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Entendendo este conceito de ideologias, podemos assumir que o seu caracter tem
algumas falhas que merecem ser denunciadas, e que posteriormente o seriam por
pensadores por exemplo como Marx. A ideia de ideologia é criticável por pontos como
por exemplo, a ocultação de contradições sociais, a naturalização e normalização, a
universalização, a externalização historicamente condicionada, a dominância real e o
funcionamento do mercado e dos seus mecanismos.
Ainda podemos fazer mais uma pergunta sobre a ideologia, que tem vindo a ser
controversa ao longo do tempo, o que realmente podemos considerar uma
ideologia?
1. Apenas as ideias dos outros, não as minhas próprias ideias
2. Tudo é uma ideologia
o Napoleão Bonaparte
- Difundiu o movimento da ideologia no Egito, fundando o Institut
d`Egypte e o La Décade Egyptienne, Journal Littéraire et d’Économie
politique.
Para Bonaparte, os ideologistas eram a causa de todos os males, e por causa
destes:
- A revolta contra as autoridades seria um dever,
- As pessoas teriam soberania, o que impedia que Napoleão Bonaparte
tivesse todo o poder,
- As leis dependeriam de uma Assembleia
Desta maneira, cresce uma conceção negativa da ideologia como uma forma
de dizer que as pessoas não tinham nenhum sentido da realidade se
pensassem de acordo com uma certa ideologia.
Outras críticas dos ideologistas:
- Na Alemanha os que defendiam valores inspirados nos princípios da DDHC da
Revolução Francesa, eram difamados como ideologias.
- Ferdinand Lassale, criticou ainda os ideologistas, pelo facto destes pedirem
liberdade politica como se estivesse apenas ligada a interesses materiais e de
classe.
Como resposta a estas críticas, os ideologistas respondiam:
- “We, Philistines, dreamers, ideologists, allowed ourselves to be rebuked by
Frenchmen and those Germans who are like the Frenchmen. We were called
ideologists by a great Frenchman who did not suspect that what makes us such
is what he lacks to be a great man: the strength of thought, a force that is not as
momentary and shining as that of the Empire, but that is firm and powerful for
the future” (Friedrich Rohmer, Morgenblatt für gebildete Stände , nº 112,
11.5.1835).
Marx vai levantar muitas questões sobre a ideologia, qua antes não tinham sido
reconhecidas.
Max Weber
Weber vai se focar numa questão mais sociológica do que Marx, e procurar responder à
questão: “O que caracteriza a sociedade moderna do Ocidente?”
Émile Durkheim
Émile Durkheim (1858-1917) foi um dos fundadores da sociologia do Direito e produziu
uma obra importante para a consolidação da sociologia como ciência. Émile Durkheim
é uma figura central na configuração da sociologia na França no que concerne
especificamente a sociologia jurídica. Vários autores sublinham a importância de sua
contribuição que, aliás, ganha particular relevância quando comparada, por exemplo, à
posição antijurídica de Auguste Comte.
É considerado o primeiro grande sociólogo da história da sociologia, dedicou toda a sua
carreira ao desenvolvimento da sociologia tentando construir a sociologia como uma
ciência autónoma e com um objeto de estudo definido.
Utilitarismo: Metafísica:
• Critica ao individualismo
As éticas utilitaristas são individualistas pelo facto de fazer o seu interesse próprio no
único propósito da conduta. Por outro lado, também a metafisica é individualista, visto
que estas pressupõem uma personalidade individual.
Posto isto, o individualismo e o egoísmo não podem ser a base do direito, isto porque a
doutrina não pode dispensar a caridade e sendo este um dever, consiste em
entregarmo-nos a uma causa, sacrificarmo-nos e ajudarmos o outro.
A causa do erro individualista, era pela ignoração das circunstâncias que levaram a
formação do direito, visto que, o direito aparece pela vivencia em sociedade não é um
ato isolado, não existiria direito sem uma sociedade, pois não haveria nenhuma relação
a regular.
Logo, existe uma relação intrínseca entre a sociologia do direito e a filosofia do direito.
• Concluindo
O autor considera o Direito não como um conjunto de coisas ou de realidades
cujas regras devem ser buscadas segundo o método das ciências naturais, mas
antes como um Sistema de conceitos ligados logicamente entre si.
A lei resulta de uma limitação mútua dos nossos poderes naturas, uma limitação
que só pode se desenvolver em um espírito de compreensão e harmonia.
Hans Kelsen
• Breve biografia, introdução sobre Hans Kelsen
Kelsen era judeu e foi perseguido por Hitler.
Vive na altura em que são criadas teorias que afirmavam teorias em que as
comunidades, se organizavam numa partilha de mesmo sentimentos e
pensamentos. Também é contemporâneo a esta época Carl Schmitt, este é quem
diz que o direito é coletivo e provém de um pensamento comum e de base
parecidas. Kelsen está contra a ideia de Schmitt e todos os juristas que
pensassem dessa maneira com ideologias comum e de massificação. Schimtt
organizava o mundo entre amigos e inimigos e para ser uma comunidade então
tinha de existir um inimigo comum.
