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CIEP 386 GUILHERME DA SILVEIRA FILHO

PROF. ANA PAULA FIGUEIRA

Vamos observar a imagem...


Praça dos três poderes em Brasília (DF)

Imagem:Mario Roberto Durán Ortiz/ Public Domain


Você conhece
este lugar?

O que a
imagem
representa?
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Após a leitura da imagem, descobrimos que:

Na foto, observamos a “Praça dos Três Poderes” em Brasília (DF),


onde está localizada a sede dos poderes Executivo (Palácio do
Planalto), Legislativo (Congresso Nacional) e Judiciário (supremo
Tribunal Federal).

🡪Saiba que:
A nossa Constituição estabelece a divisão do poder do Estado em 3 poderes autônomos.

EXECUTIVO Encarregado de governar e


administrar os interesses públicos.

LEGISLATIVO É o responsável pela elaboração


das leis.

JUDICIÁRIO É o responsável pelo cumprimento das leis e


zela pelos direitos dos indivíduos.
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Além dos 3 poderes, a Constituição Brasileira afirma que o Estado


Brasileiro é laico (não é vinculado a nenhuma religião) e assegura ao povo a
liberdade religiosa, de opinião, de pensamento, entre outros.

As pessoas sempre tiveram esses direitos


Vamos refletir um pouco... assegurados pela lei?
Quando os 3 poderes foram criados?

A divisão dos 3 poderes e as garantias asseguradas pela Constituição têm


suas origens no século XVIII, com o surgimento de um movimento que ficou
conhecido como “Iluminismo”.

Agora, vamos voltar ao passado e descobrir como tudo isso


aconteceu...
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As origens do Iluminismo

• O Iluminismo foi um conjunto de ideias que tiveram origem na


Europa, no século XVII, e se desenvolveu especialmente no
século XVIII, o qual ficou conhecido como o “Século das luzes
ou da Ilustração”.
• O pensamento iluminista teve sua maior expressão na França e
difundiu-se pelo mundo influenciando o movimento de
Independência das Treze Colônias da América do Norte, a
Revolução Francesa e os movimentos de Independência na
América Latina, inclusive no Brasil.

🡪Lembre-se que:

Iluminismo

Iluministas
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iedade.
O Iluminismo rompeu com a maneira como as pessoas
pensavam. Seus pensadores valorizavam a ciência e a
racionalidade como forma de eliminar a ignorância dos seres
humanos sobre a natureza e a vida em sociedade.
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As luzes da razão

“Iluminar significa combater as trevas da ignorância e as


superstições que dominavam a sociedade da época”.

Para os filósofos iluministas, o uso da razão era a melhor


maneira de construir um mundo baseado na verdade, na liberdade e
no progresso. Acreditavam que as pessoas eram livres, autônomas e
tinham capacidade de pensar por si mesmas. A ignorância, gerada
pela aceitação de dogmas religiosos e a submissão aos governos
absolutistas, tinha impedido o cidadão de desenvolver suas
potencialidades. Agora, a sociedade deveria ser guiada pela razão e
pela ciência e não mais pela fé e religião.
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A luz da razão nas palavras de René Descartes...

“Nunca devemos admitir senão


aquilo que a razão nos mostra
como evidente; em caso algum
podemos aceitar o que nos é
imposto pela nossa imaginação
ou pelos nossos sentidos.”
Imagem: Frans Halsl/ Public Domain

(Descartes, Meditações Metafísicas,


1640)
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Esclarecer é educar

As novas ideias eram propagadas nas academias científicas e


de ensino, nos salões, nos clubes e nos cafés.
Além das descobertas no campo da ciência , falava-se sobre
arte, política, economia, questões sociais, etc.
Com ajuda da imprensa, as ideias iluministas foram divulgadas em
jornais, revistas e livros.
Um importante veículo para divulgar o pensamento iluminista
sobre história, política, economia, arte e sociedade foi a criação da
“Enciclopédia”.
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A Enciclopédia que iluminava

A Enciclopédia abordava diversas áreas do


conhecimento e divulgava as ideias
filosóficas e políticas do Iluminismo.

Imagem: Autor Desconhecido/Disponibilizada por Samulili/ Public


Seus Organizadores:
- Denis Diderot (1713-1784)
-Jean D’Alembert (1717-1783)

🡪A obra contou com a colaboração de


aproximadamente 140 autores, entre eles,
Voltaire, Rousseau e Montesquieu.

🡪Foi condenada pelo governo e pela Igreja


como subversiva, mas circulou
clandestinamente influenciando as mentes
da época.

