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ENGENHARIA CIVIL
SÃO PAULO
2020
ALBERTH NEMER ROCHA RAMOS – 416105757
ANA CAROLINA ALMEIDA DA SILVA – 916114325
BRUNA TECIONI MOURÃO – 3016104743
BRUNO DONATO ALVES – 916113254
FERNANDA BESSA NOGUEIRA DA SILVA – 916101205
GABRIELA DA SILVA BEZERRA – 3016100519
LÉO MARCOS RODRIGUES LELA – 915123214
NATALIA ALVES MATOS – 916113189
PETRUCIO CANUTO DA SILVA – 911105879
SÃO PAULO
2020
ALBERTH NEMER ROCHA RAMOS
ANA CAROLINA ALMEIDA DA SILVA
BRUNA TECIONI MOURÃO
BRUNO DONATO ALVES
FERNANDA BESSA NOGUEIRA DA SILVA
GABRIELA DA SILVA BEZERRA
LÉO MARCOS RODRIGUES LELA
NATALIA ALVES MATOS
PETRUCIO CANUTO DA SILVA
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
SÃO PAULO
2020
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradecemos а Deus, pois fez com que nossos objetivos fossem
alcançados durante todos os anos de estudos e não permitiu que desistíssemos no meio do
caminho. As nossas famílias que nos incentivaram nos momentos difíceis e compreenderam
nossa ausência enquanto nos dedicávamos à realização deste trabalho. Aos nossos colegas e
amigos de curso, pelo companheirismo e pela troca de experiências que nos permitiram crescer
não só como pessoa, mas também como formando, sabendo que a amizade feita na universidade
será levada para a vida inteira. E aos professores, por todos os conselhos, pela ajuda e pela
paciência com a qual guiaram o nosso aprendizado e nos fizeram chegar até o fim.
“Revolucionário é todo aquele que quer mudar o
mundo e tem a coragem de começar por si
mesmo”.
Sérgio Vaz
RESUMO
Sustainability comes with the concept of reuse and recycling of materials that do not
degrade the environment, due to the large amount of waste and incorrect disposal of various
materials in civil construction, it is impossible not to address this issue today. When thinking
about civil construction and the environment, the first thing that crosses your mind is the use of
wood, mainly because it is a viable and sustainable solution. Wood has been used for civil
construction since the beginning, several countries use it as the main material, since the planet
is rich in this natural resource, yet, the excessive use of wood causes damage and environmental
impacts, mainly because it was extracted by many years, but little has been replanted. When
analyzing this issue, it is possible to verify new technologies applied to the ecological use of
wood in general and mainly of reuse wood, contemplating and taking advantage of the natural
environment without causing damage.
ES - Espírito Santo
½ - Meio / Metade
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13
1.1. OBJETIVO ......................................................................................................... 13
1.1.1. Objetivo Geral .................................................................................................... 13
1.1.2. Objetivos Específicos ......................................................................................... 14
1.2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 14
2. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL .................................................................... 15
2.1. CANTEIRO DE OBRA SUSTENTÁVEL ........................................................ 17
2.2. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ............................................................................ 18
2.3. GESTÃO E ECONOMIA DA ÁGUA ............................................................... 21
2.4. USO RACIONAL DOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS DE MENOR
IMPACTO AMBIENTAL........................................................................................................ 22
2.5. GESTÃO DOS RESÍDUOS NA EDIFICAÇÃO ............................................... 24
3. MADEIRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ......................................................... 27
3.1. ANGELIM - PEDRA ......................................................................................... 29
3.1.1. Uso na Construção Civil ..................................................................................... 30
3.2. PAU MARFIM ................................................................................................... 31
3.2.1. Uso na construção Civil...................................................................................... 32
3.3. PINUS-ELIOTTI ................................................................................................ 33
3.3.1. Uso na construção civil....................................................................................... 34
3.4. IPÊ ...................................................................................................................... 35