Desta maneira, Schmitt dizia que o inimigo não merecia quaisquer direitos que
pertencessem ao estado. Para Carl Schmitt o povo tinha de ser igual, se alguém
pensasse diferente então não podia existir uma comunidade e igualdade. Era
pois legitimo existir uma exterminação de judeus e dos que eram de fora e que
pensavam em coisas diferentes que não as ideias partilhadas pela comunidade
alemã.
Os judeus não eram vistos como alemães e isso mesmo legitimava o genocídio.
Desta maneira, a pessoa não merecia qualquer direito. Poderia nem sequer ser
cometido um crime e o individuo era na mesma um inimigo e não merecia
qualquer tipo de direito.
Foi neste sentido que a ideologia de Kelsen aparece. Este revelou-se
extremamente contra o direito natural e o contratualismo pois não acreditava
que existia uma ideologia comum e uma coletividade em que as pessoas
partilhassem ideias. Também nas relações de poder, este considerava que o
contrato social era um pouco falhado pois estava já comprometido pelas
relações de poder. Era uma ficção da representação, pois estava muito
relacionado com a questão da falha do contratualismo e da democracia direta.
Para Kelsen era impossível que uma pessoa representasse outra. Não era pelo
consenso que as pessoas representam outras, é numa conversa em que há a
possibilidade de existência de um compromisso, um acordo pressuposto sem
existência de um contrato social. O compromisso funciona com relações do
poder com uma participação ativa da comunidade do poder no crescimento de
uma democracia direta e da formação das normas.
Esta é uma das grandes críticas que Kelsen faz ao Estado, é um fundador do
direito internacional contemporâneo. Cria o mecanismo de controlo da
constitucionalidade e que ainda hoje é adotado pelos países.
Depois da segunda guerra Kelsen desiste de controlar o estado para dentro, pois
se apercebe que é só por fora que se pode controla-lo, através do direito
internacional.
Este direito internacional, tinha de ser capaz de controlar o estado furioso e que
funciona ideologicamente na cabeça das pessoas. É uma ordem jurídica, uma
comunidade, o Estado funciona como uma ideologia e faz como que o individuo
submeta as suas ideologias a do estado.
Esta ideia de Kelsen funciona como uma maneira de pensar bastante teológica,
de exteriorização de um Deus. Classifica isto como uma teologia política em que
Schmitt era perito na ideia em que alguém se impunha.
• A relação de Freud e Kelsen e a relação entre as suas ideologias
Freud e Kelsen eram contemporâneos e partilhavam mesmo entre si uma
relação de amizade. Kelsen tinha sido paciente de Freud e estes dois pensadores
tinham algo em comum.
Tal como Kelsen, também Freud era judeu e por isso os dois lutavam muito
contra os coletivos, não acreditando nas ideias partilhadas por todos lutando
contra o antissemitismo.
Apesar de acharmos que esta ideia de coletivismo era típica da altura de Kelsen
Freud, ainda hoje vemos ideias de pensamento massificado. Era contra estas
ideias que eles lutavam.
Quando o Freud escreveu A Psicologia das Massas, entregou o manuscrito da
sua obra a Kelsen, pedindo-lhe para que fizesse o comentário na sociedade de
um ponto de vista isolado da psiqueanalise. Posteriormente esse texto e
publicado na Imago, revista de Freud. Quando sai a 2ª edição da Psicologia das
Massas, numa nota de rodapé Freud refere-se a uma critica de Kelsen sobre a
sociedade o que leva a que Freud crie a lei utópica.
Segundo estas ideologias, dentro da nossa cabeça há leis e normas que foram
impostas pelo estado e funcionam independentemente das relações que eu
tenho com as cosias, não há vínculos afetivos. Isto aplicava-se ao estado, com a
presença destas ideias bem entendidas na cabeça da comunidade.
• O processo de identificação
A maneira como Freud explica a obtenção destas ideias na cabeça da sociedade
é chamado “Processo de Identificação”, existe quase como um paradoxo da
identificação na construção da personalidade e laços pessoais.
Freud explica como o processo de identificação ajuda a contruir a personalidade
e os laços pessoais, existem lados positivos e negativos a este processo. Um
aspeto positivo, é facilmente identificado como a maneira como a socialização
impacta a formação de uma personalidade, no entanto o psiqueanalista explica
também que existia uma ideia de autoritarismo e de heteronormatividade,
numa perspetiva quase antidemocrática.
• Como é que a teoria da identidade influencia Kelsen
Kelsen começa a fazer a critica da sociologia da época, especialmente da ideia de
Durkheim e de Zimmer. Perante estas, diz que se trata de uma ficção, e o que
apenas existe são divisões das pessoas impostas pelos estados de uma maneira
sociológica.
