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2ª SÉRIE “B”
PROF.ª: Suzana Nunes
PERÍODO: Agosto / Setembro
APOSTILA DE HISTÓRIA
CONTEÚDOS:
Iluminismo
Revolução Industrial
Movimentos de resistência à escravidão
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Do liberalismo político e econômico (contra o absolutismo e o mercantilismo), com
base, sobretudo, na não intervenção do Estado na economia, na divisão de poderes
dentro do Estado e na formação de governo representativos;
Da igualdade jurídica entre as pessoas (contra a desigualdade existente na sociedade
estamental);
Da tolerância religiosa (contra o poder e o tradicionalismo da Igreja), pela qual as
pessoas teriam liberdade para escolher e seguir a religião que quisessem, sem a
imposição do Estado;
Da liberdade de expressão, da educação do povo, etc.
Os iluministas acreditavam que tais elementos eram essenciais para a edificação de
uma sociedade mais justa e mais livre.
A razão iluminista
Desde o Renascimento, o racionalismo firmava-se como o modo de pensar dominante
entre os intelectuais europeus. Valorizava-se cada vez mais o papel da razão, do pensamento
lógico, na tarefa de explicar o mundo, as sociedades e os seres humanos. Essa atitude
contribuiu para o desenvolvimento das ciências e das tecnologias.
No plano filosófico, o Iluminismo foi a expressão mais concreta da tendência
racionalista. Daí vem a designação atribuída a esse movimento, pois esses filósofos
pretendiam que a “luz da razão” iluminasse a mente das pessoas. Por isso, o século XVIII
costuma ser denominado “Século das Luzes”. O filósofo Immanuel Kant, em 1784, escreveu
que o lema do Iluminismo era: “Ousai Saber! Tenha a coragem de servir-se de sua própria
razão”. E comparava o “esclarecimento” ao processo pelo qual o ser humano abandonaria sua
“menoridade”, tornando-se consciente da força e independência de sua razão. Ao assumir a
liberdade da própria razão, a pessoa deixaria de ser tutelada e guiada por outros.
Para os iluministas, a razão era o instrumento legítimo para conhecer, compreender e
julgar. Desse modo, usando a razão, seríamos capazes de construir uma vida melhor.
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Montesquieu: a separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);
Diderot e D’Alembert: a Enciclopédia;
Rousseau: o bom selvagem e o contrato social;
Adam Smith: o liberalismo econômico.
EXERCÍCIOS
1. Foi um movimento intelectual europeu surgido na França no século XVIII. A principal
característica desta corrente de pensamento foi defender o uso da razão sobre o da fé para
entender e solucionar os problemas da sociedade. Esta corrente de pensamento recebeu o
nome de:
a) Absolutismo.
b) Iluminismo.
c) Capitalismo.
d) Mercantilismo.
e) Liberalismo.
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d) Alcorão.
e) Carta de Doação.
4. O filósofo Immanuel Kant, em 1784, escreveu que o lema do Iluminismo era: “Ousai
Saber! Tenha a coragem de servir-se de sua própria razão”. E comparava o
“esclarecimento” ao processo pelo qual o ser humano abandonaria sua “menoridade”
tornando-se consciente da força e independência de sua razão. Ao assumir a liberdade da
própria razão, a pessoa deixaria de ser tutelada e guiada por outros.
De acordo com a leitura do trecho acima, explique qual a principal característica do
Iluminismo.
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5. Leia o trecho adaptado do livro O espírito das leis (1748), sobre a questão dos poderes.
Quando os poderes Legislativo e Executivo ficam reunidos numa mesma pessoa ou
instituição do Estado, a liberdade desaparece [...].
Não haverá também liberdade se o poder Judiciário não estiver separado do Legislativo e
do Executivo. Se o Judiciário se unisse ao Executivo, o juiz poderia ter a força de um
opressor.
E tudo estaria perdido se uma mesma pessoa – ou uma mesma instituição do Estado –
exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de ordenar a sua execução e o de julgar os
conflitos entre os cidadãos.
