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COMPLEXO ESCOLAR PATRÍCIA DE ROSAS

TRABALHO DE FILOSOFIA

JOHN LOCKE

Nome: Uami Nayma Dias dos Santos Mário


Sala:01
Turma: A.E.J
Curso: C.E.J
Classe:11

Docente

_____________________

Francisco

I
AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar agradecer a Deus, Por essa graça divina que é vida e por nos
transmitir o dom da inteligência, e iluminando o caminho que trilhamos. Ao nosso professores
pela paciência e pelos seus ensinamentos e agradeço também aos meus familiares pelo apoio.

II
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho ao nosso


querido Professor Francisco, incansavelmente
nos deu orientação, força e incentivo que tornou
possível a conclusão deste trabalho.

III
Índice
AGRADECIMENTO.................................................................................................................II

DEDICATÓRIA........................................................................................................................III

Introdução...................................................................................................................................5

1. John Locke...........................................................................................................................6

1.2. Biografia de John Locke..............................................................................................6

2. O problema do conhecimento para Locke...........................................................................8

2.1. O pensamento político para Locke...................................................................................9

2.2. Observações de John Locke sobre a educação...........................................................11

Conclusão..................................................................................................................................13

Referências Bibliográficas........................................................................................................14

Anexos......................................................................................................................................15

IV
Introdução

Neste trabalho iremos falar sobre John Locke que ficou conhecido como o fundador
do empirismo, além de defender a liberdade e a tolerância religiosa. Como filósofo, pregou a
teoria da tábula rasa, segundo a qual a mente humana era como uma folha em branco, que se
preenchia apenas com a experiência. Essa teoria é uma crítica à doutrina das ideias inatas de
Platão, segundo a qual princípios e noções são inerentes ao conhecimento humano e existem
independentemente da experiência.

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1. John Locke

John Locke foi um dos filósofos mais influentes da Modernidade e propôs uma teoria de


conhecimento que defendia o empirismo. Suas investigações sobre como a mente adquire
conhecimento resultaram no estabelecimento de limites para o papel da razão e estiveram
relacionadas com teorias científicas da época.

Embora seja descrito como uma pessoa de personalidade calma, teve envolvimento
na oposição ao absolutismo inglês e seus argumentos voltaram-se para a defesa da liberdade
individual. Sua principal contribuição, como pensador político, está expressa na relação entre
governantes e governados: a obediência só é devida mediante a proteção dos direitos naturais.

1.2. Biografia de John Locke

John Locke nasceu em 1632, no condado de Somerset (Inglaterra). É o primogênito de John e


Agnes Locke, ambos de orientação puritana, sendo a família completada pelo irmão, Thomas.
O alinhamento de seu pai às tendências parlamentaristas, associado aos ideais calvinistas, que
estava em contraste com o poder monárquico absolutista instituído na época, influenciou a
educação desse pensador, o que pode ser manifestamente observado em seus escritos.

Apesar de sua família não ser considerada abastada, esse pensador teve acesso a duas grandes
instituições educacionais da época. Atribui-se a admissão de John Locke no prestigioso
colégio londrino Westminster, em 1647, a Alexander Popham, que lutou ao lado de seu pai na
guerra civil de 1642 contra as forças do rei Carlos I. A disposição do jovem para os estudos é
demonstrada pela conquista de uma bolsa de estudos, em 1650, o que já o encaminharia para
continuar sua formação na Christ Church, renomada faculdade associada à Universidade de
Oxford, aos 20 anos de idade.

Apesar das críticas ao ensino predominantemente aristotélico em Oxford, foi nessa instituição


que entrou em contato com a filosofia de René Descartes e começou amizade com o
cientista Robert Boyle. Começou a se aproximar, assim, da Filosofia Natural, que valorizava a
experiência, e não o conhecimento livresco, isto é, que provém unicamente dos livros.
Embora tenha concluído o curso superior em 1656, permaneceu associado à universidade e
lecionou por alguns anos. Concluiu também o curso de medicina, em 1674, após ser
influenciado pelo médico Thomas Sydenham e participar de visitas a seus pacientes.

