSF model,
specialized companies were consulted and for the conventional system, the SINAPI table was
adopted as a reference. The cost difference between the systems is 49% more expensive for
the steel model, which, on the other hand, has an advantage in terms of construction time and
thermoacoustic performance since it disposes a greater ease to install isolating materials. In
addition to the items listed, it can be stated that in terms of quality and maintenance, the
industrialized model also has an advantage. Another outstanding item was the considerable
difference in the weight of the structures, where a conventional structure is 3.5 times more
robust than the LSF set. Therefore, it can be concluded that the industrialized LSF system has
its advantages, but it remains not highly used due to its high cost compared to the
conventional method.
1 INTRODUÇÃO 8
1.1 Problema de pesquisa 9
1.2 Objetivos 9
1.2.1 Objetivo geral 9
1.2.2 Objetivos específicos 9
1.3 Justificativa da pesquisa 10
1.4 Estrutura do trabalho 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 11
2.1 Construção civil 11
2.2 Industrialização no ramo da construção civil 12
2.2.1 Industrialização de ciclo fechado 14
2.2.2 Industrialização de ciclo aberto 14
2.3 Características do LSF 15
2.3.1 Fundações 16
2.3.2 Painéis 17
2.3.2.1 Painéis autoportantes ou estruturais 17
2.3.2.2 Painéis não estruturais 19
2.3.3 Lajes 19
2.3.4 Cobertura 21
2.3.5 Isolamento termoacústico 22
2.3.6 Instalações elétricas e hidrossanitárias 23
2.4 Sistema construtivo convencional 24
2.4.1 Estrutura de concreto armado 25
2.4.2 Alvenaria 26
2.4.3 Revestimentos 26
2.4.4 Cobertura 26
2.4.5 Instalações elétricas e hidrossanitárias 26
2.4.6 Isolamento termoacústico 27
2.5 Comparativos entre LSF e concreto armado 28
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 29
3.1 Pesquisa enquanto aos métodos científicos 29
3.1.1 Dialética 29
3.1.2 Método indutivo 30
3.2 Pesquisa enquanto ao modo de abordagem 30
3.3 Pesquisa enquanto aos fins da pesquisa 30
3.4 Pesquisa enquanto aos procedimentos técnicos 31
3.4.1 Pesquisa bibliográfica 31
3.4.2 Pesquisa-ação 31
3.5 Etapas da pesquisa 31
3.5.1 Projeto 32
3.5.2 Modelo em concreto armado 33
3.5.2.1 Orçamento do modelo convencional 37
3.5.3 Modelo em LSF 37
3.5.2.2 Orçamento do modelo LSF 53
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 54
4.1 Comparativo das estruturas 54
4.1.1 Estrutura em concreto armado 54
4.1.2 Estrutura em LSF 55
4.1.3 Comparativo entre as estruturas 57
4.2 Orçamentos 59
4.2.1 Orçamento em LSF 59
4.2.2 Orçamento alvenaria convencional 60
4.2.3 Comparativo de preços 60
4.3 Tempo de construção 62
4.4 Desempenho termoacústico 62
4.4.1 Desempenho acústico 63
4.4.2 Desempenho térmico 65
4.5 Comparativo geral 66
5 CONCLUSÃO 67
REFERÊNCIAS 69
APÊNDICES 73
8
1 INTRODUÇÃO
Também segundo Bortolotto (2015), apenas ao final da Segunda Guerra Mundial que a
utilização mais efetiva dos sistemas construtivos industrializados tomou uma proporção de
evidência, devido à escassez da madeira. As regiões pioneiras foram a Ásia, Europa e
América do Norte, territórios de primeiro mundo.
Tendo em vista que o sistema LSF é muito utilizado em países com alto índice de
desenvolvimento, como os Estados Unidos da América, Canadá e em grande parte da Europa
e da Ásia, e visando a falta de informações de suas potenciais aplicações no mercado
nacional, há viabilidade no emprego do mesmo para a região da serra gaúcha?
1.2 Objetivos
As construções industrializadas, neste caso o LSF, vêm sendo adotadas com muita
frequência nos países desenvolvidos em geral, porém, no nosso país é pouco utilizado,
principalmente devido à questão cultural de adoção de técnicas artesanais e manuais de
construção. Com a busca frenética por aumento de desempenho, rapidez e racionalização de
materiais no ambiente construtivo, os profissionais da área estão buscando a atualização
nestes mercados prósperos (DAMETTO, 2017).
