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Professor Phillipe Castro

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


100 anos da Semana de Arte Moderna: celebração ou reflexão?

Motivados por uma série de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais, alguns
artistas brasileiros se reuniram para repensar a função da arte e de sua possibilidade de
provocação, de criação de sentidos. É nesse contexto que nasce a Semana de Arte Moderna
de 1922 que envolveu, direta e/ou indiretamente, artistas e intelectuais. Embora, à época, não
tenha tido recepção positiva pelos intelectuais conservadores de São Paulo, a Semana de 22
deu origem a um novo marco artístico-literário nacional.

1. (Ucs 2023) A Semana de 22 continua sendo objeto de estudo, reflexão e influência em


diversos meios e áreas. Cotidianamente, as mais variadas expressões artísticas produzem uma
série de pensamentos, sensações, provocações. Assim, é possível afirmar que a arte exerce
influência sobre os seres humanos e permite que se amplie a percepção de mundo. Isso a
torna um dos temas estudados pela Filosofia.

A partir de seus conhecimentos sobre Filosofia, assinale a alternativa correta.


a) Para Schopenhauer, a arte é pacificadora em termos individuais e coletivos. É a expressão
estética que confere algum conforto ou consolo ao mal-estar predominante. É uma forma de
superação das dores, do sofrimento humano, é o caminho possível de alívio, mesmo que
temporário, transitório.
b) Para os filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer, a indústria cultural não foi apropriada
pela de consumo de massa. Para eles, a noção de consumo massificado não se aplica ao
campo das artes, visto que os elementos artísticos obedecem a uma singularidade, a uma
originalidade.
c) Para Sócrates, a arte – poesia e dramaturgia – é portadora da verdade e deveria ser
valorizada, pois é entendida como uma tentativa de imitação do mundo e contribui para que
o homem, de fato, atinja a verdade. Os poetas são sábios comunicadores de virtudes.
d) Para Aristóteles, a arte é deformadora do caráter emocional do ser humano. Ele escreveu A
poética com a intenção de demonstrar a inutilidade moral e política da poesia, apresentando-
a como algo falso que deturpa a realidade, como se a aparência substituísse a essência.
e) Para Nietzsche, a arte, assim como a beleza, é uma criação humana, uma expressão
estética que se parece com a razão, pois simplesmente agrada sem que haja um motivo ou
uma justificativa.

2. (Unicentro 2023) Leia o texto a seguir.

Um dos meus passos e avanços mais substanciais parece-me ser este: aprendi a diferenciar a
causa do agir da causa do agir de tal e tal modo, do agir numa particular direção, com um
objetivo particular. A primeira espécie de causa é uma quantidade de energia represada,
esperando ser utilizada de alguma forma, com algum fim; já a segunda espécie é algo
insignificante comparado com essa energia, geralmente um simples acaso, segundo o qual
aquela quantidade se “desencadeia” de uma maneira ou de outra: o fósforo em relação ao
barril de pólvora. Entre esses pequenos acasos e fósforos, incluo todos os pretensos “fins” e
também as ainda mais pretensas “vocações”: são relativamente fortuitos, arbitrários, quase
indiferentes, em relação à enorme quantidade de energia que urge, como disse, para ser de
alguma forma consumida.

(NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p.
235.)

Sobre a descrição nietzscheana das causas do agir, considere as afirmativas a seguir.

I. Há uma relação de forças que possibilita ao ser humano a ação.


II. O ser humano é livre porque sua ação é motivada por uma finalidade que ele estabelece.
III. O livre-arbítrio no ser humano é resultado da autonomia que este possui em relação ao

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passado.
IV. O processo que emerge na ação pode se desenvolver sem que haja a atuação da
consciência.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

3. (Ufu 2023) A genealogia da moral de Friedrich Nietzsche faz uma análise filológica de
termos e conceitos intrinsecamente relacionados ao contexto e ao conteúdo moral em que se
teriam constituído historicamente. O filósofo distingue uma moral nobre, que recusa ideais
ascéticos, contraposta a uma outra, ressentida, que seria “de escravos”.
Sobre essa distinção, assinale a alternativa correta.
a) O ressentimento está relacionado a um movimento de dirigir-se para fora; nomeia “mau” o
outro, em um sentido reativo e vingativo; já a moral nobre é fruto de autoafirmação.
b) O juízo “bom” tem sua origem, para Nietzsche, nas ações consideradas pelos homens como
não egoístas e tornadas boas pelo reconhecimento e pelo costume.
c) A oposição entre nobres e escravos assemelha-se à relação entre aves de rapina e ovelhas
que, ameaçadas por aquelas, agem de maneira nobre, expressando fraqueza como força.
d) O modo de valoração nobre considera negativo o que intensifica a vida, pois ameaça o
modo de existência aristocrático, movido pelo ressentimento e pela compaixão.

4. (Unicentro 2023) Leia o texto a seguir.

Cada vez mais quer me parecer que o filósofo, sendo por necessidade um homem do amanhã
e do depois de amanhã, sempre se achou e teve de se achar em contradição com o seu hoje:
seu inimigo sempre foi o ideal de hoje. Até agora todos esses extraordinários promovedores do
homem, a que se denominam filósofos, e que raramente viram a si mesmos como amigos da
sabedoria, antes como desagradáveis tolos e perigosos pontos de interrogação – encontraram
sua tarefa, sua dura, indesejada, inescapável tarefa, mas afinal também a grandeza de sua
tarefa, em ser a má consciência do seu tempo. Colocando a faca no peito das virtudes do
tempo, para vivisseccioná-lo, delataram o seu próprio segredo: saber de uma nova grandeza
do homem, de um caminho não trilhado para seu engrandecimento.

(NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. São
Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 106.)

Sobre a concepção nietzscheana do papel do filósofo, assinale a alternativa correta.


a) O filósofo é um visionário, pois uma nova concepção de mundo é anunciada em seu
pensamento.
b) O filósofo deve rapidamente incorporar as novas tendências e ideias para que sua obra não
fique presa no passado.
c) A filosofia moderna foi responsável pela emancipação do ser humano frente aos
preconceitos da tradição.
d) A historiografia da filosofia é a tarefa máxima do filósofo, pois, assim, ele escapa às
tendências do presente.
e) A filosofia deve submeter-se às descobertas científicas para que um novo pensamento seja
possível.

5. (Unesp 2023) Também conhecidas como Organizações Intergovernamentais, essas


instituições são criadas por países (Estados soberanos), regidas por tratados, que buscam por
meio da cooperação a melhoria das condições econômicas, políticas e sociais dos associados.
Buscam soluções em comum para resolver conflitos de interesses entre os Estados membros.
A Organização das Nações Unidas (ONU), fundada em 1945, é a maior organização
internacional do mundo. Tem como objetivos principais a manutenção da paz mundial, o
respeito aos direitos humanos e o progresso social da humanidade.

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(Benigno Núñez Novo. “Organizações internacionais”.www.direitonet.com.br, 08.02.2018.


Adaptado.)

A organização política intergovernamental mencionada no excerto assemelha-se à concepção


de Estado da abordagem contratualista de Hobbes, caracterizada pelo dever do soberano de
a) proteger a vida humana.
b) garantir o direito natural.
c) superar a desigualdade social.
d) ampliar a liberdade individual.
e) assegurar a propriedade privada.

6. (Unichristus - Medicina 2023) A filosofia sob a ‘força do martelar’ representa em Nietzsche o


percurso de uma crítica à tradição metafísica que se estende desde a noção platônica de
mundo até a modernidade, na qual o sujeito ganha lugar relevante nas investigações sobre o
conhecimento lógico explicativo do mundo, que é concebido como uma multiplicidade, que
aparece “para o sujeito” e “nele”.
No percurso da crítica, Nietzsche afirma que conceitos foram utilizados pela tradição
metafísica, com o intuito de garantir o desvelamento de um mundo teorizável, e, por isso,
determinações como espírito, alma, consciência significam antes um caminho para desvalorizar
os aspectos da vida ligados à corporeidade do homem e do mundo.

