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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS

ENGENHARIA CIVIL

ALBERTH NEMER ROCHA RAMOS


ANA CAROLINA ALMEIDA DA SILVA
BRUNA TECIONI MOURÃO
BRUNO DONATO ALVES
FERNANDA BESSA NOGUEIRA DA SILVA
GABRIELA DA SILVA BEZERRA
LÉO MARCOS RODRIGUES LELA
NATALIA ALVES MATOS
PETRUCIO CANUTO DA SILVA

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: BENEFÍCIOS DA MADEIRA DE REUSO


NA CONSTRUÇÃO CIVIL

SÃO PAULO

2020
ALBERTH NEMER ROCHA RAMOS – 416105757
ANA CAROLINA ALMEIDA DA SILVA – 916114325
BRUNA TECIONI MOURÃO – 3016104743
BRUNO DONATO ALVES – 916113254
FERNANDA BESSA NOGUEIRA DA SILVA – 916101205
GABRIELA DA SILVA BEZERRA – 3016100519
LÉO MARCOS RODRIGUES LELA – 915123214
NATALIA ALVES MATOS – 916113189
PETRUCIO CANUTO DA SILVA – 911105879

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: BENEFÍCIOS DA MADEIRA DE REUSO


NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Nove de Julho - UNINOVE, como
requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia
Orientadora: Prof.ª Gabriela Kurokawa e Silva

SÃO PAULO

2020
ALBERTH NEMER ROCHA RAMOS
ANA CAROLINA ALMEIDA DA SILVA
BRUNA TECIONI MOURÃO
BRUNO DONATO ALVES
FERNANDA BESSA NOGUEIRA DA SILVA
GABRIELA DA SILVA BEZERRA
LÉO MARCOS RODRIGUES LELA
NATALIA ALVES MATOS
PETRUCIO CANUTO DA SILVA

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: BENEFÍCIOS DA MADEIRA DE REUSO


NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Nove de Julho - UNINOVE, como
requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia
Orientadora: Prof.ª Gabriela Kurokawa e Silva

São Paulo, ____ de dezembro de 2020

_________________________________________________________________

Coordenação do curso de Engenharia Civil da Universidade Nove de Julho

_________________________________________________________________

Prof. ª Gabriela Kurokawa e Silva

SÃO PAULO

2020
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradecemos а Deus, pois fez com que nossos objetivos fossem
alcançados durante todos os anos de estudos e não permitiu que desistíssemos no meio do
caminho. As nossas famílias que nos incentivaram nos momentos difíceis e compreenderam
nossa ausência enquanto nos dedicávamos à realização deste trabalho. Aos nossos colegas e
amigos de curso, pelo companheirismo e pela troca de experiências que nos permitiram crescer
não só como pessoa, mas também como formando, sabendo que a amizade feita na universidade
será levada para a vida inteira. E aos professores, por todos os conselhos, pela ajuda e pela
paciência com a qual guiaram o nosso aprendizado e nos fizeram chegar até o fim.
“Revolucionário é todo aquele que quer mudar o
mundo e tem a coragem de começar por si
mesmo”.

Sérgio Vaz
RESUMO

A sustentabilidade vem com o conceito de reuso e reciclagem de materiais que não


degradam o meio ambiente, devido à grande quantidade de desperdício e descarte incorreto de
diversos materiais na construção civil, é impossível não abordar esse assunto na atualidade.
Quando se pensa em construção civil e meio ambiente, a primeira coisa que passa pela cabeça
é o uso da madeira, principalmente por ser uma solução viável e sustentável. A madeira desde
o princípio foi utilizada para a construção civil, diversos países a utilizam como material
principal, já que o planeta é rico desse recurso natural, ainda assim, o uso exagerado da madeira
causa danos e impactos ambientais, principalmente porque foi extraída por muitos anos, mas
pouco foi replantada. Ao analisar esse assunto, é possível verificar novas tecnologias aplicadas
ao uso ecológico da madeira em geral e principalmente da madeira de reuso contemplando e
aproveitando do meio natural sem causar prejuízo.

Palavras-Chave: Madeira, sustentabilidade, reuso.


ABSTRACT

Sustainability comes with the concept of reuse and recycling of materials that do not
degrade the environment, due to the large amount of waste and incorrect disposal of various
materials in civil construction, it is impossible not to address this issue today. When thinking
about civil construction and the environment, the first thing that crosses your mind is the use of
wood, mainly because it is a viable and sustainable solution. Wood has been used for civil
construction since the beginning, several countries use it as the main material, since the planet
is rich in this natural resource, yet, the excessive use of wood causes damage and environmental
impacts, mainly because it was extracted by many years, but little has been replanted. When
analyzing this issue, it is possible to verify new technologies applied to the ecological use of
wood in general and mainly of reuse wood, contemplating and taking advantage of the natural
environment without causing damage.

