Você está na página 1de 99

AVALIAÇÃO E

RECUPERAÇÃO
DE ÁREAS
DEGRADADAS

EAD
DIRIGENTES FICHA TÉCNICA
| PRESIDÊNCIA | AUTOR
Prof. Dr. Clèmerson Merlin Clève Profª. Me. Tuani Fabiula Marostica

| REITORIA | SUPERVISÃO DA PRODUÇÃO DE MATERIAIS EAD


Esp. Idamara Lobo Dias
Profª. Me. Albertina Nascimento

| PROJETO GRÁFICO
| DIRETORIA DE ENSINO Esp. Janaína de Sá Lorusso
Profª. Me. Daniela Ferreira Correa Esp. Cinthia Durigan

| DIRETORIA EXECUTIVA | DIAGRAMAÇÃO


Profª. Esp. Silmara Marchioretto Renata Arins

| COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE GRADUAÇÃO EAD | REVISÃO


Prof. Me. João Marcos Roncari Mari Marilene Wojslaw Pereira Dias

| COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE PÓS-GRADUAÇÃO EAD | PRODUÇÃO AUDIOVISUAL


Prof. Me. Marcus Vinícius Roncari Mari Esp. Dante Candal
Estúdio NEAD (Núcleo de Educação a Distância) -
UniBrasil

| ORGANIZAÇÃO
NEAD (Núcleo de Educação a Distância) -
UniBrasil

| IMAGENS
Shutterstock

EAD

EDIÇÃO: FEVEREIRO/2023
SUMÁRIO

UNIDADE 01 - CONHECENDO CONCEITOS ECOLÓGICOS E IDENTIFI-


CANDO ÁREAS DEGRADADAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM............................................................6
INTRODUÇÃO.........................................................................................7
1. FORMAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS.........7

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


1.1 O que são áreas degradadas............................................................7
1.2 Caracterização das áreas naturais....................................................9
1.3 Caracterização de áreas degradadas..............................................10
1.4 Formação de áreas degradadas:.....................................................10
2. AGENTES DA DEGRADAÇÃO DE AMBIENTES..............................11
2.1 Erosão...........................................................................................11
2.2 Poluição e contaminação ..............................................................14
2.3 Desmatamento e queimadas.........................................................15
3. DEGRADAÇÃO DE ECOSSISTEMAS...............................................17
3.1 Ecossistema...................................................................................17
3.2 Fluxo de energia dentro do ecossistema ........................................18
3.3 Degradação do ecossistema...........................................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................24
UNIDADE 02 - SISTEMATIZAÇÃO ECOLÓGICA E IMPACTOS AMBIEN-
TAIS QUE INFLUENCIAM NO CONTEXTO AMBIENTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM..........................................................25
INTRODUÇÃO.......................................................................................26
1. CONCEITO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL.................................26
2. RECURSO NATURAL DO SOLO NO CONTEXTO DE RECUPERAÇÃO
AMBIENTAL..................................................................................27
2.1 Solo, importante recurso natural...................................................28
2.2 Solos degradados...........................................................................30
2.3 Conservação do solo......................................................................30
2.4 Importância da Mata ciliar ............................................................33
3. BASES ECOLÓGICAS PARA REVEGETAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS...33
SUMÁRIO

3.1 Água recurso natural em degradação ............................................34


3.2 Ciclos biogeoquímicos...................................................................35
3.3 Importância dos ciclos biogeoquímicos para o ecossistema ...........39
3.4 Sucessão ecológica........................................................................40

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


4. ATIVIDADE MINERADORA, URBANA E AGRÍCOLA E SEUS IMPAC-
TOS AMBIENTAIS.........................................................................42
4.1 Medidas de controle dos impactos ambientais..............................44
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................46
UNIDADE 03 - COMPETÊNCIAS AO PROFISSIONAL NAS ÁREAS AMBIENTAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM..........................................................48
INTRODUÇÃO.......................................................................................49
1. CONCEITOS AMBIENTAIS ............................................................49
2. DIREITO AMBIENTAL ...................................................................50
3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL.............................................................52
3.1 Constituição da República Federativa do Brasil (art. 225)...............52
4. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE- APP............................60
4.1 Tipos de APP..................................................................................61
4.2 Reserva Florestal Legal...................................................................62
4.3 Fauna............................................................................................63
4.4 Unidades de Conservação..............................................................64
4.5 Crimes Ambientais.........................................................................65
4.6 Lei dos Crimes Ambientais.............................................................66
4.7 Crimes Contra a Fauna...................................................................67
4.8 Crimes Contra a Flora.....................................................................68
4.9 Poluição e Outros Crimes...............................................................69
5. INSTITUIÇÕES DE PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE ...................70
CONSIDERAÇÕES FINAIS:....................................................................72
UNIDADE 04 - ENTENDENDO O PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS (PRAD)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM..........................................................74
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................75
1. PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS.......................76
1.1 Planejamento ambiental, uma visão holística de planejar para não
prejudicar......................................................................................76
1.2 PRAD- Plano de recuperação para áreas degradadas .....................79

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


2. MÉTODOS E PRINCIPAIS TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS..................................84
2.1 Estratégias de recuperação de áreas..............................................85
2.2 Sistemas Agroflorestais (SAFs) como opção do PRAD.....................89
2.3 Monitoramento e manutenção de áreas recuperadas ...................91
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................92
REFERÊNCIAS.......................................................................................94
UNIDADE

01
CONHECENDO CON-
CEITOS ECOLÓGICOS E
IDENTIFICANDO ÁREAS
DEGRADADAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Nesta Unidade vamos entender de forma objetiva o que são áreas degradadas, como
se formam e as consequências físicas, químicas e biológicas que uma área degradada
pode gerar. Aplicar os conceitos de ecologia e compreender alguns dos fenômenos
naturais e também influenciados pelas ações humanas, assim desenvolvendo a ca-
pacidade de resolver exercícios através dos conceitos previstos.

VÍDEOS DA UNIDADE

https://qr.page/g/3lRn7KO0Zjl https://qr.page/g/3OFz3jMQI3v https://qr.page/g/12lpALJvEr1


INTRODUÇÃO
A vida no planeta Terra depende da água, do ar e do solo, para manter todos os aspectos da vida
humana no que remete à saúde e ao bem estar de seus habitantes e à qualidade do meio ambien-

UNIDADE 01
te que precisa ser preservada. Atualmente, estamos vivenciando um novo cenário mundial, que
trata-se do drama da sobrevivência no planeta em que vivemos.
É iminente que os problemas relacionados aos recursos ecológicos e sociais, intimamente asso-
ciados, sejam considerados como uma cadeia complexa de inter-relacionamentos, já que a má uti-
lização dos recursos naturais gera riscos e danos à vida humana; o uso inadequado e indiscriminado
das atividades humanas, em conjunto com os avanços tecnológicos faz com que estes riscos e danos,

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


se agigantem em ocorrência e escala de comprometimento, ameaçando não só a saúde e a quali-
dade da vida no planeta, mas o próprio bem estar público, financeiro e ocupacional da sociedade.
Entretanto, os efeitos indesejáveis, traduzidos por esses riscos, poderão ser mitigados ou evi-
tados a partir de uma consciência ecológica de todos os atores envolvidos nesse drama, quando
puderem modificar as ações causadoras desses efeitos, resultando num processo obtido principal-
mente através do desenvolvimento sustentável.
Levando em consideração as mudanças em que o planeta está sofrendo, observamos suas paisagens
naturais e bem como suas variantes decorridas de mudanças climáticas mais também ocasionadas por
ações do homem, dessa forma muitas áreas ambientais estão sendo gradativamente destruídas. Isso vem
acontecendo desde a época da colonização devido a atenção dos europeus a sua diversidade biológica.
Desde a revolução verde muito tem se discutido os impactos negativos das atividades agrícolas
resultantes do uso de adubos industriais, herbicidas e inseticidas que tem poluído o ambiente. A
monocultura, adotada nesse modelo, além de ser dependente de constantes intervenções geradoras
de poluição e erosão do solo, provoca a redução da biodiversidade local e em muitos casos com-
prometem o patrimônio genético da agricultura. Sendo assim é importante conhecer os impactos
que os diferentes modos de vida vem trazendo aos recursos naturais e como podemos lidar com
essas modificações industriais num contexto geral. Para isso precisamos conhecer alguns conceitos
de degradação observadas no meio ambiente.

1. FORMAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
DE ÁREAS DEGRADADAS
1.1 O QUE SÃO ÁREAS DEGRADADAS
Áreas degradadas são aquelas que sofreram algum grau de desordem física, química ou bioló-
gica em sua integridade natural e original. No meio ambiente esses locais são aqueles que sofre-
ram alterações após sofrer impactos naturais ou não em seu estado anterior, e que para serem

7
restauradas devem se regenerar em meio um processo natural (STEIN, 2017). São exemplos de
áreas degradadas aquelas que sofreram mineração, desmatamento, deposito de resíduos urbanos
ou industriais, urbanização, assoreamento, erosão, atividade agrícola, pecuária, entre outras ativi-
dades. Observe as figuras a seguir:

UNIDADE 01
Figura 1 - Área degradada por queimada Figura 2 - Área degradada por Erosão

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Nas figuras 1 e 2 é possível observar que a degradação atinge a paisagem, destruindo comple-
tamente a vegetação comprometendo também solo.
Sanches (2011) afirma que uma área degradada ocorre geralmente quando a camada de vege-
tação nativa e a fauna são destruídas, a camada fértil do solo é perdida, e os recursos hídricos são
alterados, comprometendo as propriedades daquele ecossistema. O mesmo autor mensura que a
degradação no meio urbano e rural são distintos.
Nas áreas urbanas, devido à falta da manutenção da área, existe pouco escoamento das pre-
cipitações, falta de liberação de dejetos e resíduos sólidos e líquidos, formando um acúmulo em
bueiros o que pode resultar em enchentes. Os prejuízos causados na urbanização sem planejamen-
to são muitos. Um exemplo de causas danosas é o delineamento residencial não programado em
uma área, onde a ocupação do espaço pode causar deslizamento, o que é mais um problema nos
centros urbanos devido ao crescimento populacional (BARBOSA, 2014).
Sanches (2011) ainda afirma que nos países pouco desenvolvidos os problemas socioeconômicos
urbanos contribuem para uma situação de degradação ainda mais latente. O mesmo autor impõe
que o desenvolvimento atual já criou problemas incalculáveis e difíceis de serem revertidos por
conta do interesse capitalista que esgota os recursos naturais em nome do lucro. De acordo com
Sanches (2011) foi atingido um limite quanto aos recursos disponíveis em nível local e global e que
a questão do modelo de desenvolvimento para as próximas gerações depende, entre outras coisas,
dos serviços proporcionados pelo sistema natural (clima, solo, ecologia etc.).
Com isso, precisamos utilizar dar espaço para a exploração de recursos nos ecossistemas de
forma segura, equilibrando os danos para que, no futuro, os impactos ambientais não coloquem
em risco a vitalidade dos seres vivos. Nas figuras a seguir podemos observar diferentes formas de
degradação dentro de uma área urbanizada, veja:

8
Figura 3 - Degradação dos cursos Figura 4 - Deslizamento em área
de água em área urbana sem planejamento residencial

UNIDADE 01
UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
1.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS NATURAIS
A formação das paisagens, como dito anteriormente, depende da formação do solo, vegetação
e organismos presentes no ambiente. A formação do solo acontece devido ao intemperismo das
rochas ocasionado através de alguns fatores como o clima, tempo e relevo (STEIN, 2017). No Brasil
existem vários tipos de solos, que são classificados devido a quantidade de minerais, matéria or-
gânica e porosidade.
O solo sustenta o crescimento das plantas, principalmente fornecendo suporte mecânico, água
e nutrientes para as raízes, que posteriormente distribuem esses elementos para a planta inteira e
são essenciais para sua existência. As características dos solos podem determinar os tipos de vege-
tação que neles se desenvolvem, sua produtividade e, de maneira indireta, determinam o número
e os tipos de animais que podem ser sustentados por essa vegetação, como relata Coelho (2017).
Dessa forma, sustentando toda a vegetação, sem o solo não haveria biodiversidade. Além disso,
o solo regula a temperatura das raízes das plantas proporcionando uma melhor absorção de sais
minerais e água, sendo assim as plantas também oferecem para o solo cobertura vegetal, gás Oxi-
gênio (O2) e aeração. Considerando o solo como a primeira camada da crosta terrestre, que oferece
suporte a biodiversidade; a vegetação para a formação das paisagens naturais é essencial e para
uma relação harmônica dentro de um ecossistema.
A formação de uma paisagem dá-se de forma gradativa, passando por várias fases de desenvolvi-
mento, cada uma com suas características próprias, esta evolução no desenvolvimento é a chama-
da sucessão vegetal ou sucessão ecológica (que será abordada nas próximas Unidades de estudo).
Dessa forma podemos caracterizar como uma área não destruída aquela que possui solo sau-
dável, rico em nutrientes de origem, cobertura vegetal, ciclagem de nutrientes, microrganismos,
disponibilidade de recursos hídricos, fluxo de energia, qualidade de vida das populações sejam elas
humanas e desenvolvimento sustentável seguro.

9
1.3 CARACTERIZAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
O conceito para área degradada ou de paisagens degradadas pode ser compreendido como lo-
cais onde existem ou existiram processos causadores de danos ao meio ambiente, pelos quais se
perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade produtiva dos recur-

UNIDADE 01
sos naturais (DECRETO FEDERAL 97.632/89).
Uma área degradada é aquela que após alguma ação eliminou seus fatores bióticos e que apre-
senta baixa capacidade de voltar ao seu estado anterior. São áreas desgastadas que perderam boa
parte da sua capacidade produtiva ocasionada por mecanismos naturais ou modificada pelo ho-
mem. Uma das principais causas da formação dessas áreas são a mineração, uso intensivo do solo
para fins agropecuários (herbicidas, salinização do solo, pastejo etc.), queimadas consecutivas e

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


desmatamento (SANCHES, 2011; COELHO et al., 2002).
Desde a antiguidade o homem tenta modificar o ambiente aonde vive, para que este se ajuste a
sua sobrevivência. O surgimento de áreas degradadas oriundas de impactos ambientais, geralmen-
te está relacionado à falta de planejamento urbano e resultado da ação humana sobre o ambiente
(STEIN, 2017). Entre tanto a degradação também pode ocorrer devido a fenômenos que não te-
nham sido relacionados a intervenção por parte da espécie humana. É o que ocorre nos casos de
erupções vulcânicas, tempestades, incêndios naturais, mudanças climáticas naturais, e entre outros
acontecimentos (MAGNANINI, 1990).

1.4 FORMAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS:


A recuperação de áreas degradadas está intimamente ligada à restauração ecológica, que é um pro-
cesso de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído.
Quando um ambiente está degradado, esse pode acometer a fertilidade da terra e a qualidade
da água, desiquilibrando completamente a ecologia local. Passa a observar-se uma menor diver-
sidade de espécies, ausência de estrutura vegetal, ausência de microrganismos no solo, baixíssi-
ma ou ausente capacidade de regeneração natural (COELHO et al., 2002; SANCHES, 2011; STEIN,
2017). Para identificar um ambiente degradado é necessário levar em consideração alguns fatores
segundo Tavares (2008), tais como:
• Se a área sofreu desmatamento ou remoção da vegetação natural para fins de agricultura,
florestas comerciais, construção de estradas e urbanização;
• Pastejo ou superpastejo da vegetação;
• Atividades agrícolas, incluindo práticas agrícolas, como o uso insuficiente ou excessivo de fer-
tilizantes, uso de água de irrigação de baixa qualidade, uso inapropriado de máquinas agríco-
las e ausência de práticas conservacionistas de solo;
• Exploração intensiva da vegetação para fins domésticos, como combustíveis, cercas etc., ex-
pondo o solo à ação dos agentes erosivos;
• Atividades industriais ou bioindustriais que causam poluição do solo.

10
Com isso fica mais fácil de identificar o desgaste de uma área, devendo observar suas caracte-
rísticas e como veio sofrendo alterações com o passar do tempo, bem como sua situação atual.
Estimativas apontam que as áreas mais afetadas são as que sofreram atividades agrícolas inapro-
priadas. Quando uma área perde suas características saudáveis no ponto de vista biológico, físico
e químico levam-se anos para a restauração e reabilitação do espaço, pois é um processo lento e

UNIDADE 01
sistemático (SANCHES, 2011).
Portanto uma área pode sofrer degradação física, química ou biológica, ou seja, pode ser for-
mada através das alterações na composição química do solo, apresentar elementos indesejáveis
no solo, ou então perder elementos essenciais para o equilíbrio do mesmo, apresentar baixa ati-
vidade de flora e fauna dispondo de baixos valores de matéria orgânica e ciclagem dos nutrientes
como apontam Plese et al. (2013).

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


2. AGENTES DA DEGRADAÇÃO DE AMBIENTES
Como já mencionado no início da Unidade, e conforme Stein (2017), existem diversos tipos de
degradação ambiental. A degradação do solo e, por consequência, vegetativa, impõe elevados cus-
tos à sociedade, além do empobrecimento da região. O solo degradado é resultado da perda de
sua capacidade física e química de continuar produtivo, o que o impossibilita de reter gás carbônico
(CO2). Nesse contexto vamos conhecer os principais fatores que geram a degradação ambiental.

2.1 EROSÃO
Erosão dos solos é um fenômeno natural que afeta praticamente todas as paisagens da superfí-
cie terrestre. A erosão tem um papel importante para a Terra, pois contribui para a manutenção da
fertilidade natural dos solos e auxilia no nivelamento das paisagens, ou seja, os sedimentos tendem
a se movimentar de áreas com maiores altitudes para áreas com menores altitudes (STEIN, 2017).
Porém, conforme Guerra e Jorge (2013), os problemas relativos à erosão ocorrem quando as taxas
de perda de solo ultrapassam níveis naturais, geralmente por falta de práticas de conservação. Os
autores descrevem que a intervenção humana vem acelerando os processos erosivos por meio da
ocupação e do uso intensivo do solo, podemos chamar de erosão antrópica ou acelerada.
A erosão antrópica ou acelerada remove pouco a pouco as camadas superficiais do solo, chegan-
do a formar sulcos, quando o escoamento da água é abundante. A erosão dos solos não é apenas
um problema para as áreas onde ocorre, por diminuir a quantidade de nutrientes no topo do solo,
mas também ocasiona assoreamento e poluição nos lugares em que os sedimentos se depositam,
principalmente quando se tratam de reservatórios, rios, lagos e açudes (GUERRA, JORGE, 2013).
As principais atividades antrópicas, que favorecem o aumento da erosão, estão relacionadas
ao desmatamento, pois acaba por deixar os solos desprotegidos. A mineração e outras atividades
econômicas que também deixam os solos desprotegidos, sem recuperação dessas áreas, durante
e após o término das atividades. Além do mais a agricultura e pecuária sem a adoção de práticas

11
de conservação e a construção de rodovias sem cuidados especiais, aumentando o escoamento
superficial, podem ocasionar ravinas, as quais podem evoluir para voçorocas (COELHO et al., 2002;
SANCHES, 2011; STEIN, 2017).
De acordo com Stein (2017), o processo erosivo de um solo começa com a retirada da vegeta-
ção nativa, a fim de instalar diferentes atividades econômicas ou sociais. A remoção da cobertura

UNIDADE 01
vegetal expõe a superfície do solo ao impacto das gotas de chuva, cuja energia cinética ocasiona a
destruição da estrutura do solo, liberando diferentes constituintes da textura (areia, silte e argila),
sendo estes carregados pelo vento ou pelas chuvas como podemos observar nas figura seguintes,
provocando modificação total da paisagem, além de acarretar danos a vida:

Figura 5 - Erosão causada por chuva e desmatamento Figura 6 - Erosão causada pela ação do homem

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


A erosão pode acontecer, como já mencionado anteriormente, pela lixiviação das chuvas, rios, ven-
tos e geleiras o que pode causar desgastes superficiais, subterrâneos, laminares, sulcos e voçorocas.
Para esclarecer essa teoria, ao observamos uma erosão causada pelas chuvas (pluvial) percebe-
-se que a água carrega os nutrientes e materiais orgânicos, provocando o empobrecimento do solo
e tornando-o assim mais suscetível à ação erosiva (COELHO et al., 2002). Geralmente ocorre pelo
declive do terreno, intensidade da precipitação, capacidade de infiltração e tipo de solo.
Na erosão acometida pelo vento, que é um importante agente erosivo, o mesmo é o responsá-
vel por transformar os sedimentos em partes cada vez menores a partir do atrito entre elas e das
partículas com o relevo. Um exemplo de relevo causado pela ação eólica é o relevo de taça, em que
os ventos exercem a erosão da parte mais baixa da estrutura, promovendo a retirada de partículas
e formando assim um relevo singular (SANCHES, 2011).
Outro exemplo da ação erosiva é a do gelo que quando há o congelamento da água, ocorre uma
dilatação que pressiona a parede dos poros por onde penetrou, acarretando assim a fragmentação
de partículas. Um exemplo de relevo originado pela ação da erosão glacial são os vales rochosos
com grandes paredões encontrados principalmente nas regiões de altas latitudes e que são forma-
dos pela ação do gelo, que “arranca” pedaços das rochas (STEIN, 2017).

12
É importante salientar que a retirada da mata ciliar, vegetação presente nas encostas dos rios
causa lixiviação da água, causando desmoronamento e desmortificando a estrutura do ambiente.
Nas figuras a seguir podemos observar exemplos de áreas que sofreram diferentes tipos de agen-
tes erosivos:

UNIDADE 01
Figura 7 - Erosão fluvial, leito de um rio Figura 8 - Erosão que forma ravinas

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Fonte: René Boulet apud Pena (2020).

Figura 9 - Erosão Pluvial, voçoroca Figura 10 - Sulcos, causadas pela erosão Pluvial

Fonte: René Boulet apud Pena (2020).

13
Figura 11 - Erosão Eólica, relevo em forma de taça Figura 12 - Erosão Natural

UNIDADE 01
UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Fonte: René Boulet apud Pena (2020).

É necessário ressaltar que entre os principais problemas, um deles ocorre quando são retiradas
as coberturas vegetais que ocupam a área de encosta, por exemplo, aumentando a possibilidade
de erosão. Isso ocorre devido a essa ação tornar o local vulnerável à infiltração da água das chu-
vas, pois as plantas e raízes que antes a absorveriam não existem mais, causando a desestabilidade
(iremos abordar sobre mata ciliar nas Unidades seguintes).

2.2 POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO


Outra causa de degradação de áreas é o lançamento de produtos químicos que causam polui-
ção ou contaminação que acontece tanto nas áreas rurais quanto urbanas. Isso pode gerar agen-
tes patogênicos em quantidades nocivas para os seres vivos. Nas áreas rurais, a principal fonte de
contaminação do solo são os agrotóxicos utilizados para combater pragas nas lavouras e os adubos
químicos usados para corrigir a falta de nutrientes no solo. Nas áreas urbanas, a principal causa de
poluição do solo é a disposição inadequada de resíduos sólidos. Nos locais em que não há coleta
regular de lixo, os moradores, muitas vezes, começam a colocá-lo em algum terreno abandonado,
sem nenhum sistema de controle ambiental (STEIN, 2017).
A quantidade excessiva de agrotóxicos pode gerar também salinidade no solo, a qual prejudica
a permanência das culturas além de causar desgaste na qualidade do ambiente. Produtos quími-
cos não biodegradáveis são usados em larga escala para aumentar a produtividade e evitar que
lavouras sejam invadidas por predadores, matando, dessa forma, microrganismos decompositores
e reduzindo a fertilidade da terra. Além de causar a poluição dos recursos hídricos que impacta
ainda mais a área a ser recuperada. Todas as medidas citadas acabam contribuindo direta ou in-
diretamente para a emissão de gases tóxicos para a atmosfera, para o aumento do efeito estufa e
para a alteração do clima em todo o planeta (COELHO et al., 2002; SANCHES, 2011; STEIN, 2017).

14
2.3 DESMATAMENTO E QUEIMADAS
O aumento da população mundial visa áreas cada vez maiores para produção de alimentos e
construção de moradias, dessa forma, as florestas cedem lugar a imensas lavouras, espécies de ani-
mais e vegetais são domesticadas, sendo muitas extintas e outras multiplicadas aceleradamente,

UNIDADE 01
por perderem seus predadores naturais. Entre as principais alterações ambientais o desmatamen-
to e as queimadas são as mais impactantes. As queimadas de áreas florestais são a segunda maior
fonte de emissões de gases do efeito estufa, e são ocasionadas principalmente pelo homem, que,
por meio do consumo de biomassa (material orgânico presente, como vegetação, troncos, galhos,
folhas, cascas, raízes, musgos, frutos e outros), transfere mais CO2 para a atmosfera, em um ritmo
maior do que aquele que remove naturalmente o carbono a partir da sua sedimentação. Esse pro-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


cesso causa o aumento das concentrações atmosféricas de CO2 rapidamente.

SAIBA MAIS

Você sabia que o Cerrado é um tipo de Bioma Brasileiro que possui como características incêndios
naturais frequentes?
Isso mesmo, nos meses de inverno os ventos fortes, a falta de chuva, a baixa umidade do ar e a
massa vegetal seca favorecem a propagação das chamas. O que é importantíssimo para a disse-
minação das sementes. Durante as queimadas o fogo possui um papel ecológico, onde promove
a deiscência dos frutos e a dispersão das sementes que não são prejudicadas pelo fogo na sua
maioria, muito pelo contrário, o fogo quebra a dormência da semente permitindo fissuras e que
o embrião penetre no solo estimulando a germinação.
Além do mais, o solo do cerrado é pobre em nutrientes e bastante ácido, os incêndios naturais
permitem a aceleração da reciclagem dos nutrientes acumulados na vegetação permitindo a ab-
sorção dos mesmos.

As queimadas podem ocorrer de forma natural, ou podem ser provocadas pelo homem, sendo
este tipo de incêndio o mais comum. O principal setor da economia que contribui para a prática
errônea é a agricultura. As queimadas são o jeito mais barato, simples e rápido de limpar uma certa
área para aproveitá-la para fins agropecuários. Em muitos casos, essas práticas fogem de controle
e destroem grandes áreas, além de ocasionar perdas econômicas, alterar as características físicas,
químicas e microbiológicas dos solos, e colocar em risco a fauna e a flora como destaca Barbosa
(2014) e Dias (2019). As queimadas geram enormes prejuízos, como a queima da matéria orgânica
e volatilização do nitrogênio, o que diminui a fertilidade do solo.

