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RECUPERAÇÃO
DE ÁREAS
DEGRADADAS
EAD
DIRIGENTES FICHA TÉCNICA
| PRESIDÊNCIA | AUTOR
Prof. Dr. Clèmerson Merlin Clève Profª. Me. Tuani Fabiula Marostica
| PROJETO GRÁFICO
| DIRETORIA DE ENSINO Esp. Janaína de Sá Lorusso
Profª. Me. Daniela Ferreira Correa Esp. Cinthia Durigan
| ORGANIZAÇÃO
NEAD (Núcleo de Educação a Distância) -
UniBrasil
| IMAGENS
Shutterstock
EAD
EDIÇÃO: FEVEREIRO/2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................75
1. PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS.......................76
1.1 Planejamento ambiental, uma visão holística de planejar para não
prejudicar......................................................................................76
1.2 PRAD- Plano de recuperação para áreas degradadas .....................79
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CONHECENDO CON-
CEITOS ECOLÓGICOS E
IDENTIFICANDO ÁREAS
DEGRADADAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nesta Unidade vamos entender de forma objetiva o que são áreas degradadas, como
se formam e as consequências físicas, químicas e biológicas que uma área degradada
pode gerar. Aplicar os conceitos de ecologia e compreender alguns dos fenômenos
naturais e também influenciados pelas ações humanas, assim desenvolvendo a ca-
pacidade de resolver exercícios através dos conceitos previstos.
VÍDEOS DA UNIDADE
UNIDADE 01
te que precisa ser preservada. Atualmente, estamos vivenciando um novo cenário mundial, que
trata-se do drama da sobrevivência no planeta em que vivemos.
É iminente que os problemas relacionados aos recursos ecológicos e sociais, intimamente asso-
ciados, sejam considerados como uma cadeia complexa de inter-relacionamentos, já que a má uti-
lização dos recursos naturais gera riscos e danos à vida humana; o uso inadequado e indiscriminado
das atividades humanas, em conjunto com os avanços tecnológicos faz com que estes riscos e danos,
1. FORMAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
DE ÁREAS DEGRADADAS
1.1 O QUE SÃO ÁREAS DEGRADADAS
Áreas degradadas são aquelas que sofreram algum grau de desordem física, química ou bioló-
gica em sua integridade natural e original. No meio ambiente esses locais são aqueles que sofre-
ram alterações após sofrer impactos naturais ou não em seu estado anterior, e que para serem
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restauradas devem se regenerar em meio um processo natural (STEIN, 2017). São exemplos de
áreas degradadas aquelas que sofreram mineração, desmatamento, deposito de resíduos urbanos
ou industriais, urbanização, assoreamento, erosão, atividade agrícola, pecuária, entre outras ativi-
dades. Observe as figuras a seguir:
UNIDADE 01
Figura 1 - Área degradada por queimada Figura 2 - Área degradada por Erosão
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Figura 3 - Degradação dos cursos Figura 4 - Deslizamento em área
de água em área urbana sem planejamento residencial
UNIDADE 01
UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
1.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS NATURAIS
A formação das paisagens, como dito anteriormente, depende da formação do solo, vegetação
e organismos presentes no ambiente. A formação do solo acontece devido ao intemperismo das
rochas ocasionado através de alguns fatores como o clima, tempo e relevo (STEIN, 2017). No Brasil
existem vários tipos de solos, que são classificados devido a quantidade de minerais, matéria or-
gânica e porosidade.
O solo sustenta o crescimento das plantas, principalmente fornecendo suporte mecânico, água
e nutrientes para as raízes, que posteriormente distribuem esses elementos para a planta inteira e
são essenciais para sua existência. As características dos solos podem determinar os tipos de vege-
tação que neles se desenvolvem, sua produtividade e, de maneira indireta, determinam o número
e os tipos de animais que podem ser sustentados por essa vegetação, como relata Coelho (2017).
Dessa forma, sustentando toda a vegetação, sem o solo não haveria biodiversidade. Além disso,
o solo regula a temperatura das raízes das plantas proporcionando uma melhor absorção de sais
minerais e água, sendo assim as plantas também oferecem para o solo cobertura vegetal, gás Oxi-
gênio (O2) e aeração. Considerando o solo como a primeira camada da crosta terrestre, que oferece
suporte a biodiversidade; a vegetação para a formação das paisagens naturais é essencial e para
uma relação harmônica dentro de um ecossistema.
A formação de uma paisagem dá-se de forma gradativa, passando por várias fases de desenvolvi-
mento, cada uma com suas características próprias, esta evolução no desenvolvimento é a chama-
da sucessão vegetal ou sucessão ecológica (que será abordada nas próximas Unidades de estudo).
Dessa forma podemos caracterizar como uma área não destruída aquela que possui solo sau-
dável, rico em nutrientes de origem, cobertura vegetal, ciclagem de nutrientes, microrganismos,
disponibilidade de recursos hídricos, fluxo de energia, qualidade de vida das populações sejam elas
humanas e desenvolvimento sustentável seguro.
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1.3 CARACTERIZAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
O conceito para área degradada ou de paisagens degradadas pode ser compreendido como lo-
cais onde existem ou existiram processos causadores de danos ao meio ambiente, pelos quais se
perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade produtiva dos recur-
UNIDADE 01
sos naturais (DECRETO FEDERAL 97.632/89).
Uma área degradada é aquela que após alguma ação eliminou seus fatores bióticos e que apre-
senta baixa capacidade de voltar ao seu estado anterior. São áreas desgastadas que perderam boa
parte da sua capacidade produtiva ocasionada por mecanismos naturais ou modificada pelo ho-
mem. Uma das principais causas da formação dessas áreas são a mineração, uso intensivo do solo
para fins agropecuários (herbicidas, salinização do solo, pastejo etc.), queimadas consecutivas e
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Com isso fica mais fácil de identificar o desgaste de uma área, devendo observar suas caracte-
rísticas e como veio sofrendo alterações com o passar do tempo, bem como sua situação atual.
Estimativas apontam que as áreas mais afetadas são as que sofreram atividades agrícolas inapro-
priadas. Quando uma área perde suas características saudáveis no ponto de vista biológico, físico
e químico levam-se anos para a restauração e reabilitação do espaço, pois é um processo lento e
UNIDADE 01
sistemático (SANCHES, 2011).
Portanto uma área pode sofrer degradação física, química ou biológica, ou seja, pode ser for-
mada através das alterações na composição química do solo, apresentar elementos indesejáveis
no solo, ou então perder elementos essenciais para o equilíbrio do mesmo, apresentar baixa ati-
vidade de flora e fauna dispondo de baixos valores de matéria orgânica e ciclagem dos nutrientes
como apontam Plese et al. (2013).
2.1 EROSÃO
Erosão dos solos é um fenômeno natural que afeta praticamente todas as paisagens da superfí-
cie terrestre. A erosão tem um papel importante para a Terra, pois contribui para a manutenção da
fertilidade natural dos solos e auxilia no nivelamento das paisagens, ou seja, os sedimentos tendem
a se movimentar de áreas com maiores altitudes para áreas com menores altitudes (STEIN, 2017).
Porém, conforme Guerra e Jorge (2013), os problemas relativos à erosão ocorrem quando as taxas
de perda de solo ultrapassam níveis naturais, geralmente por falta de práticas de conservação. Os
autores descrevem que a intervenção humana vem acelerando os processos erosivos por meio da
ocupação e do uso intensivo do solo, podemos chamar de erosão antrópica ou acelerada.
A erosão antrópica ou acelerada remove pouco a pouco as camadas superficiais do solo, chegan-
do a formar sulcos, quando o escoamento da água é abundante. A erosão dos solos não é apenas
um problema para as áreas onde ocorre, por diminuir a quantidade de nutrientes no topo do solo,
mas também ocasiona assoreamento e poluição nos lugares em que os sedimentos se depositam,
principalmente quando se tratam de reservatórios, rios, lagos e açudes (GUERRA, JORGE, 2013).
As principais atividades antrópicas, que favorecem o aumento da erosão, estão relacionadas
ao desmatamento, pois acaba por deixar os solos desprotegidos. A mineração e outras atividades
econômicas que também deixam os solos desprotegidos, sem recuperação dessas áreas, durante
e após o término das atividades. Além do mais a agricultura e pecuária sem a adoção de práticas
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de conservação e a construção de rodovias sem cuidados especiais, aumentando o escoamento
superficial, podem ocasionar ravinas, as quais podem evoluir para voçorocas (COELHO et al., 2002;
SANCHES, 2011; STEIN, 2017).
De acordo com Stein (2017), o processo erosivo de um solo começa com a retirada da vegeta-
ção nativa, a fim de instalar diferentes atividades econômicas ou sociais. A remoção da cobertura
UNIDADE 01
vegetal expõe a superfície do solo ao impacto das gotas de chuva, cuja energia cinética ocasiona a
destruição da estrutura do solo, liberando diferentes constituintes da textura (areia, silte e argila),
sendo estes carregados pelo vento ou pelas chuvas como podemos observar nas figura seguintes,
provocando modificação total da paisagem, além de acarretar danos a vida:
Figura 5 - Erosão causada por chuva e desmatamento Figura 6 - Erosão causada pela ação do homem
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É importante salientar que a retirada da mata ciliar, vegetação presente nas encostas dos rios
causa lixiviação da água, causando desmoronamento e desmortificando a estrutura do ambiente.
Nas figuras a seguir podemos observar exemplos de áreas que sofreram diferentes tipos de agen-
tes erosivos:
UNIDADE 01
Figura 7 - Erosão fluvial, leito de um rio Figura 8 - Erosão que forma ravinas
Figura 9 - Erosão Pluvial, voçoroca Figura 10 - Sulcos, causadas pela erosão Pluvial
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Figura 11 - Erosão Eólica, relevo em forma de taça Figura 12 - Erosão Natural
UNIDADE 01
UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Fonte: René Boulet apud Pena (2020).
É necessário ressaltar que entre os principais problemas, um deles ocorre quando são retiradas
as coberturas vegetais que ocupam a área de encosta, por exemplo, aumentando a possibilidade
de erosão. Isso ocorre devido a essa ação tornar o local vulnerável à infiltração da água das chu-
vas, pois as plantas e raízes que antes a absorveriam não existem mais, causando a desestabilidade
(iremos abordar sobre mata ciliar nas Unidades seguintes).
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2.3 DESMATAMENTO E QUEIMADAS
O aumento da população mundial visa áreas cada vez maiores para produção de alimentos e
construção de moradias, dessa forma, as florestas cedem lugar a imensas lavouras, espécies de ani-
mais e vegetais são domesticadas, sendo muitas extintas e outras multiplicadas aceleradamente,
UNIDADE 01
por perderem seus predadores naturais. Entre as principais alterações ambientais o desmatamen-
to e as queimadas são as mais impactantes. As queimadas de áreas florestais são a segunda maior
fonte de emissões de gases do efeito estufa, e são ocasionadas principalmente pelo homem, que,
por meio do consumo de biomassa (material orgânico presente, como vegetação, troncos, galhos,
folhas, cascas, raízes, musgos, frutos e outros), transfere mais CO2 para a atmosfera, em um ritmo
maior do que aquele que remove naturalmente o carbono a partir da sua sedimentação. Esse pro-
SAIBA MAIS
Você sabia que o Cerrado é um tipo de Bioma Brasileiro que possui como características incêndios
naturais frequentes?
Isso mesmo, nos meses de inverno os ventos fortes, a falta de chuva, a baixa umidade do ar e a
massa vegetal seca favorecem a propagação das chamas. O que é importantíssimo para a disse-
minação das sementes. Durante as queimadas o fogo possui um papel ecológico, onde promove
a deiscência dos frutos e a dispersão das sementes que não são prejudicadas pelo fogo na sua
maioria, muito pelo contrário, o fogo quebra a dormência da semente permitindo fissuras e que
o embrião penetre no solo estimulando a germinação.
Além do mais, o solo do cerrado é pobre em nutrientes e bastante ácido, os incêndios naturais
permitem a aceleração da reciclagem dos nutrientes acumulados na vegetação permitindo a ab-
sorção dos mesmos.
As queimadas podem ocorrer de forma natural, ou podem ser provocadas pelo homem, sendo
este tipo de incêndio o mais comum. O principal setor da economia que contribui para a prática
errônea é a agricultura. As queimadas são o jeito mais barato, simples e rápido de limpar uma certa
área para aproveitá-la para fins agropecuários. Em muitos casos, essas práticas fogem de controle
e destroem grandes áreas, além de ocasionar perdas econômicas, alterar as características físicas,
químicas e microbiológicas dos solos, e colocar em risco a fauna e a flora como destaca Barbosa
(2014) e Dias (2019). As queimadas geram enormes prejuízos, como a queima da matéria orgânica
e volatilização do nitrogênio, o que diminui a fertilidade do solo.
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Figura 13 - Queimadas discriminadas em áreas de floresta
UNIDADE 01
UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Outra prática que promove desmatamento e destruição de áreas é o processo de urbanização
acelerada. A intensificação desse processo já vem ocorrendo desde o século XX, e vem trazendo uma
série de consequências negativas ao meio ambiente como afirma Diniz (2007). Souza et al. (2003)
também ressalta que esse fenômeno decorreu da dinâmica gerada pela evolução das cidades a qual
proporcionou uma forte pressão sobre o território, por meio da grande concentração de pessoas
e atividades econômicas nos centros urbanos. O mesmo autor ainda explica que os impactos de
curto prazo estão relacionados às alterações físicas na paisagem natural, enquanto que os impac-
tos de longo prazo referem-se à saúde da população, como é o caso da poluição do ar, fenômeno
que expõe constantemente a inúmeros poluentes danosos ao seu bem-estar.
Assim podemos afirmar que a intensificação do efeito estufa, o aquecimento global, a escassez
dos recursos naturais apresentam-se como risco iminente para continuidade da existência humana.
A expansão da área urbana e a atividade constante das pessoas gera desgaste ambiental evidente,
a paisagem é completamente transformada, e da mesma forma que é importante para o desen-
volvimento humano, gera efeitos prejudiciais para o meio ambiente. Na figura a seguir é possível
observar que conforme ocorre o avanço das cidades, áreas são modificados inadequadamente o
que pode causar ameaças a permanência das moradias:
Figura 14 - Urbanização inadequada que pode gerar desgaste e ameaça a permanência das moradias
Fonte: Freeimages
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VÍDEO
A Greenpeace é uma ONG que retrata muito as atividades humanas e suas consequências, o ano
de 2019 foi de muitos incêndios provocados em áreas de proteção permanente, que a pouco publi-
UNIDADE 01
cou algumas curiosidades em seu blog, retratando muito bem essa abordagem das consequências
geradas pela ação dessas queimadas, e está disponível no link: https://bit.ly/37thQG5. Acesso em
26 mar. 2020. Que direciona a um documentário chamado Fire – “Know, Prevent, Fight” (Fogo –
Conheça, Previna, Combata, em inglês), que mostra como o fogo em nossas florestas tem criado
um ciclo negativo entre incêndios mais frequentes e o avanço das mudanças climáticas.
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visualizada individualmente, mas sim em seu conjunto estrutural e funcional, na visão ecológica do
sistema natural, isto é, no conceito de ecossistema.
Além do mais Dentro de um ecossistema, existe um fluxo de energia, o que permite a sobrevi-
vência e uma organização hierárquica em níveis. Dessa forma é interessante salientar que os níveis
de organização dos seres vivos são organizados desde os fatores bióticos e abióticos até um único
UNIDADE 01
organismo que sugere a uma espécie. Sendo uma comunidade o conjunto de vários grupos de seres
vivos, população seres vivos de uma mesma espécie e organismo (uma única espécie).
Tendo em vista a definição para os ecossistemas, bem como sua função relacionada a capacida-
de do processo natural de promover benefícios para as necessidades humanas, como aponta Alho
(2012); a função distingue-se do ecossistema quando ocorre naturalmente, sem a implicação das
interações físico-químicas e biológicas de cada ecossistema natural. Já que os ciclos biogeoquímicos
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SAIBA MAIS
Os decompositores realizam a reciclagem dos nutrientes, sem a qual não seria possível manter a vida
do nosso planeta, pois os elementos essenciais ficariam retidos nos detritos, cadáveres, fezes etc.
UNIDADE 01
Dessa forma é importante salientar que existem consumidores denominados necrófagos, como
Urubus, Hienas e outros que se alimentam de animais mortos, em vez de caçá-los. Esses animais
não são decompositores, pois não destroem as moléculas orgânicas, eles fazem a digestão como
os outros animais, apenas optando por pegá-los mortos ao invés de caçá-los. Os decompositores
são as bactérias e fungos, quase sempre microscópicos que auxiliam em diferentes reações quí-
micas importantes ao ecossistema.
SAIBA MAIS
A única fonte primaria de energia para a manutenção da vida é o Sol. É importante lembrarmos
que os únicos integrantes da cadeia alimentar capazes de assimilar a luz solar são os produtores,
Todos os outros componentes consumidores e decompositores, são dependentes dos produtores.
Além do consumo, é importante enfatizar que a cada transferência de energia de um nível trófico
para outro, ocorrem perdas, principalmente, por meio da dissipação de calor corporal dos seres
vivos para o ambiente. Olhando esses fatores, concluímos que uma cadeia alimentar não pode ter
muitos componentes em sequência, pois faltaria energia para os consumidores que ficam no final
da cadeia, por não existir renovação ao longo da mesma.
Essa condição torna fundamental a importância a interação de várias cadeias, formando as teias
alimentares, onde os consumidores vão ocupar níveis tróficos diferentes, facilitando a obtenção
de energia para as suas atividades.
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Observando atentamente o esquema da cadeia alimentar na figura 15, podemos concluir quão
simples, mas quão essencial é para a manutenção das espécies, para o fluxo ecológico e também para
o beneficiamento do homem esse processo, desde que essa dinâmica não seja quebrada. Em resumo,
as alterações na composição da cadeia alimentar ou no ambiente físico em que ocorre o processo
natural podem promover o desequilíbrio ecológico, por exemplo, na extinção da espécie da teia ou
UNIDADE 01
na introdução de espécie exótica no elo, que pode, ainda, sofrer impactos negativos mais profundos
caso o aspecto da poluição também seja fator de dano no ecossistema reforça Begon et al. (2006).
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(relações interespecíficas). Assim tais relações geram outras subclassificações, que geram vários
fatores de interação entre os seres vivos, cada qual com um objetivo específico na manutenção do
equilíbrio ecológico (DIAS, 2019).
Segundo Begon et al. (2006) e Dias (2019) a relação do homem com outras espécies no meio
ambiente é conflituosa, na medida em que os seus interesses vão se interpondo às necessidades
UNIDADE 01
ecológicas e naturalmente planejadas pela natureza, a ponto de causarem danos ambientais e de-
sequilíbrio nos ecossistemas.
SAIBA MAIS
Você sabia que o mosquito Aedes aegypti vetor da dengue, é originário da África, provavelmente
vindo do Egito, como o próprio nome sugere e chegou ao Brasil durante o tráfico de escravos?
Isso mesmo, o mosquito é o vetor da dengue no Brasil, é um mosquito domiciliar que se prolife-
ra em aglomerados com água parada e muito resistente. Se adaptou facilmente no ecossistema
brasileiro e é um exemplo de espécie introduzida em um ambiente se tornando responsável por
um desiquilíbrio ecológico.
Os autores Junior e Pereira (2017) em seu estudo afirmam que a degradação ecossistêmica possui
uma ligação direta com a perda da diversidade biológica, em função do uso dos recursos naturais
o que compromete a manutenção da biodiversidade.
Os processos de degradações dos ecossistemas gera uma série de consequências negativas,
dessa forma a perda da biodiversidade tem início com a destruição do habitat, que ocorre quando
um habitat natural é alterado de forma dura que não suporta mais as espécies que originalmente
sustentava. A destruição do habitat é considerada o principal fator, já que a diversidade biológica
está sobre pressão crescente do homem (JUNIOR, PEREIRA (2017).
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Nesse contexto, conforme Junior e Pereira (2017) o Ministério de Meio Ambiente – MMA (2016)
mensura que o principal problema de degradação ambiental é o desmatamento. As outras preo-
cupações ambientais principais são: poluição da água, poluição do ar, aumento na geração de resí-
duos sólidos; desperdício de água; camada de ozônio; e mudança climática; entre outros aspectos,
consequentes desse desmatamento global. Além desses problemas, Machado et al. (2013) afirmam
UNIDADE 01
que, no Brasil, as atividades antrópicas decorrentes do crescimento econômico como a construção
de estradas, atividades industriais e agrícolas mal planejadas, formação de pastagens, tem resulta-
do em 10% de área degradada no país, eliminando a restauração biótica do meio.
Segundo Alho (2012) são, seis os grandes impactos negativos da ação do homem no ecossiste-
ma natural:
1. Perda e alteração de habitats e da biodiversidade;
REFLITA
Agência FAPESP- Um grupo formado por cientistas de diversos países acaba de divulgar resultados
desanimadores de um amplo estudo feito com animais e plantas em risco de extinção. A conclu-
são não poderia ser pior. Segundo a pesquisa, publicada na edição de 10 de setembro da revista
Science, outras 6,3 mil espécies estão ameaçadas de desaparecer se os organismos da qual de-
pendem forem extintos.
A equipe, liderada por Lian Pin Koh, da Universidade Nacional de Cingapura, e por Robert Dunn, da
Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, partiu de estudos anteriores, segundo os quais
metade de todas as espécies do planeta podem desaparecer nos próximos 50 anos, para avaliar
algo pouco lembrado: a coexistência das espécies.
Segundo os pesquisadores, os estudos sobre extinção global ignoram milhares de espécies afiliadas
que também correm risco de desaparecer. Ou seja, a lista de espécies em extinção é muito maior
do que se imaginava até então. “Estimativas atuais precisam ser recalibradas para levar em conta
a coexistência da espécie”, escreveram os autores do estudo.
UNIDADE 01
Os cientistas utilizaram um modelo baseado em dados reais para examinar as relações entre es-
pécies “afiliadas” e “hospedeiras”, das quais as primeiras são dependentes. Após a compilação de
uma lista com 12,2 mil plantas e animais consideradas ameaçadas, foram estudados diversas se-
leções de insetos, aracnídeos, fungos e outros organismos especialmente adaptados ao hóspede
ameaçado. Os pesquisadores descobriram que outras 6,3 mil espécies deveriam ser classificadas
como “também ameaçadas”.
LEITURA
O artigo Species coextinctions and the biodiversity crisis, de Lian Pin Koh, Robert Dunn, Navjot Sodhi
(Universidade Nacional de Cingapura), Robert Colwell (Universidade de Connecticut, EUA), Hea-
ther Proctor e Vincent Smith (Universidade de Glasgow, Escócia), pode ser lido no site da revista
Science, em www.sciencemag.org.
LEITURA
1. Leia as páginas 37 a 44 do Livro “Recuperação de áreas degradadas” do autor Ronei Tiago Stein,
que aborda a degradação ambiental no Brasil, que você encontra na sua biblioteca virtual do
aluno. Essa leitura se refere as formas de degradações ambientais abordadas nesta Unidade.
2. E também o artigo intitulado “Trocas de energia e fluxo de carbono entre a vegetação de Caa-
tinga e atmosfera no Nordeste brasileiro” da pesquisadora Maria Betânia Leal de Oliveira, que
aborda o fluxo de energia em um bioma distinto, bem como o clima, que você encontra dispo-
nível pelo link: https://bit.ly/37wVV0H. Acesso: 02 abr. 2020. Boa leitura!
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de séculos de desconhecimento e de descaso em relação ao ambiente e aos diferentes
seres vivos que nele vivem, inclusive o homem, deparamos com a necessidade de associar a eco-
UNIDADE 01
nomia e a sociedade e ao mesmo tempo preservar os ecossistemas, um grande desafio para a hu-
manidade no século XXI. O Brasil, pelas suas reservas biológicas e por seus recursos hídricos está
no centro dessa questão.
O Brasil é um pais rico em biodiversidade, mais que vem sofrendo modificação em suas pai-
sagens devido ao desmatamento, urbanização, queimadas e principalmente atividade agrícola e
pecuária. A velocidade em que esses eventos ocorrem nos trazem preocupação, e pelo ângulo am-
ANOTAÇÕES
24
UNIDADE
02
SISTEMATIZAÇÃO
ECOLÓGICA E IMPAC-
TOS AMBIENTAIS QUE
INFLUENCIAM NO
CONTEXTO AMBIENTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
VÍDEOS DA UNIDADE
UNIDADE 02
pode ser definido como o conjunto de condições e de fatores físicos, químicos, climáticos e bioló-
gicos, entre outros, que favorece a existência, a manutenção e o desenvolvimento da vida animal
e vegetal em interdependência em determinada área. Esse conjunto de condições é necessário à
existência de vida animal e vegetal, devendo ser protegida. Mas para sua proteção é necessária uma
sistemática legal eficaz, bem como uma fiscalização concreta na execução das políticas ambientais
e na execução de obras que demandem depredação ao meio ambiente.
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a um estado biológico apropriado, estável ao meio ambiente. Segundo Ribeiro (2015), durante o
planejamento da recuperação da área, ela pode voltar ao seu estado original, como era antes de ser
alterada pela intervenção humana, ou seja, todos os aspectos relacionados com a vegetação, fauna,
solo, hidrologia e outros, devem apresentar as mesmas características de antes da degradação. O
mesmo autor ainda afirma que esse retorno não significa necessariamente que a área poderá ter
UNIDADE 02
um uso produtivo em longo prazo, mas pode ser usada como uma atividade alternativa, adequada
ao uso humano e não aquela de reconstituir a vegetação original, como valorização estético-eco-
lógica e para fins de recreação. O planejamento dessa atividade deve ser projetado de modo a não
causar impactos negativos no ambiente.
27
O solo é um dos recursos naturais mais importantes para a manutenção de vida no planeta, pois
se este for degradado, estará prejudicando outros recursos naturais, como as águas subterrâneas,
as florestas e com isso afetando na preservação de reservatórios naturais. Sendo assim, uma mo-
dificação no seu sistema natural gera a perda da capacidade produtiva constituindo prejuízo socio-
econômico para as gerações, devido ao seu manejo inadequado.
UNIDADE 02
O solo é a camada superficial da crosta terrestre e é constituída por partículas minerais, maté-
ria orgânica, água, ar e organismos vivos. Dessa forma, possui grande importância ecológica, pois
serve de meio natural para o crescimento das plantas, produz biomassa, participa do ciclo hidro-
lógico, dos ciclos biogeoquímicos, enfim o solo é um recurso natural que precisa ser valorizado e
preservado pelo seres humanos (STEIN, 2017).
Os recursos naturais são muito importantes para a sobrevivência do homem e de outros seres vivos.
A água, por exemplo, é um recurso que, talvez por ser ainda abundante, as pessoas não tenham
dado o devido valor e estão desperdiçando milhões de litros todos os dias. O que muitos não sa-
bem é que apenas 1% de toda a água do mundo é apropriada para beber. O uso racional da água
é muito importante tanto para o consumo do homem quanto para todos os outros seres vivos.
No link a seguir você vai entender como a água está sendo consumida e distribuída pelo nosso
planeta: https://bit.ly/34kmX9n. Acesso 04 de abril de 2020.
Outro recurso abusado pelo homem é nossa flora, que tem sido devastada. As plantas e árvores são
responsáveis por pelo menos metade do oxigênio produzido no planeta. Imagine se continuarmos
a ver esse desmatamento acelerado, como viveremos no futuro? Pensando nisso o documentário
a seguir nos ajuda a refletir um pouco sobre a exploração da nossa flora, acesse o link: https://bit.
ly/2HxnThG. Acesso 04 de abril de 2020.
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elementos da solução do solo e incorpora a maioria deles em milhares de diferentes compostos
orgânicos que constituem os tecidos vegetais. Dessa forma, os solos fornecem nutrientes minerais
às plantas (BRADY; WEIL, 2013).
Como já foi colocado, os solos são formados devido à decomposição das rochas, e como exis-
tem diferentes tipos de rochas sendo elas ígneas, magmáticas e sedimentares na crosta terrestre,
UNIDADE 02
existem também diferentes tipos de solos. Os solos são classificados conforme sua origem, e Stein
(2017) divide em quatro grupos específicos, caracterizando como:
1. Residuais: aqueles oriundos da decomposição e da alteração das rochas. Sua composição
depende do tipo mineral da rocha mãe. Todos os tipos de rocha formam solo residual. São
muito comuns no Brasil, principalmente na região Centro-Sul, em função do clima. Para que
eles ocorram, é necessário que a velocidade de decomposição (temperatura, regime de chu-
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2.2 SOLOS DEGRADADOS
Os solos possuem ação direta com a sobrevivência terrestre, levando em consideração sua im-
portância, estes são os que mais sofrem com a degradação das áreas, já que está ligado com todas
as formas de vida.
UNIDADE 02
Um solo pode ser degradado quando acontece a urbanização, o desmatamento, as queimadas,
a agricultura, enfim todos os processos de modificação; destas ações podemos citar os mais preju-
diciais como a degradação biológica e a degradação agrícola.
A degradação biológica está associada a perda de nutrientes e a perda de matéria orgânica
causando acidez e compactação. Isso gera incapacidade da produção de biomassa vegetal, inten-
sificando o processo erosivo causado pelo escoamento das águas das chuvas, o que intensifica o
30
acabam se tornando adubo além de fixar nutrientes no solo, são práticas favoráveis para a sua ma-
nutenção, quebram camadas compactadas e ocasionam em uma boa absorção de água, que em
conjunto proporcionam em um solo fértil e sadio.
A utilização da vegetação para recobrir e proteger o solo é um dos princípios básicos da sua conser-
vação. Dentre práticas de caráter vegetativo, podemos citar como exemplos o reflorestamento e flo-
UNIDADE 02
restamento, pastagens, culturas em faixas, cordões de vegetação permanente, quebra-vento, plantas
de cobertura, cobertura morta, adoção de sistema de plantio direto e rotação de culturas agrícolas.
A rotação de cultura é uma prática de conservação do solo eficiente, consiste em alternar o plan-
tio de espécies diferentes vegetais em determinado espaço de tempo, na mesma área e na mesma
estação do ano. Geralmente as espécies possuem diferentes exigências nutricionais, para obter
equilíbrio entre a quantidade e qualidade de matéria orgânica. A rotação de culturas visa melhorar
SAIBA MAIS
As plantas de cobertura deixam o solo mais nutrido. As espécies semeadas na rotação de cultu-
ras também ajudam a reduzir problemas como os nematoides, que estão causando prejuízo em
lavouras em várias regiões do Brasil. Além, disso, os agricultores já sentem melhora na produtivi-
dade a partir do primeiro plantio da lavoura principal. A aveia-preta é um dos principais cultivos
de inverno semeados no sistema de rotação de culturas, no verão, estas áreas serão ocupadas por
soja e milho. O solo protegido realiza um melhor aproveitamento dos recursos hídricos, facilitando
a penetração da água, diminuindo o risco de erosão e mantendo sua temperatura em níveis ade-
quados. Após a decomposição da aveia, a matéria seca possibilita a melhoria do teor de matéria
orgânica do solo, assim como viabiliza um incremento químico através da reciclagem de nutrien-
tes. Além disso, o sistema radicular da aveia-preta proporciona melhora na estrutura física do solo
e facilita a mobilização do calcário.
Fonte: Reportagem Cultivo de aveia no inverno beneficia culturas de verão subsequentes. Disponível em: https://www.
agrolink.com.br/noticias/cultivo-de-aveia-preta-no-inverno-beneficia-culturas-de-verao-subsequentes_364356.html.
Acesso 06 abr. 2020.
Stein e Coscolin (2019) afirmam que a cobertura morta pode ocorrer por meio de palha ou re-
síduos vegetais, com os quais protegem o solo contra o impacto direto das gotas de chuva, dimi-
nuindo o escoamento superficial. A prática de culturas em faixas consiste na disposição de culturas
em faixas de largura variável, de forma que a cada ano se alternem plantas que oferecem pouca
31
proteção ao solo com outras de crescimento denso. Por sua vez, os cordões de vegetação perma-
nente são fileiras de plantas perenes e de crescimento denso dispostas com determinado espaça-
mento horizontal e sempre em contorno. Já os quebra-ventos consistem em uma barreira densa de
árvores, colocadas a intervalos regulares no terreno, nas regiões sujeitas a ventos fortes e a erosão
eólica (STEIN, COSCOLIN, 2019).
UNIDADE 02
VÍDEO
No vídeo a seguir você poderá observar os tipos de práticas para conservação do solo acesse o
link: https://bit.ly/34pGVzT. Acesso 06 abr. 2020.
Fonte: Embrapa.
Na agroecologia, para manter um solo produtivo e conservado, é necessário proteger o solo com o
que colabora nos ciclos nutritivos das plantas. É fundamental que o meio nutritivo apresente sais mi-
nerais, macro nutrientes e micronutrientes, os quais são adquiridos pelos ciclos biológicos das plantas.
32
2.4 IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR
A mata ciliar é formada pela cobertura vegetal encontrada ao longo de rios, córregos, nascen-
tes, lagos e represas e possui grande importância para o equilíbrio ambiental, contribuindo para a
manutenção e qualidade dos recursos hídricos, e funcionando como um corredor ecológico, auxilia
UNIDADE 02
também na vida silvestre.
Segundo Bakonyi (2012) a mata ciliar tem a capacidade de proteger os cursos de água e as nas-
centes que abastecem as cidades. A presença dessas matas evita o assoreamento, impedindo que
o acelerado processo de deposição dos sedimentos obstrua os canais dos rios. As matas ciliares
têm a função de controlar a vazão dos rios e ainda servem de abrigo e de alimento para os animais
(DURIGAN, NOGUEIRA, 1990).
33
suprir as necessidades humanas. Com o passar dos anos as bases ecológicas foram mudando dan-
do origem a um novo cenário, pelo qual o desenvolvimento humano se alongou e precisou de uma
maior demanda dos recursos hidrológicos, utilização dos solos, da fauna, dos biomas, gerando im-
pactos ambientais muitas vezes irreversíveis. Desta forma é necessário conhecer algumas bases
ecológicas que estão ligadas as áreas degradadas.
UNIDADE 02
3.1 ÁGUA RECURSO NATURAL EM DEGRADAÇÃO
A água assim como o solo é um dos recursos naturais mais importantes e mais afetados pela es-
pécie humana. Inclusive o nosso sistema hídrico está entre os recursos naturais mais degradados
devido a sua utilização, contaminação e pouca consciência dos seres vivos existentes. Os principais
recursos hídricos são as águas superficiais, as águas, subterrâneas e as águas atmosféricas. Todas
34
domésticos nos corpos de água. A realidade brasileira, e também a mundial, ainda é preocupante,
e a falta de acesso a água potável ou tratamento adequado do esgoto ainda é uma das principais
causas de doenças no Brasil e no mundo.
Barbosa (2014) afirma que as águas subterrâneas também podem ser poluídas pelas atividades
do homem. Uma das principais causas de poluição desses reservatórios de água é a contaminação
UNIDADE 02
dos solos como visto anteriormente. Por exemplo, quando é utilizado uma quantidade excessiva
de agroquímicos no solo, esses podem penetrar e entrar em contato com a água dos lençóis fre-
áticos. Esse tipo de poluição subterrânea também pode acontecer pelo escoamento de dejetos
entre outros fatores.
A água passa por três estados físicos referente a quantidade de calor que recebe do sol, sendo
está sólida, liquida ou gasosa. O ciclo da água em resumo inicia quando o calor do Sol provoca a
evaporação da água dos rios, dos mares e do solo, bem como a transpiração de plantas, animais e
seres humanos. O vapor da água passa para a atmosfera, formando nuvens que, em contato com
uma massa de ar frio, condensam, formando gotículas. Na medida em que as gotículas se juntam,
formam gotas maiores, havendo a precipitação, quando a água retorna à superfície terrestre em
forma de chuva (líquido), neve ou granizo (sólido).
Uma parcela da chuva cai diretamente nos mares, rios e lagos e outra parcela segue vários ca-
minhos, como a infiltração no solo, ficando disponível para plantas ou para o abastecimento de
35
aquíferos e lençóis subterrâneos, escorre pela superfície terrestre até atingir um curso de água, ou
forma camadas de gelo e geleiras em regiões mais frias (STEIN, 2017).
Bittencourt (2014), considera que a ação do homem interfere de diversas formas nesse ciclo. O
aumento da temperatura média do planeta, provocado pelos fenômenos climáticos indesejáveis,
interfere na velocidade desses ciclos.
UNIDADE 02
A impermeabilização excessiva do solo, ocasionada pela urbanização, impede a infiltração das
águas no solo, aumentando o volume de escoamento superficial e impedindo a purificação dá água
pela ação biológica dos microrganismos presentes no solo. O aumento do escoamento superficial
pode ser responsável por enchentes, gerando, consequentemente, impactos ambientais negativos.
Observe a figura que mostra o caminho do ciclo:
PRECIPITAÇÃO
CONDENSAÇÃO
VAPORIZAÇÃO
INFILTRAÇÃO
TRANSPIRAÇÃO
O nitrogênio é um elemento que pode passar diretamente da atmosfera para o interior da planta
ou de alguns microrganismos de vida livre através do processo da fixação biológica ou diretamente
da atmosfera para o ambiente do solo por meio de descargas elétricas e da chuva (STEIN, 2017). O
nitrogênio (N) constitui cerca de 78% do ar atmosférico, mas a grande maioria dos organismos são
incapazes de utilizá-lo porque ele é encontrado na forma gasosa (PLESE et al., 2013).
A molécula de nitrogênio qual é muito estável e tem pouca tendência de reagir com outros ele-
mentos. Com exceção de algumas bactérias e algas cianofíceas, as quais podem retirar do ar o N2 a
grande maioria dos organismos não conseguem reter e aproveitar o nitrogênio na forma molecular,
36
obtendo esse nutriente na forma de íons amônio (NH4 +), bem como íons nitrato (NO3 do nitrogê-
nio) (PLESE et al., 2013).
O ciclo do nitrogênio é extremamente importante, pois garante a circulação do nitrogênio. Ele-
mento esse, que é essencial para a formação de proteínas e de ácidos nucleicos, sendo fundamen-
tal, portanto, para a sobrevivência dos seres vivos.
UNIDADE 02
Figura 5 - Ciclo do Nitrogênio
O ciclo do carbono é constituído por moléculas orgânicas e inorgânicas. O gás carbônico entra
nos ciclos biológicos por meio da fotossíntese, via metabólica em que, às custas de energia lumino-
sa da luz solar e da água, no interior dos cloroplastos dos organismos clorofilados, ocorre a síntese
da molécula de glicose. Em um processo denominado respiração, o Carbono deixa a biota e volta
para a atmosfera na forma de CO2 (PLESE et al., 2013).
37
Parte do Carbono orgânico que chega ao solo pode dar origem aos combustíveis fósseis, que podem
ser queimados como fonte de energia, voltando para a atmosfera na forma de CO e CO2. O ciclo bioló-
gico do carbono é relativamente rápido. Estima-se que a renovação do carbono ocorra a cada 20 anos.
Todo o processo inicia quando os organismos autótrofos (os quais produzem seu próprio ali-
mento), absorvem o gás carbônico da atmosfera, utilizando-o para realizar a fotossíntese. Após, o
UNIDADE 02
carbono é devolvido ao ambiente, na mesma velocidade em que é sintetizado (consumido) pelos
produtores, pois a devolução de carbono ocorre continuamente por meio da respiração durante a
vida dos seres (PLESE et al., 2013. STEIN, 2017).
A utilização do ciclo do carbono, possui substâncias que têm como característica uma baixa de-
gradabilidade, interfere negativamente nos ciclos biogeoquímicos e muitos compostos orgânicos
derivados do petróleo são exemplos desses compostos (BITTENCOURT, 2014). Observe a figura 6
38
3.2.4 CICLO DO FÓSFORO E ENXOFRE
O fósforo (P) é um elemento químico que reage facilmente com os demais. Por esse motivo, não é
encontrado naturalmente sem que esteja ligado a algum outro elemento. É também um dos compo-
nentes mais essenciais na natureza, sendo encontrado em abundância nos tecidos do corpo humano.
UNIDADE 02
O ciclo biogeoquímico do fósforo é considerado um dos mais simples, porque esse elemento não
é encontrado na atmosfera, e sim nas rochas da crosta terrestre, e é liberado à medida que as rochas
vão sofrendo intemperismo (PLESE et al., 2013. STEIN, 2017). Segundo Bittencourt (2014), o fósforo
é um nutriente limitante, que quando em excesso pode permitir o desenvolvimento de algas e plan-
tas em excesso nas águas, reduzindo significativamente as concentrações de oxigênio, criando con-
dições para a mortandade de peixes, algas e vegetais e contaminando as águas com esse material.
39
do fósforo e enxofre são ciclos quando afetados negativamente, podem estar causando impacto
ambiental reverso ao meio.
UNIDADE 02
Como sabemos, o ecossistema é formado por uma comunidade de seres vivos interagindo com os
fatores ambientais de uma determinada área. Essa comunidade é composta por várias populações de
espécies diferentes, que estabelecem entre si os mais diversos tipos de relações ecológicas, formando
uma equilibrada teia alimentar. Para atingir esse estágio, a comunidade e o ambiente onde ela ocorre
passam, por uma sequência de transformações, longo e complexo denominado de sucessão ecológica.
Sucessão ecológica a refere-se a uma sequência de mudanças estruturais e funcionais que ocor-
40
surgem na fase final da evolução do ecossistema como afirma Begon et al. (2006) e Coelho (2007).
Assim, para entender melhor vamos pensar em alguns exemplos, como:
Suponha-se que uma rocha esteja nua, dessa forma surge-se os organismos pioneiros, como os
líquens que produzem ácidos para degradar a superfície da rocha. Esta decomposição, junto à morte
dos líquens ao longo do tempo, permite o aparecimento de outros vegetais como os musgos ou algas.
UNIDADE 02
Estes, por sua vez, facilitam o aparecimento de plantas maiores, até que seja atingida a comunidade
clímax. Sendo assim, temos a sucessão ecológica primaria, não sofreu alteração no seu estágio anterior.
Porém uma parte de uma mata foi destruída, e passou abandonada por um período. Em um
certo tempo o espaço foi ocupado por capim e outras plantas pioneiras, com a sombra causada por
estas plantas, os arbustos já conseguem sobreviver. Depois de muitos anos, a sombra dos arbustos
começa a prejudicar as ervas e o ambiente fica propício para a germinação de árvores. O capim e
outras ervas pioneiras acabam desaparecendo, enquanto as árvores acabam por dominar os ar-
bustos. Agora a floresta formada é a comunidade clímax. Sendo assim passou a sucessão ecológi-
ca secundária, ou seja, sofreu uma alteração no seu estágio anterior (MILLER, SPOOLMAN, 2013).
41
Resumindo a sucessão ecológica primária ocorre em um ambiente que nunca foi habitado an-
tes, sendo habitado por espécies pioneiras, a sucessão ecológica secundaria ocorre em ambientes
que já forma habitados antes e sofreram alguma devastação, precisando ser habitadas novamente.
As sucessões ecológicas primária e secundária são importantes serviços naturais que tendem
a aumentar a biodiversidade e, portanto, a sustentabilidade das comunidades e dos ecossistemas
UNIDADE 02
pelo crescimento da riqueza de espécies e interações entre elas, que, por sua vez, aumentam a
sustentabilidade, promovendo o controle populacional e o aumento da complexidade das teias
alimentares. Isso, por sua vez, amplia o fluxo de energia e ciclagem de nutrientes, que são compo-
nentes funcionais da biodiversidade (MILLER, SPOOLMAN, 2013).
Durante a sucessão primária ou secundária, distúrbios ambientais, como incêndios, furacões,
desmatamento de florestas, lavouras de pastagens e invasões de espécies exóticas, podem inter-
42
conhecer esses problemas causados e a minimização de seus efeitos é de grande necessidade para
garantir a preservação dos ambientes naturais.
A mineração ao extrair as riquezas minerais acabam afetando as áreas contribuindo nas degrada-
ções, como por exemplo desmatamento, utilização de recursos naturais como o solo por exemplo.
O impacto das atividades da mineração é uma questão de preocupação ambiental que desafia o
UNIDADE 02
desenvolvimento sustentável em diversas partes do mundo (GONZAGA, 2017). Os danos causados
ao ambiente terrestre levam a diminuição da cobertura verde; contaminação do solo; perda par-
cial ou total da fauna e flora, incluindo ecossistemas florestais; redução da quantidade e qualidade
dos recursos hídricos; poluição do ar e na saúde e habitação humana ou ambos (GONZAGA, 2017).
Conforme Bittencourt (2014), a impermeabilização excessiva do solo, ocasionada pela urbani-
zação, impede a infiltração das águas no solo, aumentando o volume de escoamento superficial
43
A dependência de combustíveis fósseis gera gases tóxicos que alcançam os corpos d’água e inter-
ferem nos fenômenos climáticos (BITTENCOURT, 2014). Dessa forma, quando falamos de impactos
ambientais devemos nos referir qualquer ação que cause poluição, contaminação ou perda da área
causada por qualquer fator seja este agrícola ou urbano, ambos ligados a mineração. Os impactos
ambientais ocasionam vários danos às condições de vida dos seres vivos, pois interferem negativa-
UNIDADE 02
mente no solo, ar, nos recursos hídricos, na paisagem urbana e natural, na biodiversidade, na flora,
na fauna e na saúde pública; podem causar impactos isoladamente em um destes aspectos citados
ou em todos ao mesmo tempo, como ressalta Barsano, Barbosa e Viana (2014).
Bittencourt (2014) reforça que a ocorrência de impactos ambientais pode afetar significativamen-
te o nível de energia de um determinado sistema ambiental. Se esses impactos forem negativos, á
a necessidade de reestabelecimento do patamar energético inicial.
SAIBA MAIS
A poluição pode ser compreendida como a inserção de algum poluente no meio ambiente, en-
quanto a degradação se refere à degeneração da qualidade ambiental (fatores químicos, físicos
e biológicos). O termo degradação ambiental está relacionado aos efeitos negativos ou adversos
causados ao ambiente, devido, principalmente, à intervenção do homem, sendo raramente em-
pregado para alterações oriundas de processos naturais. Entre os exemplos de degradação am-
biental, pode-se citar os desmatamentos, as queimadas e os incêndios, a degradação e a erosão
do solo, o descarte incorreto de resíduos sólidos, os modelos de agricultura não sustentável, a
mineração, entre vários outros.
Fonte: IBAMA. Manual de Recuperação de áreas degradadas pela mineração. Brasília, DF: IBAMA, 1990. 96p.
44
Stein (2017) propõe três medidas de controle: prevenção, mitigação e recuperação ou compen-
sação da área. Sendo como medidas de prevenção a primeira a ser implantada, visto como objetivo
evitar que as atividades relacionadas ao empreendimento resultem em impactos ambientais nega-
tivos antes que eles aconteçam. Como por exemplo a construção de uma hidrelétrica, as principais
medidas de prevenção dos impactos negativos dessa obra estão relacionadas com alternativas lo-
UNIDADE 02
cais do empreendimento, que deve levar em conta a área de alagamento do reservatório, a capa-
cidade de geração, as faixas e áreas propícias à preservação e a possibilidade de aproveitamento
das estruturas e dos acessos já existentes no local.
Outra medida de controle é os planos de mitigação, que buscam reverter danos parciais e mini-
mizar situações de risco e de impactos ambientais por meio da intervenção em áreas vulneráveis
e da implementação de programas operacionais que permitam, em curto prazo, aliviar situações
REFLITA
Qualquer atividade que o homem exerça no meio ambiente provocará um impacto ambiental.
Esse impacto, pode ser positivo ou negativo. Os impactos negativos no meio ambiente estão dire-
tamente relacionados com o aumento crescente das áreas urbanas, o aumento de veículos auto-
motivos, o uso irresponsável dos recursos, o consumo exagerado de bens materiais e a produção
constante de lixo.
Percebemos, portanto, que não apenas as grandes empresas afetam o meio, nós, com pequenas
atitudes, provocamos impactos ambientais diariamente. Dentre os principais impactos ambientais
negativos causados pelo homem, podemos citar a diminuição dos mananciais, extinção de espé-
cies, inundações, erosões, poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, chuva
ácida, agravamento do efeito estufa e destruição de habitats. Isso acarreta, consequentemente, o
aumento do número de doenças na população e em outros seres vivos e afeta a qualidade de vida.
Os impactos ambientais positivos, apesar de ocorrerem em menor quantidade, também aconte-
cem. Ao construirmos uma área de proteção ambiental, recuperarmos áreas degradadas, limpar-
mos lagos e promovermos campanhas de plantio de mudas, estamos também causando impacto
no meio ambiente. Essas medidas, no entanto, provocam modificações e alteram a qualidade de
vida dos humanos e de outros seres de uma maneira positiva.
Você também pode ajudar a diminuir o impacto ambiental negativo. Veja a seguir algumas dicas:
UNIDADE 02
• Economize água;
• Evite o consumo exagerado de energia;
• Separe os lixos orgânicos e recicláveis;
• Diminua o uso de automóveis;
• Consuma apenas o necessário e evite compras compulsivas;
Fonte: Empresas e obras que podem causar grande impacto ambiental negativo devem apresentar um Estudo de Im-
pacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para que as atividades sejam ou não liberadas. Leia a
matéria completa no link: https://bit.ly/2TjXmXX. Acesso em 19 de abril de 2020.
LEITURA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta Unidade aprendemos alguns conceitos sobre recuperação ambiental quando essa é en-
volvida com os recursos ambientais. Os recursos naturais (solo, ar, água, florestas, matas ciliares,
minerais, entre outros), utilizados pelo homem e que na maioria das vezes é o agente precursor
para as degradações de áreas.
Estes conceitos levam em consideração de que o homem é o agente principal da degradação
ambiental e é, através das suas atividades que fragmentam o habitat que resulta em impactos
46
ambientais, a longo prazo, dos quais podem destruir ecossistemas inteiros e; reduzem o espaço de
espécies de animais selvagens que exigem grandes extensões de terra para satisfazer todas neces-
sidades de alimento.
Quando uma área está sendo impactada seja por qualquer fator, acontece um desiquilíbrio geral
na sua manutenção, como por exemplo a ciclagem de nutrientes. Essa ciclagem de nutrientes gera
UNIDADE 02
danos, como desiquilíbrio na fertilidade do solo, poluição, aquecimento, desregulação nos ciclos
hidrológicos contribuído para a estiagem.
E esses fatores prejudicam muito o equilíbrio da área, pois o ambiente está sob constante modi-
ficação causada por processos naturais, como deslizamentos de terra, terremotos, tsunamis, fura-
cões e incêndios florestais que podem inviabilizar o funcionamento ao longo do tempo em função
da dizimação de comunidades de plantas e animais. Uma boa condição de funcionamento dos re-
ANOTAÇÕES
47
UNIDADE
03
COMPETÊNCIAS AO
PROFISSIONAL NAS
ÁREAS AMBIENTAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nesta Unidade trataremos das leis que fazem parte da legislação ambiental, instru-
mentos de extrema importância para a preservação e utilização responsável, racional
e sustentada do meio ambiente com vistas a legarmos aos nossos descendentes, se
não uma vida saudável, pelo menos com chances de sobrevivência.
VÍDEOS DA UNIDADE
UNIDADE 03
racional dos recursos naturais. Quando infere que a falta de planejamento adequado na utilização
dos recursos naturais, acarretará no esgotamento desses, que muitas vezes são irrecuperáveis. Des-
sa forma, é necessário conhecer as leis que regem a política ambiental nacional.
A legislação ambiental faz o controle da devastação ambiental em suas diversas formas. A quanti-
dade de normas dificulta a complexidade técnica, o conhecimento e a instrumentalização e aplicação
do direito nesse ramo. O ideal é a extração de um sistema coerente, cuja finalidade é a proteção do
1. CONCEITOS AMBIENTAIS
1. Meio ambiente: Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, quími-
ca e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. (Conceito extraído
da Lei nº 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).
49
2. Degradação ambiental: Alteração adversa das características do meio ambiente. (Conceito
extraído da Lei nº 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).
3. Poluição: Degradação da qualidade ambiental resultante de atividades, que ou indiretamen-
te prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas
às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições
UNIDADE 03
estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os
padrões ambientais estabelecidos. (Conceito extraído da Lei nº 6.938/81 da Política Nacional
do Meio Ambiente) Biota: são as diversas espécies que vivem na mesma região.
4. Poluidor: Pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, responsável, direta ou indi-
retamente, por atividade causadora de degradação ambiental. (Conceito extraído da Lei nº
6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).
2. DIREITO AMBIENTAL
O Direito Ambiental diz respeito à proteção jurídica do meio ambiente. Para facilitar a sua aborda-
gem didática, o meio ambiente é dividido em: natural, artificial, cultural e do trabalho. A legislação
ambiental faz o controle de poluição em suas diversas formas. A quantidade de normas dificulta a
complexidade técnica, o conhecimento e a instrumentalização e aplicação do direito nesse ramo
do direito. O ideal é a extração de um sistema coerente, cuja finalidade é a proteção do meio am-
biente. Para a aplicação das normas de direito ambiental, é importante compreender as noções
básicas e adequá-las à interpretação dos direitos ambientais. Alguns princípios norteiam o direito
ambiental para que esse possa ocorrer, são eles:
• Princípio da Legalidade: Necessidade de suporte legal para obrigar-se a algo. Obrigatorieda-
de de obediência às leis (art.5, II da Constituição Federal);
• Princípio da Supremacia do Interesse Público: A proteção ambiental é um direito de todos,
ao mesmo tempo em que é uma obrigação de todos (art. 225, CF). Isto demonstra a nature-
za pública desse bem, o que leva a sua proteção a obedecer ao princípio de prevalência do
interesse da coletividade, ou seja, do interesse público sobre o privado na questão de pro-
teção ambiental.
• Princípio da Obrigatoriedade da Proteção Ambiental: Esse princípio está estampado no art.
225, caput, da Constituição Federal, que diz que o Poder Público e a coletividade devem as-
segurar a efetividade do direito ao meio ambiente sadio e equilibrado.
50
• Princípio da Prevenção ou Precaução: Baseado no fundamento da dificuldade e/ou impos-
sibilidade de reparação do dano ambiental. Artigo 225, §1º, IV da Constituição Federal, que
exige o EIA/RIMA; Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, prin-
cípio 15 que diz para proteger o meio ambiente,. quando houver ameaça de danos sérios ou
irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para
UNIDADE 03
executar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
• Princípio do Poluidor-Pagador: Este princípio se baseia na necessidade da reparação dos da-
nos causados por quem polui; desmatamentos, poluição das águas, queimadas, dispersão de
resíduos tóxicos e outros tipos de degradação ambiental causam muitas perdas ambientais,
sociais e econômicas. Portanto, não basta pagar uma multa, é necessário que o poluidor arque
com todo o ônus financeiro que suas atividades possam causar no meio ambiente natural e
VÍDEO
Os crimes ambientais são muitos e esparsos, pois são considerados crimes ambientais as agressões
ao meio ambiente e seus componentes (flora, fauna, recursos naturais, patrimônio cultural) que
ultrapassam os limites estabelecidos por lei. Ou ainda, a conduta que ignora normas ambientais
legalmente estabelecidas mesmo que não sejam causados danos ao meio ambiente. No link a se-
guir assista ao vídeo e você irá entender sobre os crimes ambientais perante a legislação ambien-
tal: Disponível em: https://bit.ly/37A28Jh. Acesso 28 de abril de 2020.
51
3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
A legislação ambiental no Brasil é uma das mais completas e avançadas do mundo. Criada com
o intuito de proteger o meio ambiente e reduzir ao mínimo as consequências de ações devastado-
UNIDADE 03
ras, seu cumprimento diz respeito tanto às pessoas físicas quanto às jurídicas.
Essas leis ambientais definem normas e infrações e devem ser conhecidas, entendidas e prati-
cadas. Afinal, há um processo de mudança de comportamento na sociedade civil e no mundo em-
presarial, que não está associado apenas às eventuais penalidades legais, mas à adoção de uma
postura de responsabilidade compartilhada entre todos para vencer os desafios ambientais, que
já vivenciamos.
» Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985 – disciplina a ação civil pública de responsabilidade por
danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico e dá outras providências.
AGRICULTURA:
» Lei nº 6.894, de 16 de fevereiro de 1980 – dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e
do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, destina-
dos à agricultura e dá outras providências. Regulamentada pelo Decreto nº 86.955, de 18 de
fevereiro de 1982.
» Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 – dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção,
a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda
comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagem, o
registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes
e afins e dá outras providências. Regulamenta pelo Decreto nº 98.816/90;
» Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991 – dispõe sobre a política agrícola;
52
» Lei n° 9.272, de 03 de maio de 1996 - Acrescenta incisos ao Artigo 30 da Lei 8.171, de 17 de Ja-
neiro de 1991, que dispõe sobre a política agrícola;
» Lei nº 9.974, de 06 de junho de 2000 - altera a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe
sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o ar-
mazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exporta-
UNIDADE 03
ção, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção
e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.
» Decreto nº 3.550, de 27 de julho de 2000- Dá nova redação a dispositivos do Decreto nº 98.816,
de 11 de janeiro de 1990, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a emba-
lagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial,
a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro,
ÁGUA:
» Decreto nº 23.777, de 23 de janeiro de 1934 – regulariza o lançamento de resíduo industrial das
usinas açucareiras nas águas pluviais.
» Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934 - Decreta o Código de Águas.
» Decreto-Lei nº 3.094, de 05 de março de 1941 - Dispõe sobre as fontes de águas minerais, ter-
mais e gasosas.
» Decreto-Lei nº 3.763, de 25 de outubro de 1941 - Consolida disposições sobre águas e energia
elétrica, e dá outras providências.
» Decreto-Lei nº 7.841, de 08 de agosto de 1945 - Código de Águas Minerais.
» Lei n° 3.824, de 23 de novembro de 1960 - Torna obrigatória a destoca e consequente limpeza
das bacias hidráulicas, dos açudes, represas ou lagos artificiais.
» Decreto nº 50.877, de 29 de junho de 1961 - Dispõe sobre o lançamento de resíduos tóxicos ou
oleosos nas águas interiores ou litorâneas do País e dá outras providências.
» Decreto nº 94.076, de 05 de março de 1987 - Institui o Programa Nacional de Microbacias Hi-
drográficas e dá outras providências.
» Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988 – institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro.
» Lei nº 7.754, de 14 de agosto de 1989 – estabelece medidas para proteção das florestas exis-
tentes nas nascentes dos rios.
» Decreto nº 1.530, de 22 de junho de 1995- Declara a entrada em vigor da Convenção das Nações
Unidas sobre o Direito do Mar, concluída em Montego Bay, Jamaica, em 10 de dezembro de 1982.
» Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 – institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei
das Águas).
» Decreto nº 2.612, de 03 de junho de 98- regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hídricos,
e dá outras providências. (REVOGADA)
53
» Decreto nº 2.869, de 09 de dezembro de 1998 - Regulamenta a cessão de águas públicas para
exploração da aquicultura e dá outras providências
» Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000- dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas- ANA.
» Lei nº 10.670, de 14 de maio de 2003 - Institui o Dia Nacional da Água.
UNIDADE 03
» Lei nº 10.881, de 09 de junho de 2004- dispõe sobre os contratos de gestão entre a Agência Na-
cional de Águas e entidades delegatárias das funções de Agências de Águas relativas à gestão
de recursos hídricos de domínio da União e dá outras providências.
BIOSSEGURANÇA/BIODIVERSIDADE:
» Lei nº 8.974, de 05 de janeiro de 1995 – Regulamenta os incisos II e V do § 1º do art. 225 da
BIOTECNOLOGIA/ENGENHARIA GENÉTICA:
» Decreto nº 2.929, de 11 de janeiro de 1999 – promulga o Estatuto e o Protocolo do Centro In-
ternacional de Engenharia Genética e Biotecnologia, adotados em Madri, em 13 de setembro
de 1983, e em Viena, em 4 de abril de 1984, respectivamente, e assinados pelo Brasil em 5 de
maio de 1986.
» Decreto nº 3.945, de 28 de setembro de 2001 - Define a composição do Conselho de Gestão
do Patrimônio Genético e estabelece as normas para o seu funcionamento, mediante a regu-
lamentação dos arts. 10º, 11º, 12º, 14º, 15º, 16º, 18º e 19º da Medida Provisória nº 2.186-16,
de 23 de agosto de 2001, que dispõem sobre o acesso ao patrimônio genético, a proteção e o
acesso ao conhecimento tradicional associado, a repartição de benefícios e o acesso à tecno-
logia e transferência de tecnologia para sua conservação e utilização, e dá outras providências.
54
» Lei nº 10.332, de 19 de dezembro de 2001 - Institui mecanismo de financiamento para o Pro-
grama de Ciência e Tecnologia para o Agronegócio, para o Programa de Fomento à Pesquisa em
Saúde, para o Programa Biotecnologia e Recursos Genéticos – Genoma, para o Programa de Ci-
ência e Tecnologia para o Setor.
UNIDADE 03
CRIMES AMBIENTAIS:
» Lei nº 9.456, de 28 de abril de 1997 – institui o direito de proteção de cultivares e dá outras
providências.
» Lei nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998 – dispõe sobre as sanções penais e administrativas de-
rivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
» Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999 - dispõe sobre a especificação de sanções aplicá-
DESERTIFICAÇÃO:
» Decreto nº 2.741, de 20 de agosto de 1998- Promulga a Convenção Internacional de Combate à
Desertificação nos Países Afetados por Seca Grave e/ou Desertificação, particularmente na África.
ECOTURISMO:
» Lei n° 6.513, de 20 de dezembro de 1977- Dispõe sobre a criação de Áreas Especiais e de Locais de
Interesse Turístico; sobre o inventário com finalidades turísticas dos bens de valor cultural e natural.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
» Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 - dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Na-
cional de Educação Ambiental e dá outras providências.
» Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002- Regulamenta a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999,
que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências.
ENERGIA ELÉTRICA:
» Lei nº 10.847, de 15 de março de 2004 – Autoriza a criação da Empresa de Pesquisa Energética
– EPE e dá outras providências.
FAUNA:
» Decreto nº 24.645, de 10 de julho de 1934 - dispõe sobre maus tratos em animais.
» Decreto nº 28.524, de 18 de agosto de 1950 - Promulga a Convenção Internacional para a Re-
gulamentação da Pesca da Baleia e o Regimento anexo à mesma, assinados em Washington, a
2 de dezembro de 1946.
» Decreto nº 46.873, de 16 de setembro de 1959 - Promulga o Protocolo Adicional à Convenção
Internacional para a Regulamentação da Pesca da Baleia, entre os Estados Unidos do Brasil e
outros países, assinado em Washington, em 4 de dezembro de 1956.
» Lei nº 5.197, de 31 de janeiro de 1967 – dispõe sobre a proteção à fauna.
55
» Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967 – dispõe sobre a proteção e estímulo à pesca.
» Decreto nº 63.234, de 12 de setembro de 1968- Institui o “Dia da Ave” e dá outras providências.
» Decreto Legislativo nº 77, de 05 de dezembro de 1973- Aprova o texto da Convenção Internacional
para a Regulamentação da Pesca da Baleia, concluída em Washington, a 2 de dezembro de 1946.
UNIDADE 03
» Decreto nº 73.497, de 17 de janeiro de 1974- Promulga a Convenção Internacional para a Regu-
lamentação da Pesca da Baleia.
» Decreto nº 76.623, de 17 de novembro de 1975 - Promulga a Convenção sobre Comércio Inter-
nacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (convenção essa regu-
lamentada pelo Decreto nº 3.607, de 21 de setembro de 2000).
» Lei n° 6.638, de 08 de maio de 1979 - Estabelece normas para a prática didática - científica da
56
» Lei nº 6.535, de 15 de janeiro de 1978 - inclui no rol das áreas de preservação permanente as
florestas situadas em Regiões Metropolitanas.
» Lei nº 6.607, de 07 de dezembro de 1978- declara o pau-brasil Árvore Nacional, institui o Dia do
Pau-Brasil e dá outras providências.
UNIDADE 03
» Decreto nº 84.017, de 21 de setembro de 1979 - aprova o Regulamento dos Parques Nacionais
Brasileiros.
» Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981 - dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de
Proteção Ambiental.
» Lei nº 7.511, de 7 de julho de 1986 - altera o Código Florestal.
» Lei n° 7.754, de 14 de abril de 1989 - Estabelece medidas para proteção das florestas estabele-
GERAL:
» Decreto nº 58.054, de 23 de março de 1966 - Promulga a Convenção para a proteção da flora,
fauna e das belezas cênicas dos países da América.
» Decreto n° 80.978, de 12 de dezembro de 1977 - Promulga a convenção relativa à proteção do
patrimônio mundial, cultura e natural, de 1972.
» Decreto nº 86.028, de 27 de maio de 1981- Institui em todo o Território Nacional a Semana Na-
cional do Meio Ambiente, e dá outras providências.
57
» Decreto nº 97.946, de 11 de julho de 1989 - Dispõe sobre a Estrutura Básica do Instituto Brasi-
leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e dá outras providências.
(REVOGADA).
» Decreto nº 78, de 05 de abril de 1991 - Aprova a Estrutura Regimental do Instituto Brasilei-
ro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e dá outras providências.
UNIDADE 03
(REVOGADA).
» Decreto n° 1.205, de 01 de agosto de 1994 - Aprova a Estrutura Regimental do Ministério do
Meio Ambiente e da Amazônia Legal, e dá outras providências.
» Decreto nº 1.905, de 16 de maio de 1996 - Promulga a Convenção sobre Zonas Úmidas de Im-
portância Internacional, Especialmente como “Habitat” de Aves Aquáticas, Conhecida como
MUDANÇAS CLIMÁTICAS:
» Decreto nº 3.515, de 20 de junho de 2000 - Cria o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e
dá outras providências.
POLUIÇÃO:
» Decreto-Lei n° 1.413, de 14 de agosto de 1975 - Dispõe sobre o controle da poluição do meio
ambiente provocada por atividades industriais.
» Decreto n° 76.389, de 03 de outubro de 1975- Dispõe sobre as medidas de prevenção e contro-
le da poluição industrial de que trata o Decreto-Lei 1.413, de 14 de agosto de 1975, e dá outras
providências.
» Decreto Legislativo nº 74, de 30 de setembro de 1976- Aprova o texto da Convenção Internacio-
nal sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo.
» Decreto nº 79.437, de 28 de março de 1977 - Promulga a Convenção Internacional sobre Res-
ponsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo, 1969.
» Decreto no 83.540, de 04 de junho de 1979 - Regulamenta a aplicação da Convenção Interna-
cional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo, de 1969, e dá
outras providências.
58
» Decreto nº 87.566, de 16 de setembro de 1982 - Promulga o texto da Convenção sobre Preven-
ção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e Outras Matérias, concluída em Londres,
a 29 de dezembro de 1972.
» Lei n° 8.723, de 28 de outubro de 1993 - Dispõe sobre a redução de emissão de poluentes por
veículos automotores e dá outras providências.
UNIDADE 03
» Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000 - Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da
poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas
sob jurisdição nacional e dá outras providências.
» Decreto nº 4.136, de 20 de fevereiro de 2002- Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis
às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento
QUEIMADAS:
» Lei nº 4.771, de 19 de setembro de 1965, art. 27 (Código Florestal).
» Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998 - regulamenta o artigo 27 da Lei nº 4.771/65. Lei nº
9.605, de 13 de fevereiro de 1998 - dos crimes ambientais, arts.14 e 15.
RESERVA LEGAL:
» Lei nº 4.771, de 19 de setembro de 1965, art. 16 (Código Florestal).
SANEAMENTO:
» Lei n° 5.318, de 26 de setembro de 1967 - Institui a Política Nacional de Saneamento e cria o
Conselho Nacional de Saneamento.
» Lei n° 11.445, de 05 de janeiro de 2007- Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.
SOLO:
» Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 - dispõe sobre parcelamento do solo urbano.
» Lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989 - Institui o Dia Nacional da Conservação do Solo a ser
comemorado, em todo o País, no dia 15 de abril de cada ano.
» Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001- regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal,
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO:
» Lei nº 9.985, de 18 de junho de 2000- regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Consti-
tuição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e dá outras providências.
59
» Decreto nº 3.834, de 5 de junho de 2001- regulamenta o art. 55 da Lei n° 9.985, de 18 de julho
de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
» Natureza, e delega competência ao Ministro de Estado do Meio Ambiente para a prática do ato
que menciona, e dá outras providências. (REVOGADA).
UNIDADE 03
» Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002- regulamenta artigos da Lei 9.985, de 18 de julho de
2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza- SNUC, e
dá outras providências.
Obs.: Há ainda leis estaduais e municipais, portarias dos órgãos do SISNAMA e resoluções do
CONAMA. Todas as leis estão linkadas para sites oficiais do Governo (Planalto ou Senado).
60
» As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou repre-
samento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
» As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação
topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
UNIDADE 03
» As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cen-
to) na linha de maior declive;
» As restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
» Os manguezais, em toda a sua extensão;
» As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior
a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
61
entorno dos reservatórios de águas artificiais, as áreas no entorno das nascentes e dos olhos de
águas perenes, qualquer que seja a situação geográfica.
As encostas ou partes com declividade superior a 45º, equivalente a 100% (cem por cento) na
linha de maior declive, as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues, os
manguezais em toda a sua extensão, as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura
UNIDADE 03
de relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais.
No topo dos morros montes montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25º áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3
(dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação a base, áreas em altitude superior
a 1.800 (mil e oitocentos) metros qualquer que seja a vegetação, em veredas, a faixa marginal, em
projeção horizontal com largura mínima de 50 (cinquenta) metros a partir do limite do espaço per-
62
A Reserva Florestal Legal é espaço territorialmente protegido, conforme o art. 225, § 1º, III da
CF/88. Para assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, como bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, incumbe ao Poder Público definir, em todas
as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente prote-
gidos, sendo a alteração e supressão permitidas somente através de lei. Assim a Reserva Florestal
UNIDADE 03
Legal, não só é protegida pela lei ordinária como pela própria Constituição da República. Portan-
to, a não ser por consentimento expresso da lei federal, nem o proprietário privado nem o Poder
Executivo (quaisquer órgãos da Administração Pública) podem consentir na diminuição e na de-
predação da Reserva Florestal Legal (Art. 225, § 1º, III da CF/88). Observe na figura 2 uma reserva
florestal legal na propriedade rural:
4.3 FAUNA
Conjunto de espécies animais que vivem num determinado país ou região, entendendo-se que
fauna silvestre não significa exclusivamente a fauna encontrada na selva, pois o marco referencial
legal para diferenciar fauna doméstica da não domesticada, foi “a vida natural em liberdade” ou
“fora do cativeiro”, segundo o estabelecido na lei que caracterizou a fauna a ser protegida como os
animais que vivem naturalmente fora do cativeiro (Art. 1º da Lei nº 5.197/67).
Competência para Legislar Sobre Fauna: A Constituição Federal inseriu o tema “fauna” na com-
petência concorrente da União e dos Estados (Art. 24, VI da CF/88). A Lei nº 9.605/98 definiu com
espécies de fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quais-
quer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo
63
dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras (Art. 29, § 3 º da Lei nº
9.605/98- Lei de Crimes Ambientais).
UNIDADE 03
As Unidades de Conservação integram o SNUC (Sistema Nacional de Conservação), criado em
2000, pela Lei nº 9.985, são entendidas como sendo o espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo
Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administra-
ção, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Art. 2º, I da Lei nº 9.985/2000. Divide-se
em dois grupos: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. O art. 22 esclarece
que as unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público. Nada impede, contudo, que
64
ou migratórias. É um local apropriado para estudos técnico-científicos sobre manejo sustentável da
fauna (Art. 19 da Lei nº 9.985/2000).
Trata-se de área natural, ocupada por populações tradicionais. Sua base é a exploração dos recur-
sos naturais de forma sustentável, levando em conta às condições ecológicas locais, fundamentais
na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica (Art. 20 da Lei nº 9.985/2000).
UNIDADE 03
Área privada, gravada com perpetuidade para conservação da diversidade biológica (Art. 21 da Lei
nº 9.985/2000).
65
4.6 LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS
Com a entrada em vigor da Lei nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998 (Lei dos Crimes Ambien-
tais), o Brasil deu um grande passo legal na proteção do meio ambiente, pois a nova legislação traz
inovações modernas e surpreendentes na repreensão a destruição ambiental.
UNIDADE 03
Em seus 82 artigos, a referida lei atualiza a legislação esparsa, revogando muitos dispositivos,
bem como apresenta novas penalidades, reforça outras existentes e impõe mais agilidade ao julga-
mento dos crimes prevendo o rito sumário (art. 27) com a aplicação da lei das pequenas causas (Lei
nº 9.099/95). Possibilita a incriminação da pessoa física e institui a corresponsabilidade incluindo a
pessoa física do diretor, administrador ou membro que tenham causado danos (art. 2º).
Outra novidade, aliás muito oportuna, é a possibilidade do juiz utilizar o instituto da desconsi-
66
entendemos que a entidade que iniciou o processo ou que participou com informações deve ter
preferência da justiça para receber o auxílio do réu.
Esses são alguns dos principais pontos a destacar na Lei dos Crimes Ambientais, que define os
crimes e as infrações administrativas contra o meio ambiente, faltando agora à sociedade assimi-
la-la para que se diminua a degradação ambiental, juntamente com as autoridades competentes
UNIDADE 03
que têm a responsabilidade de aplicá-la efetivamente.
67
6. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão com-
petente, incorrendo nas mesmas penas aquele que: pesca espécies que devam ser preser-
vadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; pesca quantidades superiores
às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, apetrechos, técnicas e métodos não
permitidos; transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da
UNIDADE 03
coleta, apanha e pesca proibidas;
7. Pescar mediante a utilização de: explosivos ou substâncias que, em contato com a água,
produzam efeito semelhante; substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade
competente.
68
7. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Público,
para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em
desacordo com as determinações legais;
8. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros pro-
dutos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela au-
UNIDADE 03
toridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até o final
beneficiamento, incorrendo nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depó-
sito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem
licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autori-
dade competente;
9. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação;
69
aumento de pena, pois será o tipo qualificado, incorrendo ainda nas mesmas penas quem
deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em
caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível;
2. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização,
permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida, incorrendo nas mesmas
UNIDADE 03
penas quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização,
permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente;
3. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, arma-
zenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à
saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis
ou nos seus regulamentos. Incorrerá nas mesmas penas quem abandona os produtos ou
5. INSTITUIÇÕES DE PROTEÇÃO
DO MEIO AMBIENTE
Alguns órgãos são especializados a fiscalizar a legislação ambiental, havendo competência comum
para proteger o meio ambiente de forma constitucional, em qualquer das três esferas federativas
(União, Estado ou Município), classificados segundo Barsano et al. (2014) em:
» Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) estabelece um conjunto articulado e descentra-
lizado de ações para a gestão ambiental, integrando as regras e as práticas de maneira uniforme
em todas as esferas públicas, que antes eram conflituosas pôr não existir uma política única que
guiasse as diretrizes necessárias, o que a Política Nacional do Meio Ambiente conseguiu com êxito;
» O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é um órgão normativo, consultivo e delibe-
rativo e tem, dentre outras, a finalidade de estudar, assessorar e propor ao Conselho de Gover-
no Federal diretrizes e políticas governamentais para o meio ambiente, assim como normas e
padrões compatíveis com um ecossistema ecologicamente equilibrado;
» O Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem como missão promover a adoção das políticas e
princípios para o conhecimento, a preservação e a recuperação do meio ambiente. Além dis-
so, visa o uso sustentável dos recursos naturais e a inserção do desenvolvimento sustentável
na criação e implementação de políticas públicas em todas as instâncias do governo, por meio
70
do planejamento, coordenação, controle e supervisão da implementação da Política Nacional e
diretrizes governamentais para o meio ambiente;
» O Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), é uma autarquia do Mi-
nistério do Meio Ambiente (MMA) com autonomia administrativa e financeira que tem como
missão proteger a natureza, garantir a qualidade ambiental e a sustentabilidade, no que se re-
UNIDADE 03
fere ao uso dos recursos naturais. Tendo personalidade jurídica própria, executa o controle e
fiscalização ambiental nos âmbitos nacional e regional por meio de ações de gestão concretas;
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) trata-se de um órgão ambiental
da administração pública, que tem o poder de autoadministração, nos limites estabelecidos em lei. O
ICMBio foi criado pela Lei nº 11.516/2007, com a missão de proteger o patrimônio natural e promover
o desenvolvimento socioambiental, por meio da gestão das Unidades de Conservação (UCs) federais.
A agricultura e o pecuária são as duas atividades primárias que lançam a maior parte de substâncias
contaminantes na água, como nitrato, fosfato e os pesticidas, afirmou nesta quinta-feira a espe-
cialista da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) Sara Marjani.
A FAO divulgou os resultados de um relatório no qual analisou a contribuição relativa dos principais
sistemas de produção agrária à contaminação dos recursos hídricos.
“A produção criadora de gado e de cultivos representa uma grande porcentagem dos contaminan-
tes que entram no ambiente”, em comparação com outras atividades de menor impacto como a
aquicultura, disse em um ato Marjani.
Em outros setores, os assentamentos urbanos e a indústria são outras das principais fontes de
contaminação, segundo o estudo. A especialista destacou que a qualidade da água se transformou
em um problema global, próprio tanto dos países ricos como dos pobres.
A agricultura soma 70% do consumo de água no mundo todo e é responsável pelo vazamento de
químicos, matéria orgânica, resíduos, sedimentos e sais.
Nos últimos 20 anos surgiu uma nova classe de contaminantes em forma de fármacos como os
antibióticos, além dos hormônios que são usados na pecuária e que também costumam chegar
às fontes hídricas e aos ecossistemas, com risco para a saúde.
De acordo com o estudo, a pecuária intensiva contribui sobretudo à contaminação por esse tipo
de resíduos, assim como pelos excrementos dos animais e outras substâncias que acabam se de-
gradando no ambiente.
Os cultivos, por sua vez, estão mais relacionados com o uso de pesticidas e elementos químicos
como potássio ou magnésio que podem chegar até a água.
Em ambas atividades existe a ameaça de um excesso na utilização de nitrato, fosfato e outros nu-
trientes como adubos.
Marjani precisou que a China e os Estados Unidos são alguns dos países que mais adubos desse
tipo empregam na agricultura, ao mesmo tempo que alertou sobre a crescente poluição no mun-
do todo pelo abuso de antibióticos.
O aumento da pressão sobre os recursos naturais, por fatores como o crescimento demográfico
e a mudança climática, supôs “um maior uso das substâncias contaminantes no setor primário,
que afetam a qualidade da água e do solo, a segurança alimentar e a biodiversidade”, acrescentou
a especialista.
Fonte: EFE. Leia a matéria completa disponível em: https://bit.ly/3jq4I6I. Acesso em 30 de abril de 2020.
UNIDADE 03
LEITURA
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Toda a sociedade é responsável pela degradação ambiental, pois o rico polui com sua atividade indus-
trial, comercial etc.; o pobre polui por falta de condições econômicas de viver condignamente e por falta
de informações, já que a maioria é semianalfabeta; e o Estado polui por falta de informações ecológicas
de seus administradores, gerando uma política desvinculada dos compromissos com o meio ambiente.
A legislação ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento
ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente, e possui como uma de
suas mais expressivas características a participação social na tomada de decisão, por meio da rea-
lização de audiências públicas como parte do processos Somando isso aos novos conhecimentos
científicos que concluem que o homem faz parte da natureza, como vemos, por exemplo, na teo-
ria evolucionista de Darwin, pela qual a raça humana tem origem no mesmo ancestral dos grandes
macacos e evolui como todos os demais seres viventes.
Mais o homem, que antes centro do universo vem perdendo força devido as suas continuas
depredações de áreas, pela qual sobrevive, a ganância e o capitalismo contribuem para que o ho-
mem destrua cada vez mais o ambiente em que vive, atingindo todos os recursos naturais que o
planeta o oferece.
Dessa maneira, tornou-se essencial criar-se leis que definam e defendam aqueles que não tem
meios de lutar contra o homem: a fauna, a flora e seus fatores bióticos e abióticos. Um grande
exemplo nessa unidade de leis ambientais essenciais são as áreas de preservação permanentes,
que são pequenos espaços provenientes de leis que não permitam a exploração desenfreada do
homem para fins lucrativos.
72
Para conscientização sobre a importância das APPS, sobre um novo ou reformulado Código Flo-
restal, tendo noção de equilíbrio ecológico, para que haja um balanceamento das necessidades
financeiras dos produtores rurais e a manutenção da natureza para futuras gerações. Os poderes
públicos deverão remunerar os serviços ambientais indispensáveis, dentro das possibilidades dos
Recursos financeiros do poder público, com as condições do restabelecimento dos espaços físicos
UNIDADE 03
da lei e a vegetação nas APPS, para que elas não sejam simplesmente uma sigla legal, mas existam
verdadeiramente, segundo suas finalidades.
Portanto, nesta Unidade fizemos um breve resumo sobre as leis ambientais pertinentes conforme
vista sobre o direito ambiental, viajando na legislação e citando exemplos de crimes ambientais e
espaços preservados que fazem parte da avaliação e recuperação de áreas degradadas como visto
nas outras unidades em todas as suas características.
73
UNIDADE
04
ENTENDENDO O PLA-
NO DE RECUPERAÇÃO
DE ÁREAS DEGRADA-
DAS (PRAD)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nesta Unidade vamos caracterizar uma área que sofreu processo de degradação e al-
gumas formas de recupera-la. Analisar conceitos prévios e situações problemas. Além
e desenvolver a capacidade de resolver exercícios através dos conceitos previstos.
VÍDEOS DA UNIDADE
UNIDADE 04
dade biológica que ocorrem desde a época da colonização, estendendo-se, aos ciclos econômicos
iniciados no período Colonial, consequentemente pelo capitalismo que afetaram a biodiversidade
do planeta Terra, causando problemas na fauna, flora, solo, água e ar.
São exemplos de problemas ambientais da sociedade contemporânea causados pela junção dos
fatores econômicos, políticos e culturais: o aquecimento global, o desmatamento, as queimadas, a
devastação das florestas, a poluição sonora e visual, a destruição dos recursos hídricos e o acumu-
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1. PLANO DE RECUPERAÇÃO
DE ÁREAS DEGRADAS
UNIDADE 04
Áreas degradadas como visto até aqui, são locais que sofreram algum tipo de degradação seja
pela ação humana ou não, interferência nos recursos naturais como solos, água, biodiversidade
etc. Por exemplo, uma área de mata que sofreu queimadas, ou derrubada para posterior plantio
de pastagens ou até mesmo para lavoura; a utilização de agroquímicos no solo, a área desprote-
gida, sem um planejamento ambiental, vai sofrer. Poderá passar pelo processo de erosão no solo,
poderá passar pelo processo de falta de nutrientes tornando o solo infértil, poderá surgir uma
76
Relatório dos Impactos Ambientais), a legislação e as políticas existentes e façam uso de todos, in-
clusive repassando sua metodologia.
O EIA/RIMA, é de extrema importância para a fase do planejamento em relações às ações que
envolvem o meio ambiente. Partindo do entendimento de que Impacto Ambiental é a alteração
no meio ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade e, que essas alte-
UNIDADE 04
rações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou
negativas, grandes ou pequenas, o estudo desses impactos ambientais tem como objetivo princi-
pal, avaliar as consequências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade
de determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após
a implementação dos mesmos.
O EIA permite analisar e compreender a questão da proteção e preservação do ambiente e o
77
4. Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos métodos,
técnicas e critérios usados para sua identificação;
5. Caracterização da futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes situações
da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não realização do mesmo;
UNIDADE 04
6. Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos negativos e
o grau de alteração esperado;
7. Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
8. Conclusão e comentários gerais.
Segundo Lisboa (2008), o EIA/RIMA está vinculado à Licença Prévia, por se tratar de um estudo
prévio dos impactos que poderão vir a ocorrer, com a instalação e/ou operação de um dado empre-
78
acima de 10 MW; Complexo e unidades industriais e agroindustriais; Distritos industriais e zonas
estritamente industriais; Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100
hectares ou menores, quando forem áreas significativas em termos percentuais ou de importância
do ponto de vista ambiental; Projetos urbanísticos acima de 100 hectares ou em áreas considera-
das de relevante interesse ambiental; Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou
UNIDADE 04
produtos similares, em quantidade superior a 10 t/dia; Projetos agropecuários que contemplem
áreas acima de 1000 hectares ou menores quando forem áreas significativas em termos percentuais
ou de importância do ponto de vista ambiental; e nos casos de empreendimentos potencialmente
lesivos ao Patrimônio Espeleológico Nacional.
Embora sejam dois documentos distintos, servem como instrumento de Avaliação de Impacto
Ambiental – AIA, parte integrante do processo de licenciamento ambiental. Sucintamente, no EIA
79
SAIBA MAIS
O IMA (Instituto do Meio Ambiente) disponibiliza a Instrução Normativa do IBAMA que estabele-
ce exigências mínimas e norteia a elaboração de Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas
UNIDADE 04
– PRAD ou Áreas Alteradas. Assim podemos elaborar o PRAD conforme roteiro disponível no link:
https://bit.ly/34p5T25. Acesso 04 de maio de 2020. Conforme Normativa 4/2011 e termo de re-
ferência PRAD.
80
REFLITA
UNIDADE 04
Conforme Stein (2017), os objetivos devem apresentar descrições concretas de onde está se que-
rendo chegar, ou o que está se tentando alcançar, sendo bastante estratégicos e abrangentes. Por
exemplo, o objetivo de um PRAD é a recuperação ambiental de uma determinada área/ou evitar
que ocorram danos ao ecossistema. Já as metas são tarefas específicas para alcançar o(s) objetivo(s),
sendo que essas são temporais, ou seja, estipulam prazos. Por exemplo, a recuperação de uma
determinada área será feita por meio da construção de taludes, visando conter a erosão, e, após,
ocorrerá a recomposição vegetal. Espera-se que, em cinco anos, a área esteja 100% recuperada.
Após os profissionais técnicos responsáveis terem em mãos o formulário e roteiro para elabora-
ção do PRAD (os quais, normalmente, são obtidos no órgão ambiental competente que irá analisar
o plano/projeto), deve-se iniciar a sua elaboração. Não existe uma regra geral para a elaboração de
um PRAD, mas, normalmente, esta é composta pelas seguintes etapas/seções:
1. Uma parte introdutória;
2. Caracterização do empreendimento ou do local;
3. Diagnóstico ambiental;
4. Metodologias/cronograma.
A seguir, esses itens são apresentados de forma mais detalhada, conforme descreve Stein (2017)
na parte introdutória, estão as seguintes descrições:
• Introdução: é um resumo geral do PRAD, no qual são citados o estado ambiental da área de-
gradada, os objetivos e as metas do projeto;
• Objetivos e metas: é uma descrição dos objetivos gerais e específicos esperados com a im-
plantação do PRAD e como estes serão alcançados, descrevendo rapidamente a metodologia
a ser implantada;
• Caracterização da região: deve apresentar uma breve caracterização biológica, física e cli-
mática da região, com enfoque na propriedade onde está inserida a área degradada. Infor-
mações sobre o clima regional, variação anual de temperatura e precipitação, tipos de solos,
classificação e caracterização da vegetação, malha viária e uso atual predominante. Essas
características devem ser descritas superficialmente neste item inicial e detalhadamente na
fase de diagnóstico da área a ser recuperada;
• Equipe técnica do PRAD: descrição da equipe técnica responsável pela elaboração do PRAD.
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Em relação à caracterização do empreendimento:
• Informações gerais: informações do proprietário (nome completo, endereço, telefone), qual
a contaminação da área, coordenadas geográficas, quais as atividades exercidas e/ou subs-
tâncias retiradas do local, entre outras informações;
UNIDADE 04
• Localização e acesso: contém um roteiro de acesso ao empreendimento, além de um croqui
(desenho sem escala) ou mapa, com localização das estradas de acesso e a demarcação das
áreas a serem exploradas ou a serem recuperadas;
• Área degradada: descrição da metragem quadrada e o que se encontra na vizinhança, como
escolas, casa, comércios, indústrias, atividades agrícolas (normalmente as imediações solici-
tadas são de 1 km);
82
construção de taludes e a recomposição vegetal. Além das metodologias, deve-se apresentar, ainda,
as medidas mitigatórias (ou seja, o que será feito para diminuir o impacto ambiental com as obras
na área). Com a circulação de veículos pesados, pode haver a proliferação de poeira e partículas,
gerando poluição atmosférica. Logo, deve-se realizar a irrigação das vias de acesso para evitar esse
problema (STEIN, 2017).
UNIDADE 04
O PRAD deve ser elaborado e acompanhado por profissional habilitado e deve ser vinculado a
um registro de anotação de responsabilidade técnica (ART) no conselho de classe (CREA – Conse-
lho Regional de Engenharia e Agronomia; CRQ – Conselho Regional de Química; CRBio – Conselho
Regional de Biologia). Por ocasião da apresentação do PRAD, devem ser entregues documentos
complementares, em especial os relacionados às pessoas físicas (carteira de identidade, Cadastro
Pessoa Física – CPF) e jurídicas envolvidas (cartão CNPJ, contrato social), bem como documentos
Conforme Stein (2017), uma das etapas mais importantes a ser levada em consideração em um
PRAD é o diagnóstico ambiental, pois é nesta etapa que fornece informações quanto à amplitude
dos problemas ambientais, sociais e econômicos envolvidos no processo de recuperação ambiental
da área. Deve-se abordar os seguintes aspectos:
1. Avaliação e identificação dos impactos ambientais, como: mortandade de animais, corte de
vegetação, contaminação do solo e da água (superficial e subterrânea), alteração da qualida-
de de vida das pessoas que moram próximas à área, entre outros;
2. Mapeamento da área e das diferentes unidades de paisagem: analisar a extensão da área a
ser recuperada, verificar se toda a área apresenta os mesmos impactos, se existe possibili-
dade de regeneração natural da vegetação ou se será necessário a intervenção por meio de
práticas de revegetação, entre outros;
3. Caracterização física e química (solo, ar e água): verificar as limitações e fertilidade do solo,
realizar análises biológicas e químicas da água, verificar se houve poluição do ar (principal-
mente quando a recuperação é devido a práticas industriais desenfreadas);
4. Estudos faunísticos: analisar os grupos de espécies bioindicadoras e dispersoras, a relação
flora/fauna, dispersores (transporte de sementes com auxílio dos animais, vento, água, entre
outros agentes), polinizadores (transporte de grãos de pólen de uma flor para outra, ou para
o seu próprio estigma, com auxílio de seres vivos – abelhas, aves – e por fatores ambientais,
como o vento ou água);
5. Estudo da flora: observações em curto, médio e longo prazo.
Dessa forma um projeto, é como um conjunto de ações contínuas e interligadas, voltadas para
um determinado objetivo. Dessa forma, o projeto deverá apresentar os seguintes itens: problema
a ser enfrentado; quem serão as pessoas envolvidas; o que se pretende fazer; como, onde e por
quem será desenvolvido; quais serão os recursos necessários (STEIN, 2017).
83
SAIBA MAIS
A maior parte dos PRAD realizados, infelizmente, não ocorre por livre e espontânea vontade do
proprietário ou causador do dano ambiental. Normalmente, ocorrem denúncias, após as quais os
UNIDADE 04
órgãos competentes verificam que a atividade é ilegal e não possui licença ambiental; após, são
aplicadas sanções (normalmente multas) e deve-se apresentar o PRAD devidamente. Dessa forma,
o PRAD deve ser aprovado pelo órgão ambiental. Porém, quando o dano ambiental ou a área a ser
recuperada é pequena, e o proprietário, por iniciativa própria, tenha a preocupação em realizar a
recuperação do local, não haveria a necessidade da aprovação de nenhum órgão ambiental, salvo
quando ocorrer alterações significativas no ambiente. Porém, recomenda-se aos profissionais da
área ambiental que elaborem um relatório técnico, descrevendo a área, e apresentem um relató-
84
• Degradação física: refere-se às alterações de características ligadas ao arranjamento das
partículas de solo, tendo como principais parâmetros a permeabilidade, a densidade, a es-
trutura, aeração e a coesão;
• Degradação química: esta forma de degradação é reflexo da presença de elementos indese-
jáveis no solo, ou então a perda de elementos essências para o equilíbrio do mesmo;
UNIDADE 04
• Degradação biológica: este tipo de degradação demonstra a baixa ou nula atividade da mi-
cro, meso e macrofauna e flora no solo, consequência dos baixos valores de matéria orgânica
do solo.
Vimos nas Unidades anteriores os principais fatores que levam a degradação tanto rural quanto
urbana, sabendo que o solo, a flora e a fauna são os que mais sofrem com esses processos. Dessa
• Recuperação de pastagens;
• Mata ciliar.
85
estáticos e sociais da circunvizinhança. Significa também, que o sítio degradado terá condições
mínimas de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, desenvolvendo um novo solo e uma nova
paisagem. E a restauração refere-se à obrigatoriedade do retorno ao estado original da área, antes
da degradação. Esse termo é o mais impróprio a ser utilizado para os processos que normalmen-
te são executados. Por retorno ao estado original entende-se que todos os aspectos relacionados
UNIDADE 04
com topografia, vegetação, fauna, solo, hidrologia etc., apresentem as mesmas características de
antes da degradação. Sendo assim, vamos identificar as estratégias de reabilitação, restauração e
recuperação de áreas degradadas.
86
2.1.2 COBERTURA VEGETAL E QUEBRA-VENTO
Quando determinadas culturas não fornecerem adequada cobertura do solo, o plantio consocia-
do com outras culturas deve ser efetuado. Em relação aos resíduos das culturas, estes não devem
ser queimados, mas sim, preservados sobre a superfície do solo, evitando-se a sua incorporação, a
UNIDADE 04
não ser por medidas fitossanitárias quando, então, estes deverão ser amontoados para a queima.
A permanência dos restos culturais, ou de qualquer outro tipo de palhada, é fundamental para a
proteção dos solos contra a ação da chuva, do sol e do vento. Além disso, a palhada ajuda na manu-
tenção da umidade do solo oferecendo às culturas, melhores condições delas resistirem, por maior
tempo, a um período de seca. A palhada também protege contra a variação brusca da temperatura
mantendo-a adequada para o desenvolvimento dos microrganismos do solo, tão importantes na
manutenção de suas características físicas, químicas e biológicas. A cobertura verde pode ser de-
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VÍDEO
Assista ao documentário sobre a importância da cobertura vegetal e adubação verde para o solo
disponível no link: https://bit.ly/3oD3o4y. Acesso em 08 de maio de 2010. E o vídeo sobre a im-
UNIDADE 04
portância do quebra-vento para a agricultura. Disponível no link: https://bit.ly/2HwKD1w. Acesso
em 08 de maio de 2010.
Sistemas agroflorestais (SAFs), por definição, são formas de uso e manejo dos recursos naturais,
nos quais as espécies lenhosas (árvores, arbustos e palmeiras) são utilizadas em associações com
cultivos agrícolas ou com animais, no mesmo espaço territorial, de maneira simultânea ou em uma
sequência temporal. Não se trata de um conceito novo, mas sim de um novo termo empregado para
designar um conjunto de práticas e sistemas tradicionais de uso da terra, usados principalmente nas
88
regiões tropicais e subtropicais, apesar de também serem encontrados nas regiões temperadas. As
diversas culturas e interesses das comunidades produtoras geram uma grande variedade de tipos
de SAFs, o que acarreta enorme amplitude no número de espécies envolvidas, na disposição das
plantas no campo, no manejo, enfim, na complexidade do sistema. Por exemplo, existem SAFs com
apenas uma espécie arbórea consorciada com outra agrícola, normalmente dispostas em linhas
UNIDADE 04
ou faixas, assim como também existem sistemas envolvendo inúmeras espécies integradas entre
si e com o ambiente, manejados com base nos processos e fluxos naturais. Apesar de todas essas
formas de cultivo ser normalmente denominadas de sistemas agroflorestais, existe diferenças ex-
tremas quanto ao manejo e mesmo quanto à visão do cultivo e do próprio ser humano dentro do
ambiente em que vive (BAKONYI, 2012).
89
Os SAFs incluem uma diversidade de sistemas e diferentes tipos de rendas e benefícios tanto para
o solo quanto para o proprietário, entre estes destacamos os sistemas de pastoreio destinados ao
manejo de bovinos, ovinos, caprinos, porcos, galinhas etc. No Brasil grandes áreas são desmatadas
para a implantação de pastagens, que afetam a propriedade além de promover paisagens tristes
com erosão, compactação, e solo com baixa diversidade de nutrientes.
UNIDADE 04
Na implantação de sistemas de pastoreio as causas de degradação do solo ocorrem quando o
gado fica sobre uma pastagem extensa por uma grande período de tempo, ocasionando na elimi-
nação de forrageiras e herbáceas. Essa prática promove declínio financeiro a longo prazo e acelera
a compactação do solo. Por isso a importância de obter informações do pastoreio racional, que
possibilita um manejo racional de pastagens, pois introduz um pastoreio rotacionado, incluindo
espécies arbóreas ou arbustivas e emprega a divisão da área em piquetes.
90
No caso dos sistemas agrossilvipastoris, é interessante pelo fato que o animal também influen-
cia na nutrição do solo e não ao contrário como no sistema comum, pois Engel (1999) exemplifi-
ca que a presença do componente animal pode mudar e acelerar em alguns aspectos a ciclagem
de nutrientes; as árvores propiciam um microclima mais favorável para os animais, aumentando a
produção; e os animais podem participar na disseminação de sementes, o que barateia sistemas
UNIDADE 04
de implantação. Além do mais, as árvores podem aumentar o valor forrageiro da área, fornecendo
folhas e frutos, principalmente na época seca. Na figura a seguir você poderá observar uma ima-
gem de um SAF em pastagens:
91
do solo e a estrutura, diversidade e composição da vegetação são características comumente ava-
liadas em um monitoramento de restauração ecológica, e são capazes de predizer o sucesso da
recomposição da vegetação (STEIN 2017).
Em relação ao monitoramento de ecossistemas naturais ou avaliação de ecossistemas em res-
tauração, são utilizados indicadores ecológicos que facilitam o processo, que conforme Stein (2017)
UNIDADE 04
são como:
a) Para mudas plantadas: são utilizados critérios baseados no crescimento e desenvolvimento
das plantas, como: porte das mudas e plantio (altura total, altura do fuste, diâmetro do colo
ou basal, diâmetro à altura do peito [DAP] e diâmetro da copa); riqueza do plantio (número
de espécies plantadas); e densidade (número de indivíduos por hectare);
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em toda a história do desenvolvimento humano nunca se deu tanta atenção às questões relati-
vas ao ambiente como hoje. Essa preocupação tomou proporção global e alertou toda a sociedade
92
para problemas como o desmatamento indiscriminado; a destinação de resíduos domésticos, hos-
pitalares e nucleares de forma inadequada; a degradação do solo por conta da falta de critérios
das empresas mineradoras e da utilização de agrotóxicos; a poluição atmosférica advinda das in-
dústrias e da frota automotiva, entre outros. Esses fatores isolados ou em sua totalidade acabaram
mobilizando a comunidade científica e a população que passaram a demonstrar maior inquietação
UNIDADE 04
quanto ao futuro da humanidade. O crescimento acelerado da população mundial foi imperativo
para os grandes incrementos na produção agropecuária e mineraria. Contudo, tem-se observado
efeitos negativos relacionados à degradação dos ecossistemas, até então estáveis e harmônicos.
Considerando que uma área degradada é aquela que sofreu modificação prejudicial ao longo
de sua existência, que pode ser causada pela mineração; uso intensivo do solo para fins agropecu-
ários (herbicidas, salinização do solo, superpastejo, etc.); queimadas consecutivas; desmatamen-
ANOTAÇÕES
93
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