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CETI DEPUTADA FRANCISCA TRINDADE

2ª SÉRIE “B”
PROF.ª: Suzana Nunes
PERÍODO: Agosto / Setembro

APOSTILA DE HISTÓRIA
CONTEÚDOS:
 Iluminismo
 Revolução Industrial
 Movimentos de resistência à escravidão

I. ILUMINISMO: A razão em busca de liberdade

O Iluminismo (também conhecido como Ilustração ou Esclarecimento) foi um


movimento social, intelectual e filosófico que se desenvolveu, principalmente, na Inglaterra e
na França entre os séculos XVII e XVIII.
As ideias defendidas pelos pensadores iluministas espalharam-se para outros centros
culturais da Europa e acabaram inspirando transformações políticas em várias sociedades da
época, tanto na Europa quanto na América, como a Revolução Francesa e revoltas das
colônias contra as metrópoles europeias.

A crítica iluminista ao Antigo Regime


Ao expressar anseios de mudanças sociais, os iluministas criticaram as estruturas do
Antigo Regime, entre elas o absolutismo monárquico. Essas críticas incorporavam, em grande
medida, um ideário que agradava aos burgueses.
Para o historiador Eric Hobsbawm, libertar o ser humano de certas “algemas” que o
prendiam parecia ser o objetivo de muitos iluministas. Entre essas “algemas”, estavam o
tradicionalismo religioso, as práticas consideradas supersticiosas e o poder da magia, além da
divisão social baseada em uma hierarquia de estratos determinada pelo nascimento.
Foi nesse contexto que diferentes pensadores iluministas formularam teorias em
defesa:

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 Do liberalismo político e econômico (contra o absolutismo e o mercantilismo), com
base, sobretudo, na não intervenção do Estado na economia, na divisão de poderes
dentro do Estado e na formação de governo representativos;
 Da igualdade jurídica entre as pessoas (contra a desigualdade existente na sociedade
estamental);
 Da tolerância religiosa (contra o poder e o tradicionalismo da Igreja), pela qual as
pessoas teriam liberdade para escolher e seguir a religião que quisessem, sem a
imposição do Estado;
 Da liberdade de expressão, da educação do povo, etc.
Os iluministas acreditavam que tais elementos eram essenciais para a edificação de
uma sociedade mais justa e mais livre.

A razão iluminista
Desde o Renascimento, o racionalismo firmava-se como o modo de pensar dominante
entre os intelectuais europeus. Valorizava-se cada vez mais o papel da razão, do pensamento
lógico, na tarefa de explicar o mundo, as sociedades e os seres humanos. Essa atitude
contribuiu para o desenvolvimento das ciências e das tecnologias.
No plano filosófico, o Iluminismo foi a expressão mais concreta da tendência
racionalista. Daí vem a designação atribuída a esse movimento, pois esses filósofos
pretendiam que a “luz da razão” iluminasse a mente das pessoas. Por isso, o século XVIII
costuma ser denominado “Século das Luzes”. O filósofo Immanuel Kant, em 1784, escreveu
que o lema do Iluminismo era: “Ousai Saber! Tenha a coragem de servir-se de sua própria
razão”. E comparava o “esclarecimento” ao processo pelo qual o ser humano abandonaria sua
“menoridade”, tornando-se consciente da força e independência de sua razão. Ao assumir a
liberdade da própria razão, a pessoa deixaria de ser tutelada e guiada por outros.
Para os iluministas, a razão era o instrumento legítimo para conhecer, compreender e
julgar. Desse modo, usando a razão, seríamos capazes de construir uma vida melhor.

Pensadores iluministas – Diversidade de ideias e objetivos


Segue abaixo os principais filósofos iluministas:
 John Locke: empirismo e liberalismo político; considerado o “pai do Iluminismo”;
 Voltaire: liberdade de pensamento e crítica à Igreja Católica;

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 Montesquieu: a separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);
 Diderot e D’Alembert: a Enciclopédia;
 Rousseau: o bom selvagem e o contrato social;
 Adam Smith: o liberalismo econômico.

EXERCÍCIOS
1. Foi um movimento intelectual europeu surgido na França no século XVIII. A principal
característica desta corrente de pensamento foi defender o uso da razão sobre o da fé para
entender e solucionar os problemas da sociedade. Esta corrente de pensamento recebeu o
nome de:
a) Absolutismo.
b) Iluminismo.
c) Capitalismo.
d) Mercantilismo.
e) Liberalismo.

