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(ENEM - 2021) Ao mesmo tempo, graças às amplas possibilidades que tive de observar

a classe média, vossa adversária, rapidamente concluí que vós tendes razão, inteira
razão, em não esperar dela qualquer ajuda. Seus interesses são diametralmente opostos
aos vossos, mesmo que ela procure incessantemente afirmar o contrário e vos queira
persuadir que sente a maior simpatia por vossa sorte. Mas seus atos desmentem suas
palavras.
ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Bom tempo, 2010.

No texto, o autor apresenta delineamentos éticos que correspondem ao(s)

Aconceito de luta de classes


Balicerces da ideia de mais-valia
Cfundamentos do método científico
Dparadigmas do processo indagativo
Edomínios do fetichismo da mercadoria

"Engels era um socialista convicto. Desde seu ingresso no grupo dos Jovens Hegelianos,
o filósofo estava em contato com os ideais socialistas. A sua estada em Manchester e
seu trabalho nas fábricas do pai fê-lo perceber o quão grave era a situação dos
trabalhadores industriais ingleses. Esse choque de realidade abriu os olhos de Engels
para a necessidade de pensar-se em uma teoria social e aplicá-la a fim de reduzir as
desigualdades sociais.

Junto a Marx, Engels é considerado um teórico do socialismo científico, que estabelece


uma distinção de classes sociais que deve ser superada para que haja justiça social."

"O socialismo criado por Marx e Engels era diferente de todas as ideias socialistas
pensadas antes. A teoria desses filósofos visava transformar os ideais socialistas em uma
teoria científica capaz de ser aplicada numa realidade prática. Para tanto, os pensadores
criaram um método de análise social chamado de materialismo histórico dialético e
estabeleceram a necessidade de uma revolução para que houvesse uma mudança
efetiva na sociedade."

"Marx e Engels enxergaram no sistema capitalista uma injusta apropriação do trabalho


dos operários por parte dos burgueses, sendo que apenas estes enriqueciam enquanto
aqueles viviam na miséria. A saída apontada pelos filósofos era uma revolução que uniria
a força de todos os trabalhadores a fim de derrubar o sistema capitalista e tomar o
controle dos meios de produção (as fábricas).

Após a revolta, um Estado forte e ditador seria criado e gerido pelos trabalhadores, esse
Estado deveria controlar toda a antiga propriedade privada como propriedade pública,
além de inviabilizar a criação da primeira. Esse Estado ditador era chamado de Estado
socialista. A tendência, na visão dos autores, é que ele evoluiria para um Estado
comunista perfeito, já sem a propriedade privada e sem a divisão de classes sociais."
"“O movimento proletário é o movimento autônomo da imensa maioria para o interesse
da imensa maioria.”

“Segundo a concepção materialista da história, o fator determinante na história é, em


última instância, a produção e a reprodução da vida real.”

“Os que no regime burguês trabalham não lucram, e os que lucram, não trabalham.”

“O desenvolvimento político, jurídico, filosófico, religioso, literário, artístico etc. repousa


sobre o desenvolvimento econômico. No entanto, todos esses desenvolvimentos
reagem igualmente uns sobre os outros, assim como sobre a base econômica.”"

A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica; o tronco, a física, e os ramos
que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a
medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita
porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau de sabedoria.
DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).

Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia,


tem como objetivo

A
sustentar a unidade essencial do conhecimento.
B
refutar o elemento fundamental das crenças.
C
impulsionar o pensamento especulativo.
D
recepcionar o método experimental.
E
incentivar a suspensão dos juízos.

"Descartes revolucionou o pensamento filosófico moderno. Suas contribuições deram


origem à tradição racionalista que se baseia no entendimento de que o conhecimento
racional é inato ao ser humano. Assim como Platão, o filósofo francês concebeu o ser
humano como um ser composto por uma dualidade psico-física, isto é, por uma mente
ou alma (psique) e por um corpo."

"Esses elementos são designados por Descartes como res cogitans (coisa pensante) e
res extensa (coisa extensa). Nessa concepção, a alma ou mente (coisa pensante) é o
atributo maior do ser humano e o seu corpo (coisa extensa) é a extensão da alma. O
corpo depende da alma para viver do mesmo modo que a alma depende do corpo para
habitar o mundo."