Tendo em vista estas informações, o estudo de caso adotado no presente trabalho visa
apresentar mais informações sobre uma construção empregando o modelo construtivo LSF,
que pode vir a servir de subsídio para o âmbito empresarial ou, também, para realização de
trabalhos acadêmicos futuros.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
No final do século XVIII, quase todos os setores foram atingidos pelos processos da
industrialização. A evolução no modelo da indústria tradicional, que teve como berço a
Inglaterra no processo conhecido como Revolução Industrial, atingiu também o ramo da
construção civil, modificando métodos e atualizando as tecnologias, buscando a
automatização e visando o lucro (MARCO, 2015).
Também segundo Marco (2015), a Segunda Guerra Mundial (FIGURA 02) teve
importância no desenvolvimento dos processos de industrialização aplicados no setor da
construção civil, o déficit habitacional acumulado depois da guerra, a falta de recurso
financeiro e a escassez de materiais e mão de obra especializada disponíveis no mercado
13
Porém, de acordo com El Debs (2017), a construção civil ainda é apontada como uma
indústria conservadora em comparação aos demais ramos. A razão desta análise é que ela
ainda apresenta, de forma geral, baixa produtividade, muito desperdício e baixo controle de
qualidade.
14
Segundo Batista (2011), é importante frisar que este sistema é uma evolução do
sistema construtivo Wood Framing, que, como o nome nos diz, se diferencia pela utilização
de elementos em madeira para a formatação da estrutura.
Nos itens a seguir será apresentado as principais fases da execução de uma edificação
em LSF, caracterizando os elementos, metodologias construtivas e etapas.
2.3.1 Fundações
Seguindo a lógica de que a estrutura deste modelo construtivo não tem grandes cargas,
em geral, o tipo de fundação adotado pode ser superficial. Devido à distribuição da carga ser
uniformemente ao longo dos painéis, alguns tipos adotados são radier (FIGURA 06) e sapata
corrida. Porém, o projetista tem que levar em consideração a tipologia do terreno onde será
alocado o projeto (BRESCOVIT, 2017).
17
2.3.2 Painéis
por elementos verticais com seção transversal tipo Ue (perfil U enrijecido), também
conhecidos como montantes, e por elementos horizontais com seção transversal tipo U,
também chamados de guias. Alguns destes elementos estão demonstrados na Figura 07, onde
tem-se um exemplo de painel estrutural com uma abertura.
Quando se deseja que a estrutura tenha mais que um pavimento, estes componentes
também podem ser instalados na horizontal, como pisos. Do mesmo modo que na vertical,
funcionam como elemento estrutural, difundindo a carga recebida através de seus montantes,
que aqui chamam-se de vigas (DOGONSKI, 2016).
submetido. Em alguns casos, em que se necessita superar grandes cargas, essa modulação
pode chegar a 200 mm (FIGURA 08), como, por exemplo, em reservatórios d’água.
Os painéis que suportam apenas o próprio peso dos componentes que o compõem e
não desenvolvem nenhuma função de transmissão de cargas são denominados não-estruturais.
Geralmente é adotado o sistema de gesso acartonado nas divisórias internas não-estruturais,
também conhecido como Drywall. Para as externas é recomendado o uso dos perfis de mesma
procedência dos painéis estruturais, em aço galvanizado, pois tem que suportar o peso dos
componentes de fechamento e revestimento da construção, além de poder sofrer com as
intempéries (SOUZA, 2014).
2.3.3 Lajes
Segundo Dametto (2017), as lajes possuem o mesmo conceito principal dos painéis,
que é dividir a estrutura em vários montantes equidistantes, preferencialmente alinhados com
os montantes dos painéis onde a laje é apoiada, fazendo com que cada peça transmita uma
parte da carga.
20
Elas também são formadas por perfis de aço galvanizado tipo Ue, chamados de viga
de pisos, com modulação prevista no cálculo do projeto. E podem ser de dois tipos: laje seca
ou laje úmida (LOURENÇO, 2018).
As lajes denominadas como secas, tem a formatação onde são aplicadas placas de
Oriented Strand Board (OSB) ou, em português literal, painel de tiras de madeiras orientadas,
sobre a estrutura metálica, como exemplificado na Figura 09, e na parte inferior são instaladas
as placas de drywal, estabelecendo o teto do pavimento inferior, ficando praticamente
finalizado para receber o acabamento e a pintura (BRESOVIT, 2017).
