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Belas, 2022
2
DECLARAÇÃO DO AUTOR
Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos do
Instituto Superior Politécnico Internacional de Angola (ISIA) e em particular das Normas
Orientadoras de Elaboração do Trabalho de Fim – de - Curso, produzidas pelo Departamento
para os Assuntos Científicos (DAC). O trabalho é original excepto onde indicado por
referência especial no texto. Quaisquer visões expressas são as do autor sob orientação do
Professora Eng, Natalia da Cruz não representam de modo algum as visões do Instituto
Superior Politécnico Internacional de Angola (ISIA). Este trabalho, no seu todo ou em parte
não foi apresentado por avaliação noutras instituições de ensino superior nacional ou
estrangeira. Mas informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho escrito foi a:
Assinatura:__________________________________
EPIGRAFE
Salmos 126
3
AGRADECIMENTO
Agradeço em primeiro lugar a Deus todo Poderoso pelo folego da vida e por ser o meu guia dia e
noite, aos meus pais Sidónio Ngola ( In memoria) e Serafina Matamba Dala pelo apoio desde o ensino
de base até o ensino superior, sem eles não seria possível chegar a esse nível.
A minha esposa Esperança Francisco Moisés pela força que me deu durante todos esses anos e por ser
uma esposa que está omigo em todos os momentos da minha vida, aos meus filhos Sidolfo Martins
Ngola, Cordeiro Martins Ngola, Hélio Martins Ngola e Elsa Martins Ngola é por vocês que eu luto dia
e noite.
Agradeço também aos meus irmãos pelo apoio financeiro e moral e a minha família e amigos em
geral.
Agradeço também a minha tutora Natália da Cruz pela paciência e dedicação que teve comigo para
poder concluir esse trabalho.
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RESUMO
Introdução: As transformações ocorridas no sector econômico e social, no país, nos últimos
anos, face aos desdobramentos da economia mundial, geraram, sobretudo no scetor da
Construção Civil, uma busca incessante por maior competitividade. As empresas do sector
investiram na redução dos custos de produção, qualificação da mão-de-obra e aumento
sistemático da produtividade em seus canteiros de obra. Estas acções visaram garantir a
qualidade do produto final em um ambiente corporativo cada vez mais competitivo, o estudo
teve como objectivo geral corrigir irregularidades presentes na superfície em análise. Como
método de estudo realizamos um estudo observacional, descritivo com uma abordagem
transversal e quantitativa. O desenvolvimento de argamassas com o uso de materiais não
convencionais instiga os pesquisadores no mundo inteiro, pela busca por novas técnicas e
aplicações que viabilize sua utilização, melhora do desempenho, redução das patologias e,
consequentemente, o aumento da durabilidade. De fato, a incorporação de adições na mistura
influencia diretamente nas propriedades físicas e mecânicas das argamassas. A
trabalhabilidade definida pela mesa de consistência foi mantida constante, através de
dosagens distintas de água na mistura. Densidade aparente, porosidade aberta, absorção de
6
água, retração e resistência à flexão foram as principais propriedades avaliadas. A presença
das adições influenciou significativamente as referidas propriedades em diferentes níveis.
Argamassas com VER apresentaram variações relevantes em todas as propriedades, em
particular para o teor de 8%. A referida influência também está associada à quantidade de
água necessária para a manutenção da trabalhabilidade constante. A presença da Fb
apresentou pouca influência sobre as propriedades, sendo a mais importante à resistência
residual após a ruptura da matriz, impedindo a ruptura total imediata do material após
alcançar a resistência máxima, bem como a propagação de fissuras.
ABSTRACT
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Diferentes alternativas de revestimento de parede
8
Figura 12 - Fissuração típica na argamassa por movimentação térmica
LISTA DE TABELAS
9
ÍNDIC
E
EPIGRAFE................................................................................................................................iv
AGRADECIMENTO..................................................................................................................v
DEDICATÓRIA........................................................................................................................vi
RESUMO..................................................................................................................................vii
ABSTRACT............................................................................................................................viii
LISTA DE FIGURAS................................................................................................................ix
LISTA DE TABELAS................................................................................................................x
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1
PROBLEMA DO ESTUDO.......................................................................................................1
10
OBJECTIVOS DO ESTUDO.....................................................................................................1
Objectivo Geral...........................................................................................................................1
Objectivo Especifico...................................................................................................................1
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO.................................................................................................2
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO................................................................................................2
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS.................................................................................................2
1.1.2 Chapisco.............................................................................................................................4
1.1.3 Emboço..............................................................................................................................5
1.1.4 Reboco...............................................................................................................................5
1.3.1 Definição............................................................................................................................9
1.5 FISSURAS..........................................................................................................................15
11
1.5.5 Classificação das fissuras quanto à sua atividade............................................................21
MÉTODO DA INVESTIGAÇÃO............................................................................................31
LOCAL DE ESTUDO..............................................................................................................31
PROCEDIMENTOS ÉTICOS..................................................................................................32
PROCESSAMENTO DE DADOS...........................................................................................32
3.1 RESULTADOS..................................................................................................................33
3.2 TRABALHABILIDADE..................................................................................................33
CONCLUSÕES........................................................................................................................45
RECOMENDAÇÕES...............................................................................................................47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................48
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ANEXOS
INTRODUÇÃO
As transformações ocorridas no sector econômico e social, no país, nos últimos anos, face aos
desdobramentos da economia mundial, geraram, sobretudo no scetor da Construção Civil,
uma busca incessante por maior competitividade. As empresas do sector investiram na
redução dos custos de produção, qualificação da mão-de-obra e aumento sistemático da
produtividade em seus canteiros de obra. Estas acções visaram garantir a qualidade do
produto final em um ambiente coorporativo cada vez mais competitivo.
