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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE COTIA

CLAUDIO TELES FILHO 2700772023041


FABIANA DA CRUZ OTAKE TELES 2700772023008
MARCELO GOMES DE ARAUJO 2700772021041
MARCIA FERNANDES SILVA 2700772021001

PROJETO DE TRABALHO DE GRADUAÇÃO II

TCC II - Tijolo Ecológico Milenium


Orientador: Felipe Carneiro Da Silva

COTIA -SP
2023
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CLAUDIO TELES FILHO 2700772023041


FABIANA DA CRUZ OTAKE TELES 2700772023008
MARCELO GOMES DE ARAUJO 2700772021041
MARCIA FERNANDES SILVA 2700772021001

PROJETO DE TRABALHO DE GRADUAÇÃO II


TCC II - Tijolo Ecológico Milenium
Orientador: Felipe Carneiro Da Silva

Trabalho apresentado como exigência para


aprovação na disciplina Projeto de Trabalho de
Graduação II da Faculdade de Tecnologia de
Cotia.

Orientador: Felipe Carneiro Da Silva

Cotia - SP
2023
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PROJETO DE TRABALHO DE GRADUAÇÃO Il


TCC II - Tijolo Ecológico Milenium

Esta pesquisa foi julgada e aprovada para a


obtenção do Título de Tecnólogo em Gestão da
Produção Industrial da Faculdade de
Tecnologia de Cotia.

Banca examinadora

_________________________________________
Prof. Felipe Carneiro Da Silva (Orientador)
FATEC Cotia

_________________________________________
Membro da Banca

_________________________________________
Membro da Banca
4

RESUMO

O objetivo do estudo foi elaborar um tijolo ecológico como alternativa de menor custo
como também minimizar os impactos ambientais relativos à produção de tijolos
convencionais, através da promoção da logística reversa no âmbito da construção
civil. Seguindo as normativas presentes na NBR8492, foram elaborados tijolos com
25% em massa de bagaço de cana-de-açúcar triturado, sendo uma destinação
sustentável visto que reaproveita um material que originariamente seria um resíduo
como matéria-prima na fabricação do tijolo ecológico modular. A execução do
projeto permitiu redução dos impactos ambientais relativos à indústria da construção
civil, de modo que o objetivo do estudo foi atingido, já que o tijolo ecológico se
mostrou relativamente de fácil produção e é recomendado para utilização como
pisos em estacionamentos. Para além, sugere-se a avaliação de outros tipos de
resíduos como matérias-primas e a realização de testes de absorção e resistência à
compressão segundo as normativas ABNT-NBR.

Palavras-chave: Tijolos. Sustentabilidade. Cana de açúcar. Logística Reversa.


5

ABSTRACT

The objective of the study was to develop an ecological brick as an


alternative of lower cost as well as minimize the environmental impacts related
to the production of conventional bricks, by promoting reverse logistics in the
construction industry. Following the norms present in the NBR8492, bricks
were made with 25% in mass of crushed sugar cane bagasse, being a
sustainable destination since it reuses a material that originally would be a
waste as a raw material in the manufacture of modular ecological brick. The
execution of the project allowed the reduction of environmental impacts related
to the construction industry, so that the objective of the study was achieved,
since the ecological brick proved to be relatively easy to produce and is
recommended for use as flooring in parking lots. In addition, it is suggested
the evaluation of other types of waste as raw materials and the performance of
absorption tests and compressive strength according to the ABNT-NBR
standards.

Keywords: Bricks. Sustainability. Sugarcane. Reverse Logistics.


6

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Tripé da Sustentabilidade...................................................................................11


Figura 2: Materiais................................................................................................................17
Figura 3: Processo de fabricação......................................................................................18
Figura 4: Triturador............................................................................................................. 18
Figura 5: Mesa vibratória.....................................................................................................19
Figura 6: Resultado preliminar..........................................................................................19
Figuras 7, 8 e 9: Tijolo Ecológico e Corte de piso ecológico..........................................20
Figura 10 :Corpo de prova...................................................................................................22
Figura 11: Corpos de prova na estufa................................................................................22
Figura 12: Corpos de prova imersos.................................................................................22
Figura 13:Corpo.................................................................................................................. 22
7

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Material utilizado.................................................................................................17


Tabela 2: Quantidade de materiais para 275 tijolos.........................................................20
Tabela 3: Ensaio de Resistência a compressão...............................................................21
Tabela 4: Ensaio de Absorção de Água............................................................................22
8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CO2 Gás Carbônico