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Em 1666, um encontro ocasional mudou a vida do filósofo. Ao atender prontamente o pedido
de Lord Ashley (aquele que viria a se tornar o primeiro conde de Shaftesbury), feito por meio
de um amigo, suas habilidades impressionaram positivamente e logo começaram uma
amizade. Já com 35 anos, John Locke começou a trabalhar para esse famoso personagem
político, vindo a morar em sua residência, a Exeter House, onde esteve em contato com vários
personagens políticos e intelectuais. Era não apenas seu secretário, pesquisador e amigo, mas
também seu médico. Sua proximidade, entretanto, acabaria por implicá-lo em dificuldades
políticas.

Em 1674, Anthony Ashley Cooper perdeu seu cargo político, chegando a ficar preso pouco
tempo depois, período no qual John Locke esteve na França. Os eventos que levaram conde
de Shaftesbury a ficar novamente preso e depois fugir para a Holanda, em 1682, estavam
relacionados com suspeitas de que a vinda do rei Jaime II, que era católico, significaria
o retorno do absolutismo. A proximidade de John Locke com o conde e outras pessoas
envolvidas no plano de assassinar os reis na Rye House fez com que ele se exilasse na
Holanda.

Em seu exílio, que durou cerca de cinco anos, leu o livro de Isaac Newton, Principia
Mathematica, físico com o qual fez amizade após retornar para a Inglaterra, em 1689, após
a Revolução Gloriosa. Foi a partir desse momento que começou a publicar suas principais
obras, que já haviam sido escritas há muitos anos. Esteve, até poucos anos antes de morrer
(em 1704), envolvido com questões políticas e com sua produção intelectual. Escreveu muitas
defesas de sua Carta sobre a tolerância (1689), publicou A Razoabilidade do
Cristianismo (1695) e um escrito com ideias sobre a educação de sua época.

“[O] cuidado da salvação das almas de modo algum pode pertencer ao magistrado civil;
porque, mesmo se a autoridade das leis e a força das penalidades fossem capazes de converter
o espírito dos homens, ainda assim isso em nada ajudaria para a salvação das almas. Pois se
houvesse apenas uma religião verdadeira, uma única via para o céu, que esperança haveria
que a maioria dos homens a alcançasse, se os mortais fossem obrigados a ignorar os ditames
de sua própria razão e consciência, e cegamente aceitarem as doutrinas impostas por seu
príncipe, e cultuar Deus na maneira formulada pelas leis de seu país?” 

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2. O problema do conhecimento para Locke

Conta-se que a proposta da investigação feita em Acerca do Entendimento Humano surgiu em


uma conversa na Exeter House, em meados de 1971. Embora utilizemos o entendimento para
conhecer, em poucas ocasiões tomamos nossas faculdades mentais como alvo da nossa
investigação. Implementar qualquer estudo que ultrapasse nossas capacidades de conhecer nos
conduziria a dúvidas, por isso precisamos avaliar os limites do entendimento humano.

Por ser um defensor do conhecimento a partir da experiência – isto é, do empirismo –, John


Locke iniciou sua investigação com uma crítica à possibilidade de os seres humanos terem
ideias inatas. Se algumas dessas ideias estivessem presentes já desde o nosso nascimento,
conseguiríamos percebê-las em muitas crianças e teríamos acordo universal quanto a elas, o
que não ocorre.

“Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos
os caracteres, sem nenhuma idéia; como ela será suprida? [...] A isso respondo, numa palavra:
da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva
fundamentalmente o próprio conhecimento. Empregada tanto nos objetos sensíveis externos
como nas operações internas de nossas mentes, que são por nós mesmos percebidas e
refletidas, nossa observação supre nossos entendimentos com todos os materiais do
pensamento.” 

A palavra ‘ideia’ não é usada no sentido em que geralmente a empregamos e significa


qualquer conteúdo de que a mente possa se ocupar. O filósofo propõe, então, que
as ideias sejam adquiridas por meio da experiência, tendo origem na sensação, na reflexão ou
por uma operação conjunta de ambas – sendo a sensação a fonte primária.

Dessa forma, a origem delas seria completamente externa, isto é, a mente humana não pode
criá-las ou destruí-las. John Locke propõe, assim, a famosa analogia de que somos como uma
folha em branco ao nascer. Faz-nos inclusive um desafio: seríamos capazes de imaginar um
gosto que jamais passou pelo nosso paladar ou aroma que nunca tivéssemos cheirado?

