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CARBONO (TCBCS) - 5
RESUMO DO PROJETO 4
1.1. Introdução 4
1.2 Objetivos 6
1.3 Metodologia de Pesquisa 7
PRODUÇÃO COLETIVA 8
2.1 Explicação dos módulos TCBC 9
2.2 Módulo Bambu 9
2.2.1 Preparação do curso Bambu 9
2.2.2 O curso: Módulo bambu 13
2.3 O curso: módulo Infraestrutura Verde 21
2.4 Próximas etapas (coletiva) 26
1
LISTA DE FIGURAS
2
1. RESUMO DO PROJETO
1.1. Introdução
3
conhecimento construtivo pouco usual (uma vez que se prioriza o ensino do
concreto armado, das alvenarias e do aço) –, por outro lado, esbarramos na
dificuldade de encontrar trabalhadores aptos ou, pelo menos, flexíveis à novidade
dos ‘velhos’ sistemas construtivos. Como consequência, aprofundam-se tanto o
distanciamento dos alunos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Civil das
dimensões práticas do ofício, onde impera a ausência do diálogo entre teoria e
prática, quanto o engessamento de uma cultura de trabalho técnico no canteiro de
obras determinada pela utilização dos sistemas construtivos mais usuais.
Neste sentido, torna-se pertinente afirmar que esses dois aspectos devem
ser enfrentados e resolvidos na busca por uma maior flexibilização do trânsito de
conhecimentos e da formação qualificada de trabalhadores na Construção Civil.
1.2 Objetivos
- Compilação e sistematização de dados e informações com o intuito de organizar
e produzir os materiais didático-pedagógicos, técnicos e de sensibilização para o
grande público.
Objetivos específicos:
4
permitirá o estabelecimento de processos locais comprometidos com
posicionamentos éticos globais relacionados às políticas de redução de emissão de
gases de efeito estufa (GEE);
- Dar suporte para a elaboração dos materiais didáticos que irão compor o Curso
de Introdução às Tecnologias Construtivas de Baixo Carbono, particularmente as
que utilizam Madeira manejada, Terra e Bambu como materiais construtivos.
5
- Canteiro Escola - constitui-se como espaço de apropriação crítica dos saberes
que envolvem o projeto e obra (teoria e prática), possibilitando as análises e o
próprio desenvolvimento do exercício construtivo. Dentro deste espaço a produção
das tecnologias potencializam a aproximação dos processos de trabalho com os
processos de formação e engajamento coletivo, diferenciando-se do canteiro de
obras convencional.
Módulo 2 - Terra;
Módulo 3 - Madeira;
Módulo 4 - Bambu;
Módulo 5 - Infraestrutura;
Com relação à organização dos futuros bolsistas, a pesquisa foi dividida em cinco
frentes de trabalho para elaboração dos relatórios individuais e investigação
aprofundada dos temas. Vale destacar que as frentes de pesquisa se
interseccionam e se articulam, sendo analisadas conjuntamente. Por conseguinte,
diversos processos de pesquisa serão feitos em grupo, também com o
entendimento de que o desenvolvimento do processo de formação é mais eficaz
quando não compartimentado, mas com a aproximação dos fatores que compõem a
construção do conhecimento.
2. PRODUÇÃO COLETIVA
6
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Universidade de São Paulo. Portanto,
tudo que neste tópico for citado é de autoria do grupo, sem quaisquer distinções.
7
Após a colheita do bambu da espécie Bambusa tuldoides, também realizada
pelo grupo, a maior parte foi para o tanque de tratamento com octaborato de sódio
(ácido bórico + bórax), que protege o bambu de pragas que podem comprometer
seu comportamento estrutural, e alguns bambus sem tratamento foram destinados
aos testes com o modelo na escala 1:1. A solução escolhida para a conexão entre
as barras de bambu foram peças metálicas de diferentes tipos: “trifusos” (três barras
roscadas soldadas a 120° - utilizadas entres os bambus) (figuras 4 e 5); chapas
dobradas em “L” (utilizadas na base) (figura 6); meia-cana (utilizadas na cumeeira)
(figura 9 e 10). Nos pontos dos bambus que receberam os furos, utilizou-se uma
cinta metálica inóx para aumentar a resistência e evitar rachaduras na região (figura
7 e 8).
8
participantes do curso recebam posteriormente todos os materiais compilados,
somando a Teoria, Prática e o Registro Fotográfico.
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figuras 6, 7 e 8 - chapas em “L” da base, fixação da cinta inox e perfuração da cinta inox.
figura 11, 12 e 13 - concretagem da fundação, peça metálica (treliça de metal + insert) e base concretada.
10
de corpo e Alma”. O segundo convidado foi Luiz Roberto Aleixo, engenheiro civil,
co-autor do livro “Bambu: Características e Aplicações na Construção Civil e
Arquitetura”, juntamente com o Prof. Antônio Ludovico Beraldo.
No primeiro dia de curso tivemos as aulas com o professor Beraldo, que
elucidou inicialmente sobre as características do bambu como planta, suas
diferentes espécies e aplicações cabíveis a cada uma; compartilhou sua experiência
com trabalhos e construções experimentais em bambu dentro da Unicamp; trouxe
amostras de diferentes peças de bambu, com as mais diferentes funções,
construtivas, decorativas, ferramentas entre outros; e fez um ensaio com um corpo
de prova de bambu, para demonstrar sua alta resistência.
No segundo dia de curso, foi a vez do engenheiro Luiz Aleixo conduzir o
grupo em uma visita técnica, onde na parte da manhã os participantes foram
levados para conhecerem touceiras de diferentes espécies de bambus, aprender a
realizar uma colheita, e a diferenciá-las na prática. Na parte da tarde, foram
demonstrados tratamentos possíveis de serem realizados nos colmos de bambu,
em um galpão cuja estrutura de cobertura foi construída em bambu pelo próprio Luiz
Aleixo.
O terceiro dia começou com uma aula teórica ministrada pelo Prof. Dr. João
Marcos Lopes, orientador e coordenador do projeto, sobre tipos de estruturas, e
explicações sobre os pórticos de bambu a serem montados pelos participantes nos
próximos dias. Na parte da tarde houve o início da montagem destes pórticos, de
acordo com a cartilha prática produzida pelos bolsistas do projeto TCBCs. Os
participantes se dividiram em grupos, e os bolsistas rodavam pelos grupos,
auxiliando e instruindo em todas as etapas.
No quarto dia, os tetraedros começavam a tomar forma, mas devido ao
andamento de trabalho diferenciado entre os grupos, somente foi finalizada a etapa
de pré montagem dos tetraedros e vigas-vagão no quinto dia de curso. Nessa etapa
foi percebido um erro na quantidade de bambus que foram entregues para a
construção do galpão, e que estes seriam insuficientes para a produção de todas as
vigas-vagão necessárias para a finalização do galpão ao final do curso.
No sexto dia de curso, e quarto de prática de canteiro, todos os tetraedros
foram levados prontos para o terreno onde seriam montados, na área 2 do campus
da USP. E a primeira semana de trabalho foi finalizada com o levantamento e
travamento de dois dos cinco pórticos que compõe o galpão. Nos dias 21 e 22 de
11
setembro, os dois últimos dias de canteiro-escola e do módulo bambu, os outros
três pórticos foram levantados com sucesso, fixados e contraventados.
Durante os dias de prática de canteiro, pudemos observar algumas limitações
na produção das peças, em função da quantidade de ferramentas vs. quantidade de
grupos de alunos para utilizá-las. No primeiro momento, a ferramenta em questão
era a Fusimec, utilizada para cintar os colmos nos locais dos furos. Em um segundo
momento, foi a utilização da furadeira de mesa. Ambos os casos as limitações foram
solucionadas com o empréstimo de ferramentas de terceiros, e serviram de exemplo
para que o grupo ficasse mais atento ao andamento dos passos dos processos de
produção.
Além disso, houveram reuniões com os integrantes do curso, ao fim de cada
dia de trabalho para compartilhar e alinhar os acontecimentos. Dentre os aspectos
abordados tivemos discussões a respeito dos encaixes das peças, da montagem e
da forma das vigas-vagão propostas no momento, do tipo de contraventamento
mais adequado, e de possíveis razões que justificassem a dificuldade dos encaixes
dos trifusos, cujos furos estavam sendo realizados paralelos nos colmos, e ao ser
verificado, deveria conter uma pequena inclinação.
Estes espaços de discussão ao longo do trabalho foram importantes para os
integrantes contribuírem com o projeto, como forma de reafirmar a proposta dos
canteiro-escola, como forma de troca de conhecimento entre os envolvidos, e o
permitir um constante desenvolvimento e amadurecimento do projeto em seus
aspectos construtivos. Vale ressaltar inclusive, que dentre os participantes do curso,
havia um mestre de obras muito experiente, que compareceu por convite do grupo,
e teve muito a contribuir com seu conhecimento empírico construtivo.
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figura 14: ensaio de resistência do bambu com o professor Beraldo;
figura 17: aula sobre estruturas e explicação do professor João Marcos sobre a distribuição das forças no pórtico a ser
construído
13
figuras 18 e 19: produção dos tetraedros pelos participantes figura 20: reuniões ao final do dia com os integrantes do curso.
14
figura 23: instalação das vigas periféricas
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figura 25: páginas da cartilha de teoria do curso de bambu
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figura 26: páginas da cartilha prática do curso de bambu
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20
figura 27: páginas de registro fotográfico da cartilha de bambu
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nova NBR para este tipo de construção. Na parte de projeto para a construção da
estrutura para o banheiro seco, também foi produzida uma cartilha prática, com seu
passo a passo de montagem.
Na preparação da argamassa em terra, foi necessário destorroar a terra
utilizando um destorroador, peneirar seus rejeitos, picar a fibra vegetal (no caso,
feno) com um picador, e misturar esses dois elementos somados a areia e água em
uma betoneira, devido a falta de um misturador mais adequado para terra. Em
seguida essa mistura foi alocada em uma baia de madeira previamente montada
pelo grupo, onde permanecerá fermentando para a fabricação de adobes durante o
próximo módulo de curso previsto para abril. O traço utilizado para a preparação da
argamassa foi de 4:1:5:2,5 (terra:areia:feno:água), e foram produzidos cerca de
1,3m³ de argamassa.
A produção das vigas-vagão constituíram nas seguintes etapas: seleção dos
bambusa tuldóides adequados dentre os tratados que foram obtidos posteriormente
ao módulo 1 do curso, corte dos bambus no tamanho do projeto, realização de um
furo em seu ponto médio para encaixar um montante de bambu mais fino, da
espécie phyllostachys, comumente utilizada para a fabricação de varas de pescar, e
tensionamento da vara de bambu com o auxílio de um cabo de aço e gancho
tensionador.
A estrutura de madeira para o banheiro, teve sua fundação feita em madeira
roliça, e painéis laterais de madeira pré-fabricados. Após a escavação e instalação
da fundação, houve a instalação das tábuas de piso, e de dois painéis, para que se
verifica-se a largura do vão a ser instalado o painel do fundo e o painel de porta.
Ainda foi instalada a estrutura de cobertura, e duas telhas Onduline.
22
figura 28: palestra com a professora Luciana Schenk
figura 29: novo modelo de viga-vagão em bambu e aço instalado na estrutura do galpão
23
figura 32: preparação para utilizar o destorroador de terra e produção da argamassa
24
figura 34: betoneira fazendo a mistura de argamassa em terra figura 35: montagem da estrutura para banheiro seco no
canteiro de obras
25
dentro de seus diversos aspectos, e que dê suporte às discussões teórica e aos
projetos.
Dentro da discussão das Tecnologias Construtivas de Baixo Carbono, e das questões que
alicerçam esse debate, faz-se a aproximação das bases teóricas que conceituam infraestrutura
urbana de uma forma mais sistêmica que as infraestruturas urbanas cinzas. Uma forma que
busca tecer relações sustentáveis entre a ocupação no território e o ambiente natural pré
existente, a partir de aprofundadas leituras geográficas, morfológicas, dos ciclos de vida, em
diversas escalas, permitindo o gerenciamento eficaz dos recursos no território. Assim,
aproxima-se do que é conhecido por Infraestruturas Verde.
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Pode-se dizer que o planejamento e projeto da infraestrutura verde têm como
objeto as inter-relações do homem com a natureza, com enfoque à cidade-natureza.
As preocupações com o meio ambiente e com as pessoas impulsionaram a
formulação do conceito da infraestrutura verde. A atenção para a inter-relação
cidade-natureza foi aumentando e alterando o seu foco de atuação, na medida em
que a percepção ambiental e os conhecimentos dela decorrentes foram evoluindo.
Assim, a infraestrutura verde surge como instrumento para guiar o desenvolvimento
das cidades e a conservação da natureza de forma simultânea. (BENEDICT;
MCMAHON, 2006)
27
deixa de ser apenas uma questão social e passa a conter a questão ambiental. A
sociedade deixa de ser objeto central da ação e passa a estar inserida no contexto
da natureza, em um sistema global. Um marco na introdução da preocupação com a
ecologia no planejamento urbano é a publicação do urbanista e paisagista Ian
McHarg “Design With Nature”, em 1969, na qual defende a análise dos aspectos
abióticos, bióticos e culturais como a base do planejamento urbano. (TARDIN, 2008;
HERZOG, 2009)
28
estruturais relacionadas ao manejo das águas urbanas, conforto ambiental,
biodiversidade, alternativas de circulação, acessibilidades e imagem local.
Definição
Infraestrutura verde é um termo que aparece com cada vez mais frequência,
em todo o mundo, nas discussões sobre conservação e desenvolvimento, mas que
vai além das estratégias tradicionais de conservação. Sua abordagem sobre
conservação da terra e proteção dos recursos naturais leva em consideração a
conservação associada ao planejamento da infraestrutura, do desenvolvimento e
esforços de crescimento inteligente, e não de maneira isolada. A rede de
infraestrutura verde promove tanto a conservação quanto o desenvolvimento.
(BENEDICT; MCMAHON, 2006)
A infraestrutura verde pode ser definida como uma rede interconectada
estrategicamente planejada e gerida de áreas naturais, paisagens rurais e outras
áreas livres que conserva os valores e funções dos ecossistemas naturais, mantêm
o ar e a água limpos, e proporciona um grande leque de benefícios para o homem e
a vida silvestre. (BENEDICT; MCMAHON, 2006)
O conceito da infraestrutura verde explica a necessidade de se implementar
planos sustentáveis de uso do solo nos bairros, cidades e estados em que vivemos.
A infraestrutura verde fornece um processo para trazer diversos interesses em
conjunto para identificar os valores e objetivos comuns que podem ser usados para
orientar a tomada de decisão sobre o uso da terra. Ela encoraja as pessoas a focar
no benefício de um planejamento abrangente do uso do solo e enfatiza a integração
dos objetivos ambientais e econômicos.
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A teoria da infraestrutura verde defende o argumento de que a conservação,
restauração e manutenção do funcionamento dos sistemas naturais não apenas
protegem os valores e as funções ecológicas, mas também promovem diversos
benefícios econômicos, sociais e culturais. (BENEDICT; MCMAHON, 2006;
HERZOG, 2009)
Assim, a infraestrutura verde é a estrutura ecológica para a saúde ambiental,
social e econômica, é o sistema de suporte da vida natural – uma rede
interconectada de rios, córregos, áreas alagadas, mangues, pântanos, florestas,
habitats da vida selvagem e outras áreas naturais; áreas verdes, parques, praças,
corredores verdes, reservas naturais e outras áreas de conservação (públicas ou
privadas); fazendas, sítios, ranchos e outras terras cultiváveis com valor de
conservação; desertos e outras áreas livres que dão suporte para espécies nativas,
mantêm os processos ecológicos naturais, conservam o ar e os recursos hídricos
limpos e contribuem para a saúde e a qualidade de vida das comunidades.
(BENEDICT; MCMAHON, 2006)
30
3.2 Investigação sobre suas especificidades com relação à
gestão e tratamento dos resíduos, das águas e de energia
A. Drenagem
31
ocorrendo somente a partir de um volume pluviométrico muito elevado, e
entremeando o solo e as raízes, de maneira muito lenta (informação verbal) 1.
O conceito de drenagem urbana por si só engloba o conceito de minimizar os
efeitos da urbanização intensa e os riscos de inundação os quais a população é
sujeita. E a má drenagem causa as inundações que vemos acontecer nos centros
urbanos, pois estas não são desastres naturais, mas causas naturais que estão
desequilibradas pelas ações do homem (aquecimento global e formação de ilhas de
calor) somadas as causas antrópicas de mau planejamento urbano. O escoamento
superficial cresce proporcionalmente ao aumento da impermeabilização do solo nas
cidades, pois bloqueia a área de infiltração das águas para os lençóis freáticos,
destinando estas águas exclusiva e rapidamente para as valas, bueiros e rios, que
acabam sobrecarregados e transbordam de seus limites.
Além do papel do desenho urbano e administração política das cidades no
papel de uma drenagem urbana sustentável, também pode-se avaliar a importância
da permeabilidade dos lotes urbanos privados, que em muitos casos jogam toda a
água pluvial que cai em sua área na rede pública de drenagem, quando poderiam
utilizar-se de áreas ajardinadas e outros dispositivos para resolver essa questão
dentro de seus limites (informação verbal)².
A ONU, colocou em pauta nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
itens que englobam a drenagem urbana, sendo o 6. Água Limpa e Saneamento, 11.
Cidades e Comunidades Sustentáveis e 13. Combate às Mudanças Climáticas. E
como medidas, nos países desenvolvidos estão sendo criadas técnicas sustentáveis
de drenagem, baseados no tripé quantidade, qualidade e amenidade/biodiversidade,
que são soluções alternativas e viáveis de serem implantadas para o sistema de
drenagem tradicional existente. Estes sistemas são conhecidos pelas siglas BMP
(Best Management Practices), LID (Low Impact Development), SUDS (Sustain2able
Urban Drainage systems), WSUD (Water Sensitive Urban Design) e GI (Green
Infrastructure).
Estes sistemas tratam de implementação de ações na bacia que atenuam os
problemas da urbanização, se precavendo quanto a quantidade e a qualidade da
1 Aula teórica leccionada pela Prof. Drª. Luciana Schenk e pelo Prof. Me. Tomaz Lotufo
realizada na 6ª edição do Canteiro Escola do Habis - 2º Módulo: Infraverde, 10/02/2020
2 Aula teórica leccionada pela Prof. Drª. Luciana Schenk e pelo Prof. Me. Tomaz Lotufo
realizada na 6ª edição do Canteiro Escola do Habis - 2º Módulo: Infraverde, 10/02/2020
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água (BMP), elementos vegetais implantados nas cidades que filtram, retém,
infiltram, transportam ou armazenam a água da chuva (SUDS), criar um paisagismo
funcional, com similaridades de infiltração e armazenamento da bacia hidrográfica
natural (LID) e para alcançar estes objetivos recomendam alguns dispositivos a
serem implantados, apresentados a seguir.
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um sistema que consiste em uma infiltração lenta, devem ser dimensionadas
com capacidade suficiente para não alegarem em períodos chuvosos
- Trincheiras de infiltração: estreitas e compridas, são dispositivos superficiais
para controle da drenagem urbana, que podem ser subterrâneos, e podem
ser preenchidos com brita ou até entulho de construções civil. Coletam,
armazenam e infiltram as águas oriundas das áreas impermeabilizadas ao
seu redor. Quando são superficiais, ao preenchê-la com brita, torna-se mais
segura e útil para os pedestres e outros fins.
34
completo. Como destino final dos produtos do saneamento, mesmo depois de
tratados, a terra é em muitos casos mais adequada do que os cursos d'água pois no
solo há uma variedade bem maior de organismos decompositores de matéria
orgânica, além de poder conter uma diversidade de plantas que também aproveitam
muitos desses nutrientes para o processo de fotossíntese. (PAULO; GALBIATI;
FILHO, 201
35
Composição do esgoto doméstico e etapas da gestão dos efluentes
36
Figura 39: etapas envolvidas na gestão de efluentes domésticos
Tecnologias
Há diversas tecnologias que podem ser utilizadas para resolver cada etapa da
gestão dos efluentes, e algumas delas representam sistemas mais completos. Em
se tratando destas, tem-se três exemplos mais conhecidos:
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Figura 40: desenho esquemático do tanque de evapotranspiração
Fonte: CATALOSAN, 2018, p.44)
38
Figura 41: exemplo de TEvap que utiliza da terra ensacada para construção do
tanque. fonte: página Preservar e Existir3
3 https://www.preservareresistir.org/single-post/2016/10/26/Tecnologia-social-e-sustent
%C3%A1vel-saiba-mais-sobre-a-obra-do-Saneamento-Ecol%C3%B3gico-da-praia-do-Sono,
acessado em 6/12/2019)
39
Figura 42: desenho esquemático do evaTAC
fonte:( CATALOSAN,2018)
40
Em relação a manutenção, é necessário dar os cuidados necessários para as
plantas, e fazer a remoção periódica do lodo e a escuma sedimentados para não
ocorrer o entupimento. A água tratada pode ser utilizada para irrigação de jardim ou
infiltração no solo como destino final.
41
descartado sem perigo de contaminação. É um sistema com um custo médio alto,
dependendo dos materiais utilizados. (PAULO; GALBIATI; FILHO, 2018)
Recursos energéticos
42
Quanto à energia eólica, apresenta uma eficácia um pouco menor quando em
locais que não litorâneos. Os litorais, devido aos regimes de vento contra e a favor
do mar, apresentam grandes capacidades de produção elétrica.
A água que atravessa seu território também deve ser visto como uma
energia. A possibilidade de acesso e reuso dela garante um consumo menor (sendo
necessário menor energia para o abastecimento de uma residência) e
consequentemente uma dispersão menor, gerando menos esgoto . A energia
hidrelétrica é muito eficiente, e se feita da forma e no local adequado, seu
funcionamento é ininterrupto, porém sua instalação é limitada à corpos d'água e
rios. Pode ser utilizada para a produção elétrica ou para trabalhos mecânicos.
Resíduos sólidos
43
prevenção, preparação para a reutilização, reciclagem, revalorização (energética,
reutilização para bens de consumo, etc…) e a adequada eliminação.
Surge também, na cultura, alguns apetrechos como tentativa de redução de
produção dos resíduos como os vários “R’s” da reciclagem: repensar, recusar,
reduzir, reparar, reutilizar, reintegrar.
44
Resíduo industrial: resíduos que podem estar nos estados sólido, semi sólido
ou líquido. São caracterizados como contaminantes e altamente prejudiciais ao meio
ambiente e à saúde. Não devem ser lançados na rede pública de esgotos ou corpos
d'água. Idealmente deveriam ser tratados pelos próprios que o produzem, reduzindo
ao máximo a possibilidade de atingir a natureza e a população. (Gestão de resíduos
sólidos/Sebrae - 2.ed. - Cuiabá: Sebrae,2015.)
Resíduos hospitalares: aqueles que são produzidos dentro de hospitais. Pela
possibilidade de conter agentes causadores de doenças, é um rejeito que é
dispensado separadamente e não é reaproveitado.
Resíduos de construção civil: popularmente chamado de entulho, estes
resíduos são provenientes de obras civis; construções, reformas, ampliações, etc…
Podem ser reutilizados com outras funções, mas normalmente estes resíduos, como
o concreto, apresentam uma constituição material não reversível, ou seja,
diferentemente da cal e da terra, não pode ser reaproveitado para a mesma função.
Resíduos nucleares: composto por resíduos altamente radioativos, como
restos de combustíveis nucleares, produtos hospitalares que entraram em contato
com radioatividade.
Resíduos agrossilvopastoris: aqueles que são gerados por atividades na
agricultura, silvicultura ou pecuária.
Resíduos portuários, aeroportuários e outras áreas alfandegárias: resíduos
provenientes provenientes de outros países podem ser considerados perigosos por
sua capacidade de transmissão de agentes contaminantes e pela possibilidade de
serem vetores de doenças endêmicas.
45
subterrâneas. Este tipo de gestão gera grandes quantidades de chorume e biogás,
além de outros componentes tóxicos.
Lixões: também conhecido como descarga a céu aberto, é um método de
descarte totalmente inadequado, pela falta de medidas de proteção ao meio
ambiente e à saúde pública. Não há controle sobre o que é depositado e nem como,
além de não haver controle de acesso, gerando problemas à saúde pública pela
presença de catadores.
Incineradores: A partir da combustão, reduzem em torno de 90% o volume
dos resíduos. É especialmente usado quando se trata de lixo hospitalar.
Compostagem: É um método controlado e aeróbico para a decomposição de
substâncias orgânicas biodegradáveis de origens vegetal e animal. (uso da
compostagem em sistemas agrícolas orgânicos4. É capaz de gerar um produto final
muito estável com a possibilidade de reaproveitamento como composto fertilizante,
sem a produção de metano. Tem grande importância na permacultura e nos
sistemas agrícolas orgânicos..( KIEHL, E.J. Fertilizantes orgânicos. São Paulo:
Agronômica Ceres. 492 p., 1985. )
46
economicamente inviável. Por este e outros motivos que a reciclagem no Brasil se
mantém baixa, em torno de 3% em 2015 sendo que há a possibilidade de se chegar
a 30%.5
Dentro da gestão de resíduos, para além do que se fazer com aquilo que é
produzido, deve-se pensar também em como reduzir as quantidades de lixo
produzido. O incentivo ao reaproveitamento na indústria e em empresas privadas
pode gerar um significativo decréscimo na produção destes resíduos. Para além das
empresas, o estímulo à uma cultura anti consumista e reparadora deve ser
preservada.
47
3.4 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
48
- WILBY, R. L. “A Review of Climate Change Impacts on the Built
Environment”. In: Built Environment. Vol. 33. N. 01, 2007.
- WATSON, Donald & ADAMS, Michele. Design for Flooding. Architecture,
Landscape, and Urban Design for Resilience to Climate Change. New Jersey:
Wiley & Sons, 2011.
- RILEY, A. Restoring streams in cities: a guide for planners, policy makers and
citizens. Washington D.C.: Island Press, 1998. SCHUTZER, J. Cidade e meio
ambiente: a apropriação do relevo no desenho ambiental urbano. São Paulo:
Edusp, 2012.
REFERÊNCIAS
- DIGE, Gorm. Artigo: Infraestrutura verde: viver melhor graças a soluções baseadas
na natureza. Eea, setembro de 2015. Disponivel em:
49
<https://www.eea.europa.eu/pt/articles/infraestrutura-verde-viver-melhor-
gracas>Acesso em 07/01/2020.
- FEIJÓ, João Manuel Linck. Infraestrutura verde e a qualidade de vida.
Disponível em:: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?
a=23&Cod=1614> Acesso em 07/01/ 2020.
- Fontes de energia. Epe, 2020. Disponível em:
<http://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/fontes-de-energia>. Acesso em:
06/11/2019
- GUTIERREZ, Adriana; RAMOS, Ivanete. Drenagem urbana sustentável para a
concretização de metas de ODS/ONU. Archdaily, 2019. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/920314/drenagem-urbana-sustentavel-para-a-
concretizacao-de-metas-de-ods-onu >. Acesso em: 30/01/2020
50