Kg Quilograma
ONU Organização das Nações Unidas
9

SUMÁRIO

SUMÁRIO......................................................................................................................7
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................9
1.2 Problemática........................................................................................................10
1.3 Justificativa..........................................................................................................10
1.4 Hipótese...............................................................................................................10
2 CONTEXTUALIZAÇÃO E REFERENCIAL TEÓRICO...........................................11
2.1 Sustentabilidade..................................................................................................11
2.2 Tijolo Ecológico...................................................................................................12
2.3 Impactos Ambientais..........................................................................................16
3 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................17
4 RESULTADO PRELIMINAR:..................................................................................19
5 TESTE PRELIMINAR LABORATORIAL................................................................21
6 CONSIDERAÇÕES DO PROJETO.........................................................................23
7 CRONOGRAMA......................................................................................................24
8 CONCLUSÃO.........................................................................................................25
REFERÊNCIAS...........................................................................................................26
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1 INTRODUÇÃO

Os tijolos ecológicos apresentam-se como uma opção alternativa sustentável


na fabricação de tijolos, pois estes oferecem um custo reduzido e em geral utilizam
na sua composição o reuso de materiais e ou resíduos que seriam descartados na
natureza, impactando na sustentabilidade e oferecendo baixo custo, sem ocasionar
impacto ambiental (LIRA, 2020).
Ademais, esses tijolos são autodrenantes, fáceis de instalar e fabricados com
recursos renováveis, como o bagaço da cana e o pó de entulho. Em seu processo
de fabricação, não existe a etapa de queima, portanto não ocorre agressão ao meio
ambiente com liberação de gás carbônico (CO2) (EUPHROSINO et al., 2022).
Do ponto de vista sustentável, como não necessita de queima, é possível
preservar até 9 árvores a cada 100 tijolos fabricados evitando a emissão de CO2,
como já mencionamos e ecologicamente contribuiremos com a diminuição da
poluição e os resíduos que seriam descartados na natureza e demoraria anos para
se decompor, serão reutilizados (LIRA, 2020).
A construção sustentável deve valer-se de todos os recursos naturais
disponíveis como a iluminação natural, a captação e o aproveitamento das águas da
chuva. Além de reservar espaços apropriados para a coleta seletiva de lixo
(FLORIANI, 2017).
Para alcançar o desenvolvimento sustentável, as empresas devem tomar
medidas para melhorar a eficiência produtiva e fazer melhor uso de todos os
recursos dos meios de produção. Para as empresas que adotam programas, podem
ser observados como benefícios relacionados à reciclagem, redução de custos e da
venda de materiais reciclados (BAPTISTA JUNIOR; ROMANEL, 2013).
A economia de custos existe quando conseguimos diminuir os gastos com os
materiais que compõe a construção de uma obra, a partir do melhor aproveitamento
das matérias-primas e da eliminação das perdas (BAPTISTA JUNIOR; ROMANEL,
2013).

1.2 Problemática
11

Atualmente, vive-se um desafio entre as tecnologias e o meio ambiente e na


construção civil, isso não é diferente. Um de seus maiores desafios é obter materiais
de construção com baixo custo e sustentáveis ambientalmente, promovendo
inclusive a Logística Reversa de seus resíduos, o máximo possível (LARUCCIA,
2014). Sendo assim, questiona-se: como produzir um tijolo ecológico de alta
qualidade e baixo custo?

1.3 Justificativa

A construção civil é um segmento importante da indústria brasileira e encontra


-se diretamente ligada ao desenvolvimento social e econômico do país. Dados do
IBGE revelam crescimento de 8% no PIB da construção civil no período de 2019 a
2021, evidenciando a importância do setor se dá pela proporção do valor adicionado
das atividades e pelo efeito multiplicador de renda e sua interdependência estrutural
(QUAGLIO e ARANA, 2020).
Justifica-se a realização da pesquisa pela necessidade de adotar estratégias
sustentáveis na construção civil, atendendo as tendências políticas e sociais que
visão proteger o meio ambiente e evitar desperdícios.

