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A Mulher na

Idade Média
Profª Hayane Ribas Oliveira
A Mulher na Idade Média
No período medieval, as mulheres eram educadas para desempenhar determinados papéis
independente do grupo social do qual ela pertencia: ter filhos e ser uma boa mãe, ser uma boa
filha e uma boa esposa, tendo como base o moralismo e as boas práticas cristãs.
Na Idade Média, a vida de uma mulher era dividida em três períodos: a infância, que dura até sete
anos, a juventude, até aos catorze anos, e a vida de mulher, que vai dos catorze até cerca de trinta
anos, além da qual ela entra na velhice, enquanto o homem é considerado velho apenas aos
cinquenta anos.
Ao nascer as crianças nobres eram confiadas a uma ama, enquanto os pobres cuidavam
pessoalmente de seus recém-nascidos. Um período crucial era dos dois aos três anos, pois uma
em cada três crianças morria antes de completar cinco anos. Muitas vezes, por causa da pobreza,
as crianças eram abandonadas, especialmente se fosse uma menina.
Quando tinham sete anos, as meninas de famílias ricas aprendiam a bordar ou a tecer fitas. É a
idade em que elas podiam ser oferecidas a um mosteiro, lá elas aprendiam a ler e a escrever, ou
elas ficavam noivas. No campo, a garota ficava com a mãe para cuidar da casa e da lavoura, da
tecelagem e dos animais.
A vocação da mulher medieval é orientada para um único objetivo: casamento e maternidade.
Trabalho Feminino
Nas cidades mesmo as mulheres casadas
podiam trabalhar no comércio, nas áreas têxtil
e alimentar ou como costureiras, lavadeiras e
empregadas domésticas, mas seus salários
eram muito inferiores aos dos homens. No
campo, elas participam da lavoura e dos
cuidados dos animais, mantendo a casa, a
tecelagem, a preparação de refeições e o fogo.
“Mulher da nobreza, da Idade
Média, escrevendo eram as
únicas que sabiam ler e escrever,
pois eram atividades exclusivas
das mulheres nobres.”
Mulheres Nobres
Medievais
A Mulher Medieval
Quem determinava o papel da mulher medieval?
A Idade Média veio de uma cultura patriarcal e continuou patriarcal. Como
as classes sociais, os papéis das mulheres eram vistos rigidamente e eram
biblicamente determinados.
Ser mulher na Idade Média é ter uma vida determinada pela Igreja e pela
aristocracia. A Igreja Medieval proporcionava ao povo uma visão
abrangente a respeito do significado da vida e o lugar que cada um nela
ocupava, enquanto a aristocracia assegurava que todos permaneceriam em
seus respectivos lugares durante todo o sistema feudal de governo, com a
sociedade dividida em três classes: clero, nobreza e servos.
Mulheres que se destacaram:

01 02 03
Joana d’Arc Ana Bolena Cristina de Pisano
(1412-1431) liderou o (1507-1536) foi esposa de (1363—1430) escritora,
exército francês durante Henrique VIII e rainha filósofa e poetisa italiana
um período da Guerra consorte da Inglaterra. (que viveu na França).
dos Cem Anos (entre Teve grande influência
França e Inglaterra). política no reinado do
marido. 04
Hildegarda de Bingen
(1098—1179): monja,
poetisa, escritora e filósofa
alemã do século XII.
01
Casamento Medieval
O casamento era decidido pelas
famílias das mulheres
Casamento Medieval
● O casamento era arranjado pelos pais em todas as classes sociais.
● Entre os nobres, era usado como um meio de fortalecer ou criar alianças entre senhores
feudais ou reinos, ampliar terras e riquezas.
● As mulheres eram objeto de negociações que às vezes ocorriam muito cedo, sem o
conhecimento das partes interessadas.
● A idade do casamento era entre treze e dezesseis anos para mulheres e vinte e trinta anos
para o homem. Quando a mulher não pode dar herdeiros do sexo masculino para o marido,
ela pode ser repudiada (abandonada).
● Casamento entre nobres eram arranjados pela família e tinham finalidades econômica e
política.
Casamento Medieval
● O sistema feudal prescrevia que a terra pertencia ao senhor, que a arrendava a seus
ocupantes – os servos – os quais ficavam ligados permanentemente a esta terra. O
senhor controlava cada aspecto da vida dos servos e, por extensão, à esposa e filhas.
● O senhor decidia com quem uma moça deveria se casar e não o seu pai, porque a filha de
um servo era essencialmente propriedade do senhor, exatamente como seu pai e mãe o
eram.
● Uma vez casada, seu marido controlava seus interesses e era responsável por seu
comportamento.
● O marido da mulher poderia ser processado pela transgressão da mulher, e não ela
própria.
● O trabalho da mulher era o de cuidar da casa, ajudar seu marido no trabalho dele e
procriar.
A Mulher
Camponesa
Medieval
A Mulher Medieval
As mulheres 1 2 3
das classes mais baixas
possuíam mais liberdade de Camponesas Mães Guildas
expressão que as outras duas
Trabalhavam Era sua Trabalhavam
(clero e nobreza), pois a vida
com a terra principal função nas produções
era uniformemente difícil para
os servos – homens e mulheres
– e elas trabalhavam ao lado
dos homens nos campos e nas
corporações medievais como
iguais ou quase-iguais.
A Igreja
Medieval
e a Mulher
A Mulher Medieval
A Igreja definia:
A posição das mulheres dentro do clero estava restrita ao
convento.
A igreja não via com bons olhos as mulheres educadas, e
insistia especialmente na educação religiosa.
As meninas adolescentes eram vigiadas de perto pelos pais e
sua beleza era temida e desejada.
Para o clero, a beleza estava associada ao diabo, à tentação
e ao pecado, mas era comemorada pelos trovadores do
amor cortês.
A mulher ideal medieval deveria ser magra, ter o cabelo loiro
ondulado, tez clara, boca pequena e rosada, dentes brancos,
olhos pretos e nariz reto e fino.
Direito Feminino e Religião
● Os direitos femininos da Idade Média cresceram significativamente em
consequência de dois fatores distinto: a crescente popularidade do
Culto à Virgem Maria e a evolução gradual dos conceitos de amor
cortês e cavalaria.
● O status e oportunidades das mulheres também se expandiu após a
eclosão da pandemia da Peste Negra de 1347-1352, com a morte de
tantas pessoas, foi permitido às mulheres assumirem a propriedade e a
condução dos negócios de seu último marido.
● A única esperança para uma mulher melhorar sua situação, sem
casamento, era entrar em um convento. Muitas mulheres escolheram
este caminho na esperança de se educarem, mas isso não acontecia na
maioria das vezes.
● Os sacerdotes, na sua maioria, não viam nenhum benefício em freiras
alfabetizadas. As freiras aprendiam suas orações e devoções de cor, e
não de livros.
A Virgem Maria e Eva
O Culto a Virgem Maria A Imagem de Eva
O Culto à Virgem Maria não era novo na Idade Na ponta oposta estava outra figura bíblica:
Média. Ela foi declarada Mãe de Deus, pela Eva, a tentadora, a que aceitou a maçã da
Igreja, em 431 d.C. no 3º Concílio Ecumênico. A Serpente e a entregou a Adão, causando a
elevada posição de Maria, no entanto, pouco queda da humanidade. Santo Agostinho
fez para elevar o status das mulheres na afirmava que a Eva se deixou enganar pela
sociedade. Segundo o papa Inocêncio III em serpente, pois se guiava pela corpo e pelos
1210 a Virgem Maria é mais ilustre que todos os desejos da carne, além de não ser a mais
apóstolos juntos, mesmo que sejam eles os inteligente das criaturas. Depois ela seduziu o
verdadeiros herdeiros de Jesus. Ela tem homem, o levando a pecar junto com ela.
santidade, mas não tem autoridade.
A Igreja, ao mesmo tempo, demonizou e exaltou as mulheres, através da dicotomia da passagem bíblica da Eva
– que levou a humanidade a cair da graça no Jardim do Éden – e a da Virgem Maria, cujo filho redimiu aquela
queda. Simultaneamente as mulheres foram consideradas a fonte de todos os pecados do mundo e a essência
da redenção do mundo pelo nascimento de seu filho, Jesus Cristo.
Metodología