15
Figura 13 - Queimadas discriminadas em áreas de floresta

UNIDADE 01
UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Outra prática que promove desmatamento e destruição de áreas é o processo de urbanização
acelerada. A intensificação desse processo já vem ocorrendo desde o século XX, e vem trazendo uma
série de consequências negativas ao meio ambiente como afirma Diniz (2007). Souza et al. (2003)
também ressalta que esse fenômeno decorreu da dinâmica gerada pela evolução das cidades a qual
proporcionou uma forte pressão sobre o território, por meio da grande concentração de pessoas
e atividades econômicas nos centros urbanos. O mesmo autor ainda explica que os impactos de
curto prazo estão relacionados às alterações físicas na paisagem natural, enquanto que os impac-
tos de longo prazo referem-se à saúde da população, como é o caso da poluição do ar, fenômeno
que expõe constantemente a inúmeros poluentes danosos ao seu bem-estar.
Assim podemos afirmar que a intensificação do efeito estufa, o aquecimento global, a escassez
dos recursos naturais apresentam-se como risco iminente para continuidade da existência humana.
A expansão da área urbana e a atividade constante das pessoas gera desgaste ambiental evidente,
a paisagem é completamente transformada, e da mesma forma que é importante para o desen-
volvimento humano, gera efeitos prejudiciais para o meio ambiente. Na figura a seguir é possível
observar que conforme ocorre o avanço das cidades, áreas são modificados inadequadamente o
que pode causar ameaças a permanência das moradias:

Figura 14 - Urbanização inadequada que pode gerar desgaste e ameaça a permanência das moradias

Fonte: Freeimages

16
VÍDEO

A Greenpeace é uma ONG que retrata muito as atividades humanas e suas consequências, o ano
de 2019 foi de muitos incêndios provocados em áreas de proteção permanente, que a pouco publi-

UNIDADE 01
cou algumas curiosidades em seu blog, retratando muito bem essa abordagem das consequências
geradas pela ação dessas queimadas, e está disponível no link: https://bit.ly/37thQG5. Acesso em
26 mar. 2020. Que direciona a um documentário chamado Fire – “Know, Prevent, Fight” (Fogo –
Conheça, Previna, Combata, em inglês), que mostra como o fogo em nossas florestas tem criado
um ciclo negativo entre incêndios mais frequentes e o avanço das mudanças climáticas.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


3. DEGRADAÇÃO DE ECOSSISTEMAS
3.1 ECOSSISTEMA
Segundo Coelho (2017) ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre componentes bióti-
cos, como os organismos vivos: plantas, animais e microrganismos, e os componentes abióticos, elementos
químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais. Estes componentes interagem através das transfe-
rências de energia dos organismos vivos entre si e entre estes e os demais elementos de seu ambiente.
Como são definidos pela rede de interações entre organismos e ambiente, os ecossistemas po-
dem ter qualquer tamanho. Como é difícil determinar os limites de um ecossistema, convenciona-se
adotar distinções para a compreensão e possibilidade de investigação científica. Assim, temos, ini-
cialmente, uma separação entre os meios aquáticos e terrestres como mensura Begon et al. (2006).
Então, ecossistemas aquáticos serão os lagos, naturais ou artificiais (represas), os mangues, os rios,
mares e oceanos. Os ecossistemas terrestres serão as florestas, as dunas, os desertos, as tundras,
as montanhas, as pradarias e pastagens.
Como dito anteriormente os ecossistemas são constituídos por fatores bióticos e abióticos, bem
como pela biocenose, que segundo Begon et al. (2006) os conceitos básicos são os seguintes:
• Fatores bióticos: são as relações que acontecem entre os seres vivos, como os processos da
cadeia alimentar, da reprodução ou da competição;
• Fatores abióticos: são todos os fatores que compõem o ambiente, ou seja, suas condições
físicas e químicas, por exemplo, a luz, o solo, a umidade ou os compostos orgânicos;
• Biocenose: é o conjunto dos seres vivos presentes nos ecossistemas, como animais, vegetais
e os microrganismos.
Alho (2012) afirma que o termo biodiversidade, se refere à diversidade biológica para demons-
trar a variedade de formas de vida em todos os níveis, desde microrganismos até flora e fauna sil-
vestres, além da espécie humana. E ainda coloca que essa variedade de seres vivos não deve ser

17
visualizada individualmente, mas sim em seu conjunto estrutural e funcional, na visão ecológica do
sistema natural, isto é, no conceito de ecossistema.
Além do mais Dentro de um ecossistema, existe um fluxo de energia, o que permite a sobrevi-
vência e uma organização hierárquica em níveis. Dessa forma é interessante salientar que os níveis
de organização dos seres vivos são organizados desde os fatores bióticos e abióticos até um único

UNIDADE 01
organismo que sugere a uma espécie. Sendo uma comunidade o conjunto de vários grupos de seres
vivos, população seres vivos de uma mesma espécie e organismo (uma única espécie).
Tendo em vista a definição para os ecossistemas, bem como sua função relacionada a capacida-
de do processo natural de promover benefícios para as necessidades humanas, como aponta Alho
(2012); a função distingue-se do ecossistema quando ocorre naturalmente, sem a implicação das
interações físico-químicas e biológicas de cada ecossistema natural. Já que os ciclos biogeoquímicos

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


e nutrientes para plantas e produção de alimento, ciclo da água, ar, clima e uso da biodiversidade
para a indústria fazem parte dos ecossistemas e atribuem a função e valor para o homem.
A compreensão da biodiversidade para ecossistema consiste na complexa interação entre os se-
res vivos com os organismos não vivos, isto é, abióticas, onde as espécies ocorrem. A biodiversida-
de é parte importante desse sistema natural dinâmico em estrutura e função. O entendimento do
ecossistema implica um enfoque interdisciplinar e holístico, já que é um sistema natural complexo.
Além de destacar as interações e transações nos processos biológicos e ecológicos e entre eles no
sistema natural como um todo, destacando o trânsito de energia (ALHO, 2012).
Em um ecossistema existe um fluxo de energia para que este seja mantido, cada vez que uma
espécie é retirada do seu habitat natural acontece um desiquilíbrio ecológico, e esse fluxo é inter-
rompido, o que acaba contribuindo para o desgaste do ecossistema.

3.2 FLUXO DE ENERGIA DENTRO DO ECOSSISTEMA


Em um ecossistema os organismos transferem e trocam energia continuamente, isso chama-
mos de fluxo de energia. É necessário que um organismo se provenha do outro para manter suas
atividades vitais necessárias. Isso acontece quando classificamos conforme sua produção de ener-
gia, chamando de cadeia alimentar, que é definida como uma relação alimentar entre produtores,
consumidores e decompositores (BARBOSA, 2014).
A energia flui entre esses indivíduos a partir dos seres autotróficos, ou seja, que são capazes de
transformar a matéria inorgânica em orgânica, processo este chamado de fotossíntese. Dessa for-
ma, seres fotossintetizantes ou autotróficos, as plantas, algas e alguns tipos de bactérias e proto-
zoários, incorporam à cadeia a partir do momento em que um indivíduo se alimenta dessas, sendo
definidos como produtores (BARBOSA,2014).
Begon et al. (2006) define esse fluxo de energia no ecossistema de forma clara, explicando que
os consumidores primários são aqueles chamados de herbívoros, que se alimentam de plantas.
Também há os consumidores secundários, que se alimentam dos herbívoros, e, logo depois, os
consumidores terciários, que se alimentam dos consumidores secundários. Por fim, há os decom-
positores, algas e fungos responsáveis por devolverem à cadeia alimentar a matéria decomposta
que irá compor o solo e permitir a continuidade do ciclo.

18
SAIBA MAIS

Os decompositores realizam a reciclagem dos nutrientes, sem a qual não seria possível manter a vida
do nosso planeta, pois os elementos essenciais ficariam retidos nos detritos, cadáveres, fezes etc.

UNIDADE 01
Dessa forma é importante salientar que existem consumidores denominados necrófagos, como
Urubus, Hienas e outros que se alimentam de animais mortos, em vez de caçá-los. Esses animais
não são decompositores, pois não destroem as moléculas orgânicas, eles fazem a digestão como
os outros animais, apenas optando por pegá-los mortos ao invés de caçá-los. Os decompositores
são as bactérias e fungos, quase sempre microscópicos que auxiliam em diferentes reações quí-
micas importantes ao ecossistema.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


As relações alimentares entre os organismos de uma comunidade podem ser também muito
complexas, Begon et al. (2006) descreve que caso um organismo participe de várias cadeias ali-
mentares. Como por exemplo um animal que se alimenta de outros seres vivos, comendo tanto
planta quanto outro animal, desempenhará papéis de consumidor primário, por consumir a planta,
e de consumidor secundário ou terciário, por consumir outro animal. Nesse caso, denomina-se o
animal como onívoro. De uma forma geral, as cadeias alimentares, tem como finalidade regular a
relação predador e presa, como processo natural, os consumidores conseguem obter a energia e
os nutrientes necessários para a sua existência (BARBOS,2014).
Através dos fluxos energéticos existe uma relação de interdependência entre os seres vivos que
habitam o planeta Terra, e compõe uma variada biodiversidade. A energia é transmitida através da
vasta cadeia alimentar, e cada ser utiliza parte da energia para seu desenvolvimento e para a re-
produção, assim, os animais que ocupam o topo da cadeia alimentar estão em constante risco de
extinção, pois além da energia pequena de energia qualquer quebra que ocorra na cadeia alimen-
tar coloca em riso sua sobrevivência (BARBOSA,2014).

SAIBA MAIS

A única fonte primaria de energia para a manutenção da vida é o Sol. É importante lembrarmos
que os únicos integrantes da cadeia alimentar capazes de assimilar a luz solar são os produtores,
Todos os outros componentes consumidores e decompositores, são dependentes dos produtores.
Além do consumo, é importante enfatizar que a cada transferência de energia de um nível trófico
para outro, ocorrem perdas, principalmente, por meio da dissipação de calor corporal dos seres
vivos para o ambiente. Olhando esses fatores, concluímos que uma cadeia alimentar não pode ter
muitos componentes em sequência, pois faltaria energia para os consumidores que ficam no final
da cadeia, por não existir renovação ao longo da mesma.
Essa condição torna fundamental a importância a interação de várias cadeias, formando as teias
alimentares, onde os consumidores vão ocupar níveis tróficos diferentes, facilitando a obtenção
de energia para as suas atividades.

19
Observando atentamente o esquema da cadeia alimentar na figura 15, podemos concluir quão
simples, mas quão essencial é para a manutenção das espécies, para o fluxo ecológico e também para
o beneficiamento do homem esse processo, desde que essa dinâmica não seja quebrada. Em resumo,
as alterações na composição da cadeia alimentar ou no ambiente físico em que ocorre o processo
natural podem promover o desequilíbrio ecológico, por exemplo, na extinção da espécie da teia ou

UNIDADE 01
na introdução de espécie exótica no elo, que pode, ainda, sofrer impactos negativos mais profundos
caso o aspecto da poluição também seja fator de dano no ecossistema reforça Begon et al. (2006).

Figura 15 - Organização do fluxo de energia dentro da cadeia alimentar

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Fonte: Früst (2019).

O fluxo de energia dentro do ecossistema é unidirecional, não havendo reciclagem de energia,


o que é explicado pelas leis da termodinâmica (PILLAR, 2002).
Em todos os degraus da cadeia alimentar parte da energia que entra no sistema via fotossíntese
é convertida em calor, e parte é usada para incrementar a biomassa dentro do sistema ou sai do
sistema na forma de biomassa animal ou vegetal. O restante da energia solar incidente participa
de processos quase físicos, nos quais se inclui a transpiração (PILLAR, 2002).
Ainda os autores completam que as relações nos ecossistemas podem ser harmônicas ou de-
sarmônicas, ou seja positiva (harmônica) quando permitem a interação com outro indivíduo, sem
prejuízo de ambos, mas, quando permitir o benefício de um indivíduo com o prejuízo do outro,
será chamada de desarmônica ou negativa. Essas relações podem, ainda, suceder-se entre orga-
nismos da mesma espécie (relações intraespecíficas); ou podem ocorrer entre espécies diferentes

20
(relações interespecíficas). Assim tais relações geram outras subclassificações, que geram vários
fatores de interação entre os seres vivos, cada qual com um objetivo específico na manutenção do
equilíbrio ecológico (DIAS, 2019).
Segundo Begon et al. (2006) e Dias (2019) a relação do homem com outras espécies no meio
ambiente é conflituosa, na medida em que os seus interesses vão se interpondo às necessidades

UNIDADE 01
ecológicas e naturalmente planejadas pela natureza, a ponto de causarem danos ambientais e de-
sequilíbrio nos ecossistemas.

3.3 DEGRADAÇÃO DO ECOSSISTEMA


Agora sabemos o que é um ecossistema e como ocorre o seu funcionamento, visto a importân-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


cia de mantê-lo em equilíbrio. Nos últimos anos o homem modificou gradativamente os ecossiste-
mas gerando a perda de grande diversidade no planeta. Sendo assim, o que seria um ecossistema
degradado? Esse evento é apontado por especialistas pelo processo que diminui a capacidade de
sustentar a vida e manter um equilíbrio biofísico, afetando sua fauna e flora natural, causando per-
das na Biodiversidade. Podendo estar ligada a ações antrópicas, alterações da atmosfera, poluição
e invasão de espécies predadoras.
Quando uma espécie é introduzida a um ecossistema pode causar degradação em diversos fa-
tores, entre eles o desiquilíbrio natural como já foi citado anteriormente, ou seja, a ocupação do
ambiente por espécies exóticas agressivas e o risco de extinção de outras espécies devido a perca
da variabilidade genética que envolve a destruição de diversas populações.

SAIBA MAIS

Você sabia que o mosquito Aedes aegypti vetor da dengue, é originário da África, provavelmente
vindo do Egito, como o próprio nome sugere e chegou ao Brasil durante o tráfico de escravos?
Isso mesmo, o mosquito é o vetor da dengue no Brasil, é um mosquito domiciliar que se prolife-
ra em aglomerados com água parada e muito resistente. Se adaptou facilmente no ecossistema
brasileiro e é um exemplo de espécie introduzida em um ambiente se tornando responsável por
um desiquilíbrio ecológico.

Os autores Junior e Pereira (2017) em seu estudo afirmam que a degradação ecossistêmica possui
uma ligação direta com a perda da diversidade biológica, em função do uso dos recursos naturais
o que compromete a manutenção da biodiversidade.
Os processos de degradações dos ecossistemas gera uma série de consequências negativas,
dessa forma a perda da biodiversidade tem início com a destruição do habitat, que ocorre quando
um habitat natural é alterado de forma dura que não suporta mais as espécies que originalmente
sustentava. A destruição do habitat é considerada o principal fator, já que a diversidade biológica
está sobre pressão crescente do homem (JUNIOR, PEREIRA (2017).

21
Nesse contexto, conforme Junior e Pereira (2017) o Ministério de Meio Ambiente – MMA (2016)
mensura que o principal problema de degradação ambiental é o desmatamento. As outras preo-
cupações ambientais principais são: poluição da água, poluição do ar, aumento na geração de resí-
duos sólidos; desperdício de água; camada de ozônio; e mudança climática; entre outros aspectos,
consequentes desse desmatamento global. Além desses problemas, Machado et al. (2013) afirmam

UNIDADE 01
que, no Brasil, as atividades antrópicas decorrentes do crescimento econômico como a construção
de estradas, atividades industriais e agrícolas mal planejadas, formação de pastagens, tem resulta-
do em 10% de área degradada no país, eliminando a restauração biótica do meio.
Segundo Alho (2012) são, seis os grandes impactos negativos da ação do homem no ecossiste-
ma natural:
1. Perda e alteração de habitats e da biodiversidade;

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


2. Exploração predatória de recursos;
3. Introdução de espécies exóticas nos ecossistemas;
4. Aumento de patógenos;
5. Aumento de tóxicos ambientais; e
6. Mudanças climáticas.
Tudo isso envolve problemas importantes sobre a degradação da biodiversidade pela ação do
homem, pela poluição, pela explosão demográfica humana associada ao uso múltiplo dos recursos
naturais e corrobora com os estudos citados anteriormente.
Sendo assim, um equilíbrio ecológico dentro de um ecossistema, beneficia os seres humanos e
o planeta. Pois a destruição e a alteração dos ecossistemas naturais com perda da biodiversidade
resultam da interferência do homem na natureza, incluindo expansão urbana, conversão da co-
bertura vegetal natural em pastos ou campos agrícolas, e introdução acidental ou não de espécies
exóticas invasoras e outras formas de transformações do ambiente natural (ALHO,2012).
Nesse contexto, a degradação dos ecossistemas geram desequilíbrio ecológico, perda da diversi-
dade biológica, mudanças climáticas, perda de nutrientes do solo, entre outros fatores, o que alerta
para a necessidade da conservação e do uso racional dos recursos vivos, com proteção ao fluxo de
energia dos ecossistemas naturais.

REFLITA

Agência FAPESP- Um grupo formado por cientistas de diversos países acaba de divulgar resultados
desanimadores de um amplo estudo feito com animais e plantas em risco de extinção. A conclu-
são não poderia ser pior. Segundo a pesquisa, publicada na edição de 10 de setembro da revista
Science, outras 6,3 mil espécies estão ameaçadas de desaparecer se os organismos da qual de-
pendem forem extintos.
A equipe, liderada por Lian Pin Koh, da Universidade Nacional de Cingapura, e por Robert Dunn, da
Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, partiu de estudos anteriores, segundo os quais
metade de todas as espécies do planeta podem desaparecer nos próximos 50 anos, para avaliar
algo pouco lembrado: a coexistência das espécies.
Segundo os pesquisadores, os estudos sobre extinção global ignoram milhares de espécies afiliadas
que também correm risco de desaparecer. Ou seja, a lista de espécies em extinção é muito maior
do que se imaginava até então. “Estimativas atuais precisam ser recalibradas para levar em conta
a coexistência da espécie”, escreveram os autores do estudo.

UNIDADE 01
Os cientistas utilizaram um modelo baseado em dados reais para examinar as relações entre es-
pécies “afiliadas” e “hospedeiras”, das quais as primeiras são dependentes. Após a compilação de
uma lista com 12,2 mil plantas e animais consideradas ameaçadas, foram estudados diversas se-
leções de insetos, aracnídeos, fungos e outros organismos especialmente adaptados ao hóspede
ameaçado. Os pesquisadores descobriram que outras 6,3 mil espécies deveriam ser classificadas
como “também ameaçadas”.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


“A conclusão é que com a extinção de um pássaro, por exemplo, não está sumindo apenas uma
única espécie. Outras, completamente ignoradas, também estão sendo varridas do planeta”, disse
uma das autoras do estudo, Heather Proctor, da Universidade de Alberta, no Canadá.
“Nosso objetivo foi tentar descobrir quantas espécies iriam desaparecer a partir da extinção de
outras. Isso seria fácil se a relação fosse sempre de um para um, entre o hospedeiro e o afiliado,
mas nem todos os parasitas, por exemplo, dependem de um único hospedeiro. A solução foi de-
terminar quantas outras espécies poderiam atuar como hospedeiro e inserir esse grau de depen-
dência no estudo”, disse Heather.
A pesquisadora canadense cita o exemplo de uma planta em Cingapura que, ao desaparecer do
país, levou junto uma espécie de borboleta, a Parantica aspasia. “Quando algo do tipo ocorre, ja-
mais poderá ser corrigido””, disse Heather.

LEITURA

O artigo Species coextinctions and the biodiversity crisis, de Lian Pin Koh, Robert Dunn, Navjot Sodhi
(Universidade Nacional de Cingapura), Robert Colwell (Universidade de Connecticut, EUA), Hea-
ther Proctor e Vincent Smith (Universidade de Glasgow, Escócia), pode ser lido no site da revista
Science, em www.sciencemag.org.

LEITURA

1. Leia as páginas 37 a 44 do Livro “Recuperação de áreas degradadas” do autor Ronei Tiago Stein,
que aborda a degradação ambiental no Brasil, que você encontra na sua biblioteca virtual do
aluno. Essa leitura se refere as formas de degradações ambientais abordadas nesta Unidade.
2. E também o artigo intitulado “Trocas de energia e fluxo de carbono entre a vegetação de Caa-
tinga e atmosfera no Nordeste brasileiro” da pesquisadora Maria Betânia Leal de Oliveira, que
aborda o fluxo de energia em um bioma distinto, bem como o clima, que você encontra dispo-
nível pelo link: https://bit.ly/37wVV0H. Acesso: 02 abr. 2020. Boa leitura!

23
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de séculos de desconhecimento e de descaso em relação ao ambiente e aos diferentes
seres vivos que nele vivem, inclusive o homem, deparamos com a necessidade de associar a eco-

UNIDADE 01
nomia e a sociedade e ao mesmo tempo preservar os ecossistemas, um grande desafio para a hu-
manidade no século XXI. O Brasil, pelas suas reservas biológicas e por seus recursos hídricos está
no centro dessa questão.
O Brasil é um pais rico em biodiversidade, mais que vem sofrendo modificação em suas pai-
sagens devido ao desmatamento, urbanização, queimadas e principalmente atividade agrícola e
pecuária. A velocidade em que esses eventos ocorrem nos trazem preocupação, e pelo ângulo am-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


biental prejudica não só o ecossistema mais também os seres humanos. Já que o forte crescimento
econômico, representado pela produção industrial em massa, o consumo exacerbado bem como
o crescimento populacional de forma indefinida afeta fortemente o desenvolvimento sustentável.
Sendo assim, para obter sucesso nas atividades agrícolas, diminuir os incidentes ambientais e
desacelerar a frequência dos eventos climáticos é de suma importância avaliar e conservar áreas
em processo de degradação. Diante disso, conclui-se que o meio ambiente é parte integrante da
nossa vida e do qual necessitamos primordialmente. Desta forma o crescimento econômico é um
desafio ao meio ambiente, uma vez que existem desafios à capacidade do meio em suportar as im-
posições exercidas pelas atividades humanas, de modo que a implantação dos conceitos de susten-
tabilidade faz-se necessário, pois pressupõem o uso consciente dos recursos naturais necessários
à vida humana, fundamentais para garantia das presentes e futuras gerações.
Nesta Unidade, para avaliar e entender sobre o desgaste de áreas ambientais, foi necessário relem-
brar de alguns conceitos trazidos pela ecologia, ciência que estuda o relacionamento dos seres vivos
entre si e do ambiente. Ao entendermos os conceitos como o funcionamento e organização de um
ecossistema, facilitamos a identificação do que uma área precisa para manter um equilíbrio biológico.
Portanto todas as vezes que uma área for explorada de forma inconsequente resultará em de-
sequilíbrio ambiental e ainda acarretara as mudanças climáticas, que estão completamente asso-
ciadas frequência de precipitações e a infiltração no solo, dessa forma implica ao desgaste de área
gerando prejuízos sociais.

ANOTAÇÕES

24
UNIDADE

02
SISTEMATIZAÇÃO
ECOLÓGICA E IMPAC-
TOS AMBIENTAIS QUE
INFLUENCIAM NO
CONTEXTO AMBIENTAL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Nesta Unidade vamos compreender alguns os conceitos de recuperação ambiental


numa visão científica e como esses são influenciados pelas ações humanas. Apren-
der definições sobre os recursos naturais e como esses são utilizados no contexto
ambiental. Analisar os problemas gerados pela desordem dos recursos naturais. E
associar os conceitos prévios a situações enfrentadas pelo nosso planeta.

VÍDEOS DA UNIDADE

https://qr.page/g/1vVDWOspYFj https://qr.page/g/1indmBc39Br https://qr.page/g/2nBt5SwCl2h


INTRODUÇÃO
A Constituição Federal, diz que o meio ambiente saudável e equilibrado é um bem de uso co-
mum do povo, insuscetível de apropriação por quem quer que seja. Sendo assim, “Meio Ambiente”

UNIDADE 02
pode ser definido como o conjunto de condições e de fatores físicos, químicos, climáticos e bioló-
gicos, entre outros, que favorece a existência, a manutenção e o desenvolvimento da vida animal
e vegetal em interdependência em determinada área. Esse conjunto de condições é necessário à
existência de vida animal e vegetal, devendo ser protegida. Mas para sua proteção é necessária uma
sistemática legal eficaz, bem como uma fiscalização concreta na execução das políticas ambientais
e na execução de obras que demandem depredação ao meio ambiente.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


A globalização, por um lado facilitou a vida das pessoas, já por outro, proporciona, a cada dia, o
consumo exagerado dos mais variados produtos aliada ao aumento da população e aglomerações
nos centros urbanos, ou seja, nas cidades, o que trouxe problemas ambientais e consequências di-
retas para a vida das pessoas, tais como carência de saneamento básico, poluição nas suas mais di-
versas formas, conflitos de uso do solo, inadequação na localização de atividades especializadas, etc.
Todos esses fatores levam a uma visão mais complexa, exigindo respostas técnicas a partir de
planejamentos pensados com muito critério e seriedade, integrando os aspectos ecológicos, eco-
nômicos e socioculturais, além, é claro, de incorporar a dimensão política no enfrentamento dos
problemas do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável rural e urbano. Dentre os proble-
mas mais graves surgidos e enfrentados pela sociedade contemporânea, encontramos os proble-
mas causados pelos impactos ambientais.
As mudanças nas condições ambientais no planeta poderão se agravar com o passar dos anos,
pois está previsto para o futuro um aumento nos dias secos e quentes, e a partir do aquecimento e
falta de água surge-se impactos na vida em geral. Com isso, a utilização desenfreada dos recursos
naturais e depredação de áreas será inevitável, visto que conforme aumentasse a demanda au-
mentasse também a carência desses recursos. Além do mais, na agricultura poderá acontecer um
aumento na utilização de agroquímicos, pois o agricultor para tornar o solo e as plantas resistentes
aos problemas ambientais poderá aumentar a utilização de insumos sintéticos gerando problemas
a todo o ecossistema envolvido.
Portanto, nesta Unidade iremos entender os recursos naturais disponíveis no solo, a importân-
cia da cobertura vegetal e como uma área que já está degradada pode ser revegetada. Para isso, é
necessário entender alguns conceitos das bases ecológicas, e também identificar os impactos am-
bientais que as atividades humanas estão causando.

1. CONCEITO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL


A recuperação ambiental está ligada a restauração de um ecossistema que foi destruído, degra-
dado ou danificado. Consiste em utilizar práticas que induzam a área a se regenerar, ou seja, estar

26
a um estado biológico apropriado, estável ao meio ambiente. Segundo Ribeiro (2015), durante o
planejamento da recuperação da área, ela pode voltar ao seu estado original, como era antes de ser
alterada pela intervenção humana, ou seja, todos os aspectos relacionados com a vegetação, fauna,
solo, hidrologia e outros, devem apresentar as mesmas características de antes da degradação. O
mesmo autor ainda afirma que esse retorno não significa necessariamente que a área poderá ter

UNIDADE 02
um uso produtivo em longo prazo, mas pode ser usada como uma atividade alternativa, adequada
ao uso humano e não aquela de reconstituir a vegetação original, como valorização estético-eco-
lógica e para fins de recreação. O planejamento dessa atividade deve ser projetado de modo a não
causar impactos negativos no ambiente.

2. RECURSO NATURAL DO SOLO NO

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


CONTEXTO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL
Conforme Stein (2017), o meio ambiente é um sistema complexo e inteiramente interligado, sen-
do formado por elementos naturais e artificiais. Ou seja, o meio ambiente apresenta as condições
necessárias para as diferentes formas de vida do homem, da fauna e da flora. Ainda para o autor,
Meio ambiente é um conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema natural,
o qual inclui vegetação, animais, microrganismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais
que podem ocorrer em seus limites. Meio ambiente também compreende recursos e fenômenos
físicos, como ar, água, solo e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica e magnetismo.
Assim, é imprescindível preservá-lo para o desenvolvimento das gerações atuais e das futuras. A
preservação do meio ambiente é a própria preservação da vida.
Mais o que são os recursos naturais dentro desse meio? Recursos naturais, é tudo aquilo que é
produzido pela natureza naturalmente. São considerados recursos naturais tudo aquilo que é ne-
cessário ao homem e que se encontra na natureza, dentre os quais podemos citar: o solo, a água,
o oxigênio, energia solar, as florestas, os animais, os ciclos biogeoquímicos dentre outros.
Os recursos naturais são classificados em dois grupos distintos: recursos naturais não renováveis
e recursos naturais renováveis.
Os recursos naturais não renováveis abrangem todos os elementos que são usados nas ativida-
des antrópicas, e que não têm capacidade de renovação, como por exemplo os minerais, petróleo,
gases que não vão se regenerar, pelo menos por um determinado tempo. Já os recursos naturais
renováveis, possuem a capacidade de renovação após serem utilizados pelo homem em suas ati-
vidades produtivas. Os recursos com tais características são: florestas, água e solo. Caso haja o uso
consciente de tais recursos, certamente não se esgotarão (FREITAS, 2020).
A partir da revolução verde a população aumentou gradativamente e, com isso, houve um au-
mento na utilização dos recursos naturais, além de uma mudança de comportamento em relação
à utilização desses recursos, uma vez que eles eram utilizados para a subsistência do homem e
passaram a ser usados para a obtenção de lucros a partir da sua exploração (BITTENCOURT, 2014).

