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Introdução:

Nós sabemos que o Renascimento em si, foi um período de mudanças logo após a
Idade Média, que foi uma fase onde não havia liberdade de expressão e tudo era
baseado nos dogmas da Igreja Católica, no qual quem contrariava seria exposto à
morte ou a humilhação. Contudo temos esse período da Idade Moderna, mas
levando em consideração a permanência de aspectos característicos da
espiritualidade medieval, o Renascimento não seria uma ruptura radical com o
período que o precedeu, mas sim o início de uma progressiva passagem em direção
a cultura moderna.

Características:
- Valorização do racionalismo e do individualismo.
- Expressão do antropocentrismo
- Potencialidade do ser humano
- Naturalismo
- Revalorização da Filosofia
Mulheres no Renascimento:
‘’ As mulheres tiveram um Renascimento?’’:

Vamos dizer que o Renascimento trouxe muitas mudanças e desenvolvimentos da


razão para a Itália. Essas idéias e novas chances se adaptam somente ao sexo
masculino, pois a mulher pouco compartilha desse brilhantismo.
É possível dizer que a vida da maioria das mulheres continuava muito parecida com
a que era trazida na Idade Média, infelizmente a anos e anos nós mulheres temos
que lutar contra esse patriarcado machista onde queremos nossos devidos direitos.
Podemos dizer que naquele período as tarefas eram as mesmas: trabalhar em casa
ou nos campos, cuidar de suas famílias e principalmente seguir os dogmas da
religião católica. Muito raramente elas apareciam em público (até mesmo com seus
maridos), pois deviam primar pela sua castidade e pela modéstia e ser portadoras
de uma fé inabalável, não podemos esquecer do fato de que cada uma que se
casava era exposta a qualquer ordem do seu marido (a mesma querendo ou não) .
No topo de importância na família estava o marido, senhor absoluto de tudo,
devendo sempre ser obedecido e jamais ser contrariado. Temos a pouca exceção
das mulheres que optavam pelo convento, somente as “muito bem nascidas” (tinha
que ser); fugiam dos rigores direcionados às mulheres, ao serem excluídas dos
afazeres femininos.

Não sendo tão pouco, tudo que as mulheres sofriam, a moral do período delimitou
com nitidez e frequência dos espaços que eram apropriados para as mulheres, em
geral íntimos e domésticos, à exceção da Igreja e de eventuais trabalhos de
caridade. Antes do casamento, a socialização das meninas e moças jovens era
bastante controlada, já que danos à reputação poderiam comprometer bons arranjos
matrimoniais, o que seria uma vergonha para a família e custos a castigos para as
jovens. Juridicamente, em geral, as mulheres eram impedidas de realizar operações
práticas necessárias à gestão de negócios, como firmar contratos e comercializar
objetos de grande valor como obras de arte
.
Na Renascença era costume que homens e mulheres se sentassem separados em
festividades. Os homens podiam frequentar as ruas quando assim o quisessem sem
nenhum medo do perigo acontecer, até porque o próprio é um símbolo de respeito e
dignidade; (podemos notar que isso se encaixa também nos dias atuais, o detalhe
mudado é que nós temos o direito de sair sozinhas mas ainda assim existe um
grande risco de qualquer situação ameaçadora).
Já as mulheres ricas ficavam em casa, principalmente se ainda fossem solteiras,
sendo raramente vistas nas janelas — é claro que deviam proteger a castidade
acima de tudo. E se porventura tivessem que ir à rua por algo que ninguém pudesse
fazer por elas, eram acompanhadas por uma senhora que tinha por objetivo impedir
que fossem importunadas. Às mulheres pobres eram dadas maiores liberdades,
(mas não por questão de privilégio e livre arbítrio, até porque ‘’privilégio’’ naquela
época era esse padrão de viver escondida, sendo tratada como um objeto de
observação e pureza) o fato das mulheres pobres saírem sozinhas é pela obrigação
de sair para trabalhar, na maioria das vezes servir as madames das casas ricas.
Mais algumas dificuldades relacionadas ao direito das mulheres :
Evidentemente o futuro das mulheres foi escolhido e controlado por homens, que
decidiam em livros de etiquetas qual era o comportamento adequado para uma
mulher.
Os viés eram utilizados por homens para controlar as jovens desde o seu
nascimento até o casamento. Até em distintas classes sociais, se exerciam
diferentes formatos de papéis femininos, as mulheres nobres e da burguesia
também tinham maneiras específicas de comportamento e delimitado pelas normas
masculinas. ‘’A beleza da mulher era inspiradora para o homem e ela deveria agir
de acordo com seus interesses e ter conhecimento da educação clássica para
entretê-lo’’.
Desta forma, além de ser objetivada e subjugada por uma série de justificativas
culturais e organizacionais, a mulher adquiriu dupla dependência e servidão;
se curvava tanto ao marido, quanto à sociedade controlada pelo príncipe. Desse
modo, mesmo com a possível falta do domínio conjugal, restava o domínio paterno
e social sobre a mesma.
A visão da mulher como desqualificada e sem talento para atuar na vida intelectual,
era reforçada por autores e filósofos que compartilhavam suas convicções e ideias a
respeito da posição feminina, (as principais vozes do renascimento e defensores da
evolução do racionalismo, tinham esses argumentos). O filósofo Leon Battista
Alberti afirmava que “as virtudes e os conceitos das mulheres eram castidade e
maternidade e suas atribuições destinavam-se apenas ao mundo privado”. Alberti
ainda cita em Della famiglia que “a passividade também deveria ser uma
característica feminina, bem como deveria ser pura e fisicamente atrativa”. Não
podemos esquecer que esses padrões nojentos e misóginos impostos nessa época
são vigentes até na nossa atualidade.