De acordo com Oliveira e Lopes (2014), nesta ocasião o encontro de material metálico
com concreto não tem a total aderência e, conforme a variação de temperatura e a utilização,
que promovem movimentações, podem produzir a propagação de ruídos. A fim de se alcançar
o conforto acústico adequado, tem-se a viabilidade de empregar um material de isolamento
21
entre fôrma e concreto. Geralmente o material escolhido são painéis de lã de vidro compactos,
e, para evitar a umidificação da lã durante a concretagem, são protegidos por um filme de
polietileno.
2.3.4 Cobertura
O telhado é formado por duas principais partes: a cobertura, que é composta por um
material impermeável às águas pluviais, resistente ao vento e intempéries, e pela estrutura de
sustentação, como ripas, caibros, terças, tesouras e contraventamentos (BORTOLOTTO,
2015).
Conforme Crasto (2005), pode-se ter uma grande variedade de soluções para
coberturas neste modelo construtivo e, no geral, as estruturas mais utilizadas no modelo LSF
22
O isolamento térmico busca impedir que aconteça muita perda de calor no inverno e
minimizar o ganho de calor durante o verão. Já o isolamento acústico tem como principal
objetivo minimizar a passagem de sons de um ambiente para os ambientes vizinhos ou do
meio externo para o interno e vice e versa (BRESCOVIT, 2017).
A mistura de cimento e água forma uma pasta, adicionando areia tem-se a argamassa e
acrescentando a brita forma-se o concreto. Este composto é moldável, maleável e pastoso,
tomando a forma do seu molde. Após a evaporação da água e no decorrer das reações
químicas ao longo do tempo, ocorre o processo de endurecimento, tornando-se uma estrutura
monolítica, altamente resistente à compressão (CASSAR, 2018).
Porém, também segundo Cassar (2018), o concreto em sua forma final tem baixa
resistência à tração, onde faz-se necessário a adição de outro componente para compensar esta
deficiência: o aço (FIGURA 14). Trabalhando em conjunto, o sistema de concreto armado
consegue dar grande estabilidade à estrutura, resistindo aos esforços solicitados para tração e
compressão.
2.4.2 Alvenaria
Segundo Firmino (2019), esse modelo é muito caracterizado pela baixa produtividade
e, também, pelo grande desperdício de materiais. Devido grande parte da mão de obra ser
despreparada (sem especialização) e a execução ser totalmente in loco, acaba resultando em
uma produção lenta e muito retrabalho, porém, com custo relativamente acessível, além da
grande disponibilidade de materiais.
2.4.3 Revestimentos
2.4.4 Cobertura
Da mesma forma que ocorre nos revestimentos, as coberturas têm uma gama muito
grande de possibilidades para execução, variando conforme escolhas estéticas e econômicas.
Porém, a finalidade segue sempre a mesma premissa, proteção da edificação. É válido
destacar que é mais comum a estrutura da cobertura ser em madeira, podendo ser utilizada nos
mais diversos tipos de telhados (CASSAR, 2018).
seja, primeiramente as paredes são erguidas para posteriormente serem abertas fendas
(FIGURA 15) onde serão instaladas as canalizações (OLIVEIRA; LOPES, 2014).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1.1 Dialética
Utiliza-se o método da dialética neste trabalho para analisar o estudo como um todo,
buscando conhecimento para verificar a viabilidade do uso do método construtivo LSF em
residências unifamiliares localizadas na cidade de Guaporé/RS, analisando suas características
e custos envolvidos, tendo em vista que ainda não foi aplicado este método no município.
trás dos fenômenos sociais, especialmente na experiência do dia a dia da vida em sociedade
(DINIZ, 2008).
O uso do método indutivo neste trabalho se justifica pela busca de dados para se criar
uma hipótese e, se possível, uma teoria visando verificar a viabilidade do uso do método
construtivo LSF nas residências unifamiliares localizadas na cidade de Guaporé/RS pelos seus
preços quando comparado com os possíveis benefícios.
3.4.2 Pesquisa-ação
3.5.1 Projeto
Figura 17 - Perspectiva
detalhamento dos elementos estruturais. O software foi escolhido pois trabalha todo em
conformidade com as normas brasileiras, assim facilitando o processo de dimensionamento.
