Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
de Baixa Tensão
Prof. Léo Roberto Seidel
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Léo Roberto Seidel
SE458i
ISBN 978-85-515-0396-6
CDD 621.31924
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico! Bem-vindo à Disciplina Instalações Elétricas de
Baixa Tensão. Esta disciplina visa prover os conhecimentos necessários que
permitirão a elaboração de projetos elétricos em baixa tensão de forma segura,
econômica e energeticamente eficiente.
Bons estudos!
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS.................. 1
VII
TÓPICO 3 – DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS......................................................... 31
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 31
2 DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS TERMINAIS.................................................... 31
2.1 LOCALIZAÇÃO DOS QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO............................................................ 31
2.2 DIVISÃO DA INSTALAÇÃO......................................................................................................... 32
2.2.1 Tensão nos circuitos................................................................................................................. 33
2.2.2 Exemplos de circuitos terminais............................................................................................ 35
2.3 QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS.............................................................................. 39
2.3.1 Dimensionamento do Quadro de Distribuição................................................................... 41
3 LANÇAMENTO DOS CONDUTOS PARA ENERGIA................................................................. 42
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 47
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 48
VIII
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 81
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 82
IX
2.5 TEMPERATURA DE COR............................................................................................................... 145
3 LÂMPADAS ELÉTRICAS.................................................................................................................... 146
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS LÂMPADAS QUANTO AO PROCESSO DE EMISSÃO DE LUZ .147
3.1.1 Lâmpadas Incandescentes...................................................................................................... 147
3.1.2 Lâmpadas Halógenas de Tungstênio.................................................................................... 148
3.1.3 Lâmpadas de Descarga........................................................................................................... 149
3.1.4 Lâmpadas LED......................................................................................................................... 152
4 LUMINÁRIAS........................................................................................................................................ 154
5 CÁLCULO LUMINOTÉCNICO......................................................................................................... 155
5.1 DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES PARA O
CÁLCULO DO FLUXO LUMINOSO............................................................................................ 156
5.1.1 Iluminamento médio do ambiente (E).................................................................................. 156
5.1.2 Fator de utilização do recinto (Fu).......................................................................................... 158
5.1.3 Fator de depreciação do serviço da luminária..................................................................... 159
5.2 DISTRIBUIÇÃO E CÁLCULO DO NÚMERO DE LUMINÁRIAS........................................... 160
5.3 ROTEIRO DE CÁLCULO................................................................................................................ 163
5.4 EXEMPLO DE APLICAÇÃO.......................................................................................................... 163
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 166
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 167
X
2.3.1 Equipotencialização................................................................................................................. 197
2.3.2 Seccionamento Automático..................................................................................................... 199
3 ATERRAMENTO ELÉTRICO.............................................................................................................. 199
3.1 ESQUEMA TT................................................................................................................................... 199
3.2 ESQUEMA TN.................................................................................................................................. 200
3.3 ESQUEMA IT.................................................................................................................................... 201
4 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO ADICIONAIS........................................................................... 202
4.1 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO DIFERENCIAL RESIDUAL..................................................... 202
4.2 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS................................................................... 204
4.2.1 Classes e características gerais de um DPS.............................................................................. 208
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 211
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 215
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 216
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 217
XI
XII
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresen-
tado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
ELEMENTOS DE PROJETO
1 INTRODUÇÃO
A elaboração de um projeto elétrico é uma tarefa que, muitas vezes, pode
parecer simples ou trivial. No entanto, são requeridos conhecimentos de áreas di-
versas da engenharia para sua execução de forma satisfatória. O projetista precisa
ter conhecimentos sólidos sobre eletricidade básica, circuitos elétricos, princípios de
eletromagnetismo, máquinas elétricas e até automação e telecomunicações. Embora
nem todos os projetos elétricos requeiram todo esse arcabouço de conhecimento, é
certo que quanto maior o entendimento do projetista sobre os diversos elementos
envolvidos no projeto, melhor será o resultado alcançado.
3
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
FONTE: O autor
4
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DE PROJETO
3 NORMATIZAÇÃO
Todo projeto elétrico necessita seguir as especificações das leis, normas e
diretrizes técnicas vigentes a fim de garantir a padronização, segurança e eficiência
da instalação projetada. Mais do que uma obrigação, a observância das normas
provê ao projetista respaldos técnico e jurídico na eventualidade de ocorrerem pro-
blemas nas instalações elétricas projetadas, além da garantia de que a instalação
funcionará de forma satisfatória e com economia de energia.
8
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DE PROJETO
9
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
4.5 DIMENSIONAMENTOS
Nesta etapa, são realizados os dimensionamentos de todos os componen-
tes dos projetos elétricos, de acordo com as informações obtidas anteriormente e
em conformidade com as normas técnicas. Destacam-se o dimensionamento dos
condutores, eletrodutos, dispositivos de proteção e dos quadros de energia.
Como regra geral, quanto mais detalhes forem fornecidos pelo projetista,
mais fiel será o projeto.
10
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DE PROJETO
• Previsão de cargas.
• Determinação de Demanda Provável.
• Dimensionamento físico de condutores e eletrodutos.
• Dimensionamentos dos dispositivos de proteção.
11
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
12
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DE PROJETO
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• São vários os documentos que compõem um projeto elétrico, dentre eles: ART, Me-
morial de Cálculo, Plantas, Detalhes e outros.
13
AUTOATIVIDADE
3 Qual é o nome completo da norma técnica que precisa ser seguida para a
elaboração de projetos elétricos? Quais tipos de projetos elétricos não são
atendidos por esta norma?
14
UNIDADE 1
TÓPICO 2
PREVISÃO DE CARGAS
1 INTRODUÇÃO
As cargas instaladas de uma edificação são, em última análise, os elementos que
determinam as características básicas de um projeto elétrico. Em várias instalações indus-
triais e algumas comerciais, as características das cargas (quantidade de pontos, potência
demandada e localização na planta) costumam ser conhecidas antecipadamente, o que
facilita a elaboração do projeto no que diz respeito ao consumo de energia e dimensiona-
mento dos componentes elétricos.
15
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
NOTA
16
TÓPICO 2 | PREVISÃO DE CARGAS
Deve-se observar que a NBR 5410 (2004) não estabelece critérios para a ilu-
minação de áreas externas. Nos casos, a definição deverá ser feita considerando-se as
necessidades do cliente.
17
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
E
IMPORTANT
18
TÓPICO 2 | PREVISÃO DE CARGAS
19
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
FONTE: O autor
a) Dimensões:
• Comprimento: 4,00m
• Largura: 3,20m
• Área: 4,00 × 3,20 = 12,80 m²
• Perímetro: (4,00 + 3,20) × 2 = 14,40 m
20
TÓPICO 2 | PREVISÃO DE CARGAS
b) Dimensões:
• Comprimento: 2,50 m
• Largura: 3,00 m
• Área: 7,5 m²
• Perímetro: 11,00 m
b) Pontos de iluminação:
c) Pontos de tomada:
23
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
Assim, fica claro que não é possível estabelecer critérios gerais para disposição
dos pontos de tomada para ambientes industriais, sendo necessária a análise de cada
caso específico.
5 SIMBOLOGIA
Um importante fator ao se desenvolver um projeto elétrico é a escolha adequa-
da dos símbolos a serem utilizados para representação dos componentes da instalação,
tais como tomadas, fiação etc.
• IEC 60417-1: Graphical symbols for use on equipment – Part 1: Overview and Application
(2002) - Símbolos gráficos para uso em equipamentos – Parte 1: Visão Geral e
Aplicação, em tradução livre.
• IEC 60617: Graphical symbols for diagrams (2012) - Símbolos gráficos para esquemas,
em tradução livre.
Como ambas as normas recomendadas pela ABNT não possuem, até o mo-
mento, tradução para a língua portuguesa, suas utilizações têm sido restritas no ce-
nário atual da Engenharia Elétrica. Além desse fato, essas duas normas apresentam
algumas alterações radicais em vários símbolos utilizados com frequência em proje-
tos elétricos, de forma que muitos projetistas não se sentem à vontade na utilização.
24
TÓPICO 2 | PREVISÃO DE CARGAS
FONTE: O autor
25
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
FONTE: O autor
O primeiro aspecto a ser destacado é que cada projeto elétrico depende de uma
série de escolhas pessoais realizadas pelo projetista. Dessa forma, mesmo considerando
os critérios de previsão de carga, cada indivíduo vai desenvolver um projeto elétrico
específico.
26
TÓPICO 2 | PREVISÃO DE CARGAS
tos de tomada e interruptores foi feita uma análise da distribuição dos móveis. Não
foram lançadas tomadas na sacada, considera-se, portanto, que a tomada da sala, pró-
xima à porta, contemplará a sacada. Ainda, as letras minúsculas junto aos interruptores
e pontos de iluminação indicam os respectivos comandos.
27
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A NBR 5410 (2004) especifica vários critérios para a previsão de cargas de unida-
des residenciais. Para unidades comerciais ou industriais, a previsão de cargas é
realizada com base nas características de utilização do ambiente e dos equipamen-
tos ali instalados.
