Você está na página 1de 80

UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

COMPARATIVO ENTRE O SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL


FRAME E CONCRETO ARMADO PARA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
EM GUAPORÉ/RS

Bruno Lunardi Gheller

Lajeado, dezembro de 2022


Bruno Lunardi Gheller

COMPARATIVO ENTRE O SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL


FRAME E CONCRETO ARMADO PARA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
EM GUAPORÉ/RS

Monografia apresentada na disciplina de Trabalho


de Conclusão II, do curso de Engenharia Civil, da
Universidade do Vale do Taquari - Univates, como
parte da exigência para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Profa Ma. Rebeca Jéssica Schmitz

Lajeado, dezembro de 2022


Bruno Lunardi Gheller

COMPARATIVO ENTRE O SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL


FRAME E CONCRETO ARMADO PARA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
EM GUAPORÉ/RS

A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de


Conclusão II, do curso de Engenharia Civil, da Universidade do Vale do Taquari – Univates,
como parte da exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil:

Profa. Ma. Rebeca Jéssica Schmitz – orientadora


Universidade do Vale do Taquari – Univates

Prof. Dr. Rodrigo Spinelli


Universidade do Vale do Taquari – Univates

Prof. Me. Paulo Roberto Marcondes De Carvalho


Faculdade de Tecnologia SENAI Goiânia - FATESG

Lajeado, 08 de dezembro de 2022


AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus e a minha família, especialmente meu pai,


minha mãe e minha irmã, que desde sempre me apoiaram e fizeram tudo para que este
momento pudesse se tornar realidade. Não mediram esforços durante toda minha vida e
forneceram todo suporte necessário para que eu conseguisse conquistar meus objetivos.

Agradeço aos amigos que estiveram ao meu lado durante esta trajetória e, da maneira
possível, também sempre se fizeram presentes e ampararam minhas ansiedades.

Da mesma maneira também agradeço imensamente a professora e coordenadora


Rebeca que me honrou com suas orientações e assessoramentos, sendo de grande importância
e aprendizado durante este período. Neste mesmo campo estendo minhas gratificações a todos
os professores que fizeram parte da minha formação.

Também agradeço a empresa onde atuo, De Paula Engenharia, pelo espaço e tempo
cedidos durante este ciclo, em especial ao engenheiro e proprietário Adilson e a engenheira
Sabrina por participarem da construção do meu conhecimento.

E, não menos importante, agradeço a empresa Stabile Engenharia LTDA, na pessoa do


diretor e professor mestre Paulo Roberto, por disponibilizarem o software mCalcLSF para o
estudo, além de fornecerem suporte para o desenvolvimento do trabalho.
RESUMO

Visando a melhoria na qualidade e na agilidade dos processos da construção civil, vem-se


inovando nos sistemas construtivos, buscando por novas tecnologias que servem para
abandonar o caráter artesanal das obras, que tendem a ter baixa produtividade e gastos
excessivos. O Light Steel Frame (LSF) é um sistema industrializado que utiliza uma estrutura
composta por perfis de aço galvanizado formados a frio. Dentro deste contexto, a presente
monografia teve como objetivo traçar um comparativo entre o moderno sistema construtivo
LSF com o sistema convencional em concreto armado com fechamento em alvenaria para
uma residência unifamiliar com dois pavimentos em Guaporé/RS. O estudo iniciou com o
dimensionamento da estrutura em concreto armado utilizando o Eberick e da estrutura em
LSF utilizando o mCalcLSF. Com os resultados obtidos na modelagem extraíram-se os dados
quantitativos e com eles os dados orçamentários. Para o modelo LSF, foram consultadas
empresas especializadas e, para o sistema convencional, adotou-se a tabela SINAPI como
referência. A diferença de preço entre os sistemas ficou em 49% mais oneroso para o modelo
em aço, que, por outro lado, leva vantagem no tempo de construção e nos desempenhos
termoacústicos, já que disponibiliza de grande facilidade de implantação de materiais
isolantes. Além dos itens elencados, pode-se afirmar que em aspectos de qualidade e
manutenção, o modelo industrializado também leva vantagem. Outro item de destaque foi a
diferença considerável de peso das estruturas, onde a estrutura convencional chega a ser 3,5
vezes mais pesada que o conjunto em LSF. Portanto, pode-se concluir que o sistema
industrializado LSF tem suas vantagens, porém continua sendo pouco utilizado pelo seu preço
estar elevado em comparação com o método convencional.

Palavras-chave: light steel frame; LSF; construção civil; modelos construtivos.


ABSTRACT

Aiming at improving the quality and agility of the civil construction process, there has been
innovation in construction systems, seeking new technology that serve to abandon the
artisanal character of the works, which tend to have low productivity and excessive expenses.
The Light Steel Frame (LSF) is an industrialized system that uses a structure composed of
cold-formed galvanized steel profiles. Within this context, this monograph aimed to draw a
comparison between the modern LSF construction system and the conventional system in
reinforced concrete with masonry closure for a single-family residence with two floors in
Guaporé/RS. The study started with the design of the reinforced concrete structure using
Eberick and the LSF structure using mCalcLSF. With the results obtained in the modeling, the
quantitative data was extracted and with them the budgetary data. For the LSF model,
specialized companies were consulted and for the conventional system, the SINAPI table was
adopted as a reference. The cost difference between the systems is 49% more expensive for
the steel model, which, on the other hand, has an advantage in terms of construction time and
thermoacoustic performance since it disposes a greater ease to install isolating materials. In
addition to the items listed, it can be stated that in terms of quality and maintenance, the
industrialized model also has an advantage. Another outstanding item was the considerable
difference in the weight of the structures, where a conventional structure is 3.5 times more
robust than the LSF set. Therefore, it can be concluded that the industrialized LSF system has
its advantages, but it remains not highly used due to its high cost compared to the
conventional method.

Palavras-chave: light steel frame; LSF; civil construction; building models.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8
1.1 Problema de pesquisa 9
1.2 Objetivos 9
1.2.1 Objetivo geral 9
1.2.2 Objetivos específicos 9
1.3 Justificativa da pesquisa 10
1.4 Estrutura do trabalho 10

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 11
2.1 Construção civil 11
2.2 Industrialização no ramo da construção civil 12
2.2.1 Industrialização de ciclo fechado 14
2.2.2 Industrialização de ciclo aberto 14
2.3 Características do LSF 15
2.3.1 Fundações 16
2.3.2 Painéis 17
2.3.2.1 Painéis autoportantes ou estruturais 17
2.3.2.2 Painéis não estruturais 19
2.3.3 Lajes 19
2.3.4 Cobertura 21
2.3.5 Isolamento termoacústico 22
2.3.6 Instalações elétricas e hidrossanitárias 23
2.4 Sistema construtivo convencional 24
2.4.1 Estrutura de concreto armado 25
2.4.2 Alvenaria 26
2.4.3 Revestimentos 26
2.4.4 Cobertura 26
2.4.5 Instalações elétricas e hidrossanitárias 26
2.4.6 Isolamento termoacústico 27
2.5 Comparativos entre LSF e concreto armado 28

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 29
3.1 Pesquisa enquanto aos métodos científicos 29
3.1.1 Dialética 29
3.1.2 Método indutivo 30
3.2 Pesquisa enquanto ao modo de abordagem 30
3.3 Pesquisa enquanto aos fins da pesquisa 30
3.4 Pesquisa enquanto aos procedimentos técnicos 31
3.4.1 Pesquisa bibliográfica 31
3.4.2 Pesquisa-ação 31
3.5 Etapas da pesquisa 31
3.5.1 Projeto 32
3.5.2 Modelo em concreto armado 33
3.5.2.1 Orçamento do modelo convencional 37
3.5.3 Modelo em LSF 37
3.5.2.2 Orçamento do modelo LSF 53

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 54
4.1 Comparativo das estruturas 54
4.1.1 Estrutura em concreto armado 54
4.1.2 Estrutura em LSF 55
4.1.3 Comparativo entre as estruturas 57
4.2 Orçamentos 59
4.2.1 Orçamento em LSF 59
4.2.2 Orçamento alvenaria convencional 60
4.2.3 Comparativo de preços 60
4.3 Tempo de construção 62
4.4 Desempenho termoacústico 62
4.4.1 Desempenho acústico 63
4.4.2 Desempenho térmico 65
4.5 Comparativo geral 66

5 CONCLUSÃO 67

REFERÊNCIAS 69

APÊNDICES 73
8

1 INTRODUÇÃO

Buscando o aprimoramento na área construção civil, vem-se inovando nos sistemas


construtivos, que sofrem mudanças, visando a melhoria na qualidade e na agilidade do
processo construtivo. Perfazendo o espaço-tempo, os estudantes da engenharia civil procuram
novas tecnologias para abandonar o caráter artesanal das obras, que tendem a ter baixa
produtividade e gastos excessivos (BORTOLOTTO, 2015).

Também segundo Bortolotto (2015), apenas ao final da Segunda Guerra Mundial que a
utilização mais efetiva dos sistemas construtivos industrializados tomou uma proporção de
evidência, devido à escassez da madeira. As regiões pioneiras foram a Ásia, Europa e
América do Norte, territórios de primeiro mundo.

Segundo Dogonski (2016), o Light Steel Frame (LSF) é a concepção ideal de um


sistema industrializado racional, onde a principal característica é uma estrutura completa
composta por perfis de aço galvanizado formados a frio, geralmente de pequena espessura,
que promovem uma construção limpa, rápida e com pouco desperdício.

No Brasil, apenas por volta da década de 90 que começaram a surgir algumas


construções em LSF, quando as construtoras importaram o modelo pré-fabricado das regiões
mais desenvolvidas para atender os padrões de renda mais elevados. Também foram induzidos
pela premissa de que o país é um dos maiores produtores de aço do mundo, o que viabiliza o
processo (ENTRINGER et. al., 2021).
9

1.1 Problema de pesquisa

Tendo em vista que o sistema LSF é muito utilizado em países com alto índice de
desenvolvimento, como os Estados Unidos da América, Canadá e em grande parte da Europa
e da Ásia, e visando a falta de informações de suas potenciais aplicações no mercado
nacional, há viabilidade no emprego do mesmo para a região da serra gaúcha?

1.2 Objetivos

Nos itens a seguir são apresentados os objetivos geral e específicos.

1.2.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo traçar um comparativo entre a solução


construtiva LSF e o concreto armado para uma construção residencial unifamiliar de dois
pavimentos.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:

a) analisar as estruturas propostas para uma residência unifamiliar de dois pavimentos


considerando os sistemas construtivos LSF, utilizando o software mCalcLSF, e
estrutura convencional em concreto armado, utilizando o Eberick;
b) avaliar o quantitativo dos materiais e mão de obra empregados no projeto em
questão;
c) comparar o orçamento para realização da construção nos dois modelos construtivos
em Guaporé/RS, levando em consideração a tabela SINAPI para o modelo comum
e empresas da região para o LSF;
d) traçar um comparativo entre os dois sistemas considerando aspectos qualitativos, a
partir de referencial bibliográfico, contemplando o tempo de execução, o
desempenho termoacústico e generalidades dos dois modelos construtivos.
10

1.3 Justificativa da pesquisa

As construções industrializadas, neste caso o LSF, vêm sendo adotadas com muita
frequência nos países desenvolvidos em geral, porém, no nosso país é pouco utilizado,
principalmente devido à questão cultural de adoção de técnicas artesanais e manuais de
construção. Com a busca frenética por aumento de desempenho, rapidez e racionalização de
materiais no ambiente construtivo, os profissionais da área estão buscando a atualização
nestes mercados prósperos (DAMETTO, 2017).

Segundo a WorldSteel Association (2019), o Brasil ocupa o nono lugar no ranking


mundial de produção de aço. Devido a este motivo, somando-se com os anteriormente
apresentados, torna-se muito interessante o estudo para viabilidade técnica do LSF, buscando
soluções e inovações para as construções da região, visando um melhor desempenho no
canteiro de obras.