Na Figura 18 pode-se ver a interface principal do programa, com a edificação centralizada, os
pavimentos à direita e os comandos para modelagem e dimensionamento na parte superior.
O aplicativo analisa a estrutura com base na NBR 6118 (ABNT, 2014), executando as
verificações no ELS (Estado de Limite de Serviço) e no ELU (Estado de Limite Último), mas
também são utilizadas outras normas em paralelo.
Para fazer a modelagem, foi adotado o concreto com resistência à compressão, fck, de
25 MPa, cobrimento mínimo de 3 cm. A classe de agressividade ambiental que melhor se
adapta para a cidade de Guaporé é a II, onde se considera perímetro urbano, com
agressividade moderada e risco de deterioração da estrutura pequeno. Foi considerado aço
CA-60 para os estribos com diâmetro de 5 mm e aço CA-50 para as demais barras. A laje
considerada no projeto foi a laje maciça, inicialmente com uma espessura de 10 cm.
Os valores das cargas consideradas para as lajes foram de 250 kgf/m² de peso próprio,
150 kgf/m² para cargas acidentais e 150 kgf/m² para revestimentos. Nas vigas o valor de peso
próprio é definido considerando a sua seção transversal e o valor da carga linear remete
35
diretamente a espessura da parede que está sobre o elemento. Nos locais onde as vigas
encontram-se abaixo de paredes com espessura de 20 cm a carga linear considerada foi 541,50
kgf/m e abaixo de paredes com espessura de 15cm, 484,36 kfg/m. Os esforços provenientes
do vento foram considerados igualmente o especificado no modelo em LSF no item 3.5.3
deste trabalho.
O BDI adotado para este empreendimento foi calculado utilizando a fórmula indicada
pelo Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC) contabilizando os gastos com
administração, impostos, taxas de risco e um lucro de 8%. O resultado ficou na faixa de 27%.
Para fazer o estudo do modelo em aço foi utilizado o software mCalcLSF (FIGURA
21), que foi desenvolvido pela empresa Stabile Engenharia LTDA (Porto Alegre/RS). O
programa é indicado para a modelagem, análise e dimensionamento das estruturas em LSF.
Como ele é relativamente novo no mercado, assim como o modelo construtivo, dispõem de
pouco material de apoio e consulta.
38
Dando início à modelagem precisa-se definir os perfis padrões que serão utilizados
durante o pré-dimensionamento, bem como outras informações como os travamentos,
comprimentos de flambagem, tipos de ligação entre painéis, tipos de parafusos e o tipo do
aço.
Na Figura 22 estão dispostas todas as configurações citadas, salientando que não foi
utilizado a duplicação automática de montantes de apoio do contraventamento e que os
travamentos foram selecionados com a indicação de que é de responsabilidade do usuário
considerar ou não estes fatores. As distâncias entre a aplicação dos parafusos ficou a definição
padrão do programa.
Geralmente os perfis que são colocados nesta etapa são comerciais, os perfis
engenheirados são considerados apenas para solução de possíveis obstáculos por encarecer a
obra. O aço adotado foi o ZAR-250, que tem uma resistência ao escoamento de 250 MPa e
uma resistência de ruptura de 360 MPa.
39
A próxima etapa é a definição das cargas padrão (FIGURA 23) que serão consideradas
nos cálculos do pré-dimensionamento. Para determinar as cargas provenientes de ações
permanentes e variáveis foram considerados os cálculos feitos por Azevedo (2018), onde o
autor especifica as cargas para placas, revestimentos, entrepiso, telhado e materiais de
isolamento.
Após isso, são definidas as configurações das ações do vento na estrutura, que, para
uma estrutura em aço são de suma importância serem consideradas pelo impacto causado no
dimensionamento, diferentemente do que acontece em uma estrutura em concreto armado de
pouca altura, onde essas cargas acabam sendo menos influentes. O software utiliza como base
a norma brasileira de forças devidas ao vento em edificações.
Conforme a NBR 6123 (ABNT, 1988), a velocidade básica do vento (V0) é uma
média sobre rajadas de 3 segundos, medidas a uma altura de 10 metros do nível do terreno,
em lugar aberto e plano e pode ser extrapolado em média uma vez a cada 50 anos. Na Figura
24 apresenta-se o mapa de isopletas de velocidade básica do vento no Brasil, em m/s. Na seta
azul encontra-se marcado, aproximadamente, o município de Guaporé, onde tem-se um
resultado de 45 m/s.
