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DA
EDADE MEDIA
PHILOSOPHI/ DA LITTERATÜR/
POR
THEOPHILO BRAGA
CiDrarta 3nífrnacicinal
DE
10^
ERNESTO CHARDRON EUGENIO CHARDRON 6
98, Rua dos Clérigos, 98 4, Largo de S. Francisco, 4
PORTO
1870
A MR. MICHELET
®l)copt)tlo íBtttiga.
INTRODUCÇÃO
DA
o
EDADE MEDIA
MYTHOLOGIA IBÉRICA
ENDOVELLICO
ENDOVOLLICO
SACllVM. MAE
CÜS. IVLIVS
PEOCVLVS
ANIMO. LI
BENS. VOTVM
SOLVIL
DEO ENDOVELLICO
PE^STANTISS. ET PEAE
SENTISSIMI. NVMINIS
SEXTVS. COCCEIVS CEA
TEEVS HONOEINVS
EQVES. EOMANVS
EX. VOTO
C. IVLIVS NOVÁTVS
ENDOVELLICO
PRO. SALÜTE
VIVENNIAE
VENVSTAE
MANILIAE. SVAE
VOTVM SOLVIT
ENDOVELLICO
CRITONIA
MAXVMA. EX
VOTO. PRO
CRITONIA. O. F.
7
10 ESTUDOS DA EDADE MEDIA
EN DOVELLICO
ALBIA
lANVAEIA
10
11
ENDOVELLICO
SACRVM
EX. RELIGIONE
IVSSV. LVMINIS
POMPONIA
MARCELLA
A. L. P.
12
13
Q. SERVIVS Q. F. PAP.
FIRMANVS VOTVM
DEO ENDOVOLICO
S. L. M.
14
E. S.
P. MANIL
ATICTVS V. S.
15
HERCVLI P.
ENDOVELL.
TOLET. V, V.
OSCA
DEIS. TUTEL.
COMPEDII.
URSOS. TAUROS.
AVES MARINAS
QUONDAM. D. D.
§. I
(1) Naudé, Apologie, Cliap. XXI, png. 628 c 29, onde cita
a auctoridade de uin famoso iuriscoiisulto, apud Eminanuel de
Moura, lib. de Ensalm. sect. 3. cap. 4, n. 12.
28 ESTUDOS DA EDADE MEDIA
An itiihi ciintando victus non rcderet ille,
Quem nifa carminibiis nieniisset fistula. caprum?
Si nescis, iiiens ille caper fuit (1).
«O Sanote Christophore,
Qiii portasti Jesum Cliristuin
Per inaii riibruni,
Noc fraiixisti ciunini.
Et, hoc est rjoii niirnin,
Quift fiiisti inagnuni virum. »
Ad Maronis inaiiaolenin
Duotua, fudit super eum
Pium roreiu lacliiyniao,
Quem te, inquit, reddidissoni,
Si te vivum iiivenissein,
Poetaruiu maxiuie?
í£iim
O escudeiro de sua casa ou em aljiuma
O cousa de
que se muito doêsse. E isto sempre o assim passaram
os senhores de Biscaia até á morte de Dom João o
torto; e alguns o quizeram provar de o não fazer e as-
sim acbaram-se mal. E mais dizem lioje enidialii, que
jaz com algumas mulheres lii uas aldeias, ainda que
não queiram, e vem a ellas em figura de escudeiro, e
todas aquellas com quem jaz tornam escoomdas. »
(agouradas? 1)
Este mesmo conto ainda se repete ua tradição po-
pular no romance da Eiwuntada e Caçador e a Do/izilln,
vulgarissimos em qiiasi todas as províncias do reino
e ilhas. (2) Depois de termos recolhido estes velhos
monumentos da tradição medievica, começamos a col-
ligir da versão oral alguns contos feéricos; eis dois
dos mais conhecidos, que appresentamos como typos
do senero:
31 (Eacl]nitnl)a
(1) Purgatorio. c. 4
(2) Vitii S. Grreg. lib. II, cap. V. 44, Btillaild, Marlii, i,
II pag. 159.
(3) Thom. in Sententiarum, lib. IV, Distirict. XLV, art.
III, Oper. t. XViri, p. 144. edic. Venet. 1593.
A LENDA DO DOUTOR FAUSTO 101
(1) Miclielet. Origines du Droit, cap. IV, pag. 195, 200, on-
de traz citados todos os auctores que se referem a este ponto.
110 ESTUDOS DA EDADE MEDIA
PORTUGUEZA
§. I
Divisemi Io core,
El corpo cadê in terra.
Quel quadrei Io dei amore,
Uhe balestra disserra,
Percosse con ardore
Di pace fece guprra.
Moroini di doíciore.
In foco etc,
Moromi di doíciore.
