Você está na página 1de 23

Condorcet, Jean-Antonie-

Nicolas de Caritat, Marquês


(1743-1794)
Esboço de um quadro histórico dos progressos do espírito humano

Discentes:
Fernanda Natali Demichelli
Jorge Alexandre Bueno Aymoré
• Escreveu o livro em 1793, com Thomas Paine - como projeto de
Constituição – não aprovado.
• Publica panfleto contra a Constituição “armadilha para ditadura”.
• Tem sua prisão decretada , se refugia e escreve o “Esboço”.
• Em 1794 é preso e morre na prisão em circunstâncias obscuras;
• No ano seguinte a Convensão distribui o livro publicado nas escolas
francesas, como um “livro clássico do filósofo infortunado”.
• O espírito humano faz progressos (estágios de desenvolvimento) –
ideia familiar do séc XVIII;
• Superioridade dos estágios posteriores em relação aos anteriores,
afirmação progressiva da razão humana e suas realizações;
• Novas aquisições da ciência, desenvolvimento das artes, da literatura,
triunfo sobre os preconceitos;
• Concepção histórica compartilhada por outros autores (d’Alembert e
Voltaire);
• Trajetória linear, com períodos de interrupção.
Desenvolvimento da razão > aperfeiçoamento homens > construção de
uma sociedade mais feliz.

Antiguidade (sabedoria) > Idade Média (trevas) > Renascimento (luz)


• Ideia presente na obra de Condorcet > superioridade do presente em
relação ao passado.
• Sistema geral dos conhecimentos humanos > método de descobrir a
verdade.
Homem é perfectível

Duas ideias fundamentais


História mostra seu aperfeiçoamento

Garantir o progresso e
acelerar o processo
• Progresso gera desigualdade?
-Rousseau: a desigualdade entre os homens tira sua força e seu
crescimento dos progressos do espírito humano (meios e os fins) –
Contradições. Progresso é ao mesmo tempo degenerações – passado
superior ao presente.
- Condorcert: apesar das crises, há um progresso.
• Ideia central – difundir a verdade e acabar com preconceitos nas
instituições > Atacar a religião e tirania > independência da razão e
liberdade de expressão.
• Efeito dessa nova filosofia  independência americana > revolução
francesa (mais completa).

• Sobre o estado futuro:


- destruição da desigualdade entre as nações
- progresso de igualdade interior de um mesmo povo;
- aperfeiçoamento real do homem.
Nono período – de Descartes até a formação
da República Francesa.
• Liberdade > que não fere nenhum dos direitos naturais do homem;
• Sujeitos a regras comuns, em que o voto da maioria é o único
caractere de verdade reconhecido por todos;
• Constituição não é imutável;

“Assim, não se ousou mais dividir os homens em duas raças diferentes, das quais uma é destinada a
governar, a outra a obedecer; uma a mentir, a outra a ser enganada; as pessoas foram obrigadas a
reconhecer que todos têm um direito igual a se esclarecer sobre todos os seus interesses, a
conhecer todas as verdades; e que nenhum dos poderes por eles mesmos estabelecidos sobre si
pode ter o direito de escolher-lhes alguma.”
• Dilema sobre produção e distribuição das riquezas, equilíbrio:
necessidade x recursos, bem-estar x sociedade > lei geral do mundo
moral;
• Ordem publica > direitos que cada um tem da natureza (dispor de
suas riquezas), organizados pelo poder público (instituições uteis a
sociedade) que devem instalar, dirigir ou vigiar.
• Economia política deve ser submetida aos princípios da filosofia e à
precisão dos cálculos.
Desenvolvimento de nossa faculdade que faz sentir prazer, dor, também é responsável pelas origens
das ideias morais. Fundamento das verdades gerais, leis necessárias sobre o que é justo/injusto.
• Reconhece problemas na sociedade, porém atribui sua causa ao
governo apenas.
“Esse sistema colocava os mais seguros encorajamentos ao comércio e à indústria no desfrute de
uma liberdade infinita, que livrava os povos do flagelo destruidor e do jugo humilhante desses
impostos repartidos com tanta desigualdade (...) para substituir a isso uma contribuição justa.”

“Essa teoria ligava a verdadeira potência e a riqueza dos Estados ao bem estar dos indivíduos e ao
respeito por seus direitos. Unia pelo elo de uma felicidade comum, as diferentes classes entre as
quais essas sociedades naturalmente se dividem. Ideia de uma fraternidade do gênero humano,
cuja doce harmonia nenhum interesse nacional deveria perturbar mais.”
Defendia...
• Liberdade religiosa, abolição da tortura e suplícios bárbaros,
legislação criminal mais suave, Código civil mais simples, contra o
fanatismo e preconceitos, zelo pela propagação das luzes.
• Divulgação para todas as classes da sociedade em que a instrução se
estendia para além do catecismo e da escrita, para que o povo se
conscientize, não seja manipulável.
“O sentimento de humanidade, de compaixão tenra por todos os males que atingem a espécie
humana (nas instituições públicas, ações privadas, acrescenta novas dores) era consequência
natural desses princípios.”
“Filósofos das diversas nações, abraçando em suas meditações os interesses da humanidade, sem
distinção de país, raça ou seita, formavam uma falange unida contra todos os erros. Animados pelo
sentimento de uma filantropia universal em que combatiam a injustiça.”

