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para Construção
Mecânica e Tratamento
Térmico
Prof. Fábio Santiago
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Fábio Santiago
S235p
Santiago, Fábio
CDD 620.1
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, estamos aqui convidando você a conhecer o Livro
Didático de Práticas de Construção Mecânica e Tratamento Térmicos, este li-
vro trará até você os principais conceitos referentes às ciências dos materiais
para construção mecânica e os principais processo de tratamento térmico. O
livro está dividido em três unidades, de modo a se ter uma divisão didática
dos conteúdos a serem estudados ao longo do curso. Em cada uma das uni-
dades você encontrará materiais baseado nas principais literaturas consoli-
dada da área, além disso, este livro conta com inúmeras ilustrações de modo
a permitir a você, acadêmico, uma experiência ampla sobre os matérias e
seus processos. O Livro Didático também traz inúmeras recomendações de
leituras complementares a fim de ampliar e aprofundar os conceitos vistos
ao longo dos tópicos, permitindo, assim, uma autonomia de aprendizado
explorando o conhecimento para além da sala de aula e do Livro Didático.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 - MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES..........................1
VII
TÓPICO 4 - MATERIAIS POLIMÉRICOS..........................................................................................59
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................59
2 TIPOS DE POLÍMEROS.......................................................................................................................60
2.1 NOMENCLATURA..........................................................................................................................61
2.2 MECANISMOS DE POLIMERIZAÇÃO.......................................................................................62
3 ESTRUTURA DOS POLÍMEROS......................................................................................................63
3.1 PARÂMETROS QUE CARACTERIZAM AS ESTRUTURAS POLIMÉRICAS........................63
3.2 ESTRUTURA MOLECULAR..........................................................................................................65
3.2.1 Taticidade..................................................................................................................................66
3.3 COPOLÍMEROS................................................................................................................................67
4 CRISTALINIDADE E ESTADO AMORFO......................................................................................67
5 DEFORMAÇÃO DOS POLÍMEROS.................................................................................................69
5.1 TENSÃO VERSUS DEFORMAÇÃO..............................................................................................69
5.1.1 Ensaio tensão-deformação......................................................................................................70
5.1.2 Ensaio tensão-deformação em polímeros............................................................................71
5.1.3 Influência da temperatura no comportamento mecânico de polímeros.........................72
5.2 DEFORMAÇÃO DE POLÍMEROS SEMICRISTALINOS...........................................................72
5.3 COMPORTAMENTO MECÂNICO E TERMOMECÂNICO DOS POLÍMEROS....................73
5.3.1 Fatores que têm influência sobre as propriedades mecânicas dos polímeros................73
5.3.2 Fusão, cristalização e transição vítrea em polímeros.........................................................74
5.4 TERMOPLÁSTICOS E TERMOFIXOS...........................................................................................76
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................82
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................83
IX
3.2 ENVELHECIMENTO.....................................................................................................................201
3.2.1 Princípios do envelhecimento..............................................................................................201
3.2.2 Sequência de precipitação completa...................................................................................203
3.2.3 Homogeneização...................................................................................................................206
4 FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
DOS AÇOS TEMPERADOS EM MARTESITA.............................................................................206
5 FUNDAMENTOS DAS VARIAÇÕES DE COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA
COM O TRATAMENTO TERMOQUÍMICO................................................................................209
5.1 CEMENTAÇÃO..............................................................................................................................209
5.2 PROCESSOS DE CEMENTAÇÃO................................................................................................211
ATIVIDADE PRÁTICA – TEMPERABILIDADE E UMA VARIAÇÃO
DO ENSAIO JOMINY...........................................................................213
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................215
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................217
X
UNIDADE 1
MATERIAIS, CONCEITOS,
PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Os materiais estão intrinsecamente relacionados com a existência da hu-
manidade, pois a evolução e a criação de novos materiais têm como objetivos
melhorar o nível de vida do ser humano. Nesse sentido, o homem que viveu na
pré-história contava apenas com os materiais que a natureza o disponibilizava,
tais como pedras, peles, ossos e madeiras. Já na idade do ferro, o ser humano
passou a dominar técnicas rudimentares de metalurgia, o que o permitiu criar
lâminas, adagas e armas. Portanto, ao longo do tempo, as técnicas de processa-
mento e desenvolvimento de novos materiais foram se sofisticando de modo a
atenderem aplicações mais complexas a fim de garantir mais conforto, segurança
e qualidade de vida ao ser humano.
3
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
2 PROPRIEDADES MECÂNICAS
O conhecimento e a determinação das propriedades mecânicas dos ma-
teriais têm importância central na escolha destes tanto na fase de projeto quanto
na etapa de fabricação, pois estas propriedades definem o comportamento dos
materiais quando estão sujeitos a esforços mecânicos, e a capacidade destes de
resistir ou transmitir estes esforços sem se romper ou se deformar de maneira
incontrolável. Segundo Mora (2010), tais propriedades são obtidas por meio de
experimentos laboratoriais cuidadosamente programados que reproduzem de
forma fidedigna as condições de serviço, lembrando que existem inúmeros fa-
tores a serem considerados nos ensaios, os principais são: a natureza da carga
aplicada, a duração de aplicação e as condições ambientes.
• Tensão: definida como sendo a razão entre a força por unidade de área, sendo
expressa por polegada quadrada (psi) ou em força por centímetro quadrado
kgf / cm² (VAN VLACK, 2000).
Exemplo: considere uma pequena haste de aço cuja seção circular tem o
diâmetro de 4 mm sobre a qual atua uma carga de 10,8 kgf. Determine a tensão.
Força
Solução: sabemos que Tensão =� , portanto:
Área
10.800
Tensão 12, 6 kgf / mm 2
2
4
4
4
TÓPICO 1 | EXIGÊNCIAS DOS MATERIAIS UTILIZADOS NA ENGENHARIA
5
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
DICAS
3 PROPRIEDADES TÉRMICAS
O desenvolvimento de novos materiais está intrinsecamente relacionado
à compreensão dos fenômenos de transferência de calor e de suas propriedades.
Literaturas clássicas desta área têm como objetivo explicar os mecanismos com
que ocorre a transferência de energia na forma de calor, para isso ela se utiliza
de ferramentas empíricas e analíticas em seus estudos. Segundo Incropera et al.
(2008), a transferência de calor consiste na energia térmica em trânsito, devido a
uma diferença de temperatura no espaço. No presente estudo, os objetivos esta-
rão voltados em compreender os mecanismos que fundamentam os modos de
transferência de calor, os quais são essencialmente divididos em três: condução,
convecção e irradiação.
dos átomos da região mais fria, devido a essa diferença de energia entre os áto-
mos ocorrem colisões entre eles e parte da energia é transferida em forma de ca-
lor, sem apresentar deslocamento de massa (YOUNG; FREEDMANN, 2008).
dT
qx'' k (Eq. 1.1)
dx
W
O fluxo térmico qx 2 consiste na taxa de transferência de calor na
''
m
direção x por unidade de área perpendicular à direção da transferência, sendo
proporcional ao gradiente de temperatura dT/dx . Cabe observar que a constante
W
k é uma propriedade de transporte denominada condutividade térmica ,
m⋅K
que consiste em uma propriedade intrínseca do material, além disso, o sinal de
negativo afirma que o calor se transfere no sentido decrescente de temperatura.
O Gráfico 3 ilustra o perfil de distribuição de temperatura em regime estacionário
para uma parede plana. Nessas condições o gradiente de temperatura é descrito
pela (Eq. 1.2)
dT T2 T1
(Eq. 1.2)
dx L
T2 - T1 T -T
qx'' =
-k ⇒ qx'' =
k 1 2 (Eq. 1.3)
L L
7
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
W W
qx = A ⋅ q′′x =1m ×1,5m × 2000 2
=3000 2 (Eq. 1.5)
m m
8
TÓPICO 1 | EXIGÊNCIAS DOS MATERIAIS UTILIZADOS NA ENGENHARIA
q′′ h (Ts - T∞ )
= (Eq. 1.6)
9
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
W
PROCESSO COEFICIENTE CONVECTIVO h
mK
CONVECÇÃO NATURAL
2 - 25
GASES
50 - 1000
LÍQUIDOS
CONVECÇÃO FORÇADA
25 -250
GASES
100 -20.000
LÍQUIDOS
CONVECÇÃO COM
MUDANÇA DE FASE 2500-100.000
EBULIÇÃO CONDENSAÇÃO
FONTE. Incropera et al. (2008, p. 6).