1.4 Hipótese

Uma possibilidade de produzir um tijolo ecológico de alta qualidade seria


utilizando como matéria-prima resíduos de construção civil, como restos de
argamassa, blocos e telhas quebradas, e misturando-os com cimento, areia e água
em proporções adequadas. A mistura resultante seria compactada em moldes e
prensada com uma máquina específica. Essa técnica de produção minimizaria o
impacto ambiental, já que o descarte inadequado de resíduos de construção civil é
uma das principais fontes de poluição e desperdício. Além disso, a utilização de
materiais reciclados poderia reduzir os custos de produção e tornar o tijolo mais
acessível.
A qualidade do tijolo seria garantida por meio de testes de abrasão, resistência e
realizados em laboratório antes da comercialização do produto.
Que poderia inviabilizar a fabricação do produto, sobretudo com a diminuição da
poluição causada pela queima no processo de fabricação. (MOTA, 2010).
12

2 CONTEXTUALIZAÇÃO E REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Sustentabilidade

A preocupação da sociedade com a sustentabilidade ganhou visibilidade na


Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, na Suécia, em
1972, conhecida como Conferência de Estocolmo, que foi a primeira conferência
realizada sobre o meio ambiente, especialmente sobre a degradação ambiental e à
poluição, tendo como objetivo defender a natureza e preservá-la (SACHS, 2012).
Depois, na Eco-92, conhecida como a Conferência sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, a união entre o meio ambiente e o
desenvolvimento econômico foi consagrada, surgindo o termo “desenvolvimento
sustentável” (SACHS, 2012).
No Brasil, em 1997, foi criado o Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que mobiliza grandes grupos corporativos
brasileiros responsáveis por grande parcela do PIB nacional, tais como, Alcoa,
Eletrobrás, Gerdau etc., e baseia as ações de sustentabilidade no âmbito corporativo
apoiada no conceito de Triple BottomLine de Elkington (1994), conforme
demonstrado na figura 1, também chamado de tripé da sustentabilidade
(FRANCISCO, 2022).
Figura 1: Tripé da Sustentabilidade

Fonte: Logística Reversa (2022)

As últimas décadas trouxeram à tona a emergência da sustentabilidade como


a expressão dominante no debate que envolve as questões de meio ambiente e de
13

desenvolvimento sustentável em sentido amplo. Empresas como O Boticário e


Natura investem na sustentabilidade e principalmente na conquista de uma
consciência ecológica dos seus consumidores. Ao adquirir um produto, o indivíduo
tem uma sensação para além do consumo, mas de um exercício de cidadania. Ao
consumir um produto ecologicamente correto, o consumidor transcende a condição
de cidadão (MARTINS, 2008).
Em 2015 foi criado pelos países que participaram da reunião, a agenda para
2030 com 17 (dezessete) objetivos para desenvolvimento sustentável. Para fins
desse estudo destacam-se a importância dos objetivos 7 (assegurar o acesso
confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos), 11(Tornar
as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis) e 13 (Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e
seus impactos (ONU, 2019).

2.2 Tijolo Ecológico

Sabe-se que a primeira aplicação de tijolos do tipo solo-cimento em


construções data de aproximadamente 10.000 anos, na edificação da Cidade de
Jericó, foi totalmente construída com sol, utilizando dejetos vegetais e urina de
animais. (FRAGA, 2015).
No ano de 1935 surgiram os primeiros estudos que abordavam a fabricação
de tijolos solo cimento, mais recentemente denominados tijolos ecológicos devido ao
fato de não possuírem no seu processo a operação da queima, reduzindo assim os
danos ambientais relativos à combustão e emissão de Co 2. Entretanto, somente no
ano de 1978 estudos comprovaram seu bom desempenho e a possibilidade de
minimizar os custos, evidenciando a possibilidade de sua utilização na construção
de casas populares. (SOUZA, 2018)
Com o passar dos anos e com a consciência ecológica cada vez mais
presente nos processos produtivos, suas aplicações e técnicas de produção foram
evoluindo, de modo que nos dias de hoje os tijolos ecológicos demonstram-se muito
mais resistentes e com qualidade, além de serem ecologicamente corretos.
(FRAGA, 2015).
14