2. O Iluminismo foi a expressão mais concreta da tendência racionalista. Daí vem a


designação atribuída a esse movimento, pois os filósofos iluministas pretendiam que a “luz da
razão” iluminasse a mente das pessoas. Por isso, o século XVIII costuma ser denominado de:
a) Idade das Trevas.
b) Idade da Iluminação.
c) Século Iluminado.
d) Século das Luzes.
e) Fase do Terror.

3. Os franceses Denis Diderot e D’Alembert foram os principais organizadores de um


compêndio dividido em 35 volumes, elaborado com o objetivo de reunir todo o conhecimento
produzido à luz da razão. A publicação da Enciclopédia contou com a participação de vários
autores iluministas. Essa obra ficou conhecida como:
a) Bíblia Sagrada.
b) Constituição.
c) Enciclopédia.

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d) Alcorão.
e) Carta de Doação.

4. O filósofo Immanuel Kant, em 1784, escreveu que o lema do Iluminismo era: “Ousai
Saber! Tenha a coragem de servir-se de sua própria razão”. E comparava o
“esclarecimento” ao processo pelo qual o ser humano abandonaria sua “menoridade”
tornando-se consciente da força e independência de sua razão. Ao assumir a liberdade da
própria razão, a pessoa deixaria de ser tutelada e guiada por outros.
De acordo com a leitura do trecho acima, explique qual a principal característica do
Iluminismo.
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5. Leia o trecho adaptado do livro O espírito das leis (1748), sobre a questão dos poderes.
Quando os poderes Legislativo e Executivo ficam reunidos numa mesma pessoa ou
instituição do Estado, a liberdade desaparece [...].
Não haverá também liberdade se o poder Judiciário não estiver separado do Legislativo e
do Executivo. Se o Judiciário se unisse ao Executivo, o juiz poderia ter a força de um
opressor.
E tudo estaria perdido se uma mesma pessoa – ou uma mesma instituição do Estado –
exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de ordenar a sua execução e o de julgar os
conflitos entre os cidadãos.
MONTESQUIEU. O espírito das leis. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p. 168.

Segundo o texto de Montesquieu, responda:


a) Quais são os três poderes do Estado?
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b) Qual a função de cada um dos três poderes?


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6. O autor de O espírito das leis, defendeu em sua obra a separação dos poderes do Estado em
Legislativo, Executivo e Judiciário. Dessa forma, a liberdade individual estaria mais protegida
dos abusos dos governantes. O trecho refere-se ao pensador e jurista francês conhecido como:
a) Montesquieu
b) Voltaire
c) Diderot
d) D’Alembert
e) Adam Smith

II. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Iniciada no século XVIII na Inglaterra, a Revolução Industrial transformou a
sociedade mundial ao tornar o capitalismo uma realidade em todo o planeta.
A Revolução Industrial foi um processo histórico iniciado na Inglaterra no século
XVIII, principalmente, sendo comumente associado ao início do modo de produção
capitalista. Essa revolução consistiu primordialmente no desenvolvimento de novas técnicas
de produção de mercadorias, com uma nova tecnologia, e em uma nova forma de divisão
social do trabalho.
As bases da Revolução Industrial estão na passagem das corporações de ofício da
Idade Média para a produção em manufaturas. Nas corporações de ofícios, os artesãos
detinham individualmente suas ferramentas e matérias-primas, trabalhando sob a supervisão
de um mestre-artesão. Na manufatura, esses mestres-artesãos passaram a deter a propriedade
dos meios de produção, transformando os demais artesãos em trabalhadores assalariados.
Houve ainda outros fatores que contribuíram para a Revolução Industrial, como a
produção rural doméstica, onde um comerciante levava matérias-primas para as famílias
transformarem-nas em mercadorias, sendo que se pagava um montante de dinheiro por essa
transformação. Ao longo do tempo, esse processo foi se expandindo, gerando acumulação de
capital e fortalecendo a classe social dos burgueses, detentores dos meios de produção e
controladores do tempo de trabalho alheio – o que antes era detido pelos artesãos –,
constituindo a classe dos trabalhadores, que não controlava seu tempo de trabalho e recebia
por esse mesmo tempo de trabalho um salário.
Outra consequência dessa transformação foi o fato do conhecimento detido pelo
artesão sobre todo o processo de produção de uma mercadoria, do trabalho da matéria-prima
até sua venda, ter sido parcelado, gerando o que se convencionou denominar de divisão social
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do trabalho. Cada trabalhador executava apenas uma parte do processo de produção, cabendo
ao burguês o controle global de todo o processo.
A consequência dessa divisão do trabalho foi a possibilidade de acumulação de
capital pelo burguês, decorrente da exploração da mais-valia produzida pelo trabalhador, que
consistia no pagamento de um valor pelo tempo de trabalho menor do que ele produziu
durante toda sua jornada.
A produção de mais-valia e a acumulação de capital permitiram investimentos em
pesquisas científicas voltadas a aprimorar as técnicas de produção. O principal resultado
desses investimentos foi o surgimento de uma nova maquinaria, movida inicialmente a vapor,
e a utilização de novas matérias-primas, principalmente carvão e o ferro. Essa nova
tecnologia de maquinário aprofundou a divisão social do trabalho e ampliou a
exploração do trabalhador, pois houve o aumento da produtividade, criando a grande
indústria.
O desenvolvimento industrial na Inglaterra ainda foi fomentado com a expulsão de um
grande contingente de camponeses da zona rural, em um fenômeno ocorrido em meados do
século XVIII e conhecido como cercamentos. Com os cercamentos, os camponeses foram
expulsos de suas terras para a produção agropecuária, sendo obrigados a se deslocarem para
as cidades.
Com isso, houve um crescimento urbano vertiginoso no Reino Unido, aliado ao
processo de industrialização. Mas as condições de vida e trabalho eram péssimas. Os
trabalhadores laboravam e habitavam locais insalubres e recebiam baixos salários. Dessa
situação resultaram greves e lutas por melhores condições de vida, em casa e nas empresas.
Os burgueses foram obrigados a aceitar algumas reivindicações e a reprimir duramente
outras. Dessa experiência, os trabalhadores puderam desenvolver uma consciência econômica
e política de sua situação social, formando-se enquanto uma classe social específica, o
operariado. A partir desse confronto cotidiano entre burguesia e operariado foi se
desenvolvendo a sociedade capitalista, dando fôlego à Revolução Industrial.
Durante o século XIX, novos mercados consumidores e de fornecimento de matérias-
primas foram conquistados no que se convencionou chamar de imperialismo. Por outro lado,
novos países investiram na industrialização, principalmente na Europa Ocidental e os EUA,
ampliando o espaço geográfico da Revolução Industrial. Com as descobertas do petróleo e
outros produtos na área química, bem como a eletricidade e o aço, um novo surto industrial se
verificou no final do século XIX, conhecido como Segunda Revolução Industrial.
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Esse avanço tecnológico foi também uma resposta às lutas dos trabalhadores no século
XIX, que pretenderam melhores salários e participação política, sendo que as lutas por esses
objetivos foram vencidas também com melhorias salariais, que tornavam necessário o
aumento da produtividade para serem recuperadas, em novo nível de acumulação de capital.
O capitalismo continua se desenvolvendo até os dias atuais, como consequência da
primeira Revolução Industrial. Uma Terceira Revolução Industrial é apontada com o
aprimoramento da tecnologia informacional, principalmente depois da década de 1970.
(Publicado por Tales dos Santos Pinto)