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Problemas relativos à falha nos revestimentos existem a nível mundial, conforme Candia e
Franco (1998), Murray (1983) relata que, nos últimos anos, 31% do total de casos atendidos
pelo Building Research Establishment–Scottish Laboratory, estavam relacionados à falha de
aderência na interface argamassa/substrato.
PROBLEMA DO ESTUDO
Qual são os principais objetivo da correção de irregularidades existente na superfície em
análise por meio de revestimento argamassa?
OBJECTIVOS DO ESTUDO
Objectivo Geral
Corrigir irregularidades presentes na superfície em análise
Objectivo Especifico
Determinar a área de superfície a revestir, bem como o volume de argamassa a aplicar
Analisar o traço de argamassa a aplicar em superfície
Adoptar técnicas para revestir em argamassa
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
Permitir apoio uniforme e aderência de um bloco sobre outro; compensar pequenas
imperfeições e variações dos blocos, vedar a parede, protegendo-a da água e outros agentes
agressivos, absorver deformações naturais que a parede é submetida (variações térmicas,
retração por secagem e pequenos recalques)
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo foi delimitado em uma residência unifamiliar T3-Bairro Patriota- Benfica
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
Argamassa é uma mistura homogénea de agregados miúdos aglomerantes inorgânicos e
água, contendo ou não aditivosou adições, com propriedades de aderência e endurecimento.
Revestimento: é a camada externa que cobre a alvenaria (camada externa das estruturas das
paredes ou piso que se utilizam de cal, cimento ou gesso).
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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTIFÍCA
1.1. REVESTIMENTO ARGAMASSADO E SUAS FUNÇÕES
De acordo com a NBR 13755 (ABNT, 1996), revestimento externo consiste em um conjunto
de camadas superpostas e intimamente ligadas, constituído pela estrutura suporte, alvenarias,
camadas sucessivas de argamassas e revestimento final, cuja função é proteger a edificação
da ação de chuva, umidade, agentes atmosféricos, desgaste mecânico oriundo da ação
conjunta do vento e partículas sólidas, bem como dar acabamento estético.
O revestimento argamassado apresenta algumas funções, tais como a proteção dos elementos
de vedação dos prédios contra agentes agressivos, ajuda no cumprimento das funções das
vedações, no isolamento termo acústico, na estanqueidade a água e a gases, na regularização
da superfície, servindo como base para receber outros revestimentos ou o acabamento final,
além de contribuir para a estética dos edifícios ou outras construções (MACIEL; BARROS;
SABBATINI, 1998).
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• Revestimento de duas camadas: revestimento constituído de emboço e reboco
aplicados sobre a base de revestimento.
• Revestimento de camada única: revestimento de um único tipo de argamassa aplicado
sobre a base de revestimento, em uma ou mais cheias.
A base ou substrato que receberá o revestimento pode ser composto por blocos de concreto,
alvenaria de blocos cerâmicos, pilares, vigas, lajes, dentre outros, podendo ser elementos de
vedação ou elementos estruturais. Sempre deve ser garantida uma boa aderência do substrato
com o revestimento para um bom desempenho do mesmo (BAUER, 2005).
O substrato deve ter, ainda, boa porosidade, que influencia na sucção de água nos momentos
após a aplicação e também no tempo de sarrafeamento, além de influenciar na aderência do
mesmo, por proporcionar uma maior área de contato com a argamassa aplicada (BAUER,
2005).
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1.1.2 Chapisco
Nos casos em que o substrato se encontra muito liso, usa-se o chapisco, que normalmente é
uma mistura de argamassa com cimento e areia no traço 1:3 (uma de cimento e três de areia)
e espessura máxima de 5 mm, para proporcionar rugosidade e porosidade, desenvolvendo
assim a aderência necessária (BAUER, 2005).
b) Chapisco rolado: utiliza adesivos poliméricos e argamassa. Sua aplicação deve ser
feita com rolo, sendo em sentido único para evitar que os poros da superfície se abram e
fechem, perdendo o sentido de sua função principal (ANTUNES, 2010).
1.1.3 Emboço
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reboco, de revestimento cerâmico, ou outro procedimento ou
tratamento decorativo (que se constitua no acabamento final).’’
1.1.4 Reboco
Para Sabbatini (1984 apud SILVA, 2006), o reboco, ou massa fina, é a camada de
acabamento dos revestimentos de argamassa. É aplicada sobre o emboço, e sua espessura é
apenas o suficiente para constituir uma película contínua e íntegra sobre o emboço, com no
máximo 5 mm de espessura.
Carasek, 2007 define reboco como a camada de revestimento que é utilizada para cobrimento
do emboço, propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo ou
que se constitui no acabamento final.