41
O próximo passo é a definição dos fatores que serão utilizados nos cálculos da pressão
dinâmica. A velocidade característica (Vk) é a velocidade utilizada em projeto, sendo
considerados os fatores topográficos (S1), influência da rugosidade (obstáculos no entorno da
edificação) e dimensões da edificação (S2) e o fator de uso da edificação, que considera a vida
útil e o tipo de uso (S3).
Conforme apresentado na Figura 26, o programa também faz uma apresentação dos
coeficientes de pressão e forma atuantes no telhado da edificação.
o mais alinhada possível, para que essa transmissão ocorra de forma direta sem sobrecarregar
os elementos horizontais.
tesouras metálicas com aproximadamente 1,20 m de distância entre elas (FIGURA 31). Por
fim é definido o ponto central do telhado (cumeeira) e feita a distribuição das terças.
Com toda a estrutura lançada, faz-se a inserção das aberturas, que inicialmente são
posicionadas em planta baixa. Pode-se identificá-las já nas Figuras 26 e 27, apresentadas
anteriormente. Para as portas é possível identificar o lado em que a folha irá abrir, em
contrapartida para as janelas são apenas localizados os vãos onde elas serão instaladas.
disponíveis no programa, o mCalc3D. Nesta etapa também é possível gerar um arquivo IFC
(Industry Foundation Classes), o que permite a interligação da estrutura com os softwares que
utilizam a tecnologia BIM. Mas é recomendável exportá-la apenas com a finalização do
dimensionamento.
Para fazer a envoltória foi utilizado cinco tipos de combinações de esforços para cada
estado, sendo o Estado Limite Último (ELU) e o Estado Limite de Serviço (ELS), totalizando
dez análises. Todos os fatores de ponderação e de combinação das ações foram extraídos da
norma NBR 14762 (ABNT, 2010), que indica os procedimentos e valores para
dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio.
Na Tabela 2 pode-se ver o resumo destas combinações, onde nas colunas de ELU e
ELS apresentam-se os coeficientes aplicados nas cargas da combinação. Já na coluna do fator
de combinação o valor é sempre unitário pois não ocorre mais de uma ação variável dentro da
49
combinação, pois ou se tem uma carga de vento ou sobrecarga. Isso se dá pois as ações
variáveis têm sentidos contrários.
Para a próxima etapa se disponibiliza de outro módulo que está inserido no software, o
mCalc_Perfis (FIGURA 34), que é uma calculadora de perfis de aço, onde pode-se verificar
as resistências de cálculo à compressão, tração, cortante (em duas direções) e flexão (em torno
dos dois eixos principais de inércia). A janela indica o tipo e as dimensões do perfil que está
51
sendo calculado e os ajustes podem ser feitos neste mesmo espaço, facilitando o recálculo dos
esforços.
Fazendo-se a análise individual de cada perfil que não estava de acordo com as
exigências mínimas, consegue-se adequar a estrutura para que todos os elementos atendam à
norma e garanta-se a segurança. Os ajustes foram feitos na espessura da alma do perfil (t) e na
mesa (bf), evitando modificar a altura da alma (bw), pois este influencia no encaixe dos perfis
e todos aqueles envolvidos com o perfil modificado precisariam ser adequados.
Então, com todos ajustes concluídos, chega-se ao modelo definitivo que será utilizado
para se obter os quantitativos e orçamentos. Algumas barras continuam aparecendo com a cor
amarelada, porém optou-se por permanecer com o dimensionamento efetuado, pois tratam-se
de guias superiores, que não recebem tanta carga e consegue-se manter os parâmetros do
perfil. Na Figura 35 observa-se a evolução do modelo.
52
Assim sendo, foram enviados e-mails para dez empresas especializadas na venda e
montagem de sistemas em LSF. No conteúdo destas cartas eletrônicas estavam as plantas
baixas da residência e os resultados do dimensionamento obtidos no mCalcLSF,
compreendendo quantidades e espessuras de perfis e materiais para o fechamento. Não foram
contabilizadas as instalações hidrossanitárias e elétricas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para traçar um comparativo foi analisada a modelagem dos dois sistemas construtivos,
sendo a estrutura em concreto armado lançada no Eberick e a estrutura em LSF lançada no
mCalcLSF. Ambos softwares traçam um dimensionamento das estruturas baseado em normas
e informações lançadas pelo usuário, que já foram abordadas neste trabalho.