Da produção artesanal à produção nas fábricas


Antes da Revolução Industrial, as formas predominantes de produção de mercadorias
eram o artesanato e a manufatura.
 Artesanato: produção realizada de forma manual, com o auxílio de ferramentas e em
pequena escala. O produtor (artesão) trabalhava em sua casa ou oficina e controlava as
diversas fases da produção artesanal. Além de dominar as fases do processo produtivo,
o artesão também era geralmente o dono das matérias-primas e dos instrumentos de
produção (a oficina, as ferramentas, etc.).
 Manufatura: grandes oficinas onde vários artesãos executavam as tarefas manuais
usando as ferramentas, sob o controle do dono da manufatura. Nessas oficinas,
começaram a ser implantados a produção em série e um sistema de divisão do
trabalho, pelo qual cada artesão passou a cumprir uma tarefa específica dentro da
fabricação de uma mesma mercadoria. Esse processo daria origem às linhas de
produção e montagem que se tornaram típicas da era industrial.
A forma de produção característica da Revolução Industrial foi a maquinofatura.
Trata-se da produção mecanizada que se desenvolveu quando os avanços técnicos, aliados ao
aperfeiçoamento dos métodos produtivos, propiciaram a criação das máquinas industriais e a
geração de produtos em série nas fábricas. As novas máquinas foram substituindo várias
ferramentas e, muitas vezes, o próprio trabalhador. Nas fábricas o trabalhador era um operário
que recebia salários para executar tarefas sob as ordens de um gerente de produção.
A maquinofatura e a sociedade industrial trouxeram mudanças significativas na
relação do trabalhador com o produto do seu trabalho. Como o trabalho do operário foi
subdividido em múltiplas tarefas específicas, essa especialização do trabalhador conduziu à

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perda da noção de conjunto do processo produtivo. A fragmentação do trabalho representava
uma fragmentação do saber e do fazer.

Fases da Revolução Industrial


Ao considerar os países envolvidos e as inovações técnicas, os historiadores costumam
identificar três grandes momentos da industrialização:
 Primeiro momento (entre os séculos XVIII e XIX) – o processo de industrialização
ficou mais concentrado na Inglaterra. O maior destaque foi o desenvolvimento da
indústria de tecidos de algodão, com a utilização do tear mecânico. Além disso, o
aperfeiçoamento e a utilização de máquinas a vapor teve importância notável para o
desenvolvimento das fábricas. Essa fase costuma ser chamada de Primeira Revolução
Industrial.
 Segundo momento (entre os séculos XIX e XX) – a industrialização espalhou-se por
algumas áreas da Europa, atingindo países como Bélgica, França, Alemanha, Itália e
Rússia. Alcançou também outros continentes, ganhando espaço nos Estados Unidos e
no Japão. Nesse período, o progresso tecnológico foi de tal modo significativo que
costuma ser caracterizado como Segunda Revolução Industrial. As principais
inovações técnicas foram a utilização do aço, o aproveitamento da energia elétrica e
dos combustíveis petrolíferos, a invenção do motor a explosão e o desenvolvimento de
produtos químicos. Além disso, foram inventados meios de transporte e comunicação,
como o automóvel, o avião, o telefone, o rádio e o cinema.
 Terceiro momento (desde meados do século XX) – os grandes avanços tecnológicos
do mundo contemporâneo levaram alguns historiadores a considerar a existência de
uma Terceira Revolução Industrial. Nesse período, foram desenvolvidas novas
tecnologias como o microcomputador, a microeletrônica, a robótica, a engenharia
genética, a telemática (uso combinado do computador e das telecomunicações, como
fax, celular, internet, televisão), etc. Tal como ocorreu no primeiro momento da
Revolução Industrial, entre as principais consequências dessa “Terceira Revolução
Industrial” está o aumento da produtividade, com a utilização de um número cada vez
menor de trabalhadores. A difusão da Revolução Industrial provocou diversas
transformações nas condições de vida das pessoas, nas relações de trabalho, no
crescimento das populações e das cidades.

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As principais consequências da Terceira Revolução Industrial foram:
 Muitos avanços no campo da medicina;
 Criação de robôs capazes de fazer trabalhos minuciosos e mais precisos;
 Técnicas na área da genética que melhoraram a qualidade de vida da população;
 Consolidou-se o capitalismo financeiro;
 Aumento do número de empresas multinacionais;
 Maior difusão de informações e notícias, integrando o mundo todo instantaneamente;
 Aumento dos impactos ambientais negativos e esgotamento de recursos naturais;
 Preocupação com o desenvolvimento econômico que explora os recursos naturais sem
se preocupar com as gerações futuras, gerando a necessidade de buscar um modelo de
desenvolvimento sustentável.

