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AS ESTRELAS:

FLAMÍGERA, FLAMEJANTE, BRILHANTE, RADIANTE, ETC


AS ESTRELAS:
FLAMÍGERA, FLAMEJANTE, BRILHANTE, RADIANTE, ETC

Nos variados painéis1 utilizado pelo mundo maçônico existem figuras denominadas
de “estrelas”, as quais têm várias denominações, digo, significados. E entre essas
“estrelas”, há uma que se destaca das demais. E essa “estrela”, ora é denominada por
“flamejante”, ora por “flamígera” ou ora, por “resplandecente”.
Vejamos o que “falam” os rituais:
Cerimônias Aprovadas do Rito York (Ritual de Emulação Praticado no GOB) – 1º
Grau – Aprendiz – 2007.
Página 96 ...“O interior de uma Loja é composto de Ornamentos, Mobiliário e
Jóias. Os Ornamentos são: o Pavimento Mosaico, a Estrela Brilhante e a Moldura
Dentada ou Marchetada.”
“O Pavimento Mosaico é o belo soalho da Loja, a Estrela Brilhante, a glória no
centro, e a Moldura Dentada ou Marchetada a guarnição que a circunda.” [vide
figura na página 12 do ritual]
“A Estrela Brilhante ou a Glória, no centro, lembra-nos o Sol, que ilumina a Terra
e, pela sua benéfica influencia, espalham suas bênçãos pelo gênero humano em
geral...”
No Ritual do Rito Adonhiramita adotado pelo GOB [2005]. A referida “estrela” é
denominada de Estrela Rutilante [vide fl. 39 do ritual] e Flamejante [vide fl. 34 do
ritual].
No Ritual do Rito Brasileiro adotado pelo GOB [2003]. A referida “estrela2” é
denominada de Estrela Radiante [vide fl. 11 do ritual]. Flamejante [vide fls. 33 e 69
do ritual].
No Rito Moderno adotado pelo GOB [1999], a referida “estrela” é denominada de
Estrela Flamígera3 [vide fl. 38 do ritual].
 No REAA adotado pelo GOB [2000], usa-se unicamente o painel adotado pelas
lojas francesas do Rito e a estrela é denominada de flamígera.
No REAA adotado pela GLEPB [2012], usa-se dois painéis [de forma
equivocada]. O Painel de origem inglesa (é denominado na GLEPB de “alegórico”)
em que a estrela é denominada de “Flamígera”. [vide fls. 55, 56, 66, 75, 76 do ritual]
Portanto, utiliza-se cinco diferentes adjetivos para a referida estrela:
Brilhante4;
Rutilante;
Flamígera;
Radiante;

1
Entenda-se por “Tábua de Traçar”, “Tábua de Delinear” ou “Tapete do Mestre”.
2
Essa estrela é denominada como “Flamígera” quando é apresentada ao Companheiro na Cerimônia de Elevação. E quando nas
instruções essa estrela é denominada de “Flamejante”. Então deve haver algum equívoco.
3
Essa estrela também é denominada de Estrela Polar. Vide na mesma fl. 38.
4
https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles-portugues/blazing