• Liberdade do povo, conservação dos direitos naturais do homem;


• Exemplo da Revolução Americana;
• Revolução Francesa – mais integral, menos pacífica.
• Esse movimento teve inicio com Descartes > Progresso das ciências,
matemáticas e físicas > é preciso distribuir e ordenar as diversas
partes, mas também suas relações;

• Submeter todas as verdades ao rigor do cálculo (Newton e Leibniz)


como instrumento universal aplicável a todas as combinações de
ideias.
• Avanços na ciência: gravidade (lei física do universo), lei da
conservação dos corpos, posição dos corpos celestes, eletricidade,
raio, meteorologia, descobertas na química (elementos), biologia
(classificação dos seres), microscópios, medicina etc.
• Cálculo das probabilidades, teste de hipóteses, graus de certeza >
influencia nas eleições, tomadas de decisão, conhecer uma população
(variáveis);
• Acredita no processo de popularização da ciência e dos princípios e
métodos, antes patrimônio de alguns homens;
• Progresso lento considerando o sistema de ensino (abandonado aos
preconceitos escolásticos) porém, rápido na extensão e natureza dos
objetos de ensino.
• Importância do conhecimento, da razão, em todos os âmbitos da
ciência para modificar e melhorar a sociedade.
Décimo período – dos futuros progressos do
espírito humano.
• Acredita no melhoramento da espécie humana: ciência e artes, bem
estar particular e prosperidade comum, progressos na conduta e
moral prática > aperfeiçoamento das faculdades intelectuais, morais e
físicas.;
• Possibilidade de instruir a massa inteira de um povo, sobre o que se
precisa saber (economia doméstica, administração, e exercício da
cidadania).
• Instrução bem dirigida corrige a desigualdade natural das faculdades,
assim como as boas leis, para que todos desfrutem dos direitos
comuns.
• Tem consciência de que essa época está distante e se um dia pode
chegar a acontecer.
• Tem noção do caminho longo que o homem precisará fazer, de
quanto as faculdades intelectuais e morais ainda são imperfeitas;
• Destruição integral dos preconceitos que estabeleceram entre os dois
sexos. Para tornar comuns as virtudes domésticas, para fortalecer os
progressos da instrução. Para a equidade e o bom senso, acabaria
com a fonte de injustiças, crueldades e de crimes.
• Condorcet afirmava que o estado de aperfeiçoamento de seu tempo
não poderia mais ser interrompido, a não ser que houvesse alguma
catástrofe mundial. Caberia aos homens que tivessem cultivado sua
razão pelo estudo e pela meditação a tarefa de acelerar esse
progresso, que por si só era inevitável. Pág 12
Nós vimos a razão humana formar-se lentamente pelos progressos
naturais da civilização, a superstição apoderar-se dela para corrompê-
la, e o despotismo degradar e entorpecer os espíritos sob o peso do
temor e da infelicidade. (pag. 141)
• Agora, se bem que sempre restasse um número muito grande de
homens condenados a uma ignorância voluntária ou forçada, o limite
traçado entre a parte grosseira e a parte esclarecida do gênero
humano tinha apagado quase inteiramente, e uma gradação
insensível preenchia o espaço que separa os dois extremos, o gênio e
a estupidez. (Pág 156)
• (Comparação da Revolução Americana e Francesa)
• Os franceses, ao contrário, atacaram ao mesmo tempo o despotismo
dos reis, a desigualdade política das constituições semilivres, o
orgulho dos nobres, a dominação, a intolerância, as riquezas do clero
e os abusos da feudalidade, que ainda cobrem a Europa quase inteira.
(Pag. 163)
• Portanto, chegará esse momento em que o Sol só iluminará homens
livres na Terra, homens que só reconhecem a razão como seu senhor;
momento em que os tiranos ou os escravos, os sacerdotes e seus
estúpidos ou hipócritas instrumentos só existirão na história ou nos
teatros; em que só se ocupará deles para lamentar suas vítimas ou
enganados; para entreter, pelo horror de seus excessos, em uma útil
vigilância; para saber reconhecer e sufocar, sob o peso da razão, os
primeiros germes da superstição e da tirania, se algum dia eles
ousarem reaparecer.(pag 195)
• Desigualdade de Riqueza / Desigualdade de Estado
• Desigualdade de Instrução

Você também pode gostar