Durkheim acredita que se as pessoas atuassem numa coletividade, a pessoa
individual acabava por desaparecer passando apenas a existir uma
personalidade coletiva em que fazem coisas que nunca fariam sozinhas. As
sociedades impõem-se pelo individuo. Estas ideias são fortemente criticadas por
Kelsen e Freud.
Freud começa as suas análises com a conceção do eu ideal e analisa isso
primeiro no individuo na obra a que chama Ensaio do Narcisismo, constitui um
eu individual a que se junta o mundo real em que a pessoa idealiza como é,
como a ação é, como a nação é, a religião etc. as características negativas destes
campos sociológicos são projetadas na sua personalidade. Este ensaio julga todo
os campos da sociedade e da vida, partindo do primeiro ideal.
Freud opera uma importante viragem na história. Aparece como um individuo
de fora a julgar os outros, o que nos faz questionar, será que o individuo não
sofre com estas construções culturais? Não, ele está a ser julgado na sua cabeça,
sendo que esta sociedade ao mesmo tempo que absorve a cultura e as ideias que
vê a sua volta, cria a sua personalidade.
Passa a existir uma psicologia social, ao invés de uma psicologia individual,
refletindo numa sociedade interiorizada dentro das pessoas e da sua cabeça. A
pessoa passa a julgar o mundo e os que não tem os seus ideias, a sociedade é de
uma certa forma internalizada. A reflexão de Freud aparece como inserida no
mundo interno em que o individuo constrói o seu ideal dentro de si, querendo
ser o melhor.
Freud analisa o aspeto desta questão no Ensaio do Luto e Melancolia. No luto a
pessoa perde o interesse pelo mundo e depois recupera a vontade de viver, por
outro lado na melancolia a pessoa perde o interesse pelo mundo, a perda de um
objeto de amor que é perdido e passa a rejeitar o individuo que entra num
estado de melancolia. A pessoa que eu amo assume o lugar do eu ideal e que
agora me rejeita e estando dentro de mim também eu me rejeito na cabeça.
Passo a fazer dentro de mim as rejeições que a pessoa me faria a mim
exteriormente. Há de facto uma interiorização, um juiz dentro da minha própria
cabeça.
Freud analisa também coletivos, o Totem, o pai que faz com que a sociedade
partilhe pela convivência e pela comunidade uma ideia geral. Esta é uma figura
autoritária, as normas jurídicas se impõem pelos indivíduos representando um
autoritarismo. Durkheim apenas analisa como uma sociedade totémica aplica o
autoritarismo. Freud vai criticar o autoritarismo. Nas sociedades modernas
acontece o que acontece nas sociedades primitivas que é o que Freud explica na
ideologia das massas.
O ideal não é uma repressão exterior, mas sim internalizada e acompanhada por
um sentimento de culpa permanente, com a existência de um juiz interior na
nossa moral que vai criar vários problemas psicológicos. Parte da criação da
identidade como raça, como nação e como pessoa. Kelsen compara a sua
ideologia com a de Durkheim que não explica o autoritarismo como Freud faz.
Freud explica que a razão de interiorizarmos as normas acontece pela ideia da
identificação.
É uma forma de amor, uma ligação afetiva de libido e de eros, sendo esta
também paradoxal, podendo levar a coisas positivas ou negativas.
É um processo que acontece desde o nascimento, a criança tem uma
identificação de tudo o que se confronta com os heróis imaginários, as
personagens etc. a aceitação de algumas características e a rejeição de outras é o
fenómeno saudável da identificação. Consigo contruir a minha personalidade, o
que quero ser, o que rejeito e o que não quero ser enquanto crio laços afetivos.
As pessoas que eu amo, são quem me ajuda a fazer uma construção a minha
personalidade.
O projeto para a criação da personalidade é um processo positivo que começa de
pequeno para grande que se fixa em modelos pequenos e únicos. A rejeição é
necessária para criar uma personalidade que os outros não podem aceder e que
devo renegar e discriminar.
Esta identificação é um processo aberto e infinito e que deve continuar, mas que
leva a fenómenos psicológicos. O que acontece é uma fixação das massas e um
fenómeno pela identificação.
Freud explica o amor, deste modo, havia dois motores da vida humana. O amor
e a fome. O amor é a vontade de me unir em comunidade e a fome é o que leva o
individuo a sobreviver e que se relaciona a laços contruídos. Chega ainda a outra
conclusão, o ser humano age não só por fome, mas também por ódio. O ódio é a
vontade de destruir levar as coisas de um estado orgânico a um estado
inorgânico, há um paradoxo entre os dois. O ser humano tem impulsos que não
conseguem combater o odio e também um motor que não aparece em animais
apenas em seres humanos. Freud apercebe-se disso. Trabalha com o conflito
entre a vida e fome e passa a trabalhar sobre a vida a existência de fome de odio.