2
Flamejante.
Brilhante é o adjetivo empregado no Ritual do Rito de York (Emulação) adotado
pelo GOB para descrever a “estrela” da Tábua de Traçar (Delinear) do Grau de
Aprendiz, que basta comparar, apresenta uma concepção artística diferente das
presentes nos três painéis do Grau de Companheiro. A “estrela” de sete pontas na
tábua de traçar do sistema inglês, embora denominada de estrela flamígera, pela sua
concepção artística, a rigor, não dever ser denominada nem de flamígera e nem de
flamejante, pois não é assim que está representada. Como é comum que toda e
qualquer estrela brilhe, cintile, chamar-se aquela estrela de sete pontas, que não é
uma estrela qualquer, de brilhante, é muito pouco, razão pela qual preferimos a
denominação resplandecente – que significa muito brilhante, resplandecente,
esplendoroso.
Rutilante é o adjetivo utilizado no Rito Adonhiramita para as estrelas de seis e cinco
pontas presentes nos painéis do Grau de Companheiro. Do mesmo modo que
entendemos que Brilhante é muito pouco para adjetivar a estrela de sete pontas,
preferindo o termo rutilante, somos de opinião que Rutilante não corresponde as
concepções das estrela de seis ou cinco pontas dos painéis do Grau de Companheiro.
“Flamejante” e “Flamígera” derivam, do latim flammantis “que expele chamas” e
flammigerus, “que gera chamas”. Assim, como está implícito nos rituais do Rito
Brasileiro e do REAA adotado no Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro
(COMAB), que empregam ambas as denominações, tanto faz que se chame a estrela
de flamígera ou de flamejante. É simplesmente uma questão de gosto pessoal e, como
diz a sabedoria popular: “gosto não se discute”.
Quem gosta de azul apresenta seus argumentos por preferir essa cor, assim como
aqueles que gostam da cor amarela procedem de igual forma e ambos estão
incorrendo em erro para os que gostam de uma terceira cor. Como nesse estudo nos
referimos a estrela como flamígera, devemos apresentar os motivos de nossa
preferência:
As estrelas em geral, tal como o sol – que também é uma estrela de quinta grandeza –
e ao contrário da Espada Flamejante não se limitam a expelir chamas, são fontes
geradoras de chamas, de energia. Aliás, o sol é fonte geradora de luz, calor e vida
para a Terra, razão pela qual desde tempos idos foi associado5 as divindades.
A Estrela Flamígera surge nos rituais do Grande Oriente do Brasil desde os idos de
1898.
Segundo alguns grandes corpos simbólicos6, a Estrela Flamígera é o símbolo
distintivo do Grau de Companheiro, que conhece a senha: “E. V. A. E. F.”
No ritual do Grau de Companheiro do Rito de York adotado no GOB, traduzido pelo
irmão Joseph Thomaz Wilson Sadler em 1920, a Estrela Flamígera não é mencionada
em lugar nenhum, havendo, porém, uma associação dela com as inscrições em
hebraico presente no pórtico da Câmara do Meio, quando diz que os caracteres

5
Há inúmeras narrativas de culto solar em diversas partes do mundo.
6
Entenda-se aqui no Brasil por Potência Maçônica (Grande Loja ou Grande Oriente).

