Escola Secundária Marques de Castilho

Ano Letivo 2020/2021

Valores, vivências e quotidiano medievais

O papel da mulher nobre na Idade Média

Trabalho realizado para a disciplina de História A, lecionada pela professora Carla Freitas
Autor: Ariana Almeida, 10ºC

12 de março de 2021
▸ Introdução e contextualização da época histórica

Este trabalho foi sugerido no âmbito da disciplina de história A, pela professora Carla
Freitas. O subtema que escolhi foi o papel da mulher nobre na idade média, por achar
que seria um tema interessante e apelativo.
A idade média foi um período da história entre os séculos V e XV.
O seu início em 476 acontece com a queda do Império Romano do Ocidente e o seu
fim termina com a tomada de Constantinopla pelos Turcos em 1453.

1. Periodização da história- fases.

Este período da história ficou conhecido por a Idade das Trevas, denominação
adotada pelos humanistas do século XVII. Para estes, do século IV ao século XV foi um
tempo de ruína e flagelo.
A economia centrada na agricultura, a política descentralizada e a sociedade dividida
em três classes sociais (clero, nobreza e povo). Estas são as principais características
do feudalismo, sistema social, económico e político que existiu durante todo o período
medieval. As terras eram concedidas por um suserano ao seu vassalo em troca de
fidelidade e ajuda militar. Começou a desenhar-se o seu fim no século XIV após as
revoltas servis.

2. Esquema que caracteriza a Idade Média nos diversos planos.

 Neste período da idade média a igreja tem especial atenção e ascensão com o início
do movimento das Cruzadas. Este movimento era constituído por militares católicos
que em nome de Deus travavam batalhas com a intenção de conquistar a terra santa
de Jerusalém.
A Idade Média foi também assolada pela peste negra que teve a sua origem na China
chegando à Europa em 1347 através das rotas do comércio que vinham da Ásia pelo
Mar Mediterrânico. Esta pandemia teve o seu pico entre 1348 e 1350. A peste negra, a
fome e as guerras caracterizam uma boa parte deste período histórico.

▸ O papel da mulher nobre na Idade Média

Feita esta pequena introdução e contextualização da Idade Média, o tema que se

impõe neste trabalho é caracterizar o papel da mulher nobre. As mulheres desta idade
exerciam o papel “tradicional”, isto é esposas, mães e filhas. A ideia subjacente é a
procriação não importa a classe social.
Na Idade Média, a vida de uma mulher era dividida em três períodos: a infância, que
dura até aos sete anos de idade, a juventude, até aos catorze anos, e a vida de mulher,
que vai dos catorze até aos trinta anos, altura em que entra na velhice, enquanto o
homem é considerado velho apenas aos cinquenta anos.
Quando nasce, a criança nobre é confiada a uma ama. Aos dois ou três anos ela é
desmamada. Este é um período crucial, pois uma em cada três crianças morria antes
de completar cinco anos de idade. Era importante ter um número considerável de
filhos para assegurar a continuidade da linhagem. Aos sete anos, as meninas de
famílias ricas aprendiam a bordar ou a tecer fitas. Nesta idade podiam ser oferecidas
a um mosteiro, onde também aprendiam a ler e a escrever, ou a um noivado. A vocação
da mulher medieval é orientada para um único objetivo: casamento e maternidade.

3. Mulher da nobreza da Idade Média a ler e a escrever.

 Contudo há relatos de mulheres que se ocupavam também de outros papéis sociais.
Algumas tinham uma profissão, outras geriam até um negócio sem a tutela de seus
maridos. Escusado será dizer que os seus salários eram muito inferiores aos dos
homens. Há registos documentais que apresentam mulheres professoras, médicas,
arquitetas e também em lugares de liderança e destaque como abadessas e rainhas.

A força que guiava a população medieval era a Igreja Católica Romana, desde cedo as
mulheres nobres eram obrigadas a aderir a rigorosas convenções das leis da Igreja.
Eram propriedade dos seus maridos (quando casadas), quando solteiras eram de seus
pais e/ou irmão(s). A nobreza vivia em castelos.

A rotina diária de uma mulher nobre passava pelas seguintes etapas: no início da
manhã as suas damas de companhia ajudavam-na a vestir, assistia à missa e tomava o
pequeno-almoço com a sua família. Ainda de manhã as meninas nobres aprendiam
etiqueta e gestão doméstica. Depois do almoço e das orações, as mulheres nobres
dedicavam-se a garantir o perfeito funcionamento das suas casas. Caso o senhor da
casa se ausentasse a sua esposa era a pessoa responsável por governar a propriedade.
Era usual haver tempo para que as mulheres nobres praticassem atividades
recreativas, como por exemplo a caça representada na figura 4. O tempo destinado ao
lazer era utilizado nos bordados e tapeçaria, algumas eram arqueiras, cavaleiras e
dançarinas talentosas. Eram incentivadas as conversas com temas sobre os
casamentos e poesia. O dia terminava com o jantar, que era seguido de algum
entretenimento caso houvesse convidados presentes.

4. Mulheres nobres a caçar retratadas em quadro de Robinet Testard, Séc. XV.

 Os deveres de uma mulher nobre remetiam-se às tarefas domésticas e envolviam a
responsabilidade de organizar as provisões, distribuir as tarefas diárias e planear as
refeições. Se o seu marido estivesse ausente era dela toda a responsabilidade da
propriedade: supervisionar a agricultura, receber alugueis, resolver disputas, verificar
as finanças, entre outras tarefas necessárias para garantir o bom funcionamento da
propriedade.

Na Idade Média, a igreja pregava a total submissão da mulher ao homem, “(...) nesse
período a mulher estava relativamente privada de direitos; essencialmente
dependente da tutela de um homem (…)”, retirado do documento 5.

5. Excerto retirado do livro “Trotula de Ruggiero: sobre as doenças das mulheres”,

traduzido por Karine Simoni.
Não se pode conceber a história das artes sem a presença da mulher. A arte medieval
era essencialmente religiosa. A representação da mulher aparecia tanto na pintura
como na escultura como imagens de vultos, nomeadamente virgens, como sendo
objetos de veneração. O corpo feminino vai adquirindo conotações mais mundanas e
começam a distanciar-se da ideia estritamente religiosa, transcendente e passando a
referir-se a valores mais terrenos.
 Conclusão
A mulher da nobreza da Idade Média possuía responsabilidades condizentes com um
certo nível de educação e cultura. Sabiam ler e escrever e algumas até dominavam o
latim e o grego. Eram educadas para serem mães zelosas, educadoras da moral e da fé
e um exemplo para as suas filhas. Ao longo deste trabalho de pesquisa, servi-me de
imagens para complementaras ideias que estava a desenvolver.
Com grande pena minha, e por contingências de estrutura deste trabalho de pesquisa,
ficaram por falar os trajes que as mulheres medievais da elite usavam, as mulheres que
se destacaram nas mais variadas áreas, as mulheres entre os mártires desta época e
personagens de importância histórica.

Webgrafia
📖 Mulheres na Idade Média – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

📖 Cronologia da Idade Média – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

📖 A situação da mulher na idade média | Hora da Escola

📖 https://www.fernandosantiago.com.br/muhct.pdf
📖 https://pt.slideshare.net/giselefinattibaraglio/a-idade-mdia-8567148?next_slideshow=4

📖 https://medium.com/@marinafancello/a-mulher-na-idade-m%C3%A9dia-84cf0dcedff2