27
O solo é um dos recursos naturais mais importantes para a manutenção de vida no planeta, pois
se este for degradado, estará prejudicando outros recursos naturais, como as águas subterrâneas,
as florestas e com isso afetando na preservação de reservatórios naturais. Sendo assim, uma mo-
dificação no seu sistema natural gera a perda da capacidade produtiva constituindo prejuízo socio-
econômico para as gerações, devido ao seu manejo inadequado.

UNIDADE 02
O solo é a camada superficial da crosta terrestre e é constituída por partículas minerais, maté-
ria orgânica, água, ar e organismos vivos. Dessa forma, possui grande importância ecológica, pois
serve de meio natural para o crescimento das plantas, produz biomassa, participa do ciclo hidro-
lógico, dos ciclos biogeoquímicos, enfim o solo é um recurso natural que precisa ser valorizado e
preservado pelo seres humanos (STEIN, 2017).

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


VÍDEO

Os recursos naturais são muito importantes para a sobrevivência do homem e de outros seres vivos.
A água, por exemplo, é um recurso que, talvez por ser ainda abundante, as pessoas não tenham
dado o devido valor e estão desperdiçando milhões de litros todos os dias. O que muitos não sa-
bem é que apenas 1% de toda a água do mundo é apropriada para beber. O uso racional da água
é muito importante tanto para o consumo do homem quanto para todos os outros seres vivos.
No link a seguir você vai entender como a água está sendo consumida e distribuída pelo nosso
planeta: https://bit.ly/34kmX9n. Acesso 04 de abril de 2020.
Outro recurso abusado pelo homem é nossa flora, que tem sido devastada. As plantas e árvores são
responsáveis por pelo menos metade do oxigênio produzido no planeta. Imagine se continuarmos
a ver esse desmatamento acelerado, como viveremos no futuro? Pensando nisso o documentário
a seguir nos ajuda a refletir um pouco sobre a exploração da nossa flora, acesse o link: https://bit.
ly/2HxnThG. Acesso 04 de abril de 2020.

2.1 SOLO, IMPORTANTE RECURSO NATURAL


Os solos são provenientes da decomposição das rochas, por agentes físicos ou químicos, poden-
do ter ou não matéria orgânica na sua composição. Sem os solos, com certeza não haveria vida no
planeta Terra. Os solos sustentam praticamente toda a vegetação, a qual é de grande importância
para toda a fauna e, inclusive, para o homem. Se toda a vegetação terrestre desaparecesse, haveria
uma grande alteração na cadeia alimentar, colocando em risco toda a existência de vida em nosso
planeta. Sendo assim, o solo atua como meio de suporte para o crescimento das plantas. Ele pro-
porciona o ambiente onde as raízes podem crescer, fornecendo-lhes os nutrientes essenciais para a
planta como um todo. Além disso, as plantas necessitam dos solos para sustentação física, ar, água,
regulagem de temperatura, proteção contra toxinas e nutrientes (STEIN, 2017).
Um solo fértil irá fornecer nutrientes de origem mineral dissolvidos em quantidades e propor-
ções relativas e adequadas para um saudável crescimento das plantas. Os nutrientes incluem ele-
mentos como potássio, cálcio, ferro, nitrogênio, fósforo, enxofre e boro. A planta extrai todos esses

28
elementos da solução do solo e incorpora a maioria deles em milhares de diferentes compostos
orgânicos que constituem os tecidos vegetais. Dessa forma, os solos fornecem nutrientes minerais
às plantas (BRADY; WEIL, 2013).
Como já foi colocado, os solos são formados devido à decomposição das rochas, e como exis-
tem diferentes tipos de rochas sendo elas ígneas, magmáticas e sedimentares na crosta terrestre,

UNIDADE 02
existem também diferentes tipos de solos. Os solos são classificados conforme sua origem, e Stein
(2017) divide em quatro grupos específicos, caracterizando como:
1. Residuais: aqueles oriundos da decomposição e da alteração das rochas. Sua composição
depende do tipo mineral da rocha mãe. Todos os tipos de rocha formam solo residual. São
muito comuns no Brasil, principalmente na região Centro-Sul, em função do clima. Para que
eles ocorram, é necessário que a velocidade de decomposição (temperatura, regime de chu-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


vas e vegetação) da rocha seja maior do que a velocidade de remoção por agentes externos.
2. Transportados ou sedimentares são os solos que sofreram o intemperismo em um determi-
nado local e depois são transportados pela água, o vento, o gelo, a gravidade, entre outros,
sendo depositados em forma de sedimentos, em distâncias variadas. Na composição desse
tipo de solo, há grande quantidade de matéria orgânica, sendo esses menos resistentes e
com maior permeabilidade.
3. Orgânicos são solos que surgem pela impregnação de matéria orgânica em sedimentos pre-
existentes ou pela transformação carbonífera de materiais, geralmente, de origem vegetal
contida no material sedimentado. Uma parte dos produtos da decomposição da matéria orgâ-
nica é um produto escuro e relativamente estável que impregna os solos orgânicos, chamado
húmus. E este só impregna permanentemente solos finos, como a argila e silte. Geralmente,
são os solos de cor escura das baixadas litorâneas ou das várzeas dos rios interioranos.
4. Pedogênicos são os solos que apresentam uma complexa série de processos físico-químicos
e biológicos que governam a formação dos solos da agricultura. Compreendem a lixiviação
do horizonte superficial, a concentração de partículas coloidais no horizonte profundo e a
impregnação com húmus do horizonte superficial.
Mais para que um solo seja fértil e participe do crescimento vegetal, essas rochas decompostas,
devem estar misturadas a matéria orgânica, e possuir algumas características para o desenvolvi-
mento da cobertura vegetal.
Os solos sedimentares possuem grandes quantidades de matéria orgânica, sendo solos de fácil
absorção pluviométrica, ou seja, solos mais permeáveis. Um solo em boas condições irá proteger
as plantas das concentrações tóxicas de tais substâncias por meio da ventilação de gases, da de-
composição ou adsorção de toxinas orgânicas ou, ainda, da supressão de organismos produtores de
substâncias tóxicas. Por outro lado, alguns microrganismos do solo produzem substâncias estimula-
doras do crescimento que podem melhorar o vigor das plantas (BRADY; WEIL, 2013; STEIN, 2017).

29
2.2 SOLOS DEGRADADOS
Os solos possuem ação direta com a sobrevivência terrestre, levando em consideração sua im-
portância, estes são os que mais sofrem com a degradação das áreas, já que está ligado com todas
as formas de vida.

UNIDADE 02
Um solo pode ser degradado quando acontece a urbanização, o desmatamento, as queimadas,
a agricultura, enfim todos os processos de modificação; destas ações podemos citar os mais preju-
diciais como a degradação biológica e a degradação agrícola.
A degradação biológica está associada a perda de nutrientes e a perda de matéria orgânica
causando acidez e compactação. Isso gera incapacidade da produção de biomassa vegetal, inten-
sificando o processo erosivo causado pelo escoamento das águas das chuvas, o que intensifica o

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


aparecimento de sulcos e a perda na capacidade produtiva. Um dos principais fatores pela degra-
dação biológica é o aceleramento das pastagens, o que intensifica a perda da cobertura vegetal
como afirma Wadt (2003).
A degradação agrícola, é o uso disseminado de produtos químicos sintéticos sobre o solo, cau-
sando um desiquilíbrio de biota, uma vez em que é utilizado produtos para repor os nutrientes do
solo e para mantê-lo fértil, o que causa salinidade (acúmulo de sais no solo). Dessa forma, a utili-
zação de produtos para controle de plantas daninhas, resulta em um desiquilíbrio de nutrientes,
aumenta a pressão pelo desmatamento queimadas entre outros fatores, colaborando na sua de-
gradação (WADT, 2003).
Stein (2017) complementa que a partir do momento em que começaram-se a utilizar de pro-
dutos químicos para controle de pragas, o aumento populacional, e uma maior demanda do meio
ambiente, deixou de produzir alimentos para o consumo próprio e passou a produzir em larga es-
cala, resultando na poluição grave dos solos.
A poluição do solo ocorre devido à contaminação por substâncias capazes de provocar alterações
significativas em sua estrutura natural. Para que os alimentos dele retirados sejam de qualidade e
em quantidade suficiente para atender as necessidades da população, o solo deve ser fértil, ou seja,
deve ser saudável e produtivo. Por meio do solo, retira-se direta ou indiretamente a maior parte
dos alimentos consumidos pela humanidade, e se ele estiver contaminado, certamente a saúde
humana também estará em risco (STEIN, COSCOLIN, 2019).

2.3 CONSERVAÇÃO DO SOLO


Solo degradado, é aquele que aparentemente possui compactação, pouco escoamento pluvial,
baixa absorção, desertificado, resultando em baixa capacidade produtiva, coesão da área e impactos
socioeconômicos visíveis (STEIN, 2017). Porém, essas características podem ser evitadas se forem
utilizadas práticas conservacionistas, como por exemplo uma rotação de cultura, cobertura vegetal,
preparo do solo entre outra regras fundamentais.
Segundo Wadt (2003) a correção de nutrientes do solo, incorporação de adubos orgânicos como
húmus, biomassa vegetal, calcário, cultivo de plantas específicas para cobertura, que quando secas

30
acabam se tornando adubo além de fixar nutrientes no solo, são práticas favoráveis para a sua ma-
nutenção, quebram camadas compactadas e ocasionam em uma boa absorção de água, que em
conjunto proporcionam em um solo fértil e sadio.
A utilização da vegetação para recobrir e proteger o solo é um dos princípios básicos da sua conser-
vação. Dentre práticas de caráter vegetativo, podemos citar como exemplos o reflorestamento e flo-

UNIDADE 02
restamento, pastagens, culturas em faixas, cordões de vegetação permanente, quebra-vento, plantas
de cobertura, cobertura morta, adoção de sistema de plantio direto e rotação de culturas agrícolas.
A rotação de cultura é uma prática de conservação do solo eficiente, consiste em alternar o plan-
tio de espécies diferentes vegetais em determinado espaço de tempo, na mesma área e na mesma
estação do ano. Geralmente as espécies possuem diferentes exigências nutricionais, para obter
equilíbrio entre a quantidade e qualidade de matéria orgânica. A rotação de culturas visa melhorar

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


o aproveitamento da fertilidade do solo pelo aprofundamento diferenciado das raízes, pela melho-
ria da drenagem, pela diversidade biológica e pelo controle de pragas e doenças (ALTIERI, 2002).
A cobertura vegetal refere-se ao plantio sozinho ou consorciado de plantas herbáceas, anuais
ou perenes, destinado a cobrir e proteger o solo em determinada época, ou mesmo durante todo
o ano. As plantas podem ser incorporadas ao solo por meio da aração, ou podem ser mantidas por
uma ou mais estações de plantio. Quando as plantas são incorporadas ao solo, a matéria orgânica
adicionada chama-se adubo verde (ALTIERI, 2002).

SAIBA MAIS

As plantas de cobertura deixam o solo mais nutrido. As espécies semeadas na rotação de cultu-
ras também ajudam a reduzir problemas como os nematoides, que estão causando prejuízo em
lavouras em várias regiões do Brasil. Além, disso, os agricultores já sentem melhora na produtivi-
dade a partir do primeiro plantio da lavoura principal. A aveia-preta é um dos principais cultivos
de inverno semeados no sistema de rotação de culturas, no verão, estas áreas serão ocupadas por
soja e milho. O solo protegido realiza um melhor aproveitamento dos recursos hídricos, facilitando
a penetração da água, diminuindo o risco de erosão e mantendo sua temperatura em níveis ade-
quados. Após a decomposição da aveia, a matéria seca possibilita a melhoria do teor de matéria
orgânica do solo, assim como viabiliza um incremento químico através da reciclagem de nutrien-
tes. Além disso, o sistema radicular da aveia-preta proporciona melhora na estrutura física do solo
e facilita a mobilização do calcário.

Fonte: Reportagem Cultivo de aveia no inverno beneficia culturas de verão subsequentes. Disponível em: https://www.
agrolink.com.br/noticias/cultivo-de-aveia-preta-no-inverno-beneficia-culturas-de-verao-subsequentes_364356.html.
Acesso 06 abr. 2020.

Stein e Coscolin (2019) afirmam que a cobertura morta pode ocorrer por meio de palha ou re-
síduos vegetais, com os quais protegem o solo contra o impacto direto das gotas de chuva, dimi-
nuindo o escoamento superficial. A prática de culturas em faixas consiste na disposição de culturas
em faixas de largura variável, de forma que a cada ano se alternem plantas que oferecem pouca

31
proteção ao solo com outras de crescimento denso. Por sua vez, os cordões de vegetação perma-
nente são fileiras de plantas perenes e de crescimento denso dispostas com determinado espaça-
mento horizontal e sempre em contorno. Já os quebra-ventos consistem em uma barreira densa de
árvores, colocadas a intervalos regulares no terreno, nas regiões sujeitas a ventos fortes e a erosão
eólica (STEIN, COSCOLIN, 2019).

UNIDADE 02
VÍDEO

No vídeo a seguir você poderá observar os tipos de práticas para conservação do solo acesse o
link: https://bit.ly/34pGVzT. Acesso 06 abr. 2020.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Observe nas figuras algumas das principais práticas de conservação do solo:

Figura 1 - Planejamento de rotação de culturas primavera verão

NABO/MILHETO/ALGODÃO ALGODÃO/SOJA NABO/MILHO


GLEBA I GLEBA II GLEBA III

Fonte: Eder Comunello/Embrapa.

Figura 2 - Plantio por terrenciamento, evita


Figura 3 - Quebra-vento
o escoamento da água causando erosão

Fonte: Embrapa.

Na agroecologia, para manter um solo produtivo e conservado, é necessário proteger o solo com o
que colabora nos ciclos nutritivos das plantas. É fundamental que o meio nutritivo apresente sais mi-
nerais, macro nutrientes e micronutrientes, os quais são adquiridos pelos ciclos biológicos das plantas.

32
2.4 IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR
A mata ciliar é formada pela cobertura vegetal encontrada ao longo de rios, córregos, nascen-
tes, lagos e represas e possui grande importância para o equilíbrio ambiental, contribuindo para a
manutenção e qualidade dos recursos hídricos, e funcionando como um corredor ecológico, auxilia

UNIDADE 02
também na vida silvestre.
Segundo Bakonyi (2012) a mata ciliar tem a capacidade de proteger os cursos de água e as nas-
centes que abastecem as cidades. A presença dessas matas evita o assoreamento, impedindo que
o acelerado processo de deposição dos sedimentos obstrua os canais dos rios. As matas ciliares
têm a função de controlar a vazão dos rios e ainda servem de abrigo e de alimento para os animais
(DURIGAN, NOGUEIRA, 1990).

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Ainda tem como função, em relação às águas, manter a estabilidade dos barrancos e margens
de cursos d’água, além de que os solos sem proteção florestal reduzem sua capacidade de reten-
ção de água de chuva, causando duas importantes consequências: as enchentes e as enxurradas.
Pois ao invés de infiltrar no solo, a água passa sobre a superfície formando enxurradas que não
abastecem o lençol freático, diminuindo a água armazenada. As enxurradas por sua velocidade
acabam arrastando as partículas iniciando o processo de erosão (BAKONYI, 2012). E as enchentes
são quando o leito natural não comporta acontecendo transbordamento de água, o que gera efei-
tos nocivos ao meio ambiente.
Conforme Bittencourt (2014) afirma, as matas ciliares desenvolvem-se nas margens dos rios;
vegetação de grande interesse na purificação das águas superficiais. Ela faz o papel de filtro, puri-
ficando as águas a partir de atividades físicas e biológicas, contribuindo para a prevenção do asso-
reamento dos corpos d’água superficiais.
Muitas vezes a mata ciliar sofre destruição para
utilização das áreas naturais e do solo para a agri- VÍDEO
cultura, pecuária, urbanização etc., que contribuem
para a redução da vegetação original, chegando em
muitos casos na sua ausência. Levando isso em con- No vídeo a seguir você vai entender um
sideração, a conservação da mata ciliar é indispen- pouco a importância da mata ciliar para
os cursos de água e para o solo, acesse
sável para a manutenção e recuperação das fontes
o link: https://bit.ly/3kngAb2. Acesso
naturais de água e a biodiversidade, contribuindo 18 de abril de 2020.
assim para a manutenção do equilíbrio ecológico e
a manutenção da qualidade de vida.

3. BASES ECOLÓGICAS PARA REVEGETAÇÃO


DE ÁREAS DEGRADADAS
A relação do homem com a natureza ainda é conflitante, porque apenas há poucas décadas
despertou-se para o fato de que a função dos recursos naturais e da biodiversidade não é somente

33
suprir as necessidades humanas. Com o passar dos anos as bases ecológicas foram mudando dan-
do origem a um novo cenário, pelo qual o desenvolvimento humano se alongou e precisou de uma
maior demanda dos recursos hidrológicos, utilização dos solos, da fauna, dos biomas, gerando im-
pactos ambientais muitas vezes irreversíveis. Desta forma é necessário conhecer algumas bases
ecológicas que estão ligadas as áreas degradadas.

UNIDADE 02
3.1 ÁGUA RECURSO NATURAL EM DEGRADAÇÃO
A água assim como o solo é um dos recursos naturais mais importantes e mais afetados pela es-
pécie humana. Inclusive o nosso sistema hídrico está entre os recursos naturais mais degradados
devido a sua utilização, contaminação e pouca consciência dos seres vivos existentes. Os principais
recursos hídricos são as águas superficiais, as águas, subterrâneas e as águas atmosféricas. Todas

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


participam de um ciclo importante para a sobrevivência do planeta.
Segundo Bittencourt (2014), o homem tem atuado no meio ambiente de maneira negativa por
meio do lançamento de esgotos domésticos e não domésticos despejos de indústrias e comércios,
além das atividades agropecuárias que aumentam a poluição da água e limitam o seu consumo
para abastecimento humano e de animais.
Dessa forma, a poluição da água pode ocorrer de forma natural ou antrópica. Um exemplo de
poluição hídrica natural são atividades vulcânicas, que podem inserir certas substâncias em níveis
locais capazes de alterar as características das águas naturais. Já a poluição antrópica, é aquela com
influência humana, causada principalmente pela descarga de efluentes domésticos, industriais e
agrícolas (STEIN, 2017).
O planeta Terra é formado praticamente por água, atingindo cerca de dois terços de sua compo-
sição, distribuídos em oceanos e mares da seguinte maneira: 2,6% de água doce e 97,4% de água
salgada. Do total de água doce, 99,7% não está disponível para consumo, pois formam as calotas
polares nos hemisférios norte e sul afirma Bittencourt (2014), Ou seja, somente 0,3% do total de
água existente na Terra encontram-se em áreas alagadas, rios, lagos e represas e está disponível
para o uso. Quanto ao consumo de água doce disponível, ele está distribuído da seguinte manei-
ra: 73% para irrigação, 21% para indústria e apenas 6% para o consumo humano (BITTENCOURT,
2014). A disponibilidade da água vem sendo ameaçada devido ao crescimento da população e ao
aumento da demanda da quantidade de água para uso doméstico, da agricultura, da mineração,
da produção industrial, da geração de energia e da silvicultura. Esse uso inapropriado pode tanto
reduzir a disponibilidade da água, quanto piorar a sua qualidade (BITTENCOURT, 2014).
Considerando que a maior parte da água disponível no Planeta Terra é salgada, ou seja, a água
doce disponível nos reservatórios superficiais (rios e lagos) e subterrâneos (aquíferos) para ser uti-
lizada pelos seres humanos é uma quantidade muito menor, os seres humanos estão contribuindo
na degradação desse afluente natural importante para a sobrevivência da Terra.
Mais de que forma os seres humanos estão contribuindo para a escassez da água doce? De
forma muito subjetiva, como destaca Stein (2017) as duas fontes de poluição hídrica que mais se
destacam no cenário brasileiro são as que se originam da agroindústria e do despejo de efluentes

34
domésticos nos corpos de água. A realidade brasileira, e também a mundial, ainda é preocupante,
e a falta de acesso a água potável ou tratamento adequado do esgoto ainda é uma das principais
causas de doenças no Brasil e no mundo.
Barbosa (2014) afirma que as águas subterrâneas também podem ser poluídas pelas atividades
do homem. Uma das principais causas de poluição desses reservatórios de água é a contaminação

UNIDADE 02
dos solos como visto anteriormente. Por exemplo, quando é utilizado uma quantidade excessiva
de agroquímicos no solo, esses podem penetrar e entrar em contato com a água dos lençóis fre-
áticos. Esse tipo de poluição subterrânea também pode acontecer pelo escoamento de dejetos
entre outros fatores.

3.2 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Uma das principais fontes para a ciclagem dos nutrientes dentro de um ecossistema são os ci-
clos biogeoquímicos, onde os mais importantes são o ciclo da água, o ciclo do carbono e o ciclo do
nitrogênio. A ciclagem de nutrientes consiste em fixar no ecossistema nutrientes que depois serão
utilizados pelos fatores bióticos e não bióticos para manter um equilíbrio ecológico no ambiente.
O ciclo biogeoquímico é a movimentação cíclica dos elementos químicos na atmosfera, hidrosfera,
litosfera e biosfera. Os ciclos biogeoquímicos são afetados por fatores como clima, composição da ro-
cha que deu origem ao solo, propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, atividades antrópicas
(PLESE et al., 2013). As reações abióticas envolvem reações de hidrólise, precipitação, solubilização
etc. Nas reações bióticas, os elementos são absorvidos pela biota do solo e participam de diferentes
vias metabólicas, aí ficando imobilizados por determinado período de tempo (PLESE et al., 2013).
O estudo dos ciclos biogeoquímicos é de grande importância tanto para avaliar um impacto
ambiental como para recuperar uma área degradada. Essa importância está relacionada ao grau
de interferência de um poluente/contaminante ou à interferência em determinada área, e de que
maneira isso irá ocasionar prejuízos aos seres vivos (os quais dependem direta ou indiretamente
desse meio para garantir a sua sobrevivência) e à própria área, alterando as características físicas
e químicas do solo, do ar ou da água (STEIN 2017). Vamos relembrar um pouco dos ciclos biogeo-
químicos resumidamente.

3.2.1 CICLO DA ÁGUA

A água passa por três estados físicos referente a quantidade de calor que recebe do sol, sendo
está sólida, liquida ou gasosa. O ciclo da água em resumo inicia quando o calor do Sol provoca a
evaporação da água dos rios, dos mares e do solo, bem como a transpiração de plantas, animais e
seres humanos. O vapor da água passa para a atmosfera, formando nuvens que, em contato com
uma massa de ar frio, condensam, formando gotículas. Na medida em que as gotículas se juntam,
formam gotas maiores, havendo a precipitação, quando a água retorna à superfície terrestre em
forma de chuva (líquido), neve ou granizo (sólido).
Uma parcela da chuva cai diretamente nos mares, rios e lagos e outra parcela segue vários ca-
minhos, como a infiltração no solo, ficando disponível para plantas ou para o abastecimento de

35
aquíferos e lençóis subterrâneos, escorre pela superfície terrestre até atingir um curso de água, ou
forma camadas de gelo e geleiras em regiões mais frias (STEIN, 2017).
Bittencourt (2014), considera que a ação do homem interfere de diversas formas nesse ciclo. O
aumento da temperatura média do planeta, provocado pelos fenômenos climáticos indesejáveis,
interfere na velocidade desses ciclos.

UNIDADE 02
A impermeabilização excessiva do solo, ocasionada pela urbanização, impede a infiltração das
águas no solo, aumentando o volume de escoamento superficial e impedindo a purificação dá água
pela ação biológica dos microrganismos presentes no solo. O aumento do escoamento superficial
pode ser responsável por enchentes, gerando, consequentemente, impactos ambientais negativos.
Observe a figura que mostra o caminho do ciclo:

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Figura 4 - Ciclo da água

PRECIPITAÇÃO

CONDENSAÇÃO

VAPORIZAÇÃO

INFILTRAÇÃO

TRANSPIRAÇÃO

3.2.2 CICLO DO NITROGÊNIO

O nitrogênio é um elemento que pode passar diretamente da atmosfera para o interior da planta
ou de alguns microrganismos de vida livre através do processo da fixação biológica ou diretamente
da atmosfera para o ambiente do solo por meio de descargas elétricas e da chuva (STEIN, 2017). O
nitrogênio (N) constitui cerca de 78% do ar atmosférico, mas a grande maioria dos organismos são
incapazes de utilizá-lo porque ele é encontrado na forma gasosa (PLESE et al., 2013).
A molécula de nitrogênio qual é muito estável e tem pouca tendência de reagir com outros ele-
mentos. Com exceção de algumas bactérias e algas cianofíceas, as quais podem retirar do ar o N2 a
grande maioria dos organismos não conseguem reter e aproveitar o nitrogênio na forma molecular,

36
obtendo esse nutriente na forma de íons amônio (NH4 +), bem como íons nitrato (NO3 do nitrogê-
nio) (PLESE et al., 2013).
O ciclo do nitrogênio é extremamente importante, pois garante a circulação do nitrogênio. Ele-
mento esse, que é essencial para a formação de proteínas e de ácidos nucleicos, sendo fundamen-
tal, portanto, para a sobrevivência dos seres vivos.

UNIDADE 02
Figura 5 - Ciclo do Nitrogênio

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

3.2.3 CICLO DO CARBONO

O ciclo do carbono é constituído por moléculas orgânicas e inorgânicas. O gás carbônico entra
nos ciclos biológicos por meio da fotossíntese, via metabólica em que, às custas de energia lumino-
sa da luz solar e da água, no interior dos cloroplastos dos organismos clorofilados, ocorre a síntese
da molécula de glicose. Em um processo denominado respiração, o Carbono deixa a biota e volta
para a atmosfera na forma de CO2 (PLESE et al., 2013).

37
Parte do Carbono orgânico que chega ao solo pode dar origem aos combustíveis fósseis, que podem
ser queimados como fonte de energia, voltando para a atmosfera na forma de CO e CO2. O ciclo bioló-
gico do carbono é relativamente rápido. Estima-se que a renovação do carbono ocorra a cada 20 anos.
Todo o processo inicia quando os organismos autótrofos (os quais produzem seu próprio ali-
mento), absorvem o gás carbônico da atmosfera, utilizando-o para realizar a fotossíntese. Após, o

UNIDADE 02
carbono é devolvido ao ambiente, na mesma velocidade em que é sintetizado (consumido) pelos
produtores, pois a devolução de carbono ocorre continuamente por meio da respiração durante a
vida dos seres (PLESE et al., 2013. STEIN, 2017).
A utilização do ciclo do carbono, possui substâncias que têm como característica uma baixa de-
gradabilidade, interfere negativamente nos ciclos biogeoquímicos e muitos compostos orgânicos
derivados do petróleo são exemplos desses compostos (BITTENCOURT, 2014). Observe a figura 6

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


sobre as etapas do ciclo do carbono:

Figura 6 - Ciclo do Carbono

38
3.2.4 CICLO DO FÓSFORO E ENXOFRE

O fósforo (P) é um elemento químico que reage facilmente com os demais. Por esse motivo, não é
encontrado naturalmente sem que esteja ligado a algum outro elemento. É também um dos compo-
nentes mais essenciais na natureza, sendo encontrado em abundância nos tecidos do corpo humano.

UNIDADE 02
O ciclo biogeoquímico do fósforo é considerado um dos mais simples, porque esse elemento não
é encontrado na atmosfera, e sim nas rochas da crosta terrestre, e é liberado à medida que as rochas
vão sofrendo intemperismo (PLESE et al., 2013. STEIN, 2017). Segundo Bittencourt (2014), o fósforo
é um nutriente limitante, que quando em excesso pode permitir o desenvolvimento de algas e plan-
tas em excesso nas águas, reduzindo significativamente as concentrações de oxigênio, criando con-
dições para a mortandade de peixes, algas e vegetais e contaminando as águas com esse material.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


O enxofre (S) existe em grande quantidade na crosta terrestre e nos sedimentos, sendo encon-
trado principalmente em forma de sulfatos solúveis e em menor quantidade na atmosfera. Resu-
midamente, o ciclo do enxofre ocorre de forma em que os vulcões liberam grande quantidade de
ácido sulfúrico (H2 SO4); a água da chuva combina-se com o enxofre e produz chuvas ácidas. As
chuvas ácidas aumentam o intemperismo das rochas e afetam a biosfera (PLEASE et al., 2013. STEIN,
2017). O enxofre também pode ser liberado na atmosfera através da decomposição de seres no solo
ou/e oceanos, ou então estar presentes nos combustíveis fósseis derivados afetando a atmosfera.