As informações necessárias para o estudo foram retiradas das modelagens feitas com
os programas de dimensionamento e apresentam-se nos próximos itens, com um levantamento
quantitativo de materiais necessários para a execução de cada estrutura.
Além desta, também consegue-se obter a quantidade de aço por bitola, como
apresentado na Tabela 4. Nesta tabela se separou as quantidades por elemento, além de
salientar o tipo de aço adotado no dimensionamento, CA-60 para os estribos e CA-50 para as
demais bitolas.
Além dos perfis, também pode-se retirar as quantidades de parafusos necessários para
montagem da estrutura e revestimentos. Como apresentou-se na Figura 22, foram adotados
parafusos sextavados a cada 300 mm para ligação entre painéis, e parafusos de cabeça
flangeada também a cada 300 mm para ligação entre montantes e guias. Na Tabela 6 é
possível ver a quantidade necessária indicada pelo software, bem como a bitola desses
elementos.
30% da carga que é gerada pela estrutura em concreto armado. Considerando as cargas que as
duas estruturas estão sujeitas, as cargas que se diferem são relativas ao peso próprio da
estrutura e revestimentos. A carga relativa ao peso próprio da estrutura é a que tem maior
impacto na diferença entre os dois sistemas. Esta diferença nas cargas, pode representar uma
economia nas fundações da estrutura LSF, cabendo ressaltar que o projeto de fundações
sempre está relacionado à resistência do solo.
Mais um ponto identificado como sendo uma diferença entre as duas estruturas é a
disposição e precisão das aberturas. Enquanto no sistema LSF as aberturas são identificadas e
dispostas já na montagem do painel com uma precisão milimétrica, as aberturas no sistema
em concreto armado são executadas durante a etapa do fechamento em alvenaria, porém sem
tanta precisão e com necessidade de execução de verga e contraverga em concreto armado.
Na parte da cobertura, como os dois sistemas têm uma grande receptividade para
diversas tipologias de telhados, foram consideradas estruturas em tesouras para os dois, sendo
em madeira para o sistema convencional e metálica para o sistema LSF. A diferença principal
entre eles é que, comumente, não se é dimensionado as tesouras em madeira para estrutura do
sistema convencional, enquanto para a estrutura em LSF já se dimensionam os perfis das
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tesouras juntamente com o restante da estrutura, o que ocasiona uma maior segurança e
precisão no levantamento quantitativo.
4.2 Orçamentos
Para a realização dos orçamentos nos dois modelos foram considerados os dados
resultantes da modelagem das estruturas. No modelo em concreto armado e alvenaria
convencional os dados foram obtidos através da tabela SINAPI, já para o modelo LSF foram
adotadas pesquisas de mercado.
FUNDAÇÕES - -
TRANSPORTE - - -
Fonte: Do autor (2022).
Vale salientar que estes são os valores finais, portanto englobam o BDI, com uma
margem de lucro definida pelo fornecedor, que não está aparente para a pesquisa. Também é
necessário informar que nenhum tipo de negociação foi firmada com as empresas, tornando o
primeiro retorno enviado como preço final.
Traçando uma comparação direta entre os valores, o LSF ficou aproximadamente 49%
mais caro. Os elevados reajustes no preço do aço desde 2019 e a alta do dólar, que incentiva a
exportação do material, são alguns dos fatores que influenciam na diferença do preço.
Como pode-se ver no gráfico da Figura 37, os valores de mão de obra geram grande
influência nos valores finais. Enquanto os gastos com operários no sistema em alvenaria
chegam a aproximadamente 29,3% do valor total, para o LSF essa porcentagem se eleva para
36,5%.
Esse fato pode ocorrer porque a mão de obra para o sistema em aço precisa ser
especializada, exigindo qualificação. Em contrapartida, para o sistema convencional, apesar
de demandar mais tempo de mão de obra, comumente não é qualificada, tornando-a menos
influente nos gastos.
61
A maioria dos estudos feitos comparando orçamento entre estes dois sistemas
chegaram em valores mais expansivos para o LSF, assim como o estudo de Oliveira e Lopes
(2014), que chegou a 31% de diferença entre os preços em 2014. Porém, ocorria a notável
diminuição da distância conforme o passar dos anos e a expansão do modelo. Tanto que em
2019, o estudo de Firmino (2019) conseguiu atingir valores favoráveis para o LSF em uma
comparação de residência popular. Mas depois deste período, conforme já comentado sobre as
altas inflações no preço do aço, voltou a se destacar uma diferença de valores no estudo de
Grubler (2021).
