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Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL

Universidade Federal de Alfenas – Unifal/MG.

Aluno: Catharina Klie Dupont


Professora: Kátia Oliveira
Disciplina: Literatura Espanhola I

Da Magia à sedução na obra La Celestina de Fernando de la Rojas

Abstract

La magia ha sido uno de los temas mas polémico en las obras de Fernando de la Roja. La
personaje Celestina que entabla uma relación com las fuerzas sobrenaturales y sobretodo com el
diablo mediante su pacto demoníaco en la escena del Acto II que nos lleva a uma reflexión hasta
donde la magia y la brujería han influenciado la obra y el autor sobre las cuestiones sobrenaturales
y religiosas en la España del siglo XV.

Palabras clave: Brujería; Femenino; Magia; Inquisición Española.

A Espanha do século XV e a bruxaria

Desde a Antiguidade e até o século XVIII acredita-se nas fórmulas mágicas e nas obras
demoníacas sobre as vidas humanas. Na Espanha do século XV estava tão fortemente arraigado
no imaginário que sequer se discutia sua veracidade e sim, discutia-se se o mago em questão tinha
de fato poderes sobrenaturais per se ou se era mero instrumento de execução do Diabo. A magia
era algo tão corriqueiro tanto entre as pessoas de pouca cultura como as mais eruditas já que
tratava-se algo extremamente corriqueiro no cotidiano.

Diversos tratados mágicos celebres foram desenvolvidos na Espanha medieva como a Clavícula
de Salomão1, o Liber de Raziel2 etc.. Dentro de nobres que se destacaram nas artes mágicas
podemos citar o Marques de Villena3 que foi um necromante e astrólogo famoso e Antonio de
Muntulmo , bolonhês e astrológo. Em contra partida o Frei Lope Barrientos4 dedicou a João II
três tratados sobre as artes mágicas contestando a veracidade dos voos mágicos das bruxas e dos
seus ofícios segundo o Canon Episcopi5 . Demais autores ainda debatem sobre o poder de atuação

1
A Chave de Salomão ou Clavícula(s) de Salomão (em latim: Clavicula Salomonis ou Clavis
Salomonis) é um grimório pseudepigráfico, atribuído supostamente ao Rei Salomão, mas com sua
origem provavelmente situada na Idade Média.
O grimório contém uma coleção de 36 pantáculos (não confundir com pentáculos) que possibilitariam
uma ligação entre o plano físico e os planos sutis. Os textos teriam a sua inspiração em
ensinamentos cabalísticos e talmúdicos.
Existem diversas versões da Chave de Salomão, em várias traduções, com menores ou maiores
variações de conteúdo entre elas, sendo que a maioria dos manuscritos originais datam dos séculos
XVI e XVII, entretanto, há uma versão em grego datada do século XV.

2
Sefer Raziel HaMalakh, (Hebrew ‫ המלאך רזיאל ספר‬Book of Raziel the Angel), is a medieval Practical
Kabbalah grimoire, primarily written in Hebrew and Aramaic, but surviving also in Latin translation,
as Liber Razielis Archangeli, in a 13th-century manuscript produced under Alfonso X.
3
Enrique de Aragón o de Villena, llamado el Astrólogo o el Nigromante (Torralba de Cuenca, 1384 -
Madrid, 1434) fue un noblecastellano de sangre real, señor de la villa de Iniesta, caballero y maestre de
la Orden de Calatrava. Escribió y tradujo numerosas obras sobre las diversas disciplinas que
cultivó: medicina, teología, astronomía y literatura
4
Fray Lope de Barrientos O.P. (* Medina del Campo, 1382 - † Cuenca, 1469), llamado Obispo
Barrientos, es un personaje poco conocido en la historia española. Sin embargo, en su tiempo llegó
a ser uno de los clérigos más poderosos de la Corona de Castilla.
Desde sus orígenes relativamente humildes, en Medina del Campo, donde estudió gramática, se
aprovechó de la costumbre secular de los monarcas castellanos de emplear nobles de segunda fila
en la corte (alejando así del poder a la alta nobleza) para entrar al servicio de Fernando de
Antequera. Cuando mediaba el siglo XV, un amplio sector social mantenía una postura muy
radicalizada en contra de los judíos