10
TÓPICO 1 | EXIGÊNCIAS DOS MATERIAIS UTILIZADOS NA ENGENHARIA
Eb = δ T 4 (Eq. 1.7)
Em que:
• Eb é= δa T energia
4
emitida cuja unidades de medidas são W / m².
Eb• = δ Té a constante de Stefan-Boltzmann, que no sistema internacional vale 5,670 .
4
10-8 W / m²K4.
• T é a temperatura absoluta da superfície medida em K.
Sendo:
• ε a emissividade do corpo.
Eb• = δ T é4 a constante de Stefan-Boltzmann, que no sistema internacional vale
5, 670 ⋅10-8 W / m 2 K 4 .
• Ts é a temperatura do corpo.
• E é a energia emitida cuja unidades de medidas são W/m².
11
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
=''
qrad (
εδ Ts4 - Tviz4 ) (Eq. 1.9)
Em que:
''
• qrad é a taxa liquida de transferência de calor por radiação.
• ε a emissividade do corpo.
Eb• = δ T é4 a constante de Stefan-Boltzmann, que no sistema internacional vale
.
• Ts é a temperatura do corpo e Tviz é a temperatura da vizinhança.
hr = (
εδ (Ts + Tviz ) Ts2 + Tviz2 ) (Eq. 1.11)
12
TÓPICO 1 | EXIGÊNCIAS DOS MATERIAIS UTILIZADOS NA ENGENHARIA
''
qrad ( ) (
= εδ Ts4 - Tviz4 = 0,85 ⋅ 5, 67 ⋅10-8 ⋅ 7004 - 3004 ) (Eq. 1.12)
''
qrad = 11181, 24W / m 2
Propriedade de
Modo Mecanismos Equação da taxa transporte ou
coeficiente
Difusão de energia W kdT W
Condução devido ao movimento qx'' 2 = - k
molecular aleatório m dx m⋅K
Difusão de energia
devido ao movimen-
to molecular aleató- W W
Convecção rio acrescido da trans- q′′ =
2
h (Ts - T∞ ) h 2
ferência de energia m m ⋅K
em função do movi-
mento macroscópico
13
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
W
q′′ =2
m
εδ Ts4 - T∞4 ( ) ε
Transferência de ener-
Radiação gia por ondas eletro- Ou W
magnéticas
hr 2
q (W ) hr A (Ts - T∞ )
= m ⋅K
DICAS
4 PROPRIEDADES QUÍMICAS
O desenvolvimento de novos materiais geralmente está associado a
superar desafios relacionados ao desenvolvimento de novos produtos, pois
exige materiais com caraterísticas especificas. Mas, a maior parte dos materiais
utilizados por engenheiros em suas aplicações são suscetíveis à corrosão, que
consiste em um processo de degradação do material pela ação do meio. Este
processo, se caracteriza pela troca de elétrons entre um elemento químico do
material e os elementos do meio, a corrosão consiste na deterioração gradual do
material devido sua reação com o ambiente, podendo ser o material metálico,
cerâmico ou polimérico, embora seja mais comum o estudo da corrosão em metais.
14
TÓPICO 1 | EXIGÊNCIAS DOS MATERIAIS UTILIZADOS NA ENGENHARIA
4.1 CUSTOS
A seleção de um material para um determinado projeto, não leva em
conta apenas questões técnicas, mas também considera questões econômicas,
pois materiais de alto custo, por vezes, podem inviabilizar economicamente um
produto, pois seu custo final o torna inviável para a comercialização.
DICAS
15
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
Em sua obra Advanced MateriaIs and the Japanese System of Innovation, Las-
tres (1994) elenca alguns dos exemplos mais significativos destas aplicações, entre
eles estão:
16
TÓPICO 1 | EXIGÊNCIAS DOS MATERIAIS UTILIZADOS NA ENGENHARIA
17
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A maior parte dos materiais utilizados por engenheiros em suas aplicações são
suscetíveis à corrosão, que consiste em um processo de degradação do material
pela ação do meio. Este processo se caracteriza pela troca de elétrons entre um
elemento químico do material e os elementos do meio.
18
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) II e III.
e) ( ) I e II.
Neste contexto, julgue as asserções que se seguem e a relação proposta por elas:
PORQUE
19
II- Nos metais, a corrosão se caracteriza por alterações na estrutura molecular
destes devido à exposição a radiações eletromagnéticas.
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) I e III.
e) ( ) II e III.
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2
MATERIAIS PLÁSTICOS
1 INTRODUÇÃO
Ao longo de sua caminhada pela história, o ser humano vem modificando
o meio em que vive, sendo o conhecimento científico e a tecnologia as ferramentas
por ele desenvolvidas e utilizadas para provocar alterações em suas relações com
o meio ambiente. Como, por exemplo, nos primórdios de suas existências, os pri-
meiros materiais que o ser humano utilizou para sua defesa, ou na fabricação de
instrumentos para uso no seu dia a dia, foram encontrados prontos na natureza,
que consistiam em pedras, folhas de árvores, madeiras, entre outros. No entanto,
a observação dos processos naturais e a manipulação destes advindas do conheci-
mento científico, permitiu aos seres humanos criarem diferentes tipos de matérias,
entre eles os plásticos, a cerâmica e o vidro, denominados de compostos artificiais.
21
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
É nesse contexto que este tópico irá apresentar os materiais plásticos. Ini-
cialmente, mostraremos sua definição, para, em seguida, apresentarmos os princi-
pais grupos e propriedades, passando pelos aditivos e ligas plásticas, e encerrare-
mos o tópico com alguns dos principais processos de fabricação de peças plásticas.
2 PLÁSTICOS
Os plásticos consistem em um grupo de materiais, geralmente no estado
sólido à temperatura ambiente, obtidos a partir de um processo químico denomi-
nado de polimerização, por esta razão, muitas vezes, são chamados de polímeros,
que consistem em moléculas de elevada massa molecular, formadas pela ligação
de muitas moléculas menores denominadas de monômeros (PIATTI, RODRI-
GUES, 2005). A maioria dos polímeros têm origem orgânica e são compostos por
átomos de hidrogênio e carbono, unidos por ligações químicas do tipo covalente,
sendo denominados por hidrocarbonetos; consiste em exemplos destes políme-
ros naturais as proteínas, as enzimas e amidos (ZOLIN, 2011).
TUROS
ESTUDOS FU
3 DEFINIÇÃO DE PLÁSTICO
A definição de plástico que este trabalho irá empregar ao longo de todo
o seu desenvolvimento é a mesma de Chiaverini (1986 apud ZOLIN, 2011, p. 54):
22
TÓPICO 2 | MATERIAIS PLÁSTICOS
Gaseificação (13%)
Matéria prima
para indústria (4%)
Outros produtos
químicos (3%)
Plástico (4%)
FONTE: Piatti e Rodrigues (2005, p. 16)
As reações que levam à formação dos plásticos são conhecidas como po-
limerização, que correspondem a uma transformação química na qual os mo-
nômeros se unem para formar moléculas de maior tamanho, conhecidas como
macromoléculas. Zolin (2011) exemplifica o uso desta técnica na obtenção dos
polímeros polietileno e o polipropileno a partir do monômero etileno.
23
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
24
TÓPICO 2 | MATERIAIS PLÁSTICOS
Por fim, encerramos este tópico apresentando os silicones, que são ma-
teriais compostos principalmente por silício e cloro, cujo grau de polimerização
interfere em sua consistência, resultando numa variação de um óleo até um ma-
terial elástico ou um corpo rígido (TEXEIRA; CARON, 2013). Vale ressaltar que
os silicones são materiais hidrofóbicos, cujas principais aplicações são a produção
de moldes, adesivos elásticos para unir vidro, metais, cerâmicas e plásticos (AU-
CH-SCHUWELK; ROSENKGRANZ, 2006).