3.3 IMPORTÂNCIA DOS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS


PARA O ECOSSISTEMA
Os ciclos biogeoquímicos participam da ciclagem de nutrientes, alguns seres vivos dependem
desses ciclos, além dessa circulação de elementos químicos serem fundamentais para o funciona-
mento adequado de um ecossistema.
Quando um ciclo é afetado, este pode auxiliar em alguns processos que geram impactos na vida
da biosfera como por exemplo: chuva ácida, efeito estufa e aquecimento global. O fluxo desses ci-
clos podem serem alterados através de algumas ações como desmatamento, queimadas, poluição
hídrica, mal uso dos recursos hídricos e outros recursos naturais.
O enxofre pode ser liberado com intensidade durante as queimadas produzindo chuva ácida,
a chuva ácida auxilia no intemperismo das rochas, porem quando em quantidades aumentadas a
chuva ácida pode ser prejudicial ao solo, além de auxiliar nas perdas de lavouras na agricultura.
O aumento da liberação de CO2 na queima de combustíveis fósseis auxilia no lançamento na
atmosfera intensificando o efeito estufa. O efeito estufa gera aumento na temperatura global, e
afeta também o equilíbrio do ciclo hidrológico, vamos entender sobre as mudanças climáticas mais
adiante. Enfim, os ciclos biogeoquímicos tem efeito no equilíbrio de um ecossistema e em uma área,
se algum dos ciclos sofrer alteração muitos processos pode passar por mudanças gerando riscos e
intensificando os danos para os seres vivos e toda a sua biota.
Como ressalta Bittencourt (2014), na natureza, os ciclos biogeoquímicos estabelecem condições
de renovação cíclica dos componentes. Os ciclos biogeoquímicos dá água, do carbono, do nitrogênio,

39
do fósforo e enxofre são ciclos quando afetados negativamente, podem estar causando impacto
ambiental reverso ao meio.

3.4 SUCESSÃO ECOLÓGICA

UNIDADE 02
Como sabemos, o ecossistema é formado por uma comunidade de seres vivos interagindo com os
fatores ambientais de uma determinada área. Essa comunidade é composta por várias populações de
espécies diferentes, que estabelecem entre si os mais diversos tipos de relações ecológicas, formando
uma equilibrada teia alimentar. Para atingir esse estágio, a comunidade e o ambiente onde ela ocorre
passam, por uma sequência de transformações, longo e complexo denominado de sucessão ecológica.
Sucessão ecológica a refere-se a uma sequência de mudanças estruturais e funcionais que ocor-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


rem nas comunidades, mudanças essas que, em muitos casos, seguem padrões mais ou menos de-
finidos (COELHO, 2007). Representa um processo ordenado de mudanças no ecossistema, incluindo
alterações no ambiente físico pela comunidade biológica, até alcançar o fase de clímax. Durante a
sucessão ecológica, as comunidades mais simples vão com o passar do tempo sendo substituídas
por comunidades mais complexas.
Os tipos e números de espécies nas comunidades biológicas e ecossistemas alteram-se em res-
posta às alterações das condições ambientais, como incêndios, erupções vulcânicas, mudanças cli-
máticas e desmatamento de florestas para agricultura como implica Begon (2006), Coelho (2007)
e Miranda (2009). Dessa forma a sucessão ecológica permite um equilíbrio e uma restauração na
degradação, sendo assim ela passa por alguns estágios. Os estágios possuem algumas fases, até
atingir o objetivo final que é a restauração do ecossistema.
A sucessão ecológica passa por três fases: a ecese, sere e clímax. A ecese ou comunidade pio-
neira são os primeiros organismos a se instalarem no ambiente, como líquens, gramíneas e insetos.
A sere ou comunidade intermediária representada pela vegetação de pequeno porte, arbustiva e
herbácea. Nessa fase ocorrem mudanças significativas na comunidade. A última fase é o clímax, a
comunidade estabilizada. A comunidade atinge elevado número de espécies, os nichos ecológicos
são ocupados e apresenta grande quantidade de biomassa. A comunidade tende a evoluir até clí-
max, quando é formada por populações em equilíbrio com o meio (SANTOS, 2020, MIRANDA, 2009).
Segundo Begon et al. (2006) e Coelho (2007) a sucessão ecológica acontece em dois estágios de
reestabelecimento: sucessão ecológica primária e sucessão ecológica secundária de forma que ocorra
a comunidade clímax. Coelho (2007) explica que a sucessão ecológica primária ocorre em substratos
recém-formados tais como áreas atingidas por erupções vulcânicas. Por exemplo ambientes que ante-
riormente não haviam sido ocupados por outros organismos. A sucessão ecológica secundaria envolve
modificações substanciais do ambiente causadas direta ou indiretamente pelos organismos pionei-
ros. Ocorre em comunidades preexistentes seguindo a um certo distúrbio natural ou não, como por
exemplo área sofreu algum tipo de distúrbio, o que causou a destruição de sua comunidade original.
Para recuperar uma área degradada é necessário induzir a evolução do ecossistema, desde a co-
munidade pioneira, até se atingir o clímax. Como visto anteriormente a comunidade pioneira São as
primeiras espécies a colonizarem um local sem vida. A comunidade clímax é a mais complexas que

40
surgem na fase final da evolução do ecossistema como afirma Begon et al. (2006) e Coelho (2007).
Assim, para entender melhor vamos pensar em alguns exemplos, como:
Suponha-se que uma rocha esteja nua, dessa forma surge-se os organismos pioneiros, como os
líquens que produzem ácidos para degradar a superfície da rocha. Esta decomposição, junto à morte
dos líquens ao longo do tempo, permite o aparecimento de outros vegetais como os musgos ou algas.

UNIDADE 02
Estes, por sua vez, facilitam o aparecimento de plantas maiores, até que seja atingida a comunidade
clímax. Sendo assim, temos a sucessão ecológica primaria, não sofreu alteração no seu estágio anterior.

Figura 7 - Exemplo de Sucessão ecológica primária

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


PERTURBAÇÃO

Fonte: Wikimedia Commons

Porém uma parte de uma mata foi destruída, e passou abandonada por um período. Em um
certo tempo o espaço foi ocupado por capim e outras plantas pioneiras, com a sombra causada por
estas plantas, os arbustos já conseguem sobreviver. Depois de muitos anos, a sombra dos arbustos
começa a prejudicar as ervas e o ambiente fica propício para a germinação de árvores. O capim e
outras ervas pioneiras acabam desaparecendo, enquanto as árvores acabam por dominar os ar-
bustos. Agora a floresta formada é a comunidade clímax. Sendo assim passou a sucessão ecológi-
ca secundária, ou seja, sofreu uma alteração no seu estágio anterior (MILLER, SPOOLMAN, 2013).

Figura 8 - Sucessão ecológica secundária

Fonte: Wikimedia Commons

41
Resumindo a sucessão ecológica primária ocorre em um ambiente que nunca foi habitado an-
tes, sendo habitado por espécies pioneiras, a sucessão ecológica secundaria ocorre em ambientes
que já forma habitados antes e sofreram alguma devastação, precisando ser habitadas novamente.
As sucessões ecológicas primária e secundária são importantes serviços naturais que tendem
a aumentar a biodiversidade e, portanto, a sustentabilidade das comunidades e dos ecossistemas

UNIDADE 02
pelo crescimento da riqueza de espécies e interações entre elas, que, por sua vez, aumentam a
sustentabilidade, promovendo o controle populacional e o aumento da complexidade das teias
alimentares. Isso, por sua vez, amplia o fluxo de energia e ciclagem de nutrientes, que são compo-
nentes funcionais da biodiversidade (MILLER, SPOOLMAN, 2013).
Durante a sucessão primária ou secundária, distúrbios ambientais, como incêndios, furacões,
desmatamento de florestas, lavouras de pastagens e invasões de espécies exóticas, podem inter-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


romper um determinado estágio da sucessão, fazendo que volte para uma fase anterior (MILLER,
SPOOLMAN, 2013).
A sucessão ecológica, para as condições ambientais visa estabelecer naturalmente a sobrevivên-
cia dos seres vivos. Uma comunidade clímax pode demorar anos para ser estabelecida. Qualquer
alteração feita pelo homem nessa comunidade certamente alterará o equilíbrio conquistado ao
longo de toda a sucessão ecológica.
Quando por algum fator a sucessões foram afetadas elas não terminam em um clímax final. A
regeneração se torna mais difícil ainda, quando seres vivos são extintos localmente. Ao desaparecer
as espécies, todas as interações ecológicas envolvendo as acabam comprometidas.

4. ATIVIDADE MINERADORA, URBANA E


AGRÍCOLA E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS
Os impactos ambientais estão relacionados as alterações que surgem no ambiente ao longo do
tempo, causada por uma determinada ação, com isso o planeta passa por fortes sinais de transi-
ção. Segundo Stein (2017) e a resolução no 001/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
NAMA), impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades huma-
nas que afetem diretamente ou indiretamente a saúde, a segurança, e o bem-estar da população.
Bem como, as atividades sociais e econômicas; o conjunto de todos seres vivos de um determinado
ambiente ou de um determinado período; e a qualidade dos recursos ambientais. Esses impactos
ambientais podem ser observados através das atividades mineradoras, urbanas e agrícolas em uma
determinada área.
A atividade mineradora consiste na extração de riquezas minerais dos solos e das formações
rochosas que compõem a estrutura terrestre. E apresentam-se desde problemas específicos até
alterações biológicas, geomorfológicas, hídricas e atmosféricas de grandes proporções. Portanto,

42
conhecer esses problemas causados e a minimização de seus efeitos é de grande necessidade para
garantir a preservação dos ambientes naturais.
A mineração ao extrair as riquezas minerais acabam afetando as áreas contribuindo nas degrada-
ções, como por exemplo desmatamento, utilização de recursos naturais como o solo por exemplo.
O impacto das atividades da mineração é uma questão de preocupação ambiental que desafia o

UNIDADE 02
desenvolvimento sustentável em diversas partes do mundo (GONZAGA, 2017). Os danos causados
ao ambiente terrestre levam a diminuição da cobertura verde; contaminação do solo; perda par-
cial ou total da fauna e flora, incluindo ecossistemas florestais; redução da quantidade e qualidade
dos recursos hídricos; poluição do ar e na saúde e habitação humana ou ambos (GONZAGA, 2017).
Conforme Bittencourt (2014), a impermeabilização excessiva do solo, ocasionada pela urbani-
zação, impede a infiltração das águas no solo, aumentando o volume de escoamento superficial

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


e impedindo a purificação dá água pela ação biológica dos microrganismos presentes no solo. O
aumento do escoamento superficial pode ser responsável por enchentes, gerando, consequente-
mente, impactos ambientais negativos. Nas margens dos rios, desenvolve-se um tipo de vegetação
de grande interesse na purificação das águas superficiais, chamada mata ciliar. Ela faz o papel de
filtro, purificando as águas a partir de atividades físicas e biológicas, contribuindo para a prevenção
do assoreamento dos corpos d’água superficiais (BITTENCOURT, 2014). Porém os impactos ambien-
tais, possuem resultados em bases ecológicas distintas.
Sendo assim, identificamos esses impactos nos meios urbanos, já que a degradação ambiental
do meio deixa o espaço vulnerável. Jatobá (2011), coloca que urbanização e meio ambiente têm
uma relação direta. A urbanização, por implicar a concentração de pessoas e atividades produtivas
sobre um espaço restrito, gera, necessariamente, impactos degradadores do meio ambiente com
efeitos sinérgicos e persistentes. Embora outras atividades, como a agricultura, a pecuária, a mi-
neração e a geração de energia, provoquem igualmente grandes impactos negativos sobre o meio
ambiente, a urbanização, por gerar de forma concentrada seus impactos ambientais e difundi-los
além dos limites urbanos, merece uma análise especial.
Barsano, Barbosa e Viana (2014) descrevem que o desenvolvimento tecnológico industrial, a
busca desenfreada de riquezas naturais e a falta de um planejamento de recuperação do meio am-
biente são as principais origens de um apanhado de consequências negativas ao meio ambiente,
como é o caso de grandes catástrofes naturais, enchentes e aquecimento global como nunca visto
antes. Como consequência, tem-se severos impactos ambientais que colocam em risco e ameaçam a
qualidade do ar, do solo, das águas, a vida dos animais e da flora e, até mesmo, do próprio homem.
O solo é um dos elementos mais importantes da natureza, mais que é extremamente prejudica-
do e protagonista dos impactos ambientais. Os impactos mais significativos são a erosão, desgaste
do solo pelo uso indiscriminado e abusivo de agroquímicos, desmatamento e queimadas; que pode
avançar para um estado de desertificação, anos depois. O uso inapropriado de técnicas agrícolas,
como a queima da vegetação, e a aragem excessiva, reduz a vida útil do solo, pois os nutrientes
localizados na superfície terrestre são retirados pela ação do vento e dessas práticas, o que favo-
rece a ação direta constante do sol e um continuo ressecamento da crosta, ocasionando perda de
produtividade nas plantações como afirma Barsano, Barbosa e Viana (2014).

43
A dependência de combustíveis fósseis gera gases tóxicos que alcançam os corpos d’água e inter-
ferem nos fenômenos climáticos (BITTENCOURT, 2014). Dessa forma, quando falamos de impactos
ambientais devemos nos referir qualquer ação que cause poluição, contaminação ou perda da área
causada por qualquer fator seja este agrícola ou urbano, ambos ligados a mineração. Os impactos
ambientais ocasionam vários danos às condições de vida dos seres vivos, pois interferem negativa-

UNIDADE 02
mente no solo, ar, nos recursos hídricos, na paisagem urbana e natural, na biodiversidade, na flora,
na fauna e na saúde pública; podem causar impactos isoladamente em um destes aspectos citados
ou em todos ao mesmo tempo, como ressalta Barsano, Barbosa e Viana (2014).
Bittencourt (2014) reforça que a ocorrência de impactos ambientais pode afetar significativamen-
te o nível de energia de um determinado sistema ambiental. Se esses impactos forem negativos, á
a necessidade de reestabelecimento do patamar energético inicial.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Os impactos ambientais negativos podem ser considerados menos desgastantes quando existe
a possibilidade de retorno à condição de equilíbrio correspondente ao momento anterior a inci-
dência do impacto; e o período de tempo para esse retorno seja curto.
Ainda Bittencourt (2014) afirma que quando á a liberação de muitos poluentes, ou uma pos-
sibilidade de desiquilíbrio energético, a Resolução 001, do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) (BRASIL, 1986), estabelece a necessidade de realização do Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) e da apresentação de uma versão menos técnica aos afetados, chamada de Relatório de Im-
pacto ao Meio Ambiente (RIMA), para aprovação ou consideração desses. Mesmo que a atividade
não esteja prevista na resolução, o órgão ambiental poderá estabelecer a necessidade e os requi-
sitos mínimos para a realização do EIA/RIMA.

SAIBA MAIS

A poluição pode ser compreendida como a inserção de algum poluente no meio ambiente, en-
quanto a degradação se refere à degeneração da qualidade ambiental (fatores químicos, físicos
e biológicos). O termo degradação ambiental está relacionado aos efeitos negativos ou adversos
causados ao ambiente, devido, principalmente, à intervenção do homem, sendo raramente em-
pregado para alterações oriundas de processos naturais. Entre os exemplos de degradação am-
biental, pode-se citar os desmatamentos, as queimadas e os incêndios, a degradação e a erosão
do solo, o descarte incorreto de resíduos sólidos, os modelos de agricultura não sustentável, a
mineração, entre vários outros.

Fonte: IBAMA. Manual de Recuperação de áreas degradadas pela mineração. Brasília, DF: IBAMA, 1990. 96p.

4.1 MEDIDAS DE CONTROLE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS


Stein (2017) ressalta que o AIA (avaliação de impactos ambientais) é um instrumento de políticas
públicas ambientais que facilita a compreensão dos conceitos relacionados a degradação ambiental.
Segundo o autor os principais impactos ambientais negativos devem ser monitorados e adotados
medidas de prevenção e recuperação de área.

44
Stein (2017) propõe três medidas de controle: prevenção, mitigação e recuperação ou compen-
sação da área. Sendo como medidas de prevenção a primeira a ser implantada, visto como objetivo
evitar que as atividades relacionadas ao empreendimento resultem em impactos ambientais nega-
tivos antes que eles aconteçam. Como por exemplo a construção de uma hidrelétrica, as principais
medidas de prevenção dos impactos negativos dessa obra estão relacionadas com alternativas lo-

UNIDADE 02
cais do empreendimento, que deve levar em conta a área de alagamento do reservatório, a capa-
cidade de geração, as faixas e áreas propícias à preservação e a possibilidade de aproveitamento
das estruturas e dos acessos já existentes no local.
Outra medida de controle é os planos de mitigação, que buscam reverter danos parciais e mini-
mizar situações de risco e de impactos ambientais por meio da intervenção em áreas vulneráveis
e da implementação de programas operacionais que permitam, em curto prazo, aliviar situações

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


críticas com base na definição de prioridades (GESTÃO AMBIENTAL, 2017). Ou seja, estes planos
devem manter, em estado próximo do natural, a maior parte das zonas degradadas; condicionar as
explorações agrícola e pecuária; impedir a ocupação com habitação nas áreas delimitadas de prote-
ção; condicionar as instalações industriais; desviar vias e transferir construções em zonas de risco;
limitar a construção de estradas marginais e a intensidade de tráfego; controlar a ocupação de terras
e extrações; investir em tecnologias que visam a reutilização da água (GESTÃO AMBIENTAL, 2017).
E por fim as medidas de recuperação ambiental que são uma obrigação civil que podem, ou
não, vir acompanhadas de pena. Trata-se de fazer com que a área degradada seja recuperada e re-
torne na forma que estava antes da atividade ser iniciada ou, pelo menos, o mais próximo possível
(STEIN, 2017, GESTÃO AMBIENTAL, 2017). A recuperação ambiental é definida como a restituição
de uma área degradada e seu respectivo ecossistema a uma condição mais próxima possível de sua
condição original, mas que pode ser diferente da mesma. Existem vários modelos e técnicas para
a recuperação de uma área degradada e sua escolha depende da situação de degradação da área
e das condições de regeneração do ecossistema afetado (GESTÃO AMBIENTAL, 2017).
Na próxima Unidade iremos conhecer algumas políticas públicas ambientais que defendem, ava-
liam e solucionam problemas causados pelos impactos ambientais e que afetam áreas e causam
degradação ambiental.

REFLITA

Qualquer atividade que o homem exerça no meio ambiente provocará um impacto ambiental.
Esse impacto, pode ser positivo ou negativo. Os impactos negativos no meio ambiente estão dire-
tamente relacionados com o aumento crescente das áreas urbanas, o aumento de veículos auto-
motivos, o uso irresponsável dos recursos, o consumo exagerado de bens materiais e a produção
constante de lixo.
Percebemos, portanto, que não apenas as grandes empresas afetam o meio, nós, com pequenas
atitudes, provocamos impactos ambientais diariamente. Dentre os principais impactos ambientais
negativos causados pelo homem, podemos citar a diminuição dos mananciais, extinção de espé-
cies, inundações, erosões, poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, chuva
ácida, agravamento do efeito estufa e destruição de habitats. Isso acarreta, consequentemente, o
aumento do número de doenças na população e em outros seres vivos e afeta a qualidade de vida.
Os impactos ambientais positivos, apesar de ocorrerem em menor quantidade, também aconte-
cem. Ao construirmos uma área de proteção ambiental, recuperarmos áreas degradadas, limpar-
mos lagos e promovermos campanhas de plantio de mudas, estamos também causando impacto
no meio ambiente. Essas medidas, no entanto, provocam modificações e alteram a qualidade de
vida dos humanos e de outros seres de uma maneira positiva.
Você também pode ajudar a diminuir o impacto ambiental negativo. Veja a seguir algumas dicas:

UNIDADE 02
• Economize água;
• Evite o consumo exagerado de energia;
• Separe os lixos orgânicos e recicláveis;
• Diminua o uso de automóveis;
• Consuma apenas o necessário e evite compras compulsivas;

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


• Utilize produtos ecológicos e biodegradáveis;
• Não jogue lixos nas ruas;
• Não jogue fora objetos e roupas que não usa mais. Opte por fazer doações.
Com atitudes simples, podemos diminuir nossos efeitos no meio ambiente. Pense nisso!

Fonte: Empresas e obras que podem causar grande impacto ambiental negativo devem apresentar um Estudo de Im-
pacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para que as atividades sejam ou não liberadas. Leia a
matéria completa no link: https://bit.ly/2TjXmXX. Acesso em 19 de abril de 2020.

LEITURA

Leia da página 55 a 60 do Livro “Tratamento de Água e Efluentes: Fundamentos de Saneamento


Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos” da autora Carmen Bittencourt, que aborda sobre as ati-
vidades humanas que causam impactos ambientais, muito importantes abordadas nesta Unidade.
BITTENCOURT C.; Tratamento de Água e Efluentes: Fundamentos de Saneamento Ambiental e
Gestão de Recursos Hídricos - Série Eixos – 1 ed. 2014.
Boa leitura!

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta Unidade aprendemos alguns conceitos sobre recuperação ambiental quando essa é en-
volvida com os recursos ambientais. Os recursos naturais (solo, ar, água, florestas, matas ciliares,
minerais, entre outros), utilizados pelo homem e que na maioria das vezes é o agente precursor
para as degradações de áreas.
Estes conceitos levam em consideração de que o homem é o agente principal da degradação
ambiental e é, através das suas atividades que fragmentam o habitat que resulta em impactos

46
ambientais, a longo prazo, dos quais podem destruir ecossistemas inteiros e; reduzem o espaço de
espécies de animais selvagens que exigem grandes extensões de terra para satisfazer todas neces-
sidades de alimento.
Quando uma área está sendo impactada seja por qualquer fator, acontece um desiquilíbrio geral
na sua manutenção, como por exemplo a ciclagem de nutrientes. Essa ciclagem de nutrientes gera

UNIDADE 02
danos, como desiquilíbrio na fertilidade do solo, poluição, aquecimento, desregulação nos ciclos
hidrológicos contribuído para a estiagem.
E esses fatores prejudicam muito o equilíbrio da área, pois o ambiente está sob constante modi-
ficação causada por processos naturais, como deslizamentos de terra, terremotos, tsunamis, fura-
cões e incêndios florestais que podem inviabilizar o funcionamento ao longo do tempo em função
da dizimação de comunidades de plantas e animais. Uma boa condição de funcionamento dos re-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


cursos naturais é fundamental para garantir a capacidade produtiva dos agroecossistemas, além
de outros serviços ambientais essenciais, incluindo o fluxo e a qualidade da água, a biodiversidade
e o equilíbrio de gases atmosféricos.
A presença de nutrientes, a cobertura vegetal, a cor do solo, a presença ou não de rochas, o
escoamento superficial das águas após as grandes chuvas e a facilidade de trabalhar o solo são
características, fundamentais para garantir uma boa qualidade da área. Além do mais, processos
reguladores em áreas sobre recuperação é necessário incorporar certo nível de diversidade de es-
pécies possibilitando a evolução natural da paisagem para um sistema mais avançado de sucessão
e mais próximo da estabilidade.
Sendo assim, nesta Unidade compreendemos a importância de manter um equilíbrio dentro de
um ecossistema e saber interagir com esse, para que os impactos ambientais não sejam totalmente
negativos e as áreas em degradação sejam regeneradas, restauradas ou reintegradas. Pois ser um
recurso natural, pode ser um bem finito se utilizada de forma consciente para garantir que esse
recurso ainda exista para as futuras gerações.

ANOTAÇÕES

47
UNIDADE

03
COMPETÊNCIAS AO
PROFISSIONAL NAS
ÁREAS AMBIENTAIS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Nesta Unidade trataremos das leis que fazem parte da legislação ambiental, instru-
mentos de extrema importância para a preservação e utilização responsável, racional
e sustentada do meio ambiente com vistas a legarmos aos nossos descendentes, se
não uma vida saudável, pelo menos com chances de sobrevivência.

VÍDEOS DA UNIDADE

https://qr.page/g/4v615tZ9PNP https://qr.page/g/1rcTfSSTcIW https://qr.page/g/2M2pnMisrfx


INTRODUÇÃO
As consequências negativas da interferência do homem na natureza levam a necessidade de um
conhecimento para as áreas ambientais voltada para a preservação e ao mesmo tempo utilização

UNIDADE 03
racional dos recursos naturais. Quando infere que a falta de planejamento adequado na utilização
dos recursos naturais, acarretará no esgotamento desses, que muitas vezes são irrecuperáveis. Des-
sa forma, é necessário conhecer as leis que regem a política ambiental nacional.
A legislação ambiental faz o controle da devastação ambiental em suas diversas formas. A quanti-
dade de normas dificulta a complexidade técnica, o conhecimento e a instrumentalização e aplicação
do direito nesse ramo. O ideal é a extração de um sistema coerente, cuja finalidade é a proteção do

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


meio ambiente. Para a aplicação das normas da legislação ambiental, é importante compreender
as noções básicas e adequá-las à interpretação dos direitos ambientais.
Barsano et al. (2014) aborda conceitos, definições e objetivos da Lei de Ação Civil Pública (Lei nº
7.347/85), da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), das penas aplicáveis da Lei nº 9.605/98,
do novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) e suas definições técnicas e polêmicas. Trata, ainda,
de área de preservação permanente, regime de proteção das áreas de preservação permanente,
áreas de uso restrito, áreas de reserva legal, regime de proteção da reserva legal, coleta de produ-
tos florestais, manejo florestal, regime de proteção das áreas verdes urbanas, cadastro ambiental
rural, exploração da floresta, Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei nº
9.985/2000), Lei de Gestão das Florestas Públicas, Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/2006), Lei
de Proteção da Fauna (Lei nº 5.197/67) e o Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001).
Como já dito, meio ambiente pode ser definido como o conjunto de condições e de fatores fí-
sicos, químicos, climáticos e biológicos, entre outros, que favorece a existência, a manutenção e o
desenvolvimento da vida animal e vegetal em interdependência em determinada área. Esse con-
junto de condições é necessário à existência de vida animal e vegetal e é de total importância, de-
vendo ser protegida, mas para sua proteção é necessária uma sistemática legal eficaz, bem como
uma fiscalização concreta na execução das políticas ambientais e no direcionamento de obras que
demandem depredação ao meio ambiente. Por último, é importante que seja permitida a provo-
cação e consequente atuação do Poder Judiciário na repreensão dos transgressores para que seja
mantida a ordem pública ambiental. Dessa forma, nesta Unidade será abordado conceitos sobre
meio ambiente, órgão especializados em proteger o meio e leis pertinentes para que essas áreas
degradadas que fazem parte do meio ambiente sejam protegidas.

1. CONCEITOS AMBIENTAIS
1. Meio ambiente: Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, quími-
ca e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. (Conceito extraído
da Lei nº 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).

49
2. Degradação ambiental: Alteração adversa das características do meio ambiente. (Conceito
extraído da Lei nº 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).
3. Poluição: Degradação da qualidade ambiental resultante de atividades, que ou indiretamen-
te prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas
às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições

UNIDADE 03
estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os
padrões ambientais estabelecidos. (Conceito extraído da Lei nº 6.938/81 da Política Nacional
do Meio Ambiente) Biota: são as diversas espécies que vivem na mesma região.
4. Poluidor: Pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, responsável, direta ou indi-
retamente, por atividade causadora de degradação ambiental. (Conceito extraído da Lei nº
6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


5. Recursos ambientais: A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuá-
rios, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Conceito
extraído da Lei nº 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).
6. Bem ambiental: Definido constitucionalmente como sendo de uso comum do povo e es-
sencial à sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações. (Art. 225, caput, CF/88).

