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AVALIAÇÕES E PERÍCIAS

DE PROPRIEDADES RURAIS

Prof. José Maria Hesketh Condurú Neto


Engenheiro Agrônomo
CREA 3898-D I Região
IAPEP 72

ABRIL/2001
Conceitos Fundamentais

VALOR - É a medida de uma necessidade, de um capricho ou de um desejo de possuir um bem.

VALOR DE MERCADO - É aquele encontrado por um vendedor desejoso de vender, mas não forçado, e um comprador
desejoso de comprar, igualmente não forçado, tendo ambos pleno conhecimento das condições de compra e venda e da
utilidade do bem negociado.

VALOR VENAL - É o menor valor de um bem, geralmente utilizado para trazer incentivo à aquisição daquele bem.

CUSTO DE REPOSIÇÃO – é o custo da construção de um bem, aos preços correntes do mercado, que tenha uma utilidade
equivalente à do bem avaliado, mas construído com materiais modernos e de acordo com os padrões atuais do projeto
arquitetônico.

CUSTO DE REPRODUÇÃO – é o custo da construção de uma exata duplicata ou réplica, aos preços correntes do
mercado, usando os mesmos materiais, padrões de construção, projeto arquitetônico e qualidade de mão-de-obra do bem
que está sendo avaliado.

BENFEITORIAS TANGÍVEIS - Aquelas que podem ser tangidas ou tocadas. Diz-se de bens econômicos, ativos, etc. que
têm existência física.

BENFEITORIAS INTANGÍVEIS - São aquelas em que somos incapazes de defini-las ou determiná-las com certeza ou
precisão.

BENFEITORIAS VOLUPTUÁRIAS - São aquelas de mero deleite ou recreio, que não aumenta o uso habitual, ainda que a
torne mais agradável, ou seja, de elevado valor.

VISTORIA - É a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o
constituem, sem a indagação das causas que o motivaram.

ARBITRAMENTO - É a atividade que envolve a tomada de decisão ou posição entre alternativas tecnicamente
controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos.

AVALIAÇÃO - É a atividade que envolve a determinação técnica do valor qualitativo ou monetário, de um bem, de um
direito ou de um empreendimento.

PERÍCIA - É a atividade que envolve a apuração das causas que motivaram determinado evento ou da asserção de
direitos.

LAUDO - É a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que observou e dá as suas conclusões ou avalia o valor
das coisas ou direitos, fundamentadamente.

DEPRECIAÇÃO - É a perda de valor de um bem causada por obsolescência física, econômica ou funcional.

DESAPROPRIAÇÃO - É o poder que possuem governos ou entidades agindo em seu nome e sua autoridade de tomar
bens (propriedades) privados, para uso público, independente do consentimento do dono, contra-pagamento justo de
indenização compensatória.

OBSOLESCÊNCIA ECONÔMICA - É a perda da utilidade de um bem resultante de fatores econômicos tais como
mudanças do uso ótimo, da legislação ou da relação de oferta e procura.

OBSOLESCÊNCIA FÍSICA - É a perda de utilidade de um bem, resultante de fatores físicos tais como: deterioração por
uso, desgaste, envelhecimento, oxidação, incrustações, rachaduras e outros.

OBSOLESCÊNCIA FUNCIONAL - É a perda da utilidade de um bem resultante de fatores tais como a arte de projetar, as
exigências legais ou suprimento de novos produtos, projetos ou concepções que substituam com vantagem.

PATRIMÔNIO FÍSICO - Parte de um bem que tem existência física, que pode ser observada pelos sentidos. (Ex. terras,
edificações, máquinas, estradas, culturas, etc.)
PATRIMÔNIO INTANGÍVEL - Parte de um bem que não tem existência física. (Ex. organização, financiamento, fundos de
aplicação, patentes, marcas, contratos, concessões, etc.)

VALOR ECONÔMICO DA PLANTAÇÃO – É o valor que se equipara ao Valor Presente dos Rendimentos Líquidos das
safras correspondentes ao número de anos menos um, necessários para que a plantação atinja a época de produção da
espécie, multiplicado por um coeficiente de risco, adicionando-se, quando for o caso, o rendimento líquido da safra
pendente de fato, na ocasião da avaliação, deduzidos os custos vincendos da mesma.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE

CARTA RÉGIA DE 25 DE JUNHO DE 1812

D. João VI estabelece, na Bahia, um Curso de Agricultura

DECRETO Nº 23.196 - DE 12 DE OUTUBRO DE 1933

Regula o exercício da profissão agronômica e dá outras providências

LEI Nº 5.194 - DE 24 DE DEZEMBRO DE 1966

Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências.

RESOLUÇÃO Nº 218 - DE 29 DE JUNHO DE 1973

Discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

RESOLUÇÃO Nº 345 - DE 27 DE JULHO DE 1990

Dispõe quanto ao exercício por profissionais de Nível Superior das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias
de Engenharia.

LEI Nº 8078/90

Institui o Código de Defesa do Consumidor

MEDIDA PROVISÓRIA 2027-38 – DE 04 DE MAIO DE 2000

Acresce e altera dispositivos do Decreto-Lei nº 3.365/1941, da Lei nº4.504/1964(Estatuto da Terra), da Lei nº 8.629/1993

NORMAS DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS


NB-613/80 (NBR 8799)

As normas transcritas e/ou comentadas a seguir foram elaboradas e aprovadas pela ABNT - Associação Brasileira de
Normas Técnicas.

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

NB-140 - Avaliação de custos unitários e preparo de orçamento de construção para edifício em condomínio.
NB-144 - Discriminação de serviços técnicos para construção de edifícios.
NB-502 - Avaliação de Imóveis Urbanos
Código Civil - Lei nº 3.071, de 1/1/1916 entre outras e legislação posterior.
Código de Processo Civil - Lei nº 5.869, de 11/1/73 entre outras e legislação posterior.
Código Comercial - Lei nº 556, de 25/6/1850 entre outras e legislação posterior.
Código de Águas
Código de Mineração
Código Florestal
Lei Federal nº 4.504, de 30/11/64 (Estatuto da Terra)
Decreto Federal nº 81.621, de 3/5/78 (Unidades de Medidas)
Leis de Parcelamento da Terra
Manual Brasileiro para Levantamento da Capacidade de Uso da Terra (IBGE).
O AVALIADOR
Habilitação profissional
Qualidades de um avaliador
• Conhecimento técnico
• Dignidade e probidade profissional
• Autoridade
• Saúde física
O trabalho em equipe

FINALIDADES DA AVALIAÇÃO
‰ Financiamentos e hipotecas
‰ Organização de empresas
‰ Seguros
‰ Perícia judicial
‰ Taxação
‰ Tarifas
‰ Administração
‰ Idade
‰ Vida útil
‰ Vida remanescente

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Ver Norma Brasileira de Avaliação – NBR 14653-1 e NBR 14653-3.

HOMOGENEIZAÇÃO DE VALORES
Em todos os processos avaliatórios, iremos deparar com a análise comparativa de objetos com características
diversas. Quando se trata de um imóvel rural, sua natureza única, somente irá permitir comparar um ou mais deles através
de suas capacidades de gerar bens ou serviços ao proprietário.

MOREIRA citado por HIROI & NEVES (1995), referindo-se a propriedades rurais, informa que a homogeneização
de dados amostrais pode ser obtida através de coeficientes “corretivos” para determinadas características (ou atributos) dos
imóveis rurais. Estes coeficientes, cuja determinação ou escolha advém da prática do avaliador, é a base de toda boa
avaliação.

A verdade é que embora muitos deles possuam natureza eminentemente subjetiva, muitos, hoje, são encontrados
de forma tabelada, sendo amplamente utilizados, sem muita contestação, por todos os avaliadores, principalmente aqueles
de renomada competência.

Assim, esses atributos são os seguintes:

a) Atributos de Características Físicas: Capacidade de Uso do Solo;


b) Atributos de Tipo e Volume de Produção: Capacidade de Gerar Receita Líquida;
c) Atributos de Localização e/ou Situação: Proximidade a Centros Consumidores, Fornecedores de Mão-de-
obra e Insumos, Vias de Acesso, etc.;

Quando tratamos dos valores levantados, referente a cada tipo de bem avaliando, necessário se faz que esses
sejam homogeneizados. A esta chamamos de Saneamento de Dados Amostrais, que nada mais é que a eliminação de
valores extremos não representativos da população. Assim, através do saneamento tornamos os dados coletados mais
homogêneos.

O Saneamento do Dados Amostrais poderá ser feito por qualquer método matemático qualitativo e quantitativo,
devidamente explicado e comprovado. Aqui nesse trabalho, principalmente pelo seu uso técnico e didático, essa
homogeneização será feita através de três métodos:

1. Método da Média Aritmética;


2. Método do Desvio Padrão e;
3. Outros Métodos.
1. Método da Média Aritmética

É feito ao se definir limites (inferior e superior) para a variação dos dados amostrais, a partir do que se exclui
valores que não atinjam ou excedam estes limites. Esses valores são determinados de forma aleatória, pelo avaliador,
estando, normalmente, situados entre 15% e 30%. Essa forma é representada nas expressões a seguir:

Mi = X – 30% . X = 0,70 . X
Ms = X + 30% . X = 1,30 . X
Onde:

Mi = limite inferior do intervalo


Ms = limite superior do intervalo
X = média aritmética simples

Procedimento:

Após encontrar os limites superior e inferior e eliminar os dados com valores abaixo e além desses limites, calcula-
se a nova média aritmética, agora saneada.

2. Método do Desvio Padrão

Semelhante ao método anterior sendo que os limites inferior e superior, são obtidos subtraindo-se e somando-se o
desvio padrão à média aritmética dos dados brutos obtidos.

Para tanto necessário se faz encontrar-se:

a. Média aritmética dos dados

∑ xi
i =1
n =
n

b. Variância

2
∑ (xi − x )
i =1
2

s =
x
n −1

c. Desvio Padrão

2
∑ (xi − x )
i =1
2

s = s =
x x
n −1
Assim teremos:

Mi = x - sx
Ms = x + sx

Procedimento:

Procede-se o cálculo da média aritmética simples, a variância e o desvio padrão. A partir desses valores
determinam-se os limites inferiores e superiores para que sejam expurgados os dados que fiquem acima ou abaixo dos
limites estabelecidos com o uso do desvio padrão. Com os dados remanescentes, procede-se o cálculo da nova média
aritmética, agora saneada.

3. Critério de Chauvenet

Deste Universo Amostral, testaremos qual ou quais amostras são impertinentes, através do Critério de Exclusão de
Chauvenet, cuja tabela de valores críticos a seguir:

CRITÉRIO DE CHAUVENET – d/s crítico

n d/s n d/s n d/s


5 1,65 20 2,24 5 x 103 3,89
6 1,73 22 2,28 5 x 104 4,42
7 1,80 24 2,31 5 x 105 4,89
8 1,86 26 2,35 5 x 106 5,33
9 1,92 30 2,39 5 x 107 5,73
10 1,96 40 2,50
12 2,03 50 2,58
14 2,10 100 2,80
16 2,16 200 3,02
18 2,20 500 3,29

Procuraremos sanear o rol pela eliminação dos elementos suspeitos. Para tanto, tomemos inicialmente os elementos
extremos do rol (menor e maior valores). Se estes elementos atenderem aos valores críticos, obviamente os demais
também atenderão.

Caso um ou ambos os elementos testados não atenderem e forem excluídos, formaremos um novo rol, sem o (s) elemento
(s) excluído (s), calcularemos nova média, novo desvio padrão, novos limites de confiança, e assim sucessivamente até
todos os elementos atenderem aos valores críticos.

Com essa metodologia, o campo de decisão do avaliador irá se reduzir e, conseqüentemente, maior será a precisão na
escolha final.

A tabela de valores críticos de Chauvenet para 10 elementos mostra que a razão entre o desvio da amostra (diferença em
valor absoluto entre esta e a média) e o desvio padrão s deve ser menor ou no máximo igual a 1,96. (Vide Tabela VII)

Para 12 elementos essa razão deverá ser menor ou igual a 2,03.

Como o valor para 11 elementos não é dado na tabela, dever-se-á interpolar os valores para 10 e 12 elementos, restando
para 11 elementos que a razão deve ser menor ou igual a 1,99.
DEPRECIAÇÃO
CONCEITO

É o termo geral e amplo que abarca todas as influências que atacam os bens materiais ao longo do tempo,
ocasionando perda e valor ou diminuição de preço.
CAUSAS

A depreciação é devido à idade, ao desgaste físico dos materiais, à obsolescência funcional e à obsolescência
econômica.

Causas Físicas:
‰ Acidentes diversos
‰ Sinistros
‰ Deterioração
‰ Desgaste

Causas Funcionais:
‰ Inadequabilidade (falta de capacidade para servir)
‰ Obsolescência (novos dispositivos que servem melhor)
‰ Superação (outro equipamento mais eficaz)
‰ Desuso (falta de uso ou aplicação)

MÉTODOS PARA AVALIAR A DEPRECIAÇÃO

MÉTODO DA LINHA RETA

Considera a depreciação como função linear da idade do bem, variando uniformemente ao longo da vida útil. Esse
método divide o valor depreciável de um bem uniformemente durante sua vida útil, exceto quando esta é prolongada.

Distribuição linear está relacionado com a perda do valor regular de cada ano.

Fórmula geral:

Depreciação Anual = Valor de Aquisição – Valor do Resto


Duração de uso em anos

Exemplo:
Vaqu = R$20.000,00 Depreciação anual = 20.000,00 – 8.200,00
4
Vrest = R$8.200,00 Depreciação anual = R$2.450,00
duração de uso = 4 anos

Distribuição regressiva é quando a depreciação diminui muito no inicio do período depois estagna. ex. computador,
maquina de qualidade ruim . Porque o valor da perda no inicio é maior do que no resto do período a depreciação regressiva
é usada para equilibrar outros custos relacionados com um bem.

Distribuição Progressiva perda do valor no final do período de uso é maior do que no inicio.
Exemplo: cavalo jovem
MÉTODO DE ROSS-HEIDECKE

Combina as considerações da idade do bem com as do estado de conservação.

Tabela de Ross-Heidecke, em função da idade e estado do bem

Estado do bem Depreciação (%)

a) Novo 0,00
b) Entre novo e regular 0,32
c) Regular 2,52
d) Entre regular e reparos simples 8,09
e) Reparos simples 18,10
f) Entre reparos simples e importantes 33,20
g) Reparos importantes 52,60
h) Entre reparos importantes e sem valor 75,20
i) Sem valor 100,00

Tabela de Ross-Heidecke - Depreciação física - Fator “k”

Idade em estado de conservação


% da vida a b c d e f g h
2 1,02 1,05 3,51 9,03 18,9 33,9 53,1 75,4
4 2,08 2,11 4,55 10,0 19,8 34,6 53,6 75,7
6 3,18 3,21 5,62 11,0 20,7 35,3 54,1 76,0
8 4,32 4,35 6,73 12,1 21,6 36,9 54,6 76,3
10 5,50 5,53 7,88 13,7 29,6 36,9 55,2 76,6
12 6,72 6,75 9,07 14,3 23,6 37,7 55,8 76,9
14 7,98 8,01 10,3 15,4 24,6 38,5 56,4 77,2
16 9,28 9,31 11,6 16,6 25,7 39,4 57,0 77,5
18 10,6 10,6 12,9 17,8 26,8 40,3 57,6 77,8
20 12,0 12,0 14,2 19,1 27,9 42,2 58,3 78,2
22 13,4 13,4 15,6 20,4 29,1 42,2 59,0 78,5
24 14,9 14,9 17,0 21,8 30,3 43,1 59,6 78,9
26 16,4 16,4 18,5 23,1 31,5 44,1 60,4 79,3
28 17,9 17,9 20,0 24,6 32,8 45,2 61,1 79,6
30 19,5 19,5 21,5 26,0 34,1 46,2 61,8 80,0
32 21,1 21,1 23,1 27,5 35,4 47,3 62,6 80,4
34 22,8 22,8 24,7 29,0 36,8 48,4 63,4 80,8
36 24,5 24,5 26,4 30,5 38,1 49,5 64,2 81,3
38 26,2 26,2 28,1 32,2 39,6 50,7 65,0 81,7
40 28,8 28,8 29,9 33,8 41,0 51,9 65,9 82,1
42 29,9 29,8 31,6 35,5 42,5 53,1 66,7 82,6
44 31,7 31,7 33,4 37,2 44,0 54,4 67,6 83,1
46 33,6 33,6 35,2 38,9 45,6 55,6 68,5 83,6
48 35,5 35,5 37,1 40,7 47,2 56,9 69,4 84,0
50 37,5 37,5 39,1 42,6 48,8 58,2 70,4 84,5
60 48,8 48,8 49,3 52,2 57,4 65,3 75,3 87,1
70 59,5 59,5 60,5 62,8 66,8 72,9 80,8 90,9
80 72,0 72,0 72,7 74,3 77,1 81,3 86,7 93,1
90 85,5 85,5 85,9 86,7 88,1 90,3 93,1 96,4
100 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fórmulas:
100 - k onde:
d = ------------- d = Depreciação
100 k = Fator de Ross-Heidecke
Vd = Valor do bem com depreciação
Vn = Valor do bem novo.
Vd = Vn x d

Índices de depreciação das terras segundo sua capacidade de uso e situação do


imóvel sob ponto de vista da circulação.
Classe I II III IV V VI VII VIII
100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30%
Situação
Ótima
100% 1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30
Muito Boa
90% 0,90 0,81 0,72 0,63 0,54 0,45 0,36 0,27
Boa
80% 0,80 0,72 0,64 0,56 0,48 0,40 0,32 0,24
Regular
70% 0,70 0,63 0,56 0,49 0,42 0,35 0,28 0,21
Sofrível
60% 0,60 0,54 0,48 0,42 0,36 0,30 0,24 0,18
Inconveniente
50% 0,50 0,45 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15

40% 0,40 0,36 0,32 0,28 0,24 0,20 0,16 0,12
Péssima
30% 0,30 0,27 0,24 0,21 0,18 0,15 0,12 0,09
Fonte: MOREIRA, 1994.
ROTEIRO PARA UMA AVALIAÇÃO RURAL
DEFINIR O AVALIADOR
‰ Habilitação profissional

DEFINIR OS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO


‰ Financiamentos e hipotecas
‰ Organização de empresas
‰ Seguros
‰ Perícia judicial
‰ Taxação
‰ Tarifas
‰ Administração
‰ Idade
‰ Vida útil
‰ Vida remanescente

FATORES A CONSIDERAR
‰ Utilidade
‰ Raridade
‰ Localização
‰ Características regionais

LEVANTAMENTO DA PROPRIEDADE
ECOSSISTEMA
‰ Clima
ƒ Temperaturas
ƒ Umidade
ƒ Pluviosidade
ƒ Balanço hídrico
‰ Solos
‰ Vegetação
‰ Hidrografia
‰ Mão-de-obra
‰ Mercado

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DE TERRAS

As terras de uma propriedade são avaliadas pelo Método direto Comparativo, sendo levantados “in loco” os
valores de propriedades semelhantes. Deve-se, entretanto, levar em consideração que o valor da terra estará diretamente
vinculado às classes de solos, sua capacidade de uso, seu potencial de fertilidade e de produção, além de sua situação
geográfica e socioeconômica.

Características da avaliação de terras

‰ Levantamento de preços
ƒ Cartórios de registro de títulos
ƒ Agentes Financeiros
ƒ Órgãos de desenvolvimento existentes na região
ƒ Profissionais de Avaliação Rural
ƒ Corretores de Imóveis Rurais
‰ Homogeneização de preços
‰ Depreciação em função das características de solo e localização

É possível organizar-se tabelas para construção de quadro de avaliação de terras nuas, utilizados com freqüência
por avaliadores na América Latina, que explicamos a seguir:
Primeiramente, sugere-se destacar os pontos a serem considerados pelo avaliador, que seriam:
AVALIAÇÃO DAS TERRAS NUAS
Variáveis que influenciam a qualidade das terras:

a) Topografia
Especificação Escala de valor
Plana 1,00
Suave Ondulada 0,90
Ondulada 0,80
Forte Ondulada 0,60

b) Fertilidade dos Solos


Especificação Escala de valor
Fertilidade Boa 1,00
Fertilidade Média 0,80
Fertilidade Regular 0,70
Fertilidade Baixa 0,60

c) Grau de Mecanização
Especificação Escala de valor
Atividade Mecanizada à tração motorizada 1,00
Atividade Mecanizada à tração animal 0,90
Atividade não Mecanizada 0,80

d) Existência de Infra-estrutura na área de influência


Especificação Escala de valor
Luz, Telefone, Cooperativas, Hospital, Escola 1,00
Telefone, Luz 0,80
Sem Infra-estrutura 0,60

e) Benfeitorias Existentes no Imóvel


Especificação Escala de valor
Atendem suficientemente as atividades 1,00
Atendem insuficientemente as atividades 0,90
Não atendem as atividades 0,80
Sem Benfeitorias 0,70

f) Distância à Sede Municipal


Especificação Escala de valor
Até 10 km 1,00
De 10 km a 20 km 0,95
De 20 km a 30 km 0,90
De 30 km a 40 km 0,85
De 40 km a 50 km 0,80
Mais de 50 km 0,75
g) Acesso ao Imóvel
Especificação Escala de valor
Rodovia Asfaltada 1,00
Rodovia Empiçarrada 0,95
Estrada Permanente 0,90
Estrada com utilização temporária 0,80
Acesso Aéreo ou Marítimo temporário 0,60
Sem acesso temporário 0,50

h) Hidrografia do Imóvel
Especificação Escala de valor
Rede hídrica de grande porte – permanente 1,00
Rede hídrica de pequeno porte – permanente 0,95
Rede hídrica de pequeno porte – temporária 0,85
Limitações hídricas 0,60

i) Áreas de preservação permanente


Especificação Escala de valor
Áreas inteiramente preservadas e conservadas 1,00
Áreas parcialmente preservadas 0,80
Áreas não preservadas 0,70

j) Reserva Legal
Especificação Escala de valor
RL = 80% 1,00
RL entre 50% e 80% 0,85
RL menor que 50% 0,70
Sem RL 0,50

k) Dimensão da área
Especificação Escala de valor
Até 500 ha 1,00
De 500 ha a 2 000 ha 0,95
De 2 000 ha a 5 000 ha 0,90
Mais de 5 000 ha 0,85

(CONDURÚ NETO, Avaliações e Perícias de Propriedades Rurais, 2000)


A . Qualidades fundamentais da terra relacionadas com o crescimento das plantas:

ƒ disponibilidade de água
ƒ características físicas do solo
ƒ características químicas do solo
ƒ risco de inundações
ƒ presença de ventos
ƒ presença de períodos secos prolongados (balanço hídrico)

B . Qualidades fundamentais da terra relacionadas com o crescimento de animais:

ƒ sem privações devido a clima


ƒ sem enfermidades endêmicas
ƒ valor nutritivo
ƒ presença de plantas tóxicas
ƒ resistência a pisoteio
ƒ resistência à erosão
ƒ disponibilidade de água para beber
ƒ acessibilidade

C . Qualidades fundamentais da terra relacionadas com práticas de produção de plantas, animais ou extrações:

ƒ possibilidade de mecanização
ƒ resistência à erosão
ƒ liberdade para planejamento físico
ƒ trafegabilidade interna
ƒ cobertura florestal favorável à exploração

A esta lista poder-se-á acrescentar outras qualidades bem como suprimir algumas, de acordo com a finalidade da
avaliação.

A partir de então, o avaliador construirá um quadro dimensionando as diversas áreas da propriedade com sua
respectiva relação aos itens de qualidade.

Unidades de Tipos de Utilização das Terras


Terras
A B C
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Média

O preenchimento do quadro se faz de acordo com a disponibilidade de cada qualidade, por cada item, obtendo-se
ao fim a média de cada item (A, B ou C), preenchidos porcentualmente. Ao final obtém-se a média que funcionará como
fator de valorização ou depreciação das terras da propriedade.
Fórmula:

VTN = S x Pm x ut x ct onde:

VTN = Valor da terra nua


S = Área (em hectares)
Pm = Preço médio das terras
ut = Depreciação em função da utilização das terras
ct = Valorização da terra em função de sua classificação

TABELA DE VALORIZAÇÃO / DEPRECIAÇÃO DA TERRA CONFORME O FATOR LOCALIZAÇÃO


(CONDURÚ, 1985)

Condicionantes Fator

1. Distância de Centro Urbano


- até 100 km 1,20
- mais de 100 km 0,80
2. Distância de Grande Centro Comercial
- até 300 km 1,20
- de 301 a 400 km 0,90
- mais de 400 km 0,80
3. Proximidade de Infra-estrutura (Escola, Hospital, Sist. Comunicação, etc.)
- até 50 km 1,30
- mais de 50 km 0,75
4. Vias de Acesso
- Rodovia asfaltada 1,30
- Rodovia empiçarrada 1,20
- Estrada perene 1,00
- Estrada com restrições parciais 0,80
- Estrada com restrições sérias 0,60
- Sem acesso terrestre 0,50
F = média dos diversos valores encontrados
“SITUAÇÃO DOS PRÉDIOS RÚSTICOS E SUA INFLUÊNCIA SOBRE O VALOR DA TERRA”:

Situação Características Escala de Valor (%)

Ótima Imóvel com face para rodovia asfaltada; importância limitada das
distâncias. 100

Muito Boa Imóvel servido por rodovia de primeira classe, não pavimentada;
importância relativa das distâncias. 95

Boa Imóvel servido por rodovia não pavimentada mas que ofereça
seguras condições de praticabilidade, durante o ano todo; 90
importância significativa das distâncias.

Desfavorável Imóvel servido por estradas e servidões de passagem, que não


ofereçam satisfatórias condições de praticabilidade; vias e distâncias 80
se equivalendo.

Má Como a anterior, porém interceptada por fechos nas servidões e


com problemas sérios de praticabilidade na estação chuvosa;
distâncias e classes de estrada equivalendo. 75

Péssima Como a anterior, com sérios problemas de praticabilidade, mesmo


na estação seca, interceptada por córregos e ribeirões, sem pontes,
com vau cativo ao volume das águas. 70

MENDES SOBRINHO, O.T. Avaliação dos Prédios Rústicos para Desapropriação por utilidade Pública – CESP – 1973.
MANUAL BRASILEIRO PARA LEVANTAMENTO DA
CAPACIDADE DE USO DA TERRA.
(Classes)

CLASSE I - Lavoura sem restrições


Compreendem as terras cultiváveis em caráter permanente, com produção de colheitas médias e elevadas de
todas as culturas adaptadas ao clima e que não envolvem problemas de conservação ou introdução de melhoramentos
especiais. Sob todos os aspectos, trata-se de terras muito boas, férteis, cujo solo (profundo) se apresenta bem suprido de
elementos necessários ao crescimento das plantas, conservando bem a água; fáceis de trabalhar, apresentam declividade
suave e dispensam práticas especiais para controle de erosão.

CLASSE II - Lavoura com práticas simples


Possuem quase as mesmas características que as terras da Classe I, exceção feita a certas condições que não
permitem sua classificação naquela categoria. Exigem uma ou mais práticas especiais para conservação da fertilidade do
solo. Algumas apresentam declividade capaz de provocar erosão, outras exigem processos artificiais de drenagem,
enquanto que umas poucas podem se apresentar com baixa capacidade de retenção de água.

CLASSE III - Lavoura com práticas intensas


São terras cultiváveis, mas que exigem práticas intensas ou complexas para culturas permanentes de todos os
tipos, climaticamente adaptadas, com colheitas médias ou elevadas. Trata-se de terras moderadamente boas, com um ou
mais fatores significativos que restringem o seu uso.

CLASSE IV - Lavoura esporádica (pasto)


São terras que não servem para culturas contínuas ou regulares, mas podem ser cultivadas em períodos curtos,
quando devidamente protegidas. Dão bons resultados quando utilizadas para culturas anuais, durante apenas um ano num
período de seis, destinando-se os cinco demais anos do período para pastagens ou culturas de ciclo longo e protetora do
solo. Trata-se de terras suficientemente boas para culturas permanentes que protegem o solo ou mesmo para plantio
ocasional de culturas anuais climaticamente adaptadas. Em geral, são caracterizadas pela baixa produtividade, drenagem
deficiente, presença de declives íngremes, de pedregosidade e de erosão severa.

CLASSE V - Pastagens sem restrições


São terras que não se prestam para culturas anuais, mas que podem ser adaptadas à produção de algumas
culturas permanentes, pastagens e florestas, sem grandes problemas de conservação ou à aplicação de restrições e
medidas especiais de proteção ao solo. Caracterizam-se pela baixa fertilidade, pela presença de zonas de inundação
permanente, por afloramentos de rocha ou de qualquer outra obstrução de caráter constante; podem apresentar ainda
declives íngremes ou serem praticamente planas, apesar de todos os fatores restritivos já enumerados.

CLASSE VI - Pastagem com práticas simples


São terras impróprias para o cultivo de culturas anuais, mas que podem ser utilizadas para os mesmos fins
expostos na categoria anterior, embora com restrições moderadas em seu uso, exigindo pequenos problemas de
conservação, a fim de assegurar uma cobertura vegetal adequada, capaz de conservar o solo e possibilitar a continuidade
de colheitas econômicas. O solo é de pouca profundidade e sua declividade excessiva, o que as torna vulneráveis aos
ataques da erosão.

CLASSE VII - Pastagem com práticas intensas (florestas)


São terras que, além de não se prestarem à prática de culturas anuais, apresentam marcantes limitações mesmo
para alguns tipos de cultura permanente e protetora do solo, para pastagens ou para florestas. Estão altamente sujeitas aos
ataques da erosão, pelo que exigem, conseqüentemente, acentuadas restrições de uso.

CLASSE VIII - Abrigo de vida silvestre


São terras impróprias para quaisquer tipos de vegetação de valor econômico. Em geral, são formadas por terrenos
montanhosos, íngremes, com afloramento rochoso, areias costeiras, etc.
MANUAL PARA LEVANTAMENTO UTILITÁRIO DO MEIO
FÍSICO E CLASSIFICAÇÃO DE TERRAS NO SISTEMA DE
CAPACIDADE DE USO.
(Classes e Subclasses)

GRUPO A: Terras passíveis de serem utilizadas com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou reflorestamento a vida
silvestre (comporta as classes I, II, III a IV).

Classe I: Terras cultiváveis, aparentemente sem problemas especiais de conservação, com nenhuma ou pequenas
limitações permanentes ou riscos de depauperamento, próprias para culturas anuais climaticamente
adaptadas, com produção de colheitas entre médias a elevadas sem práticas ou medidas especiais de
conservação do solo. Normalmente, são solos profundos, de fácil mecanização, com boa retenção de
umidade no perfil a fertilidade de média a alta. São áreas planas ou com declividades muito suaves, sem
riscos de inundação a sem grandes restrições climáticas. Não há afloramentos de rocha, nem o lençol de
água é permanentemente elevado ou qualquer outra condição que possa prejudicar o use de máquinas
agrícolas. Dependendo de bons sistemas de manejo, podem mesmo ser cultivadas com plantas que facilitem
a Erosão, como o algodão, milho ou mandioca, plantadas em linhas retas, sem perigo apreciável de erosão
acelerada. As práticas comuns de melhoria a manutenção da fertilidade do solo, inclusive a rotação de
culturas a aplicação de corretivos a fertilizantes, devem ser usadas nas terras da classe I. Esta classe não
admite subclasses.

Classe II: Terras cultiváveis com problemas simples de conservação. Consiste em terras com limitações moderadas
quanto ao uso. Estão sujeitas a riscos moderados de depauperamento, mas são terras boas, que podem ser
cultivadas desde que lhes sejam aplicadas práticas especiais de conservação do solo, de fácil execução, para
produção segura a permanente de colheitas entre médias a elevadas, de culturas anuais adaptadas à região.
A declividade é suficiente para provocar enxurradas a erosão. Em terras planas, podem requerer drenagem,
porém sem necessidade de práticas complexas de manutenção dos drenos. Podem enquadrar-se nessa
classe terras que não tenham excelente capacidade de retenção de água. Cada uma dessas limitações requer
cuidados especiais, como aração e plantio em contorno, plantas de cobertura, cultura em faixas, controle de
água, proteção contra enxurradas advindas de glebas vizinhas, além das práticas comuns referidas para a
Classe I, como rotações de cultura a aplicações de corretivos a fertilizantes. A Classe II admite as seguintes
subclasses:
IIe: Terras produtivas, com relevo suavemente ondulado, oferecendo ligeiro a moderado risco de erosão (classe
de declive entre 2 e 5%);
IIs: Terras produtivas, planas ou suavemente onduladas, com ligeira limitação pela capacidade de retenção de
água, ou baixa saturação de bases (caráter distrófico), ou pouca capacidade de retenção de adubos (baixa
capacidade de troca);
IIa: Terras produtivas, praticamente planas, com ligeiras restrições de drenagem ou excesso de água, sem riscos
de inundação, mas, uma vez instalado o sistema de drenos, é de fácil manutenção e, a probabilidade da
salinização, pequena;
IIc: Terras produtivas, praticamente planas ou suavemente onduladas, com ligeiras limitações climáticas (seca
prolongada até três meses).

Classe III: Terras cultiváveis com problemas complexos de conservação. Quando cultivadas sem cuidados especiais,
sujeitam-se a severos riscos de depauperamento, principalmente no caso de culturas anuais, requerendo
medidas intensas e complexas de conservação do solo, a fim de poderem ser cultivadas segura a
permanentemente, com produção média a elevada, de culturas anuais adaptadas. Esta classe pode
apresentar variações (subclasses), de acordo com a natureza do fator restritivo de uso. Os principais fatores
limitantes são: a declividade (moderado), drenagem deficiente, escassez de água no solo (regiões semi-áridas
não irrigadas) a pedregosidade. Freqüentemente, essas limitações restringem muito a escolha das espécies a
serem cultivadas, ou a época do plantio ou operações de preparo e cultivo do solo. A classe III admite as
seguintes subclasses:

IIIe: Terras com declividades moderadas (classe de declive entre 5 e 10%), relevo suavemente ondulado a
ondulado, com deflúvio rápido, com riscos severos à erosão sob cultivos intensivos, podendo apresentar
erosão laminar moderada a/ou sulcos superficiais a rasos freqüentes, também em terrenos com declives da
classe entre 2 e 5% e solos muito erodíveis, como aqueles com mudança textural abrupta;
IIIs: Terras praticamente planas ou suavemente onduladas com fertilidade muito baixa (caráter álico) ou limitadas
ainda por: profundidade efetiva média, ou drenagem interna moderada a pobre; ou risco acentuado de
salinização, ou dificuldades de preparo do solo devido à presença de pedras ou argilas expansivas (caráter
vértico);
IIIa: Terras praticamente planas com limitações moderadas por excesso de água, mas sem riscos freqüentes de
inundações: a drenagem é possível, mas, sua manutenção complexa;
IIIc: Terras praticamente planas a suavemente onduladas, com moderadas limitações climáticas, como a escassez
de água em regiões semi-áridas.

Classe IV: Terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios problemas de conservação
apresentando riscos ou limitações permanentes se utilizadas com culturas anuais. Os solos podem ter
fertilidade natural boa ou razoável, mas não são adequados, para cultivos intensivos a contínuos. Usualmente,
devem ser mantidas com pastagens, podendo serem suficientemente boas para certos cultivos ocasionais (na
proporção de um ano de cultivo para cada quatro a seis de pastagem) ou para algumas culturas anuais,
porém com cuidados especiais. Tais terras podem ser caracterizadas pelos seguintes aspectos: declive
íngreme, erosão severa, obstáculos físicos, como pedregosidade ou drenagem muito deficiente, baixa
produtividade, ou outras condições que as tornem impróprias para o cultivo motomecanizado regular. Em
algumas regiões, onde a escassez de chuvas seja muito sentida, de tal maneira a não serem seguras as
culturas sem irrigação, as terras nesta Classe deverá prever as seguintes subclasses:

IVe: Terras limitadas por risco de Erosão para cultivos intensivos, geralmente com declividades acentuadas (classe
de declive entre 10 e 15%), com deflúvio rápido, freqüentemente apresenta erosão em sulcos superficiais e
rasos ou em sulcos profundos ocasionais. Também é o caso de terrenos com declives entre 5 e 10%, com
solos susceptíveis à erosão, tais como os Podzólicos com mudança textural abrupta;
IVs: Solos com profundidade efetiva rasa, ou apresentando pedregosidade (10-30%), com problemas de
motomecanização, ou ainda com pequena capacidade de retenção de água aliada a problemas de fertilidade
(como no caso das Areias Quartzosas);
Na: Solos úmidos, de difícil drenagem, dificultando trabalhos de motomecanização e ainda com outra limitação
adicional, tal como risco de inundação ocasional, que impede cultivo contínuo;
IVc: Terras com limitações climáticas moderadas a severas, ocasionando períodos prolongados de seca, não
senão possíveis colheitas em anos muito secos, ou então com risco ocasional de geada.

GRUPO B: Terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens e/ou reflorestamento e/ou
vida silvestre, porém cultiváveis em casos de algumas culturas especiais protetoras do solo (comporta as
classes V, VI e VII).

Classe V: Terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento, sem necessidade de práticas especiais de
conservação, cultiváveis apenas em casos muito especiais. São terras planas, ou com declives muito suaves,
praticamente livres de erosão, mas impróprias para explorações de culturas anuais, podendo serem
apropriadas para pastagens, florestas ou mesmo para algumas culturas permanentes, sem a aplicação de
técnicas especiais. Embora planas e não sujeitas à erosão, não são adaptadas para exploração com culturas
anuais comuns, em razão de impedimentos permanentes, tais como baixa capacidade de armazenamento de
água, encharcamento (sem possibilidade de ser corrigido), adversidade climática, freqüente risco de
inundação, pedregosidade ou afloramento de rochas. Em alguns casos, é possível o cultivo exclusivo de
arroz; mesmo assim, risco de insucesso pelas limitações advindas principalmente do risco de inundação. O
solo, entretanto, possui poucas limitações de qualquer espécie, para uso em pastagens ou silvicultura. Podem
necessitar de alguns tratos para produções satisfatórias tanto de forragens como de arbustos e árvores.
Entretanto, se tais tratos forem dispensados, não serão sujeitas à Erosão acelerada. Por isso, podem ser
usadas permanentemente sem práticas especiais de controle de Erosão ou de Proteção do solo. Quanto às
limitações de uso são previstas as seguintes subclasses:

Vs: Terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo, podendo apresentar como limitações os
seguintes fatores: muito baixa capacidade de armazenamento de água, drenagem interna muito rápida ou
muito lenta, pedregosidade ou rochosidade intensa e problemas advindos de pequena profundidade efetiva;
Va: Terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo, severamente limitadas por excesso de
água, sem possibilidade de drenagem artificial e/ou risco de inundação freqüente, mas que podem ser usadas
para pastoreio, pelo menos em algumas épocas do ano;
Vc: Terras planas com limitações climáticas severas, com longos períodos de seca e/ou risco freqüente de geada,
neve ou ventos frios.

Classe VI: Terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento, com problemas simples de conservação,
cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas permanentes protetoras do solo. São impróprias
para culturas anuais, podendo ser usadas para produção de certos cultivos permanentes úteis, como
pastagens, florestas e algumas permanentes protetoras do solo, como seringueira e cacau, desde que
adequadamente manejadas. O uso com pastagens ou culturas permanentes protetoras deve ser feito com
restrições moderadas e com práticas especiais de conservação do solo, uma vez que mesmo sob esse tipo de
vegetação, são medianamente suscetíveis de danificação pelos fatores de depauperamento do solo.
Normalmente as limitações que apresentam, são em razão da declividade excessiva, pequena profundidade
do solo, ou presença de pedras impedindo emprego de máquinas agrícolas. Quando a pluviosidade da região
é adequada para culturas, as limitações são atribuídas à declividade excessiva, pequena profundidade do solo
ou a pedregosidade. Nas regiões semi-áridas, a escassez de umidade, muitas vezes, é a principal razão para
o enquadramento da terra nesta Classe, apresentando as seguintes subclasses:

VIe: Terras que, sob pastagem (ou, eventualmente, com culturas permanentes protetoras do solo, como por
exemplo: seringueira, cacau ou banana), são medianamente suscetíveis à erosão, com relevo ondulado e
declividades. acentuadas (entre 10 e 15%, ou entre 5 e 10% para solos muito erodíveis), propiciando deflúvio
moderado a severo; dificuldades severas de motomecanização, pelas condições topográficas, com risco de
erosão podendo chegar a severo; apresentando erosão freqüentemente em sulcos rasos ou profundos;
VIs: Terras constituídas por solos rasos ou, ainda, com pedregosidade (30-50%) e/ou rochas expostas na
superfície. Outra condição que pode caracterizá-las é a pequena produtividade dos solos, como no caso das
Areias Quartzosas em terrenos não planos;
VIa: Solos muito úmidos, com pequenas ou nulas possibilidades de drenagem artificial, acarretando à
motomecanização, agravados por certa suscetibilidade à erosão ou recebimento de depósitos erosivos
oriundos de áreas vizinhas;
VIc: Terras com limitações climáticas muito severas, a ocasionar seca edafológica muito prolongada que impeça o
cultivo mesmo das plantas perenes mais adaptadas.

Classe VII: Terras adaptadas em geral somente para pastagens ou reflorestamento, com problemas complexos de
conservação. Por serem sujeitas a limitações permanentes, além de serem impróprias para culturas anuais,
apresentam severas limitações, mesmo para certas culturas permanentes protetoras do solo, pastagens e
florestas. São altamente susceptíveis de danificação, exigindo severas restrições de uso, com práticas
especiais. Normalmente, são íngremes, erodidas, pedregosas ou com solos muito ra sos, ou ainda com
deficiência de água. Os cuidados necessários são semelhantes aos aplicáveis à Classe VI, necessitando
maior número de práticas conservacionistas, ou que estas sejam mais intensivas a fim de prevenir ou diminuir
os danos pró erosão. Requerem, ainda, cuidados extremos para controle da erosão. Seu uso, tanto para
pastoreio como para produção de madeira, requer sempre cuidados especiais. Suas subclasses são as
seguintes:

VIIe: Terras com limitações severas para atividades não florestas, com risco de erosão severo, apresentando
declividades acentuadas (mais de 40% de declividade) propiciando deflúvios rápidos ou impedimento a
motomecanização; apresentando, freqüentemente, erosão em sulcos profundos;
VIIs: Terras pedregosas (mais de 50% de pedregosidade), com associações rochosas, solos rasos a muito rasos
ou, ainda, com agravante de serem constituídas por solos de baixa capacidade de retenção de água;
VIII: Terras com limitações climáticas severas, a exemplo das terras situadas em regiões semi-áridas ou em locais
onde a irrigação seria imprescindível, mas impraticável.

GRUPO C: Terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamento, porém apropriadas para
proteção da flora e fauna silvestre, recreação ou armazenamento de água (comporta a classe VIII).

Classe VIII: Terras impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento, podendo servir apenas como abrigo e proteção
de fauna e flora silvestre, como ambiente para recreação, ou para fins de armazenamento de água. São
impróprias para o uso com qualquer tipo de cultivo, inclusive o de florestas comerciais ou para produção de
qualquer outra forma de vegetação permanente de valor econômico. Prestam-se apenas para proteção e
abrigo da fauna e flora silvestre, para fins de recreação e turismo ou armazenamento de água em açudes.
Consistem, em geral, em áreas extremamente áridas, acidentadas, pedregosas, encharcadas (sem
possibilidade de pastoreio ou drenagem artificial), severamente erodidas ou encostas rochosas, ou, ainda,
dunas arenosas. Inclui-se aí a maior parte dos terrenos de mangues e de pântanos e terras muito áridas, que
não se prestam para pastoreio. São possíveis as seguintes subclasses:

VIIIe: Terras de relevo excessivo, com declives extremamente acentuados e deflúvios muito rápidos, a expor os
solos a alto risco de erosão inclusive a eólica, como é o caso das dunas costeiras; presença de processos
erosivos muito severos, inclusive voçorocas;
VIIIs: Terras constituídas por solos muito rasos e/ou com tantas pedras a afloramentos de rocha, que impossibilitem
plantio e colheita de essências florestais;
VIIIa: Áreas planas permanentemente encharcadas, como banhados ou pântanos, sem possibilidade de drenagem
ou apresentando problemas sérios de fertilidade, se drenados, como no caso dos solos tiomórficos;
VIIIc: Terras com limitações climáticas muito severas, como as das áreas áridas, que não se prestam mesmo ao
pastoreio ocasional.

Além das oito classes de capacidade de uso, existem as terras que não possibilitam o desenvolvimento de
vegetação: são áreas denominadas tipos de terreno. Entre elas, enquadram-se os afloramentos contínuos de rochas, areias
de praias, áreas escavadas pelo homem etc.

O enquadramento das classes pode ser feito por dois processos:

i. Paramétrico, que classifica as terras com base na limitação mais severa


ii. Sintético, que classifica de acordo com o somatório dos graus de limitações e aptidões do solo.
AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS
AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS REPRODUTIVAS

AVALIAÇÃO DE CULTURAS

De acordo com a norma legal, a avaliação de culturas deve ser feita da seguinte maneira:

... Na avaliação das culturas perenes domésticas deve ser empregado o método de custo de reposição (de formação),
computando-se o custo da muda e as despesas relativas ao plantio e à manutenção, até a época em que se deveria iniciar a produção,
acrescido do valor líquido das safras perdidas nesse período, sempre que houver valor econômico significativo na região.
Na avaliação de culturas perenes e temporárias comerciais, em produção deve ser empregado o método de custo de
reposição acrescido do valor econômico da plantação. Este deverá ser equiparado ao valor presente dos rendimentos líquidos das safras
correspondentes ao número de anos menos um, necessários para que a plantação atinja a época de produção da espécie, multiplicado
por um coeficiente de risco, adicionando-se, quando for o caso, o rendimento líquido da safra pendente de fato, na ocasião da avaliação,
deduzidos os custos vincendos da mesma...

Para essa avaliação necessário se faz conhecer os seguintes aspectos:

„ espécie botânica
„ área de plantio
„ estágio de desenvolvimento vegetativo
„ estado fitossanitário
„ práticas agrícolas utilizadas
„ possibilidade de mecanização da área
„ espaçamento utilizado
„ culturas intercaladas
„ técnica de plantio
„ infra-estrutura de produção

O cálculo da avaliação será feito em função de:

♦ culturas até o início de produção - investimentos de formação até a data da avaliação;


♦ culturas em produção - investimento de formação + produção estimada - custos de produção
♦ Cálculo do Valor Econômico da Produção:

Assim para se chegar ao valor de uma cultura avalianda parte-se de:

VA = CF + VE

Onde:

VA = Valor Atual (na data de elaboração do Laudo) da plantação


CF = Custo de Formação [Custo de Implantação (CI) + Custo de manutenção (CM) + Custos de Oportrunidade dos
Desembolsos Efetuados ou Juros Produzidos (J) à Taxa (i)]. Deduz-se então que o Custo de Formação é encontrado pela
seguinte expressão:

n
CF = CIt . (1 + i)n-t + ∑ CM
t =0
t . (1 + i)
n-t

VE = Valor Econômico da plantação avalianda, obtido pela expressão:

⎡ (1 + i ) n − 1⎤
VE = (1 – r) . RL . ⎢ n ⎥
⎣ i.(1 + i ) ⎦
Onde:

RL = Fluxo de Receitas Líquidas Futuras, RL = RL1 = RL2 = ... = RLn com t = 0, 1, 2, ..., n, períodos.
r = Coeficiente de risco associado à queda no Fluxo de Receitas Líquidas decorrentes de queda de produção e/ou redução no
preço do produto no mercado. Normalmente atribui-se uma taxa de 10% à variável risco.

Para as culturas que se encontram em produção, devemos obter o montante destas safras (devidamente
capitalizadas) e descontá-las do Custo de Formação do Pimental. Este montante é dado pela equação:
⎡ (1 + i ) t − 1⎤
MRL = RL . ⎢ ⎥
⎣ i ⎦
Onde:

MRL = Montante para a Renda Líquida do Pimental até a data de avaliação

RL = Fluxo de Renda Líquida

t = Número de Rendas (ou períodos) obtidas desde o início da produção até a data da avaliação.

Teremos então:

n
⎡ (1 + i ) t − 1⎤
n-t
CF = CIt . (1 + i) + ∑ CM t . (1 + i)
n-t
- RL . ⎢ ⎥
t =0 ⎣ i ⎦

Culturas Anuais

De acordo com a NBR 8799/1985, na avaliação de culturas perenes e temporárias comerciais, em produção, deve ser empregado
o método do custo de reposição, acrescido do valor econômico da plantação. Este deverá ser equiparado ao valor presente dos rendimentos
líquidos das safras correspondentes ao número de anos menos um, necessários para que a plantação atinja a época de produção da espécie,
multiplicado por um coeficiente de risco, adicionando-se, quando for o caso, o rendimento líquido da safra pendente de fato, na ocasião da
avaliação, deduzidos os custos vincendos da mesma.

Tem-se, portanto, a seguinte expressão, utilizada na obtenção do valor atual da cultura anual:

VA = CF + VE
Onde:

CF = Custo de Formação e/ou reposição da cultura [Custo de Implantação (CI) + Custo de Manutenção (CM) + Custos de Oportunidade dos
Desembolsos Efetuados ou Juros Produzidos (J) à Taxa (i)]. Dado que os desembolsos com a implantação e manutenção, se aplicados
alternativamente no mercado financeiro, produziriam os juros (J), temos então que:

CFcap = CF . (1 + i)n

CFcap = Custo de formação capitalizado no instante em que se efetua a avaliação.

VE = Valor econômico para a cultura em apreço

1
VE = (1 – r) . RLt .
(1 + i ) n −t

RLt = Renda líquida esperada, ou soma das rendas líquidas futuras

Onde:

pt = Preço pago ao produtor na época t (safra)


qt = Produção esperada na época t (kg/ha)
Dt = Despesas de colheita, armazenagem, transporte, entre outras
r = Taxa de risco associado à possíveis quedas de produtividade e/ou risco de comercialização, admitido como 5%

1
= Fator de valor presente para a receita futura
(1 + i ) n −t

Outra forma de se proceder a avaliação de culturas foi sugerida por VILLELA (1997) que também leva em consideração o Valor
Econômico da Cultura e que é desenvolvido da seguinte forma:
Os tipos de itens básicos

Devem ser considerados, por ocasião da avaliação, os seguintes tipos de item:


• despesas já efetuadas
• receitas já realizadas
• despesas ainda não efetuadas
• receitas ainda não realizadas

Formulação matemática
Culturas de uma única safra

Convenção:

VI - Valor da avaliação ou da Indenização


RB - Receita Bruta
RL - Receita Líquida
DT - Despesas Totais
DE - Despesas Efetivamente desembolsadas
DV - Despesas Vincendas

Por Despesas Vincendas, entende-se aquelas deveriam ter ocorrido entre o momento da interrupção da cultura (ou da avaliação
dessa cultura) e o final do processo produtivo.

Fórmula: VI = RL + DE ou seja, o valor da avaliação, ou da indenização‚ é o resultado da soma do valor da Receita Líquida
provável com o valor das Despesas Efetivamente desembolsadas, como foi demonstrado simplificadamente nos itens anteriores.
Sabe-se, porém que Receita Líquida é a diferença entre Receita Bruta - RB e Despesas Totais - DT.

RL = RB - DT

Substituindo na fórmula, temos:

VI = RB - DT + DE

Sabe-se, também, que Despesas Totais podem ser desmembradas em Despesas Efetivamente desembolsadas e Despesas
Vincendas.

DT = DE + DV

Aplicando, temos:

VI = RB - ( DE + DV ) + DE
VI = RB - DE - DV + DE
VI = RB - DV

Dessa forma, chega-se à conclusão de que o valor da avaliação (ou da indenização de uma cultura vegetal de uma única safra
interrompida antes da colheita) será obtido pela diferença entre o valor da Receita Bruta e o valor das despesas vincendas.

Culturas de mais de uma safra

A circunstância de haver mais de uma safra de uma cultura dá ensejo a que a interrupção do processo produtivo ocorra após o
início do período de produção dessa cultura ou que haja uma avaliação da cultura nesse momento e, nesse caso, deve ser levado em
consideração o componente RLR - Receita Líquida Realizada, ou seja, a diferença entre o resultado da venda da produção já obtido e os
dispêndios com o custeio da cultura referentes a essa produção (inclusive uma parcela rateada do custo de implantação dessa cultura).
As despesas efetuadas subdividem-se em despesas já ressarcidas e despesas ainda não ressarcidas: uma avaliação feita após o
início dos trabalhos de uma segunda safra vai considerar as despesas referentes à primeira safra como tendo sido ressarcidas pela receita
oriunda da venda da produção da primeira safra e como ainda não ressarcidas as despesas referentes à segunda safra. Técnicas ou insumos
com efeitos em mais de uma safra têm seu custo onerando o custo das safras afetadas por seus efeitos.

VI = RL - RLR + DENR

Onde:

VI - Valor da Avaliação ou da Indenização


RL - Receita Líquida provável
RLR - Receita Líquida Realizada
DENR- Despesas Efetivamente desembolsadas ainda não ressarcidas
Em outras palavras, considera-se como valor da cultura o valor da Receita Líquida provável deduzido do valor da Receita Líquida
realizada e acrescido do valor das despesas efetuadas e ainda não ressarcidas na venda da produção.
A relação entre as variáveis de Despesas Efetuadas pode ser explicitada:

DE = DENR + DER

Onde:

DER - Despesas Efetivamente desembolsadas já ressarcidas

Pode-se estender a elaboração da forma acima desmembrando os componentes:

RL = RB - DT

Onde:
RL - Receita Líquida
RB - Receita Bruta
DT - Despesa Total
RLR = RBR - DE

Onde:

RLR - Receita Líquida Realizada


RBR - Receita Bruta Realizada
DE - Despesas Efetivamente desembolsadas

Substituindo o significado de RL na fórmula de VI, temos:

VI = RB - DT - RLR + DENR

Substituindo o significado de RLR na fórmula de VI, temos:

VI = RB - DT - ( RBR - DE ) +DENR
VI = RB - DT - RBR + DE + DENR

Sabemos que:

RB = RBR + RBNR

Onde:

RB - Receita Bruta
RBR- Receita Bruta Realizada
RBNR- Receita Bruta Não Realizada
e

DT = DE + DV

Onde:

DT - Despesas Totais
DE - Despesas Efetivamente desembolsadas
DV - Despesas Vincendas

Então, substituímos o significado de RB na fórmula de VI:

VI = RBR + RBNR - DT - RBR + DENR + DER + DENR

Substituímos, agora, o significado de DT na fórmula de VI:

VI = RBNR - ( DE + DV ) + DENR + DER + DENR

Substituimos as variáveis por seus componentes em duas fases:

VI = RBNR - DE - DV + DENR + DER + DENR


VI = RBNR - DENR - DER - DV + 2 DENR + DER

Simplificando a fórmula acima, temos:

VI = RBNR - DV + DENR

Onde:

VI - Valor da Avaliação ou da Indenização


RBNR - Receita Bruta Não Realizada
DV - Despesas Vincendas
DENR - Despesas Efetivamente desembolsadas ainda não ressarcidas

Considerando que:

RLNR = RBNR - DV

Onde:

RLNR - Receita Líquida Não Realizada

temos:

VI = RLNR + DENR

Importante ressaltar que para se proceder cálculos de equações matemáticas como demonstrado anteriormente, necessário se faz
que haja documentação acerca de valores culturais na propriedade ou na região onde se encontra o imóvel avaliando.

AVALIAÇÃO DE PASTAGENS

As pastagens são consideradas culturas, muitas vezes, perenes e devem ser avaliadas como tal.

Deve-se lembrar que a pastagem não visa produzir um fruto e sim servir de alimento a espécies animais. Para tal, deve ser levado
em consideração os seguintes aspectos:

„ espécie botânica
„ área de plantio
„ estágio de desenvolvimento vegetativo
„ estado fitossanitário
„ práticas agrícolas utilizadas
„ possibilidade de mecanização da área
„ capacidade de suporte da pastagem

AVALIAÇÃO DA COBERTURA FLORESTAL

A Norma Avaliatória prevê o caso de florestas plantadas ou não, senão vejamos:

... Na avaliação de essências florestais homogêneas será considerado o valor econômico da plantação, que, no caso, pode ser
equiparado ao valor presente do rendimento líquido dos desbastes periódicos vincendos e do corte final.
Na avaliação de culturas perenes e temporárias comerciais e de essências florestais, pode ser, também, empregado o método
residual, quando for possível obter, na mesma região, dados de mercado comparáveis e confiáveis...

De acordo com MAGOSSI (1991), pelo método do Valor Econômico, a fórmula avaliatória pode ser representada pela seguinte
expressão algébrica:

n
1
VEF = (1 – r) . ∑ RL
t =0
t .
(1 + i ) n −t

Onde:

VEF = Valor Econômico para a Floresta em apreço

RL = Renda Líquida Esperada, ou soma das Rendas Líquidas Futuras

RLF = p . q

p = Preço pago ao produtor por um metro cúbico (m3) de madeira

q = Quantidade de metros cúbicos de madeira produzida em 1 ha

1
= Fator de Valor Presente para as Receitas (diferentes) Líquidas Esperadas
(1 + i ) n −t
r = Coeficiente de Risco de Mercado (queda de preços), admitindo-se 5% a 10%
t = t = 0, 1, 2, ..., n períodos

i = Taxa de juros (6 % a.a.)

A cobertura florestal constitui-se um bem e como tal, deve ser avaliado pelo seu valor de mercado. A legislação vigente permite a
exclusão de parte da cobertura florestal da propriedade para implantação de outras atividades produtivas e, portanto, tem valor a ser
estimado. A parte de reserva legal também poderá ser avaliada, caso o proprietário possua projeto aprovado, junto ao IBAMA, de manejo
florestal o que permitirá também estimar-se o valor dessa reserva.

Para cálculo do potencial produtivo poder-se-á utilizar inventário florestal expedito, ou através de bibliografia por ventura
existente da região ou da área em tela.

No caso da existência de espécies extrativas, é obrigação do avaliador estimar esta produção, dando-lhe o valor devido.

O valor de 1 (um) hectare de cobertura vegetal de mata é determinado pela soma da estimativa do quantitativo de m3 das essências
comerciais existentes multiplicado pelo seu valor unitário, menos o custo de extração. Em muitos casos pode-se considerar o valor da “árvore
em pé” , que é a forma comum de comercialização em algumas regiões.

VCF = [ (ve1 x pe1) + (ve2 x pe2) + ... + (ven x pen) ] - CE

Existem casos em que se encontram, em forma extrativa, algumas espécies que são conhecidas não por sua produção volumétrica
e sim por sua produção extrativa. Exemplos são as castanheiras, o cacau e a seringueira nativos, entre outros.

Nesse caso, essa produção que chamaremos de Agroflorestal, poderá ser calculada pela seguinte fórmula:

VAF = (pma x vp) - ca onde:

VAF = Valor da produção Agroflorestal


pma = Produção média anual
vp = Valor unitário da produção
ca = Custo no ano da avaliação

AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS NÃO REPRODUTIVAS

Melhoramentos permanentes que se incorporam ao solo, cuja remoção implica destruição, alteração, fratura ou dano,
compreendendo edificações, vedos, terreiros, instalações para abastecimento de água, de energia elétrica, de irrigação e outros que, por sua
natureza e função, e por se acharem aderidas ao chão, não são negociáveis e nem rentáveis separadamente das terras.

AVALIAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES CIVIS

A avaliação de construções especializadas ou não, são realizadas pelo método do custo de reposição, não esquecendo-se a devida
depreciação em função dos diversos fatores já citados anteriormente.

AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES AGRÍCOLAS

A avaliação de construções especializadas ou não, são realizadas pelo método do custo de reposição, não esquecendo-se a devida
depreciação em função dos diversos fatores já citados anteriormente.

AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PECUÁRIAS

A avaliação de construções especializadas ou não, são realizadas pelo método do custo de reposição, não esquecendo-se a devida
depreciação em função dos diversos fatores já citados anteriormente.

MODELO PARA AVALIAÇÃO DAS BENFEITORIAS NÃO REPRODUTIVAS

Para essas avaliações considera-se o valor do m2 de área construída que será calculado em função do custo de reposição do
material de construção, na região onde se situa o imóvel, mais o custo da mão-de-obra.

Fórmula: V = Vm x S x (1 - a.t) onde:

V = Valor da construção
Vm = Valor do m2 de área construída
S = Área construída
a = coeficiente de depreciação
t = idade da construção

No caso de utilização de depreciação pelo Método de Ross-Heidecke, substitui-se a expressão “(1 - a.t)” pelo fator “d”, usando o
índice “k” ficando a fórmula:

V = Vm x S x d

O cálculo do fator “d” é obtido pela fórmula:

100 - k
d = -------------
100

Vd = Vn x d onde:

d = Depreciação
k = Fator de Ross-Heidecke
Vd = Valor do bem com depreciação
Vn = Valor do bem novo.

AVALIAÇÃO DE SEMOVENTES
A avaliação de rebanhos é uma atividade complexa, que exige profissional competente e habilitado para tal.

Existem duas maneiras básicas de se avaliar um rebanho: por individualidade de sexo e idade ou pela correspondência em
Unidade Animal de Gado Maior - UAGM, uma correlação zootécnica entre o sexo e a idade de cada animal e o padrão bovino adulto - 1,00.

POR INDIVIDUALIDADE

Estima-se o peso de cada uma das categorias do rebanho, estima-se as respectivas vidas úteis, os seus diferentes valores residuais
e, a partir daí, calcula-se o preço médio de mercado que será multiplicado pelo número de cabeças respectivo de cada uma das categorias.

POR UNIDADE DE GADO MAIOR

Esta é uma figura zootécnica que correlaciona a idade e o sexo de cada individualidade animal ao padrão - 1,00. Nestas
circunstâncias o trabalho do avaliador consiste no levantamento das diversas discriminações presentes no rebanho, que serão convertidas em
uma única categoria. Obtida assim a totalidade de peso do rebanho, simplesmente se multiplica pelo valor do peso vivo de carne da espécie.

Vidas Úteis e Valores Residuais de alguns rebanhos - Em nº de anos e %

Especificação Vida Útil Valor Residual


Início Fim em %
BOVINOS
Reprodutor 1,5 5 6,5 0,45
Vacas 2,5 6 8,5 0,40
OVINOS
Carneiro 5 meses 2,5 7,5 0,45
Ovelhas 5 meses 4,5 5,0 0,40

Fonte: Agendas Dunod - Agriculture. Paris.


Unidade Animal de Gado Maior - UAGM no padrão bovino - Em %

Especificação %

Touros, tourunos e novilhos acima de 3 anos 1,20


Novilhos de 1 a 2 anos / vacas de invernar e ventres em cria 1,00
Novilhos de 1 a 2 anos e vaquilhonas 0,75
Terneiros / terneira ao pé 0,40
Carneiros e carneiros capados 0,22
Ovelhas de descarte e ventres 0,20
Capões de 6 dentes 0,19
Capões de 4 dentes 0,16
Capões de 2 dentes 0,13
Cordeiros e cordeiras ao pé 0,10
Fonte: PII/RS

AVALIAÇÃO DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E IMPLEMENTOS


É uma especialidade do campo da engenharia de avaliações necessária para avaliações de bens patrimoniais de empresas além de
ações judiciais.

Para determinar o valor de uma máquina, equipamento ou implemento no estado em que se encontra é utilizado o método direto
comparativo ou método de custos, com obrigatória utilização de depreciação por seus múltiplos métodos.

Pode ser obtido também pelo seu valor depreciado e, para tanto, necessário se faz conhecer:

„ seu valor residual provável


„ sua vida útil
„ sua idade
„ seu valor novo

FONTES DE INFORMAÇÃO
Preferencialmente, todas as informações para composição de preços e valores devem ser levantadas na região onde está situada a
propriedade rural, na sede do município, e, eventualmente, pode-se obter dados na capital do Estado ou outras cidades próximas. Estes
valores serão obtidos em diversos lugares tais como:

• Cartórios
• Lojas de produtos agrícolas
• Agentes financeiros locais
• Entidades de classe
• Instituições públicas e privadas
• Escritórios agrários
• Produtores rurais, etc.
PERÍCIAS RURAIS

O PERITO
Habilitação profissional

Direitos
ƒ escusar-se do cargo por motivo legal, força maior, ético, interesse, etc.
ƒ Pedir prorrogação do prazo por motivo justificado
ƒ Recorrer a fontes de informações diversas
ƒ Indenização de despesas para a realização da perícia
ƒ Honorários
Deveres
ƒ Aceitar o encargo
ƒ Servir
ƒ Respeitar os prazos
ƒ Lealdade, sinceridade, diligência, cuidado, escrúpulo, honestidade
ƒ O assistente técnico

TIPOS DE PERÍCAS
Arbitramento
Avaliação
Exame
Vistoria
ƒ valor do imóvel
ƒ causas de um sinistro
ƒ estado de um bem

PROCEDIMENTO PERICIAL
ƒ Inicial da perícia
ƒ Contratação dos serviços
ƒ Pedido de honorários
ƒ Levantamento de informações
ƒ Perícia “in loco”
ƒ Elaboração de relatório

LAUDOS

TIPOS DE LAUDOS

ƒ Judiciais
ƒ Extrajudiciais ou particulares

FORMA DOS LAUDOS

ƒ Descrição detalhada
ƒ Descrição concisa
ƒ Sintético (formulário)

ROTEIRO DE UM LAUDO PERICIAL

ƒ Pressupostos
ƒ Interessado
ƒ Objetivo do trabalho
ƒ Individualização do objeto
ƒ Informações complementares
ƒ Vistoria
• Caracterização da região
• Caracterização do imóvel
ƒ Metodologia
ƒ Pesquisa de valores
ƒ Determinação do valor final
ƒ Conclusões
ƒ Anexos
ƒ Respostas a quesitos

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

‰ Qualidades do laudo
• clareza
• concisão
• precisão
• originalidade
• harmonia
‰ Correção ortográfica
‰ Uso correto de expressões de tratamento
‰ Uso correto do Sistema Internacional de Unidades

EXPRESSÕES DE TRATAMENTO

Dom ou Dona D.
Senhor Sr.
Senhora Sra.
Digníssimo D.D. ou DD. Ou Digmo
Meritíssimo MM. Ou Mmo
Reverendíssimo Revmo
Vossa Reverência V.Reva
Sua Eminência S.E.
Vossa Majestade V.M.
Vossa Alteza V.A.
Vossa Senhoria V.Sa

⇒ Diretores
⇒ Presidentes
⇒ Vice-presidentes de empresas e/ou órgãos públicos

Vossa Excelência V.Exa

⇒ Presidente e Vice-presidente da República


⇒ Membros do Senado e da Câmara
⇒ Ministros de Estado
⇒ Chefe do Estado Maior
⇒ Governador de Estado
⇒ Secretários de Estado
⇒ Oficiais - Generais
⇒ Prefeitos
⇒ Juizes de Direito, do Trabalho, Eleitorais
⇒ Auditores Militares
⇒ Embaixadores
HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

CÁLCULO DE HONORÁRIOS

O cálculo dos honorários profissionais deve, preferencialmente, ser obtido através de uma formas designadas pelo IAPEP,
AEAPA ou IBAPE, que são instituições oficiais, reconhecidas publicamente, e que darão consistência legal ao pedido profissional de
honorários.

PARCELAMENTO DOS HONORÁRIOS

O parcelamento dos honorários profissionais de avaliações e perícias rurais pode ser amplamente negociado entre o profissional e
o cliente.

Normalmente, esse tipo de serviço é cobrado em duas parcelas. Uma inicial por ocasião da contratação dos serviços e uma final na
entrega do relatório ou laudo.

Em outros casos, como em financiamentos agrícolas, a avaliação pode ser paga através de crédito direto em conta do profissional.

Finalmente, por ser um contrato de prestação de serviços, as partes negociarão todas as fases, incluindo-se aí os honorários
profissionais.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

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ANAIS DO SIMPÓSIO SOBRE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS


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DAUDT, Carlos Dário Lopes. Curso de avaliação e perícia de imóveis rurais. Brasília:
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www.urbi.com.br/users/avap

Prof. José Maria Hesketh Condurú Neto

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ANEXOS

TABELAS PARA CONHECIMENTO DOS SOLOS


(Daudt, 1995)

1. Tabela de interpretação de análise química dos solos

Características Unidade de medida Símbolo Férteis Inférteis

Capacidade de troca de cátions mE/100g T 8 -4

Soma de bases mE/100g S 4 -3

Alumínio trocável mE/100g Al -0,3 +4

Ca + Mg trocáveis mE/100g Ca + Mg 3 -2

Potássio ppm K 135 -45

Fósforo ppm P 30 -10

Sodificação % -Na -10 +50

Distrofismo % V 50 -35

2. Classificação de solo mineral

Classe Tamanho das partículas


(mm)
Argiloso 0 a 0,002
Siltoso 0,002 a 0,02
Arenoso 0,02 a 2
Fragmentos grosseiros 2 a 200
Matacões + de 200
Tipo de terreno vista desarmada

3. Classificação do solo orgânico

Classe % de M. Orgânica % de Argila

Elevados teores +18 +60


Médios teores 12 a 18 0 a 60
Baixos teores -12 <0
VIDAS ÚTEIS DE ALGUNS BENS COMUMENTE ENCONTRADOS NOS
IMÓVEIS RURAIS
(Daudt, 1995)

Especificação Anos Especificação Anos

CONSTRUÇÕES MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS


Alvenaria de tijolo coberto c/ telhas 25 Ancinho 12
Madeira coberto com telhas 15 Arado de discos ou aiveca 15
Barro coberta com telhas 10 Grade de discos 15
Barro coberta com sapê 5 Semeadeira de linhas 15
Banheiros carrapaticidas e sarnicidas 30 Semeadeira de pastagens 20
Barragem com taipa de alvenaria 50 Cultivador 12
MELHORAMENTOS Plaina 15
Linha luz/telefone c/ poste de madeira 30 Colhedeira de algodão 8
Linha luz/tel c/ poste de ferro/concreto 50 Grade de dentes ou mola 20
Cerca de pau-a-pique 10 Segadeira de pastagens 10
Cerca de arame 10 Ceifadeira 12
Encanamento de rede de água 10 Plantadeira 10
Cerca elétrica 10 Sub-solador 5
Seringas, troncos, bretes, mangas 20 Debulhadeira de milho 10
Açude e bebedouro c/ taipa de terra 25 Desintegrador de ração 20
Açude e bebedouro c/ taipa alvenaria 50 Picadeira de forragem 15
ANIMAIS DOMÉSTICOS Motor elétrico 15
Reprodutor bovino 8 Serraria 20
Matrizes bovinas 10 Pulverizador 10
Reprodutor equino 8 Ensiladeira 7
Matrizes equinas 10 Polvilhadeira 10
Suínos 4 Ordenhadeira 10
Ovinos 8 Carrinho de terreiro 8
Animal de tração 12 Roçadeira 10
Animal de montaria 8 Encerado de lona 6
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Secador de cereais 10
Trator de rodas ou esteira 10 Sacaria de colheita em uso 1
Microtrator 7 Adubadeira 8
Trator de lavoura de arroz 7 Cesto de animais (jacá) 2
Colheitadeira automotriz 13 Escarificador 6
Colheitadeira rebocada 10 Rodo 2
Caminhão 5 Arreiamento de qualquer natureza 6
Carroça 10
Carro de bois 10
Carreta de trator hidráulica 15
Carreta de trator c/ pneus 15
Tabela estimativa do Valor Residual do Equipamento
após depreciado

Equipamento (%) Residual

Automóvel 13,2
Camioneta 10,0
Jipe 21,2
Caminhão médio com carroceria 9,1
Caminhão médio com basculante 11,1
Caminhão grande com carroceria 16,7
Caminhão grande com basculante 8,9
Pá carregadeira de pneus - pequena 7,5
Pá carregadeira de pneus – grande 9,2
Trator de esteiras – pequeno 12,8
Trator de esteiras com lâmina – médio 20,0
Trator de esteiras com lâmina – grande 20,0
Trator de esteiras com escarificador e lâmina grande 20,0
Trator agrícola de pneus 9,8
Caminhão fora de estrada 9,7
Retroescavadeira de pneus 10,0
Moto-serra à gasolina 0,0

Fonte: CHEDE, G.J. Avaliação de máquinas e equipamentos. IBAPE. 1999.


Duração média de Máquinas e Equipamentos Rurais
Duração Duração
Itens em Itens em
anos anos
TRATORES OUTROS IMPLEMENTOS
De rodas 10 Arado aiveca 10
De esteiras 10 Grade de discos 12
VEÍCULOS Plantadeira 10
Caminhão 10 Planet 8
Carroça 10 Bico de pato 5
Carro de bois 10
Carreta de trator 15
IMPLEMENTOS DE DIVERSOS
TRATOR
Arado de discos 15 Máquina de café 30
Grade de discos 15 Máquina de debulhar milho 20
Semeadeira 15 Desintegrador 20
Cultivador 12 Picadeira de forragem 15
Plaina 15 Motores elétricos 15
Ancinho 12 Serraria 20
Colheitadeira de algodão 8 Pulverizador 10
Colheitadeira de milho 10 Polvilhadeira 10
Combinada automotriz 10 Carrinho terreiro 8
Combinada rebocada 10 Encerado 6
Grade de dentes 20 Saco colheita 3
Colheitadeira de forragens 10 Jacá 2
Ceifadeira 12 Rodo 2

Duração média de Construções e Melhoramentos


Rurais
Construções Duração em anos
Parede de tijolos, taipa, coberta com telhas 50
Parede de madeira, coberta com telhas 30
Parede de barro, coberta com telhas 20
Parede de barro, coberta com sapé 10
Piso de tijolo, cimentado 50

Melhoramentos Duração em anos


Linha de força, luz, telefone com postes de madeira 30
Linha de força, luz, telefone com postes de ferro ou concreto 50
Cercas de pau a pique 20
Cercas de arame 25
Rede de água (encanamento) 30
Cerca elétrica 15

Fonte: CHEDE, G.J. Avaliação de máquinas e equipamentos. IBAPE. 1999.


Tabela estimativa de vida útil em função do número de
horas de trabalho anual

Máquina, Veículo ou Equipamento Vida útil (horas) Consumo de


horas/ano
Automóvel 8.000 1.300
Camioneta 8.000 1.300
Jipe 8.000 1.300
Caminhão médio com carroceria 8.000 1.350
Caminhão médio com basculante 8.000 1.200
Caminhão grande com carroceria 8.000 1.500
Caminhão grande com basculante 8.000 1.500
Pá carregadeira de pneus - pequena 9.000 1.400
Pá carregadeira de pneus – grande 10.000 2.000
Trator de esteiras – pequeno 10.000 1.800
Trator de esteiras com lâmina – médio 10.000 2.000
Trator de esteiras com lâmina – grande 10.000 2.000
Trator de esteiras com escarificador e lâmina grande 10.000 2.000
Trator agrícola de pneus 8.000 1.000
Caminhão fora de estrada 10.000 2.000
Retroescavadeira de pneus 9.000 2.000
Moto-serra à gasolina 6.000 500

Fonte: CHEDE, G.J. Avaliação de máquinas e equipamentos. IBAPE. 1999.


Avaliação dos Graus de Limitação dos solos para Classificação de terras segundo a Classe de Capacidade de Uso

Características dos Solos Graus de Limitação

Símbolo Solos Classe de Textura Classe de


declividad Textura Fertilidade Drenagem Pedregosidade Imped. à
Relevo Prof. Erosão Capacida
e de
(%) Horiz. Horiz. Efetiva Mecanização de Uso
A B

GRAUS DE LIMITAÇÃO:

N = nulo L = ligeiro M = moderado F = forte

DINIZ, J. Manual para Classificação da Capacidade de Uso das Terras para fins de Avaliação de Imóveis Rurais – 1ª Aproximação – CESP – 1997.
Classificação da Capacidade de Uso das Terras para fins de Avaliação

Características dos Solos Graus de Limitação


Unidade Classe
Geo- Textura Impedimento de
Morfológica Símbolo Solos Horiz. Horiz. Fertilidade Textura Relevo Erosão Drenagem Profundidade à Capacidade
A B Interna Efetiva Mecanização De Uso

GRAUS DE LIMITAÇÃO: UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS: TEXTURA:

N = Nulo CH = Chapada (Colinas) aren = arenosa


L = Ligeiro LB = Lombadas méd = média
M = Moderado AB = Abaciados arg = argilosa
F = Forte DM = Dique Marginal ind = indiscriminada

DINIZ, J. Manual para Classificação da Capacidade de Uso das Terras para fins de Avaliação de Imóveis Rurais – 1ª Aproximação – CESP – 1997.
Interpretação da Análise de Solo

PARÂMETRO EXPRESSÃO CLASSIFICAÇÃO


Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto

Fósforo (P) * μg/cm3 0 - 6 7 - 15 16 - 40 41 - 80 > 80

pH em CaCl2 > 6,0 5,6 - 6,0 5,1 - 5,5 4,4 - 5,0 < 4,4
Acidez pH em H2O > 6,6 6,2 - 6,6 5,7 - 6,1 4,9 - 5,6 < 4,9

meq/100 cm3 0,01 - 0,07 0,08 - 0,15 0,16 - 0,30 0,31 - 0,60 > 0,60
Potássio Trocável (K)
meq/100 cm3 - < 0,4 0,4 - 0,8 > 0,8 -
Magnésio Trocável (Mg)
meq/100 cm3 - < 0,3 0,3 - 0,6 > 0,6 -
Alumínio Trocável (Al) **
meq/100 cm3 < 2,5 2,5 - 5,0 5,1 - 15,0 15,1 - 50,0 > 50,0
CTC ou T
% < 25 25 - 50 51 - 70 71 - 90 > 90
Saturação de Bases (V)
gSO4/cm3 < 5 5 - 10 11 - 15 > 15 -
Enxofre (S) ***
* Extrator Resina ** Extrator KCl 1N *** Extrator Acetato de Amônio 0,5N em Ácido Acético 0,25N
Relação Solo : Extrator 1:2,5

DINIZ, J. Manual para Classificação da Capacidade de Uso das Terras para fins de Avaliação de Imóveis Rurais – 1ª Aproximação – CESP – 1997.
EXEMPLOS DE AVALIAÇÃO PARA CULTURAS
(de acordo com CAMARGO LIMA, 1995)

Avaliação de um pomar de laranja


EXEMPLO 1 – Obter o valor atual de um pomar de laranja, anterior à primeira safra.

Através de uma vistoria pormenorizada na propriedade avalianda busca-se as informações relevantes (dados agronômicos e econômicos)
necessários. No exemplo presente estas informações são as seguintes:

i. Densidade de Plantio 212 plantas/ha


ii. Produtividade Média Esperada 560 caixas/ha
iii. Horizonte de Produção (formação/ declínio) 9 anos
iv. Período de Formação 4 anos
v Época da Avaliação 5º ano (anterior à 1ª safra)
vi. Preço da Caixa de Laranja (no pomar) R$ 2,30
vii. Ponto de Nivelamento do Pomar 9º ano (a partir de sua implantação)
viii. Quadro Financeiro (Fluxo de Caixa Esperado)

Fluxo financeiro utilizado na avaliação de um pomar de citros

Custo de Formação/Produção (R$) Custo Receita Receita


Anos Período de Formação Período de Produção Total Bruta Líquida
Implantação Manutenção Manutenção (1+...+4) Total
(1) (2) (3) (4)
0 376,65 - 376,75 - 376,75
1 300,00 - 300,00 - 300,00
2 378,37 - 378,67 - 378,67
3 558,42 - 558,42 - 558,42
4 731,83 - 731,83 - 731,83
5 782,89 - 782,89 1.288,00 505,11
6 782,89 - 782,89 1.288,00 505,11
7 782,89 - 782,89 1.288,00 505,11
8 782,89 - 782,89 1.288,00 505,11
9 782,89 - 782,89 1.288,00 505,11
Fluxo total líquido ao final de 9 anos (ponto de nivelamento) 180,18
Fonte: Dados hipotéticos
Nota: A sobra positiva, acima do ponto de nivelamento, não será considerada na avaliação.

O problema em apreço envolve dois aspectos econômicos importantes:

Primeiro:
Os desembolsos (Despesas de Investimentos) até o 4º ano, se aplicados alternativamente no mercado financeiro, produziriam juros na razão
de 6 % a.a. (Caderneta de Poupança). Esse rendimento alternativo estabelece um Custo de Oportunidade para o capital investido.
Entendemos, assim, que para cada desembolso, corresponda um montante ao final de (n - t) períodos, devendo ser considerado no custo de
formação do pomar em apreço.

Segundo:
Embora a Constituição de 1988 estabeleça um teto 12 % a.a. para a taxa de juros bancários, é nosso entendimento que sua adoção (mesmo
que justificada) seja motivo de controvérsias pois, a única alternativa de rendimento garantida pelo governo federal é a Caderneta de
Poupança, com rendimento anual de 6 %. Desta maneira, conforme a NBR 8799/85, a expressão algébrica que melhor traduz o texto da
Norma é:

VAP = CFP + VEP

Onde:

VAP = Valor Atual (na data de elaboração do laudo) do pomar avaliando

CFP = Custo de Formação [Custo de Implantação (CI) + Custo de Manutenção (CM) + Custos de Oportunidade dos Desembolsos Efetuados
ou Juros Produzidos (J) à Taxa (i)]. Depreende-se assim que o Custo de Formação é estabelecido com base na seguinte expressão:

n
CFP = CIt . (1 + i)n-t + ∑ CM
t =0
t . (1 + i)
n-t
No caso presente temos, então;

CFP = 376,75 . (1,06)5 + 300,00 . (1,06)4 + 378,37 . (1,06)3 + 558,42 . (1,06)2 + 731,83 . (1,06)1

CFP = R$2.736,74 / ha

(Os juros mais os valores desembolsados, estabelecem, ao final do período analisado, um Montante, razão pela qual na
n
fórmula, utilizamos o fator de valor futuro (1,06) , diretamente sobre estes desembolsos)

VEP = Valor Econômico do Pomar avaliando, obtido através da expressão,

⎡ (1 + i ) n − 1⎤ ⎡ (1 + i ) n − 1⎤
VEP = RL . ⎢ n ⎥
-r. ⎢ n ⎥
⎣ i .(1 + i ) ⎦ ⎣ i .(1 + i ) ⎦
Onde:

RL = Fluxo de Receitas Líquidas Futuras, RL = RL1 = RL2 = ... = RLn, com t = 0, 1, 2,...,n, períodos.

r = Coeficiente de risco associado a queda de no Fluxo de Receitas Líquidas decorrentes de queda na produção e/ou redução
no preço do produto no mercado. Normalmente atribui-se uma taxa de 10% à variável risco.

⎡ (1 + i ) n − 1⎤
⎢ n ⎥
= Fator de Valor Presente para uma série uniforme de pagamentos (ou rendimentos) futuros
⎣ i .(1 + i ) ⎦
Reorganizando os termos da expressão, obtemos:

⎡ (1 + i ) n − 1⎤
VEP = (1 – r) . RL . ⎢ n ⎥
⎣ i .(1 + i ) ⎦
Para o exemplo presente, temos então;

⎡ (1 + 0,06) 4 − 1 ⎤
VEP = (1 – 0,10) . 505,11 . ⎢ 4 ⎥
= R$1.575,23
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦

Lembrando, portanto, da equação, teremos o valor atual, para o pomar avaliando de:

VAP = CFP + VEP = 2.736,74 + 1.575,23 = R$4.311,97 / ha

A mesma metodologia poderá ser utilizada na avaliação de um pomar em datas diferentes, anteriores ao período de formação ou posteriores à
primeira safra.
EXEMPLO 2 – Utilizando-se dos dados do exemplo anterior, obter o Valor Atual de Pomar,
admitindo-se que a avaliação esteja sendo feita logo após efetuada a primeira colheita.

No exemplo anterior tínhamos um custo de formação de:

CFP = R$2.736,74 / ha

Para obtermos o valor econômico do pomar, bastará, portanto, descontar a Receita Líquida proveniente da primeira safra. Ou seja, basta
fazer:

⎡ (1 + 0,06) 3 − 1 ⎤
VEP = (1 – 0,10) . 505,11 . ⎢ 3 ⎥
= R$1.215,15
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦

Teremos portanto,

VAP = CFP + VEP = 2.736,74 + 1.215,15 = R$3.951,89 / ha

EXEMPLO 3 – A partir dos dados do exemplo 1, obter o Valor Atual de um Pomar no 2º ano
de formação.

Lembrando que o pomar em formação começará a produzir no 4º ano de sua formação teremos, neste caso, o Custo de Formação será dado
apenas pelo Custo de Implantação mais o Custo de Manutenção do primeiro ano, ou seja:

CFP = 376,75 . (1,06)5 + 300,00 . (1,06)4 = R$882,92 / ha

Entretanto, para cobrir os investimentos efetuados, serão necessárias duas safras futuras, considerando a produtividade de 560 caixas/ha, ao
preço de R$2,30 / caixa. Termos, portanto:

⎡ (1 + 0,06) 2 − 1 ⎤
VEP = (1 – 0,10) . 505,11 . ⎢ 2 ⎥
= R$833,46 / ha
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦

O Valor Atual do Pomar será portanto:

VAP = CFP + VEP = 833,46 + 882,92 = R$1.716,38 / ha

EXEMPLO 4 – Supondo que, na região do imóvel avaliando, a vida útil de um pomar seja de
10 anos. O Valor Atual de um Pomar no início do 10º ano, será dado por:

Neste caso não é considerado o custo de formação, uma vez que o pomar encontra-se no final de sua vida útil. Logo, se a avaliação é
efetuada numa data anterior a última safra, o Valor Atual do Pomar será dado apenas por:

⎡ (1 + 0,06) 1 − 1 ⎤
VAP = VEP = (1 – 0,10) . 505,11 . ⎢ 1⎥
= R$428,87 / ha
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦
Florestas Plantadas
Avaliação de florestas artificiais

De acordo com MAGOSSI (1991), pelo método do Valor Econômico, a fórmula avaliatória pode ser representada pela seguinte expressão
algébrica:

n
1
VEF = (1 – r) . ∑ RL
t =0
t .
(1 + i ) n −t

Onde:

VEF = Valor Econômico para a Floresta em apreço


RL = Renda Líquida Esperada, ou soma das Rendas Líquidas Futuras
RLF = p . q
p = Preço pago ao produtor por um metro cúbico (m3) de madeira
q = Quantidade de metros cúbicos de madeira produzida em 1 ha

1
= Fator de Valor Presente para as Receitas (diferentes) Líquidas Esperadas
(1 + i ) n −t
r = Coeficiente de Risco de Mercado (queda de preços), admitindo-se 5% a 10%
t = t = 0, 1, 2, ..., n períodos
i = Taxa de juros (6 % a.a.)

EXEMPLO 5 : Sabendo-se que o preço pago ao produtor de madeira é de R$5,27/m3, para


uma floresta de eucalipto, destinada a produção de celulose, obter seu valor econômico, no
período t = 0, sabendo-se que a produtividade média esperada em 4 cortes, em intervalos
regulares de 5 em 5 anos, é de:

0 - 5 anos 1º corte 390 m3 / ha


5 - 10 anos 2º corte 300 m3 / ha
10 - 15 anos 3º corte 220 m3 / ha
15 - 20 anos 4º corte 180 m3 / ha
3
Colocando o preço do metro cúbico (m ) em evidência e reorganizando os termos da expressão do valor econômico da floresta
temos:

⎧ 180 220 300 390 ⎫


VEt=0 = 0,90 . 5,27 . ⎨. 20
+ + + ⎬
⎩ (1,06) (1,06) 15 (1,06) 10 (1,06) 5 ⎭
VEt=0 = R$2.878,38 / ha

EXEMPLO 6 :Considere-se a plantação anterior, após o primeiro corte, no período t = 5,


sabendo-se que a produtividade média esperada nos próximos 3 cortes, em intervalos
regulares de 5 em 5 anos, é de:

5 - 10 anos 2º corte 300 m3 / ha


10 - 15 anos 3º corte 220 m3 / ha
15 - 20 anos 4º corte 180 m3 / ha
3
Colocando o preço do metro cúbico (m ) em evidência e reorganizando os termos da expressão do valor econômico da floresta
temos:

⎧ 180 220 300 ⎫


VEt=0 = 0,90 . 5,27 . ⎨. 15
+ 10
+ ⎬
⎩ (1,06) (1,06) (1,06) 5 ⎭

VEt=0 = R$2.002,21 / ha
Culturas Temporárias
AVALIAÇÃO DE CULTURAS TEMPORÁRIAS

De acordo com a NBR 8799/1985, na avaliação de culturas perenes e temporárias comerciais, em produção, deve ser empregado o método
do custo de reposição, acrescido do valor econômico da plantação. Este deverá ser equiparado ao valor presente dos rendimentos líquidos das
safras correspondentes ao número de anos menos um, necessários para que a plantação atinja a época de produção da espécie, multiplicado
por um coeficiente de risco, adicionando-se, quando for o caso, o rendimento líquido da safra pendente de fato, na ocasião da avaliação,
deduzidos os custos vincendos da mesma.

Tem-se, portanto, a seguinte expressão, utilizada na obtenção do valor atual da cultura anual:

VA = CF + VE

Onde:

CF = Custo de Formação e/ou reposição da cultura [Custo de Implantação (CI) + Custo de Manutenção (CM) + Custos de Oportunidade dos
Desembolsos Efetuados ou Juros Produzidos (J) à Taxa (i)]. Dado que os desembolsos com a implantação e manutenção, se aplicados
alternativamente no mercado financeiro, produziriam os juros (J), temos então que:

CFcap = CF . (1 + i)n

CFcap = Custo de formação capitalizado no instante em que se efetua a avaliação.

VE = Valor econômico para a cultura em apreço

1
VE = (1 – r) . RLt .
(1 + i ) n −t

RLt = Renda líquida esperada, ou soma das rendas líquidas futuras

Onde:

pt = Preço pago ao produtor na época t (safra)


qt = Produção esperada na época t (kg/ha)
Dt = Despesas de colheita, armazenagem, transporte, entre outras
r = Taxa de risco associado à possíveis quedas de produtividade e/ou risco de comercialização, admitido como 5%

1
= Fator de valor presente para a receita futura
(1 + i ) n −t
EXEMPLO 7 – Obter o valor econômico de 1 ha de milho, no instante t = 3 meses após o
plantio, sabendo-se que:

i. ciclo da cultura 140 dias pós plantio


ii. custo de formação R$203,80 /ha
iii. despesas com colheita R$86,10 / ha
iv preço recebido pelo produtor R$5,55 / sc de 60 kg
v produtividade 80 sc /ha
vi. data da avaliação 90 dias pós plantio
vii. taxa de juros (poupança) 6 % a.a.

a. taxa de juros equivalente

[
id = 360 (1,06) − 1 ] . 100 = 0,016% a.d.

b. custo de formação

CFmilho = 203,80 . (1,00016)90 ≅ R$206,76

c. valor econômico

⎧ ⎡ 1 ⎤ ⎫
VEmilho = (1 – 0,05) . ⎨80.5,55.⎢ 50 ⎥ − 86,10 − 203,80 ⎬ ≅ R$150,56 / ha
⎩ ⎣ (1,00016) ⎦ ⎭

d. valor atual de 1 ha de milho

VAmilho = CFmilho + VEmilho = R$357,32 / ha


Avaliação de Pimenta-do-Reino
EXEMPLO 8 – Avaliação de um pimental em produção

Dados Agroeconômicos relevantes:

i. Densidade de Plantio 1.500 pés / ha


ii. Produtividade Média Esperada 3.000 kg / ha
iii. Horizonte de Produção (formação/declínio) 9 anos
iv. Período de Formação 1 ano
v. Época da Avaliação 6º ano (anterior à 5ª safra)
vi. Preço da Pimenta-do-reino (produtor) R$1,50 / kg
vii. Quadro Financeiro (Fluxo de Caixa Esperado)

Fluxo financeiro utilizado na avaliação de uma plantação de Pimenta-do-reino

Custo de Formação/Produção (R$) Custo Receita Receita


Anos Período de Formação Período de Produção Total Bruta Líquida
Implantação Manutenção Manutenção (1+...+4) Total
(1) (2) (3) (4)
0 6.000,00 - 6.000,00 - 6.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 - 3.000,00
2 2.012,00 - 2.012,00 3.520,00 1.508,00
3 2.012,00 - 2.012,00 3.520,00 1.508,00
4 2.012,00 - 2.012,00 3.520,00 1.508,00
5 2.012,00 - 2.012,00 3.520,00 1.508,00
6 2.012,00 - 2.012,00 3.520,00 1.508,00
7 2.012,00 - 2.012,00 3.520,00 1.508,00
8 2.012,00 - 2.012,00 3.520,00 1.508,00
9 2.012,00 - 2.012,00 3.520,00 1.508,00
Fluxo total líquido ao final de 9 anos 3.064,00
Fonte: Dados hipotéticos
Nota: A sobra positiva, acima do ponto de nivelamento (6º ano), não será considerada na avaliação.

viii. Ponto de nivelamento do pimental 6º ano (a partir de sua implantação)


ix. Taxa de Juros 6% a.a. (poupança)

O Valor Atual do Pimental será dado por:

VAP = CFP + VEP

Onde:

VAP = Valor Atual (na data de elaboração do laudo) do plantio avaliando

CFp = Custo de Formação [Custo de Implantação (CI) + Custo de Manutenção (CM) + Custos de Oportunidade dos Desembolsos Efetuados
ou Juros Produzidos (J) à Taxa (i)]. Depreende-se assim que o Custo de Formação é estabelecido com base na seguinte expressão:

n
CFP = CIt . (1 + i)n-t + ∑ CM
t =0
t . (1 + i)
n-t

Observação: Como na data da avaliação do pimental já foram efetuadas quatro (4) safras, devemos obter o montante destas
safras (devidamente capitalizadas) e descontá-las do Custo de Formação do Pimental. Este montante é dado pela equação:

⎡ (1 + i ) t − 1⎤
MRL = RL . ⎢ ⎥
⎣ i ⎦
Onde:

MRL = Montante para a Renda Líquida do Pimental até a data de avaliação

RL = Fluxo de Renda Líquida

t = Número de Rendas (ou períodos) obtidas desde o início da produção (2º ano) até a data da avaliação (6º ano).

Teremos então:

n
⎡ (1 + i ) t − 1⎤
CFP = CIt . (1 + i) n-t
+ ∑ CM n-t
t . (1 + i) - RL . ⎢ ⎥
t =0 ⎣ i ⎦

⎡ (1 + 0,06) 4 − 1⎤
⎢ ⎥
6 5
CFP = 6000 . (1 + 0,06) + 3000 . (1 + 0,06) - 1508 .
⎣ 0,06 ⎦
CFP = R$5.928,87 / ha

VEP = Valor Econômico do Pimental avaliando, obtido através da expressão,

⎡ (1 + i ) n − 1⎤
VEP = (1 – r) . RL . ⎢ n ⎥
⎣ i .(1 + i ) ⎦
Onde:

RL = Fluxo de Receitas Líquidas Futuras, RL = RL1 = RL2 = ... = RLn, com t = 0, 1, 2,...,n, períodos.

r = Coeficiente de risco associado a queda de no Fluxo de Receitas Líquidas decorrentes de queda na produção e/ou redução
no preço do produto no mercado. Normalmente atribui-se uma taxa de 10% à variável risco.

⎡ (1 + i ) n − 1⎤
⎢ n ⎥
= Fator de Valor Presente para uma série uniforme de pagamentos (ou rendimentos) futuros
⎣ i .(1 + i ) ⎦

Para o exemplo presente, e considerando as receitas futuras até o ponto de nivelamento, teremos portanto:

⎡ (1 + 0,06) 4 − 1 ⎤
VEP = (1 – 0,10) . 1.508,00 . ⎢ 4 ⎥
= R$4.702,84 / ha
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦

Lembrando, portanto, da equação, teremos o Valor Atual para o Pimental avaliando de:

VAP = CFP + VEP = R$10.631,71 / ha

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