• Para cada tomada de uso geral (TUG) é estabelecida uma potência nominal que
pode ser de 100 ou 600 VA. Para tomadas de uso específico (TUE), a potência atri-
buída é definida pelo equipamento que esta alimentará.
28
AUTOATIVIDADE
FONTE: O autor
29
30
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos a análise dos critérios a serem considerados na di-
visão da instalação elétrica em diferentes circuitos, os diversos componentes elétricos
e suas representações gráficas em planta.
31
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
Além das cargas, outros aspectos devem ser levados em conta no momento
de se indicar a localização de um quadro de distribuição: facilidade de acesso, fun-
cionalidade e segurança. Logo, é recomendável que o quadro de distribuição esteja
em local visível e sem impedimentos para seu acesso. Ainda, é recomendável que
ele esteja em locais com tráfego ou permanência de pessoas. O local de instalação do
quadro deve ser livre de intempéries e não deve ser úmido, logo, não deve ser insta-
lado em áreas externas sem cobertura ou em banheiros.
• toda instalação deve ser dividida em circuitos, de tal forma que cada um possa ser
seccionado sem haver risco de realimentação inadvertida por outro circuito;
• os circuitos terminais devem ser divididos de acordo com o tipo de carga que ali-
mentam, conforme especifica a NBR 5410 (2004), no item 4.2.5.5. Isso significa que
tomadas e iluminação devem estar em circuitos distintos;
• equipamentos que consumam mais de 10 A devem possuir circuitos específicos
individualizados;
• em circuitos com mais de uma fase, as cargas devem ser distribuídas da forma
mais uniforme possível entre as fases.
32
TÓPICO 3 | DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS
FONTE: O autor
33
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
34
TÓPICO 3 | DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS
35
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
• Circuitos de iluminação
36
TÓPICO 3 | DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS
• o condutor que sai do interruptor e segue até a lâmpada (ou até outro interruptor,
como veremos adiante) é denominado Retorno.
Quando se deseja acionar uma mesma lâmpada de dois locais distintos, de-
vem-se utilizar interruptores do tipo Paralelo (também denominados 3-way/three-
-way). A figura a seguir apresenta um interruptor paralelo em detalhes. A forma de
realizar a ligação de um sistema de iluminação paralelo é mostrado a seguir.
FONTE: O autor
37
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
Quando se deseja acionar uma mesma lâmpada através de três (ou mais)
pontos distintos de um cômodo ou edificação, então são utilizados os interruptores
denominados Intermediários ou Four-Way (4-way). Neste tipo de ligação, utilizam-
se dois interruptores paralelos (conforme visto) e os demais são intermediários.
O número total de comandos será a soma do número de interruptores paralelos e
intermediários.
FONTE: O autor
FONTE: O autor
39
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
41
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
Em PVC com seis saídas laterais Em aço galvanizado com quatro saídas
laterais
FONTE: <http://bit.ly/33VGCtg>. Acesso em: 18 jan. 2019.
42
TÓPICO 3 | DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS
Tamanho 4”×4”
Tamanho 4”×2”
FONTE: <http://bit.ly/33TYip7>. Acesso em: 18 jan. 2019.
Uma vista geral dos eletrodutos e as caixas de luz lançadas em uma edifica-
ção podem ser conferidas na figura a seguir. É muito importante compreender como
é feita a interligação entre os diversos elementos, tais como pontos de luz, de tomadas
e o quadro de distribuição.
43
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
FONTE: O autor
44
TÓPICO 3 | DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
45
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
E
IMPORTANT
Durante a concretagem das lajes é possível que ocorram danos aos eletrodutos,
ou mesmo o seu entupimento por concreto. Isso pode inviabilizar o lançamento da fiação para
alguma parte da edificação. Para contornar o problema, uma sugestão é criar caminhos extras
com eletrodutos entre os pontos de iluminação, assim, se um caminho for obstruído, existirão
outros disponíveis.
46
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os circuitos terminais podem ser monofásicos (F+N), bifásicos (2F) ou mesmo tri-
fásicos (3F ou 3F+N), dependendo do tipo de carga atendida.
47
AUTOATIVIDADE
a) 05 circuitos:
b) 12 circuitos:
c) 26 circuitos:
d) 60 circuitos:
FONTE: O autor
48
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Os condutores elétricos são parte importante de uma instalação de tal modo
que a NBR 5410 (2004) destina boa parte de seu conteúdo à análise desses elementos.
Assim, neste tópico, serão analisadas as principais características dos condutores elé-
tricos de baixa tensão, como tipo de condutor, tipo e cor de isolamento etc.
Por fim, será analisado como representar a fiação elétrica na planta do projeto
elétrico.
2 CONDUTORES ELÉTRICOS
Conforme explicado por Prysmian (2006), o termo condutor elétrico é usado
para designar um produto destinado a transportar corrente (energia) elétrica, sendo
que os fios e os cabos elétricos são os tipos mais comuns de condutores. O cobre é o
metal mais utilizado na fabricação de condutores elétricos para instalações residen-
ciais, comerciais e industriais e, assim, consideraremos apenas este tipo de condutor
neste livro.
Por sua vez, utiliza-se o termo cabo quando um conjunto de fios é utilizado
para formar um único condutor. Os cabos podem ser classificados conforme a flexi-
bilidade mecânica de seu condutor de acordo com o que é denominado de Classe de
Encordoamento pela NBR NM 280: Condutores de Cabos Isolados (2011).
49
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
FONTE: O autor
A isolação dos cabos elétricos deve ser constituída por material plástico, po-
dendo ser do tipo termoplástico ou termofixo. Os termoplásticos são compostos que
não curam ou amolecem com a alta temperatura. Os termofixos possuem uma estru-
tura rígida mesmo a altas temperaturas e, após processados, não voltam mais ao seu
estado original.
51
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
O significado das siglas que definem o nome dos materiais de isolação é este:
• seção mínima;
• capacidade de condução de corrente;
• queda de tensão;
• sobrecarga;
• curto circuito;
• proteção contra contatos indiretos.
Ainda, conforme o Guia EM da NBR 5410 (2004), por exemplo, em uma ban-
deja perfurada na qual devem ser instalados três circuitos trifásicos compostos por
cabos unipolares contíguos (justapostos), cujas características estão indicadas a se-
guir, a queda de tensão máxima admitida para os circuitos é de 4%, o fator de potên-
cia de cada um é 0,8 e a temperatura ambiente considerada é de 30°C. Em todos os
circuitos prevaleceu, como critério de dimensionamento, o da capacidade de condu-
ção de corrente.
52
TÓPICO 4 | CONDUTORES ELÉTRICOS DA INSTALAÇÃO
53
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
3 LANÇAMENTO DA FIAÇÃO
Depois de realizado o traçado dos eletrodutos em planta, o passo seguinte
é representar a fiação contida nesses eletrodutos. Segundo Lima Filho (1997), o
lançamento da fiação em planta tem os seguintes objetivos:
FONTE: O autor
54
TÓPICO 4 | CONDUTORES ELÉTRICOS DA INSTALAÇÃO
FONTE: O autor
FONTE: O autor
55
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
FONTE: O autor
2001 pela NBR 14136: Plugues e tomadas para usos doméstico e análogo até 20 A, 250
VCA – Padronização (2012). A norma estabelece que todas as tomadas de instalações
fixas devem possuir o contato Proteção. Assim, a dispensa de utilização para o condu-
tor Proteção é apenas para circuitos que alimentam tomadas de uso específico, cujo
equipamento dispensa o condutor, por exemplo, uma luminária de emergência.
FONTE: O autor
57
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
FONTE: O autor
Como regra geral, deve-se evitar passar mais de cinco circuitos por um mesmo
eletroduto. Além de dificultar a instalação da fiação, o excesso de circuitos interfere na
corrente que circula pelos condutores (este efeito é tratado pelo Fator de Agrupamento
de Circuitos e será estudado posteriormente). Talvez, nesta etapa do projeto, seja neces-
sário lançar eletrodutos extras para acomodar todos os circuitos adequadamente.
58
TÓPICO 4 | CONDUTORES ELÉTRICOS DA INSTALAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Existem dois tipos de reservatórios: acumulação e fio d’água. Usinas com re-
servatório de acumulação, além de “estocarem” a água, esses reservatórios têm ou-
tras funções: permitem a formação do desnível necessário para a configuração da
energia hidráulica, a captação da água em volume adequado e a regularização da
vazão dos rios em períodos de chuva ou estiagem. Existem também algumas usinas
hidroelétricas chamadas “a fio d’água”, ou seja, próximas à superfície e utilizam tur-
binas que aproveitam a velocidade do rio para geração de energia. Essas usinas a fio
d’água reduzem as áreas de alagamento e não formam reservatórios para estocagem
da água, ou seja, a ausência de reservatório diminui a capacidade de armazenamento
de água, sendo a única maneira de poupar energia elétrica para os períodos de seca,
tornando a operação do sistema menos segura e mais cara.
59
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE PROJETOS ELÉTRICOS
FONTE: JUNIOR, Roberto Asano; RISSO, Shevine Silva Oliveira. A quem interessa que
um país se desenvolva com abundante energia limpa e soberana? 2015. Disponível em:
https://www.osetoreletrico.com.br/a-quem-interessa-que-um-pais-se-desenvolva-com-
abundante-energia-limpa-e-soberana/. Acesso em: 9 jul. 2019.
