Você está na página 1de 10

VIDA E OBRA

John Locke foi um importante filósofo inglês. É considerado um dos


líderes da doutrina filosófica conhecida como empirismo e um dos ideólogos do
liberalismo e do iluminismo. Nasceu em 29 de agosto de 1632 na cidade
inglesa de Wrington.
Locke era filho de um advogado de província, que não gostava de
acumular riquezas, serviu no exército do parlamento na Guerra Civil, e deu a
seus filhos uma educação puritana.
John estudou na Escola de Westminster, que apoiava a causa do
parlamento, e em 1652 passou para a Christ Church, Oxford, ali permanecendo
com uma bolsa de estudos após sua graduação tendo seus estudos dentro
seguindo a doutrina do espírito escolástico convencional que ainda prevalecia
em Oxford, e mais tarde queixou-se de ter desperdiçado seu tempo;
A saúde de Locke era frágil e ameaçava sucumbir sob a pressão do
trabalho que seus compromissos políticos envolviam. Em 1675 decidiu ir para o
exterior, passando os quatro anos subseqüentes viajando pela França. Em
1679, no auge da crise sobre a Carta de Exclusão, ele mais uma vez prestou
serviços a Shaftesbury por um curto período, até que, novamente por
problemas de saúde, deixou Londres e retornou à Christ Church.
Permaneceu em Oxford durante os dois anos seguintes, fazendo apenas
visitas ocasionais a Londres, mas nesse meio tempo Shaftesbury ( amigo e a
quem servia como médico da família) apoiou o Duque de Monmouth que teve
de se asilar na Holanda, onde morreu em janeiro de 1683.
Locke não estava implicado nas conspirações de Shaftesbury, mas
suas simpatias políticas e sua amizade com Shaftesbury eram bem conhecidas
e, conseqüentemente, ficou sob suspeita. Consciente de que sua conduta e
suas conversas estavam sendo vigiadas, decidiu que seria prudente seguir seu
patrão no exílio, e em setembro de 1683 chegou a Rotterdam. O governo
encarou isso como um reconhecimento de sua culpa, e em novembro de 1684,
por ordem expressa do rei, ele foi privado de sua bolsa de estudos na Christ
Church. No ano seguinte, após a derrota da rebelião de Monmouth, Locke foi
acusado de estar envolvido na conspiração, e embora posteriormente tenha-lhe
sido perdoado, ele decidiu permanecer na Holanda, e somente em fevereiro de
1689 retornou à Inglaterra, no mesmo navio que conduzia a Princesa Mary.
A saúde de Locke melhorou muito na Holanda, além de lá ter tido tempo
para estudar, escrever e fazer muitos amigos. A tolerância era um tema
bastante discutido na Holanda nessa época, sobre o qual Locke já tinha opinião
formada, e no inverno de 1685-6 ele escreveu em latim a carta a seu amigo
holandês, o teólogo Limborch, que foi publicada em 1689 com o título Epistola
de Tolerantia. No mesmo ano uma versão em inglês foi publicada
anonimamente por William Popple, que provavelmente escreveu o famoso
prefácio que a precede. Durante este período, Locke também fez progressos
em sua maior obra, o Ensaio sobre o entendimento humano, a que já estava se
dedicando há muitos anos. Este foi publicado em 1690, no mesmo ano em que
também foram publicados os Tratados sobre o governo civil. Assim como a
Carta sobre a tolerância, os Tratados tiveram uma primeira publicação
anônima, embora a autoria de Locke fosse amplamente conhecida.
Assim sendo, o período da Revolução e os anos de exílio que o
precederam viram Locke no auge de sua criatividade e dedicado à produção de
suas mais célebres obras. Na Holanda, ele encontrou, em sua sede principal, a
teologia dos arminianos, que correspondia bem de perto aos seus próprios
pontos de vista religiosos, e isso pode ter contribuído para fortalecer sua
crença em uma igreja abrangente e tolerante, baseada apenas em doutrinas
que a razão aceitaria como essenciais.
Embora na Holanda, Locke também entrou mais uma vez em contato
com a política dos Whigs e se preocupou, embora nos primeiros estágios, com
os planos para a expedição de Guilherme de Orange. Ao voltar à Inglaterra, ele
foi muito respeitado, tendo-lhe sido oferecido um cargo de embaixador junto ao
Eleitor de Brandenburg. Ele recusou o posto por motivos de saúde, mas
aceitou do rei uma nomeação como Comissário de Apelação, em 1696,
tornando-se Comissário do Conselho de Comércio e Agricultura. Entretanto,
suas condições de saúde tornaram-se incompatíveis com o trabalho envolvido,
e ele se recolheu à casa de Sir Francis e Lady Masham (filha de Ralph
Cudworth, platônico de Cambridge) em Oates, no Essex, onde passou seus
últimos anos.
Escreveu também sobre educação e sobre questões econômicas, mas
seu principal interesse nos últimos anos parece ter sido a teologia. Em 1695
publicou uma obra intitulada A racionalidade da cristandade, envolvendo-se em
uma controvérsia a respeito da Trindade com Stillingfleet, Bispo de Worcester;
sua última obra, publicada após sua morte, era uma paráfrase e comentários
sobre epístolas de São Paulo.
Na teologia, assim como na política e na ciência, Locke foi identificado
com o movimento racionalista de sua época; Locke teve uma vida voltada para
o pensamento político e desenvolvimento intelectual. Estudou Filosofia,
Medicina e Ciências Naturais. Foi também professor da Universidade em que
se formou, onde lecionou grego, filosofia e retórica.
Faleceu em 28 de outubro de 1704, no condado de Essex (Inglaterra).
Nunca se casou ou teve filhos.