Os subitens 1.2.1 a 1.2.3 mostram como executar as camadas do revestimento, sendo estes:
chapisco, camada de regularização e acabamento, respectivamente.
Já nas partes de concreto, ou seja, na estrutura, deve-se usar a desempenadeira para a sua
aplicação. É necessário observar que a espessura máxima para o chapisco é de 5 mm
(YAZIGI, 2009).
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Figura 2 - Aplicação de chapisco convencional
Nesses pregos, é passada uma linha ou fio de náilon, primeiro nos pregos superiores, usando
uma trena para posicionar a linha a 2 cm da base, e depois, com o prumo, é feito o
posicionamento, alinhando a parte inferior com a superior. Esta linha servirá de base para as
taliscas. A base deve ser umedecida e deve-se lançar argamassa no local onde ficarão as
taliscas (PINI, 2009).
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As faixas-mestras deverão ser alisadas com desempenadeira, para depois ser jogada a
argamassa entre as faixas, enchendo o pano, e vir com a régua de baixo para cima, retirando o
excesso de argamassa, sarrafeando o pano (PINI, 2009).
1.3.1 Definição
Composta por uma mistura de cimento, areia e água, podendo ser virada em obra ou
industrializada, a argamassa de revestimento é utilizada para impermeabilizar, regularizar
(eliminar ondulações e buracos, nivelar e aprumar) e oferecer acabamento (liso, áspero,
rugoso) às superfícies (PINI, 2010).
As argamassas podem ser classificadas por tipos, dentre eles temos a argamassa de cal, a
argamassa de cimento, a argamassa mista e as argamassas prontas.
Seu uso pode ser para emboço, reboco ou para alvenarias de vedação, por causa de
sua plasticidade e por ter boas condições de endurecimento e elasticidade. A
argamassa de cal também proporciona acabamento plano e regular (FIORITO, 2009).
É usada, geralmente, para pisos com argamassa armada (pisos para indústrias,
estacionamentos, ou outros lugares que suportarão uma carga em sua maior parte do
tempo) (SILVA, 2006). Pode ser usada para alvenarias de alicerces ou para chapisco,
por ter resistência atingida em curto prazo. Também pode ser usada para
revestimentos internos de reservatórios de água, onde se exige impermeabilidade,
dentre outros (FIORITO, 2009).
• Argamassa mista: esta argamassa é como um misto das duas outras. Sua composição
é cimento, cal, agregado miúdo e água (SILVA, 2006).
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Um dos traços (proporções dos componentes da argamassa) muito utilizado no Brasil
para revestimentos internos é (1:1:6), ou seja, uma parte de cimento, uma parte de cal
e seis partes de areia. Para traços de revestimentos internos, o traço tradicional é
(1:2:9), ou seja, uma parte de cimento, duas partes de cal e nove partes de areia
(SILVA, 2006).
• Trabalhabilidade
É a propriedade que determina a facilidade com a qual as argamassas podem ser misturadas,
transportadas, aplicadas, acabadas com uma condição homogênea. A argamassa é trabalhável
quando permite ao operário executar um serviço de boa produtividade, garantindo que o
revestimento tenha uma boa aderência e fique com um bom acabamento (CARASEK, 2007).
• Retenção de água
• Adesão inicial
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É a capacidade de união da argamassa no estado fresco a uma base. Quando há uma redução
da tensão superficial, há o favorecimento da molhagem do substrato, reduzindo o ângulo de
contato entre as superfícies e implementando a adesão, aumentando assim o contato físico da
pasta com os grãos de agregado e com a base (CARASEK, 2007).
A relação entre a massa da argamassa e o seu volume pode ser definida como massa
específica, a qual pode ser dividida em absoluta e relativa. Na absoluta, não são considerados
os vazios no volume, e na relativa são considerados estes vazios. A massa específica serve
para calcular o traço em volume nas argamassas viradas em obra (MACIEL et. al., 1998).
A quantidade de ar existente em certo volume de argamassa pode ser definida como teor de
ar, que é inversamente proporcional à massa específica da mesma. Tanto o teor de ar quanto a
massa específica interfere na trabalhabilidade, que é inversamente proporcional à massa
específica, de maneira qualitativa (CARASEK, 2007).
O teor de ar também pode ser melhorado com o emprego de incorporadores de ar, mas este
pode interferir de maneira prejudicial sobre outras propriedades da argamassa, como a
resistência mecânica e a aderência (CARASEK, 2007).
Para Maciel; Barros; Sabbatini (1998, p. 6): ‘’As propriedades da argamassa no estado
endurecido equivalem às propriedades do próprio revestimento.’’ Estas propriedades das
argamassas no estado endurecido seguem suas definições e características.
• Aderência
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Esta propriedade faz com que o revestimento absorva pequenas deformações sem fissurar ou
comprometer suas propriedades, como aderência, estanqueidade e durabilidade. A capacidade
de absorver deformações tem ligação com o módulo de elasticidade e a resistência mecânica
da argamassa e influencia na fissuração e na aderência (CARASEK, 2007).
• Resistência mecânica
• Permeabilidade
• Durabilidade
A durabilidade tem relação com o desempenho do revestimento com o passar do tempo, com
o seu uso e contra ações do meio externo. A fissuração, a espessura excessiva, a falta de
manutenção, a entrada de microrganismos e outros agentes de deterioração afetam esta
propriedade denominada durabilidade (MACIEL et. al., 1998).