MONTESQUIEU. O espírito das leis. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p. 168.
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6. O autor de O espírito das leis, defendeu em sua obra a separação dos poderes do Estado em
Legislativo, Executivo e Judiciário. Dessa forma, a liberdade individual estaria mais protegida
dos abusos dos governantes. O trecho refere-se ao pensador e jurista francês conhecido como:
a) Montesquieu
b) Voltaire
c) Diderot
d) D’Alembert
e) Adam Smith
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perda da noção de conjunto do processo produtivo. A fragmentação do trabalho representava
uma fragmentação do saber e do fazer.
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As principais consequências da Terceira Revolução Industrial foram:
Muitos avanços no campo da medicina;
Criação de robôs capazes de fazer trabalhos minuciosos e mais precisos;
Técnicas na área da genética que melhoraram a qualidade de vida da população;
Consolidou-se o capitalismo financeiro;
Aumento do número de empresas multinacionais;
Maior difusão de informações e notícias, integrando o mundo todo instantaneamente;
Aumento dos impactos ambientais negativos e esgotamento de recursos naturais;
Preocupação com o desenvolvimento econômico que explora os recursos naturais sem
se preocupar com as gerações futuras, gerando a necessidade de buscar um modelo de
desenvolvimento sustentável.
Condições de trabalho
Para aumentar os lucros e expandir suas empresas, os industriais empenharam-se em
obter liberdade econômica, mercados consumidores e mão de obra barata.
Assim, a maioria dos operários recebia salários baixos. Os salários eram tão reduzidos
que, com frequência, toda a família era obrigada a trabalhar nas fábricas para sobreviver,
inclusive mulheres e crianças.
Era comum, em diversas indústrias, que os operários trabalhassem mais de 15 horas
por dia. Para se ter uma ideia do que isso significa, por volta de 1780, um operário na
Inglaterra vivia, em média, 55 anos e trabalhava 125 mil horas ao longo da vida.
Além disso, as precárias instalações das fábricas prejudicavam a saúde dos
trabalhadores. Em muitas fábricas, o ambiente era sujo, poeirento e mal ventilado. Apesar dos
avanços da medicina, propagavam-se várias doenças ligadas às péssimas condições de
trabalho e de moradia dos operários desse período.
Resistências operárias
As más condições de trabalho provocaram conflitos entre operários e empresários, não
só na Inglaterra como em outras sociedades onde se desenvolveu o sistema fabril.
Nesses conflitos, houve casos de grupos de operários que invadiram fábricas e
destruíram máquinas. Para eles, as máquinas representavam o desemprego, a miséria, os
salários baixos e a opressão. Porém, boa parte dos trabalhadores percebeu que a luta do
movimento operário não deveria ser dirigida propriamente contra as máquinas, mas sim conta
o sistema de injustiça do capitalismo industrial. Surgiram, então, na Inglaterra, no final do
século XVIII, organizações operárias que iniciaram a luta por melhores salários e condições
de vida para o trabalhador, dando origem aos primeiros sindicatos.
EXERCÍCIOS
1. Iniciada no século XVIII na Inglaterra, a Revolução Industrial transformou a sociedade
mundial ao tornar o capitalismo uma realidade em todo o planeta. Essa revolução consistiu
primordialmente no desenvolvimento de novas técnicas de produção de mercadorias, com
uma nova tecnologia, e em uma nova forma de divisão social do trabalho. O novo processo de
produção introduzido com a Revolução Industrial, no século XVIII, caracterizou-se pela:
a) implantação da indústria doméstica rural em substituição às oficinas.
b) realização da produção em grandes unidades fabris e intensa divisão do trabalho.
c) mecanização da produção agrícola e consequente fixação do homem à terra.
d) facilidade na compra de máquinas pelos artesãos que conseguiam financiamento para isso.
e) preocupação em aumentar a produção, respeitando-se o limite da força física do
trabalhador.