Condições de trabalho
Para aumentar os lucros e expandir suas empresas, os industriais empenharam-se em
obter liberdade econômica, mercados consumidores e mão de obra barata.
Assim, a maioria dos operários recebia salários baixos. Os salários eram tão reduzidos
que, com frequência, toda a família era obrigada a trabalhar nas fábricas para sobreviver,
inclusive mulheres e crianças.
Era comum, em diversas indústrias, que os operários trabalhassem mais de 15 horas
por dia. Para se ter uma ideia do que isso significa, por volta de 1780, um operário na
Inglaterra vivia, em média, 55 anos e trabalhava 125 mil horas ao longo da vida.
Além disso, as precárias instalações das fábricas prejudicavam a saúde dos
trabalhadores. Em muitas fábricas, o ambiente era sujo, poeirento e mal ventilado. Apesar dos
avanços da medicina, propagavam-se várias doenças ligadas às péssimas condições de
trabalho e de moradia dos operários desse período.

O trabalho feminino e infantil


A Revolução Industrial não inventou o trabalho feminino e infantil. Em outros tempos
e sociedades, mulheres e crianças trabalhavam na agricultura, na criação de animais e no
artesanato. A diferença é que, a partir do século XVIII, a mão de obra feminina e infantil
passou a ser utilizada em lugares distantes das casas, cumprindo a disciplina das fábricas, com
horários controlados de forma rígida, como acontecia com os demais operários. Em contraste
com a maioria dos homens, as mulheres que trabalhavam nas fábricas também costumavam
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trabalhar em casa, cuidando das tarefas domésticas e dos filhos. Mulheres e crianças operárias
recebiam salários inferiores àqueles pagos aos homens adultos.

Resistências operárias
As más condições de trabalho provocaram conflitos entre operários e empresários, não
só na Inglaterra como em outras sociedades onde se desenvolveu o sistema fabril.
Nesses conflitos, houve casos de grupos de operários que invadiram fábricas e
destruíram máquinas. Para eles, as máquinas representavam o desemprego, a miséria, os
salários baixos e a opressão. Porém, boa parte dos trabalhadores percebeu que a luta do
movimento operário não deveria ser dirigida propriamente contra as máquinas, mas sim conta
o sistema de injustiça do capitalismo industrial. Surgiram, então, na Inglaterra, no final do
século XVIII, organizações operárias que iniciaram a luta por melhores salários e condições
de vida para o trabalhador, dando origem aos primeiros sindicatos.

EXERCÍCIOS
1. Iniciada no século XVIII na Inglaterra, a Revolução Industrial transformou a sociedade
mundial ao tornar o capitalismo uma realidade em todo o planeta. Essa revolução consistiu
primordialmente no desenvolvimento de novas técnicas de produção de mercadorias, com
uma nova tecnologia, e em uma nova forma de divisão social do trabalho. O novo processo de
produção introduzido com a Revolução Industrial, no século XVIII, caracterizou-se pela:
a) implantação da indústria doméstica rural em substituição às oficinas.
b) realização da produção em grandes unidades fabris e intensa divisão do trabalho.
c) mecanização da produção agrícola e consequente fixação do homem à terra.
d) facilidade na compra de máquinas pelos artesãos que conseguiam financiamento para isso.
e) preocupação em aumentar a produção, respeitando-se o limite da força física do
trabalhador.

2. Costumamos chamar de Segunda Revolução Industrial os fenômenos industriais que


aconteceram a partir de meados do século XIX. Entre as características da Segunda
Revolução industrial podemos citar:
a) concentrou-se na indústria do aço, automobilística e utilização da eletricidade em larga
escala.

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b) comparada à primeira etapa da Revolução Industrial é uma fase de menor importância, pois
nada significativo foi criado.
c) possibilitou a expansão dos capitais financeiros somente no continente europeu e nos
Estados Unidos.
d) revelou o potencial de países como a Alemanha e a França que se aliaram frente ao poderio
britânico.
e) Nenhuma das alternativas.

3. os grandes avanços tecnológicos do mundo contemporâneo levaram alguns historiadores a


considerar a existência de uma Terceira Revolução Industrial. Nesse período, foram
desenvolvidas novas tecnologias. As novas tecnologias desenvolvidas na terceira fase da
Revolução Industrial podem ser identificadas na alternativa:
a) Máquina a vapor, ferrovias, tear mecânico.
b) Microcomputador, microeletrônica, robótica, engenharia genética, telemática.
c) Microeletrônica, máquina a vapor, engenharia genética, tear mecânico.
d) Automóvel, avião, telefone, rádio, cinema.
e) Telemática, automóvel, tear mecânico, robótica, telefone.