2. DIREITO AMBIENTAL
O Direito Ambiental diz respeito à proteção jurídica do meio ambiente. Para facilitar a sua aborda-
gem didática, o meio ambiente é dividido em: natural, artificial, cultural e do trabalho. A legislação
ambiental faz o controle de poluição em suas diversas formas. A quantidade de normas dificulta a
complexidade técnica, o conhecimento e a instrumentalização e aplicação do direito nesse ramo
do direito. O ideal é a extração de um sistema coerente, cuja finalidade é a proteção do meio am-
biente. Para a aplicação das normas de direito ambiental, é importante compreender as noções
básicas e adequá-las à interpretação dos direitos ambientais. Alguns princípios norteiam o direito
ambiental para que esse possa ocorrer, são eles:
• Princípio da Legalidade: Necessidade de suporte legal para obrigar-se a algo. Obrigatorieda-
de de obediência às leis (art.5, II da Constituição Federal);
• Princípio da Supremacia do Interesse Público: A proteção ambiental é um direito de todos,
ao mesmo tempo em que é uma obrigação de todos (art. 225, CF). Isto demonstra a nature-
za pública desse bem, o que leva a sua proteção a obedecer ao princípio de prevalência do
interesse da coletividade, ou seja, do interesse público sobre o privado na questão de pro-
teção ambiental.
• Princípio da Obrigatoriedade da Proteção Ambiental: Esse princípio está estampado no art.
225, caput, da Constituição Federal, que diz que o Poder Público e a coletividade devem as-
segurar a efetividade do direito ao meio ambiente sadio e equilibrado.

50
• Princípio da Prevenção ou Precaução: Baseado no fundamento da dificuldade e/ou impos-
sibilidade de reparação do dano ambiental. Artigo 225, §1º, IV da Constituição Federal, que
exige o EIA/RIMA; Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, prin-
cípio 15 que diz para proteger o meio ambiente,. quando houver ameaça de danos sérios ou
irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para

UNIDADE 03
executar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
• Princípio do Poluidor-Pagador: Este princípio se baseia na necessidade da reparação dos da-
nos causados por quem polui; desmatamentos, poluição das águas, queimadas, dispersão de
resíduos tóxicos e outros tipos de degradação ambiental causam muitas perdas ambientais,
sociais e econômicas. Portanto, não basta pagar uma multa, é necessário que o poluidor arque
com todo o ônus financeiro que suas atividades possam causar no meio ambiente natural e

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


no artificial. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, princípio
16. Art. 4º, Lei nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) e Lei nº 9.433/97 (Lei das
Águas) e art. 225, § 3º Constituição Federal.
• Princípio da Compensação: Esse princípio não está expressamente previsto na legislação,
mas existe em virtude da necessidade de se encontrar uma forma de reparação do dano
ambiental, principalmente quando irreversível. O causador do dano irreversível pode fazer
uma compensação com uma ação ambiental. Ex. o aterro irreversível de uma lagoa onde há
vida selvagem, pode ser compensado com medidas de proteção efetiva em um lugar similar,
ou mesmo a restauração de uma outra lagoa próxima. O art. 8º, da Lei nº 6.938/81, diz que
compete ao CONAMA, entre outras coisas, homologar acordos visando à transformação de
penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção am-
biental. Estando aí uma possibilidade de se compensar o prejuízo com uma ação ambiental.
• Princípio da Responsabilidade: Todo aquele que praticar um crime ambiental estará sujeito
a responder, podendo sofrer penas na área administrativa, penal e civil. Lei 9.605/98, que
trata dos crimes ambientais; Lei nº 6.938/81, art.14º que trata da responsabilidade objetiva
do degradador.

VÍDEO

Os crimes ambientais são muitos e esparsos, pois são considerados crimes ambientais as agressões
ao meio ambiente e seus componentes (flora, fauna, recursos naturais, patrimônio cultural) que
ultrapassam os limites estabelecidos por lei. Ou ainda, a conduta que ignora normas ambientais
legalmente estabelecidas mesmo que não sejam causados danos ao meio ambiente. No link a se-
guir assista ao vídeo e você irá entender sobre os crimes ambientais perante a legislação ambien-
tal: Disponível em: https://bit.ly/37A28Jh. Acesso 28 de abril de 2020.

51
3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
A legislação ambiental no Brasil é uma das mais completas e avançadas do mundo. Criada com
o intuito de proteger o meio ambiente e reduzir ao mínimo as consequências de ações devastado-

UNIDADE 03
ras, seu cumprimento diz respeito tanto às pessoas físicas quanto às jurídicas.
Essas leis ambientais definem normas e infrações e devem ser conhecidas, entendidas e prati-
cadas. Afinal, há um processo de mudança de comportamento na sociedade civil e no mundo em-
presarial, que não está associado apenas às eventuais penalidades legais, mas à adoção de uma
postura de responsabilidade compartilhada entre todos para vencer os desafios ambientais, que
já vivenciamos.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Por meio de leis, decretos, resoluções, normas técnicas ou políticas ambientais, de caráter pú-
blico ou privado, todo este corpo jurídico e normativo tem como finalidade a proteção de florestas
e outros componentes da flora, das espécies animais e de nossas reservas naturais; na prevenção
à poluição do solo, do ar e das águas subterrâneas e superficiais; na implantação de programas de
conscientização e educação ambiental; na orientação às empresas, à sociedade civil e aos entes
federados da União; no cumprimento de acordos e protocolos internacionais e na aplicação de pu-
nição aos infratores como ressalta Barsano et al. (2014).
Vejamos resumidamente as leis mais pertinentes e utilizadas no âmbito ambiental:

3.1 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


(ART. 225)
3.1.1 AÇÃO CIVIL PÚBLICA

» Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985 – disciplina a ação civil pública de responsabilidade por
danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico e dá outras providências.

AGRICULTURA:
» Lei nº 6.894, de 16 de fevereiro de 1980 – dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e
do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, destina-
dos à agricultura e dá outras providências. Regulamentada pelo Decreto nº 86.955, de 18 de
fevereiro de 1982.
» Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 – dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção,
a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda
comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagem, o
registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes
e afins e dá outras providências. Regulamenta pelo Decreto nº 98.816/90;
» Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991 – dispõe sobre a política agrícola;

52
» Lei n° 9.272, de 03 de maio de 1996 - Acrescenta incisos ao Artigo 30 da Lei 8.171, de 17 de Ja-
neiro de 1991, que dispõe sobre a política agrícola;
» Lei nº 9.974, de 06 de junho de 2000 - altera a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe
sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o ar-
mazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exporta-

UNIDADE 03
ção, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção
e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.
» Decreto nº 3.550, de 27 de julho de 2000- Dá nova redação a dispositivos do Decreto nº 98.816,
de 11 de janeiro de 1990, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a emba-
lagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial,
a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro,

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.

ÁGUA:
» Decreto nº 23.777, de 23 de janeiro de 1934 – regulariza o lançamento de resíduo industrial das
usinas açucareiras nas águas pluviais.
» Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934 - Decreta o Código de Águas.
» Decreto-Lei nº 3.094, de 05 de março de 1941 - Dispõe sobre as fontes de águas minerais, ter-
mais e gasosas.
» Decreto-Lei nº 3.763, de 25 de outubro de 1941 - Consolida disposições sobre águas e energia
elétrica, e dá outras providências.
» Decreto-Lei nº 7.841, de 08 de agosto de 1945 - Código de Águas Minerais.
» Lei n° 3.824, de 23 de novembro de 1960 - Torna obrigatória a destoca e consequente limpeza
das bacias hidráulicas, dos açudes, represas ou lagos artificiais.
» Decreto nº 50.877, de 29 de junho de 1961 - Dispõe sobre o lançamento de resíduos tóxicos ou
oleosos nas águas interiores ou litorâneas do País e dá outras providências.
» Decreto nº 94.076, de 05 de março de 1987 - Institui o Programa Nacional de Microbacias Hi-
drográficas e dá outras providências.
» Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988 – institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro.
» Lei nº 7.754, de 14 de agosto de 1989 – estabelece medidas para proteção das florestas exis-
tentes nas nascentes dos rios.
» Decreto nº 1.530, de 22 de junho de 1995- Declara a entrada em vigor da Convenção das Nações
Unidas sobre o Direito do Mar, concluída em Montego Bay, Jamaica, em 10 de dezembro de 1982.
» Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 – institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei
das Águas).
» Decreto nº 2.612, de 03 de junho de 98- regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hídricos,
e dá outras providências. (REVOGADA)

53
» Decreto nº 2.869, de 09 de dezembro de 1998 - Regulamenta a cessão de águas públicas para
exploração da aquicultura e dá outras providências
» Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000- dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas- ANA.
» Lei nº 10.670, de 14 de maio de 2003 - Institui o Dia Nacional da Água.

UNIDADE 03
» Lei nº 10.881, de 09 de junho de 2004- dispõe sobre os contratos de gestão entre a Agência Na-
cional de Águas e entidades delegatárias das funções de Agências de Águas relativas à gestão
de recursos hídricos de domínio da União e dá outras providências.

BIOSSEGURANÇA/BIODIVERSIDADE:
» Lei nº 8.974, de 05 de janeiro de 1995 – Regulamenta os incisos II e V do § 1º do art. 225 da

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Constituição Federal, estabelece normas para o uso das técnicas de engenharia genética e libe-
ração no meio ambiente de organismos geneticamente modificados, autoriza o Poder Executivo
a criar, no âmbito da Presidência da República a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança e
dá outras providências (REVOGADA segundo a Lei nº 11.105/2005).
» Decreto nº 2.519, de 16 de março de 1998 – Promulga a Convenção sobre Diversidade Biológica,
assinada no Rio de Janeiro, em 5 de junho de 1992.
» Decreto nº 4.284, de 26 de junho de 2002 - Institui o Programa Brasileiro de Ecologia Molecular
para o Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia – PROBEM, e dá outras providências.
» Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002- Institui princípios e diretrizes para a implementação
da Política Nacional da Biodiversidade.
» Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005 - Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da
Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades
que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho
Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
– CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei nº 8.974, de 5
de janeiro de 1995, e a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º,
6º, 7º, 8º, 9º, 10º e 16º da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências.

BIOTECNOLOGIA/ENGENHARIA GENÉTICA:
» Decreto nº 2.929, de 11 de janeiro de 1999 – promulga o Estatuto e o Protocolo do Centro In-
ternacional de Engenharia Genética e Biotecnologia, adotados em Madri, em 13 de setembro
de 1983, e em Viena, em 4 de abril de 1984, respectivamente, e assinados pelo Brasil em 5 de
maio de 1986.
» Decreto nº 3.945, de 28 de setembro de 2001 - Define a composição do Conselho de Gestão
do Patrimônio Genético e estabelece as normas para o seu funcionamento, mediante a regu-
lamentação dos arts. 10º, 11º, 12º, 14º, 15º, 16º, 18º e 19º da Medida Provisória nº 2.186-16,
de 23 de agosto de 2001, que dispõem sobre o acesso ao patrimônio genético, a proteção e o
acesso ao conhecimento tradicional associado, a repartição de benefícios e o acesso à tecno-
logia e transferência de tecnologia para sua conservação e utilização, e dá outras providências.

54
» Lei nº 10.332, de 19 de dezembro de 2001 - Institui mecanismo de financiamento para o Pro-
grama de Ciência e Tecnologia para o Agronegócio, para o Programa de Fomento à Pesquisa em
Saúde, para o Programa Biotecnologia e Recursos Genéticos – Genoma, para o Programa de Ci-
ência e Tecnologia para o Setor.

UNIDADE 03
CRIMES AMBIENTAIS:
» Lei nº 9.456, de 28 de abril de 1997 – institui o direito de proteção de cultivares e dá outras
providências.
» Lei nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998 – dispõe sobre as sanções penais e administrativas de-
rivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
» Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999 - dispõe sobre a especificação de sanções aplicá-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


veis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

DESERTIFICAÇÃO:
» Decreto nº 2.741, de 20 de agosto de 1998- Promulga a Convenção Internacional de Combate à
Desertificação nos Países Afetados por Seca Grave e/ou Desertificação, particularmente na África.

ECOTURISMO:
» Lei n° 6.513, de 20 de dezembro de 1977- Dispõe sobre a criação de Áreas Especiais e de Locais de
Interesse Turístico; sobre o inventário com finalidades turísticas dos bens de valor cultural e natural.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
» Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 - dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Na-
cional de Educação Ambiental e dá outras providências.
» Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002- Regulamenta a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999,
que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências.

ENERGIA ELÉTRICA:
» Lei nº 10.847, de 15 de março de 2004 – Autoriza a criação da Empresa de Pesquisa Energética
– EPE e dá outras providências.

FAUNA:
» Decreto nº 24.645, de 10 de julho de 1934 - dispõe sobre maus tratos em animais.
» Decreto nº 28.524, de 18 de agosto de 1950 - Promulga a Convenção Internacional para a Re-
gulamentação da Pesca da Baleia e o Regimento anexo à mesma, assinados em Washington, a
2 de dezembro de 1946.
» Decreto nº 46.873, de 16 de setembro de 1959 - Promulga o Protocolo Adicional à Convenção
Internacional para a Regulamentação da Pesca da Baleia, entre os Estados Unidos do Brasil e
outros países, assinado em Washington, em 4 de dezembro de 1956.
» Lei nº 5.197, de 31 de janeiro de 1967 – dispõe sobre a proteção à fauna.

55
» Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967 – dispõe sobre a proteção e estímulo à pesca.
» Decreto nº 63.234, de 12 de setembro de 1968- Institui o “Dia da Ave” e dá outras providências.
» Decreto Legislativo nº 77, de 05 de dezembro de 1973- Aprova o texto da Convenção Internacional
para a Regulamentação da Pesca da Baleia, concluída em Washington, a 2 de dezembro de 1946.

UNIDADE 03
» Decreto nº 73.497, de 17 de janeiro de 1974- Promulga a Convenção Internacional para a Regu-
lamentação da Pesca da Baleia.
» Decreto nº 76.623, de 17 de novembro de 1975 - Promulga a Convenção sobre Comércio Inter-
nacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (convenção essa regu-
lamentada pelo Decreto nº 3.607, de 21 de setembro de 2000).
» Lei n° 6.638, de 08 de maio de 1979 - Estabelece normas para a prática didática - científica da

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


vivisseção de animais e determina outras providências.
» Lei nº 7.173, de 14 de dezembro de 1983- dispõe sobre o estabelecimento e funcionamento de
jardins zoológicos.
» Lei nº 7.643, de 18 de dezembro de1987 - proíbe a pesca de cetáceo nas águas jurisdicionais
brasileiras.
» Decreto n° 97.633, de 10 de abril de 1989 - Dispõe sobre o Conselho Nacional de Proteção à
Fauna - CNPF, e dá outras providências.
» Decreto n° 66, de 18 de março de 1991 - Promulga a Convenção Para a Conservação das Focas
Antárticas, concluída em Londres, a 1° de Junho de 1972.
» Lei nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998 - dos crimes ambientais.
» Decreto nº 3.607, de 21 de setembro de 2000 - Dispõe sobre a implementação da Convenção
sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção -
CITES, e dá outras providências (convenção esta promulgada pelo Decreto nº 76.623, de 17 de
novembro de 1975).
» Decreto nº 3.842, de 13 de junho de 2001- Promulga a Convenção Interamericana para a Proteção
e a Conservação das Tartarugas Marinhas, concluída em Caracas, em 1º de dezembro de 1996.
» Decreto nº 4.256, de 03 de junho de 2002 - Promulga o Protocolo Adicional ao Acordo para a
Conservação da Fauna Aquática nos Cursos dos Rios Limítrofes entre o Governo da República
Federativa do Brasil e o Governo da República do Paraguai, celebrado em Brasília, em 19 de
maio de 1999.
» Lei nº 10.519, de 17 de julho de 2002- Dispõe sobre a promoção e a fiscalização da defesa sani-
tária animal quando da realização de rodeio e dá outras providências.

FLORESTAS E VEGETAÇÃO NATIVA (FLORA):


» Decreto nº 37.884, de 13 de setembro de 1955 - Regula exportação de plantas ornamentais.
(REVOGADA).
» Lei nº 4.771, de 19 de setembro de 1965 - institui o novo Código Florestal.

56
» Lei nº 6.535, de 15 de janeiro de 1978 - inclui no rol das áreas de preservação permanente as
florestas situadas em Regiões Metropolitanas.
» Lei nº 6.607, de 07 de dezembro de 1978- declara o pau-brasil Árvore Nacional, institui o Dia do
Pau-Brasil e dá outras providências.

UNIDADE 03
» Decreto nº 84.017, de 21 de setembro de 1979 - aprova o Regulamento dos Parques Nacionais
Brasileiros.
» Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981 - dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de
Proteção Ambiental.
» Lei nº 7.511, de 7 de julho de 1986 - altera o Código Florestal.
» Lei n° 7.754, de 14 de abril de 1989 - Estabelece medidas para proteção das florestas estabele-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


cidas nas nascentes dos rios e dá outras providências.
» Decreto nº 318, de 31 de outubro de 1991 - Promulga o novo texto da Convenção Internacional
para a Proteção dos Vegetais.
» Decreto nº 750, de 10 de fevereiro de 1993 - dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão
de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração de Mata Atlântica, e
dá outras providências.
» Lei nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998 - dos crimes ambientais.
» Decreto nº 2.707, de 04 de agosto de 1998 - promulga o Acordo Internacional de Madeiras Tro-
picais, assinado em Genebra, em 26 de janeiro de 1994.
» Decreto Legislativo nº 28, de 19 de abril de 1999 - Aprova o texto da Convenção Internacional
para a Proteção de Obtenções Vegetais, de 2 de dezembro de 1961, revista em Genebra, em 10
de novembro de 1972 e 23 de outubro de 1978.

FUNDO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE:


» Lei n° 7.797, de 10 de julho de 1989 - Cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente e dá outras
providências.
» Decreto n° 98.161, de 21 de setembro de 1989 - Dispõe sobre a administração do fundo Nacio-
nal de Meio Ambiente, e dá outras providências. (REVOGADA).
» Decreto nº 3.524, de 26 de junho de 2000- Regulamenta a Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989,
que cria o Fundo Nacional do Meio Ambiente e dá outras providências.

GERAL:
» Decreto nº 58.054, de 23 de março de 1966 - Promulga a Convenção para a proteção da flora,
fauna e das belezas cênicas dos países da América.
» Decreto n° 80.978, de 12 de dezembro de 1977 - Promulga a convenção relativa à proteção do
patrimônio mundial, cultura e natural, de 1972.
» Decreto nº 86.028, de 27 de maio de 1981- Institui em todo o Território Nacional a Semana Na-
cional do Meio Ambiente, e dá outras providências.

57
» Decreto nº 97.946, de 11 de julho de 1989 - Dispõe sobre a Estrutura Básica do Instituto Brasi-
leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e dá outras providências.
(REVOGADA).
» Decreto nº 78, de 05 de abril de 1991 - Aprova a Estrutura Regimental do Instituto Brasilei-
ro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e dá outras providências.

UNIDADE 03
(REVOGADA).
» Decreto n° 1.205, de 01 de agosto de 1994 - Aprova a Estrutura Regimental do Ministério do
Meio Ambiente e da Amazônia Legal, e dá outras providências.
» Decreto nº 1.905, de 16 de maio de 1996 - Promulga a Convenção sobre Zonas Úmidas de Im-
portância Internacional, Especialmente como “Habitat” de Aves Aquáticas, Conhecida como

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Convenção de Ramsar, de 02 de fevereiro de 1971.
» Decreto nº 4.326, de 08 de agosto de 2002- Institui, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente,
o Programa Áreas Protegidas da Amazônia - ARPA, e dá outras providências.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS:
» Decreto nº 3.515, de 20 de junho de 2000 - Cria o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e
dá outras providências.

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE:


» Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 - dispõe sobre a Política do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Regulamentada pelo Decreto
nº 99.274/90.
» Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000 - altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, e dá outras providências.

POLUIÇÃO:
» Decreto-Lei n° 1.413, de 14 de agosto de 1975 - Dispõe sobre o controle da poluição do meio
ambiente provocada por atividades industriais.
» Decreto n° 76.389, de 03 de outubro de 1975- Dispõe sobre as medidas de prevenção e contro-
le da poluição industrial de que trata o Decreto-Lei 1.413, de 14 de agosto de 1975, e dá outras
providências.
» Decreto Legislativo nº 74, de 30 de setembro de 1976- Aprova o texto da Convenção Internacio-
nal sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo.
» Decreto nº 79.437, de 28 de março de 1977 - Promulga a Convenção Internacional sobre Res-
ponsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo, 1969.
» Decreto no 83.540, de 04 de junho de 1979 - Regulamenta a aplicação da Convenção Interna-
cional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo, de 1969, e dá
outras providências.

58
» Decreto nº 87.566, de 16 de setembro de 1982 - Promulga o texto da Convenção sobre Preven-
ção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e Outras Matérias, concluída em Londres,
a 29 de dezembro de 1972.
» Lei n° 8.723, de 28 de outubro de 1993 - Dispõe sobre a redução de emissão de poluentes por
veículos automotores e dá outras providências.

UNIDADE 03
» Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000 - Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da
poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas
sob jurisdição nacional e dá outras providências.
» Decreto nº 4.136, de 20 de fevereiro de 2002- Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis
às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na
Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000, e dá outras providências.

QUEIMADAS:
» Lei nº 4.771, de 19 de setembro de 1965, art. 27 (Código Florestal).
» Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998 - regulamenta o artigo 27 da Lei nº 4.771/65. Lei nº
9.605, de 13 de fevereiro de 1998 - dos crimes ambientais, arts.14 e 15.

RESERVA LEGAL:
» Lei nº 4.771, de 19 de setembro de 1965, art. 16 (Código Florestal).

RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN):


» Decreto nº 1.992, de 05 de junho de 1996 - dispõe sobre o reconhecimento das Reservas Parti-
culares do Patrimônio Natural, e dá outras providências.

SANEAMENTO:
» Lei n° 5.318, de 26 de setembro de 1967 - Institui a Política Nacional de Saneamento e cria o
Conselho Nacional de Saneamento.
» Lei n° 11.445, de 05 de janeiro de 2007- Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.

SOLO:
» Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 - dispõe sobre parcelamento do solo urbano.
» Lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989 - Institui o Dia Nacional da Conservação do Solo a ser
comemorado, em todo o País, no dia 15 de abril de cada ano.
» Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001- regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal,
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO:
» Lei nº 9.985, de 18 de junho de 2000- regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Consti-
tuição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e dá outras providências.

59
» Decreto nº 3.834, de 5 de junho de 2001- regulamenta o art. 55 da Lei n° 9.985, de 18 de julho
de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
» Natureza, e delega competência ao Ministro de Estado do Meio Ambiente para a prática do ato
que menciona, e dá outras providências. (REVOGADA).

UNIDADE 03
» Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002- regulamenta artigos da Lei 9.985, de 18 de julho de
2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza- SNUC, e
dá outras providências.
Obs.: Há ainda leis estaduais e municipais, portarias dos órgãos do SISNAMA e resoluções do
CONAMA. Todas as leis estão linkadas para sites oficiais do Governo (Planalto ou Senado).

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


4. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE- APP
Alguns espaços territoriais e seus componentes foram assinalados na expressiva maioria dos
Estados brasileiros, como “áreas de preservação permanente” (APP), que são espaços, tanto de
domínio público quanto de domínio privado, que limitam constitucionalmente o direito de proprie-
dade, levando-se em conta, sempre, a função ambiental da propriedade.
No entanto, é desnecessária a desapropriação da área de preservação permanente, pois a mesma
não inviabiliza totalmente o exercício do direito de propriedade. As Constituições Estaduais prote-
gem esses espaços por elas delineados, com a garantia de que somente mediante lei, eles poderão
ser alterados ou suprimidos (Art. 225, § 1º, III da CR/88).
A Resolução CONAMA 302, de 20 de março de 2002, estabeleceu que a APP tem a “função am-
biental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o
fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”.
A APP é constituída pela flora/florestas e demais formas de vegetação (Art. 2º caput e 3º caput do
Código Florestal) - fauna, solo, ar e águas. (Lei nº 4.771/1965 e 7.803/1989 e ainda Resolução CO-
NAMA 303 de 20 de março de 2002).
Segundo Barsano et al. (2014) considera-se área de preservação permanente (APP), em zonas
rurais ou urbanas:
» As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, desde a borda da
calha do leito regular, em largura mínima de 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos
de 10 (dez) metros de largura; 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10
(dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham
de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 200 (duzentos) metros, para os cursos
d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 500 (quinhentos)
metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
» As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: 100 (cem)
metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície,
cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

60
» As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou repre-
samento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
» As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação
topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;

UNIDADE 03
» As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cen-
to) na linha de maior declive;
» As restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
» Os manguezais, em toda a sua extensão;
» As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior
a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


» No topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente
a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo está defini-
da pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos
ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
» As áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
» Em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) me-
tros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. Nos termos do art. 6ª desse
mesmo diploma legal (Lei nº 12.651/2012), consideram-se, ainda, de preservação permanente,
quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas
com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades:
a) Conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;
b) Proteger as restingas ou veredas;
c) Proteger várzeas;
d) Abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção;
e) Proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico;
f) Formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
g) Assegurar condições de bem-estar público;
h) Auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares;
i) Proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional.

4.1 TIPOS DE APP


São APPs, segundo o Art. 4º da Lei nº 12.651/2012, com as modificações introduzidas pela Lei
nº 12.727/2012, aquelas situadas em zonas rurais ou urbanas, com as seguintes categorias: as fai-
xas marginais de qualquer curso de água, as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, áreas no

61
entorno dos reservatórios de águas artificiais, as áreas no entorno das nascentes e dos olhos de
águas perenes, qualquer que seja a situação geográfica.
As encostas ou partes com declividade superior a 45º, equivalente a 100% (cem por cento) na
linha de maior declive, as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues, os
manguezais em toda a sua extensão, as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura

UNIDADE 03
de relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais.
No topo dos morros montes montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25º áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3
(dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação a base, áreas em altitude superior
a 1.800 (mil e oitocentos) metros qualquer que seja a vegetação, em veredas, a faixa marginal, em
projeção horizontal com largura mínima de 50 (cinquenta) metros a partir do limite do espaço per-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


manentemente brejoso e encharcado.
Segundo Machado (2013), as APPs também podem ser divididas em três grandes categorias: a
primeira como protetora das águas, a segunda como protetora das montanhas e a terceira como
protetora de ecossistemas determinados. As matas ciliares também são importantes APPs, e se-
gundo o art. 3º constitui área de Preservação Permanente a área situada em faixa marginal, medi-
da a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de trinta metros, para
o curso d`água com menos de dez metros de largura como observamos na figura 1:

Figura 1 - Mata ciliar e distancia conforme tamanho da encosta

Fonte: Antônio Carlos Palácios (SMA/CRHi)/Resolução CONAMA 303/2002.

4.2 RESERVA FLORESTAL LEGAL


Da mesma forma que as florestas e demais formas de preservação permanente a Reserva Flo-
restal Legal decorre de normas legais que limitam o direito de propriedade. A diferença entre elas
diz respeito ao que indica o domínio, pois que a Reserva Florestal Legal dos arts. 16 e 44 do Código
Florestal incide somente sobre o domínio privado ao passo que as Áreas de Preservação Perma-
nente incidem sobre o domínio privado e público (Lei nº 4.771/65 e Lei nº 5.197/67).

