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ETEC PHILADELPHO GOUVÊA NETTO

CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES

MATHEUS FERREIRA DA SILVA

GABRIEL FERNANDES DE JESUS

GILBERTO SILVESTRE ARAUJO BORGES

CASA DE BAMBU A PIQUE - EDIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP

2022
MATHEUS FERREIRA DA SILVA

GABRIEL FERNANDES DE JESUS

GILBERTO SILVESTRE ARAUJO BORGES

CASA DE BAMBU A PIQUE - EDIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL

Monografia apresentada a ETEC - Escola Técnica


Philadelpho Gouvêa Netto, como requisito avaliativo
para aprovação na Disciplina de Trabalho de Conclusão
de Curso, do Curso Técnico em Edificações, ministrada
pelo Prof. Eng. Pedro Oswaldo Tonello. Orientador:
Prof. Eng. Pedro Oswaldo Tonello.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP

2022
MATHEUS FERREIRA DA SILVA

GABRIEL FERNANDES DE JESUS

GILBERTO SILVESTRE ARAUJO BORGES

CASA DE BAMBU A PIQUE - EDIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL

Monografia apresentada a ETEC - Escola Técnica


Philadelpho Gouvêa Netto, como requisito avaliativo
para aprovação na Disciplina de Trabalho de Conclusão
de Curso, do Curso Técnico em Edificações, ministrada
pelo Prof. Eng. Pedro Oswaldo Tonello. Orientador:
Prof. Eng. Pedro Oswaldo Tonello.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________
Prof. Eng. Pedro Oswaldo Tonello
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecemos a Deus que permitiu a conclusão deste curso, a


Instituição de ensino Etec Philadelpho Gouvêa Netto que promoveu nosso
aprendizado e formação, aos colegas e professores do curso que, em sala de
aula se transformaram em verdadeiros amigos e aos nossos familiares que
nos incentivaram e apoiaram à conclusão deste curso como uma grande
conquista em nossas vidas.
Eu quero dedicar esse trabalho há memória de
meus pais que vieram a falecer por Covid-19,
durante o meu período de estudo neste curso
porque, eles sempre me deram todo apoio,
incentivo e amor, aos meus amigos e familiares
que me ajudaram e me apoiaram até o final
deste curso (UM DOS AUTORES).
“Preconceito é falta de conhecimento, quem
não conhece tem medo de tudo”. KHOSROW
GHAVAMI.
RESUMO

O presente trabalho apresenta uma monografia embasada em artigos científicos e conhecimento


empírico sobre uma técnica vernacular de edificação, o pau a pique, utilizada
contemporaneamente com aperfeiçoamentos obtidos com tecnologias de impermeabilização,
tratamento de madeiras e bambus, materiais industrializados como a cal virgem e o cimento
utilizados em pequena quantidade, reutilização de madeira, pedras, tijolos de demolições,
utilização de matéria prima abundante e próxima do local da edificação, como o bambu, a terra
e pedras com o objetivo de reduzir custos e possibilitar uma edificação eco eficiente,
sustentável, sendo de tal forma que polua menos o meio ambiente utilizando materiais não
industrializados ou reutilizando e promova qualidade de vida as pessoas possibilitando que
adquiram ou construam a sua própria habitação com o gerenciamento de um técnico
especializado, a um custo evidentemente inferior ao do mercado convencional, partindo do
princípio que se utilizará parte dos recursos disponíveis gratuitamente no local.

Palavras – chave: Casa de bambu a pique. Pau a pique. Edificação sustentável.


ABSTRACT

The present work presents a monograph based on scientific articles and empirical knowledge
about a vernacular building technique, the pau a pique, used contemporaneously with
improvements obtained with waterproofing technologies, wood and bamboo treatment,
industrialized materials such as quicklime and cement. used in small quantities, reuse of wood,
stones, demolition bricks, use of abundant raw materials close to the building site, such as
bamboo, earth and stones with the aim of reducing costs and enabling an eco-efficient,
sustainable, being in such a way that it pollutes the environment less by using non-industrialized
materials or by reusing and promoting quality of life for people, enabling them to acquire or
build their own housing with the management of a specialized technician, at an evidently lower
cost than the conventional market, assuming that part d will be used resources available free of
charge on site.

Keywords: House made of bamboo at a point. Peak. Sustainable building.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10

2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 11

2.1 Objetivos gerais ............................................................................................................. 11

2.2 Objetivos específicos ..................................................................................................... 11

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................. 12

4 O SISTEMA VERNACULAR DE EDIFICAÇÃO .................................................... 13

5 A CASA DE BAMBU A PIQUE .................................................................................. 14

6 PROCESSO DE LEGALIZAÇÃO PARA INÍCIAR UMA EDIFICAÇÃO


URBANA INFORMAÇÕES OBTIDAS NA PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO
JOSÉ DO RIO PRETO – SP ........................................................................................ 16

6.1 Documentos necessários ............................................................................................... 16

6.2 Protocolo da Aprovação Prévia ................................................................................... 17

6.3 Documentos necessários para pedido de alvará de construção residencial até 2


pavimentos ..................................................................................................................... 17

6.4 Declaração de Responsabilidade Técnica ................................................................... 21

7 FUNDAÇÃO .................................................................................................................. 23

7.1 Estacas ............................................................................................................................ 24

8 PREPARO E MONTAGEM DAS ARMADURAS DE BAMBU ............................ 27

9 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS: ENCANAMENTO DE ENTRADA DE ÁGUA E


REDE DE ESGOTO ..................................................................................................... 28

10 ESTRUTURA DA EDIFICAÇÃO .............................................................................. 28

10.1 Preparo e tratamento do bambu.................................................................................. 28

10.2 A estrutura de bambu ................................................................................................... 29

10.3 O travamento dos pilares da estrutura de bambu ..................................................... 30

11 O TELHADO DA CASA DE BAMBU A PIQUE ...................................................... 31

12 AS PAREDES DE BAMBU A PIQUE ........................................................................ 32


13 INSTALAÇÃO DAS ESQUADRIAS .......................................................................... 34

14 A INSTALAÇÃO ELÉTRICA .................................................................................... 36

15 O BARREAMENTO DAS PAREDES ........................................................................ 37

16 O BARREAMENTO DAS PAREDES EM AMBIENTES ÚMIDOS ...................... 39

16.1 O acabamento das paredes das áreas úmidas............................................................. 39

17 CONTRAPISO .............................................................................................................. 40

17.1 Execução do piso ........................................................................................................... 41

18 ACABAMENTO ........................................................................................................... 41

18.1 O reboco de acabamento das paredes ......................................................................... 42

18.2 Pintura das paredes ...................................................................................................... 43

19 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 INTRODUÇÃO

O valor elevado dos materiais de construção, acompanhado de alguma maneira pela


inflação que percorre por todos os produtos brasileiros, dificulta a tão sonhada aquisição do lar
doméstico, de sua própria residência. Por isto, observamos a necessidade de trazer ao
conhecimento das pessoas um aporte técnico capaz de auxiliar na construção de suas próprias
residências utilizando uma metodologia não convencional, mas que possibilita a execução de
uma obra com custo mais acessível ao bolso das famílias de classe média a baixa e mantendo-
se uma excelente qualidade do imóvel construído.