4. A Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento tecnológico que teve


início na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII e que se espalhou pelo

mundo, causando grandes transformações. Identifique, entre as afirmativas a seguir, a que se


refere a consequências da Revolução Industrial:
a) redução do processo de urbanização, aumento da população dos campos e sensível êxodo
urbano.
b) declínio do proletariado como classe na nova estrutura social, valorização das corporações
e manufaturas.
c) formação, nos grandes centros de produção, das associações de operários denominadas
“trade unions”, que promoveram a conciliação entre patrões e empregados.
d) manutenção da estrutura das grandes propriedades, com as terras comunais, e da garantia
plena dos direitos dos arrendatários agrícolas.
e) maior divisão técnica do trabalho, utilização constante de máquinas e afirmação do
capitalismo como modo de produção dominante.

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5. A expansão da produção industrial acabou com o artesanato nos dias atuais? Em sua casa
existem mais objetos produzidos industrial ou artesanalmente?
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6. Antes da Revolução Industrial, as formas predominantes de produção de mercadorias eram


o artesanato e a manufatura. Com o advento da Revolução industrial, a forma de produção
característica foi a maquinofatura. Relacione as colunas de acordo com as características de
cada uma dessas formas de produção.
A. Artesanato.
B. Manufatura.
C. Maquinofatura.

( ) Grandes oficinas onde vários artesãos executavam as tarefas manuais usando as


ferramentas, sob o controle do dono das oficinas. Nessas oficinas, começaram a ser
implantados a produção em série e um sistema de divisão do trabalho
( ) Trata-se da produção mecanizada que se desenvolveu quando os avanços técnicos, aliados
ao aperfeiçoamento dos métodos produtivos, propiciaram a criação das máquinas industriais e
a geração de produtos em série nas fábricas. As novas máquinas foram substituindo várias
ferramentas e, muitas vezes, o próprio trabalhador.
( ) Produção realizada de forma manual, com o auxílio de ferramentas e em pequena escala.
O produtor (artesão) trabalhava em sua casa ou oficina e controlava as diversas fases da
produção

7. ATENÇÃO: A resposta desta questão deverá ser apresentada em sala de aula.


 Selecione e apresente para seus colegas um ou mais objetos produzidos
artesanalmente. Explique onde o objeto foi produzido, de que material é feito, para
que serve, etc.

III. MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA À ESCRAVIDÃO

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As diversas formas de resistência à escravidão
Os africanos trazidos para o Brasil e seus descendentes não ficaram passivos à
condição escrava. Analisando as formas de resistência empregadas pelos cativos, autores de
obras mais recentes mostram que os africanos reagiram à escravidão na medida de suas
possibilidades, ora promovendo uma luta aberta contra o sistema, ora até mesmo se
“adaptando” a certas condições, mas propondo formas de minimizar seus aspectos mais
perversos mediante negociações com os senhores.
Vejamos algumas das formas de resistência vivenciadas por eles:
 Violência contra si mesmos – algumas mulheres, por exemplo, provocavam abortos
para evitar que seus filhos também fossem escravos; outros cativos chegavam a
praticar o suicídio, enforcando-se ou envenenando-se.
 Fugas individuais e coletivas – as fugas restam constantes. Alguns escravos fugitivos
buscavam a proteção de negros livres que viviam nas cidades; outros, para dificultar a
captura e garantir a subsistência, formavam comunidades, chamadas quilombos, com
organização social própria e uma rede de alianças com diversos grupos da sociedade.
 Confrontos, boicotes e sabotagem – alguns se rebelavam e agiam com violência
contra senhores e feitores; boicotavam os trabalhos, reduzindo ou paralisando as
atividades; sabotavam a produção, quebrando ferramentas ou incendiando plantações.
Na produção do açúcar, por exemplo, a sabotagem dos escravos era uma ameaça
constante. Pedaços de madeira em brasa lançados nos canaviais provocavam
incêndios; pedaços de ossos, ferro ou pedra jogados na moenda do engenho por vezes
inutilizavam o maquinário, comprometendo a produção e até mesmo arruinando a
safra.
 Negociações – as “negociações” entre senhores e escravos também faziam parte do
cotidiano escravista. Segundo os historiadores João José Reis e Eduardo Silva, muitos
escravos faziam acordos de cumprir as exigências de obediência e trabalho em troca
de um melhor padrão de sobrevivência (alimentos, vestuários, saúde) e da conquista
de espaço para a expressão de sua cultura, organização de festas, etc.