5
The title canon Episcopi (also capitulum Episcopi) is conventionally given to a certain passage
found in medieval canon law. The text possibly originates in an early 10th-century penitential,
recorded by Regino of Prüm; it was included in Gratian's authoritative Corpus juris canonici of c. 1140
(Decretum Gratiani, causa 26, quaestio 5, canon 12) and as such became part of canon law during
the High Middle Ages.
It is an important source on folk belief and surviving pagan customs in Francia on the eve of the
formation of the Holy Roman Empire. The folk beliefs described in the text reflect the residue of pre-
Christian beliefs at about one century after the Carolingian Empire had been Christianized. Its
condemnation of the belief in witchcraft was an important argument used by the opponents of
the witch trials during the 16th century, such as Johann Weyer.
das artes mágicas A feitiçaria já tomava conta do imaginário popular da Espanha do século XV em
todos suas estratoferas sociais. Estava intrínseca no cotidiano do seu povo e em suas práticas.

Em meio a isto tudo Juan II baixou um decreto em 1410 em que se condenava a morte aos réus de
práticas magicas como amarrações de amor e feitiços. Mas tais praticas sempre foram
extremamente comuns no cotidiano das classes mais humildes e que derivavam de costumes
ancestrais do uso de herbalismo e assentadas em suas raízes pagãs. Com seus conhecimentos
empíricos e sua medicina natural elas salvavam vidas de mulheres e crianças durante o parto,
curavam animais de criação e sempre tinham poções naturais para os mais diversos tipos de
doenças e malefícios.

O Cristianismo ao longo dos anos percebeu a força dessa ancestralidade matrifocal e começou-se
ai aculturação das práticas milenares com os saberes destas mulheres passando a ser visto como
algo impuro e herético pelo clero. Magia e mulheres tornaram-se os principais alvos de
perseguição religiosa. Com o advento da medicina oficial e sendo esta ensinada por homens em
universidades a bruxaria começou a ser vista como algo popular, sem fundamentação alguma e
sobre tudo, subversiva e ilegal.

E é dentro de este contexto histórico que cidades como Salamanca e Toledo ficaram famosas por
seus estudos de magia e feitiçaria já que todas as lendas relacionadas a estas praticas aliada à
predisposição das cidades foi muito mal vista como sendo uma forte influência hebraica já que lá a
presença de judeus era muito forte. Correlacionar as práticas de feitiçaria e as presenças de judeus
era comum por se tratarem de minorias que ameaçava os alicerces da fé da Santa Madre Igreja.

O povo de Judá acusado, assim como as feiticeiras, de compactuar com o Diabo já que eram
,segundo a Santa Inquisição, os responsáveis pela crucificação de Cristo. Segundo pesquisas
históricas, podemos concluir que apesar da perseguição religiosa contra o povo hebreu, eles ainda
assim se encontravam bem estabelecidos na Espanha nas aljamas- que era bairros judeus- e que ao
contrário do restante da Europa, gozavam de uma certa liberdade e puderam assim desenvolver-se
economicamente sendo arrecadores de impostos, médicos , professores e assumindo posições de
prestígio na economia. Precisamente dentro deste cenário social e histórico que Fernando de La
Roja, o autor de La Celestina e descendente de judeus conversos desenvolveu aquela que seria sua
obra mais destacada. Ainda que ele tivesse levado uma vida segura e estável como jurista e
professor universitário sempre teve a sombra do Tribunal do Santo Oficio pairando sobre sua vida.
Casado com a filha de um judeu converso, presenciou ao longo de sua vida diversos episódios de
parentes e amigos sendo perseguidos e presos sob a alegação da limpeza de sangue promovida
fortemente pelos Reis Católicos , mantendo-o alerta durante toda sua vida.O “sabat” judaico foi
identificado com o das feiticeiras, caracterizado por ser uma adoração ao demônio com fins
conspiratórios contra a cristandade, conforme FONTETTE (1989, p.56)