"O racionalismo, além de estar assentado nas ideias inatas, toma por base a ideia de que
o conhecimento fornecido por outras fontes que não a razão pode ser enganoso. Isso
implica que somente o conhecimento racional, fruto das deduções, é claro e distinto.
Somente o processo dedutivo (utilizado por excelência na Matemática) pode ser
adotado como meio seguro e único para evidenciar aquilo que é conhecido."

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Nos setores mais altamente desenvolvidos da sociedade contemporânea, o transplante
de necessidades sociais para individuais é de tal modo eficaz que a diferença entre elas
parece puramente teórica. As criaturas se reconhecem em suas mercadorias; encontram
sua alma em seu automóvel, casa em patamares, utensílios de cozinha.
MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Rio de
Janeiro. Zahar, 1979
O texto indica que, no capitalismo, a satisfação dos desejos pessoais é influenciada por
A
políticas estatais de divulgação.
B
incentivos controlados de consumo.
C
prescrições coletivas de organização.
D
mecanismos subjetivos de identificação.
E
repressões racionalizadas do narcisismo.

Herbert Marcuse (Berlim, 19 de julho de 1898 — Starnberg, 29 de julho de 1979) foi um


sociólogo e filósofo alemão naturalizado norte-americano, pertencente à Escola de
Frankfurt.[1] Está sepultado no Dorotheenstädtischer Friedhof em Berlim.
Em suas obras escritas, ele criticou o capitalismo, a tecnologia moderna, o materialismo
histórico e a cultura do entretenimento, argumentando que eles representam novas
formas de controle social.[2] Seus trabalhos mais conhecidos são Eros e Civilização
(1955) e O Homem Unidimensional (1964).

Marcuse defende a tese de que, como vivemos em um período de exploração que


poderá ser superado com o avanço tecnológico, as máquinas pouparão o tempo dos
homens, liberando tempo livre para a realização das verdadeiras faculdades humanas.
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Minha fórmula para o que há de grande no indivíduo é amor fati: nada desejar, além
daquilo que é, nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não se
contentar em suportar o inelutável, e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-los.
NIETZSCHE, apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).
Essa fórmula indica por Nietzsche consiste em uma crítica à tradição cristã que
A
combate as práticas sociais de cunho afetivo.
B
impede o avanço científico no contexto moderno.
C
associa os cultos pagãos à sacralização da natureza.
D
condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica.
E
consagra a realização humana ao campo transcendental.

niciado com a escrita de Assim falou Zaratustra, esse período tem como centralidade as
investigações acerca da moral. Crítico ferrenho da moral judaico-cristã e do
enfraquecimento provocado por essa, ele aposta que houve um período em que o ser
humano era mais forte (antes do cristianismo) por viver sob o império da moral proposta
pelos senhores nobres (não tomando nobreza como casta, mas como uma nobreza de
espírito daqueles que são mais fortes).
O além-do-homem (melhor tradução para o termo alemão Übermensch, que alguns
tradutores traduziram como super-homem) seria um conceito que fala sobre um ser
humano capaz de libertar-se das amarras morais da sociedade e viver por si mesmo. O
cristianismo apareceu como uma rebelião escrava da moral (uma rebelião dos escravos
contra os seus senhores) que resultou na inversão de valores morais.
Para galgar essa inversão, seria necessário um processo que ele chamou de
transvaloração, que seria a reavaliação da moral, estabelecendo novamente o que seria
bom e ruim para a humanidade, sem recorrer aos ideais cristãos. Segundo Nietzsche,
antes do cristianismo, bom era aquela pessoa forte e capaz de sobrepor-se, enquanto
mau era o fraco.
Após o cristianismo e a rebelião escrava da moral, bom passa a ser o fraco enquanto
forte torna-se o mau. O conceito de vontade de poder também aparece nesse período
como uma expressão máxima da vida e da força humana e natural, que seria uma
espécie de energia vital que tocaria tudo o que existe, fazendo as coisas desenvolverem-
se.
etzsche também se apossa do conceito de niilismo e dá a ele outro significado,
entendendo-o como algo prejudicial para o ser humano, embora presente em todas as
pessoas, por ser uma negação da vida material e biológica em detrimento de uma vida
extraterrena, que, para Nietzsche, não existia.

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