Key words: Wood, sustainability, reuse.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Construção sustentável ............................................................................................ 16


Figura 2 - Canteiro de obras ..................................................................................................... 18
Figura 3 - Etiqueta com classificações ..................................................................................... 19
Figura 4 - Eficiência Energética ............................................................................................... 20
Figura 5 - Desperdício de água na construção civil.................................................................. 22
Figura 6 - Cadeia da Construção civil sustentável ................................................................... 24
Figura 7 - classe de residuos ..................................................................................................... 25
Figura 8 - Resíduos da construção civil ................................................................................... 26
Figura 9 - Área desmatada no Brasil ........................................................................................ 28
Figura 10 - Casa de madeira ..................................................................................................... 29
Figura 11 - Madeira Angelim ................................................................................................... 30
Figura 12 – Estrutura de telhado angelim ................................................................................. 31
Figura 13 - Pau Marfim ............................................................................................................ 32
Figura 14 - Piso de pau marfim ................................................................................................ 33
Figura 15 – Madeira Pinus ....................................................................................................... 34
Figura 16 – Forro de Pinus ....................................................................................................... 35
Figura 17 - Ipês ......................................................................................................................... 37
Figura 18 – Deck feito com madeira ipê .................................................................................. 38
Figura 19 - Pinho do Paraná ..................................................................................................... 39
Figura 20 - Escada feita de Pinho do Paraná ............................................................................ 40
Figura 21 - Bambu .................................................................................................................... 41
Figura 22 - Catedral Alterna Nuestra Señora de la Pobreza ..................................................... 42
Figura 23 - Textura da madeira de demolição .......................................................................... 45
Figura 24 - Chalé de madeira de demolição ............................................................................. 46
Figura 25 - Área interna com madeira de demolição ............................................................... 47
Figura 26 - vigas e pilares expostos de madeira de demolição ................................................ 48
Figura 27 – Parede e teto com madeira de demolição .............................................................. 48
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável.

IBDA – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura.

CIB - Conselho Internacional da Construção.

MMA - Ministério do Meio Ambiente.

PGRCC - Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

OIE - Oferta Interna de Energia

PBE - Programa Brasileiro de Etiquetagem.

PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica.

LEED - Leadership in Energy and Environmental Design. - Liderança em Energia e Design


Ambiental

AQUA - Alta Qualidade Ambiental

CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.

SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.

CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.

ABRECON - Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e


Demolição.

DOF - Documentação de Origem Florestal

FSC - Forest Stewardship Council - Conselho de Manejo Florestal.

CERFLOR - Sistema Brasileiro de Certificação Florestal.

PEFC - Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes - Programa de


Endosso de Esquemas de Certificação Florestal.
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

MDF - Médium Density Fiberboard - Placa de Fibra em Média Densidade.

IBF - Instituto Brasileiro de Florestas

PROARC - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura.

ES - Espírito Santo

½ - Meio / Metade

ENCE - Etiqueta Nacional de Conservação de Energia

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos

NBR - Norma Brasileira

VLC - Viga Laminada Colada


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13
1.1. OBJETIVO ......................................................................................................... 13
1.1.1. Objetivo Geral .................................................................................................... 13
1.1.2. Objetivos Específicos ......................................................................................... 14
1.2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 14
2. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL .................................................................... 15
2.1. CANTEIRO DE OBRA SUSTENTÁVEL ........................................................ 17
2.2. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ............................................................................ 18
2.3. GESTÃO E ECONOMIA DA ÁGUA ............................................................... 21
2.4. USO RACIONAL DOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS DE MENOR
IMPACTO AMBIENTAL........................................................................................................ 22
2.5. GESTÃO DOS RESÍDUOS NA EDIFICAÇÃO ............................................... 24
3. MADEIRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ......................................................... 27
3.1. ANGELIM - PEDRA ......................................................................................... 29
3.1.1. Uso na Construção Civil ..................................................................................... 30
3.2. PAU MARFIM ................................................................................................... 31
3.2.1. Uso na construção Civil...................................................................................... 32
3.3. PINUS-ELIOTTI ................................................................................................ 33
3.3.1. Uso na construção civil....................................................................................... 34
3.4. IPÊ ...................................................................................................................... 35
3.4.1. Tipos de Ipê e seus nome científicos .................................................................. 36
3.4.1.1. Branco - Handroanthus roseoalba ou Tabebuia roseoalba (IBF, 2020) ............. 36
3.4.1.2. Amarelo - Handroanthus ochraceus ou Tabebuia ochracea (IBF, 2020) ........... 36
3.4.1.3. Ipê Amarelo da Serra - Handroanthus albus ou Tabebuia alba (IBF, 2020) ...... 36
3.4.1.4. Amarelo do Cerrado - Tabebuia aurea ou Handroanthus caraíba (IBF, 2020)... 36
3.4.1.5. Rosa - Tabebuia avellanedae ou Handroanthus avellanedae (IBF, 2020) .......... 36
3.4.1.6. Roxo - Handroanthus heptaphyllus ou Tabebuia heptaphylla (IBF, 2020) ........ 36
3.4.1.7. Roxo Bola - Handroanthus Impetiginosus ou Tabebuia impetiginosa (IBF, 2020) ...... 37
3.4.2. Uso na construção civil....................................................................................... 38
3.5. PINHO DO PARANÁ ........................................................................................ 38
3.5.1. Uso na construção civil....................................................................................... 39
3.6. BAMBU ............................................................................................................. 40
3.6.1. Uso na construção civil....................................................................................... 41
4. MADEIRA DE REUSO ..................................................................................... 43
4.1. USO DA MADEIRA DE DEMOLIÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............ 45
5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 49
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................... 50
ANEXOS................ .................................................................................................................. 58
13