Tendo em vista estas informações, o estudo de caso adotado no presente trabalho visa
apresentar mais informações sobre uma construção empregando o modelo construtivo LSF,
que pode vir a servir de subsídio para o âmbito empresarial ou, também, para realização de
trabalhos acadêmicos futuros.

1.4 Estrutura do trabalho

O trabalho está estruturado em um formato com cinco etapas, sendo a primeira


responsável pela introdução do conteúdo, objetivos gerais e específicos e justificativa de
pesquisa. Na segunda etapa está apresentada uma revisão bibliográfica sobre o assunto em
questão, sendo dividida também em três partes: o sistema LSF, o sistema de alvenaria
convencional e uma revisão de resultados de trabalhos que fizeram a mesma comparação. Na
terceira etapa, estão apresentadas as metodologias que aplicadas, também apresentando os
materiais e procedimentos adotados. Na quarta etapa, encontram-se as discussões e os
resultados obtidos durante a pesquisa. Por fim, tem-se na última parte as conclusões da
pesquisa.
11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo do trabalho em questão dedica-se à promover a compreensão sobre


a construção civil em um contexto de modernização e industrialização dos seus processos
construtivos, introduzindo uma breve pesquisa sobre as estruturas em LSF, buscando
compreender melhor as vantagens e desvantagens desse modelo aplicado no ambiente do
canteiro de obras, suas exigências e tipologias construtivas.

2.1 Construção civil

A construção civil sempre ocupou um lugar de destaque na economia, muito pela


quantidade de empregos gerados direta ou indiretamente, mas também é uma vilã no quesito
de geração de resíduos ao meio ambiente, sempre levantando discussões sobre esse equilíbrio
entre impacto ambiental e economia (FRANQUETO; DELPONTE; FRANQUETO, 2020).

Com o crescimento desenfreado das cidades-polo, absorvendo cada vez mais


moradores das cidades do interior, que têm menor porte, a construção civil tornou-se um dos
fenômenos de maior importância no Brasil (SOARES; SANTANA; NASCIMENTO, 2016).

Segundo Silva (2018), a exigência pela melhoria na infraestrutura das metrópoles


exigiu um avanço tecnológico na busca por novos materiais e novos modelos construtivos.
Pode se citar o ferro fundido, aço, vidro e também o concreto armado. Todos estes fatores
levaram a um aumento em obras de artes especiais, indústrias e grandes centros.
12

2.2 Industrialização no ramo da construção civil

Apesar de recente, a história da industrialização tem seu princípio registrado em


épocas mais remotas, já na Grécia antiga era possível identificar alguns exemplos de
modulação e padronização da construção, como exemplificado na Figura 01. Com a aparição
das primeiras máquinas hidráulicas e manuais, o homem passou a aliviar sua carga de trabalho
utilizando estes meios mecânicos para auxiliar e automatizar suas tarefas (MARCO, 2015).

Figura 01 - Partenon, monumento localizado na Grécia, construído em 447 a.C.

Fonte: Pereira (2013).

No final do século XVIII, quase todos os setores foram atingidos pelos processos da
industrialização. A evolução no modelo da indústria tradicional, que teve como berço a
Inglaterra no processo conhecido como Revolução Industrial, atingiu também o ramo da
construção civil, modificando métodos e atualizando as tecnologias, buscando a
automatização e visando o lucro (MARCO, 2015).

Também segundo Marco (2015), a Segunda Guerra Mundial (FIGURA 02) teve
importância no desenvolvimento dos processos de industrialização aplicados no setor da
construção civil, o déficit habitacional acumulado depois da guerra, a falta de recurso
financeiro e a escassez de materiais e mão de obra especializada disponíveis no mercado
13

foram fatores circunstanciais para a emergência do emprego de técnicas de construção com


grandes escalas produtivas.

Figura 02 - Walter Ulbricht e Nikita Chruschtschow analisando sistemas construtivos


pré-moldados em 1957

Fonte: Marco (2015).

O início da industrialização na construção civil no Brasil se deu na década de 1920,


mas teve seu crescimento na década de 1970, onde seus conceitos foram fortalecidos e
começaram a ganhar uma boa fatia de mercado, coincidindo diretamente com o aumento da
procura pelos conceitos de organização e racionalidade (SOARES; SANTANA;
NASCIMENTO, 2016).

Nos conceitos construtivos atuais, a industrialização continua conectada ao conceito


de racionalização do produto e do processo, buscando evitar o desperdício de materiais e da
mão de obra. Todo esse planejamento e gerenciamento tem o objetivo de utilizar com maior
eficiência o capital e eliminar os erros de desenvolvimento da obra (SILVA, 2018).

Porém, de acordo com El Debs (2017), a construção civil ainda é apontada como uma
indústria conservadora em comparação aos demais ramos. A razão desta análise é que ela
ainda apresenta, de forma geral, baixa produtividade, muito desperdício e baixo controle de
qualidade.
14

2.2.1 Industrialização de ciclo fechado

Segundo Ribeiro e Michalka Júnior (2003), um sistema de ciclo fechado se traduz na


fabricação de elementos adequados a um determinado tipo de edificação (FIGURA 03). Os
componentes construtivos serão produzidos em série, e pela mesma empresa, a partir de um
projeto específico. Portanto, estes elementos tem uma procedência única, sendo a empresa
encarregada do edifício completo.

Figura 03 - Sistema industrial fechado

Fonte: Marco (2015).

2.2.2 Industrialização de ciclo aberto

Já o sistema de ciclo aberto não corresponde a industrialização de elementos


destinados a um tipo específico de construção, mas sim destinados ao mercado (FIGURA 04).
Esses componentes devem ser polivalentes e funcionais, podendo ser aplicados em quaisquer
tipos de projetos e também produzidos por variados fabricantes (MARCO, 2015).

De acordo com Ribeiro e Michalka Jr. (2003), o processo é conjunto do trabalho do


projetista da obra com a dos projetistas das indústrias. Os primeiros definem as necessidades
da edificação, os trabalhadores das empresas se reportam às características dos componentes.
15

Figura 04 - Sistema industrial aberto

Fonte: Marco (2015)

Segundo Sirtoli (2015), a melhor forma de industrializar o setor da construção civil é


transferindo o trabalho que seria realizado nos canteiros de obras para as fábricas, que são
permanentes e modernas. Ela possibilita que os processos sejam mais racionais e eficazes,
com mão de obra especializada e inspeção de controle de qualidade.

2.3 Características do LSF

O LSF ou, traduzindo do Inglês, “estrutura leve de aço”, é um sistema construtivo a


seco, que utiliza elementos estruturais pré-fabricados em aço e, por conta deste fator, a
utilização da água se faz necessária apenas na etapa das fundações e, possivelmente, em
algum tipo de revestimento aplicado no acabamento (LOURENÇO, 2018).

Segundo Brescovit (2017), o LSF é um sistema que se caracteriza por composições de


outros subsistemas como, por exemplo, isolamento acústico e térmico, contraventamento, as
instalações elétricas e hidráulicas, fechamento externo e interno e as fundações. Na Figura 05
é possível identificar alguns elementos deste modelo construtivo.
16

Figura 05 – Composição do sistema LSF

Fonte: Brescovit (2017)

Segundo Batista (2011), é importante frisar que este sistema é uma evolução do
sistema construtivo Wood Framing, que, como o nome nos diz, se diferencia pela utilização
de elementos em madeira para a formatação da estrutura.

Nos itens a seguir será apresentado as principais fases da execução de uma edificação
em LSF, caracterizando os elementos, metodologias construtivas e etapas.

2.3.1 Fundações

Seguindo a lógica de que a estrutura deste modelo construtivo não tem grandes cargas,
em geral, o tipo de fundação adotado pode ser superficial. Devido à distribuição da carga ser
uniformemente ao longo dos painéis, alguns tipos adotados são radier (FIGURA 06) e sapata
corrida. Porém, o projetista tem que levar em consideração a tipologia do terreno onde será
alocado o projeto (BRESCOVIT, 2017).
17

Figura 06 – Corte esquemático de laje radier com painéis de LSF

Fonte: Souza (2014)

Devido ao sistema ser autoportante, é de suma importância que a fundação esteja


perfeitamente em esquadro e nivelada, permitindo a precisa transmissão das ações da
edificação e uma maior exatidão na montagem da estrutura. Também requer uma
impermeabilização adequada, com o propósito de evitar umidade e infiltrações
(BERTOLOTTO, 2015).

2.3.2 Painéis

Segundo Crasto (2005), no sistema LSF, os painéis podem ser estruturais ou


basicamente um componente de fechamento, desempenhando a função de vedação da
construção. Também não importa se são internos ou externos, ambos podem ter ou não função
estrutural.

2.3.2.1 Painéis autoportantes ou estruturais

Os painéis estruturais são os elementos que têm capacidade de absorver os esforços


provenientes de cargas verticais, que tem origem do peso próprio da estrutura e cargas
acidentais decorrentes da utilização. Mas também são encarregados de resistir aos esforços
horizontais, provenientes do vento ou de possíveis abalos sísmicos (LOURENÇO, 2018).

Segundo Molin e Malandrin (2017), os painéis autoportantes são a parte da estrutura


responsável por distribuir as cargas absorvidas e transmiti-las à fundação. Eles são compostos
18

por elementos verticais com seção transversal tipo Ue (perfil U enrijecido), também
conhecidos como montantes, e por elementos horizontais com seção transversal tipo U,
também chamados de guias. Alguns destes elementos estão demonstrados na Figura 07, onde
tem-se um exemplo de painel estrutural com uma abertura.

Figura 07 - Painel estrutural com abertura

Fonte: Molin; Malandrin (2017).

Quando se deseja que a estrutura tenha mais que um pavimento, estes componentes
também podem ser instalados na horizontal, como pisos. Do mesmo modo que na vertical,
funcionam como elemento estrutural, difundindo a carga recebida através de seus montantes,
que aqui chamam-se de vigas (DOGONSKI, 2016).

De acordo com Crasto (2005), a transferência de carga entre os montantes que


compõem os painéis se dá através do contato direto de suas almas, com suas seções se
encontrando de um nível a outro, promovendo o conceito de estrutura alinhada.

Marques (2019) explana que geralmente a modulação de distância entre montantes é


de 400 ou 600 mm e deve ser calculada para atender às solicitações a que o perfil está
19

submetido. Em alguns casos, em que se necessita superar grandes cargas, essa modulação
pode chegar a 200 mm (FIGURA 08), como, por exemplo, em reservatórios d’água.

Figura 08 - Montantes com espaçamento de 200 mm

Fonte: Crasto (2005).

2.3.2.2 Painéis não estruturais

Os painéis que suportam apenas o próprio peso dos componentes que o compõem e
não desenvolvem nenhuma função de transmissão de cargas são denominados não-estruturais.
Geralmente é adotado o sistema de gesso acartonado nas divisórias internas não-estruturais,
também conhecido como Drywall. Para as externas é recomendado o uso dos perfis de mesma
procedência dos painéis estruturais, em aço galvanizado, pois tem que suportar o peso dos
componentes de fechamento e revestimento da construção, além de poder sofrer com as
intempéries (SOUZA, 2014).

2.3.3 Lajes

Segundo Dametto (2017), as lajes possuem o mesmo conceito principal dos painéis,
que é dividir a estrutura em vários montantes equidistantes, preferencialmente alinhados com
os montantes dos painéis onde a laje é apoiada, fazendo com que cada peça transmita uma
parte da carga.
20

Elas também são formadas por perfis de aço galvanizado tipo Ue, chamados de viga
de pisos, com modulação prevista no cálculo do projeto. E podem ser de dois tipos: laje seca
ou laje úmida (LOURENÇO, 2018).

As lajes denominadas como secas, tem a formatação onde são aplicadas placas de
Oriented Strand Board (OSB) ou, em português literal, painel de tiras de madeiras orientadas,
sobre a estrutura metálica, como exemplificado na Figura 09, e na parte inferior são instaladas
as placas de drywal, estabelecendo o teto do pavimento inferior, ficando praticamente
finalizado para receber o acabamento e a pintura (BRESOVIT, 2017).