É sem duvida a essa analogia entre o judeu e o bruxo que se devem, em parte, as controvérsias
sobre os médicos judeus; se o poder não vem Deus, vem do diabo, e, no caso do judeu, não há
hesitação. Desde 1246, um concilio de Beziers6 proibia aos cristãos de recorrer a seus cuidados,
pois era melhor morrer que dever a vida a um médico judeu.

Aqui se faz necessário ressaltar que, quanto mais a sociedade cristã medieval sentia- se frágil e
desprotegida em virtude do mal que a assombrava – hereges, feiticeiras, judeus – mais se
reforçava a ideologia da necessidade de um poder repressivo devidamente organizado para
defender tal sociedade, que era incapaz de proteger-se sozinha. Justificava-se assim a necessidade
da instalação dos tribunais inquisitoriais naquele período.

Lança-se aqui nesta altura do texto a seguinte questão: Até onde Rojas foi de fato influenciado
por todo este cenário de perseguição politica e religiosa? Tinha ele tais conhecimentos sobre
magia e feitiçaria tão detalhados, como veremos a seguir à ponto de descrever com tal perfeição as
práticas mágicas de Celestina? Ou seria uma forma de contestação que encontrou para a
perseguição religiosa e social que os judeus conversos sofreram ao longo de sua ascensão na
aristocracia espanhola?

Celestina como figura feminina emblemática no século XV

Dentro da sociedade patriarcal do século XV , os papeis sociais estavam extremamente bem


distribuídos designando a mulher o mais inferior e menos importante deles. Relegando-a aos
cuidados do lar e criação da prole. Todo o contrário disto era tido como desonra e ruína social.

6
Tal Concílio propugnou sobre a erradicação do paganismo, ainda persistência na região e proibiu as
comemorações da quinta-feira como um dia dedicado a Júpiter. Estabeleceu também que além da
pena da pena de excomunhão, os incorrentes [e os que fossem consultar aos chamados adivinhos e
feiticeiros] seriam multados em uma valiosa quantia em ouro.
Mas onde então ficavam as mulheres que não se encaixavam nos padrões religiosos e sociais da
época?

Prostitutas, miseráveis, viúvas e velhas faziam parte desta classe minoritária e sobrevivente em
que a exclusão social fizeram destas mulheres muito mais articuladas e forte do que as que viviam
entre a nobreza. Prostíbulos próximos a universidades eram xtremamente comuns e acredita-se
que foi esta proximidade entre Rojas que era professor universitário e tais estabelecimentos que
favoreceu a construção psicológica das personagens.

Celestina é a representação clássica desta mulher que era transgressora e ameaça ao sistema de
controle masculino ao reunir em uma só pessoa todas as qualidades combatidas pela Igreja

Em sua primeira descrição no ato I quando Sempronio comenta sobre a alcoviteira:

Días há grandes que conozco em fin desta vezindad uma vieja barbuda que se dize Celestina,
hechizera, astuta, sagaz em quatas maldades hay. Entiendo que passan de cinco mil virgos los que
se han hecho y deshecho por su autoridade en esta ciudad. A las duras peñas promoverá a
luxuria, si quiere (I,103)

E em outro trecho, agora na voz de Pármeno. “Ella tenía seys officios, conviene a saber:
labrandera, perfumera , maestra de hazer afeytes y de hazer virgos y um poquito hechizera
(..)”(I,110-111)

Não era uma mulher do campo, campesina e sim alguém que transitava pela cidade e que reunia
em si todos os ofícios necessários para atender a comunidade que vivia.Curava crianças, fazia
perfumes e poções, salvava a vida de moças que precisavam se manter honradas restaurando a
virgindade, Sabia de todas as ervas e plantas. Era à favor do amor livre e não das convenções
sociais que lhe haviam sido imposta pelo sistema vigente.