CONTEXTO HISTÓRICO

O contexto histórico em que nasceu John Locke não foi o de uma


aparente tranqüilidade, muito pelo contrário, o século XVII foi marcado por
constantes lutas entre a "coroa" tendo o rei como representante do poder
soberano (representado na Inglaterra pela dinastia Stuart defensora do
absolutismo) versus o "Parlamento" tendo como representante a burguesia
ascendente, partidária do liberalismo.
Em toda sua vida Locke teorizou contrariamente ao absolutismo,
principalmente ao governo Stuart vindo a ser seguido, o que levou a se exilar
só retornando a sua pátria após o triunfo da Revolução gloriosa, com a
implantação da República na Inglaterra, ou seja, o triunfo do liberalismo político
sobre o absolutismo.

A Inglaterra a partir da segunda metade do século XVI transformou-se


num império mercantil promissor. Nesse período a burguesia como classe
social começa a ascender economicamente e buscam os direitos individuais,
os direitos de cidadãos. Nasce, neste sentido o cidadão, justamente com a
Inglaterra, e Locke é o seu teórico.
Em 1689, Locke publicou pela 1ª vez três grandes obras:
 Dois Tratados sobre o Governo Civil,
 Ensaio Filosófico sobre o Entendimento Humano e a
 Carta sobre a Tolerância.
O Ensaio Filosófico sobre o Entendimento Humano é a principal obra de
Locke e percebe-se a sua compreensão sobre a política moderna. Essa obra
foi considerada a Bíblia do Iluminismo.
PRINCIPAIS IDEIAS DO AUTOR EM UM CONTEXTO GERAL
Locke combateu duramente a doutrina das idéias inatas defendidas por
Platão e Descartes. Para Platão, o homem já trazia consigo (ao nascer) o
conhecimento impregnado em sua alma, da qual teria acesso através da
reminiscência (recordação). Locke combateu ferozmente tais idéias. Locke
defendeu que nossa mente, no instante do nascimento é como uma tábua rasa
(papel em branco) que vai adquirindo conhecimento na medida que os sentidos
se confrontam com a realidade: "nada existe em nossa mente que não tenha
sua origem nos sentidos". Locke defende a idéia empirista que tudo provém da
experiência. A reflexão é o nosso "sentido interno" que se desenvolve quando a
mente se debruça sobre si mesma, analisando suas próprias operações.
Nota-se que Locke lutará para derrubar as idéias inatas que podem
justificar uma ideologia, uma dominação. Por exemplo: Os poderes tem idéias
inatas, já nascem com a idéia que irão dominar, explorar o povo e então isso
nós devemos aceitar?
Vê-se algumas críticas que Locke cerra contra as idéias inatas:
Contradiz a experiência: De fato, se houvessem idéias inatas, elas deveriam
estar presentes na mente das crianças e do selvagem crescido longe da
civilização. Mas a experiência mostra claramente o contrário.
A sua verdade não pode ser averiguada: De fato admitida a existência
de idéias inatas, não provenientes da experiência torna-se impossível verificar
o seu valor como também distinguir o verdadeiro do falso, porque não podemos
confrontá-la com a experiência, o que é o único modo de estabelecer se
alguma coisa pé verdadeira ou falsa.
Locke também examina o processo cognitivo (intelecto). No momento do
nascimento a alma é uma tábua rasa: não tem nenhuma idéia. O conhecimento
humano começa com a experiência sensível e é condicionada por ela. Nada
está na mente sem antes passar pela experiência. Afirma também que as
capacidades do conhecimento são inatas, mas as idéias são adquiridas pela
experiência. Locke ataca frontalmente o princípio das idéias inatas, como
também todo o pensamento a priori, pois se a verdade é inata em nossas
mentes, de nada valem a observação e a experiência. Na melhor das
hipóteses, elas podem confirmar o nosso conhecimento, mas nunca lhe
acrescenta nada.
Para Locke, adquirimos as nossas idéias de fora, todas as nossas idéias
provém da sensação. Resta indagarmos, de onde vieram nossas idéias, se não
são inatas? Como poderemos saber se nossas idéias, assim surgidas, são
verdadeiras? Quanto pode o entendimento humano compreender e que tipo de
conhecimento está ao seu alcance? Conhecer para Locke significa perceber
uma relação entre as idéias. Ora, as idéias são de dois tipos:
Há idéias simples, que derivam imediatamente da sensação ou de uma
experiência interior que é a reflexão.
Também, existem idéias complexas que são combinações das idéias
simples. Antes de experimentarmos a sensação, não podemos pensar, pois
tudo aquilo que se encontra no intelecto deve passar primeiramente pelos
sentidos.
Não há princípios práticos inatos, pois este não alcança uma recepção
universal, pois é impossível para uma mesma coisa ser ou não ser. Notemos
que os princípios práticos são passageiros, se fossem inatos teriam que
permanecer sempre. Vislumbramos como princípio moral, de prova e
exemplarmente o aborto, que é uma idéia adquirida, se fosse inata deveria
permanecer, fazer-se um acordo.
Um princípio prático precisa de prova, já não são evidentes ou deveriam
sê-lo, o que é evidente não é inato. O não matar é um princípio evidente, mas
não é inato. No princípio teórico não há concordância entre ambas. Locke
contesta o acordo universal dos inatistas e refuta dizendo que isso não prova o
que é inato, diz que a razão não descobre coisa alguma.