VIEIRA, Louise Cristina. Para onde conduz o Martelo de Nietzsche?. Revista do NESEF/UFPR,
v. 3, n. 3, 2013. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/nesef/article/view/54669. Acesso em: 8
set. 2022.

Essa filosofia, portanto, destina-se a


a) reforçar a crença essencial nas ideias filosóficas modernas, rejeitando o modelo de empírico.
b) martelar os ídolos, que configuram todo tipo de modelo mental que escraviza a vida.
c) valorizar a tradição metafísica, a existência do ser, a causa e o sentido da realidade.
d) destacar a existência de Deus, da alma e do sentido da vida com base na religiosidade.
e) legitimar a dualidade entre o mundo inteligível e o mundo sensível, a dicotomia platônica.

7. (Uece 2023) “O que caracteriza o conhecimento dialético é que o verdadeiro (Hegel), o


racional e o concreto (Hegel, Marx) são o resultado de um movimento de pensamento.
Resultado do que Hegel chama de ‘trabalho do conceito’, que mostra progressivamente, a
partir das determinações mais simples e abstratas do conteúdo, suas determinações cada vez
mais ricas, complexas e intensas, até o ponto de sua unidade, que não é uma unidade formal,
mas uma unidade sintética de múltiplas determinações”.

MÜLLER, Marcos Lutz. A dialética como método de exposição em O capital. Belo Horizonte:
Boletim da SEAF, 1982 (mimeo). (Texto adaptado).

A partir da citação anterior, é correto concluir que, para a dialética, o esforço do pensamento
conceitual em acessar e conhecer a realidade, deve resultar em um
a) conhecimento parcial dessa mesma realidade.
b) saber intuitivo e imediato da unidade do real.
c) conhecimento em totalidade dessa realidade.
d) fracasso, pois o real se move progressivamente.

8. (Uece 2023) Apresentando a concepção hegeliana (dialética) do homem, o filósofo Marcelo


Perine diz:

“O homem é um animal, mas não é um animal como os outros porque, além das necessidades,
ele tem desejos, isto é, necessidades que ele mesmo formou e que não lhe foram dadas pela
natureza. É essa negatividade que impulsiona o agir humano para satisfazer não só as

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necessidades, mas também os desejos. Dito de outro modo, o ser humano age porque é
insatisfeito, porque, mesmo quando não sabe o que quer, sabe muito bem o que não quer.”

PERINE, M. Violência e niilismo: o segredo e a tarefa da filosofia. Kriterion, 43 (106). Dez 2002.
<Acessado em 07/04/2023>.

Com base nessa citação, é correto dizer que o homem


a) não é livre, pois é escravo dos seus desejos naturais.
b) não é apenas necessidade, mas também liberdade.
c) não é natureza, mas apenas história, cultura e Estado.
d) não é um ser determinado, mas pura indeterminação.

9. (Unifor - Medicina 2023) O contratualismo busca explicar a origem da sociedade e o


fundamento do poder político em um contrato social, contrato esse que a sociedade faz para
ter segurança, a qual será cedida pelo Estado, e, em troca disso, as pessoas cedem sua
liberdade e sua capacidade de autogoverno. Sobre o contratualista Thomas Hobbes, assinale a
alternativa que corresponde as suas ideias e obras.
a) O ser humano nasce livre, porém teria entrado em uma série de obstáculos ao exercício de
sua liberdade natural.
b) Estágio pré-social era uma situação real e pacífica, caracterizada pela perfeita liberdade e
igualdade entre os indivíduos que já teriam razão e propriedade privada.
c) O estado de natureza fez com que os indivíduos livremente estabelecem entre si um
contrato social que garantisse seus direitos fundamentais: propriedade privada e proteção.
d) O estado de natureza era um estado de igualdade natural entre os seres humanos, onde,
para se impor ou se defender, e na ausência de um estado ou normas regulares, os
indivíduos entravam em estado de guerra.
e) “O Príncipe” e "Leviatã" são as principais obras do filósofo, que, muito próximo da família
real, defendeu, até o fim de sua vida, a monarquia.

10. (Ufgd 2022) No curta-metragem Meu Amigo Nietzsche, dirigido por Fáuston da Silva, o
estudante Lucas, personagem principal da trama, experimenta o dilema de não ter um bom
desempenho em leitura. De acordo com sua professora, caso não se esforce o suficiente,
poderá “repetir o ano”. Sua trajetória de “fracasso” é interrompida após encontrar por acaso em
um lixão um dos livros do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche, Assim falou Zaratustra
(1883). Do mesmo modo que o personagem central da obra nietzscheana, Lucas vive a
desconfiança daqueles que estão em seu entorno. Levando em consideração o curta, bem
como os pressupostos da filosofia de Nietzsche e o título do livro, assinale a alternativa que
expressa o sentido da principal descoberta de Lucas.
a) O reconhecimento do valor da leitura.
b) O questionamento dos valores socialmente instituídos.
c) A escola e os problemas de ensino-aprendizagem.
d) A importância dos valores familiares.
e) A relevância de ser reconhecido por seus professores e colegas de escola.

11. (Uel 2022) Leia o texto a seguir.

Teremos ganho muito a favor da ciência estética se chegarmos não apenas à intelecção lógica
mas à certeza imediata da introvisão [Anschauung] de que o contínuo desenvolvimento da arte
está ligado à duplicidade do apolíneo e do dionisíaco, da mesma maneira como a procriação
depende da dualidade dos sexos, em que a luta é incessante e onde intervêm periódicas
reconciliações.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragédia, ou Helenismo e pessimismo. Trad.


J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 27.

A compreensão do processo de criação a partir da analogia com a procriação, da valorização


da intuição e da crítica ao conceito renovou profundamente a estética filosófica.

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A respeito da teoria nietzscheana da criação, manifesta na sua interpretação do apolíneo e do


dionisíaco, assinale a alternativa correta.
a) O dionisíaco, elogiado por Nietzsche como símbolo de um acordo superior entre o humano e
a natureza, tem como marca característica a dissolução do humano.
b) O apolíneo representa o âmbito da dissolução das formas, da embriaguez; enquanto o
dionisíaco diz respeito ao âmbito figurativo do sonho.
c) O procedimento dialético socrático, discutido por Nietzsche, mantém a tensão característica
da tragédia, sendo a lógica uma criação resultante do equilíbrio entre a forma e o informe.
d) A cultura da ópera representa o renascimento da tragédia, pois reconstitui os vínculos entre
arte, religião e sociedade a partir da oposição entre o apolíneo e o dionisíaco.
e) A relação entre o apolíneo e o dionisíaco permite pensar a criação a partir de elementos
negligenciados pela filosofia, como o corpo, as pulsões e o feminino.

12. (Uece 2022) Nietzsche diz que “o mundo só se justifica como fenômeno estético”, sensível, e
apresenta isso em uma teoria da tragédia (particularmente, a grega) como encontro e
rivalidade entre duas potências sensíveis da natureza, os impulsos dionisíaco e apolíneo.
Então, é correto dizer que, para Nietzsche,
a) o mundo é sensível, fenomênico, e a arte é uma aparências sensível que confirma uma
realidade igualmente sensível, fenomênica.
b) os impulsos dionisíaco e apolíneo são forças espirituais que se manifestam na arte, que é a
aparência sensível do suprassensível.
c) a tragédia, a arte, é a percepção sensível dos corpos animados e inanimados, como se
encontram, nas ciências, a biologia e a física.
d) ao mostrar o destino dos heróis, a tragédia mostra que eles, ao se submeterem às forças da
natureza, pecam, têm culpa e pagam por ela.