Esta alternativa demonstrou-se interessante ao setor da construção civil


principalmente por este ser uma das parcelas produtivas mais poluidoras e
geradoras de resíduos, assim, há um constante interesse na minimização dos
impactos ambientais gerados. vem buscando alternativas a fim de minimizar o
impacto ambiental produzido. (AQUINO, 2017).
Uma publicação do Oliveira (2020), aponta que o tijolo ecológico constitui
uma ótima opção no que tange ao mercado da construção civil em razão de ter
padronizado em normatizações seu processo de produção, ser mais econômico
além de ter uma aparência bonita. Isso tudo, aliado ao apelo sustentável, tão em
voga atualmente, já que minimiza os impactos ambientais.
Cientificamente denominado como tijolo solo-cimento, este consiste em um
mix composto por solo, cimento e água, em proporções distintas, originando um
material que apresenta uma elevada resistência à compressão e impermeabilidade,
assim como baixa retração volumétrica e uma considerável durabilidade. A partir de
uma maior consciência ambiental, nas últimas décadas disseminou-se nas revistas
científicas publicações sobre a utilização de resíduos como matéria-prima em
substituição ao solo, na fabricação de tijolos mais sustentáveis. (SOUZA, 2018)
Os tijolos ecológicos são assim conhecidos porque não utilizam o processo de
queima para adquirir resistência física, representando, ainda, conformidade com as
diretrizes do desenvolvimento sustentável, já que além de não necessitarem de fogo,
reduzem emissões relativas ao transporte, haja visto que podem ser produzidos com
no próprio local da obra. (OLIVEIRA, 2020).
Sua fabricação inicia-se na preparação e trituração do resíduo que será
incorporado ao tijolo, seguidas da adição de cimento e água, prensagem, que pode
ser realizada manualmente ou através de prensagem hidráulica, e finaliza com a
cura do produto durante o período de sete dias a partir de sua fabricação. (AQUINO,
2017).
A utilização de tijolos ecológicos traz consigo uma série de vantagens tanto
para a empresa que o produz, quanto ao consumidor final, e principalmente ao meio
ambiente. Entre elas:

 Maior produtividade;
 Minimização de perdas relacionadas a quebra;
15

 Menor consumo energético devido a não necessidade da utilização de


fornos;
 Redução no impacto ambiental;
 Inclusão de mão de obra de baixa empregabilidade no mercado;
 Redução de geração de resíduos;
 Diminuição da poluição causada pela queima no processo de
fabricação;
 Facilitado processo de assentamento, pois pode possuir sistemas de
encaixes. (SOUZA, 2018)

Segundo Fraga (2015), a utilização do tijolo ecológico implica em paredes


lisas e perfeitamente alinhadas, o que permite uma vasta opção de acabamentos,
sendo todas elas mais viáveis economicamente. São algumas das opções:
 Rejunte e Impermeabilização;
 Rejunte e Pintura/Textura;
 Revestimento cerâmico;
 Emboço/Reboco.
Utilizando-se o material ecológico obtém-se um canteiro de obras mais
organizado, evidenciando assim a mitigação de desperdícios e uma menor
quantidade de resíduos de construção civil (RCC) produzidos. Ainda, optando-se por
tijolos ecológicos pode resultar em um ambiente de trabalho mais higienizado,
quando comparado à utilização da alvenaria formada por tijolos ecológicos não
permite a instalação e proliferação de insetos. (FRAGA, 2015).
Por outro lado, a maior desvantagem relacionada aos tijolos ecológicos
consiste na desinformação, tanto por parte dos consumidores, quanto dos
profissionais do ramo de construção civil, que, muitas vezes, e erroneamente,
acreditam que este material não apresenta um desempenho tão eficiente quanto o
dos tijolos cerâmicos convencionais. Contudo, sua aceitabilidade tem crescido muito
desde que a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) passou a
regulamentar o processo produtivo, a qual exige que seja realizado, entre outros
testes, o teste de absorção de água. (BARBOSA, 2018).
Para se determinar o percentual de absorção de água, recomenda-se adoção
da metodologia descrita na NBR 8492, que tem como objetivo principal, a verificação
16

do percentual de umidade cujo qual o tijolo do solo-cimento é capaz de absorver em


um meio completamente saturado, ou seja, em uma situação extrema.

Para obter a taxa de absorção de água (A) dada por porcentagem (%), a
norma exige para realização do ensaio a norma NBR 8492:2012 que sejam
coletados 03 tijolos do lote de um milheiro, após alocar 03 corpos de prova em uma
estufa com a temperatura variando de 105ºc a 110ºC, realizando aferições de massa
a cada período, normalmente a cada 6 horas. A cada pesagem, devem ser
registrados os valores aferidos dos corpos de prova, repetindo-se o procedimento
até que os corpos de prova obtenham a massa constante, ou seja, quando a
diferença de entre os 2 últimos valores medidos variem até 0,5% da última massa
medida.