25
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
DICAS
26
TÓPICO 2 | MATERIAIS PLÁSTICOS
6 ADITIVOS PLÁSTICOS
Os aditivos plásticos são substâncias adicionadas aos plásticos de modo
a atingirem objetivos específicos, entre eles prevenir o envelhecimento, a oxida-
ção, o efeito do calor excessivo e da luz, fraturas por reflexão e fraturas por ação
atmosférica prolongada. Apesar dos aditivos conferirem as características dese-
jadas a este tipo de material, o uso deles não é irrestrito, pois a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA) impõe restrições para as embalagens plásticas
de alimentos, as quais devem ser avaliadas por meio de ensaios físicos realiza-
dos por laboratório credenciado para verificar se os requisitos estabelecidos pela
agência são atendidos (COLTRO, MACHADO, 2001).
27
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
28
TÓPICO 2 | MATERIAIS PLÁSTICOS
29
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
NOTA
FONTE: <http://file.abiplast.org.br/download/links/links%202014/apresentacao_sobre_
transformacao_vf.pdf>. Acesso em: 18. jul.2019.
NOTA
31
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
32
TÓPICO 2 | MATERIAIS PLÁSTICOS
selante / lacre
molde
(a)
vácuo
(b)
espessura
Um fator limitador desse método é que o canto das peças fica com es-
pessura mais fina, e caso a peça seja muito comprida, um furo será formado nos
cantos, para estes casos recomenda-se outras técnicas de termoformagem. A FI-
GURA ilustra algumas peças obtidas pela técnica aqui descrita.
33
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
34
TÓPICO 2 | MATERIAIS PLÁSTICOS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/colorful-playground-isolated-on-white-
background-197214137?src=X0ljcVrU45WrTtylTlHqTA-1-8&studio=1>. Acesso em: 18. jul. 2019.
DICAS
35
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
37
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) I e II.
e) ( ) II e III.
FONTE: <http://www.usinaciencia.ufal.br/multimidia/livros-digitais-cadernos-tematicos/Plasti-
cos_caracteristicas_usos_producao_e_impactos_ambientais.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2019.
38
II- Os aditivos devem possuir estabilidade na condição de processamento e
na condição de serviço.
III- Os aditivos plásticos são substâncias adicionadas aos plásticos de modo
a atingirem objetivos específicos, entre eles prevenir o envelhecimento, a
oxidação, o efeito do calor e da luz, fraturas por reflexão e fraturas por
ação atmosférica prolongada.
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) I e II.
e) ( ) I, II e III.
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) I e II.
e) ( ) II e III.
39
40
UNIDADE 1
TÓPICO 3
MATERIAIS CERÂMICOS
1 INTRODUÇÃO
Callister Júnior (2000) define:
Como características gerais, é possível citar que esses materiais são isolan-
tes térmicos e elétricos (apesar de existirem materiais semicondutores, conduto-
res e supercondutores – estes a uma faixa específica de temperatura) e apresen-
tam comportamento duro e frágil, além de resistir a condições ambientais mais
severas, por exemplo, temperaturas mais elevadas, se comparadas com metais e
polímeros (BOCH; NIÈPCE, 2007).
mente de natureza iônica (Callister Júnior, 2000). A variação do caráter iônico das
ligações entre os íons presentes nas estruturas dos materiais depende da eletrone-
gatividade dessas espécies, conforme exemplificado no Quadro 2.
zam quando os ânions que circundam os cátions estão todos em contato com esse
cátion (CALLISTER JÚNIOR, 2000).
NOTA
43
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
• Vidros e vitrocerâmicas: define-se vidro como sólido não cristalino que apre-
senta ordenação atômica de curto alcance. O principal tipo de vidro, do ponto
de vista comercial, entre todos os sistemas com tendência a vitrificar, é vidro
de sílica (SiO2), também chamados de vidros silicatos. Há outros tipos, também
compostos por óxidos, como o Na2O, K2O e o Al2O3. Os principais tipos de vi-
dro silicatos são:
o Sílica Vítrea: raro caso de vidro formado por um único componente, com
algumas aplicações tecnológicas, como em lâmpadas de alta intensidade,
recipientes para reagentes químicos, fibras ópticas, janelas de ônibus espaciais
e lentes de telescópios. Sua principal característica é o baixo coeficiente de
dilatação térmica, o que dá ao material alta estabilidade dimensional. Ainda
é possível controlar o grau de impurezas no material, aprimorando algumas
de suas características para alguma aplicação desejada. Tal tipo de vidro
apresenta alta viscosidade, ainda que em altas temperaturas (entre 109 a 1013
Pa.s na faixa de temperaturas entre 1050 até 1450 °C).
o Sodo-Cálcicos: têm como propriedades:
- boa resistência química a ácidos;
- resistência limitada a água e baixa a bases fortes;
- transmissão luminosa contínua, se em curtos percursos e expansão térmica
linear;
- este tipo de vidro já era produzido na antiguidade;
- sua viscosidade média, em função da temperatura é mostrada no Quadro 4;
- a presença de óxidos de metais alcalino-terrosos torna esse tipo de vidro
quimicamente estável. Além disso, é frequente a presença de aditivos,
visando ao aprimoramento de algumas características destes vidros;
- tais vidros são também usados como decoração, tendo sua cor definida
pelos elementos presentes em sua estrutura, conforme mostra o Quadro 5.
o Borossilicatos: são constituídos por óxido de boro (B2O3), possuindo o Boro
número de coordenação igual a 3 (ou seja, cada átomo de B é cercado por
3 átomos de oxigênio), formando uma rede atômica triangular. A presença
do Boro em sua composição causa uma diminuição na viscosidade e um
aumento do coeficiente de expansão térmica. Esses vidros têm uma grande
gama de aplicações em eletrônica.
o Chumbo: a presença do óxido de chumbo pode modificar ou até mesmo
formar a rede estrutural deste tipo de vidro. Possuem pequena variação da
viscosidade com a temperatura, sendo utilizados para artigos finos (como
peças de mesa ou de arte). O chumbo aumenta o índice de refração do vidro,
aumentando seu brilho e dando a aparência de “cristal”. O chumbo não
altera a resistividade elétrica, tornando esse tipo de vidro muito aplicável
em eletrônica (por exemplo, em tubos de televisores antigos). O chumbo
também confere ao vidro a capacidade de bloquear Raios-X.
o Aluminoborossilicato: são viscosos mesmo em altas temperaturas. São
usados em tubos de combustão, fibras de reforço, vidros com alta resistência
química e vitrocerâmicas.
44
TÓPICO 3 | MATERIAIS CERÂMICOS
45
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
Q = U .C (Eq. 3.1)
A
C = ò0 . (Eq. 3.2)
l
DICAS
46
TÓPICO 3 | MATERIAIS CERÂMICOS
Caso o meio/material entre as placas não seja o vácuo, mas sim um material
dielétrico (com permissividade ϵ), a relação passa a ser expressa pela (Eq. 3.3):
A
C =∈ . (Eq. 3.3)
l
∈
∈r = (Eq. 3.4)
∈0
5 SEMICONDUTORES CERÂMICOS
Semicondutores apresentam condutividade elétrica menor que a condu-
tividade apresentada por metais, por exemplo, sendo essa característica útil para
algumas aplicações, de acordo com o tipo de semicondutor e de seu comporta-
mento característico.
ligação que os une adquire caráter mais iônico e a um espaçamento maior entre as
bandas eletrônicas dos elementos envolvidos, tornando o material mais isolante.
48
TÓPICO 3 | MATERIAIS CERÂMICOS
49
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
50
TÓPICO 3 | MATERIAIS CERÂMICOS
6 HISTERESE
A palavra “histerese” vem do grego e significa “retardo” ou “atraso” e
trata-se da tendência que um material tem em manter as propriedades geradas por
um estímulo, na ausência do estímulo que as gerou. Os materiais ferromagnéticos
apresentam uma relação entre a intensidade do campo ao qual é submetido ( H ) e
sua magnetização ( B ). O valor de B é dependente não apenas do valor de H , mas
também da forma como o valor de H é atingido.
