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Norte e Sergipe)
Não importa a categoria social: o feminino ultrapassa a barreira das classes p.241
ATIVIDADES FEMININAS
As mulheres de classe mais abastada nao tinham muitas atividades
fora do lar. Eram treinadas para desempenhar o papel de mae e as chamadas
“prendas domesticas” - orientar os filhos, fazer ou mandar fazer a
cozinha, costurar e bordar.
Outras, menos afortunadas, viuvas ou de uma
elite empobrecida, faziam doces por encomenda, arranjos de flores, bordados
a crivo, davam aulas de piano e solfejo, e assim puderam ajudar no
sustento e na educacao da numerosa prole. Entretanto, essas atividades,
alem de nao serem muito valorizadas, nao eram muito bem-vistas socialmente.
Tornavam-se facilmente alvo de maledicencia por parte de homens
e mulheres que acusavam a incapacidade do homem da casa, ou observavam
sua decadencia economica. Por isso, muitas vendiam o produto de
suas atividades atraves de outras pessoas por nao querer aparecer. Na epoca,
era voz comum que a mulher nao precisava, e nao deveria, ganhar
dinheiro. P. 249
Ao final do
seculo XIX e inicio do XX, esse poder passa a concentrar-se nas maos de
cerca de 300 familias de elite egressas das milicias estatais e nacionais,
conhecidas na historia da regiao do Nordeste como oligarquias: na Paraiba,
por exemplo, doze ou treze familias extensas, com as suas tentaculares
parentelas, exerciam o monopolio da terra, do mercado, do trabalho e de
todos os recursos no interior de uma economia marcada pela escassez e
pelo plantio do algodao. P254
O RAPTO CONSENTIDO
Muitas vezes o namoro nao desejado pelos pais encorajou o rapto da
moca pelo pretendente. Mas um rapto consentido pela mulher, com a promessa
de casamento pelo raptor. 267
Mas se queremos
mesmo dar uma guinada na história das mulheres, deslocando-a para
um campo bem mais fértil e instigante da história dos gêneros, é preciso
que, entre outras coisas, abandonemos definitivamente essa obsessão em
buscar comprovar que a mulher é mais discriminada, é mais explorada, é
mais sofredora, é mais revoltada etc., etc. Nem mais, nem menos, mas sim
diferentemente. Diferenças cujos significados não se esgotam nas distinções
sexuais, devendo, portanto, ser buscados no emaranhado múltiplo,
complexo e, muitas vezes, contraditório, das diversidades sociais, étnicas,
religiosas, regionais, enfim, culturais.15