Como uma norma padrão da época, a mulher devia amar e obedecer ao marido.
Cita ‘’um inglês, W. Whately, em 1617: "Uma mulher deve sempre reconhecer que o
marido é seu superior e seu senhor", a figura feminina tinha que ter em mente que
todo seu tempo e devoção deveria ser direcionada ao seu senhor, esse pensamento
misógino era moldado desde sua vida juvenil, juventude até seu casamento
acontecer.
‘’Calvino considera a submissão da mulher ao marido como um modelo da sua
normal submissão ao próprio Deus. Quanto às desobedientes, frei Querubino, na
sua obra "A Regra da Vida Matrimonial", recomenda que na falha das boas
maneiras e da persuasão, " a mulher deve ser espancada ruidosamente (não com
fúria, mas com amor), para salvação da sua alma’’. O abuso físico e psicológico
contra a mulher foi considerado normal, para sua obediência e respeito, era uma
forma de disciplina e castigo
Vale ressaltar que na Inglaterra existia a expressão "rule of the thumb" (regra do
polegar), fazendo uma referência a uma norma tradicional, onde era uma lei
consuetudinária, onde uma mulher só podia ser espancada com um pau cujo
diâmetro não ultrapassasse o de um polegar. Tinham padrões e ‘’jeitos certos de
atuar’’ até dos castigos feitos, o absurdo que isso gera e a revolta é exorbitante.
Mulheres “in” visíveis na arte renascentista:
A condição renascentista na qual a mulher era excluída e relativizada em sua
capacidade intelectual foi um pouco desmanchada pois conseguiram desenvolver a
atividade artísticas e literária como profissionais.
A mulher estava ao extremo do sistema que dominava a Europa naquele período.
As artes, a literatura, arquitetura e as esculturas eram totalmente ligadas ao espaço
público, lugar onde a mulher não estava inserida por muitas vezes. Durante o tempo
em que a mulher estava destinada ao mundo privado, sua imagem estava
associada a ser objeto de desejo dos homens.

Christine de Pizan escritora:


Conquistou seu espaço e expressou suas habilidades, (com um certo limite), diante
de uma esfera predominantemente masculina, onde a imagem feminina era
correspondida como objeto de desejo e não como propulsoras de cultura ou algo do
tipo envolvendo, diante de uma sociedade que considerava a mulher como
reprodutora de filhos e não de arte, remetida a realizar atividades domésticas, sem a
chance de retrucar sobre algo podendo se submeter a agressões.
Essa ideia era\é reforçada, através dos olhos dos homens, que desacreditam da
capacidade da mulher de criar e dispor de habilidades manuais além de atividades
domésticas. Algumas mulheres, mas em destaque Christine de Pizan conseguiu
ultrapassar barreiras, mesmo sendo impedida de expor sua habilidades de estudo, e
privada de participar de debates intelectuais nas academias, além de ser
considerada excêntrica.

Christine de Pizan:
Christine de Pizan (1364-1430), era uma italiana que cresceu na França.
Reescreveu obras que falavam de mulheres trazendo um olhar feminino sobre a
história.
Duas versões sobre o mesmo fato: a originária (das mulheres) e a derivada (dos
homens).
conduz à reconstituição do universo feminino na época medieval a partir de sua
autopercepção
enquanto ser humano, da sua visão de mundo, dos seus desejos e da sua
inconformidade com
relação à desigualdade frente aos homens em todos os aspectos da vida.
A partir de Christine, La cité des dame
podemos compreender a realidade vivida pelas mulheres nessa época, e seu
cotidiano e suas
inquietações.
Christine também fazia textos para de uma forma mostrar a educação das mulheres
da época e a elaboração de suas obras.
Ponto de vista de historiadoras:

Historiadora Joan Kelly (a mulher teve o renascimento?)


A mesma disse: ‘’Indiscutivelmente, uma lição abrangente da história é que a melhor
época para nascer mulher será amanhã.
Mesmo com a queda da igreja, ela permaneceu predominante na formação da
imagem da mulher, seja como Eva, culpada pelos males da humanidade, ou a
Virgem Maria, intocada pela complexa humanidade dos homens.

A tese dela ressalta que a experiência do renascimento foi diferente para cada
mulher, isso conta também em sua educação e a maneira que eram tratadas em
sociedade, a experiência das mulheres no Renascimento dependia dos seus papéis
econômicos e políticos e educação.
As mulheres da classe trabalhadora tinham maior liberdade de movimento, mas
sofriam como servas sexuais.
Já as mulheres de classe alta até tinham muito mais acesso à literatura e arte, mas
era bem restrito comparado com os homens’’.

Professora Elizabeth S. Cohen:


Elizabeth é uma professora da universidade de york a tese dela fala sobre como as
mulheres tinham que se comportar na época. ‘’Segundo a história, a igreja e os
homens queriam que todas as mulheres fossem “castas, silenciosas e obedientes”.
Embora as mulheres nunca fossem iguais aos homens de sua classe, regras
variáveis davam a elas responsabilidades e agências legais.

Professora Kate Maltby - renascimento


Kate levanta um questionamento sobre a situação:’’ Houve mesmo um
'Renascimento'? A maioria dos acadêmicos não usa mais a palavra, mas se refere
ao “primeiro período moderno”, um termo que enfatiza a continuidade com a
modernidade.

Kate Maltby - feminismo


‘’Uma coisa que levou à liberação do desejo feminino foi a ascensão da moralidade
sexual protestante na Reforma, que atacou o celibato sacerdotal e reconheceu o
desejo sexual humano’’.

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