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vãos, tratamentos de cantos vivos e outros que podem evitar concentração de fluxos de água,
evitando assim algumas manifestações patológicas (THOMAZ, 2001).
Os frisos, molduras e juntas não possuem função apenas de cunho estético. Os frisos, por
exemplo, trabalham como juntas de dilatação, absorvendo possíveis fissuras provenientes da
movimentação entre estrutura e alvenaria. Frisos devem ser colocados nas juntas de alvenaria
com estrutura e podem ser de vários formatos e profundidades. Molduras e enchimentos
podem esconder áreas de maior trabalho, que são pontos de fissuração em potencial
(QUEIROZ, 2007).
As regiões onde há uma tensão elevada tais como encontro da estrutura com a alvenaria
devem receber reforços com tela metálica. No caso de revestimentos com espessura superior
ao recomendado, a tela também pode ser aplicada (MACIEL, BARROS, SABBATINI,
1998).
Os tipos de reforços com tela metálica que podem ser usados nesse caso são dois: argamassa
armada e ponte de transmissão. Na argamassa armada, a tela fica submersa na camada de
revestimento. Já na ponte de transmissão, a tela é chumbada na alvenaria ou na estrutura
através de grampos ou chumbadores, sendo adotada a fita de polietileno que ajuda a distribuir
as tensões através da tela. O primeiro tipo de reforço só deve ser executado em revestimentos
com mais de 3 cm, já a ponte de transmissão pode ser executada em revestimentos de 2 cm
(MACIEL et. al., 1998).
Estas telas são eletrossoldadas, compostas por fios de arame de aço zincados, geralmente em
rolos de 25 m com malha de 25 x 25 mm e 0,5 m de altura, sendo estas instaladas entre as
camadas de chapisco e emboço, exercendo função de absorver as tensões geradas pela
estrutura e pela alvenaria (MEDEIROS, 2011).
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A Figura 5 foi nomeada pelo autor e apresenta o encontro da estrutura com a alvenaria, onde
será empregado o uso de tela metálica posteriormente, bem como apresenta o detalhe da tela
aplicada sobre o revestimento.
1.5 FISSURAS
As fissuras podem ser definidas conforme exposto no subitem 3.5.1. Podem ser classificadas
quanto à sua abertura conforme o subitem 3.5.2, quanto ao seu formato conforme o subitem
3.5.3 e quanto à sua apresentação na fachada conforme o subitem 3.5.4. O subitem 3.5.5
mostra uma classificação das fissuras quanto à sua atividade. O subitem 3.5.6 mostra uma
lista de causas que podem levar ao surgimento de fissuras. Já no subitem 3.5.7 são descritos
alguns mecanismos de formação de fissuras.
27
A fissuração é um problema importante dentre os inúmeros que atingem as construções, e isto
se deve a alguns aspectos causados pela mesma, tais como o aviso de um eventual estado
perigoso para a edificação, o comprometimento da durabilidade da obra ou até mesmo o
constrangimento psicológico causado nas pessoas pelo medo ou por desconfortos
relacionados a tais manifestações (JÂCOME, MARTINS, 2005).
As fissuras podem possibilitar a passagem de água que, além de provocar algumas patologias
tais como manchas, eflorescências, bolhas e saponificação na pintura, também permitem a
proliferação de bolores e outros fungos provocadores de doenças alergo-respiratórias
(VEDACIT, [s.d.]).
Neste trabalho, a palavra fissura será empregada em todos os casos, salvo naqueles em que
houver uma citação direta e, por acaso, o autor tenha utilizado com suas palavras outro termo.
• Fissuras mapeadas
‘’A NBR 13749 (ABNT, 1996) define que fissuras mapeadas podem se formar por retração
de argamassa, excesso de finos no traço, sejam eles de aglomerantes ou de agregado, ou até
mesmo por excesso de desempenamento. O formato das mesmas é semelhante ao de um
mapa.
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(evaporação) ou a reações de hidratação (FIORITO, 2009).
Até mesmo após quatro meses ainda ocorrem variações de dimensão devido ao grau
higrométrico ambiente. Isto é um fenômeno chamado de retração, que, principalmente em
argamassas ricas e espessas, causa fissuras (FIORITO, 2009). Fissuras mapeadas têm relação
com movimentações higrotérmicas diferenciadas entre revestimento e estrutura, podendo, em
alguns casos, estar este sintoma associado à retração de secagem da argamassa. O formato
deste tipo de fissura é variado e a mesma se encontra distribuída ao longo de toda a superfície
(CINOCOTTO, 1988; THOMAZ, 1989 apud ANTUNES, 2010).
• Fissuras horizontais
Outro fator que pode causar fissuras horizontais é o sarrafeamento precoce do emboço
(ANTUNES, 2010).
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Para Bauer (1994 apud GROFF, 2011):
• Fissuras verticais
A presença de tubos e eletrodutos pode vir a causar fissuras verticais ou inclinadas através do
enfraquecimento do revestimento. Este tipo de fissura pode ocorrer no corpo da alvenaria ou
até mesmo no encontro da alvenaria com a estrutura.
30
Fonte: Thomaz (1989 apud Antunes, 2010).