A cultura brasileira possui um grande acervo técnico em matéria de edificação,


inicialmente trazido pelos portugueses desde a colonização de nosso pais, essa técnica se
miscigenou há técnicas construtivas dos indígenas e dos africanos que foram trazidos
escravizados para o Brasil, a união destas três culturas diferentes veio fortalecer e consolidar
um tipo de construção que sempre existiu em nossa nação após seu descobrimento, e tem se
aprimorado com o passar do tempo, tornando-se cada vez mais prática, viável e acessível às
pessoas porém, sempre se utilizando dos mesmos materiais: terra crua, areia, madeira, bambu,
fibras vegetais como, cipó, capim, acícula, esterco de gado. Existem prédios de variados
modelos arquitetônicos, construídos há séculos no Brasil através deste tipo vernacular de
edificação, chamado popularmente pau a pique ou bambu a pique e, se encontram de pé, em
funcionamento perfeito até hoje.

Trataremos da construção de uma residência unifamiliar utilizando a metodologia


vernacular de construção, chamada de bio construção, construção sustentável, bambu a pique.

Seguindo esta metodologia multissecular de construção, pode-se contribuir não apenas


para a economia doméstica, mas também na conservação do meio ambiente porque, se evitará
a utilização de materiais fabricados ou pré-fabricados que dispendem altos valores em energia
para seu transporte até a fábrica ou depósito, manufatura/processamento e transporte ao local
da construção. Além do que evitar-se-á a extração de minerais e outros recursos no meio
ambiente, causando a degradação de eco sistemas em alguns locais onde não poderia ocorrer,
mas infelizmente ainda ocorre, ocasionando desmatamento, assoreamento, contaminações,
poluição, extinção de plantas e animais.

10
2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais

O presente trabalho tem os objetivos de trazer ao conhecimento um aporte técnico


capaz de informar aos interessados em construir sua moradia e auxiliar na construção de
residências utilizando uma metodologia não convencional, mas que possibilita a execução de
uma obra com custo mais acessível.

2.2 Objetivos específicos

• Apresentar a tecnologia vernacular aplicada a construção civil não convencional.


• Apresentar a edificação não convencional como uma forma de edificação
sustentável.
• Não fazer comparativos de custos em dinheiro para edificações convencionais e
não convencionais porque existem muitas variáveis, de acordo com a situação regional, social,
intelectual, cultural de cada família.
• Apresentar o modelo de casa de bambu a pique, edificada com estrutura de
bambu.
• Apresentar os tramites legais necessários para se iniciar uma edificação no
município de São José do Rio Preto – SP.

11
3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Esta monografia é fundamentada sobre uma revisão de literatura científica e sobre uma
revisão de conhecimento empírico difundido de geração em geração entre a sociedade brasileira
a respeito do tema habitações sustentáveis – casa de pau a pique, abordando com uma dialética
que busca reunir as informações obtida em artigos científicos variados, teses de mestrado,
vídeos do Youtube, diálogos com pedreiros e práticos, assim como nossa experiência pessoal,
apresentando uma metodologia construtiva antiga, porém sempre presente em nossa sociedade
que, se desenvolveu e atualizou-se sobre as expectativas da vida contemporânea, por tanto
foram utilizados elementos científicos e práticos publicados a partir do ano de 2010, para
compor este trabalho.

12
4 O SISTEMA VERNACULAR DE EDIFICAÇÃO

A construção vernacular é utilizada a milhares de anos no mundo e a séculos no Brasil,


que consiste em utilizar os materiais do próprio ambiente onde, será edificada a residência.

Conforme afirma Olender (2006, pg 1), a técnica vernacular mais popular no Brasil
é aquela conhecida principalmente como pau-a-pique. Ao contrário do que muitos
pensam atualmente, até por considerar uma técnica ultrapassada, associada a fatores
negativos como má execução, pobreza e doenças transmitidas por insetos, o pau a
pique, quando executado de forma correta, é altamente resistente, seguro e indicado,
inclusive, para áreas afetadas por abalos sísmicos, ecológico de baixíssimo custo”.

Partindo do pressuposto vernacular, poderemos edificar nossas residências de


maneiras diferentes umas das outras, podendo variar de acordo com a sua localidade, ou de
cidade para cidade, região para região. Por exemplo a construção poderia utilizar madeira em
quase toda sua totalidade inclusive paredes, estrutura, forro, se, estiver localizada em uma
região que exista grandes áreas de reflorestamento, de extração da mata nativa com manejo
controlado, e por conseguinte que também exista serrarias, e outras empresas ligadas ao ramo
de manufatura de madeira e não menos importante tratamento específico de madeira contra
insetos, cupins.

Em outros ambientes pode-se encontrar muitas pedras, o construtor pode utilizá-las o


máximo que puder, por exemplo, em parte da fundação senão nela completa, em parte das
paredes senão em todas, desde que os custos da mão de obra e argamassa de rejunte utilizada
nas pedras se transforme mais atrativo do que o método convencional de edificação.

Uma bio construção poderá ser bem sucedida se, ao mesmo tempo que possibilite a
utilização dos materiais disponíveis na localidade onde está situada, possibilite a participação
senão total, pelo menos parcial da família na edificação da obra com fins de economia de mão
de obra e não menos importante, de materiais industrializados, como cimento, cal, areia, telhas,
piso cerâmico, revestimento de paredes, encanamento, e todo material necessário para
completar ou acabar a edificação para que as pessoas que residirão na casa, se sintam bem.

Assim fazendo, uma edificação de bambu a pique com característica primordialmente


“vernacular”, vai atender os anseios do homem moderno em todos os seus detalhes, sem perder
a sua sustentabilidade que implica não apenas ser ambientalmente correta, mas também
socialmente justa, porque a família vai ter a possibilidade de fazer sua casa com um custo mais

13
acessível, vai se orgulhar de ajudar a construir com suas próprias mãos e vai se sentir bem em
sua residência, pois ela vai apresentar todas as características de uma casa moderna.

5 A CASA DE BAMBU A PIQUE

Vamos tomar como referência a cidade de São José do Rio Preto - SP, onde estudamos,
depois de uma avaliação preliminar, observou-se que os principais recursos naturais existentes
aqui e, que se encontram a disposição com um custo mais baixo são: pedra, terra, bambu e
madeira de demolição.

Existem madeireiras que podem fornecer toras de eucalipto tratado, porém depois de
realizar uma comparação de preços foi observado que fazer toda estrutura de bambu com
tratamento prévio no local da edificação, fica mais barato que a madeira, incluindo-se neste
preço a mão de obra qualificada, pois seguimos um pressuposto de que qualquer família possa
ajudar na construção de sua casa mesmo se não possuir ferramental elétrico e conhecimento
técnico de edificação, desde que tenha o acompanhamento do técnico em edificações
especializado em edificações deste tipo.

Neste sentido procuramos observar quais são as variedades de bambu que se


encontram com facilidade no município de São José do Rio Preto - SP.

O bambu gigante, nome científico (Dendrocalamus giganteus) é relativamente comum


em nosso meio e, embora tenha sido introduzido em nosso país oriundo de países asiáticos, têm-
se adaptado e reproduzido como se fosse nativo, possui 24 a 30 metros de comprimento e
diâmetro de 0,20 a 0,25 m, sendo nativo da Índia, Burma, Sri Lanka, Tailândia e Madagascar
Pereira, (2012).

Bambu guadua, segundo (Pereira, 2012), o Guadua angustifólia e Guadua angustifolia


Kunth, espécies de bambu gigante, com espinhos nas gemas, de elevado porte, com elevadas
propriedades mecânicas e grande durabilidade natural dos colmos. Altura dos colmos: até 30 m
Diâmetro dos colmos: até 20 cm Espessura da parede: 1,5-2 cm. Clima e Solo: Clima Tropical;
Solos médios a ricos; cresce ao longo de rios ou colinas. Distribuição natural: América do Sul,
incluindo a região Norte do Brasil, até o Panamá. Sendo mais extensivamente utilizado como
material de construção.

