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A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA DOS SÉCULOS XVII E XVIII

Factores que contribuíram para a revolução científica

>Viagens marítimas;
>Renascimento - Espírito crítico e a
curiosidade de saber a origem e o
funcionamento de tudo;
>Criação de instrumentos técnicos
auxiliares da investigação científica.

Galileu Galilei (1564-1642) mostra um


telescópio que ele próprio construiu.
Pilares fundamentais da ciência moderna
Método experimental (observação e experimentação).
Racionalismo (princípio de que todos os fenómenos deveriam ser explicados pela razão).

Lição de Anatomia, de Rembrandt (1632)


Desenvolvimento científico
• Matemática
• Física
• Astronomia
• Medicina

René Descartes (1596-1650), rodeado de sábios, explica as suas


teorias à rainha Cristina da Suécia. Descartes foi filósofo e matemático.
Os avanços da ciência moderna e o desenvolvimento da técnica
Resistência à inovação
• Analfabetismo da população;
• Inquisição - utilizava a censura e repressão;
• Ensino tradicional (controlo do ensino pelos jesuítas).

A execução de condenados pela inquisição


O ILUMINISMO
ILUMINISMO - movimento cultural do século XVIII que defendia o poder da razão, o
progresso e a liberdade. (O homem era, tanto mais feliz quanto mais
esclarecido/iluminado fosse).

❖O Iluminismo defendia:

✓A ideia de progresso
✓A valorização da razão sobre a fé
✓Liberdade
✓Educação para todos
✓Igualdade perante a lei
✓Soberania popular (a nação tem o direito a escolher os
seus representantes)
✓Separação dos poderes (legislativo, executivo, judicial)
Principais iluministas e as suas ideias

“Eis ao que chegou a legislação inglesa:


dar a todos os homens os direitos da
natureza, direitos de que são privados em
quase todas as monarquias. Estes direitos
são: inteira liberdade da sua pessoa e dos
seus bens; poder falar à nação através da
sua pena (...); não ser julgado senão
segundo os termos da lei; professar em
paz a religião que quiser.”

Voltaire, Ensaios (1756)

Voltaire (1694-1778)

defendeu a liberdade,
a tolerância e a justiça social.
Há em cada Estado três espécies de poderes:
o poder legislativo, o poder executivo das
coisas que dependem do direito das gentes e
o poder judicial das que dependem do direito
civil. Quanto ao primeiro, o príncipe ou o
magistrado faz as suas leis por um período ou
para sempre e corrige ou revoga as que estão
feitas. Quanto ao mundo, faz a paz ou a
guerra, envia as embaixadas, estabelece a
segurança, previne as invasões. Quanto ao
segundo, pune os crimes ou julga as questões
dos particulares.
Montesquieu, O Espírito das Leis (1748)

Montesquieu (1689-1755)

defende a ideia da
separação dos poderes ( executivo,
legislativo e judicial.)
Na sociedade, a minoria deve submeter-se à
vontade da maioria (…). As decisões que
devem prevalecer são aquelas que representa
a vontade geral (…). É verdade que cada um,
quando vota exprime a sua própria vontade.
Mas é do número total de votos que resultará
a vontade geral. Se o resultado final não
estiver de acordo com a minha vontade, isso
significa apenas que a maioria está em
desacordo comigo e que eu me devo
submeter. Nem por isso deixarei de ser livre.
Rosseua, O Contrato Social (1762)

Rousseau (1712-1778)

defensor da igualdade de todos


os cidadãos perante a lei e da
soberania popular, (escolha dos
governantes através de
eleições)
As nossas esperanças quanto ao futuro
podem reduzir-se a estes três pontos
importantes: a destruição da desigualdade
entre as nações, os progressos da
igualdade num mesmo povo, enfim, o
aperfeiçoamento real do Homem. A es-
pécie humana deve melhorar, quer por
novas descobertas nas ciências e nas
artes quer pelo aperfeiçoamento real das
faculdades intelectuais, morais e físicas.
Há-de chegar portanto esse momento em
que o Sol só alumiará sobre a Terra
homens livres, que só reconhecem como
senhor a razão..
Condorcet
Condorcet, Quadro dos Progressos do Espírito Humano (1794)
defensor da ideia do
progresso
Diderot, art. “Autoridade Política”,
in Enciclopédia (1.º vol., 1751)