51
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
52
TÓPICO 3 | MATERIAIS CERÂMICOS
53
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
54
TÓPICO 3 | MATERIAIS CERÂMICOS
DICAS
55
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existe uma gama considerável de materiais cerâmicos, então, para facilitar o seu
estudo, são divididos nos grupos: materiais cerâmicos tradicionais, cerâmicos
avançados e vidros e vitrocerâmicas.
56
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I.
b) ( ) I e II.
c) ( ) II.
d) ( ) III.
e) ( ) I e III.
57
É correto apenas o que se afirma em:
a) ( ) I e III.
b) ( ) II.
c) ( ) II e III.
d) ( ) I e II.
e) ( ) I, II e III.
58
UNIDADE 1
TÓPICO 4
MATERIAIS POLIMÉRICOS
1 INTRODUÇÃO
Os materiais poliméricos podem ser descritos como macromoléculas
caracterizadas pela repetição de um conjunto de átomos. Este conjunto de átomos
é chamado de unidade constitucional ou mero. Polímero, portanto, define a
molécula constituída por vários(poli) meros.
59
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
2 TIPOS DE POLÍMEROS
Segundo Callister, os polímeros podem ser tanto encontrados na natureza
quanto produzidos pelo homem. Entre os polímeros naturais temos os polissa-
carídeos e a borracha natural (ou Látex), que é retirada do tronco da seringueira
(Hevea brasiliensis). Já os polímeros sintéticos são divididos entre:
60
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
2.1 NOMENCLATURA
São usados nomes triviais para polímeros naturais (ou conhecidos há mui-
to tempo), por exemplo, a celulose (C6 H5 o10)n. Normalmente, é usado o padrão
“Poli” + nome do monômero, por exemplo polietileno (polímero cujo monômero
é o etileno). Também são utilizados nomes de grupos de átomos característicos do
polímero, como é o caso dos poliésteres, para polímeros que apresentam o grupa-
mento éster. Mas, a nomenclatura oficial, dada pela IUPAC (International Union
of Pure and Applied Chemistry) é baseada na Unidade de Repetição Constitucional,
contendo uma ou mais unidades, que basicamente segue a regra “Poli” + “CRU”.
61
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
62
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
63
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
Figura 18 – Cálculo da massa molar numérica média (a) e da massa molar ponderal média (b)
Faixa de pesos moleculares Média de cada Fração do número xi Mi
(g/mol) (Classes) classe (Mi) de moléculas (xi)
5000-10000 7500 0,08 600
10000 - 15000 12500 0,15 1875
15000 - 20000 17500 0,21 3675
20000 - 25000 22500 0,19 4275
25000 - 30000 27500 0,27 7425
30000 - 35000 32500 0,08 2600
35000 - 40000 37500 0,02 750
Massa molar numérica média 21200
(a)
Faixa de pesos Média de cada Fração do número xi Mi
moleculares (g/mol) classe (Mi) de moléculas (xi)
(Classes)
5000-10000 7500 0,2 1500
10000 - 15000 12500 0,12 1500
15000 - 20000 17500 0,19 3325
20000 - 25000 22500 0,23 5175
25000 - 30000 27500 0,17 4675
30000 - 35000 32500 0,07 2275
35000 - 40000 37500 0,02 750
Massa molar numérica média 19200
(b)
FONTE: O autor (2019)
64
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
Mw
MWD = (Eq. 0.3)
Mn
É válido mencionar que seu valor sempre será maior do que a unidade
(1,0), quanto mais variados forem os tamanhos das moléculas, maior será a
polidispersão molecular. Quando os tamanhos das cadeias são próximos, a
polidispersão é aproximadamente 1.
M w 21200
MWD
= = = 1,1648 (Eq. 0.4)
M n 18200
Mn
nn = (Eq. 0.5)
m
Mw
nn = (Eq. 0.6)
m
Em que:
65
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
3.2.1 Taticidade
A taticidade é a forma como as unidades repetitivas se dispõem num
polímero, o que influencia em suas propriedades. Os polímeros, nessa óptica,
podem ser classificados como:
66
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
3.3 COPOLÍMEROS
Os copolímeros são polímeros formados por mais de um tipo de mero.
São sintetizados visando aprimorar ou combinar propriedades de diferentes po-
límeros, como é o caso das borrachas sintéticas. Os copolímeros podem sem clas-
sificados como:
67
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
NOTA
ρC . ( ρ E - ρ A )
%cristalinidade = x100 (Eq. 0.7)
ρ E . ( ρC - ρ A )
Em que:
68
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
DICAS
70
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
respeita uma relação linear entre σ e ∈. Entre os pontos I e II, há a transição entre
a deformação elástica e a deformação plástica. Entre os pontos II e III, há a defor-
mação plástica, irreversível. Finalmente, no ponto III, há a fratura do material.
72
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
73
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
74
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
NTE
INTERESSA
75
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
ideal, quando submetido a tensões, sofre deformações que são reversíveis, seguindo a Lei
de Hooke ( σ =E. ∈ ).
76
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
DICAS
77
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
LEITURA COMPLEMENTAR
Andréia C. Tavares
Carlos M. Lepienski
Mariana B. Ungari
Ney Mattoso
Maurício P. Cantão
1 INTRODUÇÃO
78
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
79
UNIDADE 1 | MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
80
TÓPICO 4 | MATERIAIS POLIMÉRICOS
FONTE: TAVARES, A.C et al. Análise da influência do grau de cristalinidade nas propriedades
nanomecânicas e viscoelásticas do PET. Curitiba: UFPR, 2000. Disponível em: https://www.
ipen.br/biblioteca/cd/cbecimat/2000/Docs/TC407-021.pdf. Acesso em: 27 set. 2019.
81
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
82
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) I e II.
e) ( ) II e III.
a) ( ) II.
b) ( ) III.
c) ( ) I.
d) ( ) II e III.
e) ( ) I e III.
83
84
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
85
86
UNIDADE 2
TÓPICO 1
MATERIAIS METÁLICOS
1 INTRODUÇÃO
Os materiais metálicos são substâncias inorgânicas que têm em sua compo-
sição um ou mais elementos metálicos, além de conterem elementos não metálicos.
Dentre os principais exemplos de materiais metálicos, podem ser citados, o aço, o
cobre, alumínio e o titânio, já entre os elementos não metálicos, que podem estar
contidos nos materiais metálicos, os principais são o carbono, nitrogênio e oxigênio.
87
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
88
TÓPICO 1 | MATERIAIS METÁLICOS
89
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
90
TÓPICO 1 | MATERIAIS METÁLICOS
DICAS
91
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
Diferentemente dos aços não ligados, os aços poucos ligados que são co-
mercializados em função da sua composição química, possuem elementos de liga
adicionados ao metal em fusão com estreita tolerância de teor, segundo Rollo
(2013) este tipo de aço necessita de um tratamento térmico para melhoria de suas
propriedades. Além disso, ainda segundo o referido autor, esse tipo de aço é de-
nominado de aço de qualidade e suas aplicações se dão na construção de máqui-
nas e veículos.
92
TÓPICO 1 | MATERIAIS METÁLICOS
93
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
94
TÓPICO 1 | MATERIAIS METÁLICOS
O surgimento destas linhas deslocadas aqui das linhas Ar3, Ac3, Ar1, Ac1
marcam o início e o término da transformação de fase, que ocorre deslocados
quando comparados com a situação de equilíbrio mostrada pelas linhas A3 e A1.
Sobre as curvas deslocadas, para o aquecimento Ac1 e Ac3, e no caso do resfriamento
Ar1 e Ar3, os intervalos são muito curtos o que faz com que o início e final da
transformação de fase sejam atrasados em relação as curvas originas A1, A2 e A3
isso ocorre devido à lentidão do processo difusional de transformação de fase.
