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A obra Frei Luís de Sousa, escrita por Almeida Garrett, inicia-se com um monólogo

de Madalena, em que esta reflete sobre um verso d’ Os Lusíadas, alusivo a Inês de


Castro. D. Madalena compara-se com ela mas encontra-se ainda mais angustiada e
atormentada porque não quer que D. João volte tantos anos depois, já que a sua filha
com Manuel de Sousa é fruto do pecado.
Seguidamente, e já na cena dois do 1º ato, existe uma conversa entre Telmo e
Madalena, na qual o aio demonstra o afeto e simpatia por Maria, que é sempre
caracterizada positivamente (carinhosa, curiosa, compreende tudo, formosa…). No
decorrer da conversa, os dois recordam a Batalha de Alcácer-Quibir e apontam teorias
à morte de D. João. Telmo, um escudeiro fiel e “familiar quase parente”, demonstra a
sua lealdade e fidelidade para com D. João, julgando Madalena pelo pecado que
cometera. Este, tem a crença de que D. João iria voltar, devido a uma carta escrita por
este, em que dizia que “vivo ou morto” iria voltar”. Por fim, nesta cena, Madalena teme
que Maria descubra a verdade e pede um voto de silêncio a Telmo.
A 3ª cena inicia-se com a espera de Maria por Telmo à beira rio, já que este estava a
conversar com D. Madalena “sem se importar de mim”. Maria recorda D. Sebastião, já
que era uma crente do sebastianismo e lia sobre isso, e D. Madalena fica atrapalhada
e angustiada com a conversa, já que relembra a história de D. João e o risco que corre
se ele aparecer. Maria não entende porque é que os pais não aceitavam tal conversa.
Na cena 4, Maria mostra-se preocupada com a mãe e com os pais por estes se
sentirem tão preocupados com ela, sendo que D. Madalena não pode revelar os
motivos das suas preocupações. Maria acaba a cena a caracterizar o irmão perfeito
imaginário e culpa a sua inexistência pela sua falta de personalidade.
Na cena 5 entra em cena Frei Jorge Coutinho, que chega de Lisboa e traz a notícia
de que os governadores querem sair da cidade e escolheram passar a viver em
Almada, mais concretamente no palácio onde Madalena habita com a sua família.
Maria reage de forma positiva à notícia, mas Madalena revela alguma ingenuidade,
revelando algum sentido patriótico.
A 6ª cena inicia-se com uma pequena conversa entre Miranda, Madalena e Jorge.
Miranda anuncia a chegada de Manuel de Sousa e confirma os sinais de doença de
Maria.
Na cena 7, Manuel entra em casa de um amaneira pouco comum, o que leva
Madalena a questioná-lo sobre o que se passa. Manuel pede a Maria, a Jorge e a
Miranda que se sentem, também, ao pé dele, para lhes contar que a casa não era
mais deles a partir daquele momento (“temos de sair já desta casa”). Maria, com já era
expectável, alegra-se com a notícia dada por Manuel, mas este não quer abandonar a
casa, mesmo sabendo que “não há outro remédio”. Manuel pretende “dar uma lição”
aos governadores e a Luís de Moura, já que este era defensor da pátria. A cena
termina com Madalena e Jorge a tentarem conter as intenções de Manuel, dizendo-lhe
que tem mais a perder do que a ganhar.
Na cena 8 dá-se o diálogo entre Manuel e D. Madalena, em que esta tenta demover
Manuel da sua ideia de ir viver para o palácio de D. João. Manuel de Sousa, que se
mostra heroico, de consciência limpa e patriota, pede-lhe que olhe para a sua
condição social e que o ajude e apoie naquele momento tão difícil.
Consequentemente, na cena 9, Telmo vem avisar a família de que os governadores
encontram-se a caminho e que o arcebispo já se encontra no convento. Este anúncio
desperta uma reação negativa em Manuel, que se mostra irritado com a
inconveniência.
Na 10ª cena, Manuel pede a Frei Jorge que leve Maria e Madalena.
Já na 11ª cena, primeiramente, Manuel refere a forma como o sue pai morreu e
questiona-se sobre como morrerá, dando um exemplo de uma forma de morrer
(“morrerei nas chamas ateadas por minhas mãos”). Manuel reflete sobre a sua vida e
sobre a vida do seu povo, acabando a cena com este a atear fogo ao palácio.
Na última cena deste ato, Madalena mostra-se chocada com as ações de Manuel e
este, com orgulho do seu ato, responde-lhe, de forma irónica, que as suas ações
servem para iluminar a casa e que estes podem ir quando quiserem. Acabam a cena a
fugir.

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