Ne ven' maravigliate,
Olie tai colpi mi son diite
Da lancie iunainorate;
E'l ferre è lungo e lato
Cento braccia sappiate
Cht m'ha tnto passato.
In foco etc.
Distoselc si forte,
Chi'o difK dai scontarle
Onde campai da morte.
Ti muovi contra ragione,
Gridando molto forte,
Un' trabncco rizzoe,
Chi mi diede iiuove sorte
In foco etc.
10
146 ESTUDOS DA EDADE MEDIA
Passato non per morte,
Ma dà diletto ornato;
Poi rirnessimi si forte
Dentro il corpo tornato,
Clic segni quelle scorte,
Che haveano guidato
Nella superna Corte.
In foco ctc.
9tabat ílTatcr
Moido e desesperado
Viu do filho o tenro corpo,
A' dura cohunna atado.
«qué desventura
La tiene en esta cárcel baja, escura?»
A LA ASCENSION
A escuras, segura,
Desconhecida, por ocoulta escada,
Oh ditosa ventura!
A escuras, velada,
Tendo já minha casa socegada;
E esta me guiava
Mais certa do que a luz do meio dia,
Para onde me esperava
Quem eu bem conhecia,
Era parte onde ninguém apparecia.
166 ESTUDOS DA EDADE MEDIA
Oh noite, pois guiaste,
Oli noite grata mais do que a alvorada,
Oh noite que enlaçaste
Amante com amada,
Amada no amado transformada.
A aura da campina,
Quando já seus cabellos esparzia,
Com sua mSo divina
Em meu collo feria,
E todos meus sentidos suspendia.
Quedei-me e olvidei-me,
O rosto reclinado sobre o amado;
Cessou tudo, e deixei-me,
Deixando meu cuidado
Entre alvas açucenas olvidado. (1)
í Conljfcimeuto proprio
/
Quem Bou eu, quo assim vivo descuidado?
Quem BOU eu, que não vivo arrependido?
Quem serei, que não ando apercebido?
Não sei aonde irei dar tao mal parado.
21 CI)rtsto frufificaÍK)
PORTUGUEZA
que tudo isto foi bom, por que (Uisto deviam de nascer
as Calotas de uma Religiosa portugueza.y> (1)
A lucta constante para a renovação de uma na-
cionalidade, considerada como accessoria, diante de
uma obra de arte! Parece injusto; mas se repararmos
que o gênio nacional nada lucrou com a restauração,
e desde 1640 até lioje tem levado uma vida valetudi-
naria, dá vontade de esquecer a tradição heróica, para
absorver essas manifestações profundíssimas do amor
da pobre Religiosa.
11
(1) L. X, p. 585.
(2) Lettre V, p. 90.
(.3) Let. V. p. 94.
(4) Pag 53.
(5) Let. III, p. 67.
lí)0 ESTUDOS DA EDADTÍ MEDIA
III
64.
AS CARTAS DA RELIGIOSA PORTUGUEZA 203
IV
( p. 58.
214 ESTUDOS DA EDADE MEDIA
§. I
(1) P. 103.
(2) P. 109.
h) p. 31.
4 P. 79.
224 ESTUDOS DA EDADE MEDIA
O judeu e o zarolho
Ambos se deram de pé;
Por que um manqueja na fé.
Outro manqueja de um olho.
Quem os pozera n'um mólho
Como o hom Sylva deseja,
Para que n'e8te8 se veja
Cumprida a letra perfeita :
Tarde o torto se hidireita ;
Guardar do cão que manqueja. (4)
Eeferindo-se a Aijubarrota:
18
274 ESTUDOS DA EDADE MEDIA
(1) Primavera,
ROMANTISMO EM POBTUGAL 317
FIM.
insTDEx:
A Mr. Michelet V
InTRODUCÇÃO VII
Mythologia ibérica
^ Endovelico, Hypsistos, Nethon . . . . 1 a 12
O Cyclo de Sam-Graal 13
Virgílio na Edade Media
§ 1.° Formaçílo das lendas de Tirgilio. . 23
§ 2." Sanctificação de Virgilio .... 32
§ 3.° Virgilio e a Eenascença .... 41
Os Contos de Fadas
Tradições dos séculos mudos 53
O Rei Lear no Nobiliario 60
A Dama Pé de Cabra 61
As tres Cidras do Amor 65
A Cacheirinlia 70
Lenda do Judeu Errante 77
Lenda do Doutor Faustí 89
Poesia da Navegação Portugueza . . . 115
A Poesia Mystica Amorosa
§ 1.° Poesia Mystica na Italia .... 135
§ 2° Poesia Mystica na Hespanha. . . 158
§ 3.° Poesia Mystica ein Portugal. . . .168
332
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Classificação ®69«4
TOMBO: 6.903
FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÈHCIAS
E LEIRAS DE ASSIS
biblioteca central
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