Ainda segundo a NBR 8491 as amostras ensaiadas de acordo com a NBR


8492 não devem apresentar média dos valores de absorção de água maior do que
20%, nem valores individuais superiores a 22%. O valor médio será calculado
através da média dos três valores individuais e os valores individuais de absorção de
água, expressos em porcentagem, são obtidos pela equação abaixo:

A= ( m2−m1
m1 )
x 100

Onde:

A = absorção de água (%);

M0 = massa do corpo de prova seco (g);

MSat = massa do corpo de prova saturado amostra seca em estufa (g).

De acordo com a norma regulamentadora para testes de resistência à


compressão de tijolos ecológicos, NBR 8492 (2012), deve-se seguir o seguinte
caminho metodológico:
17

1. Realização de um corte dos tijolos ao meio perpendicularmente à sua


maior dimensão;
2. Superposição das metades obtidas no corte por suas faces maiores, as
superfícies invertidas, ligando-as com uma camada fina de pasta de
cimento Portland, e aguardando o endurecimento da pasta;
3. Após endurecimento da pasta de união das faces, cobrir-se as
superfícies com uma camada de pasta de cimento para promover o
nivelamento das superfícies, obtendo uma regularização das faces de
trabalho dos corpos de prova.
4. Os corpos-de-prova devem ser colocados em água durante, no
mínimo, 6 horas, retirados apenas para realização do ensaio.

O procedimento de corte e superposição dos tijolos deve ser realizado para


que a carga aplicada pela prensa seja integralmente transmitida à superfície deles.

5. Então, segue-se para a aplicação de carga que deve ocorrer de modo


contínuo com ajuste da velocidade escolhida ao estabelecido na NBR
8492 à razão de 500 N/s (50 kg·m/s²).

2.3 Impactos Ambientais

Quanto à minimização dos impactos ambientais associados quando


comparados aos tijolos cerâmicos convencionais, o tijolo ecológico desponta em
vantagem já que não necessitam de fornos e dispensam a utilização de lenha como
forma de combustível, evitando assim, o desmatamento como também reduzindo as
emissões gasosas tóxicas ao meio ambiente. Estudo realizado por Aquino (2017),
apontou que a cada milheiro de tijolos ecológicos produzidos, poupam cerca de sete
a doze espécies arbóreas, colaborando com a minoração de problemas ambientais,
já que não emite gases poluentes na atmosfera (RIBEIRO, 2013).
Considerando-se o fator de emissões gasosas, além da vantagem já citada
relativa à combustão necessária na fabricação de tijolos convencionais, há que se
atentar acerca das emissões poluentes relacionadas ao processo de transporte,
recebimento, manuseio e mistura das matérias-primas, que consistem em materiais
particulados. Sendo assim, a fabricação de tijolos ecológicos minimiza todos estes
fatores, visto que podem ser produzidos no próprio local da obra. (OLIVEIRA, 2020)
18

Além disso, o uso do tijolo ecológico reduz o consumo de recursos naturais, uma vez
que não se utiliza de argila em sua fabricação, além de ter a possibilidade de se
incorporarem resíduos provenientes de outros setores, colaborando assim para a
minimização da geração de resíduos sólidos, tornando-se assim, uma opção
vantajosa, tanto no âmbito econômico quanto ecológico. (SOUZA, 2018).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Por ser um produto que não necessita de acabamento ele é de fácil instalação
e manutenção, oferecendo um produto de qualidade e baixo custo. Para isso será
utilizado o material apresentado na tabela 1.

Tabela 1: Material utilizado

Material Quantidade Equipamentos


Bagaço de cana triturado. (A trituração 500g Triturador
foi feita com um pouco de água).
Cimento 1kg Liquidificador
Brita Zero 500g Mesa Vibratória
Aditivo 180ml
Areia 2kg
Fonte: Autores

Figura 2: – Materiais (Bagaço de cana, água, Figura 3: - Processo de Fabrica (Multiprocessador)

Cimento, Brita Zero, Aditivo, Areia).