14
Outro bambu encontrado em nossa região é o Bambusa tuldoides, alcança uma altura
aproximada de 15 metros e espessura dos colmos de 6 centímetros (Rosalino, 2020), ideal para
utilização como grade de estruturação interna das paredes que serão preenchidas com terra crua
(bambu a pique).

Todas as 3 variedades de bambu acima citadas existem em abundância na zona urbana


como na rural do município de São José do Rio Preto – SP, e se desenvolvem em forma de
touceiras.

Com base nestas informações foi discutido entre o grupo que tipo de casa optaríamos
em projetar, uma casa com laje de concreto, uma casa com forro ao invés da laje, com telhas
convencionais ou com telhado verde e como utilizaríamos o bambu disponível.

Ficou determinado que realizemos um estudo para a edificação com fundação da de


pedras, estacas de concreto propícias para assentamento de colunas de bambu, estrutura do
telhado, terças e caibros, pilares e vigas de bambu. A residência não possuirá laje, mas a critério
do construtor poderá ter forro convencional de madeira ou pvc ou de bambu e paredes de bambu
a pique conhecida também como taipa de mão ou taipa de sopapo – optou-se por este tipo de
parede pela existência em abundância de bambu e terra e pedras, os três principais elementos
constitutivos para este projeto.

Se alguém possuir acesso fácil à madeira pode optar por utilizar no lugar do bambu.

Devendo ser tratada e ter a parte que estaria em contato com solo impermeabilizada
para não haver contato com umidade, geralmente utiliza-se uma boa pintura com piche nestes
locais e completa-se com concreto. A recomendação é que a altura mínima da viga baldrame
sobre o solo neste caso, seja de 30 cm, lembrando que neste caso, com as colunas de madeira
ou bambu não conhecemos pesquisa que indique possibilidade de construção de laje.

A seguir, Figura 1 de uma residência unifamiliar de bambu a pique em construção.

15
FIGURA 1: Casa de bambu a pique parcialmente barreada

Fonte: https://youtu.be/4CHCrfIVQ_8 , 2022

6 PROCESSO DE LEGALIZAÇÃO PARA INÍCIAR UMA EDIFICAÇÃO URBANA


INFORMAÇÕES OBTIDAS NA PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO
RIO PRETO – SP

Lembrando que para edificações localizadas na zona rural não necessita de nenhum
pedido ou documento junto a prefeitura, devendo-se apenas tomar o cuidado necessário com as
leis e normas ambientais.

6.1 Documentos necessários:

a. ( ) Requerimento preenchido – 1 via (obrigatório);

b. ( ) Procuração – 1 via (quando houver);

c. ( ) RG e CPF do(s) proprietário(s) – 1 via, cópia (se pessoa física);

d. ( ) Cartão CNPJ e Contrato Social – 1 via (se pessoa jurídica);

e. ( ) Título de propriedade – 1 via, original ou cópia (obrigatório);

f. ( ) A.R.T. / R.R.T. / T.R.T. – 2 vias, já pagas, sem tarja:

( ) Projeto arquitetônico (obrigatório);

( ) Execução / direção técnica (obrigatório);

16
( ) Complementares – hidráulica, elétrica e estrutural (se necessário);

( ) Muro de arrimo (se necessário);

( ) Poço de retenção/infiltração (se necessário);

g. ( ) Cálculo do volume do poço – 1 via (se necessário);

h. ( ) Gerenciamento de Resíduos deferido (para área ≥ a 400m²);

i. ( ) Documento do Corpo de Bombeiros (para multifamiliar com área ≥ a 750m²);

j. ( ) Projeto arquitetônico – 3 vias (obrigatório);

k. ( ) Declaração de Responsabilidade Técnica – 1 via (obrigatório);

( ) Fotos (obrigatório);

l. ( ) Outro

6.2 Protocolo da Aprovação Prévia

(Este campo somente deve ser preenchido em caso de haver sido solicitada,
anteriormente, a Aprovação Prévia da construção.)

( X ) Declaro ter lido as orientações quanto aos documentos necessários e anexado todos os
itens acima indicados, sob pena de indeferimento do processo.

Nome de quem está protocolando:

Este processo contém páginas numeradas

6.3 Documentos necessários para pedido de alvará de construção residencial até 2


pavimentos

a. Requerimento preenchido

17
O requerimento deve ser preenchido endereçado ao sr. Prefeito Municipal de São José
do Rio Preto, sempre em nome do(s) proprietário(s) constante(s) no título de propriedade, o
endereço correto, cadastro imobiliário (número constante no carnê de IPTU), telefone de
contato e assinatura do proprietário.

• O modelo em seu formato padrão encontra-se disponível no site em Arquivos1 com o


nome “Requerimentos” ou o “requerimento padrão” do Poupatempo.
• Identificar no requerimento, se além do responsável técnico ou proprietário, outra
pessoa pode acompanhar ou retirar documentação do processo.
• Quando houver mais de um proprietário, preencher com nome de um e indicar “e outros”
e todos devem assinar.
• No caso de empresa, indicar o nome da mesma no campo proprietário e, no campo
assinatura, colocar o nome da empresa e embaixo o responsável que a irá representa-la. Anexar
contrato social que conste o nome do representante.
• No caso de procurador, o requerimento deve ser em nome do proprietário e no campo
assinatura indicar o nome do proprietário e abaixo o nome do procurador com indicação de “P/”
antes da assinatura e o procurador assina. Anexar cópia da procuração ao processo.
• Em caso de falecimento do proprietário, indicar no requerimento e projetos o nome
completo do proprietário falecido seguido de (espólio), e no campo assinatura indicar o nome
do proprietário falecido e abaixo o nome do inventariante com indicação de “P/” antes da
assinatura e o inventariante assina. Anexar atestado de óbito e nomeação do inventariante.
b. Procuração
A procuração deve ser para este fim e deve estar com firma reconhecida das assinaturas e anexar
cópia do RG/CPF ou CNH do procurador.

c. RG E CPF do(s) proprietário(s)


Cópia simples do RG e do CPF ou CNH do(s) proprietário(s) quando pessoa física.

d. Cartão CNPJ e contrato social


No caso de pessoa jurídica apresentar o CNPJ, contrato social e cópia do RG/CPF de quem está
representando a empresa.

e. Título de propriedade
Pode ser um dos seguintes documentos:

18
• Escritura expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis (CRI) há no máximo 12 (doze)
meses;
• Certidão da Matrícula atualizada expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis há no
máximo 3 (três) meses;
• Certidão da Matrícula atualizada expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis há no
máximo 3 (três) meses + Contrato de compra e venda (entre o proprietário que está na matrícula
para o proprietário requerente ou sequência de contratos);
• Contrato de Cessão de Direitos do Loteador.
f. A.R.T. / R.R.T./T.R.T.
Expedida pelo responsável técnico que pode ser engenheiro civil (ART), arquiteto e
urbanista (RRT) ou técnico em edificação (TRT) se permitido pelas atribuições conforme
determinação do conselho de classe.

Preencher corretamente os dados da obra e indicar quadra e lote no campo


complemento.

A ART/RRT/TRT deve estar assinada e já ter sido paga, portanto, apresenta-la sem
tarja. No caso de RRT, mesmo sem tarja, se houver a observação de necessidade de
comprovante de pagamento, anexá-lo.

