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Economia e Negócios

Wanderley Gonçalves

2009
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
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© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

G635 Gonçalves, Wanderley. / Economia e Negócios. / Wanderley


Gonçalves. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009.
192 p.

ISBN: 978-85-7638-795-4

1. Demanda. 2. Oferta. 3. Equilíbrio. 4. Produção. 5. Custos.


I. Título.

CDD 330

Todos os direitos reservados.

IESDE Brasil S.A.


Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
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Wanderley Gonçalves
Pós-graduado em Administração de Empresas
pela Universidade São Judas Tadeu (USJT/SP).
Bacharel em Ciências Econômicas pela Facul-
dade de Economia, Administração e Contabili-
dade da Universidade de São Paulo (FEA/USP).
Professor emérito dos cursos de graduação e
pós-graduação da Universidade Cidade de São
Paulo (UNICID/SP). Diretor do curso de Ciências
Contábeis e coordenador dos cursos tecnológicos
da área de comércio e gestão da UNICID/SP.

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sumário
sumário Preferências individuais e restrição orçamentária
12 | Curva de indiferença
14 | Restrição orçamentária
11

17 | O equilíbrio do consumidor

23
O estudo da demanda de mercado
23 | Introdução: o mercado
25 | A demanda
30 | O excedente do consumidor

39
O estudo da oferta de mercado
39 | Introdução
41 | A oferta
47 | O excedente do produtor

53
O equilíbrio do mercado
53 | Introdução
54 | A demanda e a oferta: determinação do equilíbrio
58 | Características fundamentais do preço de equilíbrio
59 | Alterações no ponto de equilíbrio em razão de mudanças (deslocamentos) da
oferta e da demanda
64 | O equilíbrio de mercado demonstrado algebricamente

71
O estudo da elasticidade-preço da demanda
71 | Introdução
72 | Observações sobre o coeficiente da elasticidade-preço da demanda
75 | Tipos de demanda
77 | Os casos extremos
78 | A elasticidade-preço da demanda e a receita total

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89
A produção
89 | Introdução
89 | O que é produção?
95 | Produção Total
96 | Produção Marginal
96 | Produção Média
102 | Análise do comportamento da Produção Marginal e da Produção Média: Lei dos
Rendimentos Decrescentes
103 | Renda marginal e custo marginal

107
Os custos da produção
107 | Introdução
107 | O curto prazo e os custos de produção
109 | Custo total e produção total
114 | Os custos médios (unitários)
118 | O custo marginal por unidade e o rendimento marginal por unidade
123 | O ponto de máximo lucro da firma no curto prazo

129
O estudo da margem de contribuição
129 | Introdução
131 | Fórmula para cálculo
138 | O uso da margem de contribuição para a tomada de decisões

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sumário
sumário Análise do ponto de equilíbrio
147 | Caracterização do ponto de equilíbrio
147

159 | O ponto de equilíbrio para vários produtos


162 | Custo total para mix de produção
163 | A margem de segurança operacional (MSO)

169
As diferentes estruturas de mercado
169 | Introdução
169 | Mercado de concorrência perfeita – caracterização
173 | Monopólio – caracterização
175 | Concorrência monopolista – caracterização
177 | Oligopólio – caracterização

185
Gabarito

189
Referências

191
Anotações

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Apresentação
Vivemos em um mundo no qual a multiplici-

Economia e Negócios
dade das mudanças é uma constância. Mudar
é imperioso para se manter vivo e competitivo
no mercado.
Dentro dessa lógica desenvolvemos o conteúdo
do presente livro, buscando enfatizar a essen-
cialidade do conhecimento microeconômico,
especificando e exemplificando as principais
ferramentas que nos são fornecidas pela Ciência
Econômica, principalmente no que tange a sua
utilização na tomada de decisões.
Buscamos, adicionalmente, ter compromisso
com o aprendizado do aluno, valendo-nos de
uma linguagem simples e objetiva cuja finalida-
de foi tornar o tecnicismo da linguagem econô-
mica em algo fluido e agradável. Para tanto, o
livro possui uma seqüência de assuntos que se
integram em um todo harmônico.
No Capítulo I abordaremos as preferências do
consumidor e as limitações impostas por sua
restrição orçamentária.
O Capítulo II é dedicado ao estudo do mercado
e, dentro deste, o comportamento do consumi-
dor, evidenciando-se a demanda de mercado.
No Capítulo III estudaremos a oferta de merca-
do e suas principais determinantes.
Dedicamos o Capítulo IV ao estudo do equilí-
brio de mercado por meio da interação entre
demanda e oferta.

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No Capítulo V estudaremos um importante ins-

Economia e Negócios
trumento para tomada de decisões, qual seja a
elasticidade-preço da demanda.
O Capítulo VI é reservado ao estudo do primeiro
fenômeno da vida econômica; a produção, seus
elementos e o papel desempenhado pela firma
nesse processo.
No Capítulo VII abordaremos os custos da pro-
dução, sua composição e as correlações dessas
com a produção.
Já no Capítulo VIII estudaremos outra impor-
tante ferramenta para tomada de decisões, qual
seja a margem de contribuição.
No Capítulo IX efetuaremos a análise do ponto
de equilíbrio, partindo do seu cálculo e da sua
importância para a tomada de decisão por parte
das empresas.
Finalmente, no Capítulo X estudaremos as di-
ferentes estruturas de mercado e o comporta-
mento dos demandantes e dos ofertantes em
cada uma dessas estruturas.
Boa leitura.

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Preferências individuais
e restrição orçamentária

Após estudar este capítulo você deverá estar apto(a) a:

„„ identificar as formas pelas quais o consumidor procede para maximi-


zar sua utilidade;

„„ entender como a limitação de renda e os preços interferem na maximi-


zação da utilidade e da satisfação do consumidor;

„„ desenvolver as competências e habilidades necessárias para identificar


e analisar a situação de equilíbrio do consumidor, bem como os fatores
que determinam esse equilíbrio.

Introdução
A Ciência Econômica debate-se com a essência do problema econômico,
consubstanciado na dicotomia existente entre recursos de produção e neces-
sidades humanas.

Em outras palavras, sabemos que enquanto os recursos de produção são


escassos, as necessidades humanas são ilimitadas, insaciáveis (o ser humano
jamais se contenta plenamente com o nível de bem-estar material atingido,
ele quer mais).

Essa máxima aplica-se também ao consumidor, principalmente pelo cer-


ceamento provocado pelo seu poder limitado de compra. As pessoas, na
maior parte das vezes, desejam adquirir bens e/ou serviços que não podem
adquirir, devido, principalmente, a sua restrição orçamentária (renda).

Assim, o que se pretende a partir desse ponto é estudar como o consu-


midor procede para, limitado pelo seu nível de renda e pelos preços dos
bens e/ou serviços que pretende adquirir no mercado, maximizar sua utili-
dade ou satisfação.

Para tanto estudaremos o comportamento do consumidor perante dois


instrumentos fundamentais, quais sejam: a curva de indiferença e a restrição
orçamentária.

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Economia e Negócios

Curva de indiferença
A curva de indiferença mostra as combinações de dois produtos X e Y que
provocarão a mesma satisfação e utilidade total a um consumidor. É, portanto,
um instrumental gráfico que ilustra as preferências do consumidor.

Representa as diferentes combinações de bens que fornecem ao consu-


midor o mesmo nível de utilidade.

Vamos a um exemplo numérico que nos fará compreender melhor o que


foi afirmado.

Suponha que os dados abaixo representem as combinações entre dois


bens: carne bovina e carne de frango, que proporcionam a mesma satisfação
e utilidade total a um consumidor.

Combinações Carne bovina (kg) Carne de frango (kg)


A 2 8

B 3 5

C 5 3

Se transferirmos os dados da tabela acima para um plano cartesiano no


qual registraremos no eixo horizontal carne bovina e no vertical carne de
frango, estaremos construindo a curva da indiferença para esse consumidor.

Assim:

Gráfico 1 – Curva de indiferença


carne de frango (kg)

curva de indiferença

carne bovina (kg)

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Preferências individuais e restrição orçamentária

Algumas características
„„ Todo ponto localizado sobre a curva de indiferença representa uma
combinação dos produtos carne bovina e carne de frango, sendo que
todas essas possíveis combinações são igualmente satisfatórias e pro-
movem a mesma utilidade ao consumidor.
Por isso, para o consumidor é indiferente estar no ponto A, B ou C, ou
ainda em qualquer outro ponto que represente qualquer outra possível com-
binação desde que esse ponto localize-se sobre a curva. A sua utilidade total
e satisfação serão as mesmas.
„„ As curvas de indiferença têm inclinação decrescente. No momento em
que a utilidade total permanece inalterada, o consumidor só estará dis-
posto a reduzir, no nosso exemplo, o consumo de carne de frango se
puder aumentar o consumo de carne bovina.
Logo, carne de frango e carne bovina são variáveis que se correlacionam
inversamente em uma curva que representa variáveis inversamente relacio-
nadas com inclinação decrescente.
„„ Cada curva de indiferença representa determinado nível de utilidade:
quanto mais alta a curva de indiferença, maior a satisfação que o con-
sumidor pode obter no consumo dos dois bens, no caso, carne bovina
e carne de frango.

Mapa de indiferença
De posse da definição de curva de indiferença, é possível construirmos o
mapa de indiferença, ou seja, o conjunto de curvas de indiferença, represen-
tando cada uma um dado nível de bem-estar, satisfação e utilidade total do
consumidor.

Assim, graficamente representamos:

Gráfico 2 – Mapa de indiferença


carne de frango (kg)

3
2
1
0

carne bovina (kg)


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Economia e Negócios

O mapa de indiferença traz dentro de si inúmeras infinitas curvas de


indiferença.

Importante salientar alguns aspectos fundamentais do mapa de indife-


rença e das curvas a ele associadas:
„„ Qualquer curva situada à direita de quaisquer outras, portanto, mais
alta, proporciona ao consumidor um nível de bem-estar maior. Exem-
plo: o nível de bem-estar do consumidor em U3 é maior do que em U2.
„„ Analogamente, qualquer curva situada à esquerda de qualquer outra,
portanto, mais baixa, proporciona ao consumidor um nível de bem-
estar menor. Dessa maneira, o nível de bem-estar do consumidor em
U2 é menor do que em U3.
„„ Indiferença significa deslocar-se ao longo da curva de indiferença.
Exemplo: é indiferente para o consumidor, no nosso exemplo, consu-
mir uma combinação de 8kg de carne de frango e 2kg de carne bovina
constante na combinação A, ou 5kg de carne de frango e 3kg de carne
bovina, conforme constante na combinação B. O seu grau de utilidade
e de satisfação será o mesmo.
„„ Preferência significa deslocar-se para curvas cada vez mais altas, ou cada
vez mais à direita da origem dos eixos cartesianos. No exemplo acima, se-
ria passar de U0 para U1, deste para U2, U3, e assim sucessivamente.

Restrição orçamentária
Como vimos, a curva de indiferença demonstra o conjunto de bens e
serviços que o consumidor deseja adquirir, considerando apenas as suas
preferências subjetivas, com a finalidade de atender e maximizar sua utili-
dade ou satisfação.
Já a restrição orçamentária é o montante de renda disponível do consumi-
dor, em dado período de tempo, que limita as possibilidades de consumo,
condicionando o que ele pode gastar.

Assim:

Conjunto de bens e serviços que


Curva da indiferença
o consumidor deseja adquirir

Conjunto de bens e serviços que


Restrição orçamentária
o consumidor pode adquirir

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Preferências individuais e restrição orçamentária

Essa constatação permite-nos definir a reta orçamentária ou linha de


preços como as combinações máximas possíveis de bens e serviços a serem
adquiridos, dados a renda do consumidor e os preços dos bens.

De forma análoga à Curva de Indiferença, é possível também demonstrar


graficamente o Perfil da Reta Orçamentária.

Valendo-nos do mesmo exemplo da carne bovina e da carne de frango e


supomos que o nosso consumidor possua uma renda de R$70,00 para gastar
em carne de frango e carne bovina, e que o preço do quilo da carne bovina
seja R$10,00, e o da carne de frango seja R$8,00. Dessa maneira, serão pos-
síveis ao nosso consumidor as seguintes combinações entre carne bovina e
carne de frango:

Caso opte por adquirir somente carne bovina será possível ao nosso con-
sumidor comprar 7kg, ou seja, R$70,00 que é sua Renda Total dividido por
R$10,00 que é o preço de cada kg de carne bovina. Ato contínuo, caso opte
por adquirir somente carne de frango ser-lhe-á possível adquirir 8,75kg, ou
seja, R$70,00 que é sua Renda Total dividida por R$8,00 que é o preço do kg
da carne de frango.

Outras combinações também são possíveis; vamos a elas:

O nosso consumidor poderá optar por adquirir 2kg de carne bovina; nesse
caso, consumirá R$20,00 de sua renda já que cada quilo de carne bovina tem
um preço de R$10,00. Como sua renda é de R$70,00 sobram-lhe R$50,00 que
permitem ao nosso consumidor adquirir 6,25kg de carne de frango, ou seja,
R$50,00 dividido por R$8,00, que é o preço do kg da carne de frango.

Se a opção do nosso consumidor for a de adquirir 3kg de carne bovina ele


consumirá R$30,00 de sua renda, ou seja, R$10,00 x 3 = R$30,00. Da mesma
forma com uma renda de R$70,00 sobram-lhe R$40,00 que permite ao nosso
consumidor adquirir 5kg de carne de frango, ou seja, R$40,00 divididos por
R$8,00, que é o preço do kg de carne de frango.

Seqüencialmente, caso opte por adquirir 5kg de carne bovina consumirá


R$50,00 de sua renda, ou seja, R$10,00 x 5 = R$50,00. Nessa situação com uma
renda de R$70,00 sobram-lhe R$20,00, que permitem ao nosso consumidor
adquirir 2,5kg de carne de frango, ou seja, R$20,00 divididos por R$8,00 que
é o preço do kg da carne de frango.

Transportando esses dados para uma tabela e, posteriormente, para um


plano cartesiano é possível obter-se o gráfico da Restrição Orçamentária
(Reta Orçamentária).

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Economia e Negócios

Assim:

Combinações Carne bovina (kg) Carne de frango (kg)


A 7 0
B 0 8,75
C 2 6,25
D 3 5
E 5 2,5

Gráfico 3 – Restrição orçamentária


carne de frango (kg)
8,75 A
Restrição Orçamentária
(Reta Orçamentária)
6,25 C

5 D

2,50 E

B
0 2 3 5 7
carne bovina (kg)

Examinando esse gráfico constatamos que a reta orçamentária (RO) re-


presenta os pontos nos quais o consumidor dispende toda a sua renda.

Ato contínuo, os pontos localizados abaixo da reta demonstram um con-


sumidor que está gastando abaixo do que poderia. Da mesma forma, pontos
acima, ou além da reta orçamentária, denotam uma situação em que o con-
sumidor não tem condições de adquirir os bens com a renda de que dispõe,
dados os preços de mercado.

Em síntese: restrição orçamentária é uma curva que mostra as várias com-


binações de dois produtos que um consumidor pode comprar com determi-
nada renda monetária, dados os preços dos bens.

Características da restrição orçamentária


Com essa definição evidenciamos que renda e preços dos bens são deter-
minantes fundamentais para a configuração da restrição (reta) orçamentária,
abstraindo-se desse fato duas características importantes:

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Preferências individuais e restrição orçamentária

„„ Variações na renda – posição da reta da restrição orçamentária varia


com a renda monetária, ou seja:

Restrição orçamentária expande-se


Renda monetária para a direita

Restrição orçamentária retrai-se


Renda monetária para a esquerda

„„ Variações nos preços – uma variação nos preços dos produtos tam-
bém provoca variações na curva de restrição orçamentária, ou seja:

Curva de restrição orçamentária


Preço dos 2 produtos Renda real expande-se (desloca-se para a
direita)

Curva de restrição orçamentá-


Preço dos 2 produtos Renda real ria retrai-se (desloca-se para a
esquerda)

O equilíbrio do consumidor
Já evidenciamos que a curva de indiferença representa o conjunto de bens
e serviços que o consumidor deseja adquirir considerando apenas suas pre-
ferências subjetivas, com a finalidade de atender e maximizar sua utilidade
total. Da mesma forma, a restrição orçamentária é representada pelo conjun-
to de bens e serviços que o consumidor pode adquirir.
Portanto, o equilíbrio do consumidor processar-se-á no ponto de tangência
entre a restrição orçamentária, que representa a capacidade e o poder aquisi-
tivo do consumidor; e a mais elevada curva de indiferença, que representa o
desejo. Nesse ponto, que compatibiliza poder e desejo, o consumidor estará
maximizando sua utilidade. Graficamente:

Gráfico 4 – Curva de indiferença

curva de indiferença
carne de frango (kg)

reta de restrição
orçamentária

carne bovina (kg)


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Economia e Negócios

Assim, o ponto de tangência (E) entre a restrição orçamentária e a mais


elevada curva de indiferença representa o consumidor em equilíbrio. Nesse
ponto, o consumidor estará maximizando o seu bem-estar e sua utilidade,
dentro das limitações de seu orçamento. Compatibiliza-se, nesse ponto, o
poder e o desejo.

Finalizando, o consumidor estará maximizando a utilidade e o seu bem-


estar no ponto em que a restrição orçamentária atinge a mais elevada curva
de indiferença possível.

Ampliando seus conhecimentos

A revolução dos compact discs (CDs)


(McCONNEL; BRUE, 1999)

Os compact discs (CDs) surgiram nos Estados Unidos em 1983. Eles


revolucionaram a indústria musical de venda de varejo, fazendo com que
os discos de vinil praticamente desaparecessem.

Em 1983, menos de 1 milhão de CDs e quase 210 milhões de discos de


vinil foram vendidos nos Estados Unidos. Entretanto, em 1997, mais de 500
milhões de CDs foram vendidos, e as vendas de discos de vinil despencaram
para menos de 2 milhões de unidades. Duas razões explicam essa mudança:

1. Mudança na preferência. A qualidade superior dos CDs provocou


uma maciça mudança nas preferências dos consumidores de LPs
para CDs. Os CDs são tocados com um feixe de raio laser, e não
com agulha fonográfica, e desse modo são quase insensíveis aos
arranhões e ao desgaste que danificam os LPs. Os CDs também pos-
sibilitam um maior alcance de som e maior nitidez. Eles também
podem conter muito mais músicas do que os LPs. Todas essas ca-
racterísticas fizeram os CDs preferíveis aos discos de vinil.

2. Reduções nos preços dos CD players. Embora os preços dos CDs


não tenham diminuído de forma significativa, os preços dos apa-
relhos de CD diminuíram bastante. Na década passada, eles custa-
vam, nos Estados Unidos, $1.000 ou mais, mas agora a maioria dos
CD players é vendida por $200. Enquanto os CDs e os LPs são bens

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Preferências individuais e restrição orçamentária

substitutos, os CDs e os CD players são bens complementares. Assim, a


diminuição dos preços dos aparelhos de CD tem aumentado a demanda
por CDs.

Em suma, uma variação nas preferências dos consumidores baseada


em mudanças tecnológicas associada a uma ampla redução nos preços
dos aparelhos de CD revolucionaram o mercado de varejo de música.

Atividades de aplicação
1. Os pontos localizados sobre a curva de indiferença representam:

a) possíveis combinações entre dois produtos que promovem a mesma


utilidade ao consumidor.

b) as possibilidades de consumo de uma pessoa dada a sua restrição


orçamentária.

c) possíveis combinações entre dois produtos que promovem dife-


rentes graus de utilidade e satisfação ao consumidor.

d) possíveis combinações entre dois produtos que o consumidor não


deseja adquirir.

2. Com relação à restrição orçamentária, podemos afirmar:

a) representa o conjunto de bens que o consumidor deseja adquirir


em razão de suas preferências subjetivas.

b) representa as preferências individuais do consumidor.

c) é o montante de renda disponível do consumidor, em dado período


de tempo, que limita as possibilidades de consumo, condicionando
o que ele pode gastar.

d) renda e preços dos bens não interferem na configuração da restrição


orçamentária nem no que o consumidor pode ou não adquirir.

3. O ponto em que o consumidor estará maximizando a utilidade e o seu


bem-estar encontra-se:

a) na tangência entre a restrição orçamentária e qualquer curva de


indiferença.

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b) na tangência entre a restrição orçamentária e a mais elevada curva


de indiferença possível.

c) na tangência entre a restrição orçamentária e a mais baixa curva de


indiferença.

d) em qualquer ponto localizado sobre a reta orçamentária.

4. Abaixo são colocadas algumas afirmações. Atribua V às afirmações ver-


dadeiras e F às falsas:

(( variações nos preços dos produtos não interferem na restrição


orçamentária do consumidor.
(( a restrição orçamentária representa o conjunto de bens e serviços
que o consumidor pode adquirir.
(( a curva de indiferença representa o conjunto de bens e serviços
que o consumidor deseja adquirir.
(( o mapa de indiferença representa o conjunto de curvas de indi-
ferença do consumidor.

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Preferências individuais e restrição orçamentária

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Gabarito

Preferências individuais e restrição orçamentária


1. A

2. C

3. B

4.

a) Falso (F)

b) Verdadeiro (V)

c) Verdadeiro (V)

d) Verdadeiro (V)

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