62
A Reserva Florestal Legal é espaço territorialmente protegido, conforme o art. 225, § 1º, III da
CF/88. Para assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, como bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, incumbe ao Poder Público definir, em todas
as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente prote-
gidos, sendo a alteração e supressão permitidas somente através de lei. Assim a Reserva Florestal

UNIDADE 03
Legal, não só é protegida pela lei ordinária como pela própria Constituição da República. Portan-
to, a não ser por consentimento expresso da lei federal, nem o proprietário privado nem o Poder
Executivo (quaisquer órgãos da Administração Pública) podem consentir na diminuição e na de-
predação da Reserva Florestal Legal (Art. 225, § 1º, III da CF/88). Observe na figura 2 uma reserva
florestal legal na propriedade rural:

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Figura 2 - Reserva Florestal Legal em propriedade

Fonte: Cartilha do código florestal brasileiro.

4.3 FAUNA
Conjunto de espécies animais que vivem num determinado país ou região, entendendo-se que
fauna silvestre não significa exclusivamente a fauna encontrada na selva, pois o marco referencial
legal para diferenciar fauna doméstica da não domesticada, foi “a vida natural em liberdade” ou
“fora do cativeiro”, segundo o estabelecido na lei que caracterizou a fauna a ser protegida como os
animais que vivem naturalmente fora do cativeiro (Art. 1º da Lei nº 5.197/67).
Competência para Legislar Sobre Fauna: A Constituição Federal inseriu o tema “fauna” na com-
petência concorrente da União e dos Estados (Art. 24, VI da CF/88). A Lei nº 9.605/98 definiu com
espécies de fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quais-
quer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo

63
dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras (Art. 29, § 3 º da Lei nº
9.605/98- Lei de Crimes Ambientais).

4.4 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

UNIDADE 03
As Unidades de Conservação integram o SNUC (Sistema Nacional de Conservação), criado em
2000, pela Lei nº 9.985, são entendidas como sendo o espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo
Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administra-
ção, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Art. 2º, I da Lei nº 9.985/2000. Divide-se
em dois grupos: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. O art. 22 esclarece
que as unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público. Nada impede, contudo, que

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


se utilize à lei, como instrumento para sua criação.
» Unidades de Proteção Integral = Compostas por cinco categorias de unidades de conservação:
Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento Natural; Refúgio de Vida
Silvestre.
Na Estação Ecológica, além da preservação da natureza, também ocorrem as pesquisas cien-
tíficas. Na Reserva Biológica, a biota e outros atributos naturais são preservados integralmente,
mediante a não intervenção humana direta ou modificações ambientais, salvo quando necessárias
para recuperar os ecossistemas alterados e as ações de diversidade biológica e os processos eco-
lógicos naturais.
Nos Parques Nacionais existe a preservação dos ecossistemas naturais de grande relevância eco-
lógica e beleza cênica. É o local onde ocorrem pesquisas científicas, desenvolvimento de atividades
de educação e interpretação ambiental, bem como recreação e turismo ecológico. No Refúgio de
Vida Silvestre são garantidas condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunida-
des da flora local e da fauna residente ou migratória.
» Unidades de Uso Sustentável = Compostas por sete categorias de unidades de conservação:
Área de Proteção Ambiental; Área de Relevante Interesse Ecológico; Floresta Nacional; Reserva
Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável; Reserva Particular do
Patrimônio Natural.
Trata-se de uma área extensa, podendo ter ocupação humana, constituída por atributos abióti-
cos, bióticos, estéticos ou culturais, cuja finalidade é proteger a diversidade biológica, disciplinar a
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (Art. 15 da Lei nº 9.985/2000).
Sua extensão é bem pequena, com pouco ou nenhum adensamento humano. Caracteriza-se
por conter exemplares raros da biota regional, proporcionando a manutenção dos ecossistemas
naturais, de importância regional ou local (Art. 16 da Lei nº 9.985/2000).
Predominam as espécies nativas. Propõe-se ao uso múltiplo sustentável dos recursos flores-
tais e da pesquisa científica (Art. 17 da Lei nº 9.985/2000). Ocupada por populações extrativistas
tradicionais, visa assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade (Art. 18 da Lei nº
9.985/2000). Ocupada por populações animais nativas, sejam elas terrestres ou aquáticas, residentes

64
ou migratórias. É um local apropriado para estudos técnico-científicos sobre manejo sustentável da
fauna (Art. 19 da Lei nº 9.985/2000).
Trata-se de área natural, ocupada por populações tradicionais. Sua base é a exploração dos recur-
sos naturais de forma sustentável, levando em conta às condições ecológicas locais, fundamentais
na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica (Art. 20 da Lei nº 9.985/2000).

UNIDADE 03
Área privada, gravada com perpetuidade para conservação da diversidade biológica (Art. 21 da Lei
nº 9.985/2000).

Figura 3 - As Cataratas do Iguaçu são exemplo de unidade de conservação

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Fonte: Wikimedia Commons

4.5 CRIMES AMBIENTAIS


Para que possamos compreender qual o exato significado da expressão “crimes ambientais”, é de
grande importância que estudemos separadamente os conceitos de crime e de ambiente. Segundo
Damásio E. de Jesus (1998), o conceito material de crime é “a violação de um bem penalmente pro-
tegido”, e sob o aspecto formal define-se crime como um “fato típico e antijurídico”. Para que ocorra
um fato típico, é necessário que haja uma conduta humana dolosa ou culposa, um resultado, um
nexo entre a conduta e o resultado e o enquadramento do fato a uma norma penal que o incrimi-
ne. Já a antijuridicidade é “a relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico”.
Ambiente, por sua vez, é a área onde vivem os animais, sendo definido ainda meio ambiente pela
Lei nº 6.938/1981, art. 3º, I como conjunto de condições, leis, influências, alterações e interações
de ordem física, química e biológica, que permite, obriga e rege a vida em todas as suas formas.
Assim, crime ambiental é qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem o meio
ambiente, protegidos pela legislação.

65
4.6 LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS
Com a entrada em vigor da Lei nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998 (Lei dos Crimes Ambien-
tais), o Brasil deu um grande passo legal na proteção do meio ambiente, pois a nova legislação traz
inovações modernas e surpreendentes na repreensão a destruição ambiental.

UNIDADE 03
Em seus 82 artigos, a referida lei atualiza a legislação esparsa, revogando muitos dispositivos,
bem como apresenta novas penalidades, reforça outras existentes e impõe mais agilidade ao julga-
mento dos crimes prevendo o rito sumário (art. 27) com a aplicação da lei das pequenas causas (Lei
nº 9.099/95). Possibilita a incriminação da pessoa física e institui a corresponsabilidade incluindo a
pessoa física do diretor, administrador ou membro que tenham causado danos (art. 2º).
Outra novidade, aliás muito oportuna, é a possibilidade do juiz utilizar o instituto da desconsi-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


deração da pessoa jurídica, quando em detrimento da qualidade do meio ambiente houver abuso
de direito (art. 4º), o que propiciará incriminar aquele que se esconde atrás de uma pessoa jurídica
para praticar crimes ambientais, prevendo condenação de decretação de liquidação forçada com o
perdimento do seu patrimônio em favor do Fundo Penitenciário Nacional, após considerá-lo como
instrumento do crime (art. 24).
É importante ressaltar que o artigo que previa a responsabilidade objetiva criminal foi vetado,
mas a responsabilidade objetiva na esfera civil continua em vigor por força do art. 14, §1º, da Lei nº
6.369/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente e pelo fato da presente lei tratar apenas
de ilícitos penais e administrativos contra o ambiente.
Prevê penas alternativas à prisão como: prestação de serviços à comunidade ou à entidade am-
biental; interdição temporária de direitos; cassação de autorização ou licença concedidas pela au-
toridade competente; suspensão parcial ou total de atividades; prestação pecuniária; recolhimento
domiciliar (art. 8 a 13).
Importantíssimas novidades são: a colocação dos atos depredatórios contra a flora como cri-
mes (art. 38 a 53) e extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação per-
manente ou unidade de conservação, sem prévia licença, permissão ou autorização competente,
pedra, areia, cal ou quaisquer espécies minerais como crime com detenção de seis meses a um
ano e multa (art. 44).
Protege também os animais, impondo severas penas nos casos previstos nos seus dispositivos
(art. 29 a 37) e prevê ainda os crimes de poluição a vários elementos como o ar, a água e demais
componentes do meio ambiente que venham a resultar danos à saúde humana, provoquem mortan-
dade de animais ou destruição significativa da flora (art. 54). Elenca os crimes contra o ordenamento
urbano e o patrimônio cultural (art. 62 a 65), proibindo inclusive a pichação ou grafitagem de edifi-
cações ou monumentos urbanos (art. 65), com pena de detenção de três meses a um ano e multa.
Interessante também é que possibilita a condenação do autor do crime ambiental custear pro-
gramas de projetos ambientais e contribuir com entidades ambientais ou culturais, públicas ou pri-
vadas (art. 23, I e IV), uma vez que praticamente todos os crimes ambientais degradam a natureza,
assim essa seria uma forma de tentar recuperá-la incentivando uma entidade da área. Inclusive

66
entendemos que a entidade que iniciou o processo ou que participou com informações deve ter
preferência da justiça para receber o auxílio do réu.
Esses são alguns dos principais pontos a destacar na Lei dos Crimes Ambientais, que define os
crimes e as infrações administrativas contra o meio ambiente, faltando agora à sociedade assimi-
la-la para que se diminua a degradação ambiental, juntamente com as autoridades competentes

UNIDADE 03
que têm a responsabilidade de aplicá-la efetivamente.

4.7 CRIMES CONTRA A FAUNA


Para que saibamos realmente o que é crime contra a fauna, devemos primeiramente citar o con-
ceito de fauna, que é o conjunto dos animais existentes em uma determinada região.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Segundo o artigo 225, § 1º, VII da Constituição Federal, “incumbe ao Poder Público proteger a
flora e a fauna, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais à crueldade”.
Constituem crimes contra a fauna, conforme a Lei nº 9.605/98, arts. 29 a 37:
1. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota mi-
gratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em
desacordo com a obtida; Também se enquadram nesse tipo legal quem impede a procriação
da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; quem modifica, danifica
ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; quem vende, expõe à venda, exporta ou ad-
quire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes
da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos,
provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autoriza-
ção da autoridade competente;
2. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
autoridade ambiental competente;
3. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida
por autoridade competente;
4. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domes-
ticados, nativos ou exóticos. Também são albergados nesse tipo penal quem realiza experi-
ência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando
existirem recursos alternativos;
5. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espé-
cimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicio-
nais brasileiras. Incorre nas mesmas penas quem causa degradação em viveiros, açudes ou
estações de aquicultura de domínio público; quem explora campos naturais de invertebrados
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente; quem
fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou
corais, devidamente demarcados em carta náutica;

67
6. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão com-
petente, incorrendo nas mesmas penas aquele que: pesca espécies que devam ser preser-
vadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; pesca quantidades superiores
às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, apetrechos, técnicas e métodos não
permitidos; transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da

UNIDADE 03
coleta, apanha e pesca proibidas;
7. Pescar mediante a utilização de: explosivos ou substâncias que, em contato com a água,
produzam efeito semelhante; substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade
competente.

4.8 CRIMES CONTRA A FLORA

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Entende-se por flora o conjunto de espécies vegetais localizadas em determinada região. A flora
brasileira é constituída pelos seguintes espaços que são protegidos por lei: Áreas de Preservação
Permanente - APP (Cód. Florestal, arts. 2º e 3º); Espaços Territoriais Especialmente Protegidos (CF,
art. 225, § 1º, III), que são as Reservas Biológicas, Reservas Ecológicas, Estações Ecológicas, Parques
Nacionais, Estaduais e Municipais, Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, Área de Proteção
Ambiental, Áreas de Relevante Interesse Ecológico e Reservas Extrativistas; Patrimônio Nacional
(CF, art. 225, § 4º), sendo a Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal Mato-Gros-
sense e Zona Costeira.
No Brasil, pela existência de grande diversidade de vegetação, há uma divisão da flora em qua-
tro tipos:
• Formações Vegetais;
• Formações Complexas;
• Formações Herbáceas;
• Formações Litorâneas.
Constituem crimes contra a flora (arts. 38 a 53 da Lei nº 9.605/98):
1. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em for-
mação ou utilizá-la com infringência das normas de proteção;
2. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da au-
toridade competente;
3. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art.
27 do Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, independentemente de sua localização;
4. Provocar incêndio em mata ou floresta;
5. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e
demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano;
6. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais;

68
7. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Público,
para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em
desacordo com as determinações legais;
8. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros pro-
dutos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela au-

UNIDADE 03
toridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até o final
beneficiamento, incorrendo nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depó-
sito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem
licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autori-
dade competente;
9. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação;

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


10. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação
de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia;
11. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora
de mangues, objeto de especial preservação;
12. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem
licença ou registro da autoridade competente;
13. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios
para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autori-
dade competente.

4.9 POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES


A definição de poluição pode ser dada conforme discorre a Lei nº 6.938/81. Como a degradação
da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saú-
de, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e eco-
nômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Estão elencados os seguintes crimes na seção referente à poluição e outros crimes ambientais
(arts. 54 a 61 da Lei nº 9.0605/98):
1. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortalidade de animais ou a destruição signifi-
cativa da flora. Se esse crime tiver os resultados de: tornar uma área, urbana ou rural, impró-
pria para a ocupação humana; causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda
que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde
da população; causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento
público de água de uma comunidade; dificultar ou impedir o uso público das praias; ocorrer
por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias
oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos, haverá

69
aumento de pena, pois será o tipo qualificado, incorrendo ainda nas mesmas penas quem
deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em
caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível;
2. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização,
permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida, incorrendo nas mesmas

UNIDADE 03
penas quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização,
permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente;
3. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, arma-
zenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à
saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis
ou nos seus regulamentos. Incorrerá nas mesmas penas quem abandona os produtos ou

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


substâncias referidos ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança;
4. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacio-
nal, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autoriza-
ção dos órgãos ambientais competentes ou contrariando as normas legais e regulamentares
pertinentes;
5. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária,
à fauna, à flora ou aos ecossistemas.

5. INSTITUIÇÕES DE PROTEÇÃO
DO MEIO AMBIENTE
Alguns órgãos são especializados a fiscalizar a legislação ambiental, havendo competência comum
para proteger o meio ambiente de forma constitucional, em qualquer das três esferas federativas
(União, Estado ou Município), classificados segundo Barsano et al. (2014) em:
» Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) estabelece um conjunto articulado e descentra-
lizado de ações para a gestão ambiental, integrando as regras e as práticas de maneira uniforme
em todas as esferas públicas, que antes eram conflituosas pôr não existir uma política única que
guiasse as diretrizes necessárias, o que a Política Nacional do Meio Ambiente conseguiu com êxito;
» O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é um órgão normativo, consultivo e delibe-
rativo e tem, dentre outras, a finalidade de estudar, assessorar e propor ao Conselho de Gover-
no Federal diretrizes e políticas governamentais para o meio ambiente, assim como normas e
padrões compatíveis com um ecossistema ecologicamente equilibrado;
» O Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem como missão promover a adoção das políticas e
princípios para o conhecimento, a preservação e a recuperação do meio ambiente. Além dis-
so, visa o uso sustentável dos recursos naturais e a inserção do desenvolvimento sustentável
na criação e implementação de políticas públicas em todas as instâncias do governo, por meio

70
do planejamento, coordenação, controle e supervisão da implementação da Política Nacional e
diretrizes governamentais para o meio ambiente;
» O Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), é uma autarquia do Mi-
nistério do Meio Ambiente (MMA) com autonomia administrativa e financeira que tem como
missão proteger a natureza, garantir a qualidade ambiental e a sustentabilidade, no que se re-

UNIDADE 03
fere ao uso dos recursos naturais. Tendo personalidade jurídica própria, executa o controle e
fiscalização ambiental nos âmbitos nacional e regional por meio de ações de gestão concretas;
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) trata-se de um órgão ambiental
da administração pública, que tem o poder de autoadministração, nos limites estabelecidos em lei. O
ICMBio foi criado pela Lei nº 11.516/2007, com a missão de proteger o patrimônio natural e promover
o desenvolvimento socioambiental, por meio da gestão das Unidades de Conservação (UCs) federais.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


REFLITA

A agricultura e o pecuária são as duas atividades primárias que lançam a maior parte de substâncias
contaminantes na água, como nitrato, fosfato e os pesticidas, afirmou nesta quinta-feira a espe-
cialista da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) Sara Marjani.
A FAO divulgou os resultados de um relatório no qual analisou a contribuição relativa dos principais
sistemas de produção agrária à contaminação dos recursos hídricos.
“A produção criadora de gado e de cultivos representa uma grande porcentagem dos contaminan-
tes que entram no ambiente”, em comparação com outras atividades de menor impacto como a
aquicultura, disse em um ato Marjani.
Em outros setores, os assentamentos urbanos e a indústria são outras das principais fontes de
contaminação, segundo o estudo. A especialista destacou que a qualidade da água se transformou
em um problema global, próprio tanto dos países ricos como dos pobres.
A agricultura soma 70% do consumo de água no mundo todo e é responsável pelo vazamento de
químicos, matéria orgânica, resíduos, sedimentos e sais.
Nos últimos 20 anos surgiu uma nova classe de contaminantes em forma de fármacos como os
antibióticos, além dos hormônios que são usados na pecuária e que também costumam chegar
às fontes hídricas e aos ecossistemas, com risco para a saúde.
De acordo com o estudo, a pecuária intensiva contribui sobretudo à contaminação por esse tipo
de resíduos, assim como pelos excrementos dos animais e outras substâncias que acabam se de-
gradando no ambiente.
Os cultivos, por sua vez, estão mais relacionados com o uso de pesticidas e elementos químicos
como potássio ou magnésio que podem chegar até a água.
Em ambas atividades existe a ameaça de um excesso na utilização de nitrato, fosfato e outros nu-
trientes como adubos.
Marjani precisou que a China e os Estados Unidos são alguns dos países que mais adubos desse
tipo empregam na agricultura, ao mesmo tempo que alertou sobre a crescente poluição no mun-
do todo pelo abuso de antibióticos.
O aumento da pressão sobre os recursos naturais, por fatores como o crescimento demográfico
e a mudança climática, supôs “um maior uso das substâncias contaminantes no setor primário,
que afetam a qualidade da água e do solo, a segurança alimentar e a biodiversidade”, acrescentou
a especialista.

Fonte: EFE. Leia a matéria completa disponível em: https://bit.ly/3jq4I6I. Acesso em 30 de abril de 2020.

UNIDADE 03
LEITURA

1. Leia as páginas de 13 a 17 do Livro “Legislação ambiental” do autor Barsano e colaboradores,


que aborda sobre os principais aspectos da legislação ambiental.
2. Leia também o artigo “Responsabilidade civil do estado por omissão decorrente de dano am-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


biental pela irregular ocupação de áreas de preservação permanente urbanas” da pesquisadora
Luly Fischer que trata sobre a ocupação de APP urbanas disponível no link: https://bit.ly/35q-
vCqd. Acesso em 22 abr. 2020.
Boa leitura!

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Toda a sociedade é responsável pela degradação ambiental, pois o rico polui com sua atividade indus-
trial, comercial etc.; o pobre polui por falta de condições econômicas de viver condignamente e por falta
de informações, já que a maioria é semianalfabeta; e o Estado polui por falta de informações ecológicas
de seus administradores, gerando uma política desvinculada dos compromissos com o meio ambiente.
A legislação ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento
ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente, e possui como uma de
suas mais expressivas características a participação social na tomada de decisão, por meio da rea-
lização de audiências públicas como parte do processos Somando isso aos novos conhecimentos
científicos que concluem que o homem faz parte da natureza, como vemos, por exemplo, na teo-
ria evolucionista de Darwin, pela qual a raça humana tem origem no mesmo ancestral dos grandes
macacos e evolui como todos os demais seres viventes.
Mais o homem, que antes centro do universo vem perdendo força devido as suas continuas
depredações de áreas, pela qual sobrevive, a ganância e o capitalismo contribuem para que o ho-
mem destrua cada vez mais o ambiente em que vive, atingindo todos os recursos naturais que o
planeta o oferece.
Dessa maneira, tornou-se essencial criar-se leis que definam e defendam aqueles que não tem
meios de lutar contra o homem: a fauna, a flora e seus fatores bióticos e abióticos. Um grande
exemplo nessa unidade de leis ambientais essenciais são as áreas de preservação permanentes,
que são pequenos espaços provenientes de leis que não permitam a exploração desenfreada do
homem para fins lucrativos.

72
Para conscientização sobre a importância das APPS, sobre um novo ou reformulado Código Flo-
restal, tendo noção de equilíbrio ecológico, para que haja um balanceamento das necessidades
financeiras dos produtores rurais e a manutenção da natureza para futuras gerações. Os poderes
públicos deverão remunerar os serviços ambientais indispensáveis, dentro das possibilidades dos
Recursos financeiros do poder público, com as condições do restabelecimento dos espaços físicos

UNIDADE 03
da lei e a vegetação nas APPS, para que elas não sejam simplesmente uma sigla legal, mas existam
verdadeiramente, segundo suas finalidades.
Portanto, nesta Unidade fizemos um breve resumo sobre as leis ambientais pertinentes conforme
vista sobre o direito ambiental, viajando na legislação e citando exemplos de crimes ambientais e
espaços preservados que fazem parte da avaliação e recuperação de áreas degradadas como visto
nas outras unidades em todas as suas características.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


ANOTAÇÕES

73
UNIDADE

04
ENTENDENDO O PLA-
NO DE RECUPERAÇÃO
DE ÁREAS DEGRADA-
DAS (PRAD)

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Nesta Unidade vamos caracterizar uma área que sofreu processo de degradação e al-
gumas formas de recupera-la. Analisar conceitos prévios e situações problemas. Além
e desenvolver a capacidade de resolver exercícios através dos conceitos previstos.

VÍDEOS DA UNIDADE

https://qr.page/g/533ORK8w42l https://qr.page/g/2zxBiRhKh4x https://qr.page/g/3uld4zfE0r5


INTRODUÇÃO
Os problemas da degradação ambiental, são aqueles que afetam o meio ambiente que são pro-
vocados por diversas ações humanas, e como vistos estão relacionadas à degradação da diversi-

UNIDADE 04
dade biológica que ocorrem desde a época da colonização, estendendo-se, aos ciclos econômicos
iniciados no período Colonial, consequentemente pelo capitalismo que afetaram a biodiversidade
do planeta Terra, causando problemas na fauna, flora, solo, água e ar.
São exemplos de problemas ambientais da sociedade contemporânea causados pela junção dos
fatores econômicos, políticos e culturais: o aquecimento global, o desmatamento, as queimadas, a
devastação das florestas, a poluição sonora e visual, a destruição dos recursos hídricos e o acumu-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


lo de lixo. Esses problemas estão relacionados com o desenvolvimento da sociedade mundial com
as práticas das atividades agropecuárias e industrias, consequentemente com o desmatamento, as
queimadas, o extrativismo vegetal, a degradação e esgotamento dos solos decorrente das técnicas
de produção, escassez da água pelo uso desfreando e pelo mau gerenciamento das bacias hidro-
gráficas e pela contaminação dos recursos hídricos, todos esses problemas expostos vem gerando
a perda da biodiversidade, redução das fontes de alimentos e energia, e muitos outros problemas.
Convenhamos, que nos últimos anos ocorreu um aumento populacional considerável; com esse
aumento necessita-se de uma maior demanda de alimentos, de moradia, e com isso aumenta-se a
utilização desenfreada do solo, da água e da biodiversidade, como visto nas Unidades anteriores.
Dessa forma ocorre a degradação de áreas que são substituídas por moradias, lavouras, pastagens
entre outras ações e sem o planejamento adequado acontece a sua degradação, gerando impactos
ambientais em todos os fatores bióticos e abióticos da biosfera.
Por meio dessa visão, nesta Unidade trataremos dos projetos e planejamento ambientais, instru-
mentos de extrema importância para a preservação e utilização responsável, racional e sustentada
do meio ambiente com vistas a legarmos aos nossos descendentes, se não uma vida saudável, pelo
menos com chances de sobrevivência. Pois a falta de planejamento adequado na utilização dos re-
cursos naturais, acarretará no esgotamento desses recursos, que muitas vezes são irrecuperáveis
ou se dá num espaço de tempo muito longo.
Assim, embora o planejamento seja uma condição necessária, não é suficiente para nortear a
prática ambiental; é fundamental incluir a perspectiva da sustentabilidade da atividade em todas
as suas dimensões (a sociocultural, a econômica e a ambiental) para que o desenvolvimento se dê
contemplando todos os setores da sociedade. Temos também os projetos que mediante objetivos
específicos, metas estabelecidas e prazos determinados, auxiliam sobremaneira no manejo susten-
tável do ambiente, servindo também de instrumento de conscientização ambiental. Portanto vamos
entender a partir daqui como funciona as principais técnicas de recuperação de áreas degradadas
e o PRAD - Plano de recuperação de áreas degradadas -, para que possamos formar profissionais
conscientes em manter os recursos naturais saudáveis pelo bem da diversidade ambiental e da vida.

75
1. PLANO DE RECUPERAÇÃO
DE ÁREAS DEGRADAS

UNIDADE 04
Áreas degradadas como visto até aqui, são locais que sofreram algum tipo de degradação seja
pela ação humana ou não, interferência nos recursos naturais como solos, água, biodiversidade
etc. Por exemplo, uma área de mata que sofreu queimadas, ou derrubada para posterior plantio
de pastagens ou até mesmo para lavoura; a utilização de agroquímicos no solo, a área desprote-
gida, sem um planejamento ambiental, vai sofrer. Poderá passar pelo processo de erosão no solo,
poderá passar pelo processo de falta de nutrientes tornando o solo infértil, poderá surgir uma

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


quantidade excessiva de pragas, ou a mata ciliar que protegia o rio foi devastada e o rio está cada
vez mais seco, contribuiu para uma acidez do solo, enfim, as consequências são muitas fora os im-
pactos que muitas vezes passam despercebidas pelas nossas ações. Até aqui, relembramos mui-
tas ações que a falta de um planejamento ambiental pode trazer ao ser humano e ao ecossistema
num todo. Sendo assim, devemos manter um planejamento para que essas ações aconteçam sem
trazer consequências prejudiciais.