13. (Uece 2022) “A tarefa da bela aparência artística, segundo Hegel, é libertar-nos da
aparência sensorial impura e grosseira. No quadro de um mestre holandês, não é a exata
reprodução dos objetos que nos agrada: é que a ‘magia da cor e da iluminação’ transfigura as
pobres coisas naturais que são representadas; é que as cenas prosaicas de quermesses e
bebedeiras são metamorfoseadas num ‘domingo da vida’; é que a ‘bela aparência’ torna
fascinante o que, na vida, nos deixava indiferentes. Assim, a representação artística é uma
negação sorrateira do sensível: ante os nossos olhos, o sensível se torna o que ele não é. Mas,
é claro, é sempre ante nossos olhos que se efetua essa transmutação; é sempre no sensível
que a arte critica o sensível. E porque a obra de arte se apresenta necessariamente numa
matéria sensível, ela não pode ser ‘o modo de expressão mais elevado da verdade’. O fato de
a obra de arte se dirigir à aísthesis (sensibilidade) constitui, para Hegel, tanto a sua essência
como a sua limitação.”

LEBRUN, G. A mutação da obra de arte. In: A filosofia e sua história. São Paulo: Cosac Naify,
2006, p. 332-333 – Adaptado.

Conforme o texto acima, é correto afirmar que, para Hegel, a arte não pode ser o modo de
expressão mais elevado da verdade, porque
a) ultrapassa o sensível, tornando-se conceitual.
b) não abrange toda a realidade por ser sensível.
c) se limita à pura e grosseira realidade sensível.
d) modifica o sensível, produzindo uma ilusão.

14. (Uece 2022) “Para Hegel, a arte apresenta a realidade e a liberdade do espírito na forma
sensível. Ela apresenta imediatamente, na forma sensível, toda a gama de relações humanas,
com seus sentimentos, ações, paixões, conflitos, estados etc. Diferentemente, a filosofia
apreende toda essa mesma realidade e liberdade das relações humanas no pensamento, a
partir do pensamento, no conceito.”

SILVA FILHO, A. V. Poesia e prosa: Arte e filosofia na Estética de Hegel. Campinas, SP:
Pontes, 2008. - Adaptado.

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Com base na citação acima, compreende-se a metáfora hegeliana da “morte da arte” no


sentido de que
a) a arte, por ser sensível, deve perecer como tudo o que é sensível perece.
b) a apresentação sensível do real na arte é superada pela apresentação conceitual.
c) a arte é falsa: por ser sensível, não consegue apresentar a verdade do real.
d) o real apresentado sensivelmente pela arte é diferente do real conceitualizado.

15. (Uece 2022) “A contradição aparece em todo desenvolvimento. O desenvolvimento da


árvore é a negação da semente, e a floração é a negação das folhas, pois estas não marcam a
mais alta e verdadeira existência da árvore; por último, a floração é negada pelo fruto. Mas este
último não pode chegar à atualidade sem a precedente existência dos outros estágios.”

HEGEL, G. W. F. Introdução à história da filosofia. Trad. port. Antônio Pinto de Carvalho.


Coimbra: Arménio Amado, 1961. – Adaptado

Em sua concepção dialética, Hegel explica o desenvolvimento do real, usando os termos


“negação”, “contradição” e “atualidade”, porque
a) o desenvolvimento da realidade só é possível com a negação da contradição, que o impede.
b) a contradição, que impulsiona o desenvolvimento, só deixa de existir na atualização das
potências.
c) a contradição presente na realidade nega-a em seu estágio anterior e a eleva a outro
estágio.
d) a atualização das potências da realidade é contraditória com a negação dos estágios
anteriores.

16. (Uece 2021) “A seus dois deuses da arte, Apolo e Dioniso, vincula-se a nossa cognição de
que no mundo helênico existe uma enorme contraposição, quanto a origens e objetivos, entre a
arte do figurador plástico, a apolínea, e a arte não-figurada da música, a de Dioniso: ambos os
impulsos caminham lado a lado (...) incitando-se mutuamente a produções sempre novas, para
perpetuar nelas a luta daquela contraposição sobre a qual a palavra comum ‘arte’ lançava
apenas a ponta; até que, por fim, através de um miraculoso ato metafísico da ‘vontade’
helênica, apareceram emparelhados um com o outro, e nesse emparelhamento tanto a obra de
arte dionisíaca quanto a apolínea geraram a arte trágica.”

Nietzsche, F. W. O nascimento da tragédia, §1. Trad. bras. J. Guinsburg. São Paulo:


Companhia das Letras, 1992.

A citação acima se refere à tese nietzscheana sobre a origem da arte trágica. Considerando
essa citação, e o que se conhece a respeito do tema, assinale a afirmação FALSA.
a) Há uma correlação entre arte e pessimismo que explica a força e a capacidade de
superação dos gregos.
b) Da medida apolínea e da desmedida dionisíaca revela-se a conversão, na cultura grega, do
sofrimento em arte.
c) O otimismo teórico de base racional está na base do fortalecimento e do desenvolvimento da
arte trágica.
d) Para Nietzsche, a vontade helênica é a capacidade dos gregos de fundir o apolíneo e o
dionisíaco na arte trágica.

17. (Uece 2021) Em maio de 2021, o Brasil perdeu um de seus principais filósofos
contemporâneos, o Professor Roberto Machado (UFRJ). Além de um dos mais importantes
intérpretes do pensamento de Friedrich Nietzsche, também foi tradutor e responsável pela
introdução, no Brasil, das filosofias de Michel Foucault e Gilles Deleuze.

Considerando os filósofos por ele estudados, assinale com V ou F, conforme seja verdadeiro
ou falso, o que se afirma a seguir:

( ) O pensamento acerca das estratégias de poder disciplinar, assujeitamento e docilização


dos corpos faz parte do leque conceitual do filósofo Michel Foucault.

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( ) Nietzsche é um dos pontos de inflexão na passagem do pensamento moderno ao da


contemporaneidade, por suas críticas às noções de sujeito, consciência e moral.
( ) Nietzsche e Foucault têm em comum a tese de que os poderes são múltiplos, que se
opõem, se chocam e se relacionam, não existindo apenas um centro de poder.
( ) Nietszche e Foucault, apesar das divergências entre suas filosofias, convergem no
sentido de uma retomada e reaproximação do pensamento dialético hegeliano.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


a) V, F, V, F.
b) F, V, F, V.
c) V, V, V, F.
d) F, F, F, V.

18. (Enem 2021) Minha fórmula para o que há de grande no indivíduo é amor fati: nada
desejar além daquilo que é, nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos.
Não se contentar em suportar o inelutável, e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo.
NIETZSCHE apud FERRY L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio da Janeiro:
Objetiva, 2010 (adaptado).

Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma crítica à tradição cristã que
a) combate as práticas sociais de cunho afetivo.
b) impede o avanço científico no contexto moderno.
c) associa os cultos pagãos à sacralização da natureza.
d) condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica.
e) consagra a realização humana ao campo transcendental.

19. (Unesp 2021) Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro filósofo, seja preciso
que ele percorra todas as gradações nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados
e devem permanecer firmes: ele deve ter sido crítico, cético, dogmático e histórico e, ademais,
poeta, viajante, moralista e vidente e “espírito livre”, tudo enfim para poder percorrer o círculo
dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e poder lançar um olhar de múltiplos olhos e
múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos baixios para o alto. Mas tudo
isso é apenas uma condição preliminar da sua incumbência. Seu destino exige outra coisa: a
criação de valores.

(Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.)

No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve


a) assegurar e manter os poderes políticos do governante.
b) conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e os valores presentes na
sociedade.
c) privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes críticas perante a vida e os humanos.
d) restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma verdade absoluta.
e) retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca de sua liberdade de natureza.