➢ Projeto arquitetônico – Independente da área, necessário apresentar ART/RRT/TRT


de elaboração/execução de projeto arquitetônico da obra identificado no item atividade técnica
da mesma.
➢ Execução / direção técnica – Independente da área, necessário apresentar
ART/RRT/TRT de execução ou direção da edificação, identificado no item atividade técnica
dela. Pode-se apresentar apenas uma ART/RRT/TRT para projeto arquitetônico e execução,
desde que, os dois itens estejam indicados no campo atividade técnica.
➢ Complementares – hidráulica, elétrica e estrutural – Como o acréscimo utiliza a
construção existente serão necessárias as ART/RRT complementares. Deve-se indicar
responsabilidade pela elaboração/execução de projeto hidráulico, estrutural e de elétrica. Todas
as atividades devem ser indicadas no campo atividade técnica da ART/RRT. Podem ser
profissionais diferentes para cada uma das atividades ou o mesmo.
➢ Muro de arrimo - Para movimentações de terra acima de 1,00 m (corte ou aterro) será
necessário muro de arrimo, portanto, indicar no item atividade técnica a responsabilidade pela

19
execução/direção do mesmo. (Lembrando que no projeto indica-se na planta baixa onde será
com alguma hachura e a metragem linear no quadro de áreas do projeto);
➢ Poço de retenção/infiltração – Obra que seja necessário poço de retenção/infiltração
indicar no campo observações da ART/RRT de execução que também se refere ao poço.
g. Cálculo do volume do poço
O cálculo do volume mínimo necessário é automático, inserindo-se a área
impermeabilizada e a área do terreno na planilha de Excel que se encontra no item Arquivos2
do site com o nome “Cálculo do volume do poço”.

Preencher todos os dados da planilha e apresentá-la impressa em folha A4 ou inserida


no projeto arquitetônico.

h. Gerenciamento de Resíduos deferido


Obras que serão construídas com área a partir de 400m² é necessário Projeto de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) deferido pela Secretaria de Meio
Ambiente e Urbanismo (SMAU) antes do pedido de alvará. Orientações para preenchimento
dele podem ser encontradas na página da Secretaria do Meio Ambiente
(https://www.riopreto.sp.gov.br/meio-ambiente/), em Serviços/Carta de Serviços.

Onde protocolar: Poupatempo ou Ganha tempo ou na própria Secretaria do Meio


Ambiente e Urbanismo.

i. Documento do Corpo de Bombeiros


Construções multifamiliares com área ≥ 750m² deve-se apresentar aprovação do Corpo
de Bombeiros com área exatamente igual a apresentada para o pedido de alvará.

j. Projeto Arquitetônico
Necessário 3 vias do projeto, porém, quando for obra financiada, proprietário pessoa
jurídica ou em condomínio fechado, necessário 4 vias.

Obras em condomínio fechado os projetos já devem estar carimbados pelo mesmo


antes do protocolo do pedido no Poupatempo/Ganha Tempo.

20
O projeto deve conter planta baixa, corte (no mínimo um e de preferência dois cortes),
com escala 1:100 na folha padrão disponível no site no item Arquivos3 com o nome “Modelo –
projeto arquitetônico”.

k. Declaração de Responsabilidade Técnica


Deverá ser anexada Declaração de Responsabilidade Técnica preenchida conforme
modelo disponível no item arquivo4. Ela não pode ser manuscrita e deve ser assinada pelo
responsável técnico da execução e proprietário(s).

Deve-se indicar no campo observações da A.R.T./R.R.T./T.R.T. de execução a


seguinte frase: “É de minha inteira responsabilidade a veracidade das informações contidas na
Declaração de Responsabilidade Técnica e fotos do local”.

6.4 Declaração de Responsabilidade Técnica

Dados da obra: [RUA, AVENIDA, ESQUINA, ETC], n.º , lote , quadra ,


bairro , São José do Rio Preto.

Dados do responsável técnico pela execução/direção: – CREA/CAU/CFT n.º ,


RG n.º , CPF n.º , telefone(s) n.º(s) , endereço eletrônico , residente à
[RUA, AVENIDA, ESQUINA, ETC], n.º , lote , quadra , bairro , no
Município de , CEP

A.R.T./R.R.T./T.R.T. n.º Dados do(s) proprietário(s): , RG(s) n.º ,


CPF(s) n.º , telefone(s) com DDD n.º(s)

Eu, responsável técnico, declaro o reconhecimento de minha responsabilidade técnica,


nos limites da atuação profissional instituídos pelo CREA/CAU/CFT, pelo cumprimento do
projeto aprovado e correta execução da obra, assumindo a responsabilidade legal pela
veracidade das fotos, referentes aos índices construtivos, estágio da obra e desta declaração
apresentada.

Estou ciente que responderei ao órgão de classe, caso não cumpra esta declaração.

21
Eu, responsável técnico, declaro que caso seja necessário a construção do poço de
retenção /infiltração, ele será executado de acordo com a Lei nº 10.290/2008. Declaro também,
juntamente com o proprietário que o poço deverá estar em condições de acesso para realização
de vistoria. Caso o poço não seja executado de acordo com as normas técnicas e legislação
vigente, e não esteja em condições de vistoria, estamos cientes de que não será liberado o habite-
se do imóvel. O proprietário também fica ciente da necessidade de manutenção constante do
poço.

Eu, responsável técnico e o proprietário, declaramos conhecimento do art. 78 da lei


649/2021 e suas alterações sobre a obrigatoriedade do uso da madeira nativa legalizada no
Município de São José do Rio Preto, assumindo todas as responsabilidades legais no caso de
descumprimento da legislação durante a execução da obra acima identificada. Estamos cientes
de que, o habite-se somente será liberado se apresentados os Documentos de Origem Floresta
(D.O.F.).

(Somente quando houver piscina): Eu, responsável técnico e o proprietário,


declaramos que a piscina constante nos projeto/planilha é em: ( ) Alvenaria; ( ) Madeira; ( )
Fibra ou material pré-fabricado. (O não preenchimento será informado como “Alvenaria” para
a Receita Federal).

Eu, proprietário, declaro que a obra foi iniciada em (quando regularização/obra já


iniciada) ______/_____/________, e concluída em (quando for alvará de regularização/habite-
se) ______/_____/________, e estou ciente que, em caso de omissão dessa informação, a
Prefeitura informará à Receita Federal a data de expedição do alvará como início da obra e a
data de expedição do habite-se como término da obra e que a mesma não se responsabiliza
perante a Receita Federal por qualquer omissão ou informação incorreta inserida neste item.

São José do Rio Preto, de de 20 .

Assinatura do responsável.

22
7 FUNDAÇÃO

De acordo com a estruturação de fundações residenciais no período do Brasil colonial


os alicerces/fundações possuíam uma profundidade média de um metro por sessenta
centímetros de largura, se constituía de valetas cavadas na terra, apiloadas com soquete de
madeira, e perfuradas por aproximadamente um metro nas extremidades cunhais para fixação
dos esteios de sustentação e nas laterais das futuras janelas e portas, podendo se aproveitar
esteios cunhais já fixados para servirem de apoio para uma das laterais do batente de porta;
depois de fixados os esteios as valetas eram preenchidas com pedras de maneira mais ou menos
homogênea, em seguida poderia ser derramado ao longo de toda a valeta uma calda rala de
barro com o objetivo de preencher os vazios existentes entre as pedras. Abaixo, Figura 2 a
edificação de uma fundação de pedras.

FIGURA 2: Viga baldrame utilizando pedras rachão

Fonte: https://youtu.be/zFg-Iz9wMgg , 2022.