DICAS
95
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
96
TÓPICO 1 | MATERIAIS METÁLICOS
97
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
A ruptura por clivagem consiste na forma mais frágil que uma ruptura
pode ocorrer em materiais cristalinos, segundo Driemeier (1995) este tipo de rup-
tura ocorre em metais pela separação direta ao longo dos planos cristalográficos
devido a uma quebra simples das ligações iônicas. Além disso, ainda segundo a
autora, a principal característica deste tipo de ruptura é que esta usualmente está
associada a um plano cristalográfico particular do grão. Uma vez que as orienta-
ções dos grãos subsequentes, são ligeiramente diferentes as fissuras por clivagem
alteram a direção ao atingir o contorno, continuando assim segundo um novo
plano de clivagem.
FONTE: O autor
98
TÓPICO 1 | MATERIAIS METÁLICOS
DICAS
OBJETIVO
MATERIAIS
PROCEDIMENTOS
3. Submeter tal corpo à força de extensão até que seja observada a ruptura do
material. Realizar esse passo aplicando forças progressivas de modo a observar
as pequenas deformações e ter curvas de força em relação à extensão mais
precisas.
4. Repetir esses passos para os demais corpos de prova existentes.
QUESTIONÁRIO
OBJETIVO
MATERIAIS
• Durômetro.
• Fios condutores, gerador de ddp (pilha).
• Alicate amperímetro.
• Bico de Bunsen (ou outro dispositivo incendiário).
• Termômetro.
• Equipamento universal para ensaio de tração.
• Suporte isolante térmico.
• Quatro amostras de: madeira, ferro, cerâmica e polímero (termoplástico). De
preferência, confeccionadas previamente, com as mesmas dimensões.
PROCEDIMENTOS
100
TÓPICO 1 | MATERIAIS METÁLICOS
FONTE:O autor
QUESTIONÁRIO
101
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
OBJETIVO
MATERIAIS
PROCEDIMENTOS
1. Lixar a chapa de metal para remover sua camada passiva, facilitando a reação
de corrosão.
2. Gotejar o indicador de corrosão nas soluções aquosas.
3. Com o auxílio da pipeta, gotejar (gotas de aproximadamente 50 μL) as soluções
sobre a chapa lixada de aço.
QUESTIONÁRIO
102
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• O ferro é um elemento cuja forma (ou reticulado) cristalino é cúbico, além dis-
so, se caracteriza por apresentar o fenômeno da alotropia, também conhecida
por polimorfismo, que consiste na capacidade de um elemento apresentar di-
ferentes formas cristalinas, para uma mesma composição.
• O ferro é um metal que possui diferentes fases alotrópicas e todas elas estão
intrinsecamente relacionadas à temperatura em que ele se encontra, em especí-
fico a sua temperatura de fusão que é 1538 °C.
• Quando um dado material atinge seu limite de elasticidade ocorre uma das si-
tuações a seguir: na primeira delas ao se remover a força o material permanece
como um todo coerente, mas não retorna à posição inicial, e na segunda delas, o
material se decompõe em fragmentos. No entanto, caso a solicitação que produz a
deformação, seja plástica ou elástica, seja aumentada progressivamente ocorrerá o
aparecimento de fissuras que a partir de certa dimensão se propagam de maneira
instável, ocasionando uma ruptura, que pode ser do tipo frágil ou dúctil.
103
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) III, apenas.
d) ( ) I, II e III.
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) I e II.
104
3 Existem duas formas alotrópicas do ferro, a saber a alfa e a gama, as quais
são estáveis a diferentes faixas de temperatura, além disso essas duas formas
se caracterizam por poderem permanecer em solução sólida, em uma ampla
faixa de teores. Neste contexto, julgue as afirmações que seguem.
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) III, apenas.
d) ( ) I, II e III.
105
106
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O avanço da tecnologia e das técnicas de metalurgia fizeram com que
o aço estivesse presente de forma significativa em diferentes aplicações da
sociedade contemporânea. Segundo Lima (2016), esta liga metálica está presente
nos mais diferentes setores econômicos do país, desde a indústria de transporte
ao eletrodoméstico, passando pela indústria automobilística, até aplicações mais
complexas no setor aeronáutico e aeroespacial.
• homogeneidade;
• granulação fina;
• completa isenção de tensões internas.
DICAS
108
TÓPICO 2 | AÇOS E SUAS APLICAÇÕES
DICAS
110
TÓPICO 2 | AÇOS E SUAS APLICAÇÕES
DICAS
• CORTEZ, Lucas Azevedo da Rocha et al. Uso das estruturas de aço no Brasil. Cadernos
de Graduação, Alagoas, v. 4, n. 2, p. 217-228, nov. 2017.
• IMIANOWSKY, Guilherme Wanka; WALENDOWSKY, Marcus Alberto. Os principais aços-
carbono utilizados na construção civil. Brusque: CREA-SC, 2016. Disponível em:
http://www.crea-sc.org.br/portal/arquivosSGC/aços%20carbono%20construção%20
civil.pdf. Acesso em: 7 ago. 2019.
111
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
DICAS
112
TÓPICO 2 | AÇOS E SUAS APLICAÇÕES
113
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
114
TÓPICO 2 | AÇOS E SUAS APLICAÇÕES
• composição química;
• propriedades mecânicas;
• qualidade superficial;
• disponibilidade;
• custo.
Segundo Luana Carvalho (2015), estima-se que cerca de 90% dos aços
para construção mecânica destinam-se à indústria automobilística e de autope-
ças, em específico os aços SAE 5160 e SAE 9254, ambos empregados na constru-
ção de molas.
115
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
DICAS
OBJETIVO
MATERIAIS
PROCEDIMENTOS
116
TÓPICO 2 | AÇOS E SUAS APLICAÇÕES
QUESTIONÁRIO
3 Quais os odores e aspectos das chamas das cinco amostras quando submetidas
ao teste de chama?
117
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os aços para a construção de molas são semelhantes aos aços comerciais co-
muns, no entanto, apresentam como diferença fundamental um maior teor de
carbono e manganês, além de requererem muito maior cuidado e maior núme-
ro de operações para a sua fabricação.
118
AUTOATIVIDADE
1 O avanço da tecnologia e das técnicas de metalurgia fez com que o aço es-
tivesse presente de forma significativa em diferentes aplicações da sociedade
contemporânea, estando essa liga metálica presente nos mais diferentes setores
econômicos do país, desde a indústria de transporte e eletrodoméstico, pas-
sando pela indústria automobilística, até aplicações mais complexas no setor
aeronáutico e aeroespacial. Neste contexto, julgue as afirmações que seguem.
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I e III.
d) ( ) I, II e III.
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e III.
c) ( ) II e III.
d) ( ) I, II e III.
119
3 O principal motivo do ferro ser o elemento mais consumido mundialmente, se
deve ao fato deste ser empregado na produção do aço, cuja sua ampla gama de
aplicações se deve ao fato de ter um baixo custo de produção associado à grande
versatilidade de propriedades que se pode obter a partir de pequenas mudanças
na composição química. Neste contexto, julgue as afirmações que seguem.
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) I e III.
c) ( ) II e III.
d) ( ) III, apenas.
120
UNIDADE 2
TÓPICO 3
AÇOS RESISTENTES
1 INTRODUÇÃO
O aço consiste em um produto extensamente utilizado no cotidiano da
sociedade atual, sendo um dos produtos que contribuem para o desenvolvimento
econômico e tecnológico de um país. Como matéria-prima pode ser encontrado
desde aplicações simples como a fabricação de mesas e cadeiras, até as mais com-
plexas, tais como aviões, carros e ônibus espaciais.
121
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
Como apresenta Silva (2015), a ação entre as interfaces que sofrem des-
gaste ou a interação entre elas podem variar extensamente de acordo com a mo-
vimentação, onde se pode diferenciar o movimento das interfaces como de desli-
zamento, de rolamento, oscilante, de impacto e fadiga. Nesse sentido, a dinâmica
que se estabelece entre as interfaces também pode ser utilizada para classificar o
tipo de desgaste, portanto, tem-se desgaste por deslizamento, desgaste de rola-
mento, desgaste de oscilação, desgaste de impacto e desgaste erosivo. A figura a
seguir ilustra os processos de desgaste em função do movimento das interfaces.