20. (Uea 2021) Na contemplação do belo o conhecer puro ganhou a preponderância sem luta:
a beleza do objeto facilita o conhecimento de sua Ideia. O sentimento do sublime nasce
exatamente do fato de um objeto que tem relações desfavoráveis, hostis, com a vontade
tornar-se objeto de contemplação.

(Arthur Schopenhauer. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.)

As contemplações do belo e do sublime são semelhantes e, em um aspecto, diferentes. O belo


distingue-se do sublime por
a) ajustar-se de imediato às dimensões humanas da observação.
b) modificar as percepções habituais dos objetos artísticos.
c) desvelar o mundo por meio da intensificação sensorial.

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d) transgredir a sensação de oposição entre o homem e a natureza.


e) satisfazer aos anseios de felicidade dos observadores.

21. (Uece 2021) “Não existe, para Hegel, o momento em que a arte morre, ou deixa de ser
arte. O que ele concebe é apenas o movimento da perda de uma espécie de ‘tarefa’ originária
da intuição estética enquanto lugar de plenitude ou de satisfação plena do espírito.”
Gonçalves, Márcia C. F. A morte e a vida da arte. In: Kriterion, vol. 45, nº 109, Jan./Jun. 2004.

Segundo a interpretação acima apresentada, o tema da “morte da arte”, em Hegel, pode ser
corretamente entendido da seguinte forma:
a) A arte permanece empiricamente, realmente, mas deixa de dar a conhecer a realidade do
espírito.
b) Somente algumas obras de arte, que imitam as originárias, ainda permitem conhecer o
espírito.
c) A arte permanece como representação sensível do espírito, mas há formas mais elevadas
de conhecimento dele.
d) Face à complexidade da presente vida social, espiritual, esta não pode mais ser
representada artisticamente.

22. (Uece 2020) Leia com atenção a passagem a seguir que expõe parte da crítica feita por
Friedrich Nietzsche ao edifício moral construído no ocidente:

"Mas que quer ainda você com ideais mais nobres! Sujeitemo-nos aos fatos: o povo venceu –
ou 'os escravos', ou 'a plebe', ou 'o rebanho', ou como quiser chamá-lo se isto aconteceu
graças aos judeus, muito bem! Jamais um povo teve missão maior na história universal. 'Os
senhores' foram abolidos; a moral do homem comum venceu. A 'redenção' do gênero humano
(do jugo dos 'senhores') está bem encaminhada; tudo se judaíza, cristianiza, plebeíza
visivelmente (que importam as palavras!)”.

Nietzsche, Friedrich. Para a genealogia da moral - Prólogo. Primeira dissertação §9.

Considerando a compreensão de Nietzsche acerca do fundamento moral do ocidente, assinale


a afirmação verdadeira.
a) Segundo Nietzsche, a verdade e a moral propostas pelos gregos e pelo cristianismo são
instrumentos que os fracos inventaram para submeter e controlar os fortes e instaurar uma
moral do rebanho.
b) Em Nietzsche, encontra-se uma defesa ferrenha dos princípios morais elaborados pela
filosofia grega clássica platônica e aristotélica que tem a razão como elemento condutor da
ação moral.
c) Para Nietzsche, a moralidade instaurada pelo cristianismo foi fundamental na instituição de
uma cultura forte, moralmente ancorada na figura poderosa e altiva de Cristo, modelo para o
líder.
d) Na perspectiva Nietzschiana, a moral dos senhores e da aristocracia que sempre prevaleceu
entre os povos da antiguidade, reforçada pela religião cristã, enfraqueceu o homem
tornando-o submisso.

23. (Ufu 2020) Leia a descrição dos dois conjuntos de valores morais do filósofo Friedrich
Nietzsche (1844-1900).

Uma moral é caracterizada por valorizar a saúde, a vida e não acreditar em qualquer valoração
no além da vida ou ideal ascético. A outra moral tem como principal característica a valoração
da bondade e da virtude.

Assinale a alternativa que apresenta os conceitos que são definidos por esses dois conjuntos
de valores morais.
a) Moral dos padres e moral protestante.
b) Moral do senhor e moral dos nobres.
c) Moral dos escravos e moral religiosa.

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d) Moral dos nobres e moral do escravo.

24. (Uece 2020)

A refilmagem, deste ano, do clássico personagem “Coringa” provocou discussões sobre seus
significados no plano sociopolítico. Analisando as várias versões inspiradas no HQ da DC
Comics,
Fabrício Moraes descreve o Coringa como o id, o impulso destrutivo e caótico, mas também
criativo e artístico. Batman seria o superego, o juiz punitivo e ordenador da cidade, o arquétipo
do guardião que afronta e interpõe limites a um território. O Coringa seria a face da comédia,
Batman não se livra da face da tragédia. Neste sentido, o filme Coringa nos mostraria que o
aspecto lúdico só tem pleno sentido se coexiste com a vida da sobriedade. Coringa e Batman
são indissociáveis.

Ver: MORAES, Fabrício. ‘Coringa’: A raiva de Caliban por se ver no espelho. In Revista
Amálgama. Disponível em: https://www.revistaamalgama.com.br/10/2019/resenha-coringa/.
2019.

Considerando a análise acima, é correto dizer que está amparada teoricamente


a) na noção estético-moral de Nietzsche em O nascimento da tragédia, onde ordem e caos se
equilibram e fazem nascer o humano: Coringa e Batman são indissociáveis como Dionísio
(loucura) e Apolo (razão).
b) na teoria política marxista, que concebe as relações sociais mascaradas pela ideologia de
classe, o que necessariamente provoca o conflito social: Coringa e Batman são
representações da luta de classes.
c) na definição de arte dos filósofos gregos como Aristóteles, cuja ideia fundamental era a de
mímesis, ou seja, de imitação ou representação da realidade: Coringa e Batman são
representações do ser e do não ser.
d) na concepção moral agostiniana, na qual o bem e o mal, o pecado e a graça, a cidade dos
homens e a cidade de Deus coabitam no interior de cada indivíduo: Coringa e Batman são
representações dessa contradição.

25. (Ueg 2020) Karl Marx é considerado um dos grandes filósofos da época moderna. Em sua
trajetória intelectual, ele teve grande influência de outro grande filósofo, Hegel. Existe uma
polêmica sobre a posição de Marx em relação a Hegel a partir do momento em que ele fundou
sua concepção materialista da história. A esse respeito, verifica-se que Marx:
a) abandonou toda discussão sobre Hegel e o hegelianismo, pois ao se tornar materialista não
realizou mais discussões filosóficas, mas apenas científicas.
b) retomou o pensamento de Hegel em sua totalidade e apenas acrescentou, a partir da
dialética hegeliana, uma análise do modo de produção capitalista.
c) aderiu ao neohegelianismo dos irmãos Bauer e Feuerbach, tornando-se um materialista
dualista, unindo ideia e matéria na análise da realidade.
d) rompeu totalmente com seu passado hegeliano e não só criticou os hegelianos como
afirmou que Hegel havia se tornado um “cachorro morto”.
e) resgatou elementos da dialética hegeliana, sendo que uma parte, o seu invólucro místico,
ele descartou, mas manteve seu “núcleo racional”.

26. (Pucgo 2020) O mundo contemporâneo continua tentando refletir a relação do homem com
o mundo. No entanto, há muito essa relação é objeto de reflexão. Prova disso é o mito de
Sísifo.