Em Ato I, Diz Parmeno “Sí, Santo Dios! Y remediava por caridade muchas huerfánas y erradas
que se encomendavam a ella . Y en outro apartado tenía para remediar amores y para se querer
bien.Tenía huessos de coraçón de ciervo”

Uma sobrevivente de sua época, por assim dizer. Alguém que reunia toda uma linha de
conhecimentos que foram transmitidos durante as gerações. Manipuladora de destinos, tecelã de
conjuros. Astuta e manipuladora dps desejos humanos, sabedoria que foi adquirida ao longo dos
anos pela observação da psique humana aliada a necessidade de sobreviver em uma sociedade
inóspita.
O carretel de linha- Plutão em ação

Dentro dos trechos em que cita-se as ações mágicas de Celestina, o mais destacado de todos é o
conjuro a Plutão e o encantamento lançado ao carretel de linha que irá para Melibea, conhecido
como philocaptio7.

Ainda que diversos autores contestem a veracidade das descrições feitas por Rojas dos ofícios e
habilidades de Celestina é incontestável que no Ato III o conjuro foi extraído de relatos de
processos inquisitórios contra satanismo e magia negra. Plutão, regente do submundo, guardião
das chaves do inferno e donos de todas as riquezas que jazem debaixo da terra é uma licença
poética para o nome Satanás. Impossível crer que tal descrição seria apena para dar
verossimilhança à personagem. É totalmente discutível também as afirmações de diversos autores
sobre a resistência de Melibea para com Calisto ser unicamente uma estratégia de sedução de
Celestina, Ela se fia e se apoia na eficácia do seu feitiço para dobrar a vontade da jovem donzela
como no trecho a seguir:

Conjurote, triste Plutón, señor de la profundidad infernal, eperador de la corte


danada capitán soberbio de los condenados ángeles, señor de los sulfureos fuegos
que los hervientes étnicos montes mana, governador e veedor de los tormentos y
atormentador de las pecadoras animas, regidor de las tres fúrias, Tesífone, Megera
y Aleto, administrador de todas las cosas negras del reyno de Stigie y Dite, com
todas sus lagunas y sombras infernales y litigioso caos mantenedor de las bolantes
harpias, com toda la outra compañía de espantables y pavorosas ydras. Yo,
Celestina, tu más conocida cliéntula, te conjuro por la virtude y fuerça desta
vermejas letras, por la sangre de aquella ave noturna com que están escriptas, por
la gravedad de aquestos nombres y signos que em este papel se contienem, por la
áspera ponçoña de las bívoras de que este azeyte fue hecho, com el qual unto este
hilado: vengas sin tardança a obedecer mi voluntad y em ello te envuelvas y com
ello estes sin um momento te partir hasta que Melibea, com aparejada
oportunidade que aya, lo compre. Y com ello de tal manera quede enredada que,
quanto más lo mirarte , tanto más su coraçón se ablande a conceder mi peticion, y
se le abras y lastimes del crudo y flerte amor de Calisto, tanto que despedida toda

7
Philocaptio consistía en suscitar por medios mágicos en la víctima del hechizo una violenta pasión amorosa
hacia una persona determinada sin que ésta se diese cuenta de que algo anormal había ocurrido.
honestidade, se descubra a mí y me galadorne mis passos y mensajes. Y , esto
hecho, pide y demanda de mi a tu voluntad. Si no lo hazes com preto movimento,
ternásme por capital enemiga; heriré com luz tus cárceres tristes y escuras,
acusaré cruelmente tus continuas mentiras, apremiaré com mis ásperas palavras tu
horrible nombre. Y outra y outra vez te conjuro. Y assí, confiando em mi mucho
poder, me parto para allá com mi hilado, donde te llevo ya embuelto (Acto II,
Escena III)

Em 1435, Juan Nider, autor de Formicarius8, obra irmã de Malleus Maleficarum9, cita ao menos 5
diferentes tipos de philocaptios e que muito se assemelham a este de Celestina.