Resistência quilombola
Os quilombos ou mocambos eram grupos de escravos fugidos como forma de
resistência à escravidão, e seus membros eram chamados de quilombolas ou mocambeiros.

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A resistência quilombola foi uma forma de luta escrava frequente e importante em
vários períodos e regiões da América portuguesa. Do século XVII até os anos finais da
escravidão, muitos africanos e seus descendentes fugiram e se reuniram nessas comunidades,
construindo histórias de luta pela liberdade.
Vários estudos históricos sobre quilombos de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso,
Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco mostra que, embora a
população dos quilombos fosse composta principalmente de africanos e seus descendentes,
havia também entre eles indígenas ameaçados pelo avanço europeu, soldados desertores,
pessoas perseguidas pela justiça ou simples aventureiros e comerciantes.
A vida nos quilombos estava ligada a atividades como: agricultura, caça, criação de
animais, mineração e comércio. Seus integrantes sustentavam-se por meio de alianças
“clandestinas” com escravos de ganho ou libertos e homens livres, principalmente
comerciantes.
Os quilombos, as revoltas, os atentados e as fugas foram duramente combatidos pela
metrópole portuguesa e pelos senhores porque essas formas de resistência comprometiam sua
autoridade política e ameaçavam seus negócios. A escravidão era um negócio muito lucrativo
para a metrópole portuguesa, que obtinha altos ganhos com o tráfico negreiro e o uso da mão
de obra africana em suas colônias.

Quilombo dos Palmares


Palmares, considerado o quilombo mais importante de nossa história, recebeu esse
nome porque ocupava uma extensa região de palmeiras. Situava-se no atual estado de
Alagoas, que, na época, fazia parte da capitania de Pernambuco.
Em Palmares, os quilombolas criavam gado e cultivavam milho, feijão, cana-de-
açúcar e mandioca, além de realizar um razoável comércio com os povoados próximos.
Apesar de várias expedições militares organizadas para destruí-lo, o quilombo resistiu
por 65 anos (1629-1694), chegando a ter, segundo um governador da capitania de
Pernambuco do período, aproximadamente 20 mil habitantes. Esse número provavelmente era
menor; acredita-se que tenha sido aumentado pelo governador para justificar o fracasso das
primeiras expedições militares enviadas contra o quilombo.
O primeiro líder a se destacar em Palmares foi Ganga Zumba (que quer dizer “grande
senhor”), que governou o quilombo de 1656 a 1678. Pressionado, porém, pelos ataques
frequentes dos colonos, Zumba firmou com o governador de Pernambuco um acordo de paz
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que previa liberdade para os negros nascidos em Palmares, com a condição de serem
devolvidos aos colonos os escravos recém-chegados ao quilombo.
Zumbi, sobrinho de Ganga Zumba, não concordou com essa condição e liderou um
grupo que se opôs ao acordo. Zumba acabou destituído e assassinado, e Zumbi passou a
liderar Palmares, comandando a luta contra vários ataques dos brancos.

Destruição de Palmares
Em 1687, o governo e os senhores de engenho contrataram o bandeirante Domingos
Jorge Velho e seus comandados para destruir Palmares. Em 1692, cercaram e atacaram o
quilombo com o objetivo de prender os seus membros. Liderados por Zumbi, os quilombolas
defenderam seu modo de vida, e os bandeirantes foram derrotados. Milhares de pessoas
morreram nesses confrontos.
Em 1694, o governo enviou cerca de 6 mil homens para ajudar os bandeirantes
comandados por Jorge Velho em um novo ataque ao quilombo. Os quilombolas não armas
nem munição suficiente, mas ainda assim resistiram durante um mês. Ao final do combate, o
quilombo foi destruído e sua população, massacrada. Zumbi conseguiu escapar ao cerco, mas
foi preso e morto em 1695, após muitas perseguições. Cortaram-lhe a cabeça, que foi exposta
em praça em Recife.