A fundação recomendada para este projeto é semelhante à citada, porém, como optou-
se pela utilização predominante de bambu na edificação, foram feitos buracos ao longo da
fundação para edificação de estacas de concreto para fixação dos esteios de bambu, a fundação
foi projetada para seguir a 30 cm acima do nível do solo para se evitar o contato com a umidade
provinda do respingo das chuvas ou por capilaridade do solo, a profundidade e largura da valeta

23
no solo ficará com 0,7 x 0,5 metros respectivamente para constituir a viga baldrame. Abaixo, a
Figura 3 apresenta um tipo de gabarito para montagem da fundação acima do nível do solo.

FIGURA 3: Viga baldrame utilizando pedras rachão – gabarito lateral

Fonte: https://youtu.be/posF-6Y_0b0 , 2022

Para preenchimento das valetas primeiro espalha-se uma camada inicial de pedras brita
nº 2, depois as demais pedras, em seguida uma leve camada de brita nº 1 para preencher espaços
vazios, foi feito um apiloamento do material e despejado ao longo da fundação uma calda
composta de areia lavada de granulometria média, terra, cal, cimento e agua, com traço de
1:4:1:0,5 respectivamente, para que a fundação chegue até a altura estimada, foi instalado uma
estrutura de madeira (caixaria), em seu entorno e as pedras localizadas acima do nível do solo
foram colocadas manualmente, para que fique bem fixadas a partir das maiores nas laterais da
caixaria e as demais de forma que fiquem bem amarradas entre si, preenchendo o máximo de
espaços com pedras pequenas, pedras brita nº 1 e a calda.

7.1 Estacas

As estacas nas posições de sustentação podem ser cavadas com dois metros de
profundidade, haja vista as boas condições de nivelamento, drenagem e qualidade do solo e
subsolo do terreno.

24
As estacas podem ser edificadas em concreto armado com bambu, a uma altura de 30
cm do nível do solo, porém são edificadas de maneira lenta, para que junto a cada uma, possam
ser chumbados os esteios de bambu.

Para projetos em que a casa seja edificada ao nível do solo, se recomenda a altura
mínima de 0,3 metros da base de concreto para pilares de bambu e a mesma altura da viga
baldrame para manter-se as paredes da edificação longe do contato com a umidade vinda do
solo.

Cada conjunto de esteio de bambu em cada estaca representa um pilar da edificação,


as estacas juntamente com seus respectivos pilares devem ser edificadas, aprumadas e niveladas
em todos os cantos da edificação e nos vãos entre si a cada 2,5 a 3,0 metros para sustentar a
estrutura das paredes e do telhado.

Optaremos em indicar o método de impermeabilização com piche na base do bambu


onde será introduzido na parte da estaca que se encontra acima do nível do solo, e
posteriormente será completado o enchimento com concreto até a altura máxima de 30
centímetros do nível do solo.

Existem alternativas de edificação dos pilares como por exemplo concreta-se o pilar
até altura de 30 centímetros sobre o nível do solo e se introduz vergalhões de aço de 10
milímetros de diâmetro com uma altura 0,5 metros de arranque para servir como fixação dos
pilares de bambu, sendo instalado 1 vergalhão para cada bambu e posteriormente é introduzido
uma argamassa mais mole de cimento na base do bambu através de um furo, para fixar na haste
do vergalhão de aço, conforme Figura 4 abaixo.

FIGURA 4: Forma de fixação do bambu a sapata de concreto

Fonte: Padovan, 2010


25
Ou por outra, caso seja edificado com madeira tratada, realiza-se a impermeabilização
da base do pilar e o introduz diretamente na terra, tendo o cuidado de se colocar uma pedra com
o dobro do diâmetro do pilar no fundo do buraco cavado para servir de apoio contra
afundamento, nesse caso a profundidade média total do buraco pode ser de 1,5 metros, menor
que das estacas de bambucreto.

As estacas localizadas nas extremidades cunhais (cantos) da edificação foram


dimensionadas para que consigam receber 4 esteios de bambu em cada uma, as outras para
receber um esteio inclusive das portas e janelas um esteio de cada lado, para servir não só de
sustentação estrutural, mas também para a instalação delas. Abaixo, Figura 5, base do pilar
sobre a estaca.

FIGURA 5: Estaca de concreto com altura mínima de 30 centímetros acima do solo.

Fonte: https://youtu.be/41fM0YJbw8Y ,2022

Abaixo, Figura 6 apresenta uma estrutura de bambu para uma residência que pela sua
elevação sobre o solo, possuirá assoalho de madeira.

FIGURA 6: Pilares de bambu sobre estacas de concreto acima do nível do solo.

Fonte: https://youtu.be/4CHCrfIVQ_8 ,2022


26
8 PREPARO E MONTAGEM DA ARMADURA DE BAMBU PARA AS ESTACAS

Para a armadura das estacas pode ser utilizado ferragem de vergalhões 5 mm para
confecção dos estribos; utiliza-se o bambu inteiro de variedades Melocana bacífera,
Phyllostachys bambusoides, bambusa tulda, bambusa vulgaris, porque estes, segundo Santos et
al. (2021), são as variedades existentes no município de São José do Rio Preto – SP; ou
variedades semelhantes conhecidas como taboca e/ou taquara, o importante é que estejam
maduros, tratados e possuam um diâmetro médio de 5 centímetros, pois se utilizar bambus
muito grossos podem comprometer a estrutura da estaca de concreto e se utilizar bambu
rachado/fracionado em tiras, também pode comprometer a resistência a tração da armadura,
haja vista que o formato cilíndrico da haste de bambu a ser utilizada apresenta uma conformação
geométrica comprovadamente mais resistente.

A armadura de bambu deve ser pintada com piche em solução rala e areia lavada grossa
para constituir uma boa fixação ao concreto, e amarrado com arame recozido tradicional para
este fim. Abaixo, as Figuras 7 e 8 apresentam respectivamente uma armadura de bambu no solo
e após a viga baldrame concretada.

FIGURAS 7 e 8 armaduras de bambu e viga baldrame concretada

Fontes: https://youtu.be/lrAxzXb6ZCs ; https://youtu.be/Ve5zTSYexYQ ,2022

27
9 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS: ENCANAMENTO DE ENTRADA DE ÁGUA E
REDE DE ESGOTO

Quando se tratar de uma edificação residencial urbana, o sistema de encanamento


seguirá aos mesmos padrões convencionais, sendo edificados seguindo a mesma ordem
metodológica tradicional, porém, a rede de esgoto e os encanamentos subterrâneos de entrada
de água devem ser instalados antes da colocação das pedras na fundação.

Os encanamentos de entrada da água da prestadora de serviço e de esgoto, deverão ser


instalados quando as paredes estiverem pré-montadas com bambu no ponto para barrear, o
encanamento deverá ser amarrado junto ao bambu a pique para ficar fixado até o momento do
barreamento e reboco. Abaixo, Figura 9 de encanamento de água instalado na parede de bambu
a pique.

FIGURA 9: Instalações hidráulicas

Fonte: https://youtu.be/dD4DD6f6-AU ,2022

10 ESTRUTURA DA EDIFICAÇÃO
A partir da criação da norma técnica ABNT NBR 16828 – Estruturas de Bambu, em
21/12/2020 o bambu passa a ser considerado no ramo da construção civil como um material
normatizado, ou seja, recomendado através de parâmetros técnicos confiáveis de limites de
resistência a compressão, tração, torção e durabilidade, garantido pelo Instituto nacional de
metrologia e normalização. O que nos leva a considerar o bambu como material confiável para
ser utilizado em edificações respeitando os limites estipulados pela norma.