Figura 09 - Exemplo de laje seca

Fonte: Dametto (2017).

Por outro lado, a laje úmida leva em consideração a adição de concreto na


composição. Onde uma chapa metálica ondulada serve como fôrma para uma camada de 4 a 6
cm de concreto que formará o contrapiso (FIGURA 10). Esta chapa é aparafusada nas vigas
de piso. Para evitar a fissuração, se faz necessário a inserção de uma armadura de distribuição
(CRASTO, 2005).

De acordo com Oliveira e Lopes (2014), nesta ocasião o encontro de material metálico
com concreto não tem a total aderência e, conforme a variação de temperatura e a utilização,
que promovem movimentações, podem produzir a propagação de ruídos. A fim de se alcançar
o conforto acústico adequado, tem-se a viabilidade de empregar um material de isolamento
21

entre fôrma e concreto. Geralmente o material escolhido são painéis de lã de vidro compactos,
e, para evitar a umidificação da lã durante a concretagem, são protegidos por um filme de
polietileno.

Figura 10 - Detalhamento de laje úmida

Fonte: Lourenço (2018).

2.3.4 Cobertura

A cobertura da construção é o elemento responsável pela proteção do edifício contra a


ação das intempéries, também podendo desempenhar uma função estética. Portanto a
variedade aplicada neste campo depende muito de projetos e clientes. A escolha depende,
além das partes interessadas, dos carregamentos, do vão a cobrir e das opções econômicas
(DOGONSKI, 2016).

O telhado é formado por duas principais partes: a cobertura, que é composta por um
material impermeável às águas pluviais, resistente ao vento e intempéries, e pela estrutura de
sustentação, como ripas, caibros, terças, tesouras e contraventamentos (BORTOLOTTO,
2015).

Conforme Crasto (2005), pode-se ter uma grande variedade de soluções para
coberturas neste modelo construtivo e, no geral, as estruturas mais utilizadas no modelo LSF
22

são as tesouras metálicas, equivalentes as comumente utilizadas em madeira, pois consegue-se


adaptar facilmente o perfil galvanizado em aço que também é usado no restante da obra.

2.3.5 Isolamento termoacústico

O isolamento térmico busca impedir que aconteça muita perda de calor no inverno e
minimizar o ganho de calor durante o verão. Já o isolamento acústico tem como principal
objetivo minimizar a passagem de sons de um ambiente para os ambientes vizinhos ou do
meio externo para o interno e vice e versa (BRESCOVIT, 2017).

A concepção do isolamento termoacústico no sistema LSF se baseia nos conceitos


mais atuais de isolação em multicamada, basicamente consistindo em combinações de placas
leves de fechamento afastadas, constituindo um espaço entre elas, preenchido com material
isolante (FIGURA 11). Existem diversas combinações possíveis com o intuito de aumentar o
desempenho do sistema (BENVENUTTI, 2020).

Figura 11 - Camadas de um painel externo em LSF

Fonte: Brescovit (2017).


23

2.3.6 Instalações elétricas e hidrossanitárias

As instalações elétricas e hidrossanitárias no sistema LSF são mais rápidas e simples


de serem executadas. Os tubos e eletrodutos são passados nos espaços vazios da estrutura dos
painéis antes do seu fechamento, como demonstrado na Figura 12. A execução destes pode
ocorrer enquanto outras etapas são realizadas, o que facilita o processo e tem significativo
ganho de tempo (FRASSON; BITENCOURT, 2017).

Figura 12 - Eletrodutos para instalações elétricas em painel interno de LSF

Fonte: Do Autor (2022).

De acordo com Cassar (2018), os materiais empregados nas instalações são os


mesmos do sistema convencional, assim como as considerações e princípios de projeto,
também seguindo os requisitos das normas pertinentes. Porém, nas eventuais manutenções
tem-se o benefício, pois somente é necessário a remoção do revestimento e, após a revisão,
recolocar o fechamento, apenas fazendo o acabamento nas juntas.
24

2.4 Sistema construtivo convencional

O sistema convencional de construção é formado por uma estrutura em concreto


armado com os vãos preenchidos por tijolos cerâmicos (FIGURA 13). O peso da edificação é
transmitido nas lajes, vigas, pilares até chegar à fundação. Já os tijolos cerâmicos, unidos por
argamassa, servem para formar a vedação da obra (FIRMINO, 2019).

Figura 13 - Residência em concreto armado e alvenaria convencional

Fonte: Do Autor (2022).

Segundo Cassar (2018), a alvenaria convencional é um sistema tradicional no Brasil,


já enraizado na cultura habitacional nacional. O processo utiliza materiais simples e de
abundância no mercado interno, como cimento, aço, areia, brita e blocos cerâmicos. Porém
tem baixa produtividade e grande desperdício de materiais.
25

2.4.1 Estrutura de concreto armado

A estrutura deste sistema construtivo é uma combinação de concreto e aço. A


combinação destes elementos satisfaz os esforços requeridos para tração e compressão em
uma construção residencial. É composto basicamente pelos seguintes elementos: lajes, vigas e
pilares. A transmissão da carga ocorre por estes elementos até chegar à fundação (DEGANI,
2017).

A mistura de cimento e água forma uma pasta, adicionando areia tem-se a argamassa e
acrescentando a brita forma-se o concreto. Este composto é moldável, maleável e pastoso,
tomando a forma do seu molde. Após a evaporação da água e no decorrer das reações
químicas ao longo do tempo, ocorre o processo de endurecimento, tornando-se uma estrutura
monolítica, altamente resistente à compressão (CASSAR, 2018).

Porém, também segundo Cassar (2018), o concreto em sua forma final tem baixa
resistência à tração, onde faz-se necessário a adição de outro componente para compensar esta
deficiência: o aço (FIGURA 14). Trabalhando em conjunto, o sistema de concreto armado
consegue dar grande estabilidade à estrutura, resistindo aos esforços solicitados para tração e
compressão.

Figura 14 - Diferença entre viga em concreto (a) e concreto armado (b)

Fonte: Grubler (2021).


26

2.4.2 Alvenaria

Para executar o fechamento e as divisórias internas da estrutura em concreto armado,


comumente, é feito um composto entre blocos cerâmicos unidos por argamassa. O objetivo
principal é a proteção e isolamento dos cômodos entre si e com o ambiente externo.
Geralmente, não se utiliza um projeto particular de alvenaria. As soluções são improvisadas
na obra, durante a etapa de construção (GRUBLER, 2021).

Segundo Firmino (2019), esse modelo é muito caracterizado pela baixa produtividade
e, também, pelo grande desperdício de materiais. Devido grande parte da mão de obra ser
despreparada (sem especialização) e a execução ser totalmente in loco, acaba resultando em
uma produção lenta e muito retrabalho, porém, com custo relativamente acessível, além da
grande disponibilidade de materiais.

2.4.3 Revestimentos

Segundo Cassar (2018), os revestimentos para a execução de um sistema construtivo


convencional são muito vastos. Leva-se em consideração o local onde será aplicado, as
condições e intempéries que será submetido e se será aplicado em área molhada ou seca.
Exemplos de revestimentos são: pintura, gesso, revestimento cerâmico, textura.

2.4.4 Cobertura

Da mesma forma que ocorre nos revestimentos, as coberturas têm uma gama muito
grande de possibilidades para execução, variando conforme escolhas estéticas e econômicas.
Porém, a finalidade segue sempre a mesma premissa, proteção da edificação. É válido
destacar que é mais comum a estrutura da cobertura ser em madeira, podendo ser utilizada nos
mais diversos tipos de telhados (CASSAR, 2018).

2.4.5 Instalações elétricas e hidrossanitárias

As instalações elétricas e hidrossanitárias são embutidas na alvenaria. A consequência


desta tipologia é a geração de muito entulho devido ao rompimento dos blocos cerâmicos, ou
27

seja, primeiramente as paredes são erguidas para posteriormente serem abertas fendas
(FIGURA 15) onde serão instaladas as canalizações (OLIVEIRA; LOPES, 2014).

Figura 15 - Instalações elétricas e hidrossanitárias na alvenaria

Fonte: Oliveira; Lopes (2017).

De forma semelhante, Cassar (2018) acrescenta e enfatiza o retrabalho gerado pelas


instalações no sistema convencional, onde o gasto em mão de obra é redobrado devido a
abertura, instalação e fechamento dos elementos recentemente construídos. Futuramente, se
necessário executar algum tipo de manutenção o processo deverá ser repetido, gerando mais
resíduos e gastos.

2.4.6 Isolamento termoacústico

O desempenho termoacústico de uma edificação construída no modelo considerado


convencional está ligado diretamente à característica dos materiais empregados, execução e
espessura dos elementos. Geralmente, as vedações executadas em alvenaria de bloco cerâmico
não são realizadas com projetos específicos para este fim, o bom desempenho se deve as
camadas que são formadas pela combinação dos tijolos com as espessuras do acabamento
interno e externo e pintura (GRUBLER, 2021).
A norma técnica responsável por estabelecer os critérios de desempenho de
edificações habitacionais é a ABNT NBR 15575, que contém especificações quantitativas dos
28

requisitos a fim de tornar mensurável os parâmetros que poderão ser objetivamente


determinados.
2.5 Comparativos entre LSF e concreto armado

Firmino (2019) traçou um comparativo entre o sistema LSF com alvenaria


convencional e alvenaria estrutural, tendo como base uma residência unifamiliar de padrão
popular com 35,12 m². As conclusões obtidas neste trabalho foram positivas ao LSF, ficando
em torno de 7% mais econômica que o modelo convencional e quase o dobro disso quando
comparado com a alvenaria estrutural. Também ficou destacado o nível de industrialização do
método, chamando a atenção pelo rápido processo de execução.
De forma semelhante trabalhou Grubler (2021), porém encontrando resultados
orçamentários desvantajosos para o LSF, mas destacou as vantagens do sistema pela
qualidade, desempenho, facilidade na manutenção, impacto ambiental (menos consumo de
água e geração de resíduos), prazo e produtividade. As desvantagens citadas foram
durabilidade, disponibilidade de material, mão de obra qualificada e preço.
Na região de Caratinga/MG, conforme apresentado por Oliveira e Lopes (2014), o
preço ficou cerca de 31% mais caro para o LSF quando comparado com o sistema
convencional, mas os autores destacaram que com uma produção em maior escala seria
possível diminuir significativamente o orçamento final. Os pesquisadores também
enfatizaram que, pelo sistema ainda não ser difundido na região, a dificuldade de encontrar
material e mão de obra foi primordial para a diferença.
Cassar (2018) também traçou um comparativo entre o sistema mais utilizado no Rio
de Janeiro, o concreto armado, com o sistema mais utilizado nos países desenvolvidos, o LSF.
Como a pesquisa tinha o foco em empreendimentos habitacionais, o autor destaca que a
rapidez na execução é relativamente importante para disponibilizar o imóvel para a venda
mais rapidamente, e, por isso, tem um retorno mais rápido.
29

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo apresentam-se os métodos utilizados no processo de desenvolvimento


do trabalho, fazendo-se o uso destes como embasamento técnico para agrupamento e
organização dos conhecimentos teóricos.

A seguinte seção subdivide-se em cinco grupos: métodos científicos de pesquisa,


modo de abordagem da pesquisa, objetivos ou fins da pesquisa, procedimentos técnicos da
pesquisa e etapas da pesquisa.

3.1 Pesquisa enquanto aos métodos científicos

Os métodos científicos utilizados para esta pesquisa foram a dialética e o método


indutivo.

3.1.1 Dialética

Utiliza-se o método da dialética neste trabalho para analisar o estudo como um todo,
buscando conhecimento para verificar a viabilidade do uso do método construtivo LSF em
residências unifamiliares localizadas na cidade de Guaporé/RS, analisando suas características
e custos envolvidos, tendo em vista que ainda não foi aplicado este método no município.