3.4.1. Tipos de Ipê e seus nome científicos .................................................................. 36
3.4.1.1. Branco - Handroanthus roseoalba ou Tabebuia roseoalba (IBF, 2020) ............. 36
3.4.1.2. Amarelo - Handroanthus ochraceus ou Tabebuia ochracea (IBF, 2020) ........... 36
3.4.1.3. Ipê Amarelo da Serra - Handroanthus albus ou Tabebuia alba (IBF, 2020) ...... 36
3.4.1.4. Amarelo do Cerrado - Tabebuia aurea ou Handroanthus caraíba (IBF, 2020)... 36
3.4.1.5. Rosa - Tabebuia avellanedae ou Handroanthus avellanedae (IBF, 2020) .......... 36
3.4.1.6. Roxo - Handroanthus heptaphyllus ou Tabebuia heptaphylla (IBF, 2020) ........ 36
3.4.1.7. Roxo Bola - Handroanthus Impetiginosus ou Tabebuia impetiginosa (IBF, 2020) ...... 37
3.4.2. Uso na construção civil....................................................................................... 38
3.5. PINHO DO PARANÁ ........................................................................................ 38
3.5.1. Uso na construção civil....................................................................................... 39
3.6. BAMBU ............................................................................................................. 40
3.6.1. Uso na construção civil....................................................................................... 41
4. MADEIRA DE REUSO ..................................................................................... 43
4.1. USO DA MADEIRA DE DEMOLIÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............ 45
5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 49
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................... 50
ANEXOS................ .................................................................................................................. 58
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1. INTRODUÇÃO
1.1.OBJETIVO
1.1.1. Objetivo Geral
Essa pesquisa tem como objetivo geral explicar e incentivar a construção sustentável,
tendo em vista o uso da madeira de reuso que pela sua durabilidade e diversidade, tem o
potencial de construir diversos elementos, e pensando pelo lado da sustentabilidade é a
alternativa mais viável entre todos os meios.
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• Construção sustentável;
• Madeiras da construção civil;
• Aplicações da madeira na construção;
• Benefícios e limitações do material madeira;
• Entrevista com empresas especializadas em madeira.
1.2.JUSTIFICATIVA
Segundo a CBCS, 2009 “A construção civil exerce grande impacto sobre o meio
ambiente, consumindo de 40% a 75% dos recursos naturais extraídos do planeta,
desconsiderando água e energia”.
2. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
“O canteiro é uma etapa curta do ciclo de vida do edifício, mas responsável por todo o
seu desempenho”, afirma Degani [201-].
Outra questão polêmica nos canteiros, é o lava-rodas dos caminhões, pois quando chove
muito, a água se mistura com a terra e o canteiro vira um grande lamaçal, levando ainda mais
sujeira para as ruas. E, dependendo da manutenção, o lava-rodas pode se tornar foco do
mosquito da dengue (DEGANI, 201-)
aplicada no local, sem a conscientização deles, é impossível manter boas práticas que se aplique
a sustentabilidade.
2.2.EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
A Eficiência energética, pode se assemelhar ao uso dos recursos energéticos que são
basicamente recursos naturais que sejam capazes de obter energia. Sobretudo, a eficiência
energética é uma forma de uso racional da energia, onde está relacionada a novas oportunidades,
mais produtividade e um acompanhamento constante e inteligente.
Esse processo pode ser aplicado a partir do início do projeto, deste modo, antes
mesmo de iniciar a obra, os responsáveis podem monitorar os efeitos, ações e causas que
podem ser geradas no ambiente da construção, verificando e podendo reduzir os maiores
impactos de consumo de energia.
Segundo o CBCS, 2015, “as edificações brasileiras são responsáveis por 50% do
consumo de energia elétrica no país”, e anualmente, “estima-se que 10% da energia gerada no
Brasil seja desperdiçada”. (Duarte, 2016).
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O Brasil tem uma matriz energética limpa quando comparada com a de outros países,
mas, mesmo assim, nem toda a energia tem origem em fontes renováveis, pois apenas
43,9% da oferta interna de energia (OIE) provem de fontes renováveis. Os restantes
56,1 % são provenientes de combustíveis fósseis e outras fontes não renováveis.
É através do uso racional da energia e da incorporação de fontes renováveis que se
pode alcançar uma maior sustentabilidade com relação ao consumo de energia.
(CBCS, 2009).