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b) comparada à primeira etapa da Revolução Industrial é uma fase de menor importância, pois
nada significativo foi criado.
c) possibilitou a expansão dos capitais financeiros somente no continente europeu e nos
Estados Unidos.
d) revelou o potencial de países como a Alemanha e a França que se aliaram frente ao poderio
britânico.
e) Nenhuma das alternativas.
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5. A expansão da produção industrial acabou com o artesanato nos dias atuais? Em sua casa
existem mais objetos produzidos industrial ou artesanalmente?
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As diversas formas de resistência à escravidão
Os africanos trazidos para o Brasil e seus descendentes não ficaram passivos à
condição escrava. Analisando as formas de resistência empregadas pelos cativos, autores de
obras mais recentes mostram que os africanos reagiram à escravidão na medida de suas
possibilidades, ora promovendo uma luta aberta contra o sistema, ora até mesmo se
“adaptando” a certas condições, mas propondo formas de minimizar seus aspectos mais
perversos mediante negociações com os senhores.
Vejamos algumas das formas de resistência vivenciadas por eles:
Violência contra si mesmos – algumas mulheres, por exemplo, provocavam abortos
para evitar que seus filhos também fossem escravos; outros cativos chegavam a
praticar o suicídio, enforcando-se ou envenenando-se.
Fugas individuais e coletivas – as fugas restam constantes. Alguns escravos fugitivos
buscavam a proteção de negros livres que viviam nas cidades; outros, para dificultar a
captura e garantir a subsistência, formavam comunidades, chamadas quilombos, com
organização social própria e uma rede de alianças com diversos grupos da sociedade.
Confrontos, boicotes e sabotagem – alguns se rebelavam e agiam com violência
contra senhores e feitores; boicotavam os trabalhos, reduzindo ou paralisando as
atividades; sabotavam a produção, quebrando ferramentas ou incendiando plantações.
Na produção do açúcar, por exemplo, a sabotagem dos escravos era uma ameaça
constante. Pedaços de madeira em brasa lançados nos canaviais provocavam
incêndios; pedaços de ossos, ferro ou pedra jogados na moenda do engenho por vezes
inutilizavam o maquinário, comprometendo a produção e até mesmo arruinando a
safra.
Negociações – as “negociações” entre senhores e escravos também faziam parte do
cotidiano escravista. Segundo os historiadores João José Reis e Eduardo Silva, muitos
escravos faziam acordos de cumprir as exigências de obediência e trabalho em troca
de um melhor padrão de sobrevivência (alimentos, vestuários, saúde) e da conquista
de espaço para a expressão de sua cultura, organização de festas, etc.
Resistência quilombola
Os quilombos ou mocambos eram grupos de escravos fugidos como forma de
resistência à escravidão, e seus membros eram chamados de quilombolas ou mocambeiros.
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A resistência quilombola foi uma forma de luta escrava frequente e importante em
vários períodos e regiões da América portuguesa. Do século XVII até os anos finais da
escravidão, muitos africanos e seus descendentes fugiram e se reuniram nessas comunidades,
construindo histórias de luta pela liberdade.
Vários estudos históricos sobre quilombos de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso,
Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco mostra que, embora a
população dos quilombos fosse composta principalmente de africanos e seus descendentes,
havia também entre eles indígenas ameaçados pelo avanço europeu, soldados desertores,
pessoas perseguidas pela justiça ou simples aventureiros e comerciantes.
A vida nos quilombos estava ligada a atividades como: agricultura, caça, criação de
animais, mineração e comércio. Seus integrantes sustentavam-se por meio de alianças
“clandestinas” com escravos de ganho ou libertos e homens livres, principalmente
comerciantes.
Os quilombos, as revoltas, os atentados e as fugas foram duramente combatidos pela
metrópole portuguesa e pelos senhores porque essas formas de resistência comprometiam sua
autoridade política e ameaçavam seus negócios. A escravidão era um negócio muito lucrativo
para a metrópole portuguesa, que obtinha altos ganhos com o tráfico negreiro e o uso da mão
de obra africana em suas colônias.