60
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
FONTE: O autor
CHAMADA
61
AUTOATIVIDADE
FONTE: O autor
6 Considere a planta do Apartamento de Dois Quartos apresentada na figura
que ilustra a autoatividade do Tópico 3, cujo projeto elétrico você já deve ter
iniciado. Agora, lance os condutores da instalação elétrica de acordo com o
que foi aprendido neste tópico.
62
UNIDADE 2
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
63
64
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O dimensionamento técnico de condutores elétricos é feito seguindo os seis
critérios distintos apresentados na NBR 5410:2004, que orientam quanto à determi-
nação da seção (bitola) de um condutor e seu respectivo dispositivo de proteção. Os
seis critérios que devem ser seguidos são:
65
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
66
TÓPICO 1 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 1ª PARTE
67
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
• condutores: em cobre;
• isolação do condutor: em PVC;
• temperatura no condutor: 70 ºC;
• temperaturas de referência do ambiente: 30° C (ar) e 20° C (solo).
68
TÓPICO 1 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 1ª PARTE
• condutores: em cobre;
• isolação do condutor: EPR ou XLPE;
• temperatura no condutor: 90 ºC;
• temperaturas de referência do ambiente: 30 °C (ar) e 20 °C (solo).
69
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
70
TÓPICO 1 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 1ª PARTE
Pn Equação 1
IP =
V fn × cosϕ
Em que:
Caso a potência do circuito seja expressa em VA, ou seja, pela Potência Apa-
rente, então o cálculo da corrente nominal pode ser realizado conforme a Equação 2:
Sn Equação 2
IP =
V fn
Sendo que:
Pn
IP = Equação 3
V ff × cosϕ
Em que:
• Vff = é a tensão entre fases, em volts. Lembrando que a relação entre a tensão
fase-neutro (Vfn) e a tensão fase-fase (Vff) entre circuitos trifásicos ou bifásicos é
demonstrada na Equação 4 a seguir.
71
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
Em que:
• Vff = é a tensão entre fases, em volts. Lembrando que a relação entre a tensão
fase-neutro (Vfn) e a tensão fase-fase (Vff) entre circuitos trifásicos ou bifásicos é
demonstrada na Equação 4 a seguir.
V=
ff 3 × V fn Equação 4
c) Para circuitos trifásicos: os circuitos trifásicos podem ser formados por três
condutores (3F) ou por quatro condutores (3F+N). Em qualquer caso, consi-
deram-se esses circuitos equilibrados, sendo que, dessa forma, a corrente de
projeto pode ser calculada conforme a Equação 5.
P3 F Equação 5
IP =
3 × V ff × cosϕ
Em que:
ATENCAO
a) Fator de correção de temperatura (FCT): este fator deve ser aplicado quando a
temperatura ambiente for diferente de 30 °C para condutores não enterrados ou 20
°C para condutores enterrados.
73
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
Isolação
Temperatura
PVC EPR/XLPE PVC EPR/XLPE
°C
Ambiente Do Solo
10 1,22 1,15 1,10 1,07
15 1,17 1,12 1,05 1,04
20 1,12 1,08 1,00 1,00
25 1,06 1,04 0,95 0,96
30 1,00 1,00 0,89 0,93
35 0,94 0,96 0,84 0,89
40 0,87 0,91 0,77 0,85
45 0,79 0,87 0,71 0,80
50 0,71 0,82 0,63 0,76
55 0,61 0,76 0,55 0,71
60 0,50 0,71 0,45 0,65
65 - 0,65 - 0,60
70 - 0,58 - 0,53
75 - 0,50 - 0,46
80 - 0,41 - 0,38
FONTE: Lima Filho (1997, p.120)
74
TÓPICO 1 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 1ª PARTE
Fatores de correção
Disposição dos cabos Número de circuitos ou cabos multipolares
1 2 3 4 5 6
Agrupados sobre uma
superfície ou contidos em
1 0,8 0,7 0,65 0,6 0,55
eletroduto, calha ou bloco
alveolado
Camada única em Contíguos 1 0,85 0,8 0,75 0,75 0,7
parede ou piso Espaçados 1 0,95 0,9 0,9 0,9 0,9
Camada única ou Contíguos 0,95 0,8 0,7 0,7 0,65 0,65
teto Espaçados 0,95 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85
FONTE: Lima Filho (1997, p. 124)
Fatores de correção
Disposição dos cabos Número de circuitos ou cabos multipolares
7 8 9 10 12 14 ≥ 16
Agrupados sobre uma
superfície ou contidos em
0,55 0,5 0,5 0,5 0,45 0,45 0,4
eletroduto, calha ou bloco
alveolado
Camada única Contíguos 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,65
em parede ou
piso Espaçados 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
Camada única Contíguos 0,65 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,55
ou teto Espaçados 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85
FONTE: Lima Filho (1997, p. 124)
IP
I P' = Equação 6
FCA × FCT
75
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
Em que:
Pn 6000
=IP = = 27,3 A
V ff × cosϕ 220 ×1, 0
menor condutor admissível tem seção de 4,0 mm² e capacidade máxima de con-
duzir até 32 amperes. É o menor condutor admissível para o problema. Embora
seja possível a escolha de um condutor de maior seção, normalmente a decisão
apenas levaria a um aumento de custos sem benefícios para a obra.
P3 F 35000
=IP = = 57,8 A
3 × V ff × cosϕ 3 × 380 × 0,92
1p 57,8
I'
1' p
= = = 60, 2 A
FCT 0,96
FONTE: O autor
Pn 6000
=IP = = 27,3 A
V ff × cosϕ 220 ×1, 0
78
TÓPICO 1 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 1ª PARTE
IP 27,3
I P'
= = = 45,5 A
FCA 0, 60
79
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
80
TÓPICO 1 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 1ª PARTE
Nos raros casos em que se permite utilizar um mesmo condutor para as funções
Neutro e Proteção conjugadas, denominado condutor PEN, seu dimensionamento
deve ser feito aplicando-se ambos os critérios para determinação da seção para o
condutor Neutro e o critério para o condutor PE. Então, escolhe-se o maior valor
proposto. Em todos os casos, o condutor PEN não pode ter seção inferior a 10 mm².
81
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
82
AUTOATIVIDADE
1 De acordo com a NBR 5410 (2004), indique quais são as seções mínimas
admitidas para os condutores de circuitos:
a) de iluminação;
b) tomadas (ou força).
• Fase R: 20.000 W
• Fase S: 12.000 W
• Fase T: 13.000 W
83
FIGURA – REPRESENTAÇÃO DOS CIRCUITOS DO EXERCÍCIO 4
FONTE: O autor
84
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, iremos estudar os outros quatro critérios de dimensionamento
da seção de condutores elétricos. De forma alguma esses critérios devem ser conside-
rados menos importantes que aqueles já estudados, sendo essa divisão feita apenas
por questões didáticas.
85
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
Queda de
Item Tipo de Instalação Início da Instalação Tensão (%) da
Tensão Nominal
Instalações alimentadas Terminais secundários do
A 7%
através de subestação própria transformador (MT/BT)
Instalações alimentadas Terminais secundários do
através de transformador da transformador (MT/BT),
B 7%
companhia distribuidora de quando o ponto de entrega
energia elétrica for aí localizado.
Instalações alimentadas
através da rede secundária de
C Ponto de entrega 5%
distribuição da companhia
distribuidora de energia elétrica
Instalações alimentadas
Terminais do grupo
D através de geração própria 7%
gerador
(grupo gerador)
FONTE: Mamede Filho (2007, p.127)
86
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 2ª PARTE
FIGURA 3 – QUEDAS DE TENSÃO ADMITIDAS PARA AS SITUAÇÕES DESCRITAS NOS ITENS “A” E
“B” DO QUADRO 10
87
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
200 × ρ × ∑ ( LC × I C )
SC =
∆V % × V fn
( mm )
2 Equação 1
Em que:
Exemplo de aplicação 1
FONTE: O autor
• ρ = 1/56 Ω.mm²/m;
• LC = 18 m;
• IC = 45,5 A;
• ∆V% = 3%;
• Vfn: 220 V (como o circuito não possui neutro, utilizamos o valor fase-fase).
173, 2 × ρ × ∑ ( LC × I C )
SC =
∆V % × V ff
( mm )
2 Equação 2
Em que:
Exemplo de Aplicação 2
89
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
Exemplo de Aplicação 3
FONTE: O autor
90
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 2ª PARTE
E
IMPORTANT
91
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
92
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 2ª PARTE
tC × I CS
SC = Equação 3
234 + T f
0,34 × log
234 + Ti
Em que:
Tf Ti
PVC 70 °C 160° C 70° C
EPR/XLPE 250° C 90° C
FONTE: Mamede Filho (2007, p.132)
Exemplo de aplicação 4
0,5 × 4
=SC = 19,9 mm²
234 + 250
0,34 × log
234 + 90
O item 5.3.4 da NBR 5410 (2004) estabelece os requisitos para a proteção de con-
dutores contra sobrecargas. De acordo com a referida norma, um condutor estará pro-
tegido adequadamente contra sobrecargas se as seguintes condições forem atendidas:
a) IB ≤ In ≤ IZ;
b) I2 ≤ 1,45.IZ.