A morte é passada para todos os que não partilham os meus ideais e que se
tenho uma fixação patologia na minha religião, na minha raça etc. então a outra
raça deve desaparecer. As pessoas preferem a morte a mistura. Freud considera
que os outros estão excluídos e eu vou projetar neles o desejo que eles
desapareçam e ainda o odio, fazemos coisas porque nos identificamos com uns e
não com outros.
Ainda hoje em dia vimos estes casos como os que foram criminalizados por
ajudar a migração ilegal.
Focault
• Introdução
Francês nascido em 1926, que estudou matérias de história, sociologia,
psicologia e filosofia.
Preocupa-se maioritariamente com a multidisciplinariedade, teve um contato
próximo com Pierre Bourdieu e Jean Paul Sartre.
O seu tema de maior interesse e que vai discutir é a arte de governar e a
multidisciplinidade.
• A arte de governar
Focault vai analisar duas realidades diferentes, uma que se passa durante a
idade média e a antiguidade clássica e depois da mesma, durante a 2º metade
do séc. XVI.
o Até ao século XV- Conselhos ao Príncipe
Até esta altura, eram dados conselhos ao príncipe e formulados
tratados políticos que diziam respeito a sua conduta, o exercício do
poder, os meios de assegurar e aceitar bem como respeitar as matérias
reservadas ao príncipe, o amor e a obediência a Deus, e o mais
importante na sua soberania, a aplicação da lei divina nas cidades.
Era necessário assegurar a aceitação e respeito dos súbitos.
• O Príncipe de Maquiavel
Contextualizando esta obra na época histórica em que apareceu, sabemos que
este livro do século XVI:
o Ancorou o debate sobre a governação
o Inicialmente, bem recebido pelos seus contemporâneos
o Alvo de críticas entre os séculos XVI e XVIII
o Ressurge no início do século XIX, principalmente, na Alemanha e em
Itália
Este documento volta a emergir no início do século XIX, devido as revoluções
Napoleónicas, a Revolução de França e dos estados Unidos e com o nascimento
das democracias, existe um debate relativamente ao absolutismo pois estes
chocavam de uma maneira ou de outra. Neste sentido, apareciam questões que
se relacionavam com a critica ao pensamento e ideias que vinham expressas no
Principe de Maquiavel. Estes problemas foram fixados por Clausewitz:
o Relação entre política e estratégia
o Relações de força e o seu cálculo como princípio de inteligibilidade e
racionalização nas relações internacionais
o União dos territórios alemão e italiano
o Rosseau e Quesnay
ROUSSEAU: Governar um Estado era aplicar a economia da
família ao mesmo, isto é, exercer um tipo de vigilância e controlo
sobre os habitantes, riqueza e comportamento de cada.
FRANÇOIS QUESNAY (pensador do século XVIII), a economia
define-se como sendo sinónimo do bom governo.
Focault vai tentar definir o que La Perriere define como coisas, sendo
estas relacionadas com o homem e as suas relações. Tais como:
- Riqueza; recursos; meios de subsistência; território com
qualidade (clima, irrigação, fertilidade);
- Costumes, hábitos, formas de agir e pensar;
- Acidentes e azares como a fome, epidemias, morte, entre
outros.
• Finalidade
A finalidade da soberania seria o bem comum, mas o que seria realmente
este bem comum?
Sabemos que a soberania é circular e que o fim da soberania é o próprio
exercício da soberania, o governo e a soberania eram, portanto, coisas
diferentes.
Neste sentido a tese de Focault aproxima-se da de Maquiavel e d´O
Príncipe.
Para La Perrière, há uma pluralidade de finalidades, o governo não
impõe a lei aos homens, mas sim tem a finalidade de disponibilizar coisas
e que:
o Que o maior nível de riqueza possível é produzida;
o que as pessoas tenham meios suficientes para subsistir;
o que a população tenha a possibilidade de se multiplicar.
A preocupação do governo é utilizar táticas (ao invés de leis) para chegar
às finalidades.
• Triangulo de Focault
ALVO - população
soberania governo
MECANISMO - aparelhos
de segurança
disciplina
• Governamentalidade
o Formada por um conjunto de instituições, procedimentos,
análises, reflexões, cálculos e táticas
o Alvo - população; Principal forma de conhecimento - economia
política; Meios técnicos utilizados - os aparelhos de segurança
o Tendência para a proeminência deste tipo de poder
o Leva à formação de aparelhos governamentais específicos e ao
desenvolvimento de uma rede complexa de conhecimentos →
permitem então o exercício deste poder
o Processo gradualmente mais “governamentalizado”
É atribuído um valor excessivo ao problema do Estado.
• Formas de poder no Oriente
Luhmann
Direito como um sistema social
• Introdução
Niklas Luhmann foi um sociólogo que durante a sua carreira estudou em
Harvard e dedicou o seu estudo ao Direito como um sistema social.
Vai analisar como é que se estabelece a relação entre o sistema legal e o
sistema social. A lei atua em sociedade, concretizando uma função social
através da sua reprodução autopoiética.