Leia com atenção o texto que se segue sobre Sísifo:

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[...] A mitologia grega conta que Sísifo, por amar a vida e menosprezar os deuses e a morte, foi
condenado a realizar um trabalho inútil e sem esperança por toda a eternidade. Devia
empurrar, sem descanso, enorme pedra na direção do alto de uma montanha, ciente de que
não alcançaria o objetivo. Ela rolaria abaixo novamente para que o absurdo herói mitológico
descesse, em seguida, até a planície e empurrasse mais uma vez a enorme pedra para o alto
e, assim, continuasse numa repetição monótona e interminável através dos tempos. O inferno
de Sísifo era a trágica condenação de estar realizando algo, sem esperança, e que a nada
levaria.

(Disponível em: http://www.cnbb.org.br/o-mito-de-sisifo/. Acesso em: 21 jul. 2019. Adaptado.)

As informações apresentadas no texto favorecem reflexão sobre o trabalho. A respeito dessa


temática, marque a única alternativa correta:
a) Para Hegel, o trabalho é negativo, pois, por meio dele, não se consegue realizar enquanto
indivíduo. Coisa que acontece com Sísifo.

b) Para Hegel, o trabalho é positivo, pois, por meio dele, constitui-se a identidade do indivíduo.
Coisa que acontece com Sísifo.

c) Para Marx, o trabalho é negativo, pois, por meio dele, não se consegue realizar enquanto
indivíduo. Coisa que acontece com Sísifo.

d) Para Marx, o trabalho é positivo, pois, por meio dele, constitui-se a identidade do indivíduo.
Coisa que acontece com Sísifo.

27. (Uece 2020) Atente para a seguinte passagem da obra de W. F. Hegel:

“A consciência-de-si é em-si e para-si quando e porque é em si e para uma Outra, quer dizer,
só é como algo reconhecido. Inicialmente uma consciência visa submeter a outra, ao
apreendê-la como objeto. Porém precisa ser reconhecida pela outra como sujeito. Mas o outro
é também uma consciência-em-si. Um indivíduo se confronta com outro indivíduo. Uma, a
consciência independente, outra a consciência dependente. Uma é o senhor, outra é o
escravo”.

Hegel, W. F. Fenomenologia do espírito. Parte I, seç. III. §§178 – 196.

A partir da leitura da passagem acima e considerando o pensamento hegeliano a respeito do


processo de conhecimento, é correto dizer que
a) Hegel, seguindo os passos de Kant, entendia o conhecimento como um processo puramente
a-histórico de tomada de consciência do mundo.
b) a visão hegeliana sobre o conhecer reflete uma percepção puramente especulativa sobre a
realidade e rejeita qualquer vínculo com a realidade objetiva.
c) Hegel, na fenomenologia do espírito, elaborou uma defesa veemente da relação de
submissão existente entre escravos e seus senhores como parte do desenvolvimento do
espírito do tempo.
d) o conhecimento parte de uma consciência de si que, numa relação de contradição, chega à
consciência do outro que lhe nega, mas, ao mesmo tempo, lhe identifica como sujeito.

28. (Uece 2020) Relacione, corretamente, os pensadores com seus respectivos pensamentos
acerca da forma como o conhecimento da realidade se verifica, numerando os parênteses
abaixo, de acordo com a seguinte indicação:

1. Immanuel Kant
2. Karl Marx
3. Renè Descartes

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4. G.W.F Hegel

( ) A reflexão filosófica deve partir de um exame da formação da consciência e a experiência


da consciência não é só uma experiência teórica: é necessariamente histórica.
( ) Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. É a
ideologia a responsável por produzir uma alienação da consciência humana de sua
situação real.
( ) É sempre possível duvidar de um princípio, questionar as bases de uma teoria. É preciso
colocar em questão todo o conhecimento adquirido.
( ) O conhecer é um ato de autodeterminação do sujeito, é anterior a toda experiência, e
trata não tanto dos objetos, mas dos conceitos a priori sobre os objetos.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


a) 1, 3, 2, 4.
b) 3, 1, 4, 2.
c) 4, 2, 3, 1.
d) 2, 4, 1, 3.

29. (Uece 2019) A dialética não é um mero método que organiza, mentalmente, na cabeça do
filósofo, a realidade que lhe é exterior. Ao contrário, a dialética é, para autores como Hegel e
Marx, a única forma de ler a realidade sem traí-la ou distorcê-la, pois é na própria realidade que
se situam as contradições dialéticas.

Ciente dessa compreensão, assinale a opção que exprime corretamente essa identificação da
contradição do real com a forma de pensar.
a) O filósofo, ao olhar para o real, identifica-o como um mundo ausente de negações, fixo e
imóvel, como o ser no poema de Parmênides.
b) Como pensou Platão, o devir dos entes finitos lhes permite participar de ideias
contraditórias, mas estas próprias ideias não devêm.
c) Como pensou Heráclito, a própria realidade é repleta de mudanças e conflitualidades, o que
faz com que o filósofo a pense mutável e contraditória.
d) A realidade, como pensou Demócrito, é um turbilhão de átomos agregando-se e
desagregando-se em uma queda perpétua no vazio.

30. (Uece 2019) “[N]ão existe contraposição maior à exegese e justificação puramente estética
do mundo [...] do que a doutrina cristã, a qual é e quer ser somente moral, e com seus padrões
absolutos, já com sua veracidade de Deus, por exemplo, desterra a arte, toda arte, ao reino da
mentira – isto é, nega-a, reprova-a, condena-a.”

NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia, ou helenismo e pessimismo. – “Tentativa de


autocrítica”. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 19.

Nessa passagem, Nietzsche


a) apoia a valorização moral da obra de arte, negando que seja possível obras de arte
divergentes da moral cristã.
b) defende uma arte verdadeira, contra a arte cristã, que adere à mentira, pois não passa de
uma moral.
c) concebe que os padrões absolutos do cristianismo são supraestéticos, suprassensíveis, e
por isso valorizam a arte.
d) critica a concepção moral da existência em defesa do caráter sensível, estético do mundo,
tal como se configura na arte.

31. (Uece 2019) A filósofa brasileira Rosa Dias diz o seguinte sobre a filosofia da arte de
Nietzsche:

“[O] ponto mais importante da estética nietzschiana do seu primeiro livro [O nascimento da
tragédia] é o desenvolvimento dos aspectos apolíneo e dionisíaco na arte grega, considerados
como impulsos antagônicos, como duas faculdades fundamentais do homem: a imaginação
figurativa, que produz as artes da imagem (a escultura, a pintura e parte da poesia), e a

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potência emocional, que encontra sua voz na linguagem musical. Cada um desses impulsos
manifesta-se na vida humana por meio de dois estados fisiológicos, o sonho e a embriaguez,
que se opõem como o apolíneo e o dionisíaco. O sonho e a embriaguez são condições
necessárias para que a arte se produza; por isso, o artista, sem entrar em um desses estados,
não pode criar”.

DIAS, Rosa Maria. Arte e vida no pensamento de Nietzsche. In: Cadernos Nietzsche, São
Paulo, v. 36 nº 1, p. 228, 2015.

Com base na citação acima, é correto afirmar que


a) como o apolíneo e o dionisíaco são dois impulsos antagônicos, o artista, em seu processo
de criação, deve escolher apenas uma das duas vias: ou estado de sonho ou de
embriaguez.
b) o impulso apolíneo expressa nossas propensões intelectuais em direção ao suprassensível
e o impulso dionisíaco, nossa participação no mundo sensível, emocional.
c) ambos os impulsos se manifestam artisticamente: o apolíneo nas formas plásticas da visão,
nos sonhos e na poesia escrita; o dionisíaco, na embriaguez em que repousa a música.
d) os impulsos apolíneo e dionisíaco não são potências sensíveis e criadoras da natureza e
produzem estados fisiológicos diversos, porque não são adequados ao humano.

32. (Enem PPL 2019) Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de forma a ter de desejar
reviver – é o dever –, pois, em todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes de tudo se
submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e
não recue diante de nenhum meio! É a eternidade que está em jogo!”.
NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2010 (adaptado).