Recurso estilístico e dramático ou fatos embasados em conhecimentos práticos? Fica aqui o


questionamento.

Conclusão

Dentro de todas as discussões teóricas brevemente explanadas nesta reflexão e também nos
trabalhos apresentados por outros autores, a unanimidade quanto a importância da magia na obra é
ponto em comum, Ela é vista sim como tema central e não como adereço meramente simbólico da
narrativa. Rojas não escreveu uma sátira contras as forças sobrenaturais e nem para alertar as
pessoas como sobre magia negra. Apesar de não chegarmos a uma conclusão definida das
intenções do autor, se ele foi além de uma simples lição de moral para estudantes obre o perigo de
se deixar levar pelos vícios e as paixões descontroladas, o que fica evidente aqui é que a magia e
tudo que envolve este tema, desde a descrição das artes e dos ofícios de Celestina até a
representatividade das personagens femininas aqui, retrata através do tema magico as repressões

8
Formicarius é um livro escrito pelo teólogo alemão Johannes Nider entre os anos de 1431 e 1438 e
publicado em 1475. Nele, Nider estabelece um tratado crítico sobre a sociedade, comparando-a a
um formigueiro
9
Malleus Maleficarum Maleficat & earum haeresim, ut framea potentissima conterens ou mais
comumente chamado apenas Malleus Maleficarum é o título original em latim (também chamado O
Martelo das Bruxas ou O Martelo das Feiticeiras[1]) do livro publicado
em 1486 ou 1487[2] pelos dominicanos Heinrich Kraemer (também conhecido por Heinrich Institoris[3])
e James Sprenger, na Alemanha, em cumprimento à bula papal Summis Desiderantis Affectibus de Inocêncio
VIII, que os autorizava criar um manual de combate aos praticantes de heresias - e que veio a se
tornar o guia dos inquisidores pelo restante do século XV e seguintes; embora outros manuais tenham
sido escritos no período, este é dos mais "perversos e cruéis", verdadeiro "manual de ódio, de tortura
e morte"
sociais que ambas minorias- mulheres e, até mesmo de forma indireta, judeus- viviam na Espanha
do século XV. Sutilmente percebe- se a critica social velada ao papel da mulher através dos
tratamentos recebidos por Celestina e suas discípulas, desde as palavras de Sempronio ao matar a
feiticeira, onde vê-se a eliminação de tudo aquilo que o patriarcado considera como maléfico e
subversivo até o drama de Melibea que termina por seu suicídio e é aqui retratado no doloroso
discurso de Pleberio, seu pai.

Independente das conclusões tomadas pelos leitores o que temos aqui é uma obra genial e que
retrata de forma burlesca e profunda a complexidade social e histórica espanhola e os perigos da
inconsequência passional. As forças atuantes na obra- magia, fortuna e religião- só servem para
reforçar o sentimento tragicômico do texto: o desejo frustrado. No final é válido até hoje a lição de
moral implícita na obra. A ação da Temperança , uma das virtudes teologais em suas relações
afetivas.

Bibliografia

Herrero Ana Vian. El Pensamiento Mágico em CELESTINA, “ Instrumento de lid o contenda”


Universidad Complutese de Madrid

RUSSEL,P. E. La magia, tema integral em La Celestina. Alicante, Biblioteca Virtual Cervantes,


2003

MACKAY, C. S. The Hammer of the Witches: a complete translation of the Malleus


Maleficarum. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

KAMEM, Henry. La Inquisición Española. 2011

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