1. INTRODUÇÃO

A sustentabilidade na construção civil é um assunto que sempre deveria ser abordado


pelas empresas, na tentativa de reduzir os impactos ambientais que as construções causam.
Existe uma grande quantidade de poluentes e entulhos no decorrer de uma construção, o
descarte inadequado e desperdício de materiais contaminantes, caracterizam um grande
problema no combate aos impactos provocados pelas construções no meio ambiente.
Pensando no quesito sustentabilidade é viável verificar os diversos tipos de materiais
não poluentes e que podem ser reutilizados, como é o caso da madeira.
A madeira desde o início da história é utilizada na construção civil, durante muitos anos,
assim como ainda é, uma das primeiras tecnologias de construção no mundo. Nos últimos anos
sofreu diversas aprimorações para se adequar as mudanças e desenvolvimentos mundial.
O Brasil sofre com o desmatamento desde a época de colonização em 1500, os seres
humanos vêm se favorecendo ao longo do tempo com as extrações de árvores para diversas
utilidades como fonte de energia, construções de habitações e tornar terra disponível para
agricultura (E ARRAES; MARIANO; SIMONASSI, 2012).
Para salvar o meio ambiente e, também o nosso futuro no planeta, é necessário verificar
a procedência da madeira, verificando que, se o ato de comprar não está prejudicando as
florestas e acabando com sua fauna ou flora.
A madeira, acompanhada de provas documentais que garantam sua origem
legal e não predatória, se constitui em produto sustentável, natural e oriundo de uma
fonte plenamente renovável - a floresta. Reconhecida há muito como amiga da
humanidade, a madeira deve ser reapresentada à sociedade atual como alternativa
ecológica. (ZENID; INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO S. A., 2009)
Lamentavelmente, esse material foi deixado de lado no Brasil, por volta do século XIX,
onde o aço e o concreto foram ganhando espaço, por conta das vantagens que o aço possuía,
sendo capaz de manter grandes edifícios em pé, além de reduzir custos (NOVELLI, 2018).
Como foco principal, esta pesquisa verifica o uso da Construção sustentável, visando a
utilidade do material madeira.

1.1.OBJETIVO
1.1.1. Objetivo Geral

Essa pesquisa tem como objetivo geral explicar e incentivar a construção sustentável,
tendo em vista o uso da madeira de reuso que pela sua durabilidade e diversidade, tem o
potencial de construir diversos elementos, e pensando pelo lado da sustentabilidade é a
alternativa mais viável entre todos os meios.
14

1.1.2. Objetivos Específicos

• Construção sustentável;
• Madeiras da construção civil;
• Aplicações da madeira na construção;
• Benefícios e limitações do material madeira;
• Entrevista com empresas especializadas em madeira.

1.2.JUSTIFICATIVA

A intenção do tema escolhido é mostrar a necessidade de aplicar o uso da madeira na


construção civil, através do seu material sustentável é possível causar menos impactos
ambientais, além de reutilizar essa tecnologia para o meio da construção.

Segundo a CBCS, 2009 “A construção civil exerce grande impacto sobre o meio
ambiente, consumindo de 40% a 75% dos recursos naturais extraídos do planeta,
desconsiderando água e energia”.

Além da intensa utilização dos recursos naturais, as grandes construções provocam


modificação da paisagem e, como todas as ações da população, geram resíduos.

O foco principal desta pesquisa é estudar o aumento da utilização da madeira visando a


sustentabilidade e qualidade de novas edificações, empregando como foco principal a
reutilização da madeira, como material natural e sustentável.

Analisar o tema como o propósito de averiguar se o material destinado corresponde ao


disposto no assunto. Será que a sustentabilidade tem um grande impacto na construção, como
a construção tem no meio ambiente? A geração de resido reflete em danos a natureza, como
desmatamento de áreas verdes para construção de novos ambientes, uso de recursos naturais
retirados ilegalmente, impactos da produção de ferro e aço, materiais tóxicos, extração de argila,
brita e especialmente a areia geram muitos impactos ambientais, em todas as fases das
construções. Portanto, sintetizando tudo o que foi abordado, o aspecto de construção sustentável
deve ser aplicado em todas as construções imediatamente.
15

2. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Segundo Vieira, 2014, a idealização da construção sustentável se originou na década de


1970, após a crise do petróleo. Na época, o custo da fabricação de energia ficou muito excessivo
nos países onde a energia era produzida através da queima de petróleo, a busca por uma
resolução para a escassez de energia, notoriamente foi a redução do consumo. “Nesta década
aconteceu a primeira grande reunião multinacional para discutir o desenvolvimento sustentável:
Conferência de Estocolmo de 1972” (VIEIRA, 2014).

O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura alega que a construção


sustentável ou bioconstrução:

Deve contemplar o aproveitamento do meio natural sem causar prejuízo


algum sobre a sustentabilidade, devendo aplicar o desenvolvimento tecnológico para
a concretização de uma maior poupança energética e a diminuição dos resíduos, sem
esquecer o aspecto estético, um dos vários fatores que determinam a habitação
(IBDA,2012).