Pelo manual para etiquetagem de edificações públicas desenvolvido pelo Inmetro e seus
colaboradores (2014) é possível verificar as classificações que se aplicam a construção civil em
geral: A ENCE geral, que inclui envoltória, iluminação e condicionamento de ar; e a ENCE
parcial que inclui envoltória e iluminação artificial ou envoltória e condicionamento de ar.
Ainda assim, existem diversas certificações que se aplicam a construções no Brasil Thomé,
2016, verificando a possibilidade de uma construção sustentável ou não, sendo elas:
No período de 2014 a 2016, o Brasil passou por uma crise hídrica muito agravante, que
afetou diversas regiões do país. Na época, acendeu um debate importante sobre o uso consciente
da água, uma preocupação que deveria estar sempre presente em todos os âmbitos.
No caso da construção civil, o uso da água precisa ser refletido desde início da obra,
dado que a demanda da execução da construção tem um grande volume de água até o final do
processo. “No caso da indústria da construção, alterações na forma de conceber e projetar os
edifícios contribuem para redução significativa dos indicadores de consumo de água” diz CBIC,
2017.
De acordo com o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos
Recursos Hídricos (2019), estimasse que a construção civil consome cerca de 21% da água
tratada no planeta.
No canteiro de obras, a água é a matéria prima mais utilizada. De acordo CBCS (2009)
em média 50% da água potável fornecida para áreas urbanizadas é destinado para a construção
civil, mas em algumas localidades, como em Vitória (ES), essa taxa pode chegar a 84%.
Uma vez que, na maior parte dos edifícios produzidos no Brasil, ainda ocorre
desperdício de água, pode-se afirmar que praticar a sustentabilidade, no que se refere
à indústria da Construção Civil e ao insumo água, implica em entregar edifícios que
favoreçam o uso eficiente ao longo de sua vida útil. (CBIC, 2017).
Na prática, apesar de existir o projeto de lei 2427/19 já aprovado pelo Senado em 2019,
muito volume de água é desperdiçado, habitualmente por consequência de projetos e execuções
de edificações e uso inconsequente da população.
Ter uma obra sustentável é o ponta pé inicial para auxiliar na redução de desperdício de
água, é importante ter um sistema que realize captação da agua da chuva, para que a mesma
22
Entre o meio ambiente e o meio da construção existe uma grande falta de equilíbrio. O
uso de materiais na construção civil possui um grande obstáculo quando a questão é
sustentabilidade na área. Muitos materiais na construção têm mais confiabilidade por
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serem mais utilizados, mas nem sempre são os melhores quando o assunto é meio
ambiente.
Segundo o CBCS, 2009 “a indústria dos materiais de construção civil, assim como toda
a economia global atual, foi formada por forças econômicas e não por princípios de ecologia”.
Através das ações humanas, a construção civil é o setor da economia que mais gera
impactos ambientais, sendo que 30% do uso de recursos naturais estão diretamente ligadas as
edificações das cidades (MMA, 2013).
É necessário entender que uma obra sustentável se inicia desde o projeto e vai
além do desmonte, podendo ser continuada mesmo após a conclusão da edificação. Os
materiais sustentáveis proporcionam uma nova perspectiva em relação a obra e meio
ambiente, tendo a capacidade de unir dois meios completamente diferentes.
O uso de materiais reciclados é pouco conhecido, mas poderiam ser adotados na obra,
como exemplo: o concreto permeável que permite a penetração da agua, evitando alagamentos;
tijolos ecológicos que possui resíduos orgânicos em sua composição, mas mantem sua alta
resistência; replast que além de ser retirado dos oceanos, auxiliando na despoluição, também
pode ser utilizado como argamassa para fixação; containers onde sua utilização pode gerar uma
economia de até 30% em relação a uma obra convencional; ou como recurso 100% natural, a
madeira que pode ser usada para estruturas, ou até mesmo como decoração. (PEREIRA, 2019).
Uma das principais causas dos impactos ao meio ambiente é a disposição inadequada
de resíduos, sendo gerados na construção civil, ou não, possuem diversas formas de causar
danos.