Em que:
• IB é a corrente de projeto do circuito;
• In é a corrente nominal do dispositivo de proteção;
• IZ é a capacidade de condução de corrente dos condutores nas condições
previstas para sua instalação;
• I2 é a corrente de atuação do dispositivo de proteção.
Analisando o item “a”, conclui-se que a corrente prevista para circular pelo
circuito (IB) deve ser menor que a corrente nominal do dispositivo de proteção (In) e
ambas, por sua vez, devem ser menores que a capacidade de condução da corrente
do condutor (IZ).
94
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES – 2ª PARTE
Pela análise do item “b”, verifica-se que o valor de corrente que faz o
dispositivo de proteção atuar (I2) deve ser menor que 145% da capacidade de
condução da corrente do condutor. Ou seja, é permitido que o condutor transporte
uma sobrecorrente de até 145% da sua capacidade nominal por um certo intervalo
de tempo. De acordo com a NBR NR 60898, o tempo é de 1 hora para dispositivos de
proteção com In ≤ 63 A e 2 horas para os casos em que In > 63 A.
De modo geral, o item descreve as medidas de proteção que precisam ser im-
plantadas, evitando que uma eventual tensão de contato se mantenha por um tempo
suficientemente longo, capaz de colocar em risco a integridade física das pessoas.
Para atender a essa prescrição, é necessário que o dispositivo de proteção atue antes
de a tensão de contato ser considerada perigosa.
NOTA
A norma NBR IEC (50) 826 define a tensão de contato como aquela que aparece
entre partes simultaneamente acessíveis (de uma instalação ou equipamento), quando na
ocorrência de uma falha de isolamento. As partes simultaneamente acessíveis podem ser
uma massa e um condutor estranho ou duas massas. Massa é qualquer parte condutora que
pode ser tocada e que normalmente não é viva (mas pode tornar-se viva havendo uma falta) e
condutor estranho é um elemento que não faz parte da instalação elétrica, mas pode ter algum
potencial elétrico, tal como canalizações metálicas, solo, vergalhões utilizados no concreto
armado etc. Finalmente, a parte viva de um componente ou de uma instalação é a parte
condutora que apresenta diferença de potencial em relação à terra.
95
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
96
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
97
AUTOATIVIDADE
3 Explique, com suas próprias palavras, as duas condições que precisam ser aten-
didas para o dimensionamento da seção de um condutor, conforme o Critério
da Sobrecarga.
98
UNIDADE 2 TÓPICO 3
DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS
1 INTRODUÇÃO
Conduto é o elemento utilizado para a instalação de condutores elétricos. Há
vários tipos de condutos, dentre os quais podemos destacar o eletroduto (o mais uti-
lizado), as canaletas, as bandejas e as calhas.
99
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
2 ELETRODUTOS
Os eletrodutos, também denominados conduítes, compõem o tipo de con-
duto mais utilizado nas instalações elétricas, devido a suas excelentes características
físicas e relação custo-benefício.
Quanto ao material:
• não metálicos: PVC, fibra, polipropileno, polietileno de alta densidade;
• metálicos: aço carbono ou alumínio.
Quanto à flexibilidade:
• rígidos (lisos);
• flexíveis (corrugados).
Flexível Rígido
• roscáveis;
• soldáveis.
100
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS
101
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
102
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS
Deve-se observar que a área ocupada pelos condutores é calculada pela soma
das áreas da seção transversal de cada condutor, considerando seu diâmetro externo.
A área da seção transversal de um condutor pode ser calculada, então, da seguinte
maneira:
π Equação 4
AC = De2
4
Em que:
E
IMPORTANT
Não se pode calcular a área de ocupação dos cabos e fios elétricos com base
na sua seção nominal, pois o valor representa apenas a área ocupada pelo condutor, e é
necessário considerar também a área ocupada pelo material isolante.
103
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
π Equação 5
AE = Di2
4
Em que:
As dimensões dos eletrodutos são padronizadas pela ABNT NBR 15465 (2007)
– “Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão” e pela
NBR 5597 “Eletroduto de aço-carbono e acessórios, com revestimento protetor e rosca
NPT — Requisitos”. Normalmente, são conhecidos o diâmetro externo do eletroduto
e a espessura da sua parede, conforme apresentado nos Quadros 13 e 14. Assim, o
cálculo da área útil interna de um eletroduto circular pode ser efetuado pela equação:
104
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS
π Equação 6
AE
= ( De − 2e) 2
4
Em que:
Diâmetro Espessura da
Rosca Área Útil (mm²)
Tamanho Externo Parede (mm)
(pol)
(mm) Classe A Classe B Classe A Classe B
16 1/2 21,1 ± 0,3 2,50 1,80 196 232
20 3/4 26,2 ± 0,3 2,60 2,30 336 356
25 1 33,2 ± 0,3 3,20 2,70 551 593
32 1.1/4 42,2 ± 0,3 3,60 2,90 945 1023
40 1.1/2 47,8 ± 0,4 4,00 3,00 1219 1346
50 2 59,4 ± 0,4 4,60 3,10 1947 2189
65 2.1/2 75,1 ± 0,4 5,50 3,80 3186 3536
80 3 88,0 ± 0,4 6,20 4,00 4441 4976
100 4 114,3 ± 0,4 - 5,00 - 8478
FONTE: Mamede Filho (2007, p.157)
Diâmetro Espessura da
Rosca Área Útil (mm²)
Tamanho Externo Parede (mm)
(pol)
(mm) Extra Pesada Extra Pesada
10 3/8 17,1 ± 0,38 2,25 2,00 118 127
15 1/2 21,3 ± 0,38 2,65 2,25 192 212
20 3/4 26,7 ± 0,38 2,65 2,25 347 374
25 1 33,4 ± 0,38 3,00 2,65 573 604
32 1.1/4 42,2 ± 0,38 3,35 3,00 969 1008
40 1.1/2 48,3 ± 0,38 3,35 3,00 1334 1380
50 2 60,3 ± 0,38 3,75 3,35 2158 2225
65 2.1/2 73,0 ± 0,64 4,50 3,75 3153 3304
80 3 88,9 ± 0,64 4,75 3,75 4871 5122
90 3.1/2 101,6 ±0,64 5,00 4,25 6498 6714
100 4 114,3 ±0,64 5,30 4,25 8341 8685
FONTE: Mamede Filho (2007, p.2007)
105
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
AC _ total Equação 7
AE _ mín =
TO
Em que:
Exemplo de aplicação 1
Solução:
a) taxa máxima de ocupação: 0,40 (7 condutores);
b) cálculo da área ocupada pelos condutores:
106
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS
AC _ total 103, 7
A=
E _ mín = = 259,3 mm²
TO 0, 40
Tamanho = 20 (classe A ou B)
3 ELETROCALHAS
Eletrocalhas, leitos, bandejas e assemelhados compõem um rol de dife-
rentes soluções para a instalação de condutores ao ar livre, conforme descrito na
NBR 5410 (2004). Os diferentes tipos de elementos possuem aplicações variadas,
sendo utilizados, principalmente, na indústria e em edificações comerciais. As
figuras seguintes apresentam alguns desses condutos elétricos.
107
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
A utilização de condutores isolados fica restrita aos condutos que têm tampa e
que não têm furações ou espaços que permitem acessar seu interior. Por esse motivo,
normalmente se utilizam cabos uni ou multipolares.
Considera-se como boa prática ocupar uma eletrocalha em 35% de sua área
útil. As dimensões típicas de eletrocalhas são mostradas no quadro a seguir:
Largura Altura
50 40
100 40
150 60
200 60
300 75
400 75
500 100
600 100
FONTE: Mamede Filho (2007, p. 166)
108
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS
Exemplo de aplicação 2
AC _ total π 1
AE _ mín = =9 × × (17, 7) 2 × =6.327 mm²
TO 4 0,35
109
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os eletrodutos são classificados de acordo com seu material construtivo, sua flexi-
bilidade, o tipo de conexão e sua resistência mecânica.
• Para se calcular a área ocupada pelos cabos e fios, deve-se considerar seu diâmetro
externo e não a área nominal do condutor (cobre).
110
AUTOATIVIDADE
111
112
UNIDADE 2
TÓPICO 4
DIAGRAMAS, QUADROS DE
CARGAS E RAMAL DE ENTRADA DE ENERGIA
1 INTRODUÇÃO
Tão importante quanto o desenho em planta de uma instalação elétrica é,
também, sua representação esquemática através dos diferentes tipos de diagramas,
esquemas e quadros de cargas. Pode-se citar Lima Filho (1997, p. 76) que concorda
com esse raciocínio:
2 DIAGRAMAS UNIFILARES
Os diagramas unifilares, também denominados esquemas unifilares, são
uma representação esquemática da interligação dos componentes de um quadro de
distribuição. Pelo diagrama unifilar, é possível saber de onde vem e para onde vai
cada circuito da instalação, bem como compreender seu funcionamento.