Destruição de Palmares
Em 1687, o governo e os senhores de engenho contrataram o bandeirante Domingos
Jorge Velho e seus comandados para destruir Palmares. Em 1692, cercaram e atacaram o
quilombo com o objetivo de prender os seus membros. Liderados por Zumbi, os quilombolas
defenderam seu modo de vida, e os bandeirantes foram derrotados. Milhares de pessoas
morreram nesses confrontos.
Em 1694, o governo enviou cerca de 6 mil homens para ajudar os bandeirantes
comandados por Jorge Velho em um novo ataque ao quilombo. Os quilombolas não armas
nem munição suficiente, mas ainda assim resistiram durante um mês. Ao final do combate, o
quilombo foi destruído e sua população, massacrada. Zumbi conseguiu escapar ao cerco, mas
foi preso e morto em 1695, após muitas perseguições. Cortaram-lhe a cabeça, que foi exposta
em praça em Recife.
Consciência Negra
A memória de Zumbi permaneceu viva como símbolo da resistência negra à violência
da escravidão. O dia de sua morte (20 de novembro) é lembrado atualmente como o Dia da
Consciência Negra.
Do passado ao presente, a luta contínua dos movimentos negros tem propiciado
algumas conquistas sociais. Entre elas, está o reconhecimento pela Constituição brasileira
atual dos direitos dos descendentes de quilombolas às terras dos quilombos. Essas terras têm
sido objeto de ações judiciais para que sejam demarcadas e entregues legalmente aos
membros dessas comunidades, espalhadas por todo o país.
Outra conquista é a definição na atual Constituição Federal de racismo como
crime inafiançável e imprescritível. Além disso, foi aprovada em 2003 a Lei nº 10.639, que
torna obrigatório o ensino de história da África e de cultura afro-brasileira nas escolas do
país. O objetivo dessa lei é fortalecer o papel da escola como um espaço privilegiado para a
superação de preconceitos e a construção de uma sociedade mais democrática.
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EXERCÍCIOS
1. O escravo no Brasil é geralmente representado como dócil, dominado pela força e
submissão ao senhor. Porém, muitos historiadores mostram a importância da resistência dos
escravos aos senhores e o medo que os senhores sentiram diante dos quilombos, insurreições,
revoltas, atentados e fugas de escravos.
a) Cite algumas formas de resistência à escravidão praticadas pelos cativos.
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2. Considerado o quilombo mais importante de nossa história, recebeu esse nome porque
ocupava uma extensa região de palmeiras. Situava-se no atual estado de Alagoas, que, na
época, fazia parte da capitania de Pernambuco. Apesar de várias expedições militares
organizadas para destruí-lo, o quilombo resistiu por 65 anos. Zumbi, que passou a liderar o
quilombo após a morte de seu tio Ganga Zumba, se destacou na história da resistência negra
contra a violência da escravidão.
O trecho acima se refere ao quilombo denominado de:
a) Quilombo de Ganga Zumba.
b) Quilombo de Zumbi.
c) Quilombo de Alagoas.
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d) Quilombo das Palmeiras.
e) Quilombo dos Palmares.
3. Os africanos trazidos para o Brasil e seus descendentes não ficaram passivos à condição
escrava e reagiram à escravidão na medida de suas possibilidades. Relacione corretamente as
colunas referentes a algumas das formas de resistência à escravidão praticadas pelos cativos.
A. Violência contra si mesmos.
B. Fugas individuais e coletivas.
C. Confrontos, boicotes e sabotagem.
D. Negociações.
4. Do passado ao presente, a luta contínua dos movimentos negros tem propiciado algumas
conquistas sociais. A memória de Zumbi permaneceu viva como símbolo da resistência negra
à violência da escravidão. O dia de sua morte (20 de novembro) é lembrado atualmente como:
a) Dia de Zumbi dos Palmares.
b) Um dia sem importância nenhuma para a história.
c) Dia da Consciência Negra.
d) Um dia que foi totalmente esquecido pela história.
e) Dia do Quilombo dos Palmares.
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