3
hebreus estão representados pela letra “G”, a qual está inscrita na Estrela Flamígera,
desenhada mais acima no pórtico: [vide figura na página 13].
“Quando os nossos antigos irmãos se encontravam na Câmara do Meio, sua atenção
era particularmente voltada para certos caracteres hebreus, aqui representados pela
letra “G” (...) significando Deus (...) O Grande Geômetra do Universo, a quem todos
nós devemos submeter e a quem todos temos por obrigação adorar humildemente.”
Já no ritual do Grau de Aprendiz, onde é representada como uma estrela de sete
pontas, a Estrela Brilhante é efetivamente mencionada:
“A Estrela Brilhante ou glória no centro, lembra-nos o sol, que ilumina a Terra e
pela sua benéfica influência espalha suas bênçãos pelo gênero humano em geral.”
Pelo que dizem os rituais dos graus 1 e 2 e mais o fato da Escada de Jacó,
representada na Tábua de Traçar do Grau 1 do sistema maçônico inglês, estar ligando
o V. L. S. à Estrela Flamígera, pode-se concluir que, naquele sistema maçônico
(inglês) a Estrela Flamígera representa a Divindade, ou seja, o Grande Geômetra do
Universo.
No Rito Adonhiramita adotado pelo Grande Oriente do Brasil, a Estrela Flamígera
(Rutilante), é citada em duas ocasiões:
“Considerai esta Estrela (Rutilante) misteriosa: nunca a percais de vista, pois é o
símbolo do Gênio, que nos leva a criar grandes coisas; daquele fogo sagrado,
porção da luz divina, com que o Grande Arquiteto do Universo forjou nossas almas e
cujos raios nos permitem distinguir o Bem do Mal, conhecer a Verdade e praticar a
Justiça.”
... “a Estrela Rutilante que ilumina todos os quadrantes do mundo...é o símbolo do
Grande Arquiteto do Universo que irradia uma Luz própria exclusivamente dele...”
Neste caso, a conclusão fica bastante facilitada com esse último texto do ritual. Para o
Rito Adonhiramita, a Estrela Flamígera simboliza o Grande Arquiteto do Universo.
No Rito Brasileiro adotado pelo Grande Oriente do Brasil, a Estrela Flamígera é
mencionada três vezes:
“Contemplai esta Estrela Misteriosa (apontando para a Estrela Flamígera) e nunca
a afastai do vosso espírito. Ela é não só o emblema do gênio que leva o homem à
prática das grandes ações, mas também o símbolo do fogo sagrado com que nos
dotou o Supremo Arquiteto do Universo e sob cujos raios devemos discernir, amar e
praticar a Verdade, a Justiça e a Equidade. A Estrela renova na Loja de
Companheiro a visão Delta, também resplandecente de luz, fontes das Verdades
Eternas.”
“A Estrela Flamejante é o símbolo máximo: é o foco da Verdadeira Luz...”
“Fundamentalmente os dois (Delta Luminoso com a letra IOD e a Estrela
Flamejante com a letra G são um só (símbolo): a letra IOD representa o Principio e
o Fim de tudo; os cinco ramos da estrela são a variedade em o conjunto das coisas
“sic7” e a letra G é a Geração Universal ou a Unitária Origem.”

7
Sic é um advérbio latino que em português significa “assim”, “desse modo”, “desta forma” “exatamente assim” e “assim mesmo”.
A palavra “sic” é escrita entre parênteses, após uma palavra ou frase, de terceiros, quando estas apresentam algum erro na forma em
que estão escritas, ou que aparentem estranheza, mas foi dessa forma que o autor escreveu. Sic é usado em vários países e tem o