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Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das
atividades humanas sejam provenientes da construção. Tais aspectos ambientais,
somados à qualidade de vida que o ambiente construído proporciona, sintetizam as
relações entre construção e meio ambiente. MMA, 2014.
Para não prejudicar mais o meio ambiente, foi criada a Lei n° 12.305/10 em união com
a NBR 10004/2004 que contém algumas medidas que poderiam ser tomadas para amenizar
esses impactos. Como mostra na figura abaixo, existe uma classificação para cada resíduo:
É necessário que seja realizado uma fiscalização pelos órgãos ambientais sobre o rumo
correto destes resíduos, tendo em vista que os elementos estruturais têm grande impacto
ambiental.
Para reutilizar esses materiais, seria necessária uma forma de monitoramento mais rígida
para organizar a demolição ou desconstrução dos elementos, dado que os materiais podem ser
danificados e misturados, que ocasionaria em maiores empecilhos para separá-los.
A madeira foi uma das primeiras matérias primas a ser utilizada pela civilização, sua
disponibilidade excessiva permitia uma alta trabalhabilidade na execução de novas estruturas,
além disso a madeira foi essencial para o desenvolvimento do homem, pois o seu material é
fonte de aquecimento e luz, útil para preparo de alimentos e criação de embarcações e armas na
tentativa de ajudar o homem em sua sobrevivência. Com o tempo a evolução da tecnologia
desenvolveu outras formas técnicas com o uso da madeira. Hoje, é possível realizar projetos
extremamente complexos com esse material.
A figura a seguir, mostra as áreas mais afetadas pelo desmatamento no Brasil nos
últimos anos:
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Segundo Zenid; IPT, 2009, a construção civil ganha como consumidora de madeira no
Estado de São Paulo, consumindo 15% do consumo nacional.
Para a seleção da madeira correta em qualquer fator de uso, é necessário verificar sua
procedência no ato da compra, verificando se há certificado de legalidade como o DOF(
Documentação de Origem Florestal), FSC( Forest Stewardship Council – Conselho de Manejo
Florestal), CERFLOR(sistema brasileiro de certificação florestal) e PEFC (Programme for the
Endorsement of Forest Certification Schemes - Programa de Endosso de Esquemas de
Certificação Florestal), além de considerar suas propriedades para que ela atinja um bom
desempenho e armazenar de forma correta. “Esse procedimento é primordial, especialmente em
países tropicais onde a variedade e o número de espécies de madeiras disponíveis na floresta
são expressões de sua biodiversidade” (IPT, 2013).
3.1.ANGELIM - PEDRA
Essa madeira é bem qualificada no ramo da construção civil e possui acessibilidade para
ser localizada, pois ela pode ser utilizada tanto para obras quanto para moveis na parte interna
e externa de uma residência.
30
O Angelim possui um fácil manuseio e uma alta resistência, sendo um material bem
recomendado e muito utilizado na construção civil. Dispõe de muita durabilidade, quando o
material é bem tratado, e não exposto ao tempo.
Por ser uma madeira durável contra fungos apodrecedores e resistente a cupins de
madeira seca, o Angelim é mais aplicado em: Portas, janelas, vigas, caibros (para telhados),
venezianas, caixilhos, marcos, batentes, alizares, lambris (revestimento de madeira), forro de
madeira, partes secundárias das composições, lâminas para decoração e ripas. (IPT.2020).
Quando molhada, seu material fresco exala um odor que desaparece em algumas
semanas devido à demora da secagem ao ar livre, e tendo a tendência de torção e arqueamento,
quando são secadas em estufas.
31
Por ainda não sofrer perigo de extinção (Ministério do Meio Ambiente, 2014), é
necessário averiguar a procedência de sua origem, certificando- se se existe um comprovante
de extração legal, pois caso contrário, é possível que comprometa a espécie, tornando-a uma
das ameaçadas.
32
O Marfim pode ser utilizado para a fabricação de inúmeros materiais, tais como: caibros,
rodapés, vigas, pisos de madeira, tacos e assoalhos, ripas, móveis, painéis, forros e molduras.
Derivado da madeira do Marfim, as lâminas são utilizadas para revestir móveis, sendo
que é preciso escolher aquelas que possuem uma superfície lisa. (Parquet SP,2020).