A abertura de vãos gera tensões, as quais normalmente são distribuídas por meio do emprego
de vergas e contra-vergas. A ausência destes elementos resulta no surgimento das fissuras no
canto das aberturas (ANTUNES, 2010). A Figura 9 ilustra o aparecimento de fissuras em
cantos de vãos.
31
Tais materiais, como tijolos que não atendem às normas vigentes quanto à resistência, por
exemplo, podem quebrar, causando uma maior utilização de argamassa nestes pontos, o que
pode gerar retração da mesma (GROFF, 2011).
32
Este tipo de fissura que ocorre em paredes contínuas pode estar ligado a movimentações
diferenciais por razões estruturais ou térmicas. Pode ser também causada por retração da
argamassa devido ao excesso de finos ou elevada relação água / cimento (ANTUNES, 2010).
Para evitar tais problemas, os módulos de deformação das argamassas de revestimento devem
ser inferiores aos da base, para que haja absorção de movimentações da base. Além disso, o
módulo de deformação deve diminuir gradativamente, de dentro para fora, por meio da
adoção de traços diferenciados (CINOCOTTO, 1988 apud ANTUNES, 2010).
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Caso a abertura sempre aumente de tamanho, podem surgir problemas estruturais e,
neste caso, os mesmos devem ser corrigidos antes de qualquer tratamento dessas
fissuras (SAHEDE, 2005).
• Fissuras passivas: este tipo de fissura pode ser considerado estabilizada por não
apresentar variações sensíveis com o passar do tempo (SAHEDE, 2005).
O teor de finos na argamassa pode influenciar na fissuração a partir de três propriedades que
são influenciadas por este: reatividade, trabalhabilidade e retenção de água (MEDEIROS,
SABBATINI, 1994 apud LORDSLEEM JR., 1997).
Para que se reduza o consumo de água, reduzindo assim a retração, deve-se atentar para a
granulometria contínua dos agregados, reduzindo a ocorrência de vazios (MEDEIROS,
SABBATINI, 1994 apud LORDSLEEM JR., 1997).
Traço da argamassa
A dosagem de argamassas ricas normalmente leva a retração plástica, podendo levar a
patologias como a fissuração (CARASEK, BAUER, 1997 apud ANTUNES, 2010).
A dosagem dos componentes utilizados nas argamassas deve ser adequada para cada situação
de uso, uma vez que existem diferentes situações de aplicação da mesma. Podem ser obtidas
melhores propriedades para o revestimento, tais como melhorias na resistência mecânica e na
capacidade de aderência. Tais propriedades podem ser fortemente prejudicadas se usado um
traço ou dosagem inadequada dos componentes. (ANTUNES, 2010).
• Especificação de projeto
Alguns detalhes importantes no momento do projeto da obra muitas vezes são esquecidos ou
negligenciados, sendo que no momento da execução, se houver profissional capacitado, o
mesmo pode improvisar alguma solução, a qual pode, em alguns casos, não resultar em
sucesso (ANTUNES, 2010).
Os detalhes supracitados são elementos tais como vergas, contra-vergas, telas metálicas,
juntas de movimentação, especificação dos materiais e dosagem das argamassas, explanação
34
do processo executivo do revestimento, que são esquecidos, levando a patologias tais como
fissuras (ANTUNES, 2010).
• Execução do revestimento
Outros fatores como a intenção de agilizar a obra vinda da parte do construtor no intuito de
economizar mão de obra e fazer valorizar o imóvel, ou o pagamento de mão-de-obra por m²
podem prejudicar a qualidade em função da execução com velocidade acima do normal, sem
tempo para a correta execução do serviço (ANTUNES, 2010).
Os elementos construtivos de uma obra estão submetidos à ação da temperatura, calor, que
dilatam e contraem os mesmos, causando tensões provenientes das restrições de
movimentação, causando fissuras (JÂCOME, MARTINS, 2005).
A umidade relativa do ar, a temperatura ambiente e a velocidade dos ventos têm muita
ligação com a perda de água por evaporação. A retração e o desempenho mecânico da
argamassa estão relacionados com a quantidade de água presente no material, tanto no estado
fresco quanto no estado endurecido (PEREIRA, 2007 apud ANTUNES, 2010).
A evaporação de água para o meio ambiente tende a gerar uma pressão negativa causando
contração, o que ocasiona tensões (PEREIRA, 2007 apud ANTUNES, 2010).
• Movimentações térmicas
Para Lordsleem Jr. (1997, p. 35): ‘’As fissuras de origem térmica têm origem nas
movimentações diferenciais entre componentes de um elemento, entre elementos de um
sistema e entre regiões distintas de um mesmo material. ’’
36
Figura 12 - Fissuração típica na argamassa por movimentação térmica
• Movimentações higroscópicas
A chuva faz com que a argamassa se expanda por saturação, sendo que após a chuva ocorre
contração da mesma. Tensões são geradas sempre que ocorre movimentação da argamassa
em relação ao substrato. Tais tensões geram danos, como a perda de aderência, que causa
microfissuras que destacam a argamassa de seu substrato (SAHEDE, 2005).
A Figura 13 foi nomeada pelo autor e representa uma fissura por movimentações
higroscópicas.
