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UNIDADE 4- A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA

Querer é Poder:
As Consequências éticas desse modelo de Sociedade

Crise do paradigma da conquista


Boff (2003), apresenta a crise do modelo com alguns dados:
* 83 % da terra foi conquistado
* Ultrapassou 20 % a capacidade de suporte e regeneração
* Crescimento demográfico não comporta o modelo baseado no consumismo.
* Em 1990 = cinco bilhões de pessoas 2000= 7,2 bilhões 2025= 8,1 bilhões
Consequências sociais do modelo: Elevado índice exclusão social que vem crescendo no país
e no mundo. A razão não está no crescimento populacional mas no consumo excessivo, na
busca de poder e conquista.
O contexto atual é marcado pela questão da crise ética
Muitos descrevem como uma crise ou falta de uma referência de valores. A questão que
surge é qual a causa?
Possibilidades:
• O modelo moderno tem como princípio e valor o individualismo e a busca de
conquista;
• Crise dos valores fortalecidos pela tradição – Não há mais modelos de moralidades
sólidas
• Globalização e ética
• Definição de Globalização: Conjunto de transformações na ordem econômica
mundial, que tem como principal ponto a integração dos mercados em uma “aldeia-
global”.

Fundamentalismo:
No contexto atual podemos encontrar implicações éticas relacionadas ao desenvolvimento de
formas de ver o mundo, de agir e pensar com bases em um único modelo, em um único
fundamento.
Exemplos de fundamentalismo:
• Religioso: quando se coloca uma religião com única perspectiva.
• Quando se coloca apenas um modo de produção como correto
• Apenas um modelo de música.

UNIDADE 5- OS CONFLITOS ÉTICOS DA SOCIEDADE ATUAL

Fatores históricos, sociais e culturais:


O contexto moderno e contemporâneo são marcados pelo desenvolvimento de
um conceito de racionalidade e pelo desenvolvimento da ciência.
Temos o abalo da autoridade de instituições como a igreja, a família e a escola.
Algumas consequências da contemporaneidade:
Empobrecimento, diminuição das oportunidades, a falta de perspectivas, falta de
sentido. Muitos buscam a felicidade na satisfação em momentos eufóricos ligados a si
mesmo, deixam de lado a perspectiva do outro.
* Encontramos a intolerância ao invés da alteridade.
*Temos dilemas relacionados a bioética.
Ética e Meio ambiente
Esse tema está ligado com a relação do ser humano com a natureza. Por esse
motivo, é importante buscar entender as mudanças nas concepções de ser humano e de
natureza ao longo da história.
A concepção de humano da antiguidade e sua relação com a natureza
Na Grécia antiga o ser humano visualizava o ser humano como um ser integrado a
natureza, como ser que necessitava da mesma. Com o desenvolvimento da sociedade e
do conceito de logos o ser humano se vê como um ser diferente, capaz de
compreender a natureza, compreender suas formas.
O termo para humano do grego é “Antropos” que significa: aquele que é capaz de
examinar e compreender o que está a sua frente.
A concepção de humano do período Medieval
* A concepção de ser humano e de natureza está ligada ao universo religioso. O ser
humano, a natureza são percebidas como criações de Deus. Quando o ser humano
tinha problemas com as ações da natureza isso era entendido como uma forma de
castigo.
* A grande questão desse período é buscar a salvação da alma.
A concepção de humano do período Renascentista
Os séculos XV e XVI são marcados pelo renascimento, que corresponde a um
período de ruptura com o segmento religioso. Temos a substituição do modelo
Teocêntrico pelo antropocentrismo.
O ser humano se percebe a si mesmo como ser capaz de conhecer, compreender
a natureza e manipular a seu favor.
A concepção de humano a partir do século XVIII.
* O Século XVIII é marcado pelo início das ciências modernas. Nesse contexto o
ser humano se percebe como um ser capaz de dominar a natureza.
* Para os iluministas, o homem se torna livre para conduzir sua vida e necessidade
como desenvolvimento da racionalidade científica.
* O homem percebe-se como um ser que domina a natureza e que os recursos
naturais são ilimitados.
Paradigma técnico Científico
O ser humano do período moderno encontrou grande entusiasmo em relação as
técnicas e ao desenvolvimento de máquinas ao ponto de comparar o mundo, a
natureza como uma grande máquina. Podemos citar como exemplos autores como
Descartes e Hobbes.
Considerações críticas de Horkheimer (1980)
“ A superioridade do ser humano está no saber científico convertido em algo
prático, e é neste que se encontra o jugo do homem sobre o próprio homem e sobra a
natureza”.