A madeira do marfim é considerada uma madeira pesada, ela contém um baixo teor de
resina, e por não conter proteção natural para o apodrecimento, a madeira precisa ser tratada,
impermeabilizada e ter tratamento contra insetos e fungos para o aumento de sua durabilidade.
33
Ela demonstra fácil trabalhabilidade e aceita muito bem os trabalhos em torno, também
para desdobro, pode ser aplainada e colada com sucesso. (Parquet SP,2020).
3.3. PINUS-ELIOTTI
Na parte decorativa, o Pinus pode ser associado a móveis standard, partes internas de
móveis, móveis torneados (para exportação), cabos para vassouras, palitos de fósforo,
compensados, laminados, torneados, brinquedos, embalagens, paletes, bobinas, carretéis,
pincéis etc. (IPT, 2020).
Segundo o IPT, 2020, a maior dificuldade de utilizar esse tipo de madeira, é que as
observações realizadas e complementadas por ensaios em laboratório, permitiram considerar
esta madeira como susceptível ao ataque de fungos (emboloradores, manchadores e
apodrecedores), cupins, brocas-de-Madeira e perfuradores marinhos.
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3.4.IPÊ
Segundo o IBF, 2020 a árvore Ipê é conhecida por sua grande beleza, pode ser
encontrada por todo o território brasileiro. Seu nome tem origem da língua indígena tupi e
significa casca dura, e sua maior utilidade, era a criação de arcos de caça e defesa com a casca
da sua madeira. Sendo assim, seu uso vem sendo aproveitado desde os tempos antigos por conta
da sua boa qualidade.
O ipê floresce de julho a setembro e frutifica em setembro e outubro. Sua madeira possui
a cor castanho-oliva ou castanho-avermelhada, e com veios resinosos mais escuros
(Vainsencher, 2008).
3.4.1.3. Ipê Amarelo da Serra - Handroanthus albus ou Tabebuia alba (IBF, 2020)
Podem ser encontradas apenas nas regiões sudeste e sul, comparadas as outras, esta
espécie costuma ter um estatura maior, podendo alcançar de 20 a 30 metros de altura, e o tronco
de 40 a 60 cm, suas flores são amarelas e florescem de julho a setembro.
Além de traz outros benefícios para a saúde, tais como: anti-inflamatórias, analgésicas,
antibióticas, combate bactérias, combate a sinusite, melhora a saúde da pele, combate a
psoríase, aumenta glóbulos vermelhos
O Ipê possui uma grande resistência ao apodrecimento e boa durabilidade, pode ser
considerada uma madeira nobre. Por ser uma madeira fácil de ser encontradas, é muito
procurada para moveis e principalmente na parte de acabamento e decorativa da construção,
também podem ser empregadas nos seguintes tipos de utilidades na Construção Civil: Pontes,
dormentes, ferroviários, cruzetas, defensas, vigas, caibros, portas, janelas, batentes. E por fim,
na parte mais decorativa, guarnições, rodapés, forros, lambris, tábuas, tacos, parquetes e
degraus de escada.
Essa madeira é tão densa que, geralmente precisa ser perfurada antes de ser
parafusada. Por isso, que muitas pessoas comparam a resistência do ipê à resistência
do aço. Esse tipo de madeira é fácil de lixar, pregar ou parafusar, mas possui
problemas com colagem, sendo empregada para diferentes finalidades. (Kapor-2019)
3.5.PINHO DO PARANÁ
Especialmente no que se refere à construção civil, com a exaustão das florestas nativas
das regiões Sul e Sudeste, a fonte de suprimento de madeiras tropicais transferiu-se
para a região amazônica. Tal mudança provocou a substituição das madeiras de pinho-
do-paraná e da peroba-rosa, que eram tradicionalmente utilizadas no setor, por outras
39
Por anos essa madeira foi aplicada a construção civil, devido a sua boa resistência,
porém pela sua ameaça em extinção, hoje não é mais comercializada legalmente.
A Madeira pinho possui uma boa resistência, fácil trabalhabilidade tanto com
ferramentas manuais ou máquinas, possui “facilidade de desdobrar, aplainar e colar permitindo
bons acabamentos superficiais” (IPT, 2020 apud Jankowsky,1990).