• a corrente nominal do disjuntor não pode ser maior que a máxima corrente
suportada pelo condutor;
• a determinação da escolha da corrente nominal do disjuntor também deve le-
var em conta a potência atendida pelo circuito.
114
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
115
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
FONTE: O autor
Exemplo de aplicação 5
116
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
117
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
ATENCAO
FONTE: O autor
118
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
FONTE: O autor
FONTE: O autor
3 PRUMADA ELÉTRICA
A Prumada Elétrica, também denominada de Esquema Vertical, é um dese-
nho esquemático que visa representar a instalação elétrica entre os diferentes pavi-
mentos de uma edificação. O desenho é muito importante para auxiliar no entendi-
mento da distribuição da instalação entre os diversos pavimentos e entre os vários
quadros e caixas de passagens.
FONTE: O autor
Pela proposta deste livro, vamos abordar os dois primeiros tipos, que se
referem a edificações atendidas em baixa tensão.
123
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
FONTE: O autor
124
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
Demanda (FD, sem unidade) a razão entre a carga efetivamente demandada (D, em
VA) pelo consumidor pela carga total instalada na edificação (P, em W ou VA), tal
como mostrado na Equação 7:
D Equação 7
FD =
P
Uma possível maneira de calcular a Demanda (DEM) solicitada por uma edi-
ficação residencial individual é através da Equação 8:
Em que:
Potência de Iluminação e
Fator de Demanda (FD)
Tomadas de Uso Geral (kW)
0a1 0,88
1a2 0,75
2a3 0,66
3a4 0,59
4a5 0,52
5a6 0,45
6a7 0,40
7a8 0,35
8a9 0,31
9 a 10 0,27
Acima de 10 0,24
FONTE: Adaptado de Lima Filho (2004)
125
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
Exemplo de aplicação:
Potência
Equipamento Potência Nominal (W) Fator de Potência*
Aparente (VA)
Chuveiro elétrico 5400 1,0 5400
Forno micro-ondas 900 0,85 1060
Ar-condicionado 2700 0,80 3375
* Consultado em diversos sites.
126
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
ATENCAO
Curva de demanda é a variação da demanda solicitada por uma edificação ao longo do tempo.
FONTE: O autor
127
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
Em que:
128
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
A demanda das unidades residenciais pode ser calculada pela Equação 10:
D1 = F × A Equação 10
Em que:
Nº F. Nº F. Nº F. Nº F. Nº F. Nº F.
Aptos Div. Aptos Div. Aptos Div. Aptos Div. Aptos Div. Aptos Div.
1 1,00 51 35,90 101 63,59 151 74,74 201 80,80 251 82,73
2 1,96 52 36,46 102 63,84 152 74,89 202 80,90 252 82,74
3 2,92 53 37,02 103 64,09 153 75,04 203 80,80 253 82,75
4 3,88 54 37,58 104 64,34 154 75,19 204 81,00 254 82,76
5 4,84 55 38,14 105 64,59 155 75,34 205 81,09 255 82,77
6 5,80 56 38,70 106 64,84 156 75,49 206 81,10 256 82,78
7 6,76 57 39,26 107 65,09 157 75,64 207 81,19 257 82,79
8 7,72 58 39,82 108 65,34 158 75,79 208 81,20 258 82,80
9 8,68 59 40,38 109 65,59 159 75,94 209 81,20 259 82,81
10 9,64 60 40,94 110 65,84 160 76,09 210 81,30 260 82,82
11 10,42 61 41,50 111 66,09 161 76,24 211 81,39 261 82,83
12 11,20 62 42,05 112 66,34 162 76,39 212 81,40 262 82,84
13 11,98 63 42,62 113 66,59 163 76,54 213 81,49 263 82,85
14 12,76 64 43,18 114 66,84 164 76,69 214 81,50 264 82,86
15 13,54 65 43,74 115 67,09 165 76,84 215 81,50 265 82,87
16 14,32 66 44,30 116 67,34 166 76,99 216 81,60 266 82,88
17 15,10 67 44,86 117 67,59 167 77,14 217 81,69 267 82,89
18 15,88 68 45,42 118 67,84 168 77,29 218 81,70 268 82,90
19 16,66 69 45,98 119 68,09 169 77,44 219 81,79 269 82,91
20 17,44 70 46,54 120 68,34 170 77,59 220 81,80 270 82,92
21 18,04 71 47,10 121 68,59 171 77,74 221 81,80 271 82,93
22 18,65 72 47,66 122 68,84 172 77,89 222 81,90 272 82,94
23 19,25 73 48,22 123 69,09 173 78,04 223 81,99 273 82,95
24 19,86 74 48,78 124 69,34 174 78,19 224 82,00 274 82,96
25 20,46 75 49,34 125 69,59 175 78,34 225 82,09 275 82,97
26 21,06 76 49,90 126 69,79 176 78,44 226 82,12 276 83,00
27 21,67 77 50,46 127 69,99 177 78,54 227 82,14
28 22,27 78 51,02 128 70,19 178 78,64 228 82,17
29 22,88 79 51,58 129 70,39 179 78,74 229 82,19
129
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
130
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
131
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
D2 = B + C + D Equação 11
Em que:
cv.736 Equação 12
S motor =
η × FP
Em que:
132
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
Exemplo de aplicação:
=Área
(=
20 × 82 ) + ( 30 × 93)
88, 6 m²
( 20 + 30 )
736 ×12
Selevador
= = 11, 41 kVA
0,86 × 0,90
134
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
736 × 5
Sbomba
= = 4,98 kVA
0,88 × 0,84
Uma nota final a respeito das demandas é que a maioria das concessionárias
especifica o limite máximo de carga instalada para que determinada unidade consu-
midora seja atendida em baixa tensão de 75 kW. Se a unidade consumidora possuir
carga instalada superior, então esta deverá ser atendida por transformador, que sai
do escopo de estudo deste livro. Nota-se que esse limite de carga se refere a uma uni-
dade consumidora e não à edificação como um todo.
135
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Controle do consumo
Nos dias úteis, a tarifa branca tem três valores: ponta, intermediário e fora
de ponta. Esses períodos são estabelecidos pela ANEEL e são diferentes para cada
distribuidora. Sábados, domingos e feriados contam com a tarifa branca nas 24 horas
do dia.
136
TÓPICO 4 | DIAGRAMAS, QUADROS DE
Para ter certeza do seu perfil, o consumidor deve comparar suas contas
com a aplicação das duas tarifas. Isso é possível por meio de simulação com base
nos hábitos de consumo e equipamentos. Para aderir à tarifa branca, os consumi-
dores precisam formalizar sua opção junto à distribuidora. Quem não optar por
essa modalidade, continuará sendo faturado pelo sistema atual.
FONTE: <http://www.aneel.gov.br/sala-de-imprensa-exibicao-2/-/asset_publisher/
zXQREz8EVlZ6/content/tarifa-branca-e-nova-opcao-para-quem-tem-consumo-acima-
de-250-kwh/656877?inheritRedirect=false>. Acesso em: 14 maio 2019.
137
UNIDADE 2 | DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O ramal de entrada de uma edificação deve obedecer aos critérios técnicos deter-
minados pela concessionária de energia local. Para o dimensionamento do ramal
de entrada, é preciso realizar o cálculo da demanda provável da edificação, que
segue especificações distintas para residências individuais ou edificações multifa-
miliares.
CHAMADA
138
AUTOATIVIDADE
• Iluminação: 2300 W;
• Tomadas de uso geral: 6200 W;
• Chuveiro: 4500 W;
• Ar-condicionado: 1100 W (duas unidades);
• Forno elétrico: 2500 W.
139
140
UNIDADE 3
ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ILUMINAÇÃO
CHAMADA
141
142
UNIDADE 3
TÓPICO 1
ILUMINAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A iluminação corresponde a um dos aspectos mais importantes na maio-
ria das instalações elétricas em baixa tensão. Dificilmente, uma edificação ou obra
é desprovida de um sistema de luz artificial. Conforme já visto, alguns aspectos
sobre iluminação são tratados nas normas ABNT NBR 5410 (2004) e NBR ISO/CIE
8995-1, principalmente quanto à previsão da potência instalada e a necessidade
luminosa de cada tipo de ambiente.
Neste tópico, vamos nos aprofundar mais nos conceitos que envolvem o
projeto de um sistema de iluminação elétrica para ambientes diversos. Inicialmente,
serão apresentados conceitos básicos fundamentais sobre iluminação. Em seguida,
os tipos de iluminação e, por fim, será estudado o cálculo luminotécnico.
2 CONCEITOS BÁSICOS
Iniciaremos o estudo sobre iluminação pela apresentação de alguns con-
ceitos e definições necessários para a compreensão deste conteúdo.
2.1 LUZ
A luz é uma fonte de radiação de ondas eletromagnéticas de diferentes
comprimentos, sendo que apenas alguns destes são visíveis ao olho humano, con-
forme explica Mamede Filho (2017).
143
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
2.3 ILUMINÂNCIA
A iluminância também é conhecida por Nível de Iluminamento. Representa a
quantidade de luz (Fluxo Luminoso) emitida sobre uma determinada área. A unidade
de medida da iluminância é o lux, e pode ser expressa pela Equação 1 a seguir:
F
E= ( lux ) Equação 1
S
144
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
Em que:
E = iluminância, em lux;
F = fluxo luminoso, em lumens (lm);
S = superfície da área iluminada, em m².