Vale salientar que, para uma análise mais profunda, se dispõem de vários fatores,
como a localização e o interesse das empresas especializadas em fazer a implantação da
62
construção. Em cidades do interior ainda é visível a diferença de preços, que se deve ao fato
das empresas especializadas ainda estarem centralizadas nas grandes cidades.
Como as empresas solicitadas não deram retorno sobre o tempo estimado para a
construção em LSF, também não foi estipulado o tempo necessário para o modelo
convencional. Porém, com o referencial teórico consegue-se ter uma noção das diferenças de
cada método e do que se espera neste comparativo.
Alguns pontos de destaque quanto às vantagens que o sistema LSF apresenta contra a
alvenaria convencional, são os sistemas de fixação mecânico ao invés de cimento e a
facilidade nas instalações elétricas e hidrossanitárias, sem necessidade de rompimentos e
retrabalhos.
Outro ponto importante a ser destacado é que a diferença entre o peso dos materiais
necessários para execução de cada sistema acaba influenciando também no tempo de
construção. Assim, acredita-se que isso corrobora com o resultado quanto ao prazo de
execução, uma vez que a leveza estrutural do LSF permite uma maior facilidade no
transporte, manuseio e montagem da estrutura, reduzindo o tempo necessário para a execução
da mesma.
num todo atenda aos níveis de desempenho apresentados, faz-se necessário que as aberturas
também apresentem os mesmo, ou superiores, níveis.
Ferreira (2015) utilizou dois tipos de paredes em LSF para esta análise, paredes de
fachada (PF) e paredes de geminação (PG), sendo que esta última se refere a divisória entre
moradias ou entre cômodos da mesma residência. Já para as paredes em alvenaria foram
utilizadas diferentes espessuras de reboco e uma parede revestida com placas de gesso
acartonado. Todas as configurações estão apresentadas e detalhadas no Quadro 2.
Nos Quadros 3 e 4 podem ser observados os resultados obtidos nos estudos que foram
realizados levando em consideração as três classes de ruídos apresentadas na norma, traçando
um comparativo para ver quais configurações estariam em conformidade e qual o nível de
desempenho apresentado referente a estas classes.
Conforme a análise feita por Ferreira (2015), as paredes em LSF que tem algum
material isolante embutido em sua composição apontam um isolamento acústico superior que
as paredes em alvenaria com reboco. Como as paredes em alvenaria não são usualmente
revestidas com gesso, pode-se desconsiderar este modelo e afirmar que, num geral, as paredes
em LSF apresentam um desempenho mais vantajoso quanto à transmissão de som entre os
ambientes.
O estudo de Ferreira (2015), conforme Quadro 5, obteve dados que ambos os sistemas
atingem os requisitos da norma de desempenho quando as paredes em LSF estão em
condições favoráveis de ventilação, sombreamento, forração e cores da fachada para
atingirem as solicitações. Por outro lado, as paredes em alvenaria não necessitam de
condições específicas para atingirem um resultado satisfatório.
66
5 CONCLUSÃO
Do resultado obtido com os projetos estruturais, pode-se destacar que a diferença entre
cargas transmitidas para a fundação é relativamente grande. Neste caso, a estrutura em LSF
transmite uma carga de, aproximadamente, 30% da carga do sistema convencional,
considerando que as cargas que se diferem são relativas ao peso próprio da estrutura e
revestimentos.
Vale frisar que não se disponibilizou dos dados de lucro das empresas particulares, o
que pode ocasionar uma maior diferença com o valor estipulado para o cálculo do sistema em
concreto armado.
Além disso, os fortes reajustes no preço do aço fizeram com que, um método que
vinha conseguindo alcançar valores competitivos devido às suas atrações, ficasse um pouco
distante dos seus concorrentes.
Assim, foi possível concluir que o sistema construtivo LSF, no geral, é mais vantajoso
nos aspectos de controle qualidade, desempenho, produtividade, prazo, manutenção e impacto
ambiental na construção, pouco consumo de água e geração de resíduos. Contudo, em termos
de durabilidade, disponibilidade de material e mão de obra, facilidade de construção (não
precisa de mão de obra qualificada) e preço, a alvenaria convencional se mostra superior.
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