10.1 Preparo e tratamento do bambu

Todo bambu utilizado na edificação após colhido, deve ser tratado no próprio canteiro
da obra para se evitar custos com transporte.
28
Costuma-se cavar uma vala com 0,5 metro de profundidade por 8 metros de
comprimento, por 1,5 metros de largura, coberto com uma lona plástica, enchido com água e
acrescentado pentaborato (borax), solução com concentração a 5%, se trata de ácido bórico, um
sal mineral utilizado na agricultura para adubação de micronutrientes às plantas.

O bambu deve ser previamente lavado com auxílio de uma escova de aço, deve estar
seco e perfurado o interior de seus colmos com a utilização de um vergalhão de construção,
para que a solução de bórax penetre a partir de seu interior, o bambu deve ser colhido maduro
e de preferência na época da lua minguante, período em que a planta vai apresentar menor teor
de água e por conseguinte também de amido, material atrativo para brocas, cupins e outros
insetos, enfim quanto mais maduro o bambu menos teor de amido em suas fibras.

É um tratamento eficiente e utilizado mundialmente, não é contaminante do meio


ambiente e da saúde humana por se tratar de um produto natural. A Figura 10 abaixo, apresenta
o tanque de tratamento do bambu.

FIGURA 10: Tanque de submersão de bambu para tratamento

Fonte: https://youtu.be/hkqvPeP8n5s ,2022

10.2 A estrutura de bambu

Na estrutura de bambu o método utilizado consiste em não sobrepor terças da base do


telhado sobre apenas um esteio de sustentação estrutural, para evitar uma carga que seja capaz
de rachar o bambu ao meio devido ao peso do telhado. Portanto para os pilares nas posições
cunhais da edificação, é feita uma estrutura previamente montada com espaçador parafusado

29
entre quatro esteios de bambu nas duas extremidades (superior e inferior) para facilitar a
instalação e aprumo concomitantemente à estaca da fundação.

Dessa maneira o peso do telhado e das paredes vai se distribuir em uma estrutura
quádrupla de sustentação de cada um dos principais pilares da edificação.

Em alguns casos em que pode haver insolação sobre uma parte da residência, pode-se
executar o método de reboco sobre o pilar de bambu que ficar exposto, para isto reveste-se o
pilar com um saco de fibra agrícola para que o barro se fixe na estrutura. Abaixo, a Figura 11
apresenta o sistema de saco no pilar para facilitar a aderência do reboco.

FIGURA 11: Saco de fibra vegetal sobre o pilar para ser rebocado

Fonte: https://youtu.be/dD4DD6f6-AU ,2022

10.3 O travamento dos pilares da estrutura de bambu

Após a instalação das estacas de fundação e de seus respectivos pilares de bambu e


secagem das estacas, inicia-se o travamento delas através do aparafusamento das terças sobre
os pilares e a completa montagem da estrutura de bambu do telhado.

É possível construir os encaixes para conexão das peças de bambu, se utilizando de


ferramentas manuais como formão, faca, facão, martelo, grosa, serrote, cegueta, furadeira, na
existência de ferramentas elétricas o serviço poderá ser acabado com mais rapidez e menos
esforço físico, porém de qualquer forma a realização deste trabalho de carpintaria exigem
conhecimento e prática na profissão.

A Figura 12 a seguir apresenta uma estrutura de bambu sendo travada na parte


superior.
30
FIGURA 12: Travamento de pilares com a estrutura do telhado

Fonte: https://youtu.be/4CHCrfIVQ_8 ,2022

Abaixo, na Figura 13, outro exemplo de travamento de pilares na estrutura do telhado.

FIGURA 13: Travamento de pilares com a estrutura do telhado

Fonte: https://youtu.be/-mRP3cF6GEo ,2022

11 O TELHADO DA CASA DE BAMBU A PIQUE

Tradicionalmente neste tipo de edificação o telhado é montado antes das paredes e de


todo o restante do acabamento da obra para que a ocorrência de chuvas não venha atrapalhar o
manuseio do barro nas paredes, a Figura 14 a seguir demonstra como é neste caso.

31
FIGURA 14: Telhado edificado antes de executar o barreamento das paredes

Fonte: https://youtu.be/DSOx0dE9yKY ,2022

Abaixo, a Figura 15 mostra a vista interna da estrutura de bambu e forro de bambu.

FIGURA 15: Estrutura de bambu do telhado, vista interna

Fonte: https://youtu.be/DSOx0dE9yKY ,2022

12 AS PAREDES DE BAMBU A PIQUE

Estando executada as fundações, os pilares, toda estrutura de sustentação da edificação


e o telhado partimos para a estruturação das paredes.
32
O bambu utilizado para compor a estrutura interna das paredes é o mesmo referenciado
acima para preparo da armadura das estacas de bambucreto.

Deve ser cortado no tamanho exato correspondente entre a viga baldrame e a terça de
amarração da estrutura do telhado (viga superior) e parafusado/encaixado nas partes superior e
inferior para a fixação de cada um, a uma distância aproximada de 20 cm entre si ao longo de
todas as paredes da casa, ou se utiliza a variedade que se encontrar no local, bambu tipo taboca
por exemplo, ou bambus maiores que serão rachados e poderão ter a mesma utilidade.

Abaixo, a Figura 16 mostra uma parede de bambu a pique recentemente barreada.

FIGURA 16: Parede de bambu a pique barreada

Fonte: https://youtu.be/DSOx0dE9yKY ,2022

Em seguida o mesmo tipo de bambu é rachado ao meio e fixado com arame ou corda
de sisal, ou pregado, no sentido horizonta de todas as paredes a uma distância de 15 cm entre
si, porém nos dois lados da parede.

Recomenda-se que estes, instalados horizontalmente não sejam paralelamente


alinhados entre um lado e outro da parede, para que haja uma melhor amarração do barro no
entramado de bambu das paredes.

33
Recomendamos que o bio construtor procure utilizar um material resistente para
amarração dos bambus, por exemplo corda de sisal apresentam boa resistência para quem quiser
utilizar apenas materiais ecologicamente viáveis. Por outro lado, o arame de alumínio é uma
excelente opção quando se pensa em praticidade, resistência e durabilidade pois, nunca vai se
enferrujar ou decompor dentro da parede de bambu a pique. Abaixo, a Figura 17 apresenta a
estrutura de uma casa de pau a pique pronta para ser barreada.

FIGURA 17: Casa de pau a pique pronta para barrear as parede

Fonte: https://youtu.be/RRVSUPcaCk8 ,2022

13 INSTALAÇÃO DAS ESQUADRIAS

As esquadrias escolhidas podem ser de metal ou madeira, de acordo com a preferência


de cada um.

Recomendaremos escolher esquadrias de madeira, devido sua instalação ser realizada


com mais facilidade junto a estrutura pré-fixada na edificação.

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Primeiramente realiza-se estruturação da parede instalando os suportes laterais nas
posições verticais e horizontais com um bambu adequado ou caibro de madeira, onde a
esquadria será fixada, conforme mostrado na Figura 18, abaixo.

FIGURA 18: Suporte da janela

Fonte: : https://youtu.be/RH5zqj6JVA8 ,2022

Outro exemplo de pré-instalação de janela ou portas na Figura 19, abaixo.

FIGURA 19: Janela instalada antes de barrear a parede

Fonte: https://youtu.be/lQXJU7z64ak ,2022

35
14 A INSTALAÇÃO ELÉTRICA

Os condutores elétricos são instalados no interior da armação de bambu das paredes e


sob as telhas ou sob o forro interno do imóvel se houver forro.

Recomenda-se que se realize o passamento da fiação elétrica no interior dos


condutores e a instalação das caixinhas nos pontos previamente escolhidos para as tomadas
elétricas e batentes de acionamento de luminárias para somente depois iniciar o barreamento
nas paredes.