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Figura 13 – O fluxo de água interceptado no peitoril escorre lateralmente
Antes que se adote qualquer medida visando à recuperação da fissura, é importante que se
conheça a causa ou as causas que a originaram para que se tenha um funcionamento
adequado dos sistemas de recuperação, o qual está subordinado ao prévio tratamento destas
(LORDSLEEM JR., 1997).
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O subitem 1.6.1 traz uma relação de tratamentos para microfissuras superficiais e para
fissuras mais profundas, enquanto o subitem 3.6.2 correlaciona uma lista de tratamentos de
fissuras de acordo com seu aspecto e suas causas. Já o subitem 1.6.3 reproduz um tratamento
para recuperação de uma fissura com selante acrílico.
Agumas soluções para microfissuras e fissuras mais profundas são descritas nos itens abaixo:
Este subitem ilustra a aplicação de selante acrílico passo a passo (técnica de injeção de
selante em fissuras)
Materiais:
Selante acrílico;
Impermeabilizante de lajes;
• Preparação da superfície:
Abrir a fissura em um perfil em forma de "V", por meio de disco de corte, para apresentar
aproximadamente 1,0 cm de profundidade e 1,0 cm de largura;
Com um pincel 2", eliminar todo o pó da fissura aberta, bem como das faixas laterais. Neste
momento, se necessário (caso o substrato não estiver coeso), é aplicado um fundo preparador
40
de paredes. O produto é aplicado com trincha na fissura e nas faixas laterais (SAHEDE,
2005).
• Tratamento da fissura:
Preencher a fissura com duas demãos de selante acrílico por meio de aplicador. Utilizar uma
espátula nessa aplicação, para que o material fique bem compactado no interior da fissura;
41
Figura 15 – Aplicação de 1 ª demão de impermeabilizante acrílico
Após aguardar seis horas para a secagem, uma segunda demão de impermeabilizante acrílico
deve ser aplicada, da mesma forma que no item anterior, fixando-se, nessa etapa, uma tela de
poliéster, de 20 cm de largura, sobre toda a faixa da fissura, tendo como orientação o eixo
da trinca (SAHEDE, 2005).
• Acabamento final:
Após um período de mais seis horas para secagem completa, um novo nivelamento deve ser
executado, sobre as partes anteriormente rebaixadas, com massa acrílica, aplicada em
camadas finas e sucessivas, não ultrapassando espessura final de 3 mm.
Aplicar duas demãos de tinta látex acrílica, com diluição de 30% a 40% de água na primeira
demão, e de 10% a 20% na segunda, usando-se um rolo de lã para aplicação. É necessário
observar um intervalo de quatro horas entre as demãos (SAHEDE, 2005).
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CAPÍTULO II: OPÇÕES MATODOLOGICAS DO ESTUDO
Para o desenvolvimento deste trabalho foram abordados
Andrade (2001,p.42) mostra que a metodologia e um conjunto de método ou caminho
percorrido na busca do conhecimento. Com isto, a pesquisa é uma relação de procedimento
sistemático fundamentados no raciocínio lógico, objetivado encontrar soluções problema
proposto, mediante utilização de método cientificam.
MÉTODO DA INVESTIGAÇÃO
Para a realização da pesquisa metodológica foram utilizadas diversas ferramentas que servirão
de base para o desenvolvimento e conclusão do referido trabalho, segundo os critérios de
classificação de VERGARA (2004)
LOCAL DE ESTUDO
O estudo foi realizado em uma obra no distrito urbano do Benfica
Partindo do princípio que de acordo com André (2006 , p 29) , afirma que a
população: e o conjunto de todos elementos como: indivíduos, agregados, familiares,
empresas, entidade.
Na perspectiva de Levin e Fox (2004, p177), admite-se que o pesquisador investiga
todo grupo que procura estudar. Conhecido como população ou universo, esse grupo consiste
em um conjunto de indivíduos que compartilham ao menos uma característica, que seja
cidadania, quer seja adesão a uma associação, etnia, matricula em faculdade ou outra.
Deste modo importa realçar que a população alvo do nosso estudo foi num universo de
profissional de 4 pedreiros.
43
CRITÉRIO DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO
PROCEDIMENTOS ÉTICOS.
Segundo Lakatos e Marconi (2011, p31), a coleta de dados propõe fazer anotações e
registros ao longo do período investigado.
Através destes foi possível obter a avaliação e perspectiva de que cada entrevistado
possui com relação ao tema abordado.
PROCESSAMENTO DE DADOS
Segundo Severino (2012,p 32), a análise de dados e uma forma de evidenciar as
relações que ocorrem entre os fenômenos estudantis e diversos fatores. Essas relações podem
ser realizadas em função da causas e efeitos, produtor produto de correlações, de análise de
conteúdos etc.
Os dados obtidos foram processados e analisados no Word 2016.
44
CAPITULO III: ANALISES E INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS
3.1 RESULTADOS
3.2 TRABALHABILIDADE
Com a incorporação das adições de fibra de polipropileno (Fb) e vermiculita (VER),
observou-se uma perda na trabalhabilidade verificada através da redução do diâmetro de
espalhamento. Para compensar esse efeito, teores distintos de água (tabela 1) foram
adicionados de modo a obter um diâmetro constante de 220 ± 10 mm (figura 16 ). O factor de
ajuste de água é mostrado na tabela 2.
Relação 17, 17, 17, 18, 23, 24, 24, 25, 30, 30, 30, 31,
água/sólid 1 5 9 3 3 2 6 0 0 4 8 3
os totais
(%)
45
Considerando a interação entre as adições, a formulação F12, que apresenta os maiores teores
de adições, mostrou um acréscimo de 83% de água, com relação à amostra REF. Portanto, o
efeito da água não pode ser desconsiderado sobre as propriedades da argamassa.
46
Figura 16: Ajuste da trabalhabilidade das argamassas
47
F4: 0,8%nT + 0,2%Fb F8: 0,8%nT + 0,2%Fb + F12: 0,8%nT + 0,2%Fb +
+ 0,0%VER 4,0%VER 8,0%VER
Os resultados de densidade aparente para as formulações aos 28 dias de cura são mostrados na
figura 17.
48
Fonte: Autor, 2015
Em geral, a densidade aparente foi influenciada principalmente pelo teor de VER adicionado
em cada formulação. Quanto maior o teor de VER, menor à densidade aparente resultante.
Isso já era esperado pela baixa densidade da VER (0,91 g/cm³) combinado com a quantidade
adicional de água utilizada na mistura. Quanto maior a quantidade de água requerida para o
ajuste do traço, menor foi a densidade aparente, uma vez que após a evaporação da água, os
espaços que inicialmente estavam preenchidos por água tornam-se vazios, o que
consequentemente aumenta a porosidade, a ser discutida na seção 4.3.
A presença da Fb não foi relevante na densidade aparente, uma vez que permaneceu
constante para todos os teores utilizados nesse trabalho. Com isso, as formulações com 0%
VER apresentaram densidade média de 1,51 g/cm³, com 4% de VER, densidade média de
1,19 g/cm³, e com 8% de VER, 1,01 g/cm³.
49
nT Fb VER nT Fb VER nT Fb VER
F1 0,8 0,00 0 F5 0,8 0,00 4 F9 0,8 0,00 8
F2 0,8 0,05 0 F3 F6 0,8 0,05 4 F10 0,8 0,05 8
0,8 0,10 0 F7 0,8 0,10 4 F11 0,8 0,10 8
F4 0,8 0,20 0 F8 0,8 0,20 4 F12 0 ,8 0,20 8
Com 8% de VER houve um aumento na porosidade aberta de 87% em relação à amostra REF.
Isso ocorre, devido a VER ter a capacidade de absorver grande quantidade de água, e durante
o processo de cura, eliminar a água por evaporação, tornando a matriz porosa pela maior
quantidade de vazios e também simplesmente pela presença da VER que é uma adição porosa
e ocupa um espaço na matriz que antes era ocupado por outra matéria prima com maior
densidade
50
nT Fb VER nT Fb VER nT Fb VER
F1 0,8 0,00 0 F5 0,8 0,00 4 F9 0,8 0,00 8
F2 0,8 0,05 0 F3 F6 0,8 0,05 4 F10 0,8 0,05 8
0,8 0,10 0 F7 0,8 0,10 4 F11 0,8 0,10 8
F4 0,8 0,20 0 F8 0,8 0,20 4 F12 0 ,8 0,20 8
Os resultados mais relevantes foram observados pela presença da VER. Com 4% VER
apresentou um aumento de 80%, enquanto que 8% VER, um acréscimo de 170% em relação a
amostra REF. Já a Fb não demonstrou impactos na absorção de água.
51
nT Fb VER nT Fb VER nT Fb VER
F1 0,8 0,00 0 F5 0,8 0,00 4 F9 0,8 0,00 8
F2 0,8 0,05 0 F3 F6 0,8 0,05 4 F10 0,8 0,05 8
0,8 0,10 0 F7 0,8 0,10 4 F11 0,8 0,10 8
F4 0,8 0,20 0 F8 0,8 0,20 4 F12 0 ,8 0,20 8
Quanto ao uso da Fb, nota-se que sua influência é menos relevante que a
Como era esperado, os gráficos mostram que a resistência à flexão depende do teor de VER,
assim como a resistência residual, pós-ruptura, depende do teor de Fb adicionado.
52
densidade e aumentando a porosidade da matriz. Essas propriedades são inversamente
proporcionais à resistência a flexão das argamassas.
Além disso, outro parâmetro que pode ter influenciado na perda de resistência é a quantidade
de água utilizada nas amostras 4% e 8% de VER. Segundo Bauer (2005), geralmente com o
intuito de melhorar a trabalhabilidade da mistura, o excesso de água acarreta em perda de
resistência mecânica, causando fissurações ao revestimento.
O maior impacto foi sofrido pela formulação com 0,8nT + 0,2Fb + 8VER , que apresentou
uma perda na resistência máxima à flexão na ordem de 70% em relação a amostra REF.
53
Além da resistência máxima, outro parâmetro analisado foi a resistência residual, gerada pela
presença da Fb. Nota-se que nas formulações 0,8nT + 0,0Fb + 0VER, 0,8nT + 0,0Fb + 4VER
e 0,8nT + 0,0Fb + 8VER, por não apresentarem Fb na sua composição, a tensão após a
ruptura é imediatamente nula. Entretanto as demais formulações, após a ruptura, apresentaram
ainda resistências à flexão, que apesar de pequenas, impedem o rompimento total da amostra.
54
De fato, quanto maior o percentual de Fb, maior é a tensão residual. Isso é observado para
todas as formulações. O efeito ponte da Fb é ilustrado na figura 20.
4 mm 4 mm
Durante a tensão residual, foi observado que existe um comportamento elástico da Fb, ou seja,
após a ruptura, a tensão reduz, em alguns casos, próximo a zero, e aumenta em função do
deslocamento até o ponto que se mantém constante.
Esse comportamento é mais evidente nas amostras sem VER, mas ocorre também nas demais
em menores proporções.
Nas formulações com 0,2 Fb pode ser observada uma pequena redução da tensão máxima.
Apesar de que nesse trabalho a redução foi relativamente pequena, esse fato pode ser
justificado pelo mau espalhamento das fibras durante a mistura, formando grumos (figura 21).
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Figura 21: Acúmulo de Fb no interior das argamassas
Os grumos, que são acúmulos de Fb, podem ocasionar pontos de fragilidade na matriz,
afetando diretamente a resistência das argamassas, principalmente à tração.
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CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos neste trabalho de pesquisa, foi possível concluir que com o
crescente mercado da construção civil, principalmente nos últimos anos, e com a busca do
empreendedor pela construção em período cada vez menor, visando maiores lucros e menores
gastos, alguns detalhes construtivos são, por vezes, negligenciados ou esquecidos. Detalhes
estes que podem ser tanto na fase de projeto quanto na fase de execução, e que podem levar a
vários tipos de manifestações patológicas, dentre as quais está a fissuração do revestimento.
Foi possível concluir que a vermiculita (VER) e a fibra de polipropileno (Fb) influenciaram as
propriedades físicas e mecânicas das argamassas com nanotitânia (nT), em diferentes níveis,
dependendo do teor utilizado.
A adição de VER em até 4% causou menores impactos, mas acima deste valor, as argamassas
apresentaram alterações significativas. Por exemplo, com 8% VER ocorreu um aumento de
até 87% (porosidade aberta), o que acarretou em efeitos negativos na resistência a flexão
(68%), aumento da retração (28%) e absorção de água (170%). Como esperado, a densidade
aparente das argamassas sofreu reduções gradativas de até 33% quando comparado à
argamassa de referência, confirmando a capacidade de reduzir o peso das estruturas.
A presença da Fb em até 0,05% não apresentou grandes alterações nas propriedades das
argamassas estudadas. Porém, as formulações com 0,1% Fb apresentaram uma melhora
significativa. Além disso, todas as amostras com 0,2% Fb diminuíram a retração para todas as
idades, indicando a importância do ajuste da dosagem da referida adição. Em termos de
resistência a flexão, o seu efeito foi observado principalmente após o rompimento da matriz,
onde as fibras atuaram como pontes de transferência, inibindo o aumento da fissuração e,
portanto, impediram a ruptura total imediata do material após alcançar a resistência máxima.
Tais benefícios foram observados em diferentes níveis à medida que a quantidade de Fb foi
incorporada a mistura.
Apesar das adições VER e Fb serem os principais elementos analisados nesta pesquisa, a
influência da água não pode ser desconsiderada. De fato, o aumento da quantidade de VER
requereu acréscimos gradativos de água de modo a manter a trabalhabilidade constante,
influenciando, portanto, as propriedades das argamassas. A quantidade adicional de água foi
também responsável pelo aumento da porosidade aberta, que consequentemente aumentou a
absorção de água e fragilizou as argamassas em termos de resistência a flexão.
57
De qualquer modo, conclui-se que o uso de até 4% VER foi um percentual que viabilizou a
sua utilização sem grandes impactos nas propriedades, assim como 0,1% Fb, que também
apresenta resultados satisfatórios, sendo estes, portanto, os teores mais adequados, levando em
conta as propriedades estudadas nesse trabalho.
58
RECOMENDAÇÕES
59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMO comprar materiais e serviços para obras. São Paulo: Pini, 2010
MEDEIROS, Heloísa. Reforço de Fachada. Equipe de Obra, [s.l.], n. 33, p. 12-14, jan /fev. 2011.
61
SILVA, Juliana S. G.; FORTES, Adriano S. Fissuração nas argamassas de revestimento em
fachadas. 13p. [s.d.]
SILVA, Narciso G da. Argamassa de revestimento de cimento, cal e areia britada de rocha
calcária. 164p. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Construção Civil,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006.
THOMAZ, Ercio. Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção. São Paulo: Pini, 2001.
YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. 10. ed. São Paulo: Pini, 2009.
62
ANEXOS
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Anexo 1 Acabamento final do revestimento (Revestimento Areado)
64
Anexo 2 Alisamento
65
Anexo 3 Chapisco
66
Anexo 4 Chapisco
67
Anexo 5 Nivelamento (Sarrafo)
68
Anexo 6 Processo de arrestas
69
Anexo 8 processo de emboço
70
Anexo 9 Reboco Alçado Posterior
71
Anexo 10 Reboco Alçado Posterior
72
Anexo 11 Tirar Pontos
73
Anexo 12 Revestimento concluído
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