1.1 PLANEJAMENTO AMBIENTAL, UMA VISÃO HOLÍSTICA


DE PLANEJAR PARA NÃO PREJUDICAR
Para resumir o planejamento ambiental, segundo Santos (2004), é um processo que leva ao esta-
belecimento de um conjunto coordenado de ações, pelo governo ou pela direção de uma instituição,
por exemplo, visando alcançar determinados objetivos. Então, Planejamento ambiental, seria um
plano de ações com vistas a recuperar, preservar, controlar e conservar o meio ambiente natural de
determinada região, onde podemos incluir parques, unidades de conservação, cidades, regiões etc.
Como política pública, a questão fica um pouco mais complexa, uma vez que é preciso fazer o
levantamento de dados de determinada região onde se pretende fazer o planejamento, envolvendo
algumas variáveis. Para Santos (2004) o planejamento ambiental de uma região, visando integrar
informações, diagnosticar ambientes, prever ações e normatizar seu uso através de uma linha éti-
ca de desenvolvimento, necessita de um estudo detalhado e preciso do meio físico, biótico e so-
cioeconômico da região, utilizando como subsídio, o zoneamento ecológico-econômico que ajuda
inclusive na definição de áreas prioritárias ao planejamento ambiental.
Assim, somente conhecendo detalhadamente tudo que existe em determinada área e usando
de práticas de manejo que não agridem o meio ambiente será possível assegurar a perpetuação
da produtividade dos ecossistemas para as futuras gerações. É nesse sentido que as administra-
ções públicas precisam desenvolver um modelo de gestão que assegure a preservação e o manejo
adequado do meio ambiente.
Schneider (2000), acredita que o papel das administrações públicas municipais na preserva-
ção do meio ambiente deve envolver a compreensão de ecossistema, dos mecanismos utilizados
para conhecimento do meio ambiente, tais como o EIA/RIMA (Estudo dos Impactos Ambientais e

76
Relatório dos Impactos Ambientais), a legislação e as políticas existentes e façam uso de todos, in-
clusive repassando sua metodologia.
O EIA/RIMA, é de extrema importância para a fase do planejamento em relações às ações que
envolvem o meio ambiente. Partindo do entendimento de que Impacto Ambiental é a alteração
no meio ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade e, que essas alte-

UNIDADE 04
rações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou
negativas, grandes ou pequenas, o estudo desses impactos ambientais tem como objetivo princi-
pal, avaliar as consequências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade
de determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após
a implementação dos mesmos.
O EIA permite analisar e compreender a questão da proteção e preservação do ambiente e o

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


crescimento e desenvolvimento econômico. É possível encontrar, desde grandes áreas impactadas
devido ao rápido desenvolvimento econômico, sem o controle e manutenção dos recursos natu-
rais, levando à escassez de água ou poluição, bem como, áreas impactadas por causa do subde-
senvolvimento, que traz como consequência a ocupação urbana indevida em áreas protegidas e a
falta de saneamento básico. Assim, o EIA avalia para planejar. Para Soares (2008), isso permite que
desenvolvimento econômico e qualidade de vida possam caminhar juntos. Quatro pontos básicos
são premissas do EIA para que depois se faça um estudo e avaliação mais específica. São eles:
1. Desenvolver uma compreensão daquilo que está sendo proposto, o que será feito e o tipo
de material usado;
2. Compreensão total do ambiente afetado. Que ambiente (biogeofísico e/ou socioeconômico)
será modificado pela ação;
3. Prever possíveis impactos no ambiente e quantificar as mudanças, projetando a proposta
para o futuro;
4. Divulgar os resultados do estudo para que possam ser utilizados no processo de tomada de
decisão.
Soares (2008) lembra ainda que é imprescindível que o EIA seja feito por vários profissionais,
de diferentes áreas, trabalhando em conjunto, ponderando que esta visão multidisciplinar é rica
para que o estudo seja feito de forma completa e de maneira competente, de modo a sanar todas
as dúvidas e problemas. Para o mesmo autor mencionado anteriormente, na sequência ao estudo
dos impactos ambientais, temos o RIMA- Relatório de Impacto Ambiental- que reflete todas as con-
clusões apresentadas no Estudo dos Impactos Ambientais. Deve ser elaborado de forma objetiva e
possível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos, enfim, por todos os recursos
de comunicação visual. Deve também, respeitar o sigilo industrial (se esse for solicitado) e pode
ser acessível ao público. Para isso, deve constar no relatório:
1. Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e planos governamentais;
2. Descrição e alternativas tecnológicas do projeto (matéria-prima, fontes de energia, resíduos etc.);
3. Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto;

77
4. Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos métodos,
técnicas e critérios usados para sua identificação;
5. Caracterização da futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes situações
da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não realização do mesmo;

UNIDADE 04
6. Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos negativos e
o grau de alteração esperado;
7. Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
8. Conclusão e comentários gerais.
Segundo Lisboa (2008), o EIA/RIMA está vinculado à Licença Prévia, por se tratar de um estudo
prévio dos impactos que poderão vir a ocorrer, com a instalação e/ou operação de um dado empre-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


endimento. A exigência do EIA/RIMA é definida por meio da integração dos parâmetros: tipologia,
porte e localização do empreendimento. O EIA/RIMA deverá ser elaborado por uma equipe técnica
multi e interdisciplinar que se responsabilize pelos diversos assuntos referentes aos meios físico,
biológico e socioeconômico da área onde será instalado o empreendimento. Portanto, para a sua
análise, o órgão ambiental deverá, também, formar uma equipe constituída por diversos profissio-
nais, com correspondência em termos da especificidade da formação da equipe do proponente, e,
se necessário, até interinstitucional.
Por ser um instrumento democrático de planejamento, durante a análise do EIA/RIMA, além da
participação da população diretamente junto ao órgão ambiental, pode-se realizar as audiências pú-
blicas. Essas significam o momento mais importante de participação e manifestação da comunidade
envolvida e/ou das organizações que as representam. Nessa ocasião é apresentado o conteúdo do EIA/
RIMA, com o objetivo de esclarecer dúvidas e acolher críticas e sugestões sobre o empreendimento.
A realização da audiência pública se dá sob a responsabilidade do órgão ambiental, e é obrigató-
ria quando requisitada pelo Ministério Público, por entidade civil com assento no Conselho Estadual
do Meio Ambiente ou por solicitação assinada por mais de 50 cidadãos. Após realização de quantas
audiências forem solicitadas, vistoria da área a ser instalado o empreendimento, análise de toda a
documentação pertinente e reuniões técnicas executadas pelo órgão ambiental, é elaborado um
parecer final. Esse parecer pode exigir complementações para melhor entendimento do estudo,
pode autorizar o licenciamento prévio do projeto ou pode indeferi-lo.
Segundo Lisboa (2007), os principais empreendimentos sujeitos à exigência de estudo e respec-
tivo relatório de impacto ambiental conforme previsto na Resolução nº 001/86 são:
Rodovias; Ferrovias; Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; Aeroportos;
Troncos coletores e emissários de esgoto sanitários; Linha de transmissão de energia elétrica acima
de 230 kw ; Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como, barragem para fins
hidrelétricos, acima de 10 MW, de saneamento ou de irrigação, Abertura de canais para navega-
ção, drenagem e irrigação; Retificação de cursos d’água; Abertura de barras e embocaduras; Trans-
posição de bacias, diques; Extração de combustível fóssil; Extração de minério; Aterros sanitários;
Processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; Usinas de geração de eletricidade,

78
acima de 10 MW; Complexo e unidades industriais e agroindustriais; Distritos industriais e zonas
estritamente industriais; Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100
hectares ou menores, quando forem áreas significativas em termos percentuais ou de importância
do ponto de vista ambiental; Projetos urbanísticos acima de 100 hectares ou em áreas considera-
das de relevante interesse ambiental; Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou

UNIDADE 04
produtos similares, em quantidade superior a 10 t/dia; Projetos agropecuários que contemplem
áreas acima de 1000 hectares ou menores quando forem áreas significativas em termos percentuais
ou de importância do ponto de vista ambiental; e nos casos de empreendimentos potencialmente
lesivos ao Patrimônio Espeleológico Nacional.
Embora sejam dois documentos distintos, servem como instrumento de Avaliação de Impacto
Ambiental – AIA, parte integrante do processo de licenciamento ambiental. Sucintamente, no EIA

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


é apresentado o detalhamento de todos os levantamentos técnicos e no RIMA é apresentada a
conclusão do estudo. Essa exigência teve como base a Lei Federal nº 6.938/81, que instituiu a Po-
lítica Nacional de Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto Federal nº 99.274/90, tornando-se
uma exigência nos Órgãos Ambientais brasileiros a partir da Resolução do CONAMA nº 001 de 23
de janeiro de 1986.

1.2 PRAD- PLANO DE RECUPERAÇÃO PARA ÁREAS DEGRADADAS


O plano de recuperação para áreas degradadas o PRAD, é solicitado pelos órgãos ambientais
como parte integrante do processo de licenciamento de atividades degradadoras ou modificadoras
do meio ambiente como também, após o empreendimento ser punido administrativamente por
causar degradação ambiental. Tecnicamente, o PRAD refere-se ao conjunto de medidas que pro-
piciarão à área degradada condições de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, com solo apto
para uso futuro e paisagem esteticamente harmoniosa.
Tecnicamente, o PRAD refere-se ao conjunto de medidas que propiciarão à área degradada con-
dições de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, com solo apto para uso futuro e paisagem este-
ticamente harmoniosa. É essencial aos profissionais da área ambiental compreenderem o processo
de montagem de um PRAD, bem como, definir os objetivos e metas. Parece uma tarefa simples, mas
existe um conflito de interesses, sendo necessário conciliar o solicitado pelo proprietário, atender
as exigências da legislação e do órgão ambiental competente, atender as expectativas econômicas,
cuidar para que a população vizinha da área não sofra impactos e, principalmente, presar pela se-
gurança do meio ambiente (STEIN, 2017).
Segundo o instituto do meio ambiente o PRAD deve reunir informações, diagnósticos, levanta-
mentos e estudos que permitam a avaliação da degradação ou alteração e a consequente definição
de medidas adequadas à recuperação da área. Sendo assim, a elaboração deste Termo de Referên-
cia baseou-se na Instrução Normativa IBAMA nº 04/2011.
Alterações, proposições e adaptações ao estudo são aceitas desde que não conflitem com os
parâmetros (legislação e normas técnicas) norteadores à elaboração deste documento.

79
SAIBA MAIS

O IMA (Instituto do Meio Ambiente) disponibiliza a Instrução Normativa do IBAMA que estabele-
ce exigências mínimas e norteia a elaboração de Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas

UNIDADE 04
– PRAD ou Áreas Alteradas. Assim podemos elaborar o PRAD conforme roteiro disponível no link:
https://bit.ly/34p5T25. Acesso 04 de maio de 2020. Conforme Normativa 4/2011 e termo de re-
ferência PRAD.

1.2.1 OBJETIVOS DO PRAD

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Segundo Stein (2017) o PRAD deve apresentar objetivos bem traçados e definidos, sendo que
o principal é promover a recuperação ambiental de uma determinada área degradada. Porém, os
objetivos devem estar de acordo com alguns critérios:
• A legislação ambiental vigente;
• As especificações do órgão ambiental competente, o qual irá analisar o PRAD;
• O desejo do proprietário do terreno, analisando qual a atividade que será ou foi desenvolvi-
da na área;
• Os aspectos sociais e econômicos, analisando se determinada atividade poderá gerar preju-
ízos à sociedade vizinha e se o retorno financeiro será viável após colocar em prática o que
foi solicitado no PRAD.
De acordo com Stein (2017), o PRAD tem como objetivo principal a criação de um roteiro sis-
temático, contendo as informações e especificações técnicas organizadas em etapas lógicas, para
orientar a tecnologia de recuperação ambiental de áreas degradadas ou perturbadas visando al-
cançar os resultados esperados. Em relação aos objetivos do PRAD, estes devem ser discutidos com
o proprietário (ou proponente) e devem estar alinhados com o técnico responsável pelo projeto e
acompanhamento, conforme a Instrução Normativa nº 4/2011 do IBAMA.
Além disso, o proprietário deve assinar o “Termo de Compromisso de Reparação de Dano Am-
biental”, o qual será anexado ao final do PRAD. Além das questões ambientais, é de suma importân-
cia que o PRAD apresente em seu escopo as variáveis sociais e ambientais envolvidas no processo
de recuperação. Os atores sociais (população que, originalmente, ocupava a área degradada e en-
torno, incluindo seus valores e interesses) e a atividade econômica que era desenvolvida na área
antes da intervenção (impacto) ambiental devem ser considerados (STEIN, 2017).

80
REFLITA

Qual a diferença entre objetivo e meta em um PRAD?

UNIDADE 04
Conforme Stein (2017), os objetivos devem apresentar descrições concretas de onde está se que-
rendo chegar, ou o que está se tentando alcançar, sendo bastante estratégicos e abrangentes. Por
exemplo, o objetivo de um PRAD é a recuperação ambiental de uma determinada área/ou evitar
que ocorram danos ao ecossistema. Já as metas são tarefas específicas para alcançar o(s) objetivo(s),
sendo que essas são temporais, ou seja, estipulam prazos. Por exemplo, a recuperação de uma
determinada área será feita por meio da construção de taludes, visando conter a erosão, e, após,
ocorrerá a recomposição vegetal. Espera-se que, em cinco anos, a área esteja 100% recuperada.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


1.2.2 ELABORAÇÃO DE UM PRAD

Após os profissionais técnicos responsáveis terem em mãos o formulário e roteiro para elabora-
ção do PRAD (os quais, normalmente, são obtidos no órgão ambiental competente que irá analisar
o plano/projeto), deve-se iniciar a sua elaboração. Não existe uma regra geral para a elaboração de
um PRAD, mas, normalmente, esta é composta pelas seguintes etapas/seções:
1. Uma parte introdutória;
2. Caracterização do empreendimento ou do local;
3. Diagnóstico ambiental;
4. Metodologias/cronograma.
A seguir, esses itens são apresentados de forma mais detalhada, conforme descreve Stein (2017)
na parte introdutória, estão as seguintes descrições:
• Introdução: é um resumo geral do PRAD, no qual são citados o estado ambiental da área de-
gradada, os objetivos e as metas do projeto;
• Objetivos e metas: é uma descrição dos objetivos gerais e específicos esperados com a im-
plantação do PRAD e como estes serão alcançados, descrevendo rapidamente a metodologia
a ser implantada;
• Caracterização da região: deve apresentar uma breve caracterização biológica, física e cli-
mática da região, com enfoque na propriedade onde está inserida a área degradada. Infor-
mações sobre o clima regional, variação anual de temperatura e precipitação, tipos de solos,
classificação e caracterização da vegetação, malha viária e uso atual predominante. Essas
características devem ser descritas superficialmente neste item inicial e detalhadamente na
fase de diagnóstico da área a ser recuperada;
• Equipe técnica do PRAD: descrição da equipe técnica responsável pela elaboração do PRAD.

81
Em relação à caracterização do empreendimento:
• Informações gerais: informações do proprietário (nome completo, endereço, telefone), qual
a contaminação da área, coordenadas geográficas, quais as atividades exercidas e/ou subs-
tâncias retiradas do local, entre outras informações;

UNIDADE 04
• Localização e acesso: contém um roteiro de acesso ao empreendimento, além de um croqui
(desenho sem escala) ou mapa, com localização das estradas de acesso e a demarcação das
áreas a serem exploradas ou a serem recuperadas;
• Área degradada: descrição da metragem quadrada e o que se encontra na vizinhança, como
escolas, casa, comércios, indústrias, atividades agrícolas (normalmente as imediações solici-
tadas são de 1 km);

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


• Período de funcionamento: horário de funcionamento da atividade exploratória;
• Informações sobre a atividade exploratória: este item envolve uma série de informações,
como as reservas que são utilizadas (madeira, minerais, saibro, areia, entre outros), qual a
estimativa de produção, quanto tempo a área está sendo/ou será utilizada, quais são os mé-
todos e equipamentos para extrair a matéria-prima, entre outras informações.
O diagnóstico ambiental é uma etapa que compreende todas as observações e os levantamen-
tos de campo, como:
• Identificar e avaliar os impactos: quais são problemas ambientais ocasionados ou que pode-
rão ser ocasionados na área em questão;
• Analisar a fauna, a flora, verificar as alterações na relação flora/fauna, na cadeia alimentar,
enfim, analisar todo o meio biótico;
• Caracterização física, química e biológica dos solos, da água e do ar, ou seja, analisar todo o
meio abiótico.
No diagnóstico ambiental, deve-se realizar a caracterização do meio físico, como o tipo de solo,
profundidade do lençol freático e o clima na região (índices pluviométricos, velocidade e direção
dos ventos, temperatura média anual, entre outros). Muitas dessas informações podem ser ad-
quiridas nos órgãos estaduais, ligados à Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, e federais (de
pesquisa, como EMBRAPA, CEPLAC) que, muitas vezes, possuem estações meteorológicas, confor-
me ressalta Stein (2017).
É muito comum haver um relatório fotográfico dentro da etapa de diagnóstico ambiental. Com
isso, é possível mostrar quais são os danos ambientais causados na área, bem como realizar um
comparativo quando o PRAD estiver com a execução concluída, mostrando como era a área ini-
cialmente e como esta ficou após a recuperação. Por fim, deve-se apresentar as metodologias e o
cronograma que serão adotados no PRAD (STEIN, 2017).
Entre as metodologias, existe uma vasta lista, porém deve-se apresentar basicamente o que será
realizado na área visando conter ou minimizar os passivos ambientais. É importante descrever crite-
riosamente tipo de obra de engenharia que será utilizado/adotado, como o uso de bioengenharia, a

82
construção de taludes e a recomposição vegetal. Além das metodologias, deve-se apresentar, ainda,
as medidas mitigatórias (ou seja, o que será feito para diminuir o impacto ambiental com as obras
na área). Com a circulação de veículos pesados, pode haver a proliferação de poeira e partículas,
gerando poluição atmosférica. Logo, deve-se realizar a irrigação das vias de acesso para evitar esse
problema (STEIN, 2017).

UNIDADE 04
O PRAD deve ser elaborado e acompanhado por profissional habilitado e deve ser vinculado a
um registro de anotação de responsabilidade técnica (ART) no conselho de classe (CREA – Conse-
lho Regional de Engenharia e Agronomia; CRQ – Conselho Regional de Química; CRBio – Conselho
Regional de Biologia). Por ocasião da apresentação do PRAD, devem ser entregues documentos
complementares, em especial os relacionados às pessoas físicas (carteira de identidade, Cadastro
Pessoa Física – CPF) e jurídicas envolvidas (cartão CNPJ, contrato social), bem como documentos

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


relacionados aos aspectos fundiários e de uso do solo na área em questão (STEIN, 2017).

1.2.3 ASPECTOS RELEVANTES PARA ELABORAR O PRAD

Conforme Stein (2017), uma das etapas mais importantes a ser levada em consideração em um
PRAD é o diagnóstico ambiental, pois é nesta etapa que fornece informações quanto à amplitude
dos problemas ambientais, sociais e econômicos envolvidos no processo de recuperação ambiental
da área. Deve-se abordar os seguintes aspectos:
1. Avaliação e identificação dos impactos ambientais, como: mortandade de animais, corte de
vegetação, contaminação do solo e da água (superficial e subterrânea), alteração da qualida-
de de vida das pessoas que moram próximas à área, entre outros;
2. Mapeamento da área e das diferentes unidades de paisagem: analisar a extensão da área a
ser recuperada, verificar se toda a área apresenta os mesmos impactos, se existe possibili-
dade de regeneração natural da vegetação ou se será necessário a intervenção por meio de
práticas de revegetação, entre outros;
3. Caracterização física e química (solo, ar e água): verificar as limitações e fertilidade do solo,
realizar análises biológicas e químicas da água, verificar se houve poluição do ar (principal-
mente quando a recuperação é devido a práticas industriais desenfreadas);
4. Estudos faunísticos: analisar os grupos de espécies bioindicadoras e dispersoras, a relação
flora/fauna, dispersores (transporte de sementes com auxílio dos animais, vento, água, entre
outros agentes), polinizadores (transporte de grãos de pólen de uma flor para outra, ou para
o seu próprio estigma, com auxílio de seres vivos – abelhas, aves – e por fatores ambientais,
como o vento ou água);
5. Estudo da flora: observações em curto, médio e longo prazo.
Dessa forma um projeto, é como um conjunto de ações contínuas e interligadas, voltadas para
um determinado objetivo. Dessa forma, o projeto deverá apresentar os seguintes itens: problema
a ser enfrentado; quem serão as pessoas envolvidas; o que se pretende fazer; como, onde e por
quem será desenvolvido; quais serão os recursos necessários (STEIN, 2017).

83
SAIBA MAIS

A maior parte dos PRAD realizados, infelizmente, não ocorre por livre e espontânea vontade do
proprietário ou causador do dano ambiental. Normalmente, ocorrem denúncias, após as quais os

UNIDADE 04
órgãos competentes verificam que a atividade é ilegal e não possui licença ambiental; após, são
aplicadas sanções (normalmente multas) e deve-se apresentar o PRAD devidamente. Dessa forma,
o PRAD deve ser aprovado pelo órgão ambiental. Porém, quando o dano ambiental ou a área a ser
recuperada é pequena, e o proprietário, por iniciativa própria, tenha a preocupação em realizar a
recuperação do local, não haveria a necessidade da aprovação de nenhum órgão ambiental, salvo
quando ocorrer alterações significativas no ambiente. Porém, recomenda-se aos profissionais da
área ambiental que elaborem um relatório técnico, descrevendo a área, e apresentem um relató-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


rio fotográfico, até para o monitoramento do local ser de maior facilidade.

2. MÉTODOS E PRINCIPAIS TÉCNICAS DE


RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Conforme a Embrapa solos (2008) dispõe que são 5 os principais fatores de degradação de áreas
e que atingem principalmente os solos, sendo:
1. Desmatamento ou remoção da vegetação natural para fins de agricultura, florestas comer-
ciais, construção de estradas e urbanização (29,4%);
2. Superpastejo da vegetação (34,5%);
3. Atividades agrícolas, incluindo ampla variedade de práticas agrícolas, como o uso insuficiente
ou excessivo de fertilizantes, uso de água de irrigação de baixa qualidade, uso inapropriado
de máquinas agrícolas e ausência de práticas conservacionistas de solo (28,1%);
4. Exploração intensiva da vegetação para fins domésticos, como combustíveis, cercas etc., ex-
pondo o solo à ação dos agentes erosivos (6,8%); e
5. Atividades industriais ou bioindustriais que causam poluição do solo (1,2%).
Ainda, a Embrapa Solos (2008), afirma que para recuperar as áreas de degradação ambiental
deve-se tomar algumas precauções e saber que é preciso restaurar, reabilitar para então recuperar,
e são processos lentos e demorados. Com isso, para que sejam recuperadas as áreas devemos diag-
nosticar qual o efeito que causou a degradação para então elaborar a melhor forma de restaurar,
reabilitar e recuperar a área. Sendo assim, o solo tem sido utilizado como base de classificação de
área degradada ou degradação do solo segundo três categorias (EMBRAPA SOLOS, 2008):

84
• Degradação física: refere-se às alterações de características ligadas ao arranjamento das
partículas de solo, tendo como principais parâmetros a permeabilidade, a densidade, a es-
trutura, aeração e a coesão;
• Degradação química: esta forma de degradação é reflexo da presença de elementos indese-
jáveis no solo, ou então a perda de elementos essências para o equilíbrio do mesmo;

UNIDADE 04
• Degradação biológica: este tipo de degradação demonstra a baixa ou nula atividade da mi-
cro, meso e macrofauna e flora no solo, consequência dos baixos valores de matéria orgânica
do solo.
Vimos nas Unidades anteriores os principais fatores que levam a degradação tanto rural quanto
urbana, sabendo que o solo, a flora e a fauna são os que mais sofrem com esses processos. Dessa

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


forma para que haja recuperação é necessário tomar algumas iniciativas de restauração, começan-
do pelo solo e recuperando todo o ecossistema e promovendo uma estabilidade biológica. Quando
se encontra uma área degrada ela deve ser restaurada ou recuperada, dependendo da situação.
A recuperação de uma área degradada diz respeito a restituição a uma condição de não degrada-
da que pode ser diferente do original e a restauração é a restituição do sitio a uma condição mui-
to semelhante a original. Devemos levar em consideração algumas estratégias para recuperação:
• Manejo dos solos;
• Sistemas de cultivo;
• Planejamento conservacionista, manejo
e conservação dos recursos naturais; VÍDEO
• Cobertura vegetal e quebra-vento;
• Rotação de culturas; Assista ao documentário da recuperação
de área da Caatinga, disponível no link:
• Sucessão ecológica; https://bit.ly/2TkuzCH. Acesso em 08 de
maio de 2020. Um vídeo em parceria com
• Revegetação florestal;
Petrobras que traz exemplos de recupe-
• Sistemas agroflorestais (SAFs); ração de áreas.

• Recuperação de pastagens;
• Mata ciliar.

2.1 ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS


Considerando que para recuperar uma área podemos restaurá-la ou reabilitá-la. Conforme
Bakonyi (2012) a reabilitação é o retorno da área degradada a um estado biológico apropriado.
Esse retorno pode não significar o uso produtivo da área a longo prazo, como a implantação de uma
atividade que renderá lucro, ou atividades menos tangíveis em termos monetários, visando, por
exemplo, a recreação ou a valorização estético-ecológica. A recuperação significa que o sítio degra-
dado será retornado a uma forma e utilização de acordo com o plano preestabelecido para o uso do
solo. Implica que uma condição estável será obtida em conformidade com os valores ambientais,

85
estáticos e sociais da circunvizinhança. Significa também, que o sítio degradado terá condições
mínimas de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, desenvolvendo um novo solo e uma nova
paisagem. E a restauração refere-se à obrigatoriedade do retorno ao estado original da área, antes
da degradação. Esse termo é o mais impróprio a ser utilizado para os processos que normalmen-
te são executados. Por retorno ao estado original entende-se que todos os aspectos relacionados

UNIDADE 04
com topografia, vegetação, fauna, solo, hidrologia etc., apresentem as mesmas características de
antes da degradação. Sendo assim, vamos identificar as estratégias de reabilitação, restauração e
recuperação de áreas degradadas.

2.1.1 PLANEJAMENTO CONSERVACIONISTA

O planejamento conservacionista tem a finalidade de maximizar a produtividade das terras agrí-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


colas por meio de um sistema de exploração eficiente, racional e intensivo, que assegure também
a continuidade da capacidade produtiva do solo. Com o planejamento conservacionista, tenta-se
garantir o aproveitamento adequado da área agrícola, considerando-se as propriedades do solo, a
declividade do terreno e as características das chuvas da região.
O planejamento determinará as áreas mais apropriadas para o plantio de culturas anuais, pe-
renes, pastagem, reflorestamento e adotar medidas de controle à erosão. Cada tipo de solo tem
sua aptidão, isto é, os solos devem ser usados com culturas mais adequadas a sua capacidade de
uso. Observe na figura a seguir um exemplo de planejamento conservacionista, conhecido como
terraceamento que evita o escoamento da água causando degradação do solo durante o plantio.

Figura 1 - Planejamento conservacionista

Fonte: Paraná (2017).

86
2.1.2 COBERTURA VEGETAL E QUEBRA-VENTO

Quando determinadas culturas não fornecerem adequada cobertura do solo, o plantio consocia-
do com outras culturas deve ser efetuado. Em relação aos resíduos das culturas, estes não devem
ser queimados, mas sim, preservados sobre a superfície do solo, evitando-se a sua incorporação, a

UNIDADE 04
não ser por medidas fitossanitárias quando, então, estes deverão ser amontoados para a queima.
A permanência dos restos culturais, ou de qualquer outro tipo de palhada, é fundamental para a
proteção dos solos contra a ação da chuva, do sol e do vento. Além disso, a palhada ajuda na manu-
tenção da umidade do solo oferecendo às culturas, melhores condições delas resistirem, por maior
tempo, a um período de seca. A palhada também protege contra a variação brusca da temperatura
mantendo-a adequada para o desenvolvimento dos microrganismos do solo, tão importantes na
manutenção de suas características físicas, químicas e biológicas. A cobertura verde pode ser de-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


senvolvida pela Ervilhaca, Aveia-preta, Azevem, entre outros vegetais.
Existe uma forma de erosão, muitas vezes pouco perceptível ou valorizada, que é a erosão cau-
sada pelo vento, chamada de erosão eólica. Pois os ventos fortes são extremamente prejudiciais às
culturas, desidratando, queimando e acamando as plantas. Uma das principais técnicas utilizadas
para minimizar os efeitos nocivos dos ventos sobre os solos e culturas é o uso de cortinas vegetais
ou os quebra-ventos. Estas podem ser plantadas sobre na beira ou mesmo em linhas, demarcando
as superfícies que estarão protegidos.
A regra básica a ser observada na instalação de quebra-ventos é a proporção entre a altura da
cortina vegetal e a área protegida. Normalmente, considera-se 1 metro de altura de quebra-vento
para 10 metros de proteção. Os vegetais mais usados para este fim são: capim “camerun” (capim ele-
fante), capim cidreira, feijão guandu, eucalipto, grevillea, cedrinho, acácia negra e outras. Na figura 2
podemos observar uma imagem que retrata a cobertura vegetal sobre o solo e na figura 3 uma prá-
tica de quebra-vento muito eficaz na proteção das lavouras devido ao seu alto índice de degradação:

Figura 2 - Cobertura vegetal com Aveia Figura 3 - Quebra-vento com Bananeiras

Fonte: Embrapa (2017). Fonte: Moreira et al. (2017, p. 31).