O Pinho do Paraná pode ser utilizado em diversos lugares da construção civil, como em
ripas cordões, guarnições, rodapés, forros, lambris, pontaletes, andaimes, fôrmas para concreto,
móveis estândar, partes internas de móveis, e decorativos.
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3.6.BAMBU
O material do bambu tem um crescimento natural muito rápido, sendo assim, existe a
oportunidade de reduzir o desmatamento com sua utilização, além de não ocorrer desperdício
de sua madeira, dado que todo o material é reaproveitável.
“A extração do bambu é menos danosa ao meio ambiente; além disso, o material ajuda
a prevenir erosões e regular as águas subterrâneas, é biodegradável, renovável e não poluente”.
(Tagliani 2017).
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Figura 21 - Bambu
Por ser uma planta resistente, durável e flexível, a utilidade do bambu deslumbra, o
bambu pode ser utilizado em áreas externas, estrutura, vigas, pilares e telhados, além de ser
muito utilizado em decoração interior.
As desvantagens que o bambu possui é ser um material muito inflamável quando está
seco, portanto é necessário ser coberto com material a prova de fogo, e caso o bambu seja
mantido muito tempo em contato com o solo, o material pode facilmente apodrecer (Cidades
Verdes, v.04, n.10, 2016, pp. 95-103).
Outro aspecto que pode interferir na utilização do bambu é o fato de que os colmos dos
bambus não são 100% retos e a distância dos nós é variável, não permitindo assim uma
modulação adequada (Oliveira, 2013 apud Judziewicz et al., 1999).
4. MADEIRA DE REUSO
Segundo Molina e Calil Jr (2010) “É importante frisar que a madeira, quando bem
utilizada, consiste num material competitivo com alternativas de construção”, a madeira
apresenta várias vantagens, pois é um material renovável e pode ser facilmente reutilizável.
Em entrevista exclusiva para o presente trabalho, Benetti ressalta que cada vez mais o
mercado consome materiais recicláveis:
Dessa forma, além das madeiras tropicais que são nossa matéria prima básica,
utilizamos também cada vez mais material de florestas plantadas, na forma de
esquadrias e VLC (sempre atendendo ao projetos de clientes), assim como
componentes oriundos de madeira reciclada (demolição). Benetti. 2020
e estão em risco de extinção, sendo reutilizadas ganham novas utilidades, e por não serem
extraídas do meio ambiente não causam significativos impactos ambientais.
O Material também pode ser considerado estável, ou seja, ele já passou por tantas
adversidades de temperatura por exemplo que se tornou mais resistente. Essa madeira
então não corre tanto risco de trincar ou desgastar de forma não recuperável, essas
peças geralmente contam com um bom índice de reaproveitamento.
Após a retirada do material é necessário que a madeira receba tratamento, para que não
haja fungos e cupins, logo após, madeira deve ser lixada. Em seus passos finais de recuperação,
é verificado onde a madeira pode ser utilizada e, por fim, passa por um procedimento térmico
para certificar sua resistência (COSTA, 2017).
De acordo com Yuba 2005, p. 188, a madeira apresenta vários proveitos como agilidade,
pouco desperdício e o valor da mão de obra, que devem ser mais bem explorados para favorecer
o usuário.
O reuso da madeira na construção é algo a ser pensado assim com o reuso de qualquer
material da construção e de objetos do nosso dia a dia, como responsabilidade de todos
nós para a preservação do meio ambiente. Mas tão importante quanto o reuso, é o uso
da madeira com certificação de manejo sustentável, sendo algo que devemos priorizar
em relação a materiais que não tenham um ciclo de vida renovável. (Oliveira, 2020).
O grande diferencial da madeira de reuso está em seu desgaste devido a longos períodos
de exposição ao diversos climas, apresenta uma textura única, com marcas de uso, lineares em
seus veios, tornando cada madeira diferente e com aspecto inigualável. Além disso, “a madeira
tratada tem seu custo final cerca de 40% menor que madeiras nativas, também chamadas
Madeira de Lei” (Usina Araucária - Madeiras Tratadas, 2020), dependendo do uso, pode-se
escolher qual o nível da textura.