Ao analisar a sensação ou a reflexão, chega à conclusão de que as ideias são divididas em


simples e complexas. Ao tomarmos um lírio em nossas mãos, somos capazes de distinguir seu
odor e a brancura de suas pétalas. De modo passivo, esses elementos são percebidos

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distintamente e não se confundem. As ideias simples são, assim, a base do
nosso conhecimento. As operações mentais, em todo caso, ultrapassam o que é recebido pela
percepção e criam as ideias complexas, momento no qual a mente adquire sentido ativo.

Tudo o que a mente pode pensar, então, teria, em última instância, uma origem empírica. A
definição de John Locke sobre conhecimento está diretamente relacionada com a sua
concepção de ideia. Poderíamos até usar a imaginação para associar ideias ou acreditar que
algumas delas estejam associadas, mas o que determina o conhecimento é a percepção de
desacordo ou discordância entre nossas ideias.

A clareza entre essas percepções determina graus de conhecimento. O grau intuitivo seria


aquele em que há percepção imediata; o demonstrativo, o que depende de outras ideias para
intermediar o raciocínio; e o sensitivo, o que indicamos o que há no mundo exterior.

É relevante mencionar, ainda, que o filósofo enfatizou a importância da memória na


explicação do conhecimento. Enquanto o conhecimento atual seria a percepção que se faz
presentemente; o conhecimento habitual é aquele que depende da memória, uma vez que a
percepção ocorreu em um momento anterior, sem prejuízo para sua garantia.

2.1. O pensamento político para Locke

A instabilidade política na segunda metade do século XVII na Inglaterra, especialmente com a


sucessão do rei Carlos II, foram os eventos que marcaram a escrita de Dois tratados sobre o
governo civil. Publicado anonimamente após o retorno de John Locke da Holanda, essa obra
deve ser estudada em sua totalidade, e não como dois escritos separados. Enquanto o primeiro
tratado consiste em uma recusa ao absolutismo, em uma crítica direta à proposta do direito
divino de Robert Filmer, o segundo inicia uma argumentação a favor do governo civil nos
moldes das teorias do contrato social. É válido observar que a questão da liberdade pode ser
observada nesses dois tratados.

Os defensores do absolutismo, em geral, postularam que o poder dos monarcas era concedido
por Deus. Essa teoria retomava concepções medievais e concedia aos reis um poder
inquestionável por forças terrenas. John Locke dedicou-se a retomar os argumentos expostos
em Patriarcha, escrito em meados da década de 30 no século XVII e publicado em 1680,
vindo não apenas a refutá-los por meio da razão, mas a indicar também que não possuíam o
suporte bíblico que seu autor defendia.
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Enquanto Robert Filmer entendeu Adão como o primeiro monarca a quem foi concedido o
poder sobre a terra, poder esse que os reis absolutistas herdaram, a crítica antiabsolutista
indicou que os argumentos estavam biblicamente equivocados, em especial a questão da
herança desse poder, o que seguiria para um questionamento da autoridade dos reis sobre seus
súditos.

É no segundo tratado que é apresentada a descrição do estado de natureza como uma situação


na qual as pessoas estivessem em iguais condições de liberdade e igualdade. Essa descrição,
que contrasta em grande parte com a interpretação proposta por Thomas Hobbes, é
esclarecida pelo papel da lei de natureza. Essa seria como uma instância moral da conduta
humana, já que instituía a proibição de prejudicar seu semelhante. Como criações divinas,
todos os seres humanos seriam igualmente racionais, pois todos foram providos
uniformemente com as mesmas faculdades, e não seria razoável supor que houvesse
subordinação de um ser humano a outro ou molestamentos entre as pessoas, uma vez que
todos seriam livres e independentes.

O filósofo admite que uma crítica razoável seria questionar o que ocorre quando as pessoas
julgam as próprias causas: não estariam elas propensas a privilegiar a si e aos que lhe são
próximos? John Locke afirma que o governo civil é a solução para as dificuldades que se
instalam no estado de natureza, mas o acordo que funda a comunidade política não deveria
surgir como consequência dessas questões.

O pensador apresenta um pensamento aparentemente simples, mas profundo: é apenas o pacto


com o consentimento de todos que faz com que as pessoas se organizem em uma comunidade
política, isto é, há vários pactos que se formam entre as pessoas, mas apenas esse fornece uma
fundação válida.