O desafio de pensar em uma nova percepção de humano e de natureza


* A natureza deve ser entendida como o meio ambiente Ethos, onde existe uma
diversidade de sistemas que interagem entre si.
* O universo deve ser pensado como um todo organizado em partes e que cada parte
exerce uma função.
* O ser humano é pensado como uma parte integrante desse sistema .
 Paradigma sistêmico funcionalista

 Implicações ética do Modelo Sistêmico Funcionalista:

• O ser humano tem a necessidade de perceber o outro que pode estar ligado ao
ambiente, que está em constante relação com todos os seres e espécies e tem
responsabilidades
• Existe a necessidade de pensar o homem na natureza, uma nova forma de conceber o
ser humano com a natureza.
UNIDADE 5- ÉTICA E DIREITOS HUMANOS
Ética e Direitos humanos
* A ética e os direitos humanos possuem a pretensão do reconhecimento universal
* A ética busca o reconhecimento do outro como fundamento intersubjetivo para construção
de valores universais.
* Os Direitos humanos primam pela universalidade de certos direitos que devem ser
assegurados internacionalmente.
* Os Direitos humanos e a ética possuem uma historicidade
Declaração dos Direitos Humanos
* A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) fará 69 nesse ano.
* Existem muitos desafios para efetivação plena. Podemos citar como exemplo o primeiro
artigo da Declaração:
“Todos as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direito”
Qual a importância de falarmos dos direitos humanos?
Declaração dos Direitos Humanos
* A Declaração dos Direitos humanos representa o esforço da humanidade em traçar
princípios universais de respeito ao ser humano.
“A humanidade é uma dignidade, pois o ser humano nunca pode ser usado meramente como
meio, mas deve ser considerado como um fim”
Declaração dos Direitos Humanos
* Os ideais de dignidade, de liberdade e de igualdade podemos encontrar em outros
momentos históricos que antecederam a Declaração Universal dos Direitos Humanos
elaborada pela Organização das Nações Unidas (1948).
A Declaração de 1948 ganha legitimidade universal. Essa importância está ligada ao
horror da segunda Guerra Mundial
Concepção Universalista
* Os Direitos humanos estão acima de qualquer poder existente, seja do Estado ou dos
Governos.
Declaração dos Direitos Humanos
*Inicialmente a Declaração teve por base os direitos vinculados à vida, à liberdade e ao
reconhecimento das diferenças para combater as ações discriminatórias.
As três fases dos Direitos Humanos
A discussão sobre os direitos humanos passou por três fases:
A) Jusnaturalismo – A liberdade e a igualdade são considerados direitos inalienáveis. Tais
direitos estão ligados aos chamados direitos civis, estão relacionados com à liberdade
religiosa e de pensamento, direito à propriedade, liberdade de escolha.
Esses direitos estão ligados a um ideal
Direitos políticos – correspondem aos direitos relacionados à formação dos Estados
Democráticos. Nesse contexto, temos o princípio em que todos os indivíduos pertencentes a
um Estado são portadores de direitos. Entre os direitos encontramos a concessão do sufrágio
universal, a possibilidade dos cidadão escolheres seus representantes, de se organizarem.

Inovações e debate sobre os Direitos Humanos


* Alguns autores falam de quarta geração dos direitos humanos designada colo “Direitos
Coletivos”. Apresente-se no debate questões sobre as pesquisas genéticas, o meio ambiente, o
monopólio bélico, direitos dos idosos, adolescentes, crianças, consumidores mulheres,
minorias étnicas, homossexuais...
*Sobre os direitos humanos podemos afirmar que são universalizáveis e estão ligadas a
historicidade da humanidade.
* Os direitos humanos são considerados indivisíveis, isto é, não pode-se separar os direitos
políticos, civis e sociais.
* Os Direitos Humanos são participáveis – garantem a possibilidade de um indivíduo requerer
intervenção internacional quando o Estado não assegurar ou violar os Direitos humanos.

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