Os tipos de textura são classificados como madeira aparelhada, a qual é lixada e polida,
tendo uma superfície totalmente lisa; a madeira lisa sem lixar, que possui uma leve textura;
madeira ½ rustica que tem uma textura mediana; e a madeira rustica que tem uma alta textura.
(NAVARRO, 2020).
“a recomendação é evitar que os móveis estejam em contato direto com a terra porque
eles podem apodrecer ou sofrer ataques de pragas, como cupins e carunchos”. Já
dentro de casa, deve-se ter atenção, inicialmente, ao posicionamento dos móveis, não
é indicado que as peças tenham contato direto com o sol, porque podem escurecer, e
nem com calor excessivo, que faz a madeira entortar”. (Nascimento, 2013).
Para Colnaghi, 2020 “a madeira de demolição ganhou status. Hoje é um nobre elemento
em construções e até mesmo na criação de portas, deques, janelas, mesas, cadeiras, pisos e
móveis.”
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A madeira de reuso por princípio é utilizada como escoramento, andaime, forma, vigas
e pilares, telhados, assoalhos, paredes, fachadas e escadas dentro da construção civil.
Pelo lado mais decorativo, é possível vê-la em moveis, revestimentos de pisos, paredes,
painéis, janelas, portas, armários, mesa de quarto, espelho de lavabo, estantes, mesas, sofá,
suporte de canecas e suporte para chaves.
Hoje, com a tecnologia tão avançada, é possível basear uma construção completa apenas
com a madeira de reuso, sendo ela de demolição, ou madeira de reflorestamento, tendo a
possibilidade de uma construção 100% sustentável, desde a construção até sua decoração.
.
47
5. CONCLUSÃO
De acordo com Ferreira, 2020 “as construções sustentáveis são mais baratas, geram
menos manutenção e são construídas mais rapidamente, com maior planejamento e com
melhores níveis de conforto para os usuários”.
Nesse caso, é fácil concluir que dentre todas as madeiras abordada nessa pesquisa, a
madeira de reuso é a mais indicada para construções, além de não causar impactos ambientais
e ter um ótimo custo benefício, auxilia na diminuição de gases e poluentes, não gera resíduos
e, ainda possui propriedades de tecnologia sustentável e resistência, sendo confiável e não
degradante ao meio ambiente. Dado que diversos países utilizam esse material como principal
fonte da construção civil, seria primordial que o Brasil investisse neste e novos meios
tecnológicos de construção sustentável.
Coelho 2015 cita que “Medidas como essas, que visam o respeito ao meio ambiente e o
desenvolvimento sustentável da sociedade, mostram que temos todas as ferramentas possíveis
para contribuir para um mundo mais sustentável, seja dentro ou fora do universo empresarial.
Basta querer.”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUCÁRIA, Usina. Por que utilizar madeira tratada? Usina Araucária - Madeiras
Tratadas, [s. l.], 2020. Disponível em: https://www.usinaaraucaria.com.br/tratamento-de-
madeira/por-que-utilizar-madeira-tratada/. Acesso em: 17 nov. 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos
sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 18: Condições de
segurança e saúde no trabalho na indústria da construção. Rio de Janeiro, 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO. Abrecon. História do Entulho. Abrecon, [s. l.],
2020. Disponível em: https://abrecon.org.br/entulho/historia-do-
entulho/#:~:text=Assim%2C%20pode%2Dse%20dizer%2C,de%20entulho%20da%20constru
%C3%A7%C3%A3o%20civil.&text=Tal%20volume%20de%20materiais%20seria,%2C%20
a%20Londres%2C%20na%20Inglaterra. Acesso em: 17 nov. 2020.
BENETTI, José. In: CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: BENEFÍCIOS DA
MADEIRA DE REUSO NA CONSTRUÇÃO CIVIL. [S. l.: s. n.], 2020.
BERTUSSI, Tati. Chalé de Madeira de Demolição. Bertussi, [s. l.], 2014. Disponível
em: http://bertussi.blogspot.com/2014/05/chale-de-madeira-de-demolicao.html. Acesso em: 25
nov. 2020.