Percebe-se a relevância dessa questão ao se definir a liberdade em sociedade, a saber:


submeter-se apenas às leis estabelecidas como resultado desse pacto. Sem o consentimento
universal, as leis seriam questionadas, o que representa uma desaprovação da autoridade
estabelecida.

Um dos objetivos em tornar-se membro de uma comunidade política seria ter seus direitos
naturais preservados, como o direito à viva, à liberdade e à propriedade. O pacto permitiria
uma imparcialidade que não seria possível no estado de natureza, garantindo esses direitos. O
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filósofo afirmou, ainda, que quando o governo não presa pela garantia desses direitos, a
rebelião é legítima, pois ocorre a violação da lei de natureza.

"Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da
própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa
liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer
outro poder? Ao que é óbvio, responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a
fruição do mesmo é muito incerta e está constantemente exposta à invasão de terceiros
porque, sendo todos reis tanto quanto ele, [...] a fruição da propriedade que possui nesse
estado é muito insegura, muito arriscada." 

Suas observações sobre o direito de propriedade apresentam uma interessante solução. John


Locke propôs que o homem modifica a natureza por meio de seu trabalho, fazendo com que o
resultado de seu esforço se torne sua propriedade. Embora tudo o mais seja comum a todos, o
trabalho transforma o que é coletivo em propriedade particular. Essa solução está, ainda, em
ressonância com a lei natural, uma vez que o objetivo do trabalho não seria a acumulação
mesquinha, mas o benefício para a humanidade. Apropriar-se além das necessidades causaria
prejuízo aos demais.

2.2. Observações de John Locke sobre a educação

Em Alguns Pensamentos Sobre a Educação, publicado originalmente em 1693, Locke propõe


reflexões de como estimular as crianças a desenvolverem a razão. A educação deveria ser
tanto da mente quanto do corpo, indicando que o aprendizado exigiria dedicação. Em todo
caso, há recomendações para que o ensino não seja maçante, uma vez que o tutor não se
resumiria apenas a ensinar conteúdos, mas também a motivar o gosto pelo estudo.

Deve-se observar que esses pensamentos traduziam-se como recomendações à educação das
crianças da parcela mais abastada da sociedade, os burgueses, mas isso não desmerece a
relevância de suas observações. Jean-Jaques Rousseau apresentou uma crítica a essa proposta,
já que, em sua concepção, a criança deveria ser observada em seu desenvolvimento natural,
livre das coerções sociais.

“É pois a virtude, e apenas a virtude, a única coisa difícil e essencial na educação, e não uma
petulância atrevida ou qualquer ligeiro progresso na arte de sair-se bem. [...] Este é o bem
sólido e substancial que o preceptor deve converter em objecto das suas leituras e das suas
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conversas. Que a educação empregue toda a sua arte e todas as suas forças a enriquecer o
espírito, que atinja esse objectivo e que não cesse até que o jovem sinta que este bem é um
verdadeiro prazer e coloque nele a sua força, a sua glória e a sua alegria.”

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Conclusão

Em suma um dos objetivos de Locke é a reafirmação da necessidade do Estado e do


contrato social e outras bases. Opondo-se a Hobbes, Locke acreditava que se tratando de
Estado-natureza, os homens não vivem de forma bárbara ou primitiva. Para ele, há uma vida
pacífica explicada pelo reconhecimento dos homens por serem livres e iguais.

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Referências Bibliográficas

Reale, Giovanni. História da filosofia: de Spinoza a Kant. São Paulo: Paulus, 2005, pp. 91-
113.
Locke, John. Um ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
Locke, John. Segundo tratado sobre o governo civil. São Paulo: Martin Claret, 2002.
LOCKE, John. Carta acerca da tolerância. Tradução de Anoar Aiex. In: LOCKE,
John. LOCKE, 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978a. p. 1-29.
Ensaio acerca do entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex. In: LOCKE, John.
LOCKE, 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978c. p. 133-344.
Segundo tratado sobre o governo. Tradução de E. Jacy Monteiro. In: LOCKE, John. LOCKE,
2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978b. p. 31-131.
Alguns Pensamentos Sobre a Educação. Tradução de Madalena Requixa. Coimbra: Edições
Almedina, 2012.

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Anexos

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