O trecho contém uma formulação da doutrina nietzscheana do eterno retorno, que apresenta
critérios radicais de avaliação da
a) qualidade de nossa existência pessoal e coletiva.
b) conveniência do cuidado da saúde física e espiritual.
c) legitimidade da doutrina pagã da transmigração da alma.
d) veracidade do postulado cosmológico da perenidade do mundo.
e) validade de padrões habituais de ação humana ao longo da história.

33. (Ufu 2019) [...] a palavra “bom”, de antemão, não se prende necessariamente a ações
“não-egoístas”; como é a superstição daqueles genealogistas da moral. Em vez disso, somente
com um declínio de juízos de valor aristocráticos acontece que essa oposição “egoísta” – “não-
egoísta” se imponha mais e mais à consciência humana – é, para me servir de minha
linguagem, o instinto de rebanho que, com ela, afinal, toma a palavra (e também as palavras).

NIETZSCHE, Friedrich. Para a genealogia da moral. Os Pensadores. Trad. LEBRUN, G. São


Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 342.

De acordo com o conteúdo da citação, assinale a alternativa que nomeia um dos conceitos
mais importantes da filosofia nietzschiana.
a) Impulso apolíneo.
b) Impulso dionisíaco.
c) Vontade de potência.
d) Transvaloração dos valores.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[A]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia]


A alternativa correta é a [A], pois, a filosofia de Schopenhauer pensa a arte como um elemento
de pacificação em termos individuais e coletivos. No entendimento do filósofo alemão, é a
expressão estética que confere algum conforto ao mal-estar predominante. Nesse caso, a arte
atua como uma forma de superação das dores, do sofrimento humano, uma espécie de
caminho possível para o alívio, mesmo sendo transitório. Desse modo, a alternativa que
responde corretamente o que é solicitado no enunciado da questão, é a alternativa [A].

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Artes]


De acordo com Schopenhauer, a arte tem papel social importante: servir de alívio e conforto
frente às mazelas da vida cotidiana.

Resposta da questão 2:
[B]

A alternativa correta é a [B], pois, as afirmativas corretas são as [I] e [IV]. A afirmativa [I] está
correta, pois, no pensamento de Nietzsche, em relação às causas, há uma relação de forças
que faculta ao ser humano a ação. A afirmativa [IV], por sua vez, também está correta, pois, na
concepção de Nietzsche e de acordo com o texto de apoio, o processo que emerge na ação
pode se desenvolver sem que haja mediação da consciência, abrindo espaço para a
compreensão da existência de outros fatores em uma determinada ação. Desse modo, a
alternativa que responde corretamente o que é pedido no enunciado, é a alternativa [B].

Resposta da questão 3:
[A]

A alternativa correta é a [A], pois, na concepção de Nietzsche, o ressentimento está


relacionado a um movimento de dirigir-se para fora; nomeia “mau” o outro, em um sentido
reativo e vingativo; já a moral nobre é fruto de autoafirmação. Esta alternativa reflete a
distinção que Nietzsche faz entre a moral nobre (ou moral dos senhores) e a moral ressentida
(ou moral dos escravos). Na perspectiva de Nietzsche, a moral nobre é uma moral de
autoafirmação, onde os valores são estabelecidos pelos que detêm o poder e a autoridade. A
moral ressentida, por outro lado, surge dos que estão em uma posição de fraqueza e
impotência, e ela se manifesta como uma reação ao poder dos senhores. O ressentimento é
uma emoção que leva a nomear "mau" o outro em uma atitude reativa e vingativa.

As outras alternativas estão incorretas:


[B] A origem do juízo "bom" para Nietzsche não está relacionada ao reconhecimento e ao
costume, mas sim à imposição dos valores dos senhores sobre os escravos.
[C] A oposição entre nobres e escravos, embora Nietzsche use metáforas animais em sua
obra, não pode ser interpretada de maneira tão literal, como a relação entre aves de rapina
e ovelhas. A distinção é mais sociocultural e psicológica do que puramente biológica.
[D] O modo de valoração nobre, de acordo com Nietzsche, considera positivo o que intensifica
a vida e a força, enquanto a moral ressentida tende a valorizar a compaixão e o ressentimento,
mas não por causa de ameaças à existência aristocrática, e sim como uma reação à opressão
dos senhores.

Resposta da questão 4:
[A]

A alternativa correta é a [A], pois, a concepção nietzscheana do papel do filósofo passa pela
ideia de que o filósofo é um visionário, uma má consciência do seu tempo, alguém em
desacordo com o ideal do hoje. Dessa forma, cabe ao pensador apresentar e anunciar sua

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concepção de mundo em seu próprio pensamento. A alternativa que aponta esse sentido no
texto, é a alternativa [A].

Resposta da questão 5:
[A]

A alternativa correta é a [A], pois, a concepção à qual se assemelha a organização política


internacional é a abordagem contratualista de Thomas Hobbes. Tal concepção se caracteriza
pelo dever soberano de proteção da vida e abandono do estado de natureza. Segundo
Hobbes, o estado de sociedade surge do contrato entre sociedade civil e Estado. Dessa forma,
a alternativa que responde corretamente a proposição do enunciado, é a alternativa [A].

Resposta da questão 6:
[B]

A alternativa correta é a [B], pois, em Nietzsche, existe uma crítica profundamente cáustica e
radical aos valores da cultura ocidental, que ele considera decadentes. Toda forma de vida que
se coloca contrária à vida humana e sua criatividade era criticada por Nietzsche. A filosofia de
Nietzsche, dessa forma, é pensada por ele como uma filosofia do martelo, que busca martelar
e destruir todos os ídolos que aprisionam e escravizam a vida. Dessa maneira, a alternativa
que aponta corretamente os sentidos da filosofia de Nietzsche, é a alternativa [B].

Resposta da questão 7:
[C]

A alternativa correta é a [C], pois, na dialética hegeliano-marxista, o esforço do pensamento


conceitual em acessar e conhecer a realidade, deve resultar em conhecimento em totalidade
dessa realidade. Dessa forma, a alternativa que responde corretamente a questão, é a
alternativa [C].

Resposta da questão 8:
[B]

A alternativa correta é a [B], pois, segundo a concepção hegeliana do homem, ou seja, a


concepção dialética hegeliana, o homem não é apenas determinado pela necessidade, mas
também pela liberdade. Por conta disso, o homem é um ser contraditório e dialético. Dessa
forma, a alternativa que responde corretamente o que é solicitado no enunciado, é a alternativa
[B].

Resposta da questão 9:
[D]

A alternativa correta é a [D], pois, na filosofia de Thomas Hobbes, o estado de natureza é um


estado onde existe igualdade natural entre os seres humanos. Nesse mesmo estado, não
existe a figura de uma entidade normativa, no caso, o Estado. O fato de não existir estado, faz
com que os indivíduos entre em estado de todos contra todos, ou seja, em estado de guerra.
Nessa guerra de todos contra todos, há a necessidade de um pacto social entre os indivíduos-
cidadãos, cada um renunciando à sua Liberdade em favor da proteção do soberano. Dessa
forma, a alternativa que responde corretamente sobre as ideias de Thomas Hobbes, é a
alternative [D].

Resposta da questão 10:


[B]

Trata-se de um filósofo muito apreciado na contemporaneidade e sua filosofia está sendo


interpretada, na questão, a partir do contraste entre a linguagem cinematográfica e a linguagem
filosófica. A alternativa correta é a [B], pois, em Assim falou Zaratustra, Nietzsche coloca sob
suspeita os valores socialmente instituídos e propõe até mesmo a transvaloração deles. Esse
tema é central na filosofia nietzschiana e aparece em algumas de suas outras obras.