Abaixo, a Figura 20 apresenta conduite de instalações elétricas na estrutura da parede


a ser barreada:

FIGURA 20: Instalação de condutores de cabos elétricos antes de realizar o barreamento da parede.

Fonte: https://youtu.be/dD4DD6f6-AU ,2022

A Figura 21 abaixo, apresenta a instalação de caixa de tomada e batente na estrutura


da parede.

FIGURA 21: Instalação de condutores de cabos e caixa de energia antes de realizar o barreamento da parede

Fonte: https://youtu.be/dD4DD6f6-AU ,2022

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Abaixo, Figura 22, a caixa de energia para tomada, após o barreamento da parede.

FIGURA 22: Caixa de energia instalada antes de rebocar a parede

Fonte: https://youtu.be/dD4DD6f6-AU

15 O BARREAMENTO DAS PAREDES

O material utilizado deve ser a terra com água, porém deve-se realizar a compra ou
extração de material oriundo do subsolo, a chamada terra de barranco, para se precaver da
existência matéria orgânica em decomposição, partículas coloidais que, atrapalham no processo
de liga que a argila deve exercer para grudar no entramado de bambu. Porém, também é comum
encontrar construtores que optam por incluir na mistura do barro uma quantidade inferior a 5
de terra e 1 de palhas triturada, ou capim seco ou acícula para conferir melhor estabilidade na
liga da massa.

Abaixo a Figura 23 demostra a forma mais prática de se amassar o barro quando se


possui acesso à energia elétrica – através de uma betoneira.

FIGURA 23: Utilização de betoneira para facilitar a mistura da terra crua

Fonte: https://youtu.be/DSOx0dE9yKY
37
Em contrapartida outras pessoas preferem não utilizar palhas ou capins, apenas terra,
pedreiros experientes na arte do pau a pique afirmam que pode ser qualquer tipo de terra de solo
ou subsolo e água para que a partir das trincas que surgirão após a secagem do barro
(aproximadamente 20 dias), fique fácil para o reboco de acabamento se fixar na parede de barro,
vide Figura 24, abaixo.

FIGURA 24: Rachaduras na parede de pau a pique, edificada sem a utilização de fibras vegetais

Fonte: https://youtu.be/Ql1vnPh5fiI

As técnicas de preparação do barro para as paredes de bambu a pique podem variar de


região para região, de acordo com o tipo de solo mais ou menos arenoso ou argiloso, ou de
acordo com a quantidade de pessoas que vão trabalhar na edificação das paredes, pois se duas
pessoas fizerem o barreamento simultaneamente, uma de cada lado da parede o trabalho se
torna mais fácil e não requererá fibras vegetais na massa, porque se trabalhar sozinho e utilizar
uma massa com terra e capim picado por exemplo, ela terá uma consistência que não cairá para
fora da parede pelo outro lado e o trabalho se tornará mais prático se estiver sozinho.

Quem utilizar esta técnica com barro e palhas deve atentar para que, se não ocorrer
muitas trincas após secagem, deverá fazer sulcos paralelos com profundidade aproximada de
0,5 cm enquanto o barro estiver fresco para que haja aderência do reboco na parede, ver Figura
25, abaixo.

FIGURA 25: Sulcos realizados em parede que não houve rachaduras

Fonte: https://youtu.be/Ej9qZTccPLE

38
16 O BARREAMENTO DAS PAREDES EM AMBIENTES ÚMIDOS

Paredes úmidas são aquelas localizadas em ambientes que terão contato com água, e
hidráulicas são aquelas que possuem encanamento de água como duchas higiênicas, torneiras e
chuveiros.

Geralmente localizadas na cozinha, lavanderia e banheiros, recomendamos que na


massa de barro nas paredes localizadas sobre o box do chuveiro, sobre as pias, lavatórios e
tanques de lavanderia seja acrescida a utilização de palhas trituradas ou capim e cimento num
traço de uma porção de cimento para cada 7 porções do restante da massa. Assim a parede se
tornará mais impermeável a umidade.

16.1 O acabamento das paredes das áreas úmidas

Optou-se em apresentar o acabamento das paredes do banheiro, da cozinha e da


lavanderia utilizando o método do cimento queimado, com cimento de cor branca. Assim
promoveremos uma textura lisa, bonita, de cor clara e impermeabilizaremos as paredes destas
áreas que possuem contato direto e indireto com a água. E os acabamentos das paredes se
combinarão esteticamente aos do piso apenas com cores diferentes.

Devido a boa qualidade do reboco ecológico pode-se naturalmente executar o


acabamento das paredes com revestimento cerâmico que quiser mas, estamos citando a opção
de cimento queimado devido o baixo custo em relação ao revestimento convencional e devido
ao surgimento de técnicas de polimento utilizando lixadeira elétrica que tornam o acabamento
de cimento queimado em uma excelente opção de qualidade e beleza para qualquer tipo de
edificação, dando brilho e um aspecto marmorizado a este tipo de acabamento.

O surgimento de produtos, argamassas pré-fabricadas para aplicação de cimento


queimado, facilitam e tornam uma técnica considerada antiga, de volta à modernidade.

Em alguns casos os construtores optam por edificar as paredes dos banheiros com
tijolos convencionais para evitar possíveis contratempos com relação a umidade nas paredes,
conforme a vista externa proporcionada pela Figura 26, a seguir.

39
FIGURA 26: Casa de bambu a pique com pilares de madeira e banheiro de alvenaria convencional.

Fonte: https://youtu.be/dD4DD6f6-AU

17 CONTRAPISO

Indicamos ao construtor executar a construção do contrapiso com uma massa padrão


para concreto que chegue ao ponto máximo de 5:1 onde serão 5 partes de cascalho e 1 de
cimento. Caso o construtor não possuir cascalho nas proximidades da construção para ser
utilizado com menos custos, recomendamos utilizar 3 partes de areia lavada grossa ou a que
existir no local: 2 partes de pedra brita ou seixos de rio, escolher conforme a disponibilidade do
local e 1 parte de cimento.

Nós já executamos um contrapiso com cascalho de barranco, obtido no local da


edificação, foi identificado neste material a existência de saibro e terra, por isso foi executado
com uma altura de 7 centímetros de massa sobre um solo muito bem socado/apiloado.
Recomendamos molhar o solo no interior da residência e apiloar com uma ferramenta de peso
para causar a compactação adequada antes de realizar a execução do contrapiso. Normalmente
utiliza-se a massa de concreto com uma espessura mínima de 5 centímetros se o material
utilizado for com areia pura e pedras brita e não houver outros materiais sedimentares na
composição da mistura obtida no meio ambiente local.

40
Este contrapiso acima citado, foi executado em uma obra rural, não foi aplicado outro
revestimento sobre ele, possui acentuado tráfego de pessoas na habitação em que foi feito há
10 anos, até hoje não apresentou nenhum sinal de trinca, fissura, descolamento lateral ou
afundamento por excesso de peso, mostrando-se perfeitamente viável.

17.1 Execução do piso

O piso escolhido para esta edificação foi o chamado piso de cimento queimado. Para
executar este acabamento foi necessário aplicar um excelente nivelamento no contrapiso e
esperar por 1 semana para avaliar seu comportamento durante o período de cura do concreto.

Se acaso o contrapiso fosse executado com material de areia de rio e pedras brita,
poderia se proceder com a formação do acabamento em cimento queimado imediatamente ao
nivelamento deste, quando a massa ainda estivesse mole e nivelada, porém utilizou-se o método
de espalhamento da solução de cimento sobre o contrapiso seco para evitar-se possíveis
desgastes por abrasividade e falhas e imperfeições de acabamento devido existência de terra e
saibro no cascalho.