A dialética orienta o raciocínio crítico do mundo procurando incitar o pesquisador a


interrogar-se sobre o que envolve os fenômenos, além de suas aparências e obviedades.
Desenvolver um pensamento utilizando o método dialético é responsabilizar-se que o
conteúdo está circundado por ideologias e que cabe ao pesquisador desvendar o que está por
30

trás dos fenômenos sociais, especialmente na experiência do dia a dia da vida em sociedade
(DINIZ, 2008).

3.1.2 Método indutivo

O uso do método indutivo neste trabalho se justifica pela busca de dados para se criar
uma hipótese e, se possível, uma teoria visando verificar a viabilidade do uso do método
construtivo LSF nas residências unifamiliares localizadas na cidade de Guaporé/RS pelos seus
preços quando comparado com os possíveis benefícios.

3.2 Pesquisa enquanto ao modo de abordagem

Os modos de abordagem adotados na pesquisa foram o quantitativo e o qualitativo.


Fazendo-se uma análise dos desempenhos de cada tipologia construtiva, comparando o preço
e algumas características de desempenho para ver se é praticável a utilização dessa tecnologia
no município de Guaporé/RS.

Segundo Fonseca (2002), a objetividade é o principal foco desses modos de


abordagem, devido aos dados poderem ser quantificados e apresentarem um resultado
concreto e real. Nesse modo, a linguagem matemática é bastante utilizada para descrever os
fenômenos ocorrentes.

3.3 Pesquisa enquanto aos fins da pesquisa

A pesquisa tem fins exploratórios, visando a obtenção de resultados da validação dos


dados sobre a eficácia e viabilidade do sistema construtivo LSF, seus parâmetros e custos
envolvidos no processo quando comparado com o sistema convencional no município de
Guaporé/RS.

Segundo Gerhardt (2009), as pesquisas exploratórias envolvem uma pesquisa


bibliográfica para embasamento do estudo e análises práticas que justifiquem e estimulem a
compreensão do fenômeno. Gil (1987) acrescenta que elas são executadas com o objetivo de
propiciar uma visão mais ampla de determinado fato. São realizadas quando o tema escolhido
é pouco conhecido e torna-se mais complexa a formulação de hipóteses mais precisas.
31

3.4 Pesquisa enquanto aos procedimentos técnicos

Os procedimentos de investigação utilizados para fins técnicos do trabalho foram a


pesquisa bibliográfica e a pesquisa-ação.

3.4.1 Pesquisa bibliográfica

A pesquisa está embasada em bibliografias, tendo como principal objetivo o


conhecimento do desempenho do sistema construtivo LSF, também foi feito um levantamento
para quantificar os materiais, valores e mão de obra necessários para validar o emprego do
método quando comparado ao sistema comumente utilizado.

Conforme Gil (1987), a pesquisa bibliográfica busca desenvolver material de um


conteúdo já elaborado, constituído na sua maioria de artigos científicos e livros. A técnica de
análise de conteúdo é bastante utilizada, principalmente para conseguir concentrar o maior
número possível de informações sobre o fenômeno estudado. Segundo Gerhardt (2009), este
modo de pesquisa visa proporcionar uma familiaridade com o assunto em questão, tornando-o
mais explícito para a construção de hipóteses.

3.4.2 Pesquisa-ação

Além disso, será utilizado o procedimento da pesquisa-ação, que possibilita a


intervenção de um problema social pelo pesquisador. No caso, o problema abordado é a falta
de conhecimento na região sobre um método construtivo inovador e tecnológico que pode
apresentar vantagens sobre os métodos tradicionais.

O método em questão é uma maneira de investigar uma ação fundamentada em


autorreflexão coletiva (THIOLLENT, 1988).

3.5 Etapas da pesquisa

A segunda etapa da pesquisa se baseia no comparativo entre o método construtivo


tradicional, concreto armado, com o sistema LSF, ambos já caracterizados acima, aplicado em
uma residência unifamiliar.
32

3.5.1 Projeto

O projeto em questão é de autoria própria, foi desenvolvido especialmente para este


estudo e está em conformidade com todos os requisitos do plano diretor municipal de
Guaporé/RS. Levou-se em consideração um terreno padrão com dimensões de 12,50 m de
largura por 25,00 m de comprimento.

Trata-se de uma residência unifamiliar em dois pavimentos, de padrão médio, com


aproximadamente 212,50 m² construídos, levando em consideração um terreno já nivelado. A
parte inferior é constituída pelos seguintes cômodos: garagem dupla, sala de estar, sala de
jantar, cozinha, lavabo, área de serviço e varanda. Já a parte superior está disposta com dois
dormitórios, banheiro social, suíte e varanda frontal. A área onde encontra-se a garagem na
parte inferior será apenas coberta (FIGURA 16).

Figura 16 - Plantas baixas da residência

Fonte: Do autor (2022).


33

Na Figura 17 apresenta-se uma perspectiva em 3D para melhor compreensão do


resultado final almejado para a residência. Assim, dando uma ideia de acabamentos e uma
visão espacial do imóvel.

Figura 17 - Perspectiva

Fonte: Do autor (2022).

Como o projeto foi desenvolvido para o modelo convencional de construção, sofreu


pequenas alterações para se adequar a melhor modulação do LSF, assim, otimizando os
custos, de modo a manter as ideias e dimensões bases da planta original, com finalidade de se
obter uma comparação verossímil entre os sistemas. Nos Apêndices A e B encontram-se as
plantas arquitetônicas detalhadas.

3.5.2 Modelo em concreto armado

Para executar o modelo do projeto em concreto armado foi utilizado o software


Eberick, produzido e comercializado pela AltoQi. Este é um programa especializado em
análise dos esforços e deslocamentos das estruturas, bem como no dimensionamento e
34

detalhamento dos elementos estruturais. O software foi escolhido pois trabalha todo em
conformidade com as normas brasileiras, assim facilitando o processo de dimensionamento.
Na Figura 18 pode-se ver a interface principal do programa, com a edificação centralizada, os
pavimentos à direita e os comandos para modelagem e dimensionamento na parte superior.

Figura 18 - Interface do Eberick

Fonte: Do autor (2022).

O aplicativo analisa a estrutura com base na NBR 6118 (ABNT, 2014), executando as
verificações no ELS (Estado de Limite de Serviço) e no ELU (Estado de Limite Último), mas
também são utilizadas outras normas em paralelo.

Para fazer a modelagem, foi adotado o concreto com resistência à compressão, fck, de
25 MPa, cobrimento mínimo de 3 cm. A classe de agressividade ambiental que melhor se
adapta para a cidade de Guaporé é a II, onde se considera perímetro urbano, com
agressividade moderada e risco de deterioração da estrutura pequeno. Foi considerado aço
CA-60 para os estribos com diâmetro de 5 mm e aço CA-50 para as demais barras. A laje
considerada no projeto foi a laje maciça, inicialmente com uma espessura de 10 cm.

Os valores das cargas consideradas para as lajes foram de 250 kgf/m² de peso próprio,
150 kgf/m² para cargas acidentais e 150 kgf/m² para revestimentos. Nas vigas o valor de peso
próprio é definido considerando a sua seção transversal e o valor da carga linear remete
35

diretamente a espessura da parede que está sobre o elemento. Nos locais onde as vigas
encontram-se abaixo de paredes com espessura de 20 cm a carga linear considerada foi 541,50
kgf/m e abaixo de paredes com espessura de 15cm, 484,36 kfg/m. Os esforços provenientes
do vento foram considerados igualmente o especificado no modelo em LSF no item 3.5.3
deste trabalho.

Inicialmente foram alocados pilares nos cantos da estrutura e em locais estratégicos


onde os mesmos ficassem embutidos em paredes e não aparentes na construção, como
pode-se ver na Figura 19.

Figura 19 - Planta de fôrma do térreo

Fonte: Do autor (2022).


36

Os pilares do segundo pavimento seguem a prumada dos elementos lançados no


térreo. As vigas estão dispostas basicamente debaixo das paredes e ficando aparentes na sala
de estar, jantar e cozinha, que são facilmente escondidas com um revestimento de gesso no
forro.

Logo no pré-dimensionamento, o programa já traz os resultados prévios e indica os


pontos onde deverão ser feitas correções para adequação da estrutura. Como o programa
compartilha da tecnologia BIM (Modelagem de Informação da Construção), pôde-se analisar
e fazer todas as devidas modificações em 3D, facilitando a visualização dos resultados.

Na Figura 20 está disposta a estrutura completa, sendo exibida as fundações (sapatas


isoladas) em verde, os pilares em cinza, as vigas em um tom de azul escuro e as lajes em um
tom de azul claro.

Figura 20 - Estrutura completa em concreto armado

Fonte: Do autor (2022).


37

3.5.2.1 Orçamento do modelo convencional

Com os elementos extraídos da modelagem iniciou-se a etapa do orçamento. E, para


isso, foi utilizado como base a tabela SINAPI não desonerada, com referência do mês de
setembro de 2022, considerando os itens que mais se aproximariam dos orçados pelas
empresas no modelo em LSF.

Portanto, estão inclusos os itens gerais de serviços preliminares, fundações, estrutura


em concreto armado, alvenaria, revestimento interno e externo, sendo chapisco, emboço e
reboco para receber pintura e cerâmica nos lugares necessários, estrutura da cobertura, telhado
e limpeza da obra.

O BDI adotado para este empreendimento foi calculado utilizando a fórmula indicada
pelo Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC) contabilizando os gastos com
administração, impostos, taxas de risco e um lucro de 8%. O resultado ficou na faixa de 27%.

Para compilar os dados levantados na tabela SINAPI e seus respectivos valores de


mão de obra envolvidos no processo de cada item, foi construída uma planilha que está
disposta no Apêndice C. No final são considerados os valores de BDI e as considerações
feitas para melhor adequar este orçamento ao estudo.

3.5.3 Modelo em LSF

Para fazer o estudo do modelo em aço foi utilizado o software mCalcLSF (FIGURA
21), que foi desenvolvido pela empresa Stabile Engenharia LTDA (Porto Alegre/RS). O
programa é indicado para a modelagem, análise e dimensionamento das estruturas em LSF.
Como ele é relativamente novo no mercado, assim como o modelo construtivo, dispõem de
pouco material de apoio e consulta.
38

Figura 21 - Interface inicial do mCalcLSF

Fonte: Do autor (2022).

Dando início à modelagem precisa-se definir os perfis padrões que serão utilizados
durante o pré-dimensionamento, bem como outras informações como os travamentos,
comprimentos de flambagem, tipos de ligação entre painéis, tipos de parafusos e o tipo do
aço.

Na Figura 22 estão dispostas todas as configurações citadas, salientando que não foi
utilizado a duplicação automática de montantes de apoio do contraventamento e que os
travamentos foram selecionados com a indicação de que é de responsabilidade do usuário
considerar ou não estes fatores. As distâncias entre a aplicação dos parafusos ficou a definição
padrão do programa.

Geralmente os perfis que são colocados nesta etapa são comerciais, os perfis
engenheirados são considerados apenas para solução de possíveis obstáculos por encarecer a
obra. O aço adotado foi o ZAR-250, que tem uma resistência ao escoamento de 250 MPa e
uma resistência de ruptura de 360 MPa.
39

Figura 22 - Definições das estruturas padrões no software

Fonte: Do autor (2022).

A próxima etapa é a definição das cargas padrão (FIGURA 23) que serão consideradas
nos cálculos do pré-dimensionamento. Para determinar as cargas provenientes de ações
permanentes e variáveis foram considerados os cálculos feitos por Azevedo (2018), onde o
autor especifica as cargas para placas, revestimentos, entrepiso, telhado e materiais de
isolamento.

Já para as as ações mínimas de sobrecarga, a base levada em consideração foi a NBR


8800 (ABNT, 2008). O peso próprio da estrutura é calculado automaticamente levando como
base os valores definidos nesta etapa e os elementos adicionados na modelagem.
40

Figura 23 - Definição das cargas padrão

Fonte: Do autor (2022).