Consciência Negra
A memória de Zumbi permaneceu viva como símbolo da resistência negra à violência
da escravidão. O dia de sua morte (20 de novembro) é lembrado atualmente como o Dia da
Consciência Negra.
Do passado ao presente, a luta contínua dos movimentos negros tem propiciado
algumas conquistas sociais. Entre elas, está o reconhecimento pela Constituição brasileira
atual dos direitos dos descendentes de quilombolas às terras dos quilombos. Essas terras têm
sido objeto de ações judiciais para que sejam demarcadas e entregues legalmente aos
membros dessas comunidades, espalhadas por todo o país.
Outra conquista é a definição na atual Constituição Federal de racismo como
crime inafiançável e imprescritível. Além disso, foi aprovada em 2003 a Lei nº 10.639, que
torna obrigatório o ensino de história da África e de cultura afro-brasileira nas escolas do
país. O objetivo dessa lei é fortalecer o papel da escola como um espaço privilegiado para a
superação de preconceitos e a construção de uma sociedade mais democrática.
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EXERCÍCIOS
1. O escravo no Brasil é geralmente representado como dócil, dominado pela força e
submissão ao senhor. Porém, muitos historiadores mostram a importância da resistência dos
escravos aos senhores e o medo que os senhores sentiram diante dos quilombos, insurreições,
revoltas, atentados e fugas de escravos.
a) Cite algumas formas de resistência à escravidão praticadas pelos cativos.
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b) Descreva o que eram os quilombos.


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c) Por que a metrópole portuguesa e os senhores combateram os quilombos, as revoltas, os


atentados e as fugas de escravos no período colonial brasileiro?
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2. Considerado o quilombo mais importante de nossa história, recebeu esse nome porque
ocupava uma extensa região de palmeiras. Situava-se no atual estado de Alagoas, que, na
época, fazia parte da capitania de Pernambuco. Apesar de várias expedições militares
organizadas para destruí-lo, o quilombo resistiu por 65 anos. Zumbi, que passou a liderar o
quilombo após a morte de seu tio Ganga Zumba, se destacou na história da resistência negra
contra a violência da escravidão.
O trecho acima se refere ao quilombo denominado de:
a) Quilombo de Ganga Zumba.
b) Quilombo de Zumbi.
c) Quilombo de Alagoas.
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d) Quilombo das Palmeiras.
e) Quilombo dos Palmares.

3. Os africanos trazidos para o Brasil e seus descendentes não ficaram passivos à condição
escrava e reagiram à escravidão na medida de suas possibilidades. Relacione corretamente as
colunas referentes a algumas das formas de resistência à escravidão praticadas pelos cativos.
A. Violência contra si mesmos.
B. Fugas individuais e coletivas.
C. Confrontos, boicotes e sabotagem.
D. Negociações.

( ) Alguns escravos se rebelavam e agiam com violência contra senhores e feitores;


boicotavam os trabalhos, reduzindo ou paralisando as atividades; sabotavam a produção,
quebrando ferramentas ou incendiando plantações.
( ) Muitos escravos faziam acordos de cumprir as exigências de obediência e trabalho em
troca de um melhor padrão de sobrevivência (alimentos, vestuários, saúde) e da conquista de
espaço para a expressão de sua cultura, organização de festas, etc.
( ) Algumas mulheres provocavam abortos para evitar que seus filhos também fossem
escravos; outros cativos chegavam a praticar o suicídio, enforcando-se ou envenenando-se.
( ) Alguns escravos fugitivos buscavam a proteção de negros livres que viviam nas cidades;
outros, para dificultar a captura e garantir a subsistência, formavam comunidades, chamadas
quilombos, com organização social própria e uma rede de alianças com diversos grupos da
sociedade.

4. Do passado ao presente, a luta contínua dos movimentos negros tem propiciado algumas
conquistas sociais. A memória de Zumbi permaneceu viva como símbolo da resistência negra
à violência da escravidão. O dia de sua morte (20 de novembro) é lembrado atualmente como:
a) Dia de Zumbi dos Palmares.
b) Um dia sem importância nenhuma para a história.
c) Dia da Consciência Negra.
d) Um dia que foi totalmente esquecido pela história.
e) Dia do Quilombo dos Palmares.

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