Porém não é objetivo deste trabalho aprofundar neste assunto, pois sabemos que o
construtor deverá optar entre comprar areia e brita ou utilizar o que tem em mãos. Podendo
buscar a garantia de um serviço reconhecido por estar utilizando materiais de uso convencional
e pagar mais caro por isto, ou utilizar materiais não convencionais e sofrer sobre a crítica e a
incerteza imposta pelos construtores e lojistas de materiais de construção convencional, porém
possuir mais acessibilidade para alcançar o sonho da casa próprio, construída pelas suas
próprias mãos e daqueles que poderão acompanhar voluntariamente e daqueles que proverão
o serviço técnico especializado em edificação sustentável.

18 ACABAMENTO

O acabamento é a parte construtiva de finalização da edificação, seus objetivos são


trazer a visão a beleza das partes superficiais das paredes, do piso, das pias, lavatórios, peças
sanitárias, torneiras duchas, e das esquadrias; outro objetivo é trazer a resistência a abrasão no
41
caso dos pisos e paredes, resistência e impermeabilidade às águas pluviais pelo lado externo da
edificação e nas áreas internas chamadas de áreas úmidas: cozinha, lavanderia e banheiros.
Outra opção de acabamento é o forro de esteiras trançadas de bambu mas, exige mão de obra
ou valor mais elevado, pode-se encontrar este produto por encomendas em fábricas de e cestos
de bambu.

18.1 O reboco de acabamento das paredes

O traço utilizado neste reboco é 2:2:1 – terra, areia lavada fina e cal hidratada
respectivamente. O reboco para este tipo de parede dispensa o chapisco, porque a parede
apresenta irregularidades, rachaduras e reentrâncias que servem como elemento de fixação da
argamassa de reboco.

Para executar o reboco é necessário esperar por aproximadamente 20 a 30 dias para


que o barreamento seque completamente e apresente fissuras.

Recomenda-se hidratar a cal com pelo menos um dia de antecedência à mistura da


massa e após rebocado aguardar aproximadamente 20 dias a secagem para posterior pintura
com a tinta de preferência.

Esse tipo de reboco também pode ser utilizado como embasamento de paredes que
receberão a aplicação de revestimento cerâmico. Este tipo de aplicação deve ser realizada da
maneira como indicada pelo fabricante de cada tipo de revestimento diferente, utilizando-se de
argamassa convencionalmente utilizada.

Não necessita maiores cuidados visto que a instalação de rodapés no interior da


edificação, beirais com comprimento aproximado de 1 metro, na pintura e o processo químico
de secagem do reboco que pode demorar aproximadamente 30 dias devido a secagem da
argamassa a base de cal ser mais demorado que o cimento, constituem medidas suficientes para
a conservação do reboco das paredes, com uma resistência suficiente, que não requererá
manutenção frequente como seria o caso de argamassas desprovidas de cal e de um traço
equilibrado como ocorria antigamente, inclusive o substituía por esterco verde de gado.

A seguir as figuras 27 e 28 respectivamente, mostram o reboco ecológico sendo


aplicado sobre uma parede de pau a pique, notem que as rachaduras da parede são preenchidas
42
pelo reboco melhorando a sua aderência a parede sem necessidade de chapisco, e ao mesmo
tempo o reboco entranhado nas rachaduras promove maior resistência e firmeza a parede:

FIGURA 27: Reboco ecológico

Fonte: https://youtu.be/uy900982p-E
FIGURA 28: Iniciando o reboco na parede de pau a pique

Fonte: https://youtu.be/uy900982p-E

18.2 Pintura das paredes

A pintura das paredes pode ser realizada após a secagem do reboco, utilizando
qualquer tipo de tinta de paredes de preferência de cada um.

Partes dos pilares de bambu ficaram expostos a intempérie, recomenda-se executar sua
pintura com um impermeabilizante natural a base de resina e óleo de mamonas.

Ou para prevenir maiores desgastes após a impermeabilização e secagem, pode-se


realizar uma nova pintura com uma mistura de piche e areia grossa e depois de seco realizar o
reboco em torno do bambu com a mesma massa já utilizada na casa, porém com 1 parte a mais
43
de cimento ficando especificamente para rebocar os pilares de bambu uma massa com traço de
2: 2: 1: 1 terra, areia, cal e cimento respectivamente. Se a edificação possuir varandas que
cheguem a cobrir as laterais onde existam pilares de bambu expostos, não existirá a necessidade
de rebocá-los com finalidade de proteção contra a intempérie, pois a própria varanda fará isto.

A estrutura de bambu que ficar aparente poderá receber pintura de verniz ou de óleo
vegetal de preferência, o que tornará a edificação mais bela e aconchegante.

A tendencia do bambu tratado é passar por um processo de mineralização com os


produtos utilizados em seu tratamento, tornar-se-á incorruptível por deterioração de origem
fúngica ou bacteriológica, podendo possuir uma vida útil de séculos há fio.

Abaixo as figuras 29, 30, 31 e 32 apresentam a edificação acabada.

FIGURAS: 29, 30: Fachada frontal, vista ampliada

Fonte: https://youtu.be/1xY53EepnGw , 2022

FIGURAS 31, 32: Vista do acabamento interno da estrutura, forro de bambu, paredes e piso.

https://youtu.be/1xY53EepnGw , 2022

44
19 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O bambu é largamente utilizado na construção civil desde tempos imemoriais, cabe ao


ser humano do presente se empenhar em conhecê-lo e utilizá-lo melhor.

O sistema de edificação vernacular especialmente casa de bambu a pique tão conhecida


no Brasil da época colonial até hoje, está de volta com novas técnicas ambientais de engenharia
civil agregadas, consolidando esta técnica como sendo a opção bioconstrutiva mais acessível
ao engajamento popular – o famoso mutirão de trabalho para construir sua própria residência,
se não com ajuda dos vizinhos e amigos pelo menos com a participação direta dos interessados
juntamente com o técnico de edificações e sua equipe de pedreiros, como uma alternativa de
melhor aproveitamento dos recursos naturais disponíveis e técnicas seculares que viabilizam a
utilização de materiais não convencionais capazes de trazer maior conforto: social, ambiental e
econômico para a população.

Enfim o custo da edificação sustentável pode ser bem menor que a convencional e a
qualidade oferecida pela edificação pode ser igual ou superior além do que contribuiremos para
preservação do meio ambiente.

45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PEREIRA, M. A. Projeto bambu: Introdução de espécies, manejo, caracterização e


aplicações. 2012. 194 f. Tese – Livre-docente na disciplina de Designe e construção com
bambu. UNESP. Bauru – SP. 2012. Acesso em 07/05/2022. Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/106710/pereira_mar_ld_bauru.pdf?sequen

PADOVAN, R. O bambu na arquitetura: Design de conexões estruturais. 2010. 184 f.


Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Design da Faculdade de
Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
campus Bauru, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Design, área de
concentração: Planejamento de produto. UNESP. Bauru – SP. 2010. Acesso em 07/05/2022.
Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/89702/padovan_rb_me_bauru.pdf?sequen
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SANTOS, M. F. H. dos; PERES, J. H; RIBEIRO, V. S. da; BALBO, W. R. C. Pesquisa de


campo para a aplicação do bambu para região de São José do Rio Preto – SP. 2021. 47 f.
TCC – Trabalho de conclusão de curso para obtenção do certificado de Técnico em Edificações.
ETEC – Philadelpho Gouvêa Netto. São José do Rio Preto – SP. 2021. Arquivo público da
biblioteca da referida instituição.

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