Posteriormente a crise, o conceito sustentável cresceu gradativamente. Em 1990, a


sustentabilidade se fortificou e se uniu aos órgãos internacionais, buscando por alternativas
sustentáveis na construção civil (VIEIRA, 2014).

De acordo como Relatório Brundtland (Ipiranga, Godoy e Brunstein (2011) apud


COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988, p.
49), o desenvolvimento sustentável é entendido como "aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias
necessidades".

Apesar de tudo, o século XXI demonstra estar elaborando um novo conceito de


sustentabilidade na construção civil. Tendo em vista a procura por melhor estilo de construção
para o meio ambiente.

A construção sustentável é um conceito inovador que utiliza de meios menos agressivos,


visando sempre preservar o meio ambiente, explorando e reutilizando o máximo possível de
materiais já retirados da natureza.
16

Figura 1 - Construção sustentável

Fonte: SEBRAE, 2020

Em Oliveira, 2015 encontra-se o seguinte esclarecimento.

A adoção de soluções ambientalmente sustentáveis na construção não


acarreta um aumento de preço, principalmente quando adotadas durante as fases de
concepção do projeto. Em alguns casos, podem até reduzir custos. Ainda que o preço
de implementação de alguns sistemas ambientalmente sustentáveis em um edifício
verde gere um custo cerca de 5% maior do que um edifício convencional, sua
utilização pode representar uma economia de 30% de recursos, durante o uso e
ocupação do imóvel.

É necessário considerar todos os aspectos sociais, econômicos e ambientais, antes de ter


qualquer iniciativa relacionada as etapas de uma construção. “Ser sustentável significa ter
equilíbrio entre o investimento financeiro e os resultados obtidos. Caso não ocorra este
equilíbrio, não pode ser considerado sustentável. É preciso entender que se trata de um
investimento”, diz Rocha, 2018.

O Conselho Internacional da Construção (CIB), ainda segundo o Ministério do Meio


Ambiente (MMA, 2014), aponta que a indústria da construção é o setor de atividades humanas
que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, o que gera
consideráveis impactos ambientais.

Considerando os impactos ambientais, os assuntos mais abordados na sustentabilidade


em relação a construção são:
17

2.1.CANTEIRO DE OBRA SUSTENTÁVEL

Segundo a NBR-18, o canteiro de obra não é só um espaço de produção, mas também


de convívio social entre os trabalhadores, onde se desenvolvem as operações de apoio e
execução de uma obra, que se refere às condições e meio ambiente de trabalho na indústria da
construção, podendo ser uma área de trabalho fixa ou temporária, tendo em vista sempre ter
boas condições de segurança (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2020).

“O canteiro é uma etapa curta do ciclo de vida do edifício, mas responsável por todo o
seu desempenho”, afirma Degani [201-].

Com planejamento no canteiro de obras, é possível monitorar e reduzir os impactos


ambientais. Normalmente, um canteiro é capaz de degradar o solo, o ar e a água por meio das
atividades ali executadas.

Outra questão polêmica nos canteiros, é o lava-rodas dos caminhões, pois quando chove
muito, a água se mistura com a terra e o canteiro vira um grande lamaçal, levando ainda mais
sujeira para as ruas. E, dependendo da manutenção, o lava-rodas pode se tornar foco do
mosquito da dengue (DEGANI, 201-)

Segundo Gallo, [201-?], um canteiro organizado favorece a reciclagem dos resíduos,


agilidade na execução da obra, menor incidência de acidentes e estabelece a cultura da
construtora, além de beneficiar o meio ambiente.

Existem diversas formas de aplicar práticas sustentáveis no canteiro, em exemplo,


investir no armazenamento de materiais, buscando sempre armazenar em locais adequados
onde não ocorra estrago do material, em relação ao sol, chuva e umidade; Economia da água,
visando sempre a redução de desperdício e reaproveitamento durante todo o período da
construção; Proteção do solo, evitando contaminação do resto dos resíduos que venham
prejudicar o solo ou até mesmo a estrutura da obra, lembrando que o descarte correto dos
resíduos também deve existir e ter uma fiscalização adequada para essa etapa, seguindo sempre
o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), que identifica a
quantidade e classifica em categorias a melhor forma de descarte.

A principal forma de manter o canteiro de obra de forma correta, é investindo em


treinamento e sempre ressaltar a importância de boas práticas com a mão de obra que está
18

aplicada no local, sem a conscientização deles, é impossível manter boas práticas que se aplique
a sustentabilidade.

Segundo Degani, 201-, “É preciso planejar a desconstrução e a gestão do canteiro. O


ideal é inventariar todos os resíduos que serão gerados e aqueles que poderão ser
reaproveitados”.

Figura 2 - Canteiro de obras

Fonte: Pinterest. 2020

2.2.EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A Eficiência energética, pode se assemelhar ao uso dos recursos energéticos que são
basicamente recursos naturais que sejam capazes de obter energia. Sobretudo, a eficiência
energética é uma forma de uso racional da energia, onde está relacionada a novas oportunidades,
mais produtividade e um acompanhamento constante e inteligente.

A eficiência energética reduz o consumo, sem prejudicar o bem-estar. A energia


economizada é mais barata que a nova geração, o que resulta em mais confiabilidade
além de não exigir a construção de novas linhas de transmissão e evitar os impactos
socioambientais decorrentes da construção de novas usinas. (CBCS, 2015).