FONTE: O autor
122
TÓPICO 3 | AÇOS RESISTENTES
DICAS
123
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
DICAS
oxigênio por átomos de cromo na camada dos aços contendo estes elementos de
liga, e a criação de uma distribuição favorável de elétrons entre o ferro e o cromo,
auxiliada pela absorção do oxigênio e prejudicada pelo hidrogênio.
125
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
126
TÓPICO 3 | AÇOS RESISTENTES
DICAS
Como apresenta Arlazarov et al. (2012), foi a partir da década de 1990 que
foram desenvolvidos os aços designados como “Aços Avançados de Alta Resis-
tência”, dentre os quais se encontra:
128
TÓPICO 3 | AÇOS RESISTENTES
DICAS
5 AÇO SINTERIZADO
A indústria metalmecânica produz anualmente grande quantidade de ca-
vacos de usinagem de aço e de ferro fundidos, estes resíduos se destacam por
seu volume e tonelagem envolvidos, portanto, sua reutilização é interessante
tanto econômica quanto ambientalmente. Segundo Chiaverini (1996), a reutiliza-
ção destes materiais é realizada por processos diferentes da simples refusão, nos
quais se tem um baixo rendimento e problemas de poluição ambiental devido à
queima do óleo lubrificante que impregna as partículas de cavacos.
• Seleção da matéria-prima.
• Compressão do pó ou pós metálicos, em matrizes apropriadas.
• Sinterização dos compactos obtidos na compressão.
• Recompressão ou calibragem das peças ou compactados sintetizados.
• Acabamento, compreendendo eventualmente usinagem, tratamento térmico
ou tratamento superficial.
A seguir será descrita cada uma das etapas anteriores, assim tem-se:
129
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
DICAS
CHIAVERINI, Vicente. XXVI – aços sinterizados. In: CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros
fundidos: características gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 6. ed. São Paulo:
Abm, 1996. p. 457-465. Disponível em: https://www.academia.edu/37125289/A%C3%A-
7os_Ferros_Fundidos_Vicente_Chiaverini. Acesso em: 18 out. 2019.
DELFORGE, Daniel Yvan Martin et al. Metalurgia do pó: sinterização de uma mistura de
cavaco de aço inoxidável com pó do mesmo material. Uma nova tecnologia para a re-
ciclagem de metais? Revista Escola de Minas, Ouro Preto, n. 60, p. 95-100, mar. 2007.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rem/v60n1/v60n1a15.pdf.
130
TÓPICO 3 | AÇOS RESISTENTES
OBJETIVO
MATERIAIS
• Balança de precisão.
• Tijolos de diferentes tipos.
• Baldes onde caibam os tijolos.
• Água.
• Forno.
PROCEDIMENTOS
QUESTIONÁRIO
OBJETIVO
131
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
MATERIAIS
• Termômetro.
• Béqueres.
• Pipeta.
• Estufa.
• Bico de Bunsen.
• Béqueres de diferentes tamanhos, de maneira que um caiba com folga no outro.
• Óleo de soja.
• 25 g de Glicerol PA.
• 5 ml de catalisador (H2SO4 – 2,7 mol/L).
• Suporte para aquecer a reação.
PROCEDIMENTOS
FONTE:O autor
QUESTIONÁRIO
1 Trace um comparativo entre as viscosidades das amostras retiradas aos 15, 30,
45 e 60 minutos de reação.
132
TÓPICO 3 | AÇOS RESISTENTES
OBJETIVO
MATERIAIS
• Microscópio óptico.
• Nital 3%.
• Lixas (220, 320, 400, 600, 1200), além de material de polimento.
• Alumina (para polimento) 1 μm, 0,3 μm e 0,1 μm.
PROCEDIMENTOS
QUESTIONÁRIO
133
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Devido as suas propriedades e seu baixo custo, o aço passou a representar cerca
de 90% de todos os metais consumidos pela civilização industrial, no caso par-
ticular da construção civil, o aço representa uma das principais matérias-pri-
mas, com inúmeras aplicações, tais como armaduras de concreto, fundações,
pontes, viadutos, estruturas metálicas sendo o setor é um grande consumidor
dos produtos derivados das usinas siderúrgicas. Já no caso da indústria, esta
prefere utilização do aço-carbono e de baixa liga, os quais estão disponíveis
em grandes volumes e satisfazem os requerimentos mecânicos, estruturais, de
fabricação e de custos.
134
• Os arames ou fios consistem em um produto obtido por um processo de fabri-
cação denominado de trefilação, possuem geralmente uma seção transversal
uniforme e circular, que é pequena quando comparada ao comprimento do fio.
• Os aços para a construção de molas são semelhantes aos aços comerciais co-
muns, no entanto, apresentam como diferença fundamental um maior teor de
carbono e manganês, que requerem muito maior cuidado e maior número de
operações para a sua fabricação.
135
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) III, apenas
d) ( ) II e III.
e) ( ) I, II e III.
136
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) I e II.
e) ( ) II e III
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) III, apenas.
d) ( ) I e II.
e) ( ) I, II e III.
137
138
UNIDADE 2
TÓPICO 4
FERROS FUNDIDOS
1 INTRODUÇÃO
O ferro fundido surgiu por volta de 1500 a.C., sendo, até hoje, um dos
materiais mais importantes no setor de fundição, graças às suas diversas boas
propriedades físicas e ao seu preço acessível. O ferro fundido também é caracte-
rizado por possuir propriedades mecânicas bem definidas, como ponto de fusão
relativamente baixo, baixa contração, excelente usinabilidade.
FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-5-Diagrama-metaestavel-Fe-Fe-3-C-
Callister-2008_fig2_333005079>. Acesso em: 11 nov. 2019.
140
TÓPICO 4 | FERROS FUNDIDOS
141
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
142
TÓPICO 4 | FERROS FUNDIDOS
143
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
144
TÓPICO 4 | FERROS FUNDIDOS
• Carbono e silício – são os elementos que mais influenciam na formação das mi-
croestruturas características do ferro fundido. O carbono é o principal elemen-
to para a formação da grafita, sendo que, quanto mais elevado a porcentagem
em massa de carbono, maior será o número de núcleos de grafita formados,
aumentando a fluidez do líquido metálico e dificultando a formação de vazios
internos. Por outro lado, o crescimento dos núcleos de grafita não exercem
145
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
CEQ=%C+0,33%Si+0,33%P (Equação 1)
146
TÓPICO 4 | FERROS FUNDIDOS
147
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
148
TÓPICO 4 | FERROS FUNDIDOS
• Fixa de limite de resistência à tração vai de 100 a 400 MPa, praticamente sem
alongamento.
• Excelente usinabilidade.
• Boa condutividade térmica, devido à presença dos veios grafíticos, o que
torna o ferro fundido cinzento adequado para fabricar componentes sujeitos a
desgaste térmico, como cabeçotes de motores automotivos.
• Capacidade de atenuar de vibrações, pois consegue transformar energias
vibratória (cinética) em energia térmica. Essa propriedade possibilita o uso
de ferro fundido cinzento em bases de máquinas e equipamentos, além de
aplicações com restrições de ruído (blocos de motor e carcaças automotivas).
Sua microestrutura é constituída por ferrita e flocos dispersos de grafite. É um
material relativamente frágil, por apresentar alta dureza, sendo composto por
cerca de 2,5-4,0% (em massa) de carbono livre e 1,0-3,0% (em massa) de silício.
A presença de carbono livre em sua estrutura proporciona boa usinabilidade,
além de boa fluidez durante a fundição, o que permite a moldagem e obtenção
de peças de paredes finas e geometria complexa.
149
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
150
TÓPICO 4 | FERROS FUNDIDOS
151
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
152
TÓPICO 4 | FERROS FUNDIDOS
A primeira alternativa não apresenta esse risco, pois não exige a adição de
titânio. (DAWSON, 1994).
153
UNIDADE 2 | MATERIAIS METÁLICOS TEORIA E APLICAÇÕES
ferro fundido nodular, assim como contribui para a formação de veios, no caso
do ferro fundido cinzento (SKJEGSTAD; SKALAND, 1996).
DICAS
154
TÓPICO 4 | FERROS FUNDIDOS
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
156
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Ferros fundidos são ligas metálicas eutéticas à base de ferro, carbono e silício,
podendo possuir outros elementos.