Após isso, são definidas as configurações das ações do vento na estrutura, que, para
uma estrutura em aço são de suma importância serem consideradas pelo impacto causado no
dimensionamento, diferentemente do que acontece em uma estrutura em concreto armado de
pouca altura, onde essas cargas acabam sendo menos influentes. O software utiliza como base
a norma brasileira de forças devidas ao vento em edificações.

Conforme a NBR 6123 (ABNT, 1988), a velocidade básica do vento (V0) é uma
média sobre rajadas de 3 segundos, medidas a uma altura de 10 metros do nível do terreno,
em lugar aberto e plano e pode ser extrapolado em média uma vez a cada 50 anos. Na Figura
24 apresenta-se o mapa de isopletas de velocidade básica do vento no Brasil, em m/s. Na seta
azul encontra-se marcado, aproximadamente, o município de Guaporé, onde tem-se um
resultado de 45 m/s.
41

Figura 24 - Mapa de isopletas de velocidade básica do vento no Brasil

Fonte: Do autor (2022).

O próximo passo é a definição dos fatores que serão utilizados nos cálculos da pressão
dinâmica. A velocidade característica (Vk) é a velocidade utilizada em projeto, sendo
considerados os fatores topográficos (S1), influência da rugosidade (obstáculos no entorno da
edificação) e dimensões da edificação (S2) e o fator de uso da edificação, que considera a vida
útil e o tipo de uso (S3).

Em posse destes valores multiplica-se a velocidade característica pelos fatores. O


resultado deste produto elevado ao quadrado e multiplicado por um fator de 0,613 chega-se à
pressão dinâmica do vento (TABELA 1). Todo este procedimento é feito de forma automática
no software, conforme a indicação do usuário.
42

Tabela 1 - Fatores e cálculo da pressão dinâmica do vento


FATOR TIPO VALOR
Terreno plano ou fracamente
TOPOGRÁFICO S1 1,00
acidentado
Rugosidade do terreno:
RELACIONA RUGOSIDADE,
Categoria IV
DIMENSÕES DA EDIFICAÇÃO S2 0,82
Dimensões da edificação:
E ALTURA SOBRE O TERRENO
Classe A
ESTATÍSTICO S3 Edificações Grupo 2 1,00
Vk = V0 . S1 . S2 . S3
PRESSÃO DINÂMICA Vk = 45 . 1 . 0,82 . 1 = 36,9 m/s
q = 0,613 . 36,9² = 83,5 kgf/m²
Fonte: Do autor (2022).

Após a definição pressão, o mCalcLSF executa a análise dos coeficientes de pressão e


forma das faces da estrutura para vento 0º e vento 90º, como demonstrado na Figura 25. Os
valores indicados com as letras a,b e c na figura são arbitrados pelo usuário, simulando as
dimensões gerais da edificação.

Figura 25 - Relações dos coeficientes de pressão e forma na estrutura

Fonte: Do autor (2022).


43

Conforme apresentado na Figura 26, o programa também faz uma apresentação dos
coeficientes de pressão e forma atuantes no telhado da edificação.

Figura 26 - Relações dos coeficientes de pressão e forma no telhado

Fonte: Do autor (2022).

Por fim, apresentam-se os coeficientes de pressão interna para ambos os ventos, 0º e


90º, que tem os valores estimados sem que seja considerado a real permeabilidade das faces
da estrutura, apenas uma estimativa da forma geométrica da estrutura. As considerações para
o trabalho foram de duas faces igualmente opostas impermeáveis e duas faces opostas e
permeáveis (FIGURA 27).

Figura 27 - Coeficientes de pressão interna para vento 0º e 90º

Fonte: Do autor (2022).


44

Com estes parâmetros definidos, para dar sequência na modelagem da edificação,


estima-se uma malha que, conforme abordado na revisão bibliográfica, pode ser 400 mm ou
600 mm. Neste caso foram adotados espaçamentos padrões de 600 mm entre montantes
(FIGURA 28), mas que podem ser modificados conforme a exigência de cada painel.

Figura 28 - Malha para início da modelagem de 600 x 600 mm

Fonte: Do autor (2022).

Em seguida, importa-se a planta baixa dos pavimentos em modelo DXF e ajusta-se


para que as melhores condições de modelagem sejam atendidas, procurando conciliar a parte
arquitetônica com a malha estipulada, tornando-a mais econômica.

Para dar início na modelagem da estrutura é necessário que sejam posicionadas as


guias (perfil U) dos painéis, conforme demonstrado na Figura 29. As guias em azul indicam
os painéis externos, enquanto as guias em verde simbolizam guias internas. Neste caso, as
linhas em cinza estão demonstrando os painéis superiores, que ficam projetados no andar
interior para o alinhamento da estrutura.

Juntamente com a inserção das guias, inicia-se o processo de distribuição dos


montantes (perfil Ue), parte muito importante da concepção, pois são os elementos por onde
as cargas são transmitidas para se dissipar nas fundações. O sistema pede que a estrutura seja
45

o mais alinhada possível, para que essa transmissão ocorra de forma direta sem sobrecarregar
os elementos horizontais.

Figura 29 - Estrutura do pavimento térreo

Fonte: Do autor (2022).

Na Figura 30 são demonstradas as guias e montantes do pavimento superior, apenas


ressaltando que os painéis PE 1, PE 3, PE 4 tem altura de apenas 1,00 m pois servem de
platibanda. Da mesma forma os painéis PE 5, PE 9 e PE 10 que estão dispostos como
guarda-corpo da varanda frontal.
46

Figura 30 - Estrutura do pavimento superior

Fonte: Do autor (2022).

Durante o processo de posicionamento das guias e distribuição dos montantes o


software disponibiliza a função de junção dos painéis, que pode ser feita em esquina ou
encontros perpendiculares. O tipo de ligação escolhido definirá a posição dos montantes neste
local, que será reforçado.

Partindo deste ponto, executou-se o lançamento das estruturas do telhado, iniciando


pelo posicionamento das platibandas, que são automaticamente compatibilizadas com os
montantes inferiores, dando continuidade à estrutura. Em seguida, são posicionadas as
47

tesouras metálicas com aproximadamente 1,20 m de distância entre elas (FIGURA 31). Por
fim é definido o ponto central do telhado (cumeeira) e feita a distribuição das terças.

Figura 31 - Estrutura do telhado

Fonte: Do autor (2022).

Com toda a estrutura lançada, faz-se a inserção das aberturas, que inicialmente são
posicionadas em planta baixa. Pode-se identificá-las já nas Figuras 26 e 27, apresentadas
anteriormente. Para as portas é possível identificar o lado em que a folha irá abrir, em
contrapartida para as janelas são apenas localizados os vãos onde elas serão instaladas.

Após a parte geométrica definida, parte-se para a etapa de verificação do


dimensionamento dos perfis. Primeiramente a estrutura que estava sendo modelada em duas
dimensões, passa a ser vista tridimensionalmente (FIGURA 32), com um dos módulos
48

disponíveis no programa, o mCalc3D. Nesta etapa também é possível gerar um arquivo IFC
(Industry Foundation Classes), o que permite a interligação da estrutura com os softwares que
utilizam a tecnologia BIM. Mas é recomendável exportá-la apenas com a finalização do
dimensionamento.

Figura 32 - Estrutura completa em IFC

Fonte: Do autor (2022).

Para fazer a envoltória foi utilizado cinco tipos de combinações de esforços para cada
estado, sendo o Estado Limite Último (ELU) e o Estado Limite de Serviço (ELS), totalizando
dez análises. Todos os fatores de ponderação e de combinação das ações foram extraídos da
norma NBR 14762 (ABNT, 2010), que indica os procedimentos e valores para
dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio.

Na Tabela 2 pode-se ver o resumo destas combinações, onde nas colunas de ELU e
ELS apresentam-se os coeficientes aplicados nas cargas da combinação. Já na coluna do fator
de combinação o valor é sempre unitário pois não ocorre mais de uma ação variável dentro da
49

combinação, pois ou se tem uma carga de vento ou sobrecarga. Isso se dá pois as ações
variáveis têm sentidos contrários.

Tabela 2 - Combinações de esforços


FATOR DE
COMBINAÇÃO ELU ELS
COMBINAÇÃO
AP ENTREPISO 1,4 1,0 1,0
AP PAREDE 1,4 1,0 1,0
1 SC ENTREPISO 1,5 1,0 1,0
AP TELHADO 1,4 1,0 1,0
SC TELHADO 1,5 1,0 1,0
AP ENTREPISO 1,0 1,0 1,0
AP PAREDE 1,0 1,0 1,0
2
AP TELHADO 1,0 1,0 1,0
VENTO 0º 1,4 1,0 1,0
AP ENTREPISO 1,0 1,0 1,0
AP PAREDE 1,0 1,0 1,0
3
AP TELHADO 1,0 1,0 1,0
VENTO 90º 1,4 1,0 1,0
AP ENTREPISO 1,0 1,0 1,0
AP PAREDE 1,0 1,0 1,0
4
AP TELHADO 1,0 1,0 1,0
VENTO 180º 1,4 1,0 1,0
AP ENTREPISO 1,0 1,0 1,0
AP PAREDE 1,0 1,0 1,0
5
AP TELHADO 1,0 1,0 1,0
VENTO 270º 1,4 1,0 1,0
Fonte: Do autor (2022).

Então, quando solicitado, o programa gera automaticamente o modelo de cálculo com


a geometria pré-definida na modelagem. Ele executa as análises de primeira e segunda ordem
para apontar as resistências de cálculo dos perfis no ELS. Segundo o desenvolvedor, o
software executa esta etapa toda embasado na normativa da NBR 14762 (ABNT, 2010),
sendo possível extrair um arquivo em texto detalhado para conferência dos cálculos de cada
perfil.
50

Segundo o programa, a estrutura está composta por aproximadamente 6300 barras.


Então, após o resultado do dimensionamento, o esqueleto aparece colorizado (FIGURA 33)
conforme o atendimento de cada perfil quanto às solicitações mínimas da norma. A hierarquia
do programa segue das cores mais frias, totalmente adequado às solicitações, até as cores mais
quentes, quando o perfil está próximo das exigências. A cor vermelha representa que o perfil
não está atendendo a norma.

Figura 33 - Primeiro dimensionamento da estrutura completa

Fonte: Do autor (2022).

Para a próxima etapa se disponibiliza de outro módulo que está inserido no software, o
mCalc_Perfis (FIGURA 34), ​que é uma calculadora de perfis de aço, onde pode-se verificar
as resistências de cálculo à compressão, tração, cortante (em duas direções) e flexão (em torno
dos dois eixos principais de inércia). A janela indica o tipo e as dimensões do perfil que está
51

sendo calculado e os ajustes podem ser feitos neste mesmo espaço, facilitando o recálculo dos
esforços.

Figura 34 - Cálculo de solicitações e resistências pelo mCalc_Perfis

Fonte: Do autor (2022).

Fazendo-se a análise individual de cada perfil que não estava de acordo com as
exigências mínimas, consegue-se adequar a estrutura para que todos os elementos atendam à
norma e garanta-se a segurança. Os ajustes foram feitos na espessura da alma do perfil (t) e na
mesa (bf), evitando modificar a altura da alma (bw), pois este influencia no encaixe dos perfis
e todos aqueles envolvidos com o perfil modificado precisariam ser adequados.

Então, com todos ajustes concluídos, chega-se ao modelo definitivo que será utilizado
para se obter os quantitativos e orçamentos. Algumas barras continuam aparecendo com a cor
amarelada, porém optou-se por permanecer com o dimensionamento efetuado, pois tratam-se
de guias superiores, que não recebem tanta carga e consegue-se manter os parâmetros do
perfil. Na Figura 35 observa-se a evolução do modelo.
52

Figura 35 - Estrutura definitiva com todos elementos atendendo as solicitações

Fonte: Do autor (2022).