Esse processo pode ser aplicado a partir do início do projeto, deste modo, antes
mesmo de iniciar a obra, os responsáveis podem monitorar os efeitos, ações e causas que
podem ser geradas no ambiente da construção, verificando e podendo reduzir os maiores
impactos de consumo de energia.

Segundo o CBCS, 2015, “as edificações brasileiras são responsáveis por 50% do
consumo de energia elétrica no país”, e anualmente, “estima-se que 10% da energia gerada no
Brasil seja desperdiçada”. (Duarte, 2016).
19

O País dispõe de uma grande capacidade e diferentes fontes de recursos de eficiência


energética.

O Brasil tem uma matriz energética limpa quando comparada com a de outros países,
mas, mesmo assim, nem toda a energia tem origem em fontes renováveis, pois apenas
43,9% da oferta interna de energia (OIE) provem de fontes renováveis. Os restantes
56,1 % são provenientes de combustíveis fósseis e outras fontes não renováveis.
É através do uso racional da energia e da incorporação de fontes renováveis que se
pode alcançar uma maior sustentabilidade com relação ao consumo de energia.
(CBCS, 2009).

Quando é cogitado a eficiência energética, é significativo manter centrado os esforços


na construção civil. Além de gerar menos impactos no ambiente, gera também vantagens
financeiras.

Na tentativa de incentivar a sustentabilidade, o Inmetro em parceria ao PBE e


Eletrobras/PROCEL Edifica, estabeleceu etiquetas, que dependendo do critério de
desempenho, recebe nomes diversos (INMETRO, 2020).

Se chama Etiqueta Nacional de Conservação de Energia, e classifica os produtos em


faixas coloridas que variam da mais eficiente (A) à menos eficiente (de C até G,
dependendo do produto), além de fornecer outras informações relevantes (como, por
exemplo, o consumo de combustível dos veículos e a eficiência na lavagem e no uso
da água em lavadoras de roupa) (INMETRO, 2020).

Figura 3 - Etiqueta com classificações

Fonte: Inmetro, 2020


20

Pelo manual para etiquetagem de edificações públicas desenvolvido pelo Inmetro e seus
colaboradores (2014) é possível verificar as classificações que se aplicam a construção civil em
geral: A ENCE geral, que inclui envoltória, iluminação e condicionamento de ar; e a ENCE
parcial que inclui envoltória e iluminação artificial ou envoltória e condicionamento de ar.

Ainda assim, existem diversas certificações que se aplicam a construções no Brasil Thomé,
2016, verificando a possibilidade de uma construção sustentável ou não, sendo elas:

• Leadership in Energy and Environmental Design (LEED);


• Selo Procel de Edificações;
• Processo AQUA;
• Selo Casa Azul;
• Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE)
É necessário que seja implantado um planejamento estratégico para
eficiência energética em todo o país, feito por um órgão capaz de orientar e direcionar
os esforços de diversos atores. Este deve constituir uma parte estruturante do novo
"planejamento integrado de recursos" recomendado para o setor elétrico e o setor
energético em geral (CBCS, 2015).

Com o propósito de aplicar um método adequado à eficiência energética, é possível


utilizar tais técnicas como: pinturas claras nas paredes, dispositivo automático para ligar e
desligar energia, lâmpadas de led, painéis solares, uso de luz natural entre outros.

Figura 4 - Eficiência Energética

Fonte: Cebds, 2017


21

2.3.GESTÃO E ECONOMIA DA ÁGUA

No período de 2014 a 2016, o Brasil passou por uma crise hídrica muito agravante, que
afetou diversas regiões do país. Na época, acendeu um debate importante sobre o uso consciente
da água, uma preocupação que deveria estar sempre presente em todos os âmbitos.

O enfrentamento de uma crise hídrica, dependendo da abrangência e da


profundidade, exige planejamento não apenas da companhia de água e saneamento,
mas também de diversas instituições, particularmente das prefeituras e das entidades
gestoras de recursos hídricos. SABESP, 2015.

No caso da construção civil, o uso da água precisa ser refletido desde início da obra,
dado que a demanda da execução da construção tem um grande volume de água até o final do
processo. “No caso da indústria da construção, alterações na forma de conceber e projetar os
edifícios contribuem para redução significativa dos indicadores de consumo de água” diz CBIC,
2017.

De acordo com o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos
Recursos Hídricos (2019), estimasse que a construção civil consome cerca de 21% da água
tratada no planeta.

O uso eficiente da água se resume na tomada de decisões do usuário, que deve


desempenhar um consumo consciente. Quando uma obra é iniciada, seja uma reforma ou uma
nova construção, sempre há uma nova perspectiva de consumo eficiente de água, considerando
menores indicadores de consumo.

No canteiro de obras, a água é a matéria prima mais utilizada. De acordo CBCS (2009)
em média 50% da água potável fornecida para áreas urbanizadas é destinado para a construção
civil, mas em algumas localidades, como em Vitória (ES), essa taxa pode chegar a 84%.

Uma vez que, na maior parte dos edifícios produzidos no Brasil, ainda ocorre
desperdício de água, pode-se afirmar que praticar a sustentabilidade, no que se refere
à indústria da Construção Civil e ao insumo água, implica em entregar edifícios que
favoreçam o uso eficiente ao longo de sua vida útil. (CBIC, 2017).