Fonte: Materiais utilizado, Autores (2020) Fonte: Trituração do Bagaço, Autores (2020)
19

Figura 4: Liquidificador (bagaço da cana com água)


Fonte: Liquidificador os ingredientes, Autores (2020)

Processo de Fabricação:

 Mecânica: Primeiro, tritura-se o bagaço da cana no triturador, conforme figura


3.
Em seguida, bata o bagaço já triturado no liquidificador, adicionando um
pouco de água aos poucos, até que forme uma massa pastosa, esse processo pode
ser visto na figura 4.
Agora, misture a pasta feita com bagaço de cana e um pouco de água, aos
demais ingredientes, mexendo até obter a consistência homogênea e coloque nas
formas plásticas e em seguida, leve as formas para mesa vibratória, cuja sua função
é compactar o concreto em formas de plástico ou de metal, costumeiramente de
pequeno porte.
Esta compactação do concreto proporcionada pela mesa vibratória para pisos
e blocos de concreto, produzindo peças exatamente iguais, faz este equipamento
ser muito utilizado na construção civil.
20

Normalmente, a mesa vibratória utiliza a energia elétrica como sua principal


fonte de alimentação. Com voltagem que variam de acordo com as suas
necessidades, é possível instalar uma dessas mesas em diversos ambientes.
Entretanto, é necessário que o local esteja apto para receber uma máquina do tipo.
Para que sua vibração seja eficiente, a mesa vibratória possui um complexo
conjunto de molas que proporciona um funcionamento satisfatório e correto. Seu
moto vibrador, demonstrado na figura 5, também oferece a possibilidade de
regulagem de intensidade e frequência de vibração para um maior controle durante
a realização da atividade.

Figura 5: Mesa vibratória Figura 6: Resultado preliminar


Fonte: Retirada das bolhas, Autores (2020) Fonte: Tijolos prontos, Autores (2020)

4 RESULTADO:

Resultado da fabricação de tijolos:


Ao final do processo de fabricação e passando pela mesa vibratória e tempo
de cura teremos a peça conforme figura 6, como podemos ver a peça perfeita pode
ser aproveitada e proporcionar um piso ecologicamente sustentável com alta
qualidade e baixo custo, eficiente em termos de combustível e livre de CO2, uma
vez que nenhum processo de combustão é necessário.

 Anatomia da Pavimentação com Tijolo Ecológico


21

A anatomia do tijolo ecológico permite com que os tijolos se encaixem de


maneira fácil otimizando o processo de instalação, conforme visto na figura 7 e 8.
Como é um produto ecológico e auto drenante ele é próprio para áreas com
grande quantidade de água e não tem problema em ser utilizado em lugar com
umidade. Tem a durabilidade longa, não tem como determinar um período devido a
forma que vai ser feita a manutenção.

Figuras 7, 8 e 9: Tijolo Ecológico e Corte de piso ecológico

Fonte: Autores Fonte: Mevo do Brasil Fonte:Correa etal, (2013)

Na figura 9, verifica-se um corte do piso instalado e por ser drenante, também


é utilizado em passeios próximo de jardins. Este piso é indicado fortemente a
grandes pavimentações, considerando os benefícios sustentáveis e o custo-
benefício que ele oferece, como mencionado neste trabalho.

 Produção depende da metragem a ser pavimentado


Na tabela 2 numerada, uma estimativa de materiais que foram utilizados para
a produção do Tijolo. O processo de fabricação segue detalhado na página 17.
Essa quantidade de material resultou na produção de 275 tijolos.

Tabela 2: Quantidade de materiais para a produção de 275 tijolos


22

1 saco de cimento de 50kg


150 kg de areia
200 kg de brita ou pó de entulho
100 kg de bagaço de Cana
1 kg de sal
1 litro de aditivo
50 litros de água
Essa quantidade daria para produzir 275 tijolos
Cada tijolo a média é 2 kg
Fonte: Autores

5 TESTE PRELIMINAR LABORATORIAL

Os testes realizados no laboratório, para determinação da resistência à


compressão e da absorção de água foram feitos baseados na Norma Brasileira
ABNT NBR 9778/05. Esta Norma prescreve o ensaio para determinação da
absorção de água, do índice de vazios por imersão e fervura, e das massas
específicas de argamassas e concretos endurecidos.
No ensaio à compressão simples utilizou-se a máquina AROS 9467. Foi analisado
um corpo de prova preparado conforme NR citada.
Durante o processo foram mensurado o corpo de prova e feito o cálculo da
área da seção transversal que entraria em contato com a máquina para obter a
resistência à compressão. Em seguida, foi encaminhado à máquina de compressão,
centralizados na plataforma de trabalho e iniciou-se a aplicação da carga
gradativamente elevando-a até a ruptura das amostras. A Tabela 3, a seguir,
demonstra os dados obtidos no ensaio de resistência a compressão.

