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Relatório do projeto de leitura

Português

Ariana Almeida
Nº. 5 Turma: 10º C
2020/2021
Índice
Introdução......................................................................................................... pág.3
O autor................................................................................................................ pág. 4
Título................................................................................................................... pág. 4
Imagem da capa................................................................................................ pág. 4
Apreciação crítica da obra........................................................................ pág. 4 e 5
Relação de intertextualidade........................................................................... pág. 5
Conclusão.......................................................................................................... pág. 6
Introdução
Olá, neste trabalho irei fazer uma apreciação crítica do livro “Quem me dera
ser onda” de Manuel Rui.
Este livro conta a história de uma família (constituída pela mãe, personagem
que pouco aparece, pelo pai Diogo e pelos seus dois filhos, Zeca e Ruca) que
vive num prédio onde não é permitido ter animais. Ignorando esta regra o pai
Diogo decide levar um porco, sem ninguém saber, para a varanda da sua casa
que fica no sétimo andar, para o alimentar e deixar bem gordinho para a
matança no carnaval (nome que até acabaram por dar ao porco, Carnaval).
O problema que surge, entretanto, é que Zeca e Ruca acabam por se afeiçoar
demais ao animal, eles brincam e ouvem rádio com ele, e acabam por tentar
arranjar mil e uma maneiras para evitar a matança deste mesmo que se tornou
um grande amigo.
O autor...
Manuel Rui nasceu no Huambo, a 4 de novembro de 1941. É um escritor
angolano, dramaturgo, autor de poesia, contos e romances. Muitos dos seus
trabalhos contêm ironia, comédia e humor sobre o que ocorreu após a
independência de Angola.
Estudou direito na universidade de Coimbra, e após a revolução do 25 de abril
de 1974, regressou a Angola tornando-se ministro no governo de transição
integrando a representação de Angola em organismos internacionais como a
OUA e a ONU.
Manuel Rui escreveu a letra do hino nacional angolano e letras de canções.
Participou em filmes, como figurante e declamando poemas, mas também
escrevendo diálogos. Publicou o seu primeiro livro em 1977 designado por
“Sim camarada”.

Título...
Como primeira impressão, sem realizar a leitura, o título do livro, “Quem me
dera ser onda”, dá-me a entender que a história do mesmo vai ser livre,
espontânea, firme e interessante como uma onda do mar. Mesmo a capa do
livro dizendo que se trata de um romance, não consigo associar o mesmo a uma
onda (imagem da capa), mas consigo associar à frase, imaginando esse
romance com as características acima referidas.

Imagem da capa...
Entre a capa e a história do livro encontro a seguinte pequena ligação. O título
do livro é “Quem me dera ser onda” e a imagem da capa é efetivamente uma
onda (isto na 2ª. edição do livro), esta onda retrata a vontade das crianças
quererem não sentir, não pensar e ser uma onda para que ninguém os
conseguisse prender ou agarrar, estes queriam apenas que o porco fosse
capaz de sentir e ser livre como uma onda para tentar evitar a sua morte.

Apreciação crítica da obra...


A ação decorre em Luanda, esta simboliza o centro das atenções e a dinâmica
da vida do país, uma nação em construção. É sobre esta que o autor Manuel Rui
faz a sua crítica social. O autor no desenvolver da história aborda temas
importantes e sérios sobre a sociedade angolana: as classes sociais, a
liberdade, as consequências da guerra, a corrupção, os preconceitos, …
A minha personagem favorita, não é apenas uma, mas sim duas, pois são dois
irmãos e estão sempre juntos nas suas ações. Zeca e Ruca (filhos de Diogo, o
pai de família que levou o porco para o seu apartamento) são muito parecidos.
Gostei destes dois pelo facto de serem protetores, cumpridores daquilo que
dizem fazer e porque têm imensas ideias e estratégias para tentar fazer com
que o seu amigo Carnaval (o porco) não sirva de refeição no dia de Carnaval,
mesmo tendo sido inútil, pois este serviu para encher a barriga na mesma. Vou
também mencionar uma parte importante destas duas crianças na história, que
foi o facto de terem feito e realizado com sucesso a tarefa que lhes tinha sido
imposta pelo pai, não deixar ninguém descobrir que dentro da sua casa estava
um animal. E é conveniente referir que mesmo os fiscais e outras tantas pessoas
tenham infernizado a vida das crianças por suspeitarem da existência de um
animal dentro do prédio quer pelo barulho feito quer pelo cheiro do porco,
chegando até a ir e a mandar alguém para ir revistar a casa, Zeca e Ruca
souberam e conseguiram sempre sair da situação com sucesso.
No decorrer da história o autor crítica a sociedade de Luanda da altura, que
esqueceu todos os seus valores antigos. O mesmo utiliza muito a ironia e as
metáforas, é um ótimo exemplo desta última o título do livro “Quem me dera ser
onda”. A meu ver utiliza neste livro uma linguagem grossa.
Gostava de deixar aqui um pequeno aparte, a frase “onda ninguém amarra
com corda” chamou-me à atenção e gostei imenso da mensagem que tenta
passar, porque significa liberdade, e a verdade é que nenhum de nós gosta de
se sentir preso a nada nem ninguém.

Relação de intertextualidade...
Confesso que encontrar algo relacionado com este livro não foi de todo fácil,
porque a primeira coisa que me vem à cabeça sobre o que li é só o facto de
terem levado um porco para o sétimo andar, logo nada me ocorre relacionado
a esta parte. Cheguei mesmo a pensar em não relacionar esta obra com outra
coisa, mas como nada na vida se consegue sem esforço foi isso que eu fiz,
aprofundei bem mais o conteúdo do livro ligando pequenas partes dele,
chegando à conclusão que, como já disse, a história passa-se na capital de
angola, Luanda, e nos dá informações de como era a vida naquela época. Com
isto lembrei-me do nosso querido Zeca Afonso que nasceu em Aveiro, e caso
não se lembrem dele, foi o tal que escreveu a música muito conhecida pelos
portugueses ainda nos dias de hoje chamada “Grândola, Vila Morena”, mas não
foi esta a música que escolhi para relacionar com o livro que li.
A música que separei foi “O que faz falta!” (Link da mesma no Youtube: O que
faz falta! - Zeca Afonso ), que de certa forma fala da falta de condições e de
liberdade, mas que o mais importante é “animar a malta” e tornar assim mais
fácil a forma como lidamos com estas situações.
Conclusão
Concluindo, “Quem me dera ser onda” deve ser visto como um relatório de
problemas da altura, que é extremamente importante termos noção dos
mesmos na atualidade. Com isto o autor pretende integrar-nos de certa forma
na história contada, nos conflitos sociais e culturais e nas faltas de condições.
Honestamente detesto ler, porque simplesmente não me fascina fazê-lo, só o
faço quando tem mesmo de ser, não o faço por prazer, mas de qualquer das
maneiras não achei a história deste livro muito interessante. Tem a sua piada
pelo porco e as crianças, mas não achei a história nada de mais, muito menos
achei que houvesse uma relação notória do título com a história, mas são
pontos de vista.
Acho que neste livro a única coisa que eu gostei foi efetivamente algumas
mensagens que o autor tenta passar e a forma como chama à atenção dos
leitores sobre gravidade dos problemas daquela época, que, quem sabe, até
podem vir a surgir novamente nos dias de hoje.

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