Iremos analisar como é que se pode mudar a sociedade e como é que a lei
opera em sociedade.
• Teoria da sociedade
Sistemas clássicos da sociedade:
o A sociedade funciona como um sistema aberto, que se adapta ao
ambiente em que se encontra,
o A lei é um mecanismo regulatório, que serve de adaptação da
sociedade ao seu ambiente. A lei apoia e confirma a sociedade.
o Existe uma teoria evolucionária.
Sistema autopoiético da sociedade:
o A sociedade é um sistema fechado, que se reproduz nas suas
operações, sendo que estas não se relacionam ao ambiente em
que estão inseridas.
o Devido a este ambiente, o sistema fechado recebe irritações
Estes sistemas operam de uma maneira circular em si mesmas que
autonomamente determinam as suas estruturas, que produzem e
reproduzem-se de uma maneira circular que garantem as operações deste
sistema.
• Futuro
O futuro difere visto dos dois pontos de vista diferentes. No que diz
respeito ao sistema clássico, este seguiria uma teoria evolucionista, sem
regressões. Por outro lado, a teoria do sistema autopoiético define que:
o Não há preposições de uma evolução sendo que o futuro está em
risco,
o Existem severas maneiras de destruição, regressões catastróficas,
perdas de complexidade, ameaças ecológicas que poderiam acabar
com a vida no planeta. Por exemplo a pandemia.
Reconhecimento de risco:
Será o direito capaz de reconhecer o seu próprio risco?
• A racionalidade do direito
Ora de um ponto tradicionalista, podemos dizer que a racionalidade está
no legislador, nos dias de hoje a racionalidade e as razões da tomada de
decisão relacionam-se com:
- Princípios (Dworkin)
- O que é culturalmente compreendido (Parsons)
- Consenso sem coerção (Habermas)
O que acontece depois da racionalização do direito?
• Contribuições da teoria Sociológica para o direito
Não existe muita contribuição útil da sociologia ao direito, pelo facto de
que o sistema jurídico tem de ser fundado nas normas de direito valido.
No entanto, esta contribui com conflitos de outra maneira.
Qualquer um de nós poderia esperar que o sistema jurídico estivesse
interessado em seguir a teoria sociológica depois da falha do direito
natural e os princípios de ordem axiológica- logica.
• Direitos humanos
Este é um indicador da existência de um sistema jurídico global, e que
demonstra também a atenção dada à violação dos mesmos.
A ideia de direitos humanos, vem desprezar o antigo direito europeu
natural e tem uma conexão próxima com a construção de contratos
sociais.
A ideia veio da europa, paralelamente à formação dos estados modernos.
Os direitos humanos não beneficiam de claridade dos princípios básicos e
a precisão de textos relevantes, mas sim da evidencia de violação dos
mesmos,
Os direitos básicos como a liberdade e a igualdade são reconhecidos, mas
entende-se que estes podem vir a mudar consoante a legislação e o quão
pouco afetam situações reais.
O estado tem de ser responsável pelo respeito dos direitos humanos.
• circularity.
• The fact that the contracting individuals were bound by the contract
could only be explained by the contract.
Natural Law:
• also, circular.
Meta positive law needs positivization:
• open paradox.
Also, a paradox to say that rights are implemented only by their violation and
the corresponding outrage (Durkheim).
Every notion of reasons founder on a paradox. So, no relevance of the specific
European tradition.
A global structure of legal norms independent of regional traditions could be
expected.
• Desenvolvimento regional
Global law and different regional developments in law.
Structural coupling of the political system and the legal system though
constitutions do not have an equivalent at the level of global society.
• Exclusão
Problem:
• large parts of the population are not included in the communication of
functioning systems.
• In other words:
o stark difference between inclusion and exclusion.
o Pronounced form of social stratification.
When the inclusion of some depends on the exclusion of others:
• this difference undermines the normal functioning of functioning
systems.
This affects law, for the legal system is based not only on the sanctions of the
system, on sentencing and punishment, but also on the society-wide resonance
of breaches of law, which is an additional motivation for obeying the law.
Exclusion as “the situation where people are not considered relevant
participants in communication and therefore are not given a communicative
address”
Inclusion refers to the scenario where people in a certain social system “are
considered relevant communicative addresses and as bearers of social roles”.
• Ecological Issue
Exclusion of large parts of the population from the participation in the
advantage of development is seen as only a transient condition of development.
Question: the high level of welfare found in some industrial countries cannot be
worldwide realizes –for ecological reasons alone.
Habermas
• Razão e Ação- Sociologia do Direito vs Filosofia do Direito
Tem de haver comunicação de razão e ação, o objetivo compreensão, é
uma racionalidade intersubjetiva.
De uma razão e ação, o objetivo é o sucesso.
Uma razão comunicativa tem como objetivo a compreensão. Tem de
existir uma racionalidade intersubjetiva, de uma maneira subjetiva seria
pensar comigo.