BRASIL. Lei n. 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
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58
ANEXOS
Benetti: Como se deduz do exposto acima, o fato de vender apenas o kit e atribuir ao
cliente a administração direta da sua obra implica num custo final menor da obra pronta. Dessa
forma, nossa experiência indica que construindo a casa com sua administração direta o
comprador pode chegar a preços finais por m² da ordem de R$ 1.700,00 a R$ 1.800,00. Caso o
cliente compre o kit e contrate um empreiteiro para executar e administrar todas as etapas da
sua obra, o custo final pode ficar numa faixa entre R$ 2.000,00 e R$ 2.200,00 por m². Em
tempo: os kits Vimaden têm custo final mais elevado que a média de casas de madeira
oferecidas no mercado, por conta de uma série de diferenciais quanto a seleção de matérias
primas, robustez de componentes, garantias e assistência pré e pós-venda. Em relação ao
comparativo madeira X alvenaria no tocante a custos finais, sabemos que a alvenaria é
seguramente mais cara, além de muito mais demorada em sua execução, mas fica difícil
estabelecer números, dada a infinita variação de qualidade e preços entre os diversos materiais
que constituem uma casa de alvenaria.
2 – Qual a maior dificuldade que vocês encontram para realizar essas construções?
Oliveira: Hoje não há muita dificuldade em realizar essas construções, muito pelo
contrário, as estruturas em madeira hoje com as empresas que temos no mercado tem como
premissa uma industrialização e agilidade na execução que só gera benefícios.
Benetti: como não realiza a construção propriamente dita, pergunta não aplicável.
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4 – Quais as madeiras mais utilizadas por vocês? Já realizaram alguma construção com
madeira de demolição?
Oliveira: As madeiras mais utilizadas para estruturas engenheiradas hoje (MLC e CLT),
são madeiras de reflorestamento como Pinus e Eucalipto. Para estruturas em madeira nativa o
importante é escolher madeiras de alta densidade como Ipê, Massaranduba, Itaúba, Cumarú
entre várias outras espécies e daí o importante é validar a origem da madeira a ser utilizada e
disponibilidade no mercado. As madeiras de demolição são utilizadas muito para piso, forro e
revestimentos nos projetos, o uso delas em estruturas não é muito usual.
5- Por que optaram por esse meio de construção? Qual a opinião de vocês referente a
reutilizar madeira nas construções?
Oliveira: A opção para o uso da madeira na construção levaria um longo discurso, mas
acho que pontos importantes e relevantes é sim o ciclo de vida da madeira que deixa uma pegada
ambiental baixíssima comparada a outros componentes estruturais. Sua agilidade e
racionalidade de uso e a delicadeza de encaixes e sistemas de fixação que deixam os elementos
estruturais visualmente elegantes e bonitos de serem aparentes ajudam assim como a estética
na escolha do material. O reuso da madeira na construção é algo a ser pensado assim com o
reuso de qualquer material da construção e de objetos do nosso dia a dia, como responsabilidade
de todos nós para a preservação do meio ambiente. Mas tão importante quanto o reuso, é o uso
da madeira com certificação de manejo sustentável, sendo algo que devemos priorizar em
relação a materiais que não tenham um ciclo de vida renovável.
6 – É mais difícil encontrar clientes que optam por esse tipo de construção?
Oliveira: No início existiam sim pré-conceitos quanto ao uso da madeira, mas hoje com
o volume de obras já executadas e com a tecnologia e conhecimento científico desenvolvido
para a qualidade de seu uso na construção, acredito que um profissional que entenda e saiba
defender as propriedades e qualidades da madeira não há por que termos dificuldade de
acharmos clientes para esse mercado.
Benetti: Em geral, é difícil vender casa de madeira no Brasil, por conta de uma série de
ideias preconcebidas que não se sustentam, relacionadas com qualidade, durabilidade, estética,
etc. Mas como disse acima, há nichos já bastante esclarecidos sobre as vantagens da construção
em madeira, que permitem uma infinidade de variações arquitetônicas e muita flexibilidade na
utilização de componentes.
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