Tabela 3: Ensaio de Resistência a compressão

Amostra Resistência a compressão (Mpa)


Tijolo 1 4,9
Fonte: Os Autores, (2023).
No ensaio da determinação da resistência à compressão simples a Norma
determina que a média dos valores seja superior ou igual a 2,0 MPa e valor
individual inferior a 1,7 MPa. Conforme apresentado na Tabela 1, o dado de
23

resistência a compressão obtida no tijolo analisado foi de 4,9MPa sobressaindo a


resistência mínima apresentada pela NR.

ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA


Para o teste da absorção de água foi utilizada uma amostra. Utilizou-se uma
balança eletrônica com precisão de 1 g para obtenção das massas natural (MN),
seca (MS) e saturada (MSAT). O corpo de prova foi submetido a uma estufa com
temperatura contínua de 110°C até o mesmo atingir uma massa constante, obtendo
assim, a massa seca da amostra. Após a etapa de secagem e de a amostra atingir a
temperatura ambiente, a mesma foi imersa em um tanque de água durante um
período de 24 48 e 72horas, posteriormente retirada e enxugada superficialmente
com um pano levemente umedecido e efetuado a pesagem para obtenção da massa
saturada num período de três minutos. A Tabela 4, demonstra os resultados obtidos
no teste de absorção de água.
Tabela 4: Ensaio de Absorção de Água

Amostra Absorção obtida (%)


Tijolo 1 18,1
Fonte: Os Autores, (2023).

As amostras ensaiadas no teste de absorção de água não podem apresentar


a média dos valores maior do que 20% nem valores individuais superiores a 22%,
segundo a NR 8491:2012. O dado obtido foi de MSAT 0,570kg; MS 10,77 kg e a
temperatura da água após resfriamento foi de 21,6ºC. A amostra ensaiada
apresentou teor de 18,1%, valor inferior a 22%, estando enquadrado em Norma.

Figura 10: Corpo de prova Figura 11: Corpos de prova na estufa


24

Fonte: Tijolo utilizado para teste, Autores Fonte: Avaliação de Corpo-de-Prova Extraído, Google

Figura 12: Corpos de prova imersos Figura 13: Corpo de Prova

Fonte: Arccol soluções de concreto (2022) Fonte: Teste de Resistencia a Compressão, Jardel

Para os ensaios de resistência à compressão, os tijolos foram ensaiados em


três diferentes idades de cura (7, 14 e 28 dias) a fim de acompanhar o ganho de
resistência ao longo de 28 dias. Corpo de prova utilizado para testes na (Figura 10).
Os tijolos foram imersos em água por 24 horas (Figura 12) e em seguida
ensaiados em uma prensa da marca SOLOTEST disponível no LECIV/UENF (Figura
13). A resistência à compressão média dos blocos deve ser maior ou igual a 2,0
MPa e com valor individual maior ou igual a 1,7 MPa, de acordo com a norma NBR
10836 (ABNT, 2013).

6 CONSIDERAÇÕES DO PROJETO

Após os estudos, pode-se observar que o método utilizado neste trabalho


obteve o resultado de como podemos produzir um piso intertravado com:
• Eficácia e qualidade;
• Materiais recicláveis;
• Baixo custo.
A escolha do sistema de pavimentação intertravado se baseou na eficácia a
longo prazo do método definido, que é denominado pavimento intertravado Tijolo
Ecológico.
Ficou comprovado que devido ao seu processo produtivo, é possível a
reutilização de resíduos da construção civil como matéria-prima para a fabricação do
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tijolo ecológico modular, onde através da matriz de impactos e aspectos ambientais,


foi possível identificar os pontos de maior impacto ambiental do processo produtivo
do tijolo.
Portanto, pode-se sugerir ações de melhoria de desempenho tais como, a
reutilização de resíduos, o aproveitamento da água de chuva captada para ser
utilizada no momento de mistura dos componentes e de cura do tijolo ecológico
Milenium, o uso de saiotes no triturador para o controle da emissão de particulados,
sendo aqueles confeccionados com materiais reutilizáveis.
Para o controle de emissão de ruído, o enclausuramento do equipamento
para manter a emissão dentro dos limites permitidos e, para a emissão de efluentes
químicos oleosos, a captação e o tratamento da água que contêm tal elemento e por
fim, não emitir Co2, pois não é necessário o processo de queima em sua fabricação.
Estas ações resultam na otimização do processo produtivo do tijolo ecológico
Milenium.
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7 CRONOGRAMA