A razão comunicativa tem como objetivo a compreensão de falar com
outras pessoas de maneira a entender se estas concordam ou não.
O único critério é provar que o que pensamos é correto ou não, se outras
pessoas pensam e concordam. Cada um é convencido pelo melhor
argumento.
A razão estratégica, tem como objetivo o sucesso, este é o tipo de
racionalidade de mercado e economia da administração de relações de
poder. Esta age de maneiras egoístas.
Para além da razão x e y, há a ação x e y.
Relação com Habermas – Habermas considera que valores e princípios são os
fundamentos do Direito. Luhmann critica no sentido de ser difícil legitimar o
Direito sobre valores e princípios. Para Habermas o processo subjacente ao
próprio direito é suficiente para o legitimar.
• Sociedade
Constituído por:
1. Mundo da vida
2. Sistema
• Mundo da vida
Esta é uma reprodução material a partir da razão estratégica, esta é uma
reprodução simbólica a partir da razão comunicacional.
Esta construção do mundo da vida tornar-se-á direito. para isso é preciso
que haja uma universalização, algum tipo de consciência. Isto significa
que todas as pessoas que participam chegam a um acordo. As pessoas não
pensam em seguir apenas interesses particulares. Existe um tipo de
racionalidade que acaba por liderar este debate. O outro tipo de razão que
lidera este debate, leva a que a razão comunicacional formule razões
universais.
Isto é o que vai dar legitimidade ao direito. é necessário ter reivindicações
morais com conteúdo universal que vem do mundo da vida.
Existe sistema e mundo da vida, não são penas sistemas como os para
Luhmann, esta relação entre o Mundo da Vida e os sistemas é algo que
algumas reivindicações morais feiras pelo mundo da vida se tornariam
sistema mas não de uma maneira direta.
Para Luhamn, o direito é visto também como um sistema. Para
Habermas, existe a sociedade (esferas publicas), o mundo da vida e algo
completamente diferente a que chamamos sistema.
O mundo da vida faz formulações de justiça (o que é ou não justo). Tanto
o estado como a economia vão ser regulados pelo direito. o direito não é
no entanto, o direito não é outro sistema. O direito vai observar as regras
que vão ser incorporadas pelo direito.
O direito vai ser uma intermediação entre o sistema e o mundo da vida.
Os sistemas autopoiéticos não consideram que a sociedade é apenas
construída por sistemas, mas também o mundo da vida.
• Sociedade: mundo da vida e sistema
Ao contrário de Luhmann, a sociedade não é apenas construída
pelo sistema. O mundo da vida é o mundo da ação
comunicacional. A estratégia da razão/ação são o trabalh0 no
sistema. Há dois tipos diferentes de racionalidade nestes os dois.
• Direito
Está intrinsecamente relacionado com o mundo de vida.
O direito:
• Subisistema do direito que pertence a uma componente social do
mundo da vida.
• Reproduz em si mesmo apenas ligado à cultura (tradições legais e
simbolismo legal) e a personalidade (competência individual para
interpretar e observar regras legais, competências adquiridas pela
via da socialização do direito.
• Um transformer que circula entre o sistema e o mundo da vida.
O sistema:
o Administração (movida pelo poder) e economia
o Sistema pode colonizar o mundo da vida pelo direito
o O mundo da vida não constrói autonomia e autenticidade livre de
tradução. Quando a lei não é produto de reivindicações morais
mas quando o direito vem como interesse do estado (poder), de
economia (dinheiro) e colonização do mundo
da vida.
Deveria existir um espaço publico que deveria
ser capaz de construir as reivindicações
morais de uma maneira universal. O direito
devia ser construído por estas ideias morais.
Deveríamos traduzi-las de uma maneira legal
que é capaz de regular o sistema
(administração e economia). Não de uma
maneira contraria, quando os interesses da
administração ou economia são impostos pela sociedade.
Quando o estado se impõe na sociedade, sem reivindicações morais da
sociedade do que é justo ou injusto isso é errado. Esta é a colonização do
mundo da vida.
• Criticismo de Habermas na sociologia do direito e nas teorias
da justiça
Rawls apenas se preocupa com as maneiras universais e não com as
sociais, ignorando os mecanismos de poder. A teoria de justiça não é
apenas filosófica, não é apenas embebido na realidade social.
O problema da sociologia é que há apenas reivindicações sociais e não
morais, esquecemo-nos da pessoa.
A filosofia de Rawls esquece a sociedade e não as reivindicações morais.
A sociologia do direito não é apenas analisar as possíveis reivindicações
morais e o facto de haver pessoas que tem outro tipo de racionalidade e
que não tem apenas interesses pessoais.
o Habermas quer ligar estas duas ideias
Weber e Parsons tem uma maneira mais complexa de conectar a
sociologia e a filosofia.