F
η= ( lm / W ) Equação 2
PC
Em que:
3 LÂMPADAS ELÉTRICAS
As lâmpadas elétricas constituem um fator na elaboração de um projeto lu-
minotécnico. Conhecer os tipos de lâmpadas e suas características é um passo fun-
damental para a elaboração de um projeto que atenda às especificações exigidas pelo
cliente, representando, também, economia na instalação e funcionamento.
146
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
147
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
148
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
• Lâmpadas fluorescentes
São constituídas por um tudo de vidro cujo interior é revestido por uma cama-
da de fósforo. O fósforo, quando submetido à luz ultravioleta, emite luz no espectro
visível ao olho humano. A luz ultravioleta, por sua vez, é o resultado do choque de
elétrons dos eletrodos com o gás argônio e mercúrio, no interior da lâmpada.
149
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
NOTA
150
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
Uma das vantagens das lâmpadas de vapor de mercúrio é sua grande vida
útil (até 18.000 horas) e alta eficiência luminosa (em média 55 lumens/watt). Como
grande desvantagem, podemos citar seu baixo IRC, apenas 40%, o que limita bas-
tante sua utilização. Essas lâmpadas são utilizadas, geralmente, para a iluminação
de galpões, garagens e similares, ou seja, locais com baixa permanência de pessoas.
• Lâmpadas a vapor de sódio
152
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
153
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
4 LUMINÁRIAS
Luminárias são equipamentos destinados à acomodação e sustentação das
lâmpadas devendo ser visualmente agradáveis e responsáveis pela modificação do
fluxo luminoso de forma adequada.
DICAS
DICAS
• http://www.taschibra.com.br
• http://www.glight.com.br/
• http://www.lighting.philips.com.br/prof
• http://www.empalux.com.br
• www.osram.com.br
5 CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
Também denominado de Cálculo de Iluminação, é um procedimento reali-
zado para a determinação da quantidade de lâmpadas e luminárias necessárias para
que determinado ambiente possua um nível de iluminamento adequado.
155
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
E×S Equação 3
FT =
Fu × Fdl
Em que:
156
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
157
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A× B
K= Equação 4
H lp × ( A + B )
Em que:
A Tabela 4 permite que seja obtido o fator de utilização do ambiente para uma
série, de acordo com o índice K e índice de refletância do ambiente. A tabela possui um
valor médio para o Fator de Utilização e sua utilização é normalmente recomendada
para fins didáticos. É importante compreender que cada tipo de luminária possui uma
respectiva tabela de fatores de utilização. Esses dados podem ser conseguidos nos catá-
logos das luminárias, disponibilizados pelos fabricantes.
158
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
159
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
FT Equação 5
N lu =
N la × Fla
Em que:
• Nlu: número de luminárias a serem instaladas no recinto;
• Nla: número de lâmpadas em cada luminária;
• Fla: fluxo luminoso emitido por cada lâmpada, em lumens. O valor pode ser
obtido nas Tabelas 6 e 7 ou pesquisado no catálogo do fabricante;
• FT: fluxo luminoso total do ambiente, em lumens, calculado pela Equação 3.
160
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
Fluxo
Potência
Tipo Luminoso IRC
(W)
(lm)
Incandescente 60 864 100
Incandescente 100 1620 100
Fluorescente TLT 20 1100 70
Fluorescente TLD 32 2350 66
Fluorescente TLD/840 36 3350 85
Fluorescente TLT 40 2600 70
Fluorescente TLD/840 58 5200 85
Fluorescente TLT 65 4400 70
Fluorescente TLT 110 7600 70
Vapor de mercúrio 80 3700 48
Vapor de mercúrio 125 6200 46
Vapor de mercúrio 250 12700 40
Vapor de mercúrio 400 22000 40
Vapor metálico 256 19000 69
Vapor metálico 390 35000 69
Vapor metálico 400 35000 69
Vapor metálico 985 85000 65
Mista 165 3150 61
Mista 260 5500 63
Vapor de sódio 70 6600 25
Vapor de sódio 150 17500 25
Vapor de sódio 250 33200 25
Vapor de sódio 400 56500 25
Vapor de sódio 600 90000 25
FONTE: UNICAMP (2005, s.p.)
161
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Bulbo 9 855
15 1500
7 600
Par LED
12 1020
10 950
Tubular
20 1900
40 3800
Tubular HO
65 6500
6 480
Painel 12 960
24 1920
FONTE: Adaptado de Empalux (2017)
162
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
FONTE: O autor
163
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
galpão são de tijolo, o teto é constituído por chapas metálicas e o piso é de cimento.
As luminárias serão fixadas junto à estrutura de sustentação do telhado, a uma altu-
ra de 4,80 m do piso. O galpão será destinado para aluguel, então não é sabido, no
momento, o tipo de ocupação. O cliente decidiu pela adoção de lâmpadas de vapor
metálico de 400 W.
1. como o tipo de atividade a ser exercida no galpão não está determinado, deve-
-se adotar um valor médio de iluminamento que atenda à maioria das tarefas
comuns possíveis de serem realizadas. Um valor considerado satisfatório é E
= 300 lux;
A× B 20 × 50
K
= = = 4, 26 ≅ 4, 0
H lp × ( A + B ) 3,35 × ( 20 + 50 )
164
TÓPICO 1 | ILUMINAÇÃO
E×S 300 × ( 20 × 50 )
=FT = = 751.880 lm
Fu × Fdl 0,57 × 0, 70
FT 757.880
N lu
= = = 21,5 ≅ 21ou 22 luminárias
N la × Fla 1× 35.000
X = 50,0/7 = 7,14 m
Y = 20,0/3 = 6,67 m
Essas distâncias são bem superiores aos valores recomendados (entre 3,35 e
5,00 m). Então, embora o nível de iluminamento médio no ambiente seja alcançado,
haverá muita variação no fluxo luminoso entre as lâmpadas.
FONTE: O autor
165
RESUMO DO TÓPICO 1
• Cada tipo de ambiente requer um nível de iluminância específico, que pode ser
visto pela Tabela 2 ou na ABNT NBR ISO/CIE 8995-1 (2013): Iluminação de am-
bientes de trabalho – Parte 1, Interiores.
166
AUTOATIVIDADE
a) Setor produtivo
Galpão nas dimensões 40 × 25 × 5,0 m (largura × comprimento × pé direito).
Teto claro, paredes claras e piso escuro. Nível de iluminamento requerido:
300 lux. Luminária: 2× lâmpada LED tubular tipo HO de 65 W.
b) Escritório
Dimensões: 15 × 6,0 × 3,5 m. Teto branco, paredes claras e piso escuro. Ilumina-
mento: 250 lux. Luminária: 2× lâmpada LED tubular de 20 W.
c) Depósito:
Dimensões: 40×35×4,5 m. Teto e paredes claros, piso escuro. Iluminamento:
100 lux. Luminária: 2× lâmpada LED tubular tipo HO de 65 W.
167
168
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A norma ABNT NBR 5410 (2004), no item 4.1.3, estabelece o seguinte texto
quanto à proteção contra sobrecorrentes em instalações elétricas: “As pessoas, os ani-
mais e os bens devem ser protegidos contra os efeitos negativos de temperaturas ou
solicitações eletromecânicas excessivas resultantes de sobrecorrentes”.
Ainda, pode-se citar, na mesma norma, o item 4.1.2, que trata da proteção
contra efeitos térmicos:
Assim, fica claro que existe preocupação, na referida norma, quanto à pro-
teção da instalação elétrica. Ainda, dos aparelhos, usuários e edificações e quanto à
possibilidade de dados causados por correntes e temperaturas anormais.
2 SOBRECORRENTES
Conforme já mencionado no item 4 do Tópico 2 da Unidade 2, as sobrecor-
rentes podem ter origem na solicitação do circuito acima de suas características de
projeto (sobrecargas) ou por falta elétrica (curto-circuito), conforme explica Lima Fi-
lho (2004).
169
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Os principais tipos são: disjuntores, fusível e o relé térmico, que serão anali-
sados adiante.
3.1 DISJUNTORES
Os disjuntores constituem o tipo mais comum de dispositivo de proteção uti-
lizado em instalações elétricas de baixa tensão. Suas excelentes características técni-
cas, a facilidade de operação e o relativo baixo custo o tornam o dispositivo ideal para
ser adotado na maioria das instalações.
170
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
171
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Ainda considerando a curva da Figura 14, verifica-se que, para uma sobrecor-
rente de 3 a 5 vezes o valor nominal, a atuação do dispositivo é feita pelo mecanismo
eletromagnético. A atuação é instantânea na faixa. A curva mostrada se refere a um
disjuntor “Curva B”, indicado para cargas tipo resistivas, como chuveiros, aquecedo-
res e tomadas de uso geral.
• Padrão de fabricação
172
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
Os disjuntores Nema possuem correntes nominais de 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40,
50 e 60 ampères. Também são denominados “linha preta” devido à cor de seu invólucro.