4
Conclui-se principalmente por esses dois últimos textos, que também no Rito
Brasileiro a Estrela Flamígera representa a Divindade, o Supremo Arquiteto do
Universo.
No Rito Moderno adotado pelo Grande Oriente do Brasil, talvez seja o que empresta
maior importância à Estrela Flamígera, a considerar a extensão das explicações nele
contidas, que seguem infra destacadas em itálico: 
“Este símbolo (a Estrela Flamígera), colocado perto da coluna do sul, é a Estrela
Polar do pensamento, livre de preconceito e superstições.”
“A Estrela Flamígera é nossa Estrela Polar, o astro do livre pensamento, símbolo
essencial do Grau de Companheiro, que o preserva da sujeição a dogmas.”
“Indica que o iniciado do Segundo Grau está destinado a transformar-se, ele
próprio, em uma espécie de fogo ardente, fonte de calor e de luz, de compreensão e
tolerância.”
“Iluminado por sua inteligência e por seu coração, unidos na pesquisa da Verdade,
deve devotar-se sem reservas à Obra, a prática do Altruísmo e da Bondade.”
“Guiado pelo seu desenvolvido conhecimento de seu próprio ser, dos outros e das
coisas, alcança uma melhor cultura, esforçando-se por aplicar a tudo o
desenvolvimento da ordem justa.”
“Realiza assim, o melhor que pode: a perfeita harmonia do homem consigo mesmo,
ao mesmo tempo que a harmonia das coisas exteriores com as idéias necessárias que
as organizam da melhor maneira possível.”
“A Estrela Flamígera – que em todas as filosofias e em todas as religiões do mundo,
em todos os tempos – tem cinco pontas; figura os quatro membros do homem e a
cabeça que os governa.”
“Sinal das faculdades intelectuais mais nobres que dominam a matéria e os
elementos, é o símbolo do Poder e da Vontade, sinal de entusiasmo espiritual.”
“Colocada entre o sol e a lua, forma com eles um triângulo unindo as suas luzes
combinadas.”
“Para os alquimistas e na antiga francomaçonaria, a Estrela Flamígera era o
Pentagrama do Absoluto. Para nós, é a reunião de todas as verdades conciliadas
pela Luz, ao mesmo tempo que a claridade pessoal da vida interior.”
“Cada um cria a sua Estrela Flamígera por seus pensamentos, por seus sentimentos,
por sua consciência e por seus atos.”
“Ela significa também a conservação do ideal na vida pelo estudo e pelo trabalho.”
“O Grau de Companheiro é, com efeito, o da glorificação do Trabalho, sem o qual os
homens, corrompidos pela ociosidade, fariam com que a própria existência,
despojada pouco a pouco de sua ordem, de seus benefícios e de seus meios de
renovação, não teriam razão de existir.”
mesmo objetivo, ou seja, mostrar ao leitor que foi "exatamente assim" que a palavra ou frase foi escrita pelo autor. Para indicar ao
leitor que mesmo sabendo que o texto original está errado, ou soa estranho, ele pode ser transcrito, acompanhado logo em seguida
pela palavra (sic). Quando o mesmo erro se repete em várias citações de um texto, usa-se (sic passim), sempre entre parênteses, que
significa (está assim por toda parte). No mundo acadêmico já surgiu o verbo “sicar”, para indicar que vai fazer, ou não, a observação
com a palavra (sic). Ex.: Não tenho coragem de sicar esse autor tão importante. A frase latina “Sancter Pater, sic transit glória mundi”
(Santo padre, assim passa a glória do mundo) era proferida até o ano de 1963, por três vezes, na posse de um novo Papa.

5
“A Estrela Flamígera é o resultado do trabalho intelectual e material, reunidos em
todos os domínios, por sua melhor exatidão e seu maior rendimento, em direção de
sua mais alta síntese.”
Como se vê, a interpretação do Rito Moderno, um rito considerado agnóstico, é
completamente diferente do sentido dado à Estrela Flamígera pelo ritos:
Adonhiramita, Brasileiro e York8, todos tidos como ritos teístas9.
Enquanto que aqueles entendem que a Estrela Flamígera representa a Divindade, a
belíssima exposição do Rito Moderno não deixa duvidas quando afirma que “é a
estrela polar do pensamento, livre do preconceito e superstições”, reforçando que é o
“símbolo essencial do Grau de Companheiro, que o preserva da sujeição a dogmas”,
e que “indica que o iniciado no Grau de Companheiro está destinado a transformar-
se, ele próprio, em uma espécie de fogo ardente, fonte de calor e de luz, de
compreensão e tolerância”.
Assim como consta de cada ritual, cada um cria a sua Estrela Flamígera por seus
pensamentos, por seus sentimentos, por sua consciência e por seus atos.
 No ritual do REAA adotado por outros grandes corpos simbólicos 10 da maçonaria
brasileira, sem dúvida um mais sintetizada em explicações sobre o Grau de
Companheiro é o do Grande Oriente do Brasil. Relativamente à Estrela Flamígera,
consta somente:
“Contemplai esta Estrela misteriosa (aponta para a Estrela Flamígera), e nunca a
afasteis do vosso espírito. – Ela é, não só o emblema do gênio que leva o homem a
prática das grandes ações, mas também, o símbolo do Fogo Sagrado com que nos
dotou o Grande Arquiteto do Universo, e sob cujos raios devemos discernir, amar e
praticar a verdade, a justiça e a equidade.”
Em seguida, o ritual se reporta ao Delta, à letra IOD, a letra G, ao G.A.D.U., a
geometria e ao triângulo:
“O Delta que vedes tão resplandecente de luz, vos oferece duas grandes verdades e
duas idéias sublimes.”
“A letra IOD que é o mesmo que a letra G – traduz o nome do Criador incriado e
Auto-Divino, e também representa a geometria, que é a ciência da construção
fundamentada nas aplicações infinitas do triângulo.”
Em antigos rituais do Grande Oriente do Brasil, esta segunda parte era diferente:
“O Delta que vedes tão resplandecente de luz, vos oferece duas grandes verdades e
duas idéias sublimes.”
“Vede o nome de Deus, que é fonte de todos os conhecimentos humanos; ele se
explica simbolicamente pela geometria. Esta ciência tem por base essencial o estudo
aprofundado, aplicações infinitas do triângulo sob o seu verdadeiro emblema.”

8
Entenda-se por sistema maçônico inglês (Emulação e outros rituais) adotado pelo GOB.
9
Teísmo (do θεóς [theós], "Deus") é uma crença na existência de deuses, seja um ou mais de um, no caso de mais de um, pode existir
um supremo. O teísmo não é religião, pois não se trata de um sistema de costumes, rituais e não possui sacerdotes ou uma instituição.
Teísmo é apenas o nome para classificar a opinião segundo a qual existe ou existem deuses. Algumas religiões ou posturas filosóficas
são teístas, outras são deístas, panteístas, etc. Então, pode-se dividir o teísmo em: 1º Monoteísmo que é a crença num só deus; 2º
Politeísmo que é a crença em vários deuses; e
3º Henoteísmo que é a crença em vários deuses, mas com um sendo supremo aos demais.
10
Entenda-se por potências maçônicas.

6
Na versão do Grande Oriente do Estado da Paraíba11 o texto é exatamente igual ao
do Grande Oriente do Brasil. Já nas instruções, ao contrário do GOB o ritual é
prodigo em explicações.
“Passados a Câmara do Meio, sua (dos nossos antigos irmãos) atenção era
despertada por caracteres hebraicos, que, atualmente são representados em loja,
pelo triangulo eqüilátero, tendo, no centro, a letra “G” (IOD), que significa Deus,) o
Grande Geômetra do Universo, a quem todos devemos submeter e a quem (devemos)
adorar.”
Na segunda instrução a Estrela Flamígera é referida em diversos trechos:
“... a Estrela Flamejante brilha, ao centro da loja para iluminá-la..”
“(A estrela é o símbolo do companheiro), porque o companheiro é chamado a
tornar-se foco ardente, fonte de luz e de calor. A generosidade de seus sentimentos
deve incitá-lo ao devotamento sem reservas, mas com discernimento, porque está
aberto a todas as compreensões.”
“(A estrela é de cinco pontas) para figurar os quatro membros do homem e a cabeça,
que os governa. Esta como centro das faculdades intelectuais, domina o quartenário
dos elementos ou da matéria. Assim, a Estrela Flamejante é, mais particularmente,
emblema do poder da vontade.”
“(A Estrela Flamejante está colocada entre esses corpos [sol e a lua] de maneira a,
com eles, formar um triângulo (...) porque a Estrela Flamejante irradia a luz do sol e
da lua, a firmando que a inteligência e a compreensão procedem igualmente da
razão e da imaginação.”
Nas ultimas instruções do ritual, sob os títulos „A Quinta-Essência12‟ e o
„Hexagrama‟, consta ainda sobre a Estrela Flamejante”
“... o estado de espiritualidade, de iluminação, é atingido; as trevas interiores são
dissipadas e é então que o Astro Humano, a Estrela Flamejante brilha em todo o seu
esplendor.”
“A Estrela Flamejante, este astro central da Loja de Companheiro, não é ainda,
poder iluminativo igual ao do sol; sua luz é suave, não tem irradiações
resplandecentes e é facilmente suportada. Ela condensa-se numa espécie de nimbo
que foi comparado a uma flor desabrochada representada por uma rosa de cinco
pétalas...”
“A Estrela Flamejante corresponde ao microcosmo humano, isto é, ao homem
considerado como um mundo em miniatura...”
11
COMAB.
12
Quintessência (quinta essência) é uma alusão à Aristóteles, que considerava que o universo era composto de quatro elementos
principais - terra, água, ar e fogo-, mais um quinto elemento, uma substância etérea que permeava tudo e impedia os corpos celestes
de caírem sobre a Terra. Em 1998, três astrofísicos da Universidade de Pensilvânia - Robert Caldwell, Rahul Dave e Paul Steinhardt -
reintroduziram o termo para designar um campo dinâmico quântico que é gravitacionalmente repulsivo. A dinamicidade é a
propriedade mais atraente da quintessência. O maior desafio de qualquer teoria de energia escura é explicar o fato de ela existir na
medida exata: numa quantidade não tão grande para impedir a formação das galáxias no universo primordial, e nem tão pequena que
não pudesse ser detectada agora. A energia do vácuo (a constante cosmológica de Einstein), é totalmente inerte, mantém a mesma
densidade o tempo todo. Portanto, para explicar a quantidade de energia escura hoje, os valores da constante cosmológica deveriam
ter sido muito bem sintonizados na criação do universo para ter o valor adequado com as observações de hoje. Em contraste, a
quintessência interage com a matéria e evolui com o tempo, de forma que se ajusta naturalmente aos valores observados na época
atual.
Fonte:"The quintessencial Universe", Scientific American vol12, número 2, 2002, pagina 41.

7
Na versão da Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro as instruções do grau são as
mesmas do Grande Oriente do Rio de Janeiro (COMAB), já neste trabalho
epigrafados.
O texto do ritual propriamente dito é o seguinte:
“... contemplai (...) este Delta misterioso e nunca o afasteis de vosso espírito. Ele,
além de ser o emblema do Gênio que conduz o homem a prática das nobres ações, é
também o símbolo do fogo sagrado que nos legou o G. A. D. U. e sob cujo raios
devemos discernir, amar e praticar a Virtude, a Justiça e a Equidade.”
“Essa estrela resplandecente de luz, dominando esta loja vos mostra duas grandes
verdades e duas sublimes idéias.”
“A letra IOD, em nossa língua G, representa o nome do Criador Incriado, Auto-
Divino, e, também, a geometria que é a ciência das linhas e dos pontos, da
construção, enfim.”
“A sua vista deveis compenetra-vos de que algo há de verdadeiro se realiza em plano
diferente e muito mais elevado que o plano físico do Aprendiz. Para atingires esse
plano, que uns denominam de astral e outros espiritual, é que pusestes hoje, pela
primeira vez os olhos na Estrela Flamejante.”
Este último texto, “pusestes hoje, pela primeira vez os olhos na Estrela Flamejante” é
o mais difícil de compreender, conquanto se tornasse fácil se estivesse contido, por
exemplo, no ritual do GOB ou no do GORJ, pois esses grandes orientes não fazem
uso da Tábua de Traçar13 do Grau de Aprendiz, que apresenta em destaque uma
Estrela Flamígera de sete pontas [vide figura na página 10]. Salvo melhor juízo,
todos os aprendizes de lojas cujas grandes corpos simbólicos usam (essa) a Tábua de
Traçar, já viram a Estrela Flamejante.
Pelo que se depreende do que dizem os rituais do REAA, praticado no Brasil, a
Estrela Flamígera representa o companheiro, o iniciado que já atingiu um certo estado
de espiritualidade e de iluminação que permite que sua mente esteja aberta a todas as
compreensões.
A utilização simultânea de dois “painéis”, nos quais a Estrela Flamígera é
representada ora com cinco, ora com seis pontas ou ora com sete pontas , é uma
situação que entendemos inadequadas pois, a rigor, a estrela de seis pontas é uma
particularidade tanto dos sistema maçônico inglês d bem como do sistema maçônico
norte-americano, que como já vimos, interpreta a Estrela Flamejante como sendo
símbolo da Divindade.
É bom frisar que, no próprio ritual dos grandes corpos simbólicos que fazem uso dos
dois “painéis”, está perfeitamente especificado que a estrela é a de cinco pontas. Ora,
se a estrela é a de cinco pontas, o que faz a estrela de seis ou sete pontas no painel?
Muitos dos rituais nacional utilizam uma estrela de seis pontas ou, seja, a Estrela
(Escudo) de David, a qual é formada por dois triângulos, um de vértice para cima e
outro de vértice para baixo.
Segundo os ritualistas nacional o triângulo de vértice para cima simboliza a tríplice
manifestação divina: Isís-Orus-Osíris; Brahma-Shiva-Vishnu; Pai-Filho-Espirito
13
Entenda-se pelo sistema maçônico inglês.

8
Santo; portando, o masculino, o ativo, o positivo, o pensamento, a luz, o bem, o
espírito; e outro triângulo de vértice para baixo, significando o feminino, o passivo, o
negativo, a sombra, o mal, a matéria.
Mas essa tese não encontra guarida na literatura judaica. Ou seja, a literatura judaica
é omissa sobre essa suposta assertiva em tentar afirmar que os dois triângulos tem
sentido esotéricos.
A inserção dessa tese deve ter surgido através da maçonaria latina (francesa) quando
do ingresso de intelectuais defensores do esoterismo, hermetismo, alquímico, etc.
Já a estrela de cinco pontas é a estrela hominal, figurando os quatro membros do
homem e a cabeça, que o governa, pois é o centro das faculdades intelectuais.

“A Estrela Brilhante ou glória no centro, lembra-nos


o sol, que ilumina a Terra e pela sua benéfica
influência espalha suas bênçãos pelo gênero humano
em geral.”

Estrela de
Sete
Pontas

PAINEL DO SISTEMA MAÇÔNICO INGLÊS

9
Estrela de
Cinco Pontas

PAINEL UTILIZADO NO GOB

10
“O Pavimento Mosaico é o belo soalho da Loja, a
Estrela Brilhante, a glória no centro, e a Moldura
Dentada ou Marchetada a guarnição que a circunda.”

Estrela
Brilhante

Pavimento de Mosaico

Moldura Dentada ou Marchetada

11
“Quando os nossos antigos irmãos se encontravam na
Câmara do Meio, sua atenção era particularmente
voltada para certos caracteres hebreus, aqui
representados pela letra “G” (...) significando Deus
(...) O Grande Geômetra do Universo, a quem todos
nós devemos submeter e a quem todos temos por
obrigação adorar humildemente.”

Estrela
Brilhante

Caracteres
em Hebraico

12
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

 Sergio Roberto Cavalcante é Mestre Maçom (Instalado) – jurisdição da Mui


Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

Ritual do Grau de Aprendiz – REAA - GOB;


Ritual do Grau de Companheiro – REAA – GLEPB;
Ritual do Grau de Aprendiz – Rito Adonhiramita - GOB;
Ritual do Grau de Aprendiz – REAA – GLEPB;
Ritual do Grau de Aprendiz – Rito Moderno - GOB;
Ritual do Grau de Companheiro – REAA – GOPB;
Ritual do Grau de Aprendiz –Rito Brasileiro - GOB;
Ritual do Grau de Companheiro – REAA – GLERJ;
Ritual do Grau de Aprendiz – Rito de York - GOB;
Ritual do Grau de Companheiro – GLEPB;
Ritual do Grau de Aprendiz – Rito Schroder - GOB;
Ritual do Grau de Companheiro – REAA – GORJ;
Ritual do Grau de Aprendiz – REAA - GORJ;
Ritual do Grau de Companheiro – GLDAS - Divisão Norte;
Ritual do Grau de Aprendiz – GLDAS14 - Divisão Norte;

14
Grande Loja Distrital da América do Sul – Divisão Norte.

13

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