Nenhum homem recebeu da natureza o direito


de comandar os outros. A liberdade é um
presente do céu. O poder que vem do
consentimento dos povos supõe necessaria-
mente condições que tornem o seu uso le-
gítimo útil à sociedade; o homem não pode
nem deve dar-se inteiramente e sem reserva a
outro homem porque há um Senhor superior
acima de tudo.

Diderot, Liberdade, in Enciclopédia 1751

Diderot

defensor da ideia da
liberdade
A DIFUSÃO DAS NOVAS IDEIAS

Os ideais iluministas foram divulgados por diferentes meios o que


contribuiu para a sua propagação por toda a Europa. Os mais importantes
foram:

• livros;
• Enciclopédia (Diderot e D’ Alembert)
• jornais
• gazetas;
• cafés
• salões;
• Academias;
• Universidades
• Lojas maçónicas

Nesta obra reuniram-se artigos dos mais ilustres


intelectuais e cientistas europeus da época.
O ILUMINISMO EM PORTUGAL
As novas ideias entraram em Portugal através dos estrangeirados (portugueses
que estudaram ou desempenharam cargos no estrangeiro), mas também por
estrangeiros que viviam no nosso país e através de publicações que cá
chegavam.

Principais estrangeirados:

• Ribeiro Sanches( médico);


• Jacob de Castro Sarmento( médico);
• Francisco Xavier de Oliveira(diplomata);
• Luís António Verney( pedagogo).
É da obrigação do Soberano cuidar
da educação da mocidade,
destinada a servir a Pátria em tempo
de paz e de guerra, destinada a
servir cargos da Religião tanto para
o bem dos povos como para a
felicidade do soberano. Por isso as
escolas devem ser públicas, sob a
autoridade do rei.

Ribeiro Sanches, Cartas Sobre a Educação da


Mocidade (Paris, 1759)

Ribeiro Sanches (1699-1782) — Biblioteca Nacional de Lisboa. Médico e escritor


português de origem judaica. Colaborou na Enciclopédia e influenciou as reformas do
ensino em Portugal.
[...] Antigamente, os médicos não viam
nos animais senão aquilo que os
carniceiros podem observar [...]. Mas
hoje explica-se a disposição dos
órgãos como se explica o mecanismo
de um relógio. Este modo de observar
a Natureza tem aberto os olhos aos
estudiosos e tem demonstrado que
existem causas naturais para aquilo a
que antes se atribuíam causas ocultas.
Este método é o único para descobrir a
verdade.

Luís António Verney, Verdadeiro Método de


Estudar, 1746

Luís António Verney (1713-1792) — Biblioteca Nacional de Lisboa. A sua obra O


Verdadeiro Método de Estudar constituiu uma denúncia da situação cultural
portuguesa e exerceu grande influência na Reforma pombalina do ensino.
PRINCIPAIS REFORMAS DO MARQUÊS DE POMBAL NO ENSINO
Criação de:

• Escolas Menores (dedicadas ao ensino da leitura, escrita, aritmética e regras


de educação);
• Escolas Régias ( estão na origem do actual ensino secundário);
• Escolas do Comércio ( para os filhos dos burgueses);
• Escola Náutica do Porto;
• Colégio dos Nobres (preparação dos filhos da nobreza, com vista às carreiras
administrativas e diplomáticas);
• Extinção da Universidade de Évora (ligada aos jesuítas)
• Reforma da universidade de Coimbra.
• instituições culturais e científicas (Observatório Astronómico, Jardim Botânico,
Museu de História Natural…)

Estas reformas conduziram à laicização do ensino ( ou seja, este foi


libertado da influência da Igreja) e ao desenvolvimento de um ensino
de carácter mais prático baseado no método experimental

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