Weber: se Weber considera existir uma relação próxima com o
direito, sistemas e mundo de vida, a sua conceção de direto é
limitada ao legalismo, para Weber, o estado é legitimado pelas
suas estruturas legais. Habermas critica Weber porque este não
tem uma conceção dupla de racionalidade. Para Weber, o interesse
próprio explica o porque das pessoas seguirem o direito. apenas há
legalidade e não legitimação pois o último obriga à interpretação
da lei.
Parsons: O estado constitucional é democraticamente legitimado
pela sociedade civil, a esfera política publica. Existe4 uma razão
comunicativa que tem como objetivo a construção de princípios
universais.
• Criticismo a Habermas
Kelsen viu que existia muito conflito em sociedade porque há muitos
grupos em sociedade. Pode haver compromissos, mas não consenso. O
grupo tem diferentes interesses e por isso não podem ser atingidos
consenso apenas compromisso.
Quando Habermas faz a distinção entre o direito e a moral, vê que as
pessoas deviam ser sentenciadas em termos legais e não morais.
Pierre Bourdieu
• Introdução
Nasceu a 1 de agosto de 1930, em França e morreu a 25 de janeiro de
2002.
Bourdieu na sua tese vai criticar o formalismo e o instrumentalismo.
Serve o exército francês na guerra argelina
Comporta-se como participante (militar) e observador (investigador)
Investigação etnográfica, sobre o conflito através da população cabila
Estudos resultam no seu primeiro livro
Sociologie de l’Algérie
• Critica de Bourdieu no formalismo e instrumentalismo
• Formalismo
É como se a lei fosse um sistema fechado, com dinâmicas internas,
conceitos e métodos.
Kelsen considera que o direito devia libertar-se de todas as formas
de determinação social.
Luhmann diz que a lei se reproduz de acordo com as suas próprias
leis e a posição é em maior parte apoiada pelos professores de
direito.
• Instrumentalismo
Marx diz que o direito é visto como uma expressão da
determinação económica e os interesses do grupo dominante, esta
é uma posição maioritariamente tomada pelos sociologistas.
Bourdieu diz que há possibilidade de ultrapassar a linha que
divide o direito e a sociologia.
Ora, estas ideias levam-nos a algumas questões:
▪ Como é que o discurso legal é organizado?
▪ Como e que o discurso legal age nos atores sociais
▪ Como é que o direito adquire o seu poder
▪ Como é que o direito se reproduz
▪ Como é que o direito se relaciona com os poderes sociais,
económicos, políticos e culturais
▪ Como é que o direito muda se o motor da sua
transformação não se encontra na sua própria logica, ou na
economia
▪ Como é que a transformação do direito cria uma
transformação positiva na sociedade.
• Field vs Habitus
Cada campo vai determinar o capital específico, o capital simbólico é
diferente.
O campo é como as diferentes partes da sociedade.
Enquando Weber diz que a sociedade é dividia em esferas culturais, e há
liberdade com a existência de dois sistemas (económico e burocrático, em
que não há liberdade, age de acordo com as leis, de outra maneira as
pessoas não podem participar no sistema.). Luhmann dizia que tudo é
um sistema, pode ser estudado pelos seus próprios métodos e
racionalidade. O processo de transformação de cada sistema de
produção. O sistema está sempre a criar e transformar.
Habermas, dizia que os sistemas e o mundo da vida onde os princípios
universais são formados e que os transforma em normas e que se podem
impor no sistema:
1. Económico
2. Administrativo
Para Bourdieu haviam os campos que eram contrários aos sistemas e
mundo de vida.
• Field vs System
O sistema importa-se em identificar as regras da racionalidade,
apenas o resultado importa e entendem que são as leis que vão
gerar este sistema e as suas mudanças.
O campo importa-se com os conflitos entre as diferentes pessoas
que constituem os campos as pessoas estão a lutar para ter um
maior poder simbólico e as suas mudanças. Como é que as pessoas
dentro de um campo lutam pelo monopólio do poder simbólico.
• Illusio
Não é um interesse mas ilusão.
Num campo, jogamos um certo jogo de acordo com certas regras. Apenas
um tem uma certa competência, neste caso a competência legal e o
interesse do jogo podem tomar parte em:
o Termos de acreditar no jogo mas também aceitar que é preciso ser
jogado.
o A magia apenas funciona num campo em que as pessoas
acreditam e socializam.
Kimberlee Crenshaw
• Angela Davis, professora, filósofa e ativista americana, em “A liberdade é uma
luta constante", afirma que no final do século XX, houve inúmeros debates
sobre a definição da categoria “mulher”. Houve inúmeras lutas sobre quem
estava incluído e quem estava excluído dessa categoria. Angela crê que essas
lutas são cruciais para se compreender que tenha havido uma certa resistência
da parte das mulheres não brancas e também de mulheres brancas pobres e
da classe trabalhadora, em se identificarem com o movimento feminista
emergente. Muitas delas consideraram que esse movimento, na época, era
demasiado branco e sobretudo demasiado classe média, demasiado burguês.