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Resposta da questão 11:


[E]

Gabarito Oficial:
[A] Incorreta. O dionisíaco, elogiado por Nietzsche, não é aquele caracterizado pela completa
dissolução do humano, chamado por ele dionisíaco bárbaro, e sim, o grego, já resultante da
incorporação aos elementos artísticos da cultura apolínea, cujo signo máximo é a tragédia
grega.
[B] Incorreta. O apolíneo se refere à dimensão fisiológica do sonho, ao mundo artístico das
imagens; já o dionisíaco, à dimensão fisiológica da embriaguez, ao mundo artístico do
informe.
[C] Incorreta. Nietzsche é enfático em atribuir ao otimismo socrático a causa da morte da
tragédia, justamente pela destruição da tensão inerente ao espetáculo trágico. Isso se dá
pelo total sacrifício do informe (natureza, sensível) à forma.
[D] Incorreta. “Moderna cultura da ópera” é a expressão cunhada por Nietzsche para nomear o
modo como na modernidade, justamente pela sobrevalorização do recitativo, do textual, da
palavra, sobre o musical, é destruído o elemento propriamente trágico da arte. Ou seja, a
ópera é não apenas uma forma de arte anti-trágica, mas também uma forma de arte que
expressa uma dinâmica social e cultural que destrói a tensão trágica.
[E] Correta. Apesar de algumas exceções notáveis, a história da filosofia é marcada por uma
atribuição pejorativa, negativa a tudo o que se vincula à sensibilidade, ao corpo, às pulsões,
à procriação. Apolíneo e dionisíaco são os termos por meio dos quais Nietzsche, em seu
primeiro livro, O nascimento da tragédia, vincula o problema da criação artística ao
problema da procriação, do corpo, das pulsões.

Gabarito SuperPro®:
A Alternativa correta é a [E]. Nietzsche vai inovar em seu estudo estético por sinalizar e
considerar a importância dos sentidos, do corpo, das pulsões e da procriação, afastando-se de
boa parte da tradição filosófica ocidental sobre a criação estética, que se pautava na negação
da importância desses elementos.

Resposta da questão 12:


[A]

A alternativa correta é a [A], pois, em Nietzsche, o mundo é apresentado e compreendido como


fenômeno estético, como sensível. Sendo a arte, uma aparência sensível que confirma uma
realidade igualmente sensível e fenomênica. Para esse pensador, a capacidade da arte está
em confirmar a realidade sensível da qual ela é parte. Dessa forma, a alternativa que associa
corretamente a relação entre arte e realidade como fenômeno estético, em Nietzsche, é a
alternativa [A].

Resposta da questão 13:


[B]

A alternativa correta é a [B], pois, em Hegel, a arte não abrange toda a realidade possível por
ser matéria sensível que se critica e questiona a partir do próprio sensível. Desse modo, para
Hegel, a arte não pode abranger toda a realidade possível, justamente por ser sensível. Ela é
uma espécie de negação sorrateira do sensível: o sensível que se torna o que ele não é. A
alternativa que responde corretamente essa proposição é a [B].

Resposta da questão 14:


[B]

A alternativa correta é a [B], pois, Hegel ao afirmar a morte da arte, assim o faz por
compreender que, dado o imediatismo da arte, ao invés de apreender a verdade, ela acabava
sendo o véu que a encobria. Para o referido filósofo, a apresentação conceitual supera a
apresentação sensível, pelo fato de apreender a partir do conceito, do pensamento. Dessa
forma, a alternativa que associa corretamente o enunciado da questão com a metáfora de
“morte da arte” é a [B].

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Resposta da questão 15:


[C]

A alternativa correta é a [C], pois, em Hegel, a contradição está presente em todo o


real.Importante salientar que, Friedrich Hegel, é um dos grandes estudiosos da dialética e tem
seus estudos atravessados por essa concepção dialética. Dessa forma, como o real é fundado
e atravessado pela contradição, toda a sua constituição passada, atual e presente, é fundada
na negação do estágio anterior; sendo essa negação, a condição necessária para elevação a
um outro estágio. Apontando, desse modo, para o movimento dialético da constituição do real.
A alternativa que expressa corretamente a concepção dialética de Hegel é a [C].

Resposta da questão 16:


[C]

Nietzsche chamou de apolíneo (relativo ao deus Apolo) o princípio que representa a razão
como beleza harmoniosa e comedida, organizada e, denominou dionísiaco (relativo ao deus
Dionísio) o princípio que representa a embriaguez, o caos, a falta de medida, a paixão. Do
encontro desses princípios contrapostos é que nasce a tragédia grega. Portanto, a afirmativa
falsa é a que define que o otimismo teórico de base racional é o que impulsiona a arte trágica.

Resposta da questão 17:


[C]

[V] Entre os principais conceitos trabalhos por Michel Foucault em relação ao poder, está o de
poder disciplinador, onde, a invés de punir ou proibir determinada ação, procura educar,
moldar o indivíduo, docilizando-o, adestrando-o com a finalidade de torná-lo eficiente, útil.
[V] Inserido no contexto denominado “Crise da Razão”, Nietzsche é um dos principais filósofos
que questiona a razão instrumental iluminista, bem como a construção de sujeito,
consciência e moral que compõe o arcabouço do final do cientificismo do século XIX.
Nietzsche contrapõe essa perspectiva e desenvolve seu pensamento niilista na crítica às
bases do pensamento consolidado até então.
[V] Apesar de terem concepções distintas de poder, a característica de que o poder não se
manifesta em um único centro e, que as diferentes formas de poder se relacionam e se
chocam, opondo-se entre si, presente tanto em Foucault quanto em Nietzsche. Foucault
com o conceito de Biopoder e Nietzsche com o de “Vontade de Poder”.
[F] Tanto o pensamento de Nietzsche quando a filosofia de Foucault se colocam como
contrárias ao pensamento dialético hegeliano.

Resposta da questão 18:


[E]

Em Nietzsche, o “amor fati” (ou amor ao destino, ao inevitável, à fatalidade) desempenha uma
crítica à tradição crista, uma vez que nela o amor ideal (portanto divino) não é aquele que se
realiza no mundo, mas sim na transcendência, em Deus. O amor fati, em oposição, traz na sua
própria definição uma afirmação da vida “daquilo que é”, sem ilusões ligadas aos “séculos dos
séculos”, comprometida com viver plenamente, aceitando o real e afirmando-se nele.

Resposta da questão 19:


[B]

A partir do texto, o aluno deve identificar os elementos que, para Nietzsche, são necessários
para a formação do filósofo, que são citados e refletidos pelo autor. A leitura atenta do excerto
apresentado pela questão, dessa forma, permite identificar que, para Nietzsche, o filósofo deve
conhecer as mais diversas experiências humanas, compreendendo os valores, as práticas e os
sentimentos que compõe as experiências da vida em sociedade, chegando a extrapolar esses
valores e criar novos valores. A única alternativa que reflete essa visão é a letra [B].

Resposta da questão 20:

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[A]

A alternativa correta é a [A], pois, a partir do fragmento utilizado para a proposição da questão,
é possível concluir que, segundo Schopenhauer, o belo distingue-se do sublime por ajustar-se
de imediato às dimensões humanas da observação. Já o sentimento do sublime, por sua vez,
nasce do fato de um objeto que tem relações desfavoráveis, até mesmo hostis, venha a se
tornar objeto de contemplação e admiração. Dessa forma, a alternativa que descreve
corretamente a questão proposta é a [A].