• Tamanho
173
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
• Número de polos
174
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
3.2 FUSÍVEIS
São dispositivos de proteção que atuam através do rompimento de um con-
dutor (pelo efeito Joule) quando a ocorrência de uma sobrecorrente durar um deter-
minado tempo. Os fusíveis constituem o tipo de proteção elétrica mais antiga, pela
simplicidade construtiva. Por serem essencialmente monofásicos, ao serem utiliza-
dos na proteção de circuitos trifásicos, normalmente são instalados em conjunto com
detectores de falta de fase.
E
IMPORTANT
Havendo uma falha numa das fases de um circuito polifásico, é importante que
todas as fases sejam interrompidas pelo dispositivo de proteção, garantindo segurança. Alguns
equipamentos, como motores trifásicos, podem até mesmo queimar, caso uma das fases seja
desligada enquanto as demais permanecerem energizadas. Por esse motivo, utiliza-se o relé
de detecção de falta de fase, que desliga todo o circuito quando detectar a falta de, ao menos,
uma das fases.
175
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
176
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
a) IB ≤ IN ≤ IZ; e
b) I2 ≤ 1,45IZ.
Em que:
Por fim, a corrente convencional de atuação do disjuntor (I2) vai depender de qual
norma foi seguida para sua fabricação. O valor pode ser calculado conforme a Tabela 8.
177
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Norma I2
NBR NM 60898 1,45 In
NBR IEC 60947-2 1,30 In
NBR 5361 1,35 In
FONTE: NBR 5410 - comentada (2004, s.p.)
a) IR ≥ ICS; e
b) Tdd ≤ t.
K ².S ² Equação 6
t= 2
I CS
Em que:
178
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
Pela condição “a”, entende-se que o dispositivo de proteção deve ter uma
capacidade de ruptura compatível com a corrente de curto-circuito presumida no
ponto de sua instalação. Assim, havendo um curto-circuito, o dispositivo de proteção
não terá sua estrutura danificada (o que poderia levar à destruição ou mesmo à inca-
pacidade de atuar).
O item 5.3.5.1 da NBR 5410 (2004) especifica que “as correntes de curto-cir-
cuito presumidas devem ser determinadas em todos os pontos da instalação julgados
necessários. Essa determinação pode ser efetuada por cálculo ou por medição”.
179
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
FONTE: O autor
A resistência elétrica total (RL) e a reatância total (XL) da linha são calcula-
das, respectivamente, pelas equações 7 e 8.
r.L Equação 7
RL =
N
x.L
XL = Equação 8
N
180
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
Em que:
Z % × U N2 Equação 10
ZE =
100 × PE
Equação 11
XE
= Z E2 − RE2
Em que:
Z cc = ( RL + RE ) ² + ( X L + X E ) ² Equação 12
UN
I cc = Equação 13
3.Z cc
181
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Sendo:
• Zcc: impedância total de curto-circuito (da fonte até o ponto de falta), em mΩ;
• Icc: corrente de curto-circuito simétrica presumida, em kA.
Seção Seção
Resistência Reatância Resistência Reatância
Nominal Nominal
(mΩ/m) (mΩ/m) (mΩ/m) (mΩ/m)
(mm²) (mm²)
1,0 22,1 0,176 70 0,328 0,0965
1,5 14,8 0,168 95 0,236 0,0975
2,5 8,91 0,155 120 0,188 0,0939
4,0 5,57 0,143 150 0,153 0,0928
6,0 3,71 0,135 185 0,123 0,0908
10 2,24 0,119 240 0,0943 0,0902
16 1,41 0,112 300 0,0761 0,0895
25 0,880 0,106 400 0,0607 0,0876
35 0,841 0,101 500 0,0496 0,0867
50 0,473 0,101 630 0,0402 0,0865
FONTE: Lima Filho (2004, p. 173)
NOTA
182
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
Perdas
Tensão Impedância
Potência (kVA) A Vazio/No No Cobre -
Secundária (V) Z% (%)
Ferro – PFe (W) PCu (W)
15 220 a 440 120 300 3,5
30 220 a 440 200 570 3,5
45 220 a 440 260 750 3,5
75 220 a 440 390 1200 3,5
112,5 220 a 440 520 1650 3,5
380 a 440 640 2050 3,5
150
220 640 2950 4,5
380 a 440 900 2800 4,5
225
220 900 3900 4,5
380 a 440 1120 3700 4,5
300
220 1700 6400 4,5
380 a 440 1700 6000 4,5
500
220 1700 10000 5,5
380 a 440 2000 8500 5,5
750
220 2000 12500 5,5
380 a 440 3000 11000 5,5
1000
220 3000 18000 5,5
FONTE: Lima Filho (2004, p.174)
183
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
a) Transformador
b) Circuitos
• Circuito 1
0 Condutores: S1 = 3# 2×240(2×240) T240 mm² (dois condutores para cada
fase e o neutro e um condutor para o terra).
0 Comprimento: L1 = 16,0 m
• Circuito 2
0 Condutores: S2 = 3#70(70)T35 mm²
0 Comprimento: L2 = 60,0 m
• Circuito 3
0 Condutores: S3 = #10(10)T10 mm²
0 Comprimento: L3 = 20,0 m
i) Impedância do transformador
Z % × U N2 4,5 × 3802
ZE
= = = 13, 0 mΩ
100 × PE 100 × 500
184
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
Seção
Número do
Nominal r (mΩ/m) x (mΩ/m)
Circuito
(mm²)
1 120 0,188 0,0939
2 70 0,328 0,0965
3 10 2,24 0,119
0,328 × 60
=RL 2 = 19, 68 mΩ
1
0, 0956 × 60
=X L2 = 5, 736 mΩ
1
2, 24 × 20
=RL 3 = 44,8 mΩ
1
0,119 × 60
=X L3 = 0, 714 mΩ
1
185
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Z cc1 = 14,18 mΩ
UN 380
I cc1
= = = 15, 47 kA
3.Z cc1 3 ×14,18
380
=I cc 2 = 7, 05 kA
3 × 31,13
Z cc 3 = 72,19 mΩ
380
=I cc 3 = 5, 26 kA
3 × 72,19
186
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
• Fabricante: Steck
• Linha: Minidisjuntores Termomagnéticos DIN
• Norma: ABNT NBR IEC 60947-2
• Curva de disparo termomagnético: Tipo B (3 a 5 × In) – gráfico da Figura 14.
• Corrente nominal: 2 a 70 A
• Tensão nominal de operação: 240 Vac
• Capacidade de interrupção de corrente: 6 kA
Solução:
a) IB ≤ IN ≤ IZ
IB = 30 A
IZ = 41 A (conforme consulta às Tabelas 1 e 2 da Unidade 2)
IN = 32 A (valor escolhido)
Logo, a condição “a” é atendida.
b) I2 ≤ 1,45IZ
187
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
a) IR ≥ ICS:
Tem-se que:
IR = 6 kA e ICS = 3,5 kA, logo, a condição “a” está atendida.
b) Tdd ≤ t:
Assim, chega-se a:
K ².S ² 115².6²
=t = 2
= 0, 0388 s
I CS 3500²
5 COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE
Uma das preocupações em relação ao projeto de uma instalação elétrica é
com sua continuidade de serviço, mesmo que uma falha ocorra em algum de seus
circuitos.
188
TÓPICO 2 | PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES
Para que o objetivo seja alcançado, é necessário conhecer dois conceitos im-
portantes: a coordenação e a seletividade elétrica.
FONTE: O autor
189
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
190
RESUMO DO TÓPICO 2
191
AUTOATIVIDADE
FONTE: O autor
192
UNIDADE 3
TÓPICO 3
PROTEÇÕES CONTRA
CHOQUES ELÉTRICOS E SOBRETENSÕES
1 INTRODUÇÃO
Toda instalação elétrica precisa ser planejada e executada tendo como preo-
cupação básica a segurança de usuários e de bens materiais contra os perigos que a
energia elétrica apresenta.
193
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
ATENCAO
O contato direto é aquele em que pessoas (ou animais) têm em relação a par-
tes vivas da instalação. Já os contatos indiretos são aqueles realizados em relação
às massas que ficaram acidentalmente energizadas. A Figura 24 exemplifica os dois
tipos de contatos citados.
Choque elétrico por contato direto Choque elétrico por contato indireto
FONTE: Adaptado de Lima Filho (2004)
194
TÓPICO 3 | PROTEÇÕES CONTRA
É interessante notar que a NBR 5410 (2004) considera que a proteção básica
deve ser uma característica construtiva dos componentes utilizados, estabelecida pelos
fabricantes desses elementos. Assim, cabe ao projetista especificar e garantir a utiliza-
ção de componentes que utilizam essas proteções. A proteção básica de instalações é
apresentada no anexo B da NBR 5410 (2004).
195
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
196
TÓPICO 3 | PROTEÇÕES CONTRA
2.3.1 Equipotencialização
A equipotencialização consiste no processo de colocar todos as massas de
uma edificação ou instalação num mesmo potencial elétrico, de forma que não
ofereçam risco de choque elétrico ao contato.