Havia ainda a figura de Lilith, que


muitos acreditavam ser a primeira
mulher de Adão, expulsa do Edém
por sua sensualidade exagerada. Ela
havia se corrompido e se deixado
Lilith tentar pelo diabo, se tornando a
serpente que seduz Eva e a leva a
pecar.
As Bruxas
● Por séculos, a mulher encarnou o mal. Como filha de Eva, ela é responsável por expulsar
do Jardim do Éden, em conivência com a serpente, o homem, então ela não pode deixar
de lançar feitiços. Acusadas de magia negra, feitiçaria e encantamento, as mulheres
"heréticas" queimaram aos milhares nas piras da Inquisição.
● A grande maioria dos até 100 mil mortos acusados de bruxaria era de mulheres, muitas
delas pobres.
● Durante o processo de substituição do modelo feudal pelo capitalista, mulheres
começaram a exercer funções e profissões para além das casas e terrenos familiares, seja
como pedreiras, seja até mesmo como cirurgiãs. E comumente como prostitutas. Essa
aparente liberdade das mulheres, que mesmo exercendo em geral atividades inferiores
estavam menos sujeitas ao controle dos homens, não passou desapercebida pela Igreja.
As Bruxas e a Inquisição
● O Tribunal do Santo Ofício, ou a Inquisição Papal, é criado oficialmente em
1229-1230 pelo papa Gregório IX durante o Concílio de Toulouse. Em 1320,
finalmente, o papa João XXII inclui a bruxaria no hall de heresias.
● As bruxas passam a ser o alvo preferencial da Inquisição a partir do século 14,
após o surto de Peste Negra, que dizimou um terço da população europeia e foi
lido por líderes religiosos como uma forma de punição pela leniência a heresias e
comportamentos não cristãos. Obra indireta e direta de bruxas e magia negra.
● O clérigo católico Heinrich Kramer, em 1487, lançou Malleus Maleficarum. Um
livro que por dois séculos foi o segundo mais vendido na Europa após a própria
Bíblia. É um guia de caça às bruxas e heresias afins. Nele, Kramer endossa o
extermínio, valendo-se de detalhadas análises legais e teológicas, louvando a
prática da tortura para obter confissões. E, um ponto central, afirma que
mulheres têm tendência natural a se tornarem bruxas.
A Caça as Bruxas
● Até a publicação do livro, a bruxaria era considerada
um crime menor, punido com castigos físicos diversos.
Uma esquisitice folclórica de velhinhas mal-orientadas
pelos padres. Após a publicação do Malleus,
autoridades católicas e protestantes passaram a usá-lo
no julgamento e condenação de suspeitas de bruxaria,
tornando mais brutal a perseguição.
● O livro não era usado por inquisidores, mas sim por
tribunais seculares, em especial durante a Renascença.
Quem queimava os acusados de bruxaria era o Estado,
não o clero. Só nos Estados Papais, onde a Igreja
também era a autoridade secular, a Inquisição tinha
poder para executar.
A Caça as Bruxas
● Não era só a negação a Cristo que movia a fúria contra as bruxas. O escândalo andava de mãos
dadas com a fé em ceifar vidas inocentes. Acusações de sexo com demônios eram lugar-
comum durante o auge da perseguição à mulheres consideradas bruxas, entre os séculos 14 e
17, uma época em que sexo era um tabu.
● Além de curandeiras, aquelas mulheres que não seguiam à risca normas sociais da época (como
se portar de maneira recatada, obedecer aos pais e marido etc.) eram alvos dos inquisidores,
assim como as mentalmente insanas ou perturbadas. Ou, sem fazer nada, as que tivessem o
azar de serem denunciadas por inveja, ciúme ou, por alguém forçado a dar um nome.
● Além das torturas, havia ainda os métodos práticos para encontrar bruxas. O mais comum era o
teste da água. Uma mulher era arrastada para um lago ou rio, despida e amarrada. Ao ser
atirada, se flutuasse, era bruxa. Se afundasse, eles até tentavam puxar de volta. A explicação é
que bruxas repeliam a água por terem rejeitado seu batismo ao aceitarem Satã.
As Bruxas e a Inquisição
● Na Idade Média, as bruxas eram acusadas de falsear
o controle divino, manipulando ervas e curando
doenças, pois ninguém poderia mudar o curso
divino das coisas se não fosse Deus. Eram acusadas
de fazerem pactos demoníacos e realizarem coisas
sobrenaturais, como voar pelos ares.
● A insegurança da Igreja com as crenças pagãs que
ainda existiam na Europa, leva a perseguição das
pessoas que ainda acreditavam nas velhas
superstições. Criou-se a imagem da bruxa, que seria
a forma mais perseguida de heresia.
A literatura no
Renascimento apresentava
a Incantatrix e seus poderes
1. A metamorfose. A incantatrix pode transformar-se em
animal (frequentemente uma ave de rapina noturna, como um
morcego ou uma coruja) e nessa forma perturbar sobretudo
as crianças, sugando-lhes o sangue até a morte. A incantatrix
pode também transformar os outros em animais. 2. Ela atua
como xamã: viaja ao país dos mortos, fala com eles e graças a
eles prediz o futuro. 3. Também faz poções, com seu carmen,
seu cantus, rituais e ervas que ela conhece, maleficia que dão
ou tiram amor, que matam as crianças no próprio seio
materno.
Quem era elas
na verdade?
✦ Elas eram normalmente mais velhas, acumulavam
muitos anos de experiência e dominavam os saberes
necessários para lidar com a vida e a morte: a dose
correta para curar uma doença, o procedimento preciso
na hora do parto, as plantas capazes de promover
abortos, as ervas que causavam alívio durante o
falecimento.
✦ É justamente daí que vem a imagem da bruxa como
uma idosa, tendo o caldeirão como companheiro
inseparável (onde se misturavam os ingredientes dos
seus preparados). Nas suas comunidades, elas não
eram vistas como más ou perversas por natureza; eram
chamadas de ‘mulheres sábias’. Entre as populações
campesinas da Europa, elas eram as médicas, as
conselheiras, as guardiãs da vida e da morte.

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