Resposta da questão 21:


[C]

Segundo a análise de Márcia C.F. Gonçalves, a partir da perspectiva hegeliana a arte se insere
no movimento do espírito, ou seja, na dialética hegeliana e no processo histórico como um
elemento de transformação e de conhecimento para alcançar o estágio absoluto, porém, para
Hegel, a arte não é o estágio mais elevado do espírito (entendido como conhecimento) e, o
homem moderno, não mais apenas contempla a arte e sim, superou este estágio de
contemplação para um movimento de reflexão e interpretação das manifestações artísticas. A
arte, permanece em constante transformação dentro do processo dialético hegeliano, no
entanto, a contemplação da beleza da arte, ao invés de marcar o seu fim, traz uma nova
perspectiva para arte que é, não mais a contemplação e admiração “divina” da arte mas, a
reflexão sobre a arte.

Resposta da questão 22:


[A]

O trecho deixa claro que o pensamento de Nietzsche não defende os princípios morais da
elaborados pela filosofia grega, não elogia a moralidade cristã, nem afirma que prevaleceu a
moral dos senhores e da aristocracia. Na verdade, ele afirma que a moral do homem comum
venceu. Para o filósofo, a perspectiva clássica privilegiando o racionalismo puro e a perspectiva
cristã, ambas afastam da vida, enfraquecem a ideia de “homem” e devem ser superadas.

Resposta da questão 23:


[D]

Na Genealogia da moral, Nietzsche se refere a dois tipos de moral, a moral dos nobres, dos
senhores e a moral do escravo, também chamada de moral do rebanho. A moral dos nobres se
baseia nos instintos vitais, no que Nietzsche chama de vontade de potência, seus valores são
baseados na força vital, no bem-viver, nas paixões, desejos e vontades. Em oposição, a moral
do escravo é ressentida, teme a vida, o corpo o desejo e tenta limitá-la pela razão. Nietzsche
chega a afirmar que a moral dos escravos é a moral dos fracos, com a finalidade de dominar os
fortes, os que possuem vontade de potência.

Resposta da questão 24:


[A]

Na mitologia clássica, Apolo representa a temperança, a razão e a beleza, enquanto Dionísio


representa as pulsões opostas, as emoções, a loucura, as forças da natureza. Para Nietzsche,
a combinação entre as duas estéticas, representadas por Apolo e Dionísio, se combinam na
tragédia, enquanto nas demais artes elas costumam ser separadas. A representação da
tragédia é, para esse pensador, a arte ideal, uma vez que apresenta a vida a partir da sua
afirmação. Isso porque o real, segundo Nietzsche, é composto pelo conflito entre as duas
forças representadas por Apolo e Dionísio: a ordem e a desordem, a temperança e a
desmedida, a razão e as emoções. Desse modo, essas duas estéticas representam dimensões
da realidade que são complementares e, por isso, necessárias.

Resposta da questão 25:


[E]

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A filosofia hegeliana influenciou vários pensadores importantes, entre eles, Karl Marx,
fornecendo elementos importantes para a interpretação filosófica marxista, de modo que é
incorreto afirmar que Marx teria rejeitado por completo o pensamento de Hegel, tal como se
observa nas alternativas [A] e [D].

O método dialético, pensado por Hegel, foi retomado por Marx que, entretanto, recusa o
idealismo hegeliano para propor uma dialética materialista, de modo que as alternativas [B] e
[C] também devem ser identificadas como incorretas.

Resposta da questão 26:


[C]

A alternativa correta é a [C], pois, em Marx, a análise do trabalho é contextualizada dentro da


perspectiva da emergência do capitalismo. O que faz Marx compreender o trabalho como algo
em que o ser humano não se reconhece e não se realiza enquanto indivíduo. Ele vai se utilizar
do conceito de alienação para relacionar o estranhamento do homem com o trabalho e com o
fruto de seu trabalho.

Resposta da questão 27:


[D]

O pensamento hegeliano afirma que toda realidade é histórica e que a filosofia deve começar
sem suposições, mas fundada em pensamentos e objetos que, para o autor, são aspectos da
realidade. O trecho apresentado na questão expõe estudantes à dialética hegeliana,
especificamente, à relação de oposição entre senhor e escravo. Para o autor, a consciência
existe numa tentativa de submeter a consciência do outro, fazer dela seu objeto, mas ao
mesmo tempo, precisa que o outro o reconheça como sujeito.

Resposta da questão 28:


[C]

Renè Descartes, em sua filosofia epistemológica, tem como base o princípio da “dúvida
metódica” como “caminho” para a obtenção de um conhecimento verdadeiramente seguro.
Para esse pensador, tal princípio implica o questionamento sistemático de todos os
pressupostos até então tidos como verdadeiros, pois só o processo que coloca em dúvida todo
o conhecimento construído até então poderia produzir uma verdade segura.

A filosofia epistemológica kantiana diferencia o conhecimento das “coisas em si” do das “coisas
para nós” ao introduzir o pressuposto de que a razão humana encontra limites para o conhecer,
de modo que o conhecimento humano se relaciona com os conceitos a priori acerca dos
objetos. Kant também considera que o processo de conhecimento está ligado à autonomia do
sujeito no uso da razão e se dá devido a estruturas cognoscentes que existem anteriormente à
qualquer experiência empírica.

Hegel faz uma crítica à concepção kantiana do sujeito transcendental, uma vez que esta parte
do pressuposto de uma consciência já considerada como posta, originária. A partir dessa
crítica, Hegel levanta o problema filosófico da formação da consciência. Ao analisar esse
processo, Hegel considera central a percepção de que se trata de um processo essencialmente
histórico. A partir de uma consciência crítica acerca da história, portanto, seria possível
entender o sentido e a direção da história, identificando as “leis da história”

Marx, por sua vez, entende a consciência como produto das condições materiais de existência,
considerando sua construção e reprodução, de modo que seria a vida que determina as formas
de consciência, e não o contrário. Nessa perspectiva, Marx também entende a ideologia como
uma forma de interpretação da realidade que a dissocia das condições materiais históricas da
sua formação, resultando, portanto, em uma interpretação distorcida e produtora de alienação.

A partir desses conhecimento, o aluno deve identificar a alternativa [C] como a única que
apresenta a sequência correta.

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Professor Phillipe Castro

Resposta da questão 29:


[C]

A alternativa correta é a [C], pois, a dialética busca compreender a realidade em sua totalidade,
buscando apreender as mudanças, as contradições, os conflitos, o seu caráter mutável. Dessa
forma, é correto pensar que a dialética é um método que busca apreender a realidade em suas
contradições, não apenas uma forma de organizar a mentalmente a realidade exterior. Nesse
sentido, a alternativa que responde corretamente a proposição do enunciado é a [C].

Resposta da questão 30:


[D]

Um dos aspectos mais polêmicos da produção filosófica nietzscheniana é a crítica à moral


cristã, a qual, para ele, é caracterizada pela negação dos aspectos característicos da
existência humana, sendo, portanto, uma negação da própria vida. No texto da questão,
observa-se essa crítica a partir da defesa da afirmação da arte no âmbito estético e sensível da
existência humana, tal como apontado pela alternativa [D].

Resposta da questão 31:


[C]

A alternativa correta é [C], pois, em Nietzsche, tanto o dionisíaco, quanto o apolíneo se


manifestam artisticamente: o apolíneo, nas artes plásticas (escultura, pintura e poesia), e o
dionisíaco na linguagem da música. Dessa forma, a alternativa que relaciona corretamente a
interpretação de Nietzsche sobre a arte, é a alternativa [C].

Resposta da questão 32:


[A]

O Eterno Retorno é uma formulação com repercussões éticas para as condutas humanas e
que se distancia de doutrinas gerais sobre o ser e sobre a vida.

Resposta da questão 33:


[D]

O trecho se refere ao projeto de transvaloração de todos os valores, ou seja, a tentativa de


produzir uma refundação da cultura, afastada de todo ideal metafísico ou transcendental. O
projeto de transvaloração se volta contra os valores criados pelo platonismo e pelo cristianismo
que, para Nietzsche, disseminam um desprezo da vida, do mundo sensível e do corpo.

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