Domain
Denis Diderot
Imagem: Retrato de Denis Diderot/ Louis Michel Vanloo, 1767/
Musée du Louvre/ Public Domain
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Jean D’Alembert

Organizaram e publicaram a Enciclopédia

Imagem: Maurice Quentin de La Tour, 1753/ Musée du


Louvre/ Public Domain
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Quais os princípios e ideias do Iluminismo?

Imagem: Leitura da tragédia de Voltaire L'Orphelin de la


Chine, no salão de Madame Geoffrin em 1755/ Anicet
Charles Gabriel Lemonnier, 1812/Afro bighair/ Public
Domain
“O salão de madame Geoffrin”, pintura de Anicet Charles Gabriel Lemonnier, 1755.
🡪 A tela retrata diversos pensadores iluminista em uma reunião, Eles debatiam e
divulgavam suas ideias em clubes, cafés, salões literários e da aristocracia.
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O Iluminismo defendia:

▪ a igualdade jurídica;

▪ tolerância religiosa e filosófica;

▪ liberdade pessoal e social;

▪ direito à propriedade privada;

▪ defesa do contrato como mediador das relações sociais;

▪ maior participação política da sociedade;

▪ governo representativo.

A História em debate: A ideia de liberdade foi muito importante para os iluministas. Na


sua opinião, o que é liberdade? Discuta com seus colegas e registre no caderno sua
opinião.
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O Iluminismo combatia:

▪ o absolutismo monárquico;

▪ a intervenção do estado na vida econômica: o


mercantilismo;

▪ a tese do direito divino dos reis;

▪ a participação da igreja na vida pública e as verdades


reveladas pela fé.

🡪Lembre-se que:
Teoria do direito divino dos reis: era a teoria que servia para legitimar o poder e a
autoridade dos reis afirmando que seu direito de reinar provinha da vontade de Deus.
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Os principais pensadores iluministas...

Imagens: (a) Nicolas de Largillierre, 1724-1725/ Musée Carnavalet/ Public Domain; (b) Maurice Quentin de La Tour/
Musée Antoine Lécuyer/ Public Domain; (c) Maurice Quentin de La Tour, 1753/ Musée du Louvre/ Public Domain;(d)
Autor Desconhecido, 1728/ Château de Versailles/Disponibilizada por ArtMechanic/Public Domain
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VOLTAIRE (1694 – 1778)

Imagem: Nicolas de Largillierre, 1724-1725/ Musée Carnavalet/


“Posso não
concordar com
nenhuma palavra que
você diz, mas
defenderei até a
morte o direito de
você dizê-las”.

Public Domain
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Voltaire era o pseudônimo (apelido) de


François-Marie Arouet.

Defendia a liberdade de pensamento, a igualdade


perante a lei e a tolerância religiosa.

Criticava a igreja e o absolutismo, propondo a


participação da burguesia esclarecida no governo.
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Jean-Jacques ROUSSEAU (1712-1778)


Imagem: Maurice Quentin de La Tour/ Musée Antoine Lécuyer/ Public Domain

“O homem nasce bom,


a sociedade o
corrompe”.
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Escreveu várias obras, as mais


destacadas são:

Imagem: Autor Desconhecido/Disponibilizada por MLWatts/ Public


“Discurso sobre a origem e os
fundamentos das desigualdades
entre os homens”

Criticava a propriedade privada por ser


a raiz das infelicidades humanas.

“O Contrato Social”
Defendia a ideia de um estado

Domain
democrático que garantisse a igualdade
de direito para todos.
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MONTESQUIEU (1689 – 1755)

“É uma verdade eterna: qualquer

Imagem: Autor Desconhecido, 1728/ Château de Versailles /


pessoa que tenha o poder tende
a abusar dele. Para que não haja

Disponibilizada por ArtMechanic / Public Domain


abuso, é preciso organizar as
coisas de maneira que o poder
seja contido pelo poder”.
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Era contra o absolutismo (forma de governo


que concentrava todo poder do país nas
mãos do rei). Afirmava que somente o poder
poderia limitar o poder.
Criticava a interferência política do clero.

AndreasPraefcke /Château de Versailles/ Public Domain


Defendia aspectos democráticos de governo
e o respeito às leis.