Para especificar os elementos considerados na estrutura, está demonstrado na Figura


36 um dos painéis da composição da estrutura total. Pela Figura 30 consegue-se identificar o
elemento em questão como sendo o PE-2, painel frontal do segundo pavimento, que abriga as
aberturas dos dois dormitórios.

Foi adicionado uma numeração na imagem para facilitar o entendimento das


composições do painel. O número 01 indica os montantes, o 02 as guias, o 03 os
bloqueadores, o 04 a verga treliçada e o 05 os contraventamentos. Na parte inferior da
imagem pode-se ver a planta baixa deste objeto, identificando o sentido dos montantes.
53

Figura 36 - Painel frontal superior (PE-2)

Fonte: Do autor (2022).

3.5.2.2 Orçamento do modelo LSF

Com os quantitativos disponíveis, foi solicitado orçamento para as empresas da região


primeiramente e para algumas empresas de fora do estado para ampliar-se a análise dos
preços. Cabe ressaltar que, pelo modelo ser relativamente novo, houveram dificuldades para
se encontrar empresas mais próximas da cidade de Guaporé.

Assim sendo, foram enviados e-mails para dez empresas especializadas na venda e
montagem de sistemas em LSF. No conteúdo destas cartas eletrônicas estavam as plantas
baixas da residência e os resultados do dimensionamento obtidos no mCalcLSF,
compreendendo quantidades e espessuras de perfis e materiais para o fechamento. Não foram
contabilizadas as instalações hidrossanitárias e elétricas.

No escopo da solicitação não estava explícito uma formatação padrão de orçamento,


deixando livre para que as empresas o apresentassem da forma que costumam trabalhar
rotineiramente. Assim, acredita-se que facilitaria o retorno das corporações. Porém obteve-se
apenas três respostas, nenhuma sendo do Rio Grande do Sul.
54

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo será disposto os resultados obtidos através das bibliografias,


modelagem dos métodos construtivos, orçamentos e demais comparações relevantes aos
objetivos traçados para este estudo.

4.1 Comparativo das estruturas

Para traçar um comparativo foi analisada a modelagem dos dois sistemas construtivos,
sendo a estrutura em concreto armado lançada no Eberick e a estrutura em LSF lançada no
mCalcLSF. Ambos softwares traçam um dimensionamento das estruturas baseado em normas
e informações lançadas pelo usuário, que já foram abordadas neste trabalho.

As informações necessárias para o estudo foram retiradas das modelagens feitas com
os programas de dimensionamento e apresentam-se nos próximos itens, com um levantamento
quantitativo de materiais necessários para a execução de cada estrutura.

4.1.1 Estrutura em concreto armado

Tendo finalizado o dimensionamento e ajustes das barras de aço, o Eberick fornece


tabelas de resumo dos materiais envolvidos na concepção da estrutura. A Tabela 3 indica a
quantidade de aço, concreto e fôrmas que serão necessários para a construção, a indicação é
feita primeiramente separando os itens por pavimento e também separando os elementos de
cada pavimento. O peso do aço é acrescido em uma porcentagem para garantia de que terão
barras o suficiente para executar os pedaços conforme os comprimento solicitados no projeto.
55

Tabela 3 - Resumo de materiais da estrutura em concreto armado por pavimento


Peso do aço Volume de Área de
Pavimento Elemento
+10 % (kg) concreto (m³) forma (m²)
Vigas 328,8 3,4 55,6
Cobertura Pilares 261,5 2,4 36
Lajes 230,4 6,5 65
Vigas 673,2 6,9 100,6
Segundo
Pilares 306,1 3,3 49,8
Pavimento
Lajes 438 10,2 102,3
Vigas 422,6 5,8 84,2
Térreo Pilares 158,4 1 23,7
Fundações 238,8 5,3 23,5
TOTAL 3057,8 44,8 540,7
Fonte: Do autor (2022).

Além desta, também consegue-se obter a quantidade de aço por bitola, como
apresentado na Tabela 4. Nesta tabela se separou as quantidades por elemento, além de
salientar o tipo de aço adotado no dimensionamento, CA-60 para os estribos e CA-50 para as
demais bitolas.

Tabela 4 - Quantidade de aço por bitola e por elemento

Diâmetro Peso + 10 % (kg)


Aço
(mm) Vigas Pilares Lajes Fundações TOTAL
CA-50 6,3 48,7 0 436,8 0
CA-50 8 916,1 0 56,3 0
2.493,00
CA-50 10 187,4 509 72,1 204
CA-50 12,5 27,8 0 0 34,8
CA-60 5 244,6 217 103,2 0 564,8
Fonte: Do autor (2022).

4.1.2 Estrutura em LSF

Com o modelo em LSF pronto, consegue-se extrair do mCalcLSF a quantidade de


perfis, revestimentos e materiais isolantes necessários para a construção. Pode-se ver na
Tabela 5 o tipo e a quantidade de perfis necessários, sendo exibido o comprimento e o
respectivo peso.
56

Tabela 5 - Resumo dos perfis de aço indicando comprimento e peso


Perfil L Total (mm) Peso Total (kgf)
RET 35 x 0.95 (contraventamento) 228691,00 285,86
UENR 140 x 40 x 12 x 1.25 756572,00 1732,05
UENR 90 x 40 x 12 x 1.25 338580,00 608,94
IENR 140 x 70 x 12 x 1.25 x 1 22100,00 128,16
IENR 140 x 40 x 12 x 1.25 x 1 140440,00 644,50
IENR 90 x 40 x 12 x 1.25 x 1 19480,00 70,26
IENR 90x40x12x1.25x0 TR 166 28000,00 101,00
CART 30 x 40 x 12 x 0.8 148399,00 106,84
CA 200 x 50 x 17 x 2.65 212954,00 2801,88
CA 140 x 46 x 12 x 1.25 4820,00 22,90
CA 120 x 46 x 12 x 1.25 7800,00 34,50
][ 142 x 40 x 1.25 x 1 12864,00 40,92
][ 142 x 40 x 2 x 1 13691,00 148,38
][ 102 x 40 x 2 x 1 684,00 743,84
[ 202 x 40 x 1.25 66126,00 175,72
[ 142 x 50 x 1.25 15316,00 35,50
[ 142 x 50 x 2 21200,00 77,80
[ 142 x 40 x 1.25 481069,00 937,33
[ 142 x 40 x 2.65 183351,00 130,73
[ 102 x 40 x 2.65 40063,00 42,62
[ 92 x 40 x 1.25 140801,00 228,83
[ 92 x 40 x 0.95 17279,00 21,60
Fonte: Do autor (2022).

Além dos perfis, também pode-se retirar as quantidades de parafusos necessários para
montagem da estrutura e revestimentos. Como apresentou-se na Figura 22, foram adotados
parafusos sextavados a cada 300 mm para ligação entre painéis, e parafusos de cabeça
flangeada também a cada 300 mm para ligação entre montantes e guias. Na Tabela 6 é
possível ver a quantidade necessária indicada pelo software, bem como a bitola desses
elementos.

Tabela 6 - Resumo de comprimento e peso dos perfis de aço


Tipo Quantidade Bitola
Cabeça Flangeada 8190,00 4.2(nº8) x 13(1/2")
Sextavado 1216,00 4.2(nº8) x 13(1/2")
Fonte: Do autor (2022).
57

Outros dados possíveis de serem extraídos do software são as quantidades de placas de


revestimento, manta hidrófuga e material de isolamento térmico (lã de vidro ou lã de rocha).
Na Tabela 7, apresenta-se os materiais, seus quantitativos e o peso de cada item.

Tabela 7 - Resumo de materiais sistema LSF


Material Quantidade Dimensões Peso Un. Peso (kgf)
OSB 112,00 un 1200x2400 28,00 3136,00
Gesso 413,00 un 1200x1200 20,00 8260,00
Manta hidrófuga 15588,05 m² - 0,13 2026,45
Isolamento térmico 1437,03 m³ - 30,00 43110,68
Fonte: Do autor (2022).

4.1.3 Comparativo entre as estruturas

Os sistemas estudados neste trabalho possuem grandes diferenças em vários aspectos,


porém consegue-se traçar alguns comparativos quando analisados em uma mesma edificação.
Para esclarecer alguns pontos, foi desenvolvido um quadro comparativo (QUADRO 1) com
algumas das principais singularidades de cada método. Cabe salientar que ambos atingem os
objetivos que se propõem.

Quadro 1 - Comparativo entre as estruturas em concreto armado e LSF


SISTEMA EM CONCRETO
SISTEMA EM LSF
ARMADO

Distribuição com cargas pontuais Distribuição com cargas lineares


FUNDAÇÕES
Carga: 222.850,00 kgf Carga: 65.655,00 kgf

Estrutura já se comporta como


FECHAMENTO Necessário fechamento em alvenaria
fechamento
Alocadas posteriormente na alvenaria, Já alocadas nos painéis, com
ABERTURAS
com precisão em centímetros precisão milimétrica
Já calculados os perfis das treliças
TELHADO não é calculada comumente
e terças
Fonte: Do autor (2022).

Um ponto importante a ser destacado é a diferença entre cargas transmitidas para a


fundação dos dois métodos. A carga transmitida pela estrutura em aço é, aproximadamente,
58

30% da carga que é gerada pela estrutura em concreto armado. Considerando as cargas que as
duas estruturas estão sujeitas, as cargas que se diferem são relativas ao peso próprio da
estrutura e revestimentos. A carga relativa ao peso próprio da estrutura é a que tem maior
impacto na diferença entre os dois sistemas. Esta diferença nas cargas, pode representar uma
economia nas fundações da estrutura LSF, cabendo ressaltar que o projeto de fundações
sempre está relacionado à resistência do solo.

Segundo Molin e Malandrin (2017), no LSF, os painéis autoportantes são a parte da


estrutura responsável por distribuir as cargas absorvidas e transmiti-las à fundação, ou seja,
têm capacidade de absorver os esforços provenientes de cargas verticais oriundas do peso
próprio da estrutura e cargas acidentais decorrentes da utilização. Mas também são
encarregados de resistir aos esforços horizontais, provenientes do vento e servem como
fechamento da estrutura.

Portanto, a estrutura do LSF também é o fechamento, resumindo dois processos em


apenas uma montagem. Enquanto a estrutura de concreto armado demanda de montagem e
concretagem para os elementos e, apenas após a cura, é executado o fechamento em alvenaria.
Ou seja, o sistema estrutural em concreto armado acaba demandando mais mão de obra e
tempo para sua execução.

Mais um ponto identificado como sendo uma diferença entre as duas estruturas é a
disposição e precisão das aberturas. Enquanto no sistema LSF as aberturas são identificadas e
dispostas já na montagem do painel com uma precisão milimétrica, as aberturas no sistema
em concreto armado são executadas durante a etapa do fechamento em alvenaria, porém sem
tanta precisão e com necessidade de execução de verga e contraverga em concreto armado.

Na parte da cobertura, como os dois sistemas têm uma grande receptividade para
diversas tipologias de telhados, foram consideradas estruturas em tesouras para os dois, sendo
em madeira para o sistema convencional e metálica para o sistema LSF. A diferença principal
entre eles é que, comumente, não se é dimensionado as tesouras em madeira para estrutura do
sistema convencional, enquanto para a estrutura em LSF já se dimensionam os perfis das
59

tesouras juntamente com o restante da estrutura, o que ocasiona uma maior segurança e
precisão no levantamento quantitativo.

4.2 Orçamentos

Para a realização dos orçamentos nos dois modelos foram considerados os dados
resultantes da modelagem das estruturas. No modelo em concreto armado e alvenaria
convencional os dados foram obtidos através da tabela SINAPI, já para o modelo LSF foram
adotadas pesquisas de mercado.