CONCLUSÃO

Em conclusão, o tijolo intertravado ecológico Milenium feito com bagaço de


cana e pó de entulho da construção civil e moagem de cana de açúcar apresenta
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inúmeras vantagens em relação aos tijolos tradicionais. Além de ser uma alternativa
ambientalmente sustentável, o produto é resistente, durável e esteticamente
atraente para a construção de pavimentos intertravados, calçadas e outros projetos
urbanos. Além disso, o processo de fabricação do tijolo intertravado ecológico
Milenium é relativamente simples e pode ser implementado em escala industrial, o
que contribui para o desenvolvimento econômico e a geração de empregos nas
regiões produtoras de cana-de-açúcar e entulho de obra. Portanto, o uso deste
material pode contribuir efetivamente para a redução dos impactos ambientais
causados pela construção civil, ao mesmo tempo em que promove o
desenvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualidade de vida das
comunidades locais.

Para o teste de absorção, os tijolos foram pesados em estado seco e


submersos em água por um período de 24 horas. Após esse tempo, foram retirados
da água, pesados novamente e calculada a porcentagem de absorção de água pelo
tijolo.

Já para o teste de compressão, foi utilizado um corpo de prova de 20 cm x 10


cm x 6 cm do tijolo ecológico. Ele foi submetido a uma força de compressão de
4,9MPa em uma máquina de ensaios até atingir a ruptura 4,620KFG. Foi calculada a
média dos valores de resistência à compressão e considerada como a resistência do
tijolo.

Os resultados dos testes foram comparados com os valores mínimos


estabelecidos pelas normas ABNT NBR 9778, NBR 16886 e NBR 5739 para avaliar
a qualidade e adequação do tijolo ecológico para utilização em construções.

REFERÊNCIAS
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AQUINO, F. K. M. et al. A utilização do tijolo ecológico como uma alternativa


nas construções sustentáveis. São Paulo, 2017. Disponível em:
https://singep.org.br/6singep/resultado/552.pdf. Acesso em: 20 mar. 2023.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10833:
Fabricação de Tijolo Maciço e Bloco Vazado de Solo-Cimento com Utilização de
Prensa Hidráulica. Rio de Janeiro, 1989. 3p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10834:
Bloco Vazado de Solo-Cimento sem Função Estrutural. Rio de Janeiro, 1994. 3p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10836: Bloco
vazado de solo-cimento sem função estrutural – Determinação da resistência à
compressão e da absorção de água. Rio de Janeiro, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 8492:
Tijolo Maciço de Solo-Cimento – Determinação da Resistência à Compressão e da
Absorção D’Água. Rio de Janeiro, 1984. 5p.
BAPTISTA JUNIOR, J. V.; ROMANEL, C. Sustentabilidade na indústria da
construção: uma logística para reciclagem dos resíduos de pequenas obras. URBE -
Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 5, n. 480, p. 27, 2013.
BARBOSA, H. M. B. et al. Tijolo ecológico: alternativa sustentável para
construção. Ji-Paraná, 2018. Disponível em: file:///C:/Users/wilkerson/Downloads/2-
4-PB%20(1).pdf. Acesso em: 20 mar. 2023.
CORREA, J. C. C. et al. Tijolos ecológicos de bagaço de cana-de-açúcar.
Revista EPeQ/Fafibe on-line, n. 5, p. 3, 2013.
EUPHROSINO, C. et al. Tijolos de solo-cimento usados para Habitação de
Interesse social (HIS) em mutirão: estudo de caso em olaria comunitária. Matéria
(Rio de Janeiro), v. 27, 3 jun. 2022.
FLORIANI, H. A. Utilização dos resíduos gerados na filtração de cervejas para
a produção de tijolos ecológicos. Trabalho de conclusão de curso (Engenharia de
Produção) — Lages - RS: Centro Universitário FACVEST (UNIFACVEST), 2017.
FRAGA, Y. S. B. et al. Tecnologia dos materiais: a utilização do tijolo de solo-
cimento na construção civil. Ciências exatas e tecnológicas. Aracaju,

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