Imagem: Autor Desconhecido/Disponibilizada por


Em sua obra “O Espírito das leis” ,
defendia a divisão do poder em três:
Legislativo (composto pelos representantes
da população que fariam as leis do país),
Executivo (responsável por executar essas
leis e administrar os negócios públicos) e
Judiciário (encarregado de aplicar as leis).
Essa divisão era o que garantiria o
cumprimento das leis vigentes, e a liberdade
dos cidadãos.
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JOHN LOCKE (1632 – 1704)

“Ler fornece ao espírito


materiais para o

Imagem: Godfrey Kneller, 1697/ Public Domain


conhecimento, mas só o
pensar faz nosso o que
lemos”.
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Locke criticou a teoria do direito divino dos reis e


combateu o absolutismo;
para ele, a soberania não reside no Estado, mas sim
na população. Admitia sua supremacia, mas este
deveria respeitar as leis natural e civil, zelar e defender
os direitos naturais do cidadão, senão o povo poderia
destituí-lo;
defendeu a separação entre Igreja e Estado e a
liberdade religiosa;
acreditava que a mente de uma pessoa, ao nascer, era
uma tábula rasa (espécie de folha em branco) e
somente com as experiências vividas é que se adquire
conhecimento e personalidade.
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Uma nova teoria econômica...


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A palavra Fisiocracia quer dizer


A fisiocracia “governo da natureza”.

Os filósofos economistas adeptos


da fisiocracia eram chamados de
“fisiocratas”.

Os fisiocratas defendiam a liberdade econômica e a livre


concorrência, em que o mercado se autorregulava pela “lei da oferta
e da procura” sendo regido pela ordem natural das coisas.
Criticavam o mercantilismo e a intervenção do Estado na economia.
Para eles, as imposições impostas pelo Estado eram um obstáculo
para o desenvolvimento econômico.
Essa ideia estava clara na frase: “Laissez faire, Laissez passer”,
(deixai fazer, deixai passar) pronunciada pelo francês François
Quesnay.
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Principais Fisiocratas:

Adam Smith (1723 – 1790)


Principal obra:
“A riqueza das nações” (publicada em
1776).
Imagem: Perfil de Adam Smith/ Protonk/ Public Domain
Defendia a ideia de que o trabalho e
o acúmulo de capital eram a fonte da
riqueza.
Foi o primeiro a estudar o sistema
capitalista.

verdadeira
Capital Trabalho riqueza da
nação
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François Quesnay (1694-1774)

Principal obra:

Imagem: Johann-Georg Wille e Jean Chevalier, 1747/ Pavillon de


“Quadro Econômico” (publicada em 1758).
Autor da frase: “Laissez faire, Laissez
passer” (deixai fazer, deixai passar), foi o
Jussieu, Versailles (commune)/ Public Domain
principal representante da Fisiocracia e
também colaborador da “Enciclopédia”.
Em sua obra, demonstra a relação entre
diferentes classes e setores econômicos e o
fluxo de pagamentos entre eles.
Defende a ideia de que o mercado é que
define o que seria mais adequado produzir.
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HISTÓRIA, 8º ano 386 Fundamental
do Ensino GUILHERME DA SILVEIRA FILHO
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Enquanto isso...

Em meio a toda essa efervescência de novas ideias, alguns


governantes absolutistas foram adotando alguns princípios
iluministas em seus países.
Eles ficaram conhecidos como os “Déspotas Esclarecidos”.

🡪Saiba que:

Déspota Era o rei, soberano ou ministro absolutista

Esclarecido O que era adepto às ideias iluministas


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Os Déspotas Esclarecidos

Estes governantes perceberam que as ideias iluministas estavam se


espalhando e ganhando aceitação do povo. Assim, sem deixar de ser
absolutistas, colocaram em prática algumas ideias iluministas a fim modernizar
os estados que governavam, diminuir a contestação e aumentar seu poder e
prestígio, enfraquecendo a oposição ao seu governo.
Diziam-se governar em nome da felicidade do povo.

As principais práticas adotadas entre eles foram:

• fim das barreiras comerciais e da censura aos livros;


• ampliar o acesso à justiça;
• dar assistência social aos mais necessitados;
• incentivo à educação, à arte e à atividade econômica.
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Principais Déspotas Esclarecidos

Catarina II (Rússia) Frederico II (Prússia)

Imagem: Antoine Pesne, 1739/ Gemäldegalerie/ Public


Imagem: Autor Desconhecido/Disponibilizada
por Torsten Schleese/ Public Domain

Domain
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José II (Áustria) Marquês de Pombal (Portugal)

Imagem: Autor Desconhecido/Disponibilizada por


Imagem: Georg Decker/ Public Domain

Get It/ Public Domain


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Referências bibliográficas:

ALVES, Alexandre. OLIVEIRA, Leticia Fagundes de. Conexões com a História.


Vol 2. 1ºed. São Paulo: Moderna, 2010.

AZEVEDO, Gislaine Campos. SERIACOPI, Reinaldo. História em movimento:


O mundo moderno e a sociedade contemporânea. Vol 2. São Paulo: Ática,
2010.

BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio. Vol 2.


2º ed. São Paulo: Moderna, 2010.

Revista “Aventuras na História”. Edição 55. São Paulo: Abril, 2008

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