4.2.1 Orçamento em LSF

Na Tabela 6 identificam-se os retornos dados apenas por empresas de fora do estado,


sendo os orçamentos 01 e 03 de São Paulo e o orçamento 02 de Belo Horizonte. Em nenhum
dos casos foi disponibilizado o valor do transporte, apesar de ter sido explicitamente
solicitado. Provavelmente, a grande distância tenha influenciado em se obter um valor real de
transporte, por este motivo as empresas decidiram não enviar nenhuma cotação.

Tabela 6 - Orçamentos do modelo em LSF

ABRANGÊNCIA ORÇAMENTO 01 ORÇAMENTO 02 ORÇAMENTO 03

FUNDAÇÕES - -

ESTRUTURA R$ 128.301,25 R$ 306.893,47


R$ 247.093,56
MATERIAIS R$ 138.902,77

MÃO DE OBRA - R$ 142.168,49 -

TRANSPORTE - - -
Fonte: Do autor (2022).

Apesar de cada orçamento apresentar itens divergentes, a parte principal, estrutura e


materiais de fechamento, está englobada em todos. Consegue-se observar que, em geral, os
orçamentos estão correntes. Pelas fundações não estarem no escopo de comparação do estudo,
o orçamento 03 será desprezado, porém ele foi apresentado para firmar a coerência dos outros
retornos.
60

Então, a fim de se traçar um comparativo verossímil entre os sistemas, será


contabilizado o orçamento 02, por ser o único que contém valores estimados para mão de
obra, assim também deixando de lado o orçamento 01.

Vale salientar que estes são os valores finais, portanto englobam o BDI, com uma
margem de lucro definida pelo fornecedor, que não está aparente para a pesquisa. Também é
necessário informar que nenhum tipo de negociação foi firmada com as empresas, tornando o
primeiro retorno enviado como preço final.

4.2.2 Orçamento alvenaria convencional

Conforme os procedimentos detalhados no item 3.5.2.1 deste estudo, o valor total do


orçamento para o modelo convencional ficou em R$273.680,67. Para conseguir se comparar
com o único orçamento em LSF que disponibilizou o item mão de obra, foi suprimido do
orçamento a parte de fundações. Portanto o valor final ficou em R$260.339,43. Deste valor,
contabilizou-se R$76.159,26 de mão de obra. No Apêndice C está disponível a tabela
orçamentária produzida pelo autor.

4.2.3 Comparativo de preços

Traçando uma comparação direta entre os valores, o LSF ficou aproximadamente 49%
mais caro. Os elevados reajustes no preço do aço desde 2019 e a alta do dólar, que incentiva a
exportação do material, são alguns dos fatores que influenciam na diferença do preço.

Como pode-se ver no gráfico da Figura 37, os valores de mão de obra geram grande
influência nos valores finais. Enquanto os gastos com operários no sistema em alvenaria
chegam a aproximadamente 29,3% do valor total, para o LSF essa porcentagem se eleva para
36,5%.

Esse fato pode ocorrer porque a mão de obra para o sistema em aço precisa ser
especializada, exigindo qualificação. Em contrapartida, para o sistema convencional, apesar
de demandar mais tempo de mão de obra, comumente não é qualificada, tornando-a menos
influente nos gastos.
61

Figura 37 - Valores totais e mão de obra dos dois sistemas

Fonte: Do autor (2022).

Cabe ressaltar que não disponibilizou-se dos valores de lucro e especificação de


possíveis despesas extras embutidas pelas empresas especializadas em LSF, o que também
pode ocasionar algum tipo de inflação e acarretar na alta divergência entre os orçamentos. A
tabela SINAPI também pode não demonstrar valores aplicados pelas construtoras no
município, por estes dependerem de vários fatores como a disponibilidade de tempo e
complexidade da obra.

A maioria dos estudos feitos comparando orçamento entre estes dois sistemas
chegaram em valores mais expansivos para o LSF, assim como o estudo de Oliveira e Lopes
(2014), que chegou a 31% de diferença entre os preços em 2014. Porém, ocorria a notável
diminuição da distância conforme o passar dos anos e a expansão do modelo. Tanto que em
2019, o estudo de Firmino (2019) conseguiu atingir valores favoráveis para o LSF em uma
comparação de residência popular. Mas depois deste período, conforme já comentado sobre as
altas inflações no preço do aço, voltou a se destacar uma diferença de valores no estudo de
Grubler (2021).

Vale salientar que, para uma análise mais profunda, se dispõem de vários fatores,
como a localização e o interesse das empresas especializadas em fazer a implantação da
62

construção. Em cidades do interior ainda é visível a diferença de preços, que se deve ao fato
das empresas especializadas ainda estarem centralizadas nas grandes cidades.

4.3 Tempo de construção

Como as empresas solicitadas não deram retorno sobre o tempo estimado para a
construção em LSF, também não foi estipulado o tempo necessário para o modelo
convencional. Porém, com o referencial teórico consegue-se ter uma noção das diferenças de
cada método e do que se espera neste comparativo.

De modo geral, o tempo de construção é muito influenciado pela tipologia construtiva


empregada, mas também pelo cronograma e demanda de mão de obra adotada. Em situações
normais, os sistemas industrializados garantem vantagem por serem produzidos em indústrias
e transportados para o canteiro de obras apenas para montagem.

Alguns pontos de destaque quanto às vantagens que o sistema LSF apresenta contra a
alvenaria convencional, são os sistemas de fixação mecânico ao invés de cimento e a
facilidade nas instalações elétricas e hidrossanitárias, sem necessidade de rompimentos e
retrabalhos.

Outro ponto importante a ser destacado é que a diferença entre o peso dos materiais
necessários para execução de cada sistema acaba influenciando também no tempo de
construção. Assim, acredita-se que isso corrobora com o resultado quanto ao prazo de
execução, uma vez que a leveza estrutural do LSF permite uma maior facilidade no
transporte, manuseio e montagem da estrutura, reduzindo o tempo necessário para a execução
da mesma.

4.4 Desempenho termoacústico

Para traçar um comparativo entre os modelos de alvenaria convencional e LSF no


âmbito de desempenho térmico e acústico foi utilizado o estudo de Ferreira (2015). Por meio
da norma brasileira de desempenho, a autora analisou os sistemas com o intuito de ver se
ambos a atendiam e qual seria melhor categorizado. Neste estudo foram consideradas apenas
paredes cegas, ou seja, sem contabilizar as possíveis aberturas. Portanto, para que o sistema
63

num todo atenda aos níveis de desempenho apresentados, faz-se necessário que as aberturas
também apresentem os mesmo, ou superiores, níveis.

4.4.1 Desempenho acústico

Com a finalidade de analisar a perda de transmissão sonora nas edificações foram


utilizados os valores de referência da NBR 15575 (ABNT, 2013) para a alvenaria
convencional e dados calculados pela autora conforme o índice de redução sonora (Rw) dos
elementos das placas em LSF.

Ferreira (2015) utilizou dois tipos de paredes em LSF para esta análise, paredes de
fachada (PF) e paredes de geminação (PG), sendo que esta última se refere a divisória entre
moradias ou entre cômodos da mesma residência. Já para as paredes em alvenaria foram
utilizadas diferentes espessuras de reboco e uma parede revestida com placas de gesso
acartonado. Todas as configurações estão apresentadas e detalhadas no Quadro 2.

Quadro 2 - Configurações das paredes em LSF e alvenaria para as análises sonoras


LSF ALVENARIA
TIPO CONFIGURAÇÃO TIPO CONFIGURAÇÃO
Placa cimentícia 10mm
PF - 01 Lã de vidro 50mm BLOCO 14x19x29 cm e 19x19x29 cm
Placa gesso acartonado 12,5mm
Placa OSB 11,1mm
PF - 02 Siding vinílico 1mm PA - 02 REBOCO 1,5 cm (em ambas as faces)
Placa gesso acartonado 12,5mm
Placa OSB smartside 11,1mm
REBOCO 2,5 cm (externo)
PF - 03 Membrana impermeável 1mm PA - 03
REBOCO 1,0 cm (interno)
Placa gesso acartonado 12,5mm
2x Placa gesso acartonado 12,5mm
PG - 01 Lã de vidro 50mm PA - 04 REBOCO 3,0 cm (em ambas as faces)
2x Placa gesso acartonado 12,5mm
2x Placa gesso acartonado 12,5mm PLACA GESSO ACARTONADO
resistente ao fogo (12,5mm colada em uma face)
PG - 02 Lã de vidro 50mm PA - 05 PLACA GESSO ACARTONADO
2x Placa gesso acartonado 12,5mm (12,5mm fixada em estrutura metálica
resistente ao fogo com lã de vidro 20mm)
Fonte: Ferreira (2015).
64

Nos Quadros 3 e 4 podem ser observados os resultados obtidos nos estudos que foram
realizados levando em consideração as três classes de ruídos apresentadas na norma, traçando
um comparativo para ver quais configurações estariam em conformidade e qual o nível de
desempenho apresentado referente a estas classes.

Quadro 3 - Comparativo de redução sonora entre paredes de fachada de LSF e alvenaria

Fonte: Ferreira (2015).

Quadro 4 - Comparativo de redução sonora entre paredes de geminação de LSF e alvenaria

Fonte: Ferreira (2015).


65

Conforme a análise feita por Ferreira (2015), as paredes em LSF que tem algum
material isolante embutido em sua composição apontam um isolamento acústico superior que
as paredes em alvenaria com reboco. Como as paredes em alvenaria não são usualmente
revestidas com gesso, pode-se desconsiderar este modelo e afirmar que, num geral, as paredes
em LSF apresentam um desempenho mais vantajoso quanto à transmissão de som entre os
ambientes.

4.4.2 Desempenho térmico

Analisando o comportamento das paredes quanto ao isolamento da temperatura,


Ferreira (2015) também traçou um comparativo utilizando as mesmas formatações de paredes
de fachada das análises acústicas. Além disso, frisou que as aberturas são de suma
importância para a transmitância e inércia térmica em um ambiente, apesar de não estarem
contabilizadas no estudo, sendo apenas contabilizadas as configurações de parede
apresentadas.

Quadro 5 - Comparativo de desempenho térmico entre paredes de LSF e alvenaria

Fonte: Ferreira (2015).

O estudo de Ferreira (2015), conforme Quadro 5, obteve dados que ambos os sistemas
atingem os requisitos da norma de desempenho quando as paredes em LSF estão em
condições favoráveis de ventilação, sombreamento, forração e cores da fachada para
atingirem as solicitações. Por outro lado, as paredes em alvenaria não necessitam de
condições específicas para atingirem um resultado satisfatório.
66

4.5 Comparativo geral

Em seguida, no Quadro 5, apresenta-se um comparativo geral dos dois métodos


construtivos que foram alvo deste estudo.

Quadro 5 - Vantagens e desvantagens dos sistemas LSF e alvenaria convencional

ALVENARIA CONVENCIONAL LSF

VANTAGEM DESVANTAGEM VANTAGEM DESVANTAGEM


Fundações mais
Cargas baixas,
robustas devido às
FUNDAÇÕES - reduzindo a dimensão -
exigências de
das fundações
grandes cargas
Alta capacidade de Baixo peso próprio,
número de
resistência, Peso próprio material de alta
ESTRUTURA pavimento
permitindo grandes elevado resistência e
limitados
vãos. durabilidade
Necessidade de
Revestimentos
revestimento
VEDAÇÃO E industrializados,
- manual (chapisco...) -
REVESTIMENTO ampla disponibilidade
gerando grande
de materiais
volume de trabalho
Possuir bom Dificuldade na Facilidade na Custo elevado dos
ASPECTOS DE
desempenho implementação de implementação de materiais para
DESEMPENHO
termoacústico materiais isolantes materiais isolantes isolamento
Grande retrabalho Embutidas, facilidade
INSTALAÇÕES - na instalação e na execução e -
manutenção manutenção
Método mais Agilidade na
TEMPO DE artesanal, necessita construção que se dá
- -
EXECUÇÃO de maior quantidade pela industrialização
de mão de obra dos materiais
Maioria das vezes é
Mão de obra
MÃO DE OBRA Custo inferior informal e não Custo elevado
especializada
especializada
Controle rigoroso de
Sem um grande
CONTROLE DE qualidade, produção
- controle de -
QUALIDADE executada dentro de
qualidade
uma indústria
Alto consumo de
água e cimento
Pouco desperdício de
(altamente poluente
SUSTENTABILIDADE - materiais e baixo -
na sua produção),
consumo de água
além da geração de
resíduos
Fonte: Do autor (2022).
67

5 CONCLUSÃO

A presente monografia visou a comparação entre o sistema construtivo convencional


em concreto armado e o sistema em LSF com o objetivo de explorar alternativas para o setor
da construção civil. Para isso foi feito um estudo de caso, por meio do desenvolvimento de
dois projetos estruturais e orçamentos para uma mesma residência em Guaporé/RS, além de
um comparativo entre aspectos qualitativos com base em revisão bibliográfica.