• Os ferros fundidos brancos recebem esse nome pelo fato de sua superfície de
fratura possuir coloração clara e brilhante, possuindo pouco grafita livre em
sua estrutura.
CHAMADA
157
AUTOATIVIDADE
CEQ = %C + (%Si+%P)
3
159
160
UNIDADE 3
FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO,
TÊMPERA E TRATAMENTO
TERMOMECÂNICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
161
162
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O recozimento consiste em um processo térmico que tem como finalidade
inúmeros objetivos, dentre tantos, elenca-se, neste trabalho, os principais: remo-
ver as tensões devidas aos tratamentos mecânicos, a frio ou a quente, diminuir a
dureza para melhorar a usinabilidade do aço e do ferro, promover as alterações
de específicas propriedades mecânicas, tais como a resistência e ductilidade, além
de ser possível, neste processo, ajustar o tamanho do grão e regularizar a textura
bruta de fusão.
163
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
164
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
te neste processo, após ser retirada do forno, a peça é mantida no banho de sais
até sua completa transformação, o processo de resfriamento se caracteriza pelo
fato de não ser recomendável para peças de grandes volumes, pois, neste tipo de
peça é difícil baixar a temperatura do núcleo na mesma proporção da temperatu-
ra da superfície.
2 TRATAMENTOS TÉRMICOS
O tratamento térmico e suas técnicas vêm apresentado ao longo dos últi-
mos anos uma grande evolução. Isso se deve, sobretudo, devido à produção em
série, que visa entre outros parâmetros a redução dos custos de produção. Como
observa Chiaverini (2008), a evolução que vem se observando nas técnicas de tra-
tamento térmico, não se deve exclusivamente aos processos de operação propria-
mente ditos, mas, talvez, ou principalmente, os métodos de controle. Neste senti-
do, as seguintes medidas podem ser elencadas: o emprego de microcontroladores
no controle das diferentes fases de operação, a crescente utilização da técnica de
leito fluidizado nas operações de tratamento termoquímico, o aumento da efici-
ência energética através do emprego dos trocadores de calor, o emprego de iso-
lantes de fibra de cerâmica em específico em fornos intermitentes, entre inúmeras
outras técnicas que estão sendo empregadas nos dias de hoje. No entanto, este
165
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
DICAS
166
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
167
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
168
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
169
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
170
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
DICAS
171
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
DICAS
174
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
175
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
DICAS
176
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
DICAS
DICAS
178
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
FONTE: O autor
179
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
O tempo necessário a que cada tipo de aço tem que ser submetido, a fim de
realizar esse tipo de tratamento é variável. Assim, de modo a listar alguns exemplos
envolvendo os diferentes tipos de aço, bem como o tempo e a temperatura a que
necessitam ser submetidos são reproduzidos a seguir, no Quadro 4.
DICAS
180
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
181
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
182
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
• Excelente usinabilidade.
Propriedades • Possibilidade de deformação a quente.
• Grande resistência ao desgaste.
• Boa fluidez.
• Soldabilidade melhorada.
• Baixo custo.
• Engrenagens.
Aplicações • Cambotas.
• Juntas universais.
• Válvulas.
• Componentes sujeitos ao desgaste.
FONTE: Bose Filho (20--, p. 23)
DICAS
• MELLO, Carlos Alberto Torres de. Revisão Bibliográfica. In: MELLO, Carlos Alberto Torres
de. Vida em fadiga de um ferro fundido nodular ferrítico com variações microestru-
turais. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2003. p. 17-37. Disponível em: https://bit.ly/3aPg9kW.
• BOSE FILHO, Waldek Wladimir. Ferros fundidos. São Paulo: USP, 20--. Disponível em:
https://bit.ly/2X9IoHj.
183
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
184
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
185
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
DICAS
• CHIAVERINI, Vicente. Tratamento térmico dos ferros fundidos. In: CHIAVERINI, Vicen-
te. Tratamento térmico das ligas metálicas. São Paulo: ABM, 2008. p. 175-194.
186
TÓPICO 1 | RECOZIMENTO DO AÇO E DO FERRO
OBJETIVO
MATERIAIS
• Uma amostra de aço, de preferência em formato cilíndrico, para que seja mais
fácil medir a dureza utilizando um durômetro Rockwell.
• Um durômetro Rockwell.
• Forno.
PROCEDIMENTOS
QUESTIONÁRIO
187
RESUMO DO TÓPICO 1
188
segmento mesmo com o advento de inúmeros materiais mais avançados.
Esta longevidade se deve as suas boas propriedades mecânicas, tais como a
resistência ao desgaste, a usinabilidade, a ductilidade, entre outras.
189
AUTOATIVIDADE
1 O tratamento térmico dos aços tem sua devida importância dados os inú-
meros objetivos que podem ser alcançados através deste procedimento, entre
os quais elencamos a remoção de tensões internas, o aumento da dureza , o
aumento da resistência ao desgaste, o aumento da resistência à tração, o au-
mento da ductilidade, aumento da usinabilidade, melhora das propriedades
de corte, melhoras da resistência à corrosão, melhora da resistência ao calor e
modificação das propriedades elétricas e magnéticas. Neste contexto, julgue
as afirmações que seguem.
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) I e II.
c) ( ) I e III.
d) ( ) I apenas.
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) I, apenas.
190
c) ( ) II, apenas.
d) ( ) III, apenas.
a) ( ) I e II.
b) ( ) I, II e III.
c) ( ) II, apenas.
d) ( ) III, apenas.
191
192
UNIDADE 3
TÓPICO 2
FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO
TERMOMECÂNICO
1 INTRODUÇÃO
Segundo Chiaverini (1982), o desenvolvimento da indústria de bens de
consumo e a necessidade de evolução constante da infraestrutura necessária para
o desenvolvimento econômico têm como consequência a criação de novos mate-
riais, com características mecânicas específicas. Entre as técnicas para melhorar o
desempenho do material está o tratamento termomecânico. Para realizá-lo é pre-
ciso determinar as aplicações do metal, e assim definir o tratamento adequado.
193
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
FIGURA 10 - EFEITO NOS GRÃOS OBTIDO COM PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO A FRIO: (A)
LAMINAÇÃO; (B)TREFILAÇÃO
194
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
FONTE: O autor
195
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
NOTA
Segundo Ferreira et al. (2012), durante a laminação a quente, uma camada de óxido
(carepa) é formada sob a superfície das tiras de aço, devido à atmosfera oxidante. Suas caracte-
rísticas influenciam diretamente na produtividade, desde o processo de remoção (mecânica e/
ou química) como também a geração de óxido de ferro em detrimento da produção de aço.
196
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
197
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
DICAS
198
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
3.1 SOLUBILIZAÇÃO
A solubilização consiste na etapa inicial do tratamento de endurecimento
e, também, a mais importante, pois este processo consiste na dissolução dos ele-
mentos de liga na matriz do material. Neste sentido é necessário levar em con-
sideração que a solubilidade dos elementos de liga na matriz metálica aumenta
com a elevação da temperatura. Este é um fator crucial para se obter a solubiliza-
ção total.
199
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
200
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
3.2 ENVELHECIMENTO
O envelhecimento ocorre após os tratamentos de solubilização e têmpera,
podendo ser em temperatura ambiente (natural) ou em temperaturas mais eleva-
das (artificial).
201
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
FONTE: O autor
202
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
203
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
204
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
FIGURA 18 - DIFERENTES FORMATOS DE ZONAS GP1, PARA LIGAS DISTINTAS – (a) ZONA GP1 EM
FORMA DE PLACA; (b) ZONA GP1 EM FORMA ESFÉRICA; (c) ZONA GP1 EM FORMA ACICULAR
205
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
3.2.3 Homogeneização
É um tratamento térmico que tem como principal objetivo a eliminação
da segregação dendrítica. Nesse tipo de tratamento segundo Novikov (1994),
ocorrem dois processos, a saber:
206
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
das dimensões da peça e da microestrutura final desejada, pôr fim, a taxa de res-
friamento determina as propriedades finais, sendo dependente da composição do
material. Trata-se da etapa que, efetivamente, determinará a microestrutura final.
207
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
DICAS
• PAIVA, Warley Rodrigues de; PEREIRA, Warley Augusto. Tratamento térmico em aço
inoxidável martensítico AISI 420. In: ENCONTRO CIENTÍFICO DAS ENGENHARIAS, 1.,
2016, Rio Verde. Anais [...] Rio Verde: UniRV, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2UNQ7ci.
• CARVALHO, Rennê Rojais de. Previsão da vida em fadiga de aço inoxidável martensítico
UNS S42000: parte I – material temperado e revenido a 500 °C. 2005. 51f. Projeto de
Iniciação Científica (Bolsa de Estudos em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal
de Itajubá, Itajubá, 2005. Disponível em: https://bit.ly/3bRDiUa.
208
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
5.1 CEMENTAÇÃO
É um tratamento térmico muito antigo, já utilizado pelos romanos, na an-
tiguidade. Trata-se da absorção superficial de carbono pelo aço, de maneira que,
ao fim do processo, acompanhados por têmpera e revenimento, a superfície do
aço tenha alta dureza.
209
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
210
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
211
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
• Limpeza.
• Rapidez.
• Estabilidade.
DICAS
• GALVÃO, Arthur et al. Tratamentos termoquímicos. Salvador: IFBA, 20--. Disponível em:
https://bit.ly/3e573CU.
• SILVA, José Pedro Guedes da; SILVA, Edson Roberto da. Processo de cementação nos
aços ABNT 1020 e 1045 com variação do meio cementante. In: ENCONTRO CIENTÍFI-
212
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
CO DAS ENGENHARIAS, 2., 2016, Rio Verde. Anais [...] Rio Verde: UniRV, 2017. Disponível
em: https://bit.ly/34nGQuH.
• LEITÃO, Claudio José. Efeito da nitretação e da cementação na deformação de pe-
ças de aços carbono e baixa liga. 2010. 106f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Mecânica, Materiais e Processos de Fabricação) – Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3aTeye1.
OBJETIVO
MATERIAIS
PROCEDIMENTOS
213
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
FONTE: O autoR
FONTE: O autor
QUESTIONÁRIO
2 Para cada amostra, construa uma tabela para as medições de dureza contendo
duas colunas, sendo a primeira referente à distância da extremidade (em mm)
e a segunda referente à dureza (HB).
214
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
216
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I e III.
d) ( ) II.
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) I e II.
217
3 Existem três principais métodos de cementação: cementação sólida, líquida e
gasosa. A cementação sólida, também chamada de cementação em caixa, que
consiste na colocação de um componente de aço em caixas metálicas repletas
de uma mistura sólida, geralmente à base de carvão de madeira, chamada
mistura cementante. Neste contexto, julgue as afirmações a seguir.
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e III.
c) ( ) I.
d) ( ) II.
218
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
O mais antigo objeto comprovadamente temperado data de 1100 a.C.,
tendo sido encontrado no Chipre. A técnica de têmpera foi melhor desenvolvida
pelos romanos, com a finalidade de melhorar as características mecânicas e
aumentar a vida útil de ferramentas (GERDAU, 2011).
2 FUNDAMENTOS DA TÊMPERA
A têmpera tem como objetivo a obtenção da martensita. O processo se ba-
seia no resfriamento rápido em água, óleo, ar ou salmoura de um aço previamen-
te aquecido a uma temperatura acima da temperatura crítica. A velocidade de
resfriamento depende da estrutura do aço, além de suas dimensões e geometria.
221
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
E
IMPORTANT
FONTE: O autor
222
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
223
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
DICAS
224
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
2.3.1 Austêmpera
Método que pode substituir a têmpera e o revenido em algumas aplicações.
Baseia-se nas transformações da austenita que ocorrem à temperatura constante,
sendo classificado como tratamento isotérmico.
225
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
226
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
2.3.2 Martêmpera
A martêmpera consiste em um processo utilizado para diminuir a distor-
ção e a tendência de empenamento que se origina do resfriamento rápido, este
processo é composto da seguinte sequência de operações:
227
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
228
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
de envelhecimento for muito alta (T >>> T0) o precipitado irá possuir aspecto
grosseiro.
DICAS
GALLEGO, Juno. Tratamentos térmicos especiais. Marília: Unesp, 20--. Disponível em:
https://bit.ly/2x5r4Zs. SPECTRU. Tratamento térmico dos aços: recozimento, normalização,
têmpera e revenido. Rio Comprido: Spectru Instrumental Científico Ltda., 20--. Disponível
em: http://www.spectru.com.br/Metalurgia/diversos/tratamento.pdf.
3.1 SOLUBILIZAÇÃO
Este tratamento envolve o aquecimento à tempera adequada, durante
um tempo suficiente para a dissolução de um ou mais constituintes, seguido de
resfriamento bastante rápido para mantê-los em solução.
3.2 RECOZIMENTO
Tratamento térmico no qual o material é exposto a uma temperatura
elevada por um período prolongado, sendo, em seguida, resfriado lentamente,
cujos objetivos são:
229
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
• aliviar tensões;
• aumento da ductilidade/tenacidade;
• produção de uma microestrutura específica.
230
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
231
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
3.2.5 Esferoidização
Consiste em se aquecer e resfriar o material de forma a produzir estrutura
esferoidal de carbonetos no aço, visando melhorar a usinabilidade dos aços. As
maneiras tradicionais de se realizar, são:
3.2.6 Normalização
Tratamento térmico de recozimento usado para refinar grãos e produzir
uma distribuição de tamanhos mais grãos e produzir uma distribuição de tamanhos
mais uniforme. Normalmente realizado em aços deformados plasticamente e que
possuem grãos de perlita de formato irregular.
232
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
DICAS
233
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
234
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
4.1.1 Aquecimento
Geralmente realiza-se o aquecimento acima da temperatura crítica (727
°C). Dessa forma, há a completa austenitização do aço, que se dá pela total disso-
lução do Fe3C no Fe - γ. A austenitização do aço é o ponto inicial para outras mu-
danças de estrutura do aço, que terão como outro fator determinante a velocidade
de resfriamento.
235
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
ATENCAO
236
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
4.1.3 Resfriamento
Trata-se do fator mais importante, pois determina a estrutura e as
propriedades finais dos aços, estando relacionado à formação da austenita. É
muito comum se resfriar o material ao ar, em meios líquidos ou até mesmo dentro
do próprio forno. Nesse último ambiente, é comum se ter um resfriamento mais
lento do que nos outros meios.
237
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
**Essas velocidades são indicadas para o centro de cilindros longos de uma liga
austenítica Fe-Ni, quando a temperatura do centro é 550 °C, comparadas com a
velocidade de resfriamento de um cilindro de 1" de diâmetro, resfriado em água
em agitação a uma velocidade de 38 °C /seg.
FONTE: Chiaverini (2008, p. 84)
2C +O2 → 2 CO
C +CO2 → 2 CO
C +2 H 2 → CH 4
OBJETIVO
238
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
MATERIAIS
PROCEDIMENTOS
QUESTIONÁRIO
239
UNIDADE 3 | FUNDAMENTOS DE RECOZIMENTO, TÊMPERA E TRATAMENTO TERMOMECÂNICO
LEITURA COMPLEMENTAR
240
TÓPICO 3 | TÊMPERA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS
CHAMADA
241
RESUMO DO TÓPICO 3
• A martensita é a estrutura desejada, por possuir alta dureza, que se deve à dis-
torção do reticulado cristalino.
• Na têmpera por indução o calor para se aquecer a peça é obtido por indução ele-
tromagnética. Tal obtenção se dá pela aplicação de uma corrente alternada através
de um indutor, gerando um campo que induz um potencial elétrico na peça.
242
• A austêmpera consiste no método que pode substituir a têmpera e o revenido
em algumas aplicações. Baseia-se nas transformações da austenita que ocor-
rem à temperatura constante, sendo classificado como tratamento isotérmico.
243
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e III.
c) ( ) III.
d) ( ) I.
a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) II e III.
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I e II.
d) ( ) I.
245
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pacted graphite iron. CIRP Annals, v. 51, n. 1, p. 53-56, 2002.
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