• Isto mostra-nos que não só não devíamos tentar integrar mulheres trans numa
categoria que permanece imutável, mas que a própria categoria em si tem de
mudar.
MARTA - 1/15
• Race, gender and other identity chategorities are often seen in mainstream
liberal discourse as vestiges of bias or domination, this shows how power works
to exclude the ones that are different, which contradicts with the libertory
objective to eliminate these chategories. In certain strains of feminism and
racial liberation movement, this can be a source of social empowerment and
reconstruction.
• Ignorar esta diferença dos grupos cria também uma tensão entre esses
mesmos. Apesar do racismo e do sexismo interceder na vida de pessoas reais,
estas não são características únicas, logo, quando se restringe às experiências
a apenas um destes campos estamos como que a renegar as mulheres negras
de sentir qualquer tipo de violência contra as próprias.
Interseccionalidade Estrutural
• Na maior parte dos casos, a agressão que leva as mulheres a estes abrigos é
quase sempre uma manifestação da subordinação que sofrem com a
experiência. Maior parte das mulheres que buscam abrigos são
desempregadas e um grande número destas, pobres
• Estes abrigos não são estruturas suficientes para tratar dos problemas destas
mulheres, acabando por contribuir para um problema de subordinação destas
mulheres às condições oferecidas.
• Por exemplo, psicólogos que dão resposta a crises de violação para mulheres
de cor apresentam que maior parte dos programas tendem em tratar de
problemas que não a violação em si.
• Sendo que os fundos são localizados para brancos de classe média, é difícil
que as necessidades de primeira resposta destas mulheres sejam
respondidas.
Polítical intersectionality
• Este ponto explicita ainda mais que as mulheres de cor estão localizadas em
pelo menos dois grupos que se subordinam e que frequentemente perseguem
agendas políticas opostas. Não existem movimentos que protegiam estas
mulheres que sofrem com esta intersecionalidade, como o racismo e a
discriminação de género que apenas implicam uma parte desta
intersecionaidade.
• Outra das leituras que podemos fazer é o facto de que muitas das vezes, um
campo acaba por invalidar o outro.
MAGNA - 15/30
Domestic violence and antiracist politics
• Alguns críticos alegam que o feminismo não tem lugar nas comunidades de
cor, dado que as questões são internamente divisivas e que representam a
migração das preocupações das mulheres brancas para um contexto no qual
elas não são apenas irrelevantes, mas também prejudiciais.
• Estima-se que quase quarenta por cento de todas as mulheres e crianças sem-
abrigo fugiram de violência doméstica e cerca de sessenta e três por cento dos
jovens entre onze e vinte anos que estão presos por homicídio mataram os
agressores das suas mães.
• As representações da violência negra - sejam estatísticas ou fictícias - são
muitas vezes escritas de forma a retratar comunidades minoritárias como
patologicamente violentas.
• Esta estratégia permite que as vítimas, mulheres brancas sejam o foco, mas
faz pouco para romper os padrões de negligência que permitiram que o
problema continuasse enquanto era imaginado como um problema de minoria.
Sofia - 30/45
• Críticas anti-racistas da lei sobre a violação procuram como a lei funciona para
condenar violações de mulheres brancas por homens negros. Como a lei
funciona em torno das mulheres brancas já foi criticado, pois tornou-se numa
forma de discriminação de homens negros, e acaba por refletir na
desvalorização da mulher negra. Esta desvalorização resulta de um grande
foco que é dado às consequências para os homens negros. As acusações de
violação a nível histórico, tinha justificação para o terrorismo branco contra a
comunidade negra.
• As violações a mulheres negras são ainda usadas como uma forma de
racismo, na medida em que acusam os homens negros de não protegerem as
mulheres negras. Ou seja estes abusos feitos às mulheres são menos vistos
como um abuso contra a comunidade negra. Os homens negros já foram
acusados falsamente de violação a mulheres brancas, tendo uma defesa anti-
racista mesmo quando acusados por mulheres negras(?). Como resultado de
um ênfase da sexualidade dos homens negros como o principal ponto nas
críticas anti-racistas de violação, as mulheres negras que apresentam queixa
de violação contra um homem negro não são apenas desconsideradas, mas
como uma forma de difamação na comunidade afro-americana. É necessário
que haja uma igual preocupação na defesa das mulheres negras, uma vez que
as estatísticas mostram que elas são mais prováveis de serem violadas ao
contrário dos homens negros. Muitas vezes as mulheres que são acusam um
homem de praticar um crime destes, são poucas as mulheres que dão apoio à
vitima, pois favorecem o homem porque entendem que passo a citar “pediu por
isso”. Porém, as mulheres que desdenham as outras que afirmam serem
vitimas de violação, reconhecem que são vitimas de assédio sexual diário. Ao
criticar as vitimas, procurando distanciar-se destas vítimas entram num
processo de negação da sua própria vulnerabilidade. Neste tópico, as mulheres
negras constituem o grupo mais vulnerável de violência sexual.
“Implications”