Do resultado obtido com os projetos estruturais, pode-se destacar que a diferença entre
cargas transmitidas para a fundação é relativamente grande. Neste caso, a estrutura em LSF
transmite uma carga de, aproximadamente, 30% da carga do sistema convencional,
considerando que as cargas que se diferem são relativas ao peso próprio da estrutura e
revestimentos.

Outro destaque resultante da análise é que a estrutura do LSF também é o fechamento,


resumindo os dois processos do sistema convencional, que é de concretagem e posterior
fechamento, em apenas uma montagem. Ou seja, o sistema estrutural em concreto armado
acaba demandando mais mão de obra e tempo para sua execução.

No campo dos orçamentos, o sistema industrializado ficou demasiadamente oneroso


quando comparado com o modelo convencional, chegando a ser 49% mais caro. Entretanto,
pode-se afirmar que o orçamento do modelo LSF trabalha com maior exatidão,
diferentemente do modelo convencional que acabam acontecendo diversos imprevistos e
improvisações na execução que acarretam em maiores valores.
68

Vale frisar que não se disponibilizou dos dados de lucro das empresas particulares, o
que pode ocasionar uma maior diferença com o valor estipulado para o cálculo do sistema em
concreto armado.

Além disso, os fortes reajustes no preço do aço fizeram com que, um método que
vinha conseguindo alcançar valores competitivos devido às suas atrações, ficasse um pouco
distante dos seus concorrentes.

Assim, foi possível concluir que o sistema construtivo LSF, no geral, é mais vantajoso
nos aspectos de controle qualidade, desempenho, produtividade, prazo, manutenção e impacto
ambiental na construção, pouco consumo de água e geração de resíduos. Contudo, em termos
de durabilidade, disponibilidade de material e mão de obra, facilidade de construção (não
precisa de mão de obra qualificada) e preço, a alvenaria convencional se mostra superior.

No entanto, fica evidente que, com o aumento da demanda por desempenho e


racionalização, o LSF vem ganhando espaço no território brasileiro. Porém o mercado ainda
não está preparado para atender em larga escala este modelo, principalmente nas regiões do
interior. Cabe ressaltar que, além deste fato, o método convencional se nomeou assim por já
estar estabelecido e ter se adaptado muito bem às condições socioeconômicas do país.

Portanto, com a exposição de todos itens apresentados, considera-se que objetivo do


trabalho foi atingido e, embora cada sistema tenha suas vantagens e desvantagens, ambos
cumprem seu papel e são eficientes, quando executados de forma correta. Com a constante
evolução da construção civil, entre técnicas, materiais e métodos, cabe aos profissionais
fazerem a melhor opção que melhor se adapte ao empreendimento em questão e introduzir as
modernizações no mercado brasileiro.
69

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas


de concreto - Procedimento. Versão corrigida. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

____. ABNT NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto
de edifícios. Segunda edição. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.

____. ABNT NBR 14762: Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis
formados a frio - Procedimento. Segunda edição. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.

____. ABNT NBR 15575: Edificações habitacionais - Desempenho Parte 1: Requisitos


gerais. Quarta edição. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.

BATISTA, Rafael Cavicchioli. Análise estrutural de uma residência constituída por perfis
galvanizados de pequena espessura formados a frio segundo o sistema construtivo a seco
light steel framing (LSF). 2011. 34 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia
Mecânica, Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
2011.

BENVENUTTI, Bianca. Comparação do comportamento térmico de diferentes


composições de painéis de vedação do sistema light steel framing. 2020. 82 f. TCC
(Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2020.

BORTOLOTTO, Ana Larissa Koren. Análise de viabilidade econômica do método light


steel framing para construção de habitações no município de Santa Maria-RS. 2015. 101
f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Maria, Santa
Maria, 2015.
70

BRESCOVIT, Amarildo Sodré. Avaliação de custo entre o sistema construtivo light steel
frame (LSF) e o sistema convencional. 2017. 96 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia
Civil, Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017.

CAMPOS, Patrícia Farrielo de. Light steel framing: uso em construções habitacionais
empregando a modelagem virtual como processo de projeto e planejamento. 2014. 198 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2014.

CASSAR, Bernardo Camargo. Análise comparativa de sistemas construtivos para


empreendimentos habitacionais: alvenaria convencional x light steel frame. 2018. 108 f.
TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2018.

CRASTO, Renata Cristina Moraes de. Arquitetura e tecnologia em sistemas construtivos


industrializados: light steel framing. 2005. 254 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Civil, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2005.

DAMETTO, Luan. Análise dos custos de habitações de interesse social em light steel
framing e sistema convencional no Vale do Taquari. 2017. 138 f. TCC (Graduação) - Curso
de Engenharia Civil, Universidade do Vale do Taquari, Lajeado, 2017.

DEGANI, Jonathan Albert. Construção modular em light steel frame: comparativo com
construção em alvenaria convencional. 2017. 48 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia
Civil, Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2017.

DINIZ CR, SILVA IB. Metodologia científica. Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN -
EDUEP, 2008. Disponível em: http://www.ead.uepb.edu.br/
ava/arquivos/cursos/geografia/metodologia_cientifica/Met_Cie_A04_M_ WEB_310708.pdf.
Acesso em: 26 mai. 2022.

DO NASCIMENTO, F. B. C.; SOARES, A. P. F.; SANTANA, E. L. Aplicação dos


pré-moldados na construção civil. Caderno de Graduação - Ciências Exatas e Tecnológicas -
UNIT - ALAGOAS, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 41–54, 2016. Disponível em:
https://periodicos.set.edu.br/fitsexatas/article/view/3090. Acesso em: 15 mai. 2022.

DOGONSKI, Betina Lopes. Estudo da viabilidade técnica e econômica do método


construtivo light steel frame em habitações sociais. 2016. 63 f. TCC (Graduação) - Curso
de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,
Santa Rosa, 2016.

El DEBS, Mounir Khalil. Concreto pré-moldado: fundamentos e aplicações. 2. ed. São


Paulo: Oficina de Textos, 2017. 75 p.

ENTRINGER, Katlin Leppaus; COSTA, Mericley Davel da; CINTRA, Rafaela Arrigoni;
NEVES, Mariana Daré Araujo. LIGHT STEEL FRAME: A CRIAÇÃO DE UMA STARTUP
QUE PODE ALAVANCAR O MÉTODO CONSTRUTIVO NO ESPÍRITO SANTO. Revista
Científica Cosmos Acadêmico, Cariacica, v. 6, n. 1, p. 41-60, jul. 2021.
71

FERREIRA, Rafaela Costa Lima. Desempenho de vedações verticais em light steel


framing e alvenaria de blocos cerâmicos: estudo comparativo. 2015. 76 f. TCC
(Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2015.

FIRMINO, Adamis Kaike da Silva. Análise comparativa orçamentária dos sistemas


construtivos alvenaria convencional, alvenaria estrutural e light steel frame. 2019. 84 f.
TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Centro Universitário Cesmac, Maceió, 2019.

FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da pesquisa científica. Ceará: Universidade
Estadual do Ceará, 2002.

FRANQUETO, Rafaela; DELPONTE, Angelo Antonio; FRANQUETO, Renan.


IDENTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS GERADOS NO PROCESSO PRODUTIVO DE
PRÉ-MOLDADOS DE CONCRETO. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental,
[S.l.], v. 9, n. 1, p. 667-681, abr. 2020. ISSN 2238-8753. Disponível em:
<http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/gestao_ambiental/article/view/4863/4957
>. Acesso em: 23 mai. 2022. doi:http://dx.doi.org/10.19177/rgsa.v9e12020667-681.

FRASSON, Karine Crozeta; BITENCOURT, Marcos. Análise comparativa dos sistemas


construtivos alvenaria convencional e light steel frame: um estudo de caso em residência
unifamiliar. 2017. 58 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia, Universidade do Sul de
Santa Catarina, Tubarão, 2017.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre:
Editora da UFRGS, 2009.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas
S.A., 1987.

GRUBLER, Taleson Huppes. Estudo comparativo entre os métodos construtivos light


steel frame, alvenaria convencional e alvenaria estrutural. 2021. 91 f. TCC (Graduação) -
Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul, Ijuí, 2021.

LOURENÇO, Maurício da Costa. Elaboração do custo unitário básico para o sistema


construtivo de light steel frame aplicado a uma residência unifamiliar. 2018. 88 f. TCC
(Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.

MARCO, Marina Drummond de. Industrialização na construção civil pré-fabricados em


concreto armado. 2015. 59 f. Monografia (Especialização) - Curso de Especialização em
Construção Civil, Departamento de Engenharia de Materiais e Construção, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015. Disponível em:
http://hdl.handle.net/1843/RAOA-BDGL9D. Acesso em: 22 mai. 2022
72

MOLIN, Brayan Heron de Castro Dall; MALANDRIN, Lucas Lima. Comparativo de custo
entre os sistemas construtivos alvenaria convencional, light steel frame e wood frame
para habitação popular. 2017. 97 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2017.

OLIVEIRA, Danielle Maciel de; LOPES, Diego Ferreira. Alvenaria Convencional x Light
Steel Framing. 2014. 63 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Instituto Doctum
de Educação e Tecnologia, Caratinga, 2014.

RIBEIRO, Marcellus Serejo; JðNIOR., Camilo Michalka. A contribuição dos processos


industriais de construção para adoção de novas tecnologias na construção civil no Brasil.
Revista Vértices, [S.L.], v. 5, n. 3, p. 89-107, 2003. Essentia Editora.

SILVA, Morgana de Lara Medeiros da. Um estudo sobre a industrialização da construção


civil para aplicação em habitações populares. 2018. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Engenharia Civil) - Curso de Engenharia Civil, Centro Universitário
CESMAC, Maceió, 2018.

SIRTOLI, Alex Sandro Couto. Industrialização da construção civil, sistemas


pré-fabricados de concreto e suas aplicações. 2015. 77 f. TCC (Graduação) - Curso de
Engenharia Civil, Centro de Tecnologia, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria,
2015.

SOUZA, Eduardo Luciano de. Construção civil e tecnologia: estudo do sistema


construtivo light steel framing. 2014. 137 f. Monografia (Especialização) - Curso de
Construção Civil, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.

STABILE ENGENHARIA LTDA (Rio Grande do Sul). MCalcLSF - PROGRAMA PARA


PROJETOS DE ESTRUTURAS LIGHT STEEL FRAMING. Porto Alegre. 143 p.
Disponível em: https://www.stabile.com.br/manuais/Manual_mCalcLSF.pdf. Acesso em: 09
ago. 2022.

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1988.

WORLD STEEL ASSOCIATION. October 2021 crude steel production. 2021. Disponível
em:
https://worldsteel.org/media-centre/press-releases/2021/october-2021-crude-steel-production.
Acesso em: 28 maio 2022.
73

APÊNDICES
74

APÊNDICE A - Planta baixa do térreo


75

APÊNDICE B - Planta baixa do pavimento superior


76

APÊNDICE C - Orçamento do modelo convencional com base na tabela SINAPI


77
78
79

Você também pode gostar