197
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
• T: eletrodo de aterramento;
• 1: condutor de aterramento;
• 2: condutor da ligação equipotencial principal;
• 3: condutor de proteção principal;
• 4: condutor de proteção (de circuito terminal);
• 5: condutor de ligação equipotencial suplementar;
• 6: barramento de equipotencialidade funcional (item 6.4.5.2 da NBR5410/2004);
• 7: condutor de proteção e aterramento funcional (item 6.4.7.1 da NBR5410/2004);
• 8: condutor de aterramento funcional (item 6.4.6.2 da NBR5410/2004);
• B: barramento de equipotencialização principal (BEP)/terminal de aterramento
principal (TAP);
• C: elemento condutivo (elemento condutor estranho à instalação elétrica);
• QD: quadro de distribuição;
• b: terminal de aterramento de QD;
• E: equipamento de utilização (massa);
• ETI: equipamento de tecnologia da informação;
• M: malha de piso;
• s: cabo de sinal.
198
TÓPICO 3 | PROTEÇÕES CONTRA
3 ATERRAMENTO ELÉTRICO
A norma NBR 5410 (2004) especifica três tipos de aterramento: TN, TT e
IT, explicados em seguida. Nas figuras utilizadas para representar os sistemas de
aterramento são utilizados, como exemplo, sistemas trifásicos. As massas indica-
das não simbolizam um único, mas sim qualquer número de equipamento elétri-
co. Além disso, as figuras não devem ser vistas com conotação espacial restrita,
podendo se referir a grandes distâncias ou mesmo a edificações distintas.
3.1 ESQUEMA TT
No esquema de aterramento TT (“terra-terra”), representado na Figura
27, o neutro da fonte é ligado à terra, estando as massas da instalação ligadas a
um eletrodo de aterramento independente.
199
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
3.2 ESQUEMA TN
No esquema TN (“terra-neutro”), o Neutro da fonte é ligado diretamente
à terra. As massas da instalação também são ligadas à terra no mesmo ponto que o
Neutro através do condutor de Proteção (PE), conforme ilustra a figura seguinte.
Nos casos, a corrente de falta pode assumir valores elevados, pois existe
um caminho de baixa impedância a ser percorrido, de forma que ela pode ser
detectada por disjuntores ou fusíveis.
3.3 ESQUEMA IT
O esquema de aterramento IT (“Impedância de Terra”) é bastante similar
ao TT, com a diferença básica de que uma impedância de valor elevado (resistência
ou indutância) é interconectada entre o neutro da fonte e a malha de aterramento.
201
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
202
TÓPICO 3 | PROTEÇÕES CONTRA
203
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
a) circuitos que sirvam para pontos de utilização situados em locais contendo banhei-
ra ou chuveiro;
b) circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edifica-
ção;
c) circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a ali-
mentar equipamentos no exterior;
d) circuitos que, em locais de habitação, sirvam para pontos de utilização situados em
cozinhas, copas/cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais depen-
dências internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens;
e) os circuitos que, em edificações não residenciais, sirvam a pontos de tomada situ-
ados em cozinhas, copas/cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no
geral, em áreas internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.
O DPS deve ser ligado entre o circuito a proteger (Fase ou Neutro) e o aterra-
mento, sendo seu funcionamento bastante simples: ao detectar uma elevação de tensão
acima de um determinado valor preestabelecido, o DPS atua curto-circuitando o sistema
e direcionando toda a corrente para a terra, evitando que esta atinja os elementos a serem
protegidos.
Por causa de seu modo de funcionamento, o DPS precisa ser trocado após
sua atuação. Há uma indicação na parte frontal do dispositivo que indica seu estado
através de cores: verde se o DPS ainda protege o sistema e vermelho se já houve uma
atuação do DPS. A Figura 31 apresenta um DPS classe II bipolar (para proteção de
uma Fase e o Neutro) da fabricante Siemens. No dispositivo apresentado, pode-se
observar dois mostradores frontais que indicam, através da sua cor, o estado de fun-
cionamento do DPS.
204
TÓPICO 3 | PROTEÇÕES CONTRA
Para instalações elétricas, a NBR 5410 (2004) especifica que a proteção por
DPS (ou outro dispositivo que garanta proteção semelhante) deve ocorrer nos
seguintes casos:
• quando a instalação for alimentada por linha total ou parcialmente aérea, estan-
do a edificação numa região que apresenta mais de 25 dias de trovoada por ano;
• quando existirem riscos provenientes da exposição dos componentes da
instalação a descargas atmosféricas.
NOTA
205
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
FONTE: <https://www.clamper.com.br/produtos-clamper-dps-dispositivos-de-protecao-contra-
surtos/linha-profissional/>. Acesso em: 17 jul. 2019.
Conforme o item 6.3.5.2.1 da NBR 5410 (2004), os DPS devem ser instala-
dos, pelo menos, num dos seguintes pontos:
NOTA
A NBR 5410 (2004) define ponto de entrada (numa edificação) como o ponto
em que a linha externa penetra na edificação.
206
TÓPICO 3 | PROTEÇÕES CONTRA
(b) (c)
(a)
FONTE: Adaptado de NBR 5410 (2004)
207
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
a) Tensão Nominal (Un): é a tensão fase-neutro da rede em que o DPS será instalado.
b) Tensão Máxima de Operação Contínua ou Tensão Máxima de Regime Permanente
(Uc): é a tensão máxima eficaz (fase-neutro) que pode ser aplicada aos terminais
do DPS sem comprometimento do seu funcionamento. Os valores mínimos de
Uc exigíveis são indicados na tabela seguinte e variam de acordo com o esquema
de aterramento e modo de ligação do DPS.
208
TÓPICO 3 | PROTEÇÕES CONTRA
d) Corrente nominal de descarga (In): especifica a corrente média que o DPS pode
suportar para uma determinada forma de onda 8/20μs. Um DPS deve suportar,
ao menos, 15 ocorrências de surtos no valor indicado por In. Quanto maior o
valor de In, maior será a vida útil do DPS. Os valores mínimos exigidos de In,
conforme a NBR 5410 (2004), são:
210
TÓPICO 3 | PROTEÇÕES CONTRA
LEITURA COMPLEMENTAR
211
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Os DPS tipo III, pela sua localização, só conduzirão correntes de baixa am-
plitude e poderão ser especificados com correntes de 5 a 10 KA (8/20μS). Como
os DPS tipo III são geralmente fabricados a partir de diodos semicondutores, só é
necessário especificar a corrente nominal de descarga, já que DPS fabricados com
diodos não se degradam com o uso e no caso as correntes nominais e máximas
são iguais.
212
TÓPICO 3 | PROTEÇÕES CONTRA
Todo DPS deve ser instalado após um dispositivo de proteção contra sobre-
correntes, disjuntor ou fusível, cujo valor da sua corrente é determinado pelo fabri-
cante do DPS, variando de modelo para modelo. A função do fusível ou disjuntor é
retirar o DPS do circuito caso ele apresente algum defeito e comprometa a segurança
da instalação.
213
UNIDADE 3 | ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
214
RESUMO DO TÓPICO 3
• A NBR 5410 (2004) especifica duas medidas de proteção contra choques elétricos:
a Proteção Básica e a Proteção Suplementar.
• A proteção básica consiste em evitar os choques por contato direto e sua imple-
mentação fica, sobretudo, a cargo dos fabricantes de componentes e materiais elé-
tricos. Ao projetista cabe indicar corretamente o tipo de material a ser utilizado.
CHAMADA
215
AUTOATIVIDADE
1 Explique, com suas próprias palavras, o que é contato direto e contato indi-
reto.
4 O que é o BEP?
5 Que tipo de aterramento para a proteção contra choques elétricos pelo sec-
cionamento automático apenas por disjuntores não é recomendado? Por
quê?
216
REFERÊNCIAS
ABILUX - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ILUMINAÇÃO.
Guia LED. São Paulo, 2018. Disponível em: http://bit.ly/2Cnt6TO. Acesso em: 18
jun. 2019.
217
CELESC DISTRIBUIÇÃO SA. Norma Técnica DPSC/NT 03 - Fornecimento de
Energia Elétrica à Edifícios de Uso Coletivo. 1997. Disponível em: http://www.
celesc.com.br/portal/images/arquivos/normas/Nt03.pdf. Acesso em: 5 mar. 2019.
MAMEDE Filho, João. Instalações elétricas industriais. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2007. 948p
MORENO, Hilton; SOUZA, José Rubens Alves de. Guia EM da NBR 5410:
instalações elétricas de baixa tensão. 1. ed. São Paulo: Aranda, 2002.
PHILIPS. Energize sua casa com luz fluorescente compacta. São Paulo: 2019.
Disponível em: http://bit.ly/2NrYsie. Acesso em: 5 jul. 2019.
SIEMENS. Minidisjuntores 5SL, 5SY e 5SP. São Paulo: Siemens, 2018. Disponível
em: https://sie.ag/2X2meEV. Acesso em: 20 jul. 2019
218
SIEMENS. Dispositivos de proteção contra surtos - DPS 5SD7. São Paulo:
Siemens, 2017. Disponível em: https://sie.ag/2pGkm8A. Acesso em: 8 jul. 2019.
STECK. Ficha técnica minidisjuntores. São Paulo, 2018. Disponível em: http://bit.
ly/34FCFti. Acesso em: 4 jul. 2019.
219