Na prática, apesar de existir o projeto de lei 2427/19 já aprovado pelo Senado em 2019,
muito volume de água é desperdiçado, habitualmente por consequência de projetos e execuções
de edificações e uso inconsequente da população.

Ter uma obra sustentável é o ponta pé inicial para auxiliar na redução de desperdício de
água, é importante ter um sistema que realize captação da agua da chuva, para que a mesma
22

possa ser utilizada no lugar da agua encanada, e necessariamente, conscientizar os trabalhadores


de forma clara, também desenvolve um grande impacto na luta contra esse desperdício.

Segundo o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável:

As fontes alternativas de água mais utilizadas em sistemas prediais são o


aproveitamento das águas pluviais, a utilização de efluente tratado (“água de reuso”)
e os poços artesianos. Nesses casos, o edifício pode ser considerado “produtor de
água” e os gestores do sistema hidráulico tornam-se responsáveis pela qualidade e
pela forma de utilização dessa água. (CBCS, 2009)

O uso adequado de fontes alternativas de água, como a utilização de água da chuva,


sistema dual flux, torneiras inteligentes, medidores individuais e tecnologia para chuveiros e
duchas, podem reduzir esse consumo de 30% a 40% (CBCS, 2009).

Figura 5 - Desperdício de água na construção civil

Fonte: Eco debate, 2018

2.4.USO RACIONAL DOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS DE MENOR IMPACTO


AMBIENTAL

Entre o meio ambiente e o meio da construção existe uma grande falta de equilíbrio. O
uso de materiais na construção civil possui um grande obstáculo quando a questão é
sustentabilidade na área. Muitos materiais na construção têm mais confiabilidade por
23

serem mais utilizados, mas nem sempre são os melhores quando o assunto é meio
ambiente.

Segundo o CBCS, 2009 “a indústria dos materiais de construção civil, assim como toda
a economia global atual, foi formada por forças econômicas e não por princípios de ecologia”.

Através das ações humanas, a construção civil é o setor da economia que mais gera
impactos ambientais, sendo que 30% do uso de recursos naturais estão diretamente ligadas as
edificações das cidades (MMA, 2013).

É necessário entender que uma obra sustentável se inicia desde o projeto e vai
além do desmonte, podendo ser continuada mesmo após a conclusão da edificação. Os
materiais sustentáveis proporcionam uma nova perspectiva em relação a obra e meio
ambiente, tendo a capacidade de unir dois meios completamente diferentes.

Para reduzir o impacto ambiental, os materiais sustentáveis vêm ganhando um


grande espaço como alternativa ecológica e econômica para a construção civil. Através
desses materiais, existe a possibilidade de se construir de tudo, pois possuem resistência
e boa trabalhabilidade.

Cada material tem propriedades que o tornam mais eficiente em


determinadas aplicações e menos eficientes em outras. O consumo de material
necessário para cumprir determinada função — e o impacto ambiental associado —
depende da eficiência do material escolhido na aplicação desejada. Por exemplo, os
metais e a madeira têm maior resistência aos esforços de tração do que materiais
cerâmicos em geral. Esta eficiência, combinada com a vida útil esperada, fornece o
consumo de material. (CBCS, 2009)

Tendo em vista o consumo consciente dos materiais sustentáveis, diminuindo


desperdício e reutilizando os mesmos, uma obra sustentável trará benefícios não somente ao
meio ambiente, mas também uma grande vantagem de economia para o responsável.

É fundamental a verificação dos procedentes desses materiais, pois ainda segundo o


CBCS, 2009 “A fabricação da enorme massa de materiais de construção causa importantes
impactos ambientais, a extração de quase todas as matérias primas implica a destruição de
biomas importantes” Mesmo sendo materiais simples, como madeira, areia, argila, brita e
madeira que são produtos totalmente naturais, sua remoção de forma incorreta pode causar
diversos danos ambientes e poluentes.

Tornar a seleção do material de construção civil sustentável exercerá influência direta


no papel que esse setor possui na sociedade, já que a seleção do material é problema
complexo e não pode ser feita com base em um critério somente, mas através da
combinação de critérios ambientais, sociais e econômicos. (CBCS, 2009).
24

O uso de materiais reciclados é pouco conhecido, mas poderiam ser adotados na obra,
como exemplo: o concreto permeável que permite a penetração da agua, evitando alagamentos;
tijolos ecológicos que possui resíduos orgânicos em sua composição, mas mantem sua alta
resistência; replast que além de ser retirado dos oceanos, auxiliando na despoluição, também
pode ser utilizado como argamassa para fixação; containers onde sua utilização pode gerar uma
economia de até 30% em relação a uma obra convencional; ou como recurso 100% natural, a
madeira que pode ser usada para estruturas, ou até mesmo como decoração. (PEREIRA, 2019).

Segundo ZENID, 2001 “Estima-se que na construção civil os desperdícios com


materiais cheguem a 20% do total necessário para a execução da obra, estando a madeira entre
esses materiais”.

Com o uso consciente de material e utilização de meios sustentáveis, a construção civil


seria capaz de reduzir o impacto ambiental, se beneficiar com esse comportamento e ajudar a
natureza e a futura geração.