87
VÍDEO

Assista ao documentário sobre a importância da cobertura vegetal e adubação verde para o solo
disponível no link: https://bit.ly/3oD3o4y. Acesso em 08 de maio de 2010. E o vídeo sobre a im-

UNIDADE 04
portância do quebra-vento para a agricultura. Disponível no link: https://bit.ly/2HwKD1w. Acesso
em 08 de maio de 2010.

2.1.3 ADUBAÇÃO VERDE E ROTAÇÃO DE CULTURAS

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


A adubação verde pode ser conceituada como o manejo de plantas visando à melhoria ou ma-
nutenção da capacidade produtiva do solo. Este conceito abrange a tradicional prática de incor-
poração de leguminosas, assim como a utilização de outras espécies vegetais, em rotação ou não,
para cobertura do solo ou incorporação. Quando a rotação é feita utilizando-se, leguminosas como
cultura principal ou na forma de adubo verde, consegue-se, ainda, incorporar nitrogênio ao sistema
de plantio reduzindo os custos com fertilizantes nitrogenados. As gramíneas, com seu sistema ra-
dicular abundante contribuem para estruturar o solo ao mesmo tempo em que aumenta o aporte
de matéria orgânica abaixo da superfície.
Atualmente, o conceito de adubação verde tem evoluído para, não somente a incorporação
da massa produzida. A prática de rotação de cultura, sucessão ou consorciação, sendo deixada na
superfície do solo, sem incorporação. Desse modo, visa-se proteger o solo contra as variações de
temperatura, impacto direto da gota da chuva e a ação dos ventos. Neste contexto, a adubação
verde entra no planejamento conservacionista da propriedade.
Entende-se por rotação de culturas a sequência ordenada de diferentes culturas, no tempo e
no espaço. A condição ideal de um sistema de rotação de culturas é aquele que adiciona matéria
orgânica de forma contínua ao solo. A rotação de culturas é fundamentada para uma cultura extrair
do solo maiores quantidades de determinados nutrientes do que outros; nos diferentes sistemas
radiculares que exploram profundidades variáveis do solo; nos diferentes tipos de cobertura do solo;
na adição de materiais orgânicos de qualidade diferenciada; e no controle de pragas e doenças. As
principais vantagens da rotação são otimizar a fertilidade do solo; diminui a incidência de pragas e
doenças; melhores resultados econômicos, através de um adequado planejamento das culturas; e
controla ervas daninhas com o mínimo de despesas.

2.1.4 SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF’S)

Sistemas agroflorestais (SAFs), por definição, são formas de uso e manejo dos recursos naturais,
nos quais as espécies lenhosas (árvores, arbustos e palmeiras) são utilizadas em associações com
cultivos agrícolas ou com animais, no mesmo espaço territorial, de maneira simultânea ou em uma
sequência temporal. Não se trata de um conceito novo, mas sim de um novo termo empregado para
designar um conjunto de práticas e sistemas tradicionais de uso da terra, usados principalmente nas

88
regiões tropicais e subtropicais, apesar de também serem encontrados nas regiões temperadas. As
diversas culturas e interesses das comunidades produtoras geram uma grande variedade de tipos
de SAFs, o que acarreta enorme amplitude no número de espécies envolvidas, na disposição das
plantas no campo, no manejo, enfim, na complexidade do sistema. Por exemplo, existem SAFs com
apenas uma espécie arbórea consorciada com outra agrícola, normalmente dispostas em linhas

UNIDADE 04
ou faixas, assim como também existem sistemas envolvendo inúmeras espécies integradas entre
si e com o ambiente, manejados com base nos processos e fluxos naturais. Apesar de todas essas
formas de cultivo ser normalmente denominadas de sistemas agroflorestais, existe diferenças ex-
tremas quanto ao manejo e mesmo quanto à visão do cultivo e do próprio ser humano dentro do
ambiente em que vive (BAKONYI, 2012).

2.2 SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFS) COMO OPÇÃO DO PRAD

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Os sistemas agroflorestais (SAFs) são desenvolvidos a partir dos saberes e interesses ecológicos
em melhorar os níveis de cobertura do solo, reduzir impactos e doenças, além de criar alternativas
para aumento da renda, mantendo produtividades baseadas em padrões regionais de produção,
conservação e recuperação do meio ambiente.
Os SAFs nos proporcionam uma melhor compreensão da biodiversidade; pois numa agrofloresta
podemos encontrar uma variedade de produtos agrícolas, desde árvores até culturas para pastoreio,
para isso é necessário um conhecimento geral das espécies utilizadas com relação com as demais.
As propriedades rurais são cada vez menores, o desmatamento e as formas de manejo incluindo
queimadas, transformam a utilização da propriedade em um processo oneroso, proporcionando
ao solo um desgaste, fazendo parecer obrigatória a utilização de insumos tóxicos no combate de
pragas e patógenos. Para a implantação das SAFs é necessário um cuidado em sua composição,
principalmente nos primeiros anos, para evitar o aparecimento de espécies indesejáveis e invaso-
ras. Na ilustração a seguir, poderemos observar a ideia de cobrir o solo com frutíferas.

Figura 4 - Solo com frutíferas

Fonte: Unicamp (2018).

89
Os SAFs incluem uma diversidade de sistemas e diferentes tipos de rendas e benefícios tanto para
o solo quanto para o proprietário, entre estes destacamos os sistemas de pastoreio destinados ao
manejo de bovinos, ovinos, caprinos, porcos, galinhas etc. No Brasil grandes áreas são desmatadas
para a implantação de pastagens, que afetam a propriedade além de promover paisagens tristes
com erosão, compactação, e solo com baixa diversidade de nutrientes.

UNIDADE 04
Na implantação de sistemas de pastoreio as causas de degradação do solo ocorrem quando o
gado fica sobre uma pastagem extensa por uma grande período de tempo, ocasionando na elimi-
nação de forrageiras e herbáceas. Essa prática promove declínio financeiro a longo prazo e acelera
a compactação do solo. Por isso a importância de obter informações do pastoreio racional, que
possibilita um manejo racional de pastagens, pois introduz um pastoreio rotacionado, incluindo
espécies arbóreas ou arbustivas e emprega a divisão da área em piquetes.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


A implantação de árvores no piquete promove sombreamento evitando que a pastagem sofra
estresse pelas altas temperaturas. A rotação de culturas contribui para diminuir da incidência de
pragas e doenças, entre as espécies de sombreamento o agricultor deve utilizar adubação verde
para que esta fixe nutrientes no solo como nitrogênio promovido por espécies de leguminosas, as
árvores auxiliam também na cobertura morta formada por folhas, flores e frutos aumentando a
eficiência do solo.
É preciso lembrar que sistemas agroflorestais são combinações permanentes que possuem uma
rica biodiversidade e que, muitas vezes, “indicam a integração do cultivo de árvores com culturas
agrícolas na mesma unidade proporcionando benefícios variados” (BAKONYI, 2012). É uma exce-
lente alternativa para áreas que foram degradadas ou abandonadas, pois ao se cultivar floresta e
agricultura, protege-se de forma adequada as propriedades, físicas, químicas e biológicas do solo.
Segundo Engel (1999), existem algumas classificações dos SAFs como por exemplo:
a) sistemas agroflorestais sequenciais: os cultivos agrícolas anuais e as plantações de árvores
se sucedem no tempo. Nesta categoria se incluem os sistemas de agricultura migratória com
intervenção e manejo de capoeiras; sistema silvagrícola rotativo (capoeiras melhoradas com
espécies arbóreas de rápido crescimento); sistema Taungya (cultivos anuais consorciados
apenas temporariamente com árvores, durante os primeiros anos de implantação);
b) sistemas agroflorestais simultâneos: integração simultânea e contínua de cultivos anuais e
perenes, árvores madeiráveis ou de uso múltiplo e/ou pecuária. Incluem: associações de ár-
vores com cultivos anuais ou perenes; hortos caseiros mistos e sistemas agrossilvipastoris.
c) sistemas complementares: cercas vivas e cortinas quebra-vento: fileiras de árvores para de-
limitar uma propriedade ou gleba ou servir de proteção para outros componentes e outros
sistemas. São considerados complementares às outras duas categorias, pois podem estar as-
sociados a sistemas sequenciais ou simultâneos.
Nos sistemas sequenciais, os componentes arbóreos e não arbóreos se encontram, pelo menos
parcialmente, separados no tampo, alternando-se períodos de cultivos anuais com pousio. Nos
sistemas simultâneos, os componentes agropecuários e florestais sempre se encontram presentes
em uma mesma unidade do terreno (ENGEL, 1999).

90
No caso dos sistemas agrossilvipastoris, é interessante pelo fato que o animal também influen-
cia na nutrição do solo e não ao contrário como no sistema comum, pois Engel (1999) exemplifi-
ca que a presença do componente animal pode mudar e acelerar em alguns aspectos a ciclagem
de nutrientes; as árvores propiciam um microclima mais favorável para os animais, aumentando a
produção; e os animais podem participar na disseminação de sementes, o que barateia sistemas

UNIDADE 04
de implantação. Além do mais, as árvores podem aumentar o valor forrageiro da área, fornecendo
folhas e frutos, principalmente na época seca. Na figura a seguir você poderá observar uma ima-
gem de um SAF em pastagens:

Figura 5 - Sistema agrossilvopastoris

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


Fonte: Embrapa (2016), por Domingos.

2.3 MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO DE ÁREAS


RECUPERADAS
A recuperação de áreas degradadas é um processo que deve obedecer ao grau de degradação
ao qual o local foi exposto, ou seja, a situação em que a área se encontra, por exemplo: cultivada
com lavoura; pastagem natural; pastagem plantada; se encontra com regeneração natural em es-
tádio inicial ou de fragmentos de mata (BAKONYI, 2012).
Depois que uma área passar pela avaliação e recuperação ou pelo PRAD, ela poderá ser monito-
rada ou checada periodicamente. O que consiste em uma série de ações destinadas a determinar
se os objetivos propostos para a recuperação, ou restauração de uma área, foram ou estão sendo
alcançados (STEIN 2017).
Após a avaliação, uma nova tomada de decisão pode ser necessária, logo, é recomendado que a
restauração ocorra em etapas, começando por pequenas áreas. Essa medida visa evitar a perda de
tempo, dinheiro e, principalmente, o atraso no cronograma de recuperação da área. A qualidade

91
do solo e a estrutura, diversidade e composição da vegetação são características comumente ava-
liadas em um monitoramento de restauração ecológica, e são capazes de predizer o sucesso da
recomposição da vegetação (STEIN 2017).
Em relação ao monitoramento de ecossistemas naturais ou avaliação de ecossistemas em res-
tauração, são utilizados indicadores ecológicos que facilitam o processo, que conforme Stein (2017)

UNIDADE 04
são como:
a) Para mudas plantadas: são utilizados critérios baseados no crescimento e desenvolvimento
das plantas, como: porte das mudas e plantio (altura total, altura do fuste, diâmetro do colo
ou basal, diâmetro à altura do peito [DAP] e diâmetro da copa); riqueza do plantio (número
de espécies plantadas); e densidade (número de indivíduos por hectare);

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


b) Regeneração natural: número de indivíduos (não plantados) que surgem nas entrelinhas da
área plantada, em recuperação;
c) Diversidade da regeneração natural: diversidade e quantidade de espécies que surgem na
regeneração natural;
d) Cobertura das copas: é medida pelo percentual da cobertura do solo pela vegetação (cober-
tura de copas) ou sombreamento;
e) Diversidade de espécies florestais: são mensuradas tanto a diversidade de espécies planta-
das quanto a diversidade da regeneração natural (novos ingressos);
f) Mortalidade: o índice de mortalidade, expresso em percentagem, é um bom indicador do
sucesso do plantio realizado;
g) Replantio: deverá ser computado e registrado o replantio realizado;
h) Serapilheira: podem ser medidos a profundidade e o peso da serapilheira de determinada
área (amostra). Também podem ser computados o peso e os nutrientes dessa amostra, nor-
malmente expressos em quilos por hectare (Kg/ha);
i) Mato-competição: existência de gramíneas e de espécies invasoras;
j) Ataque de pragas e doenças: presença de ataque de fungos, doenças e insetos na área
recuperada.
Dessa forma, quando a área está perdendo sua estabilidade pode ser recuperada novamente
sem perdas maiores de biodiversidade. Porem deve-se considerar que uma área deve ser analisada
para então passar por algum processo de mudança do seu estado inicial, pois desta forma estare-
mos evitando a perda total ou parcial do ambiente, trazendo maiores problemas futuros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em toda a história do desenvolvimento humano nunca se deu tanta atenção às questões relati-
vas ao ambiente como hoje. Essa preocupação tomou proporção global e alertou toda a sociedade

92
para problemas como o desmatamento indiscriminado; a destinação de resíduos domésticos, hos-
pitalares e nucleares de forma inadequada; a degradação do solo por conta da falta de critérios
das empresas mineradoras e da utilização de agrotóxicos; a poluição atmosférica advinda das in-
dústrias e da frota automotiva, entre outros. Esses fatores isolados ou em sua totalidade acabaram
mobilizando a comunidade científica e a população que passaram a demonstrar maior inquietação

UNIDADE 04
quanto ao futuro da humanidade. O crescimento acelerado da população mundial foi imperativo
para os grandes incrementos na produção agropecuária e mineraria. Contudo, tem-se observado
efeitos negativos relacionados à degradação dos ecossistemas, até então estáveis e harmônicos.
Considerando que uma área degradada é aquela que sofreu modificação prejudicial ao longo
de sua existência, que pode ser causada pela mineração; uso intensivo do solo para fins agropecu-
ários (herbicidas, salinização do solo, superpastejo, etc.); queimadas consecutivas; desmatamen-

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


to; urbanização sem planejamento, entre outros fatores. Um dos mais afetados pelas diferentes
formas de degradação ambiental é o solo, pois é o primeiro que recebe os impactos gerados pelos
agentes poluidores.
Dessa forma, quando uma área sofre essa degeneração ela passa a possuir uma menor diver-
sidade de espécies; ausência de estrutura vegetal; ausência de solo; baixíssima ou ausente capa-
cidade de regeneração natural. Isso faz com que aconteça um desiquilíbrio ecológico, mudanças
climáticas e severos impactos ambientais.
Sendo assim é primordial planejar, conscientizar, recuperar e reabilitar uma área antes ou du-
rante uma ação, sem gerar perturbações ao ecossistema, para que esse possa funcionar e manter-
-se em equilíbrio. Há formas de produzir sem gerar prejuízos ao meio ambiente, e ainda formas de
produzir e gerar benefícios econômicos para nós e para o meio.
A recuperação de áreas degradadas tem por objetivo fornecer ao ambiente degradado, condi-
ções favoráveis a reestruturação da vida num ambiente que não tem condições físicas, químicas e/
ou biológicas de se regenerar por si só. O importante é que tenhamos a clareza de perceber que
a natureza é mutante e que os distúrbios sempre ocorreram e sempre ocorrerão, esse é um fato
normal, e a natureza pode se recompor, como se regenerar por meio da sucessão ecológica que é
o conceito chave na PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas.
Portanto para regenerar uma área que sofreu degradação ou para evitar, é necessário planejar,
estar de acordo com as leis ambientais, reabilita-la, remedia-la, revegetá-la e monitorar para que
essa possa ser mantida em equilíbrio. Pois nos dias atuais manter um ambiente conservado den-
tro dos padrões biológicos, físicos e químicos é um dos maiores desafios da humanidade e princi-
palmente dos profissionais das áreas ambientais; viver em um mundo capitalista, consumista ao
extremo e sem empatia as gerações futuras é um combate com seu eu e o mundo.

ANOTAÇÕES

93
REFERÊNCIAS

ALHO, C. J. R. Importância da biodiversidade para a saúde humana: uma perspectiva ecológica. Es-
tudos Avançados. São Paulo, v. 26, n, 74, p. 151 - 165, set, 2012.
ALTIERI, M. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaíba: Agropecuá-
ria, 2002.
BAKONYI, S. M. C. Manejo e recuperação de áreas degradadas. Curitiba: Instituto Federal de edu-
cação e ciência do Brasil, 2012.
BARBOSA, R. P.; Recursos naturais e biodiversidade: preservação e conservação dos ecossistemas.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


1. ed. São Paulo: 2014.
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; VIANA, V. J. Poluição ambiental e saúde pública. São Paulo: Érica,
2014.
BARSANO, P. R., BARBOSA R. P., IBRAHIN F. I. D. Legislação ambiental. 1. Edição. São Paulo: Editora
Érica, 2014.
BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. Trad.: Adriano
Sanches Melo. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
BITTENCOURT C.; Tratamento de Água e Efluentes: Fundamentos de Saneamento Ambiental e
Gestão de Recursos Hídricos - Série Eixos – 1 ed. Editora Érica, 2014.
BRADY, N.C.; WEIL, R.R. Elementos da natureza e propriedades dos solos. 3.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2013. 704p.
BRASIL. Decreto n. 97.632 - 10 abr. 1989. Dispõe sobre a regulamentação do Artigo 2º, inciso VIII,
da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá outras providências.
________. Congresso Nacional. Lei n 12.727, de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei nº 12.651, de
25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil03/Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm. Acesso em: 30 de abril de 2020.
________. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Se-
nado, 1988.
________.. Lei N° 4.771 de 15 de setembro de 1965. Código Florestal Brasileiro. Disponível em:
www.controleambiental.com.br/codigo_florestal.htm. Acesso em: 02 de maio de 2020.
CAPPELLI, S. Direito Ambiental. 4 ed., São Paulo: Verbo Jurídico, 2007.
COELHO, M. R.; SANTOS, H. G.; SILVA, H. F; AGLIO, M. L. D. O recurso natural do solo. Rio de Janei-
ro: Embrapa Solos, 2002. p.1-11.
COELHO, M. R. Solos: tipos, suas funções no ambiente, como se formam e sua relação com o cres-
cimento das plantas. 2017. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/94212/1/Ecossistema-cap3C.pdf. Acesso em 30 de abril de 2020.

94
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 01, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe
sobre os critérios básicos e as diretrizes gerais para o uso e implementação da Avaliação de Impac-
to Ambiental. Brasília: MMA, 1986.
____________. Resolução nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão de proce-
dimentos e critérios utilizados pela Sistema de Licenciamento Ambiental. Brasília. Constituição da
República Federativa do Brasil. Brasília, Senado Federal, Centro Gráfico, 1988.
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 3. ed. [3. reimpr.]. São Pau-
lo: Atlas, 2019.
DINIZ, C. C. Economia Regional e Urbana. Contribuições teóricas recentes. CEDEPLAR. Belo Hori-
zonte: Ed. UFMG, 2006.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


DURIGAN, G.; NOGUEIRA J. C. B. Recomposição das matas ciliares. São Paulo: Inst. Florestas, v. 4
– pp. 1-14, 1990 (Série Registros).
EMBRAPA. Sistemas produtivos integrados, s.d. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.em-
brapa.br/gestor/sistema_plantio_direto/arvore/CONTAG01_13_610200515326.html. Acesso em
20 abr. 2020.
_________. Plantio em curva de nível, Banco de imagens. s./d. Disponível em: https://www.em-
brapa.br/busca-de-imagens/-/midia/189001/plantio-em-curva-de-nivel. Acesso em 10 abr. 2020.
_________. Sistema Silvipastoril. Banco de imagens, publicada em 28 de novembro de 2016. Dis-
ponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-imagens/-/midia/3391001/sistema-silvipastoril.
Acesso em 20 jul. 2020.
_________. Importância da cobertura de solo no inverno, Embrapa Notícias, Publicado em 03 de
maio de 2017. Disponível em: c. Acesso em 10 jul. 2020.
EMBRAPA SOLOS. Curso de recuperação de áreas degradadas: a visão da Ciência do Solo no con-
texto do diagnóstico, manejo, indicadores de monitoramento e estratégias de recuperação. Rio de
Janeiro: 2008.
ENGEL, V. L. Introdução aos Sistemas Agroflorestais. Botucatu: FEPAF, 1999.
FREITAS, E. Os recursos naturais. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/
geografia/os-recursos-naturais.htm. Acesso em 04 de abril de 2020.
FRÜST, Omar. Cadeia Alimentar, Ago. 2019. Disponível em: https://bibocaambiental.blogspot.
com/2019/08/cadeia-alimentar.html. Acesso em 20 abr. 2020.
GESTÃO AMBIENTAL. Conheça as medidas de prevenção, mitigação e remediação ambiental.
Mercado em Foco, Tubarão, 2017. Disponível em: https://mercadoemfoco.unisul.br/conheca-as-
-medidas-de-prevencao-mitigacao-e-remediacao-ambiental/. Acesso em: 19 de abril de 2020.
GONZAGA, S. A. J. Recuperação e reabilitação de áreas degradadas pela mineração. Cruz das Al-
mas, BA: UFRB, 2017. Disponível em: fhttps://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/175225/2/
recuperacao.pdf. Acesso 18 de abril de 2020.

95
GUERRA, A. J. T.; JORGE, M. C. O. Processos erosivos e recuperação de áreas degradadas. São
Paulo: Oficina de Textos, 2013.
IBAMA. Guia de procedimentos de licenciamento ambiental federal. Brasília: MMA, Ibama, BD,
PNUD, 2002.
JATOBÁ, S. U. S. Urbanização meio ambiente e vulnerabilidade social. Boletim regional, urbano e
ambiental. 2011. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/5567/1/BRU_
n05_urbanizacao.pdf. Acesso 18 de abril de 2020.
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal- parte geral. 1º vol. 21ª ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva, 1998.
JUNGSTEDT, L O. C.. Direito Ambiental: Legislação. 2 ed., Rio de Janeiro: Thex, 2002.
JUNIOR, P. J., PEREIRA, E. R. Environmental degradation and biological diversity / biodiversity: an

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


integrating review. Editora Enciclopédia Biosfera. Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26;
p. 2017. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2017b/biol/degradacao%20am-
biental.pdf. Acesso em 26 de março de 2020.
LISBOA, I. EIA/RIMA. Disponível em: http://pt.shvoong.com/exact-sciences/1636219-eia-rima-es-
tudo-relat%C3%B3rio-impacto/. Acesso em: 20 dez. 2008.
MMA. Ministério do Meio Ambiente. Quinto Relatório Nacional para a Convenção da Biodiversi-
dade. Brasília, 2016. Disponível em: http://www.mma.gov.br/informma/item/10772-quinto-re-
lat%C3%B3rio. Acesso em 26 de março de 2020.
_________. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA 303/2002. Disponível em: http://
www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=299. Acesso em 20 abr. 2020.
MACHADO, C. J. S.; VILANI, R. M.; FRANCO, M. G.; LEMOS, S. D. C. Legislação ambiental e degra-
dação ambiental do solo pela atividade petrolífera no Brasil. Desenvolvimento e Meio Ambiente,
Curitiba, v. 28, p. 41 – 55, jul./dez. 2013.
MACHADO, P. A. L. Direito Ambiental Brasileiro.15. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
__________. Inovações na legislação ambiental brasileira: a proteção das florestas. Belo Horizon-
te: Revista Veredas do Direito, Vol.10, n 19, p.11-21, Jan./Jun. 2013.
MAGNANINI, A. Recuperação de áreas degradadas. Revista Brasileira de Geografia, v.52, n.3, p.25-
40, 1990.
MILLER, T. G., SPOOLMAN, J. S. E. Ecologia e sustentabilidade. 6° edição norte-americana. São Pau-
lo: Cengage Learning Edições Ltda., 2013.
MIRANDA, J. C. Sucessão ecológica: conceitos, modelos e perspectivas. Revista Saúde e Biol., Cam-
po Mourão, v. 4, n.1, p.31-37, 2009.
MOREIRA, C. F.; PAIVA, A. O.; DINIZ, C. V. C. Clima e água para um cafeicultura sustentável. 1 ed.
Machado-MG: ACOB - Associação de Cafés Orgânicos e Sustentáveis do Brasil, Fev. 2017.
PARANÁ. Estado capacita profissionais para atuar com agricultura conservacionista, Agência de
Notícias do Paraná, publicado em 25 de abril de 2017. Disponível em: http://www.aen.pr.gov.br/

96
modules/noticias/article.php?storyid=93594&tit=Estado-capacita-profissionais-para-atuar-com-
-agricultura-conservacionista. Acesso em 20 jul. 2020.
PENA, Rodolfo F. Alves. “Tipos de erosão”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.
com.br/geografia/tipos-erosao.htm. Acesso em 25 de março de 2020.
PINTO-COELHO, R. M. Fundamentos em ecologia. Porto Alegre. Editora Artmed, 2007.
PLESE, L. P. M.; TEIXEIRA, S. T.; GARCIA, A. M. L.; SILVA, C. R. C. G.; FARIAS, C. S.; SANCHEZ, E. C. O.;
ALCÂNTARA, J. M. P. R.; TEIXEIRA, M. A. C. Áreas degradadas da Amazônia: ações antrópicas e a
degradação ambiental. Rio Branco: PROIN – IFAC, 2013.
PILLAR, V.D. Ecossistemas, comunidades e populações: conceitos básicos. UFRGS, Departamento
de Ecologia. 2002. Disponível em http://ecoqua.ecologia.ufrgs.br. Acesso em: 02 de abril de 2020.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


RIBEIRO, C. F. D. A. Recuperação de Áreas Degradadas. Brasília: Editora NT, 2015.
SANCHES, P. De áreas degradadas a espaços vegetados, potencialidades de áreas vazias, aban-
donadas subutilizadas como parte de infraestrutura verde urbana. Dissertação de mestrado
FAUUSP, São Paulo, 2011.
SANTOS, V. S. Sucessão ecológica. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/
biologia/sucessoes-ecologica.htm. Acesso em 09 de abril de 2020.
SANTOS, R. F. Planejamento Ambiental: Teoria e Prática. São Paulo: Editora: oficina de Textos, 2004.
SCHNEIDER, E. Gestão ambiental municipal: preservação ambiental e o desenvolvimento susten-
tável. Lajeado (RS): Centro Universitário Univates, 2000.
SILVA, B. C. Direito Ambiental: Enfoques Variados. 1 ed., Rio de Janeiro: Lemos & Cruz, 2004.
SILVA, J. A. S. Direito ambiental constitucional. 2 ed., São Paulo: Malheiros, 1992.
SIRVINSKAS, L. P. Tutela Penal do Meio Ambiente. São Paulo: Saraiva, 1998.
SOARES, R. B. R. Impacto Ambiental. Disponível em: http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/im-
pacto.htm. Acesso em 10 dez. 2008.
SOUZA, L. Cidades Sustentáveis: um desafio comum para Brasil e Portugal. III ENECS. Encontro Na-
cional Sobre Edificações E Comunidades Sustentáveis, 2003. Disponível em: https://repositorium.
sdum.uminho.pt/handle/1822/1355. Acesso em: 02 de abril de 2020.
STEIN, R. T. Recuperação de áreas degradadas. Porto Alegre, editora SAGH, 1 edição, 2017.
STEIN R. T. COSCOLIN R. B. S. Agricultura climaticamente inteligente e sustentabilidade. Porto
Alegre, editora SAGH, 1 edição, 2019.
TAVARES S. R. L. Curso de recuperação de áreas degradadas: a visão da Ciência do Solo no con-
texto do diagnóstico, manejo, indicadores de monitoramento e estratégias de recuperação. Rio de
Janeiro. Embrapa Solos, 2008.
UNICAMP. Universidade Estadual de Campinas. Sistemas agroflorestais recuperam solos degrada-
dos. Jornal da Unicamp, Publicado em 30 de novembro de 2018. Disponível em: https://www.

97
unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2018/11/30/sistemas-agroflorestais-recuperam-solos-degra-
dados. Acesso em 10 jul. 2020.
WADT G. S. P. Práticas de conservação do solo e recuperação de áreas degradadas. Embrapa, Rio
Branco, 2003. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/498802/1/
doc90.pdf. Acesso em 05 de abril de 2020.

UNIBRASIL EAD | AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

98
EAD

Você também pode gostar