VISÃO POLÍTICA

Locke criticou a teoria do direito divino dos reis, formulada pelo filósofo
Thomas Hobbes. Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na
população. Embora admitisse a supremacia do Estado, Locke dizia que este
deve respeitar as leis natural e civil.
Locke também defendeu a separação da Igreja do Estado e a liberdade
religiosa, recebendo por estas idéias forte oposição da Igreja Católica.
Para Locke, o poder deveria ser dividido em três: Executivo, Legislativo
e Judiciário. De acordo com sua visão, o Poder Legislativo, por representar o
povo, era o mais importante.
Embora defendesse que todos os homens fossem iguais, foi um
defensor da escravidão. Não relacionava a escravidão à raça, mas sim aos
vencidos na guerra. De acordo com Locke, os inimigos e capturados na guerra
poderiam ser mortos, mas como suas vidas são mantidas, devem trocar a
liberdade pela escravidão.
John Locke, pai do liberalismo burguês, era otimista, (estado natural =
estado de liberdade perfeita) seu contrato social deveria ser para obter um juiz
imparcial, o Estado, que garanta o direito natural a todos. Lendo entre linhas,
todos os argumentos são para justificar a injustificável legitimidade da
propriedade privada por poucos. Desmistificar o poder divino do monarca
absolutista sobre as terras do país( a exemplo de Carlos I que havia feito e
tinha sido um dos principais fatores da guerra civil inglesa) e sim de quem
‘investiu’ e ‘trabalhou’ naquelas terras passando, portanto justamente a possui-
las.
Contrato Social: Pacto consentido. O estado natural do homem era da
liberdade natural, os homens não são por natureza amoral, só precisam de um
juiz imparcial. O pacto é o ato que constitui a comunidade que unem e acorda
os homens em viver em harmonia e segurança. Quem não participa de seu
acordo mais se utiliza de seus benefícios esta igualmente comprometida.
Existia um limite do compromisso o estado deveria cumprir o que prometera.
Do contrário é dever do povo lutar por seus direitos.
Governo: Estado Liberal. Os poderes se dividem em: Organização das
leis, poder legislativo. Executivo e do Federativo. Podendo haver dois tipos de
poder: Político (cedido ao governante encontrado no estado natural) e o
despótico (injusto e ilegal). Direito de resistência, quando o governo viola a
confiança dos súditos. Legislativo poder institucional permanente, porém a
assembleia não é permanente.
A Propriedade: Sociedade de proprietários. Coloca que: a propriedade
passava a existir assim que o povo dedicava trabalho para extrair qualquer
bem natural. E a partir daquele momento passava a ser um bem privado. A
divisão das terras já havia sido feita no passado e elas não eram injustas por
que partiram do trabalho de outros. O próprio investimento nas terras virgens
que as transformava em fonte de produção era uma atitude ‘altruísta’, pois
todos seriam beneficiados! A imensidão do mundo (recém-descoberto na
América) era mais uma desculpa para apropriação de uma parte como se não
houvesse predileção ou qualidade da terra.

PRINCIPAIS IDEIAS DO AUTOR NO CONTEXTO DA OBRA TRABALHADA

A outra obra importante de Locke chama-se Dois Tratados sobre o


Governo Civil. É nela que Locke teoriza contra as idéias absolutistas. A
vontade intelectual de Locke é de demolir a doutrina do direito divino dos reis
de governar. Considerava Locke a teoria do direito divino dos reis de governar
um veneno para a política. Procurava ele um contraveneno que fosse capaz de
destruir tais idéias.
Assim como Hobbes e Rousseau, John Locke é considerado um
pensador contratualista. Isto é, a sociedade civil moderna será instituída e
organizada a partir de um contrato entre todos os indivíduos. Locke também
parte do estado de natureza passando pelo contrato até chegar ao governo
civil. O estado de natureza de Locke não é de inimizade e guerra como fora
para Hobbes. O estado de natureza de Locke os indivíduos estão regulados
pela razão, há uma organização pré-social e pré-política onde todos nascem
com os direitos naturais: vida. Liberdade e a propriedade privada.
Sobre a razão natural: "Ensina a todos os homens, que, sendo todos
iguais e livres, nenhum deve prejudicar o outro, quanto à vida, à saúde, à
liberdade, ao próprio bem". E, para que ninguém empreenda ferir os direitos
alheios, a natureza autorizou cada um a proteger e conservar o inocente,
reprimindo os que fazem o mal, direito natural de punir.
O direito de propriedade segundo Locke é a extensão de terra que cabe
a cada homem é o que ele tem capacidade de lavrar, semear e cultivar. Locke
não fala em acumulação da propriedade para fins especulativos.
Locke afirma que os homens se juntam em sociedades políticas e
submetem-se a um governo com a finalidade principal de conservarem suas
propriedades, pois o estado natural não garante a propriedade. O Estado é
soberano, mas sua autoridade vem somente do contrato que o faz nascer: este
é o fundamento liberal do pensamento de Locke.
Na visão de Locke, os homens se juntam em sociedades políticas e
submetem-se a um governo com a finalidade principal de conservarem suas
propriedades. O Estado natural (isto é, a falta de um Estado) não garante a
propriedade. Locke foi um teórico relacionado com a monarquia parlamentar
liberal.
Jonh Locke é também chamado de filosofo contratualista uma vez que
entende que para a boa regulamentação de uma sociedade, ou para a mesma
garantir direitos ou até mesmo ser feliz é necessário a elaboração e a
construção unânime de um contato social que conceda de fato todas as
garantias possíveis para a realização concreta de tais empreendimentos. Assim
Locke parte do Estado de Natureza onde o homem vive num estágio pré-social
e pré-político com liberdade e igualdade.
O Estado de Natureza de Locke é diferente do Estado de natureza
hobbesiano (uma vez que é baseado na insegurança e na violência: "guerra de
todos contra todos"), para Locke o Estado da natureza é de relativa paz,
concórdia e harmonia. Um dos direitos do homem no Estado natural é a
propriedade privada. Por teoria da propriedade em Locke entende-se a posse
de bens móveis e imóveis.
Como vimos, a propriedade já é realidade no Estado de natureza e,
sendo uma instituição anterior à sociedade, é um direito natural do indivíduo
que não pode ser violado pelo Estado. Em Hobbes quem detinha a propriedade
era o soberano e os súditos não tinham direito algum, em Locke o objetivo final
é que o Estado garante o direito de propriedade.
Como a razão natural na compreensão de Locke ensina que todos os
homens são iguais e livres, porém com direitos aos bens, porém sempre surge
o perigo eminente da invasão e a tomada dos bens de uns sobre os outros na
medida em que todos são proprietários. A saída é estabelecer um contrato
entre os homens que dê total segurança e proteção aos proprietários não vindo
a acontecer a distribuição de uns sobre os outros. Então o contato social é a
realização da passagem do Estado de natureza para a sociedade política ou
civil e visa exclusivamente preservar e proteger a comunidade tanto dos
perigos internos como dos externos.
O contrato é, igualmente, um "pacto de consentimento em que os
homens concordam livremente em formar a sociedade civil para preservar e
consolidar seus direitos que possuíam originalmente no Estado de natureza".
Assim o homem forma "A sociedade política ou civil" formulando a partir do
contrato social em que os indivíduos singulares deram seu consentimento para
a entrada no Estado Civil. O Próximo passo é a escolha de uma forma de
governo capaz de garantir efetivamente os direitos dos cidadãos diz Locke:
pode ser qualquer forma de governo desde que "Todo governo não possua
outra finalidade a não ser de conservação da propriedade".
(O Governo civil contará com o poder Legislativo com sendo o mais
importante entre os demais, a ele caberá a elaboração das leis, tendo como
sustentação o poder delegado pelo povo tornando possível a existência de "leis
e regras estabelecidas como guarda e proteção às propriedades de todos os
membros da sociedade, a fim de limitar o poder e mudar o domínio de cada
parte e de cada membro da comunidade; pois não se poderá nunca supor seja
vontade da sociedade que o legislativo possua o poder de destruir o que todos
intentam assegurar-se entrando em sociedade e para o que o povo se
submeteu a legisladores por ele mesmo criados").

RESUMO

A introdução do Segundo Tratado Sobre o Governo Civil traz um breve


apanhado sobre a vida e obra do autor segundo J.W. Gough. Segundo ele, tal
obra é uma refutação dos “falsos princípios” contidos no Patriarcha de Sir
Robert Filmer, obra publicada em 1680, mas escrita muitos anos antes, em que
o direito divino da monarquia absoluta é baseado na descendência hereditária
de Adão e dos patriarcas, é em geral rejeitada como sem valor, e tem sido
comentado que apenas o ataque de Locke a ela preservou-a do esquecimento.
Explicando que o ataque de Locke a Filmer é principalmente destrutivo
e de pouco interesse intrínseco hoje em dia, o seu Primeiro tratado é por isso
omitido deste volume; mas Locke estava bem consciente de que Hobbes,
embora jamais tenha encontrado apoio nos círculos da corte, era o mais sério
inimigo que ele teria de combater, e no Segundo tratado, que contém sua obra
construtiva, está claro que ele tinha Hobbes muito em mente, ainda que se
abstivesse de mencioná-lo nominalmente.
Durante a introdução ele faz ainda um resumo geral da obra, sobre o
direito de propriedade e sobre as leis, estado de natureza e sociedade civil, da
divisão de poderes
A presente obra visa defender a idéia de como fundar um governo civil
que defenda os principais direitos de seus cidadãos que é a liberdade, a
propriedade e a igualdade. O escrito se desenvolve em 19 capítulos.
O primeiro capitulo, Segundo Tratado do Governo Civil, (p. 21-22) vai
explicar como surgiu à política de criar leis. Diz que existem dois tipos de leis
uma que é Natural e a outra que é lei positiva de Deus e encerra o capitulo
dizendo que o poder político é o direito de elaborar leis como objetivo de
regulamentar e conservar a propriedade de uma determinada comunidade.
No segundo, Estado de Natureza, para poder entender o conceito de
poder político ele vai até as origens onde fala sobre o Estado de Natureza que
o homem tem sua liberdade e igualdade entre todos os membros da
comunidade, se caso alguém molesta seus bens esse tem o direito de castigá-
lo sem ser questionado, pois nessa sociedade todos são iguais, por isso que
todos podem castigar, pois não existe uma hierarquia.
No terceiro, Do Estado de Guerra, o autor diz que o Estado de Guerra é
quando uma sociedade é inimigo de outra, e quanto este pretende tirar sua
vida o bem mais precioso de uma sociedade, por isso esta deve tentar
defender-se de qualquer forma, isso porque não existe uma justiça que
defenda esse direito, por isso que vai existir o estado de guerra, e esta acaba
quando há a existência de juizes que possam julgar determinadas ações
contra um determinado povo.
No quarto, Da Escravidão, Locke condena a escravidão e inicia o seu
discurso apresentando a liberdade natural dizendo que esta visa
prioritariamente defender sua vida, e este não está subordinado a nenhuma
poder terreno, e diz que a liberdade do individuo que está inserido na
sociedade não deve ser ferido na sua liberdade naquilo que foi estabelecido
pelo consenso da sociedade. E como o individuo não é dono de sua vida, este
também não tem o direito de escravizar ninguém.
No quinto, Propriedade, a fundamentação usada para justificar porque o
ser humano tem direito a propriedade privada Locke recorrer à bíblia, mais
precisamente ao livro do Gênese em que diz que quem criou o mundo foi Deus,
logo ele é o primeiro dono do mundo. Em seguida diz que como Deus é o Pai
Criador e os homens são os seus filhos significa que os homens são seus
herdeiros, logo todos os homens têm direito a propriedade privada.
No sexto, Pátrio Poder, vai explicando a origem do pátrio poder que
muito questionam, e volta na questão da igualdade, mas Locke diz que mesmo
que as pessoas seja iguais isso não significa que no momento do nascimento
destas já sejam iguais. Por isso a importância do pai para educar essas
crianças que ainda não está pronta para exercer sua liberdade, por isso que
para uma pessoa possa exercer sua liberdade deve estar de acordo com o
contrato social feito pelo grupo em que vive, e acatar todas as decisões dos
mesmos.
No sétimo, “Sociedade Política ou Civil”, vai apresentado como surge a
sociedade política ou civil em que tem relação com a família. E recorre de novo
à bíblia dizendo que Deus criou o homem com uma forte inclinação para se
juntar com os outros e dessa forma que surge a sociedade política, igual um
homem que se casa com uma mulher para constituir um lar, e tem filhos e
estes devem obediência aos pais. E aqueles que entram em uma sociedade
civil também estão aceitando as leis que são construídas em conjunto entre os
mesmos e também as suas sanções tudo para proteger a propriedade privada
de cada um.
No oitavo, Do Começo da Sociedades Políticas, inicia esse capitulo
dizendo que o homem por natureza é livre iguais e independentes e que tem
direito a propriedade privada não pode ser obrigado a aceitar qualquer governo
se no for por seu consentimento, e o governo dessa sociedade só terá júris
prudência somente na região em que há aceitação dessa sociedade política.
No nono, Dos Fins Da Sociedade Política e Do Governo, o principal
objetivo de uma sociedade se reunir em grupo e aceitar um governo é a
preservação da propriedade privada, onde se criam leis para preservar a
mesma.
No décimo, Das Formas De Uma Comunidade, Locke apresenta vários
tipos de comunidades, algumas são democráticas, outras são uma monarquia,
e conclui dizendo que as comunidades são independentes em que se exerce
uma cidadania.
No décimo primeiro, Da Extensão do Poder Legislativo, o objetivo
primordial do homem forma uma sociedade é desfrutar da sua propriedade em
paz e segurança, sendo criando leis que possam tornar esse objetivo em
realidade, surge o poder legislativo como forma de manter essa sociedade, e
também como função fazer justiça e decidir pelos direitos de seus cidadãos, e
também não pode tirar parte da propriedade privada de seus cidadãos, e
também não pode transferir o poder recebido para outras pessoas.
No décimo segundo, Dos Poderes Legislativo, Executivo e Federativo da
Comunidade apresenta a função dos poderes e diz que o legislativo é criar lei,
já o executivo é executar as leis elaborada pelo legislativo, e o federativo é o
poder de decidir a paz e a guerra entre outras sociedades.
No décimo terceiro, Da Subordinação Dos Poderes da Comunidade, a
comunidade para manter sua preservação é necessário que exista um poder
legislador para criar leis e o executivo para executar a leis o primeiro e superior
ao segundo, no entanto, o poder executivo deve se reunir mais que o
legislativo.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO-UNIVASF
COLEGIADO DE CIENCIAS SOCIAIS
TEORIA POLÍTICA II
PROFESSOR PAULO RAMOS

ALUNA: LEILAINE FONSECA RIBEIRO

SEGUNDO TRATADO DO GOVERNO CIVIL


John Locke

Apresento a seguinte pesquisa à


disciplina Teoria Política II sob
orientação do professor Paulo Ramos
como requisito de avaliação parcial
2013.1.

PETROLINA
2013/1

Você também pode gostar