Figura 6 - Cadeia da Construção civil sustentável

Fonte: Revista Espacios. Vol. 34 (4) 2013

2.5.GESTÃO DOS RESÍDUOS NA EDIFICAÇÃO

Uma das principais causas dos impactos ao meio ambiente é a disposição inadequada
de resíduos, sendo gerados na construção civil, ou não, possuem diversas formas de causar
danos.
25

Os resíduos oriundos das atividades da construção civil não são exceção, e


podem se tornar parte deste problema caso não lhes seja dado o correto gerenciamento.
Mais ainda, sua gestão inadequada representa um grande desperdício econômico,
visto que estes não só constituem a maior fração em massa dos resíduos gerados nas
cidades, como em muitos casos são compostos em grande parte por material passível
de reciclagem ou reaproveitamento (COVAS, 2012)

Os Resíduos da Construção Civil, segundo a (CETESB, 2012 apud Política Nacional de


Resíduos Sólidos, 2010) são: “os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de
obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para
obras civis”.

Segundo o CBCS, 2007, o setor da construção civil gera 80 milhões de toneladas/ano


de resíduos, sendo um dos principais responsáveis pelos impactos ambientais. Ainda, é
estimado internacionalmente que 40% e 75% dos recursos naturais são utilizados pela
construção civil, gerando um grande acúmulo de resíduos. No Brasil, o setor da construção
produz cerca de 25% do total de resíduos (JUNIOR; ROMANEL, 2013)

Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das
atividades humanas sejam provenientes da construção. Tais aspectos ambientais,
somados à qualidade de vida que o ambiente construído proporciona, sintetizam as
relações entre construção e meio ambiente. MMA, 2014.

Para não prejudicar mais o meio ambiente, foi criada a Lei n° 12.305/10 em união com
a NBR 10004/2004 que contém algumas medidas que poderiam ser tomadas para amenizar
esses impactos. Como mostra na figura abaixo, existe uma classificação para cada resíduo:

Figura 7 - classe de resíduos

Fonte: Escola da engenharia, 2018


26

Ainda segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas as descrições das classes


são: Classe A é composta por resíduos reutilizados na própria obra; A classificação B são
materiais que podem ser reciclados para outros meios; Classificação C são materiais que não
podem ser reutilizados por não possui tecnologia de reciclagem para o reaproveitamento; e
classe D que não permite de forma nenhuma a reutilização desses materiais, por conta do perigo
de danos à saúde humana, animal e ambiental.

Segundo Torres, 2016. O Brasil produz aproximadamente, 84 milhões de m³ de resíduos


na construção civil e na demolição.

É necessário que seja realizado uma fiscalização pelos órgãos ambientais sobre o rumo
correto destes resíduos, tendo em vista que os elementos estruturais têm grande impacto
ambiental.

Para reutilizar esses materiais, seria necessária uma forma de monitoramento mais rígida
para organizar a demolição ou desconstrução dos elementos, dado que os materiais podem ser
danificados e misturados, que ocasionaria em maiores empecilhos para separá-los.

Figura 8 - Resíduos da construção civil

Fonte: Escola Engenharia, 2018.


27

3. MADEIRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A madeira foi uma das primeiras matérias primas a ser utilizada pela civilização, sua
disponibilidade excessiva permitia uma alta trabalhabilidade na execução de novas estruturas,
além disso a madeira foi essencial para o desenvolvimento do homem, pois o seu material é
fonte de aquecimento e luz, útil para preparo de alimentos e criação de embarcações e armas na
tentativa de ajudar o homem em sua sobrevivência. Com o tempo a evolução da tecnologia
desenvolveu outras formas técnicas com o uso da madeira. Hoje, é possível realizar projetos
extremamente complexos com esse material.

Com a exploração da madeira se intensificando e com a sociedade se desenvolvendo, o


equilíbrio das florestas foi comprometido, causando diversos impactos ambientais e o
desmatamento.

A retirada ilegal da madeira é a principal causa do desmatamento, segundo Zenid; IPT,


2009 “O desmatamento na região amazônica e suas consequências em relação às mudanças
climáticas no planeta, hoje, são repercutidos internacionalmente como o principal problema
ambiental do Brasil”.

A exploração ilegal de madeira é um grande problema no Brasil, e a Floresta Amazônica


é a principal afetada por esta atividade “50% da madeira retirada do bioma têm origem ilegal,
e grande parte é destinada ao mercado nacional”, diz Neher, 2020, ainda segundo a Interpol,
2020 “o comércio de madeira ilegal global movimenta entre 51 bilhões e 152 bilhões de dólares
por ano, ou seja, entre 208 bilhões e 622 bilhões de reais”.

Estimativas indicam que entre 43% e 80% da


produção madeireira da região amazônica
seja ilegal, advinda de áreas desmatadas ou
exploradas de forma predatória e
insustentável. Em média, 75% dessa
produção é destinada ao mercado interno.
Assim, há uma grande chance de que todas
ou grande parte das empresas que usam
madeira da região amazônica estejam
involuntariamente utilizando madeira de
origem ilegal ou predatória. (ZENID;
INSTITUTO DE PESQUISAS
TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO
PAULO S. A., 2009)

A figura a seguir, mostra as áreas mais afetadas pelo desmatamento no Brasil nos
últimos anos:
28

Figura 9 - Área desmatada no Brasil

Fonte: autoria própria, adaptação Jornal Usp, 2020

Segundo Zenid; IPT, 2009, a construção civil ganha como consumidora de madeira no
Estado de São Paulo, consumindo 15% do consumo nacional.

Para a seleção da madeira correta em qualquer fator de uso, é necessário verificar sua
procedência no ato da compra, verificando se há certificado de legalidade como o DOF(
Documentação de Origem Florestal), FSC( Forest Stewardship Council – Conselho de Manejo
Florestal), CERFLOR(sistema brasileiro de certificação florestal) e PEFC (Programme for the
Endorsement of Forest Certification Schemes - Programa de Endosso de Esquemas de
Certificação Florestal), além de considerar suas propriedades para que ela atinja um bom
desempenho e armazenar de forma correta. “Esse procedimento é primordial, especialmente em
países tropicais onde a variedade e o número de espécies de madeiras disponíveis na floresta
são expressões de sua biodiversidade” (IPT, 2013).

O que diferencia a madeira de outros materiais, é a possibilidade de reflorestar, aonde


árvores que foram plantadas com o intuito de serem extraídas dão lugar a novas arvores quando
retiradas. Esse processo não afeta o meio ambiente e não causa impactos ambientais, sendo
viável para o ramo da construção, pois pode ser usada em estruturas e tambem no acabamento,
sendo acessivel em qualquer etapa da construção.
29

Segundo Romagnano, 2017, é importante “Incrementar o desenvolvimento e a inovação


em técnicas construtivas em madeira, buscando melhorar a eficiência dos métodos
construtivos”

Figura 10 - Casa de madeira

Fonte: IPT, 2017


O uso que defendemos é o de madeira oriunda de planos de manejo
sustentável, dentro de uma perspectiva realista do mercado, gerando oportunidades de
negócios para a indústria do setor. A preocupação com a origem legal da madeira pode
ser enfrentada com a promoção do uso responsável. (ROMAGNANO, 2017)

Levando em consideração a importância do uso da madeira, a seguir será exemplificado


os tipos de madeira que são aplicáveis a construção civil, com o intuito de incentivar uma
construção totalmente sustentável com o elemento da madeira.

3.1.ANGELIM - PEDRA

A madeira Hymenolobium petraeum Ducke ou Leguminosae (IPT,1982), popularmente


chamada de Angelim, seu nome se deve ao fato de possuir uma mancha mais escurecida no
meio do tronco, e que se assemelha, a uma pedra.

Essa madeira é bem qualificada no ramo da construção civil e possui acessibilidade para
ser localizada, pois ela pode ser utilizada tanto para obras quanto para moveis na parte interna
e externa de uma residência.
30

Figura 11 - Madeira Angelim

Fonte: G1 globo, 2019

3.1.1. Uso na Construção Civil

O Angelim possui um fácil manuseio e uma alta resistência, sendo um material bem
recomendado e muito utilizado na construção civil. Dispõe de muita durabilidade, quando o
material é bem tratado, e não exposto ao tempo.

Por ser uma madeira durável contra fungos apodrecedores e resistente a cupins de
madeira seca, o Angelim é mais aplicado em: Portas, janelas, vigas, caibros (para telhados),
venezianas, caixilhos, marcos, batentes, alizares, lambris (revestimento de madeira), forro de
madeira, partes secundárias das composições, lâminas para decoração e ripas. (IPT.2020).

Quando molhada, seu material fresco exala um odor que desaparece em algumas
semanas devido à demora da secagem ao ar livre, e tendo a tendência de torção e arqueamento,
quando são secadas em estufas.
31

Figura 12 – Estrutura de telhado angelim

Fonte: Madeiras & Madeiras, 2020

3.2. PAU MARFIM

A madeira Balfourodendron riedelianum (Engl), Rutaceae. (IPT,1982), conhecida como


Pau-Marfim, é encontrada em sua maioria na região sul e sudeste do Brasil. Sua madeira tem
alta resistência, principalmente quando trabalhada sob pressão, tendo uma ótima
permeabilidade, mostrando também, uma madeira com grande durabilidade, capaz de ser
aplicada em inúmeras empregabilidades, tais elas como a construção civil.

Por ainda não sofrer perigo de extinção (Ministério do Meio Ambiente, 2014), é
necessário averiguar a procedência de sua origem, certificando- se se existe um comprovante
de extração legal, pois caso contrário, é possível que comprometa a espécie, tornando-a uma
das ameaçadas.
32

Figura 13 - Pau Marfim

Fonte: Sitio da mata, 2020

3.2.1. Uso na construção Civil

O Marfim pode ser utilizado para a fabricação de inúmeros materiais, tais como: caibros,
rodapés, vigas, pisos de madeira, tacos e assoalhos, ripas, móveis, painéis, forros e molduras.

Derivado da madeira do Marfim, as lâminas são utilizadas para revestir móveis, sendo
que é preciso escolher aquelas que possuem uma superfície lisa. (Parquet SP,2020).

A madeira do marfim é considerada uma madeira pesada, ela contém um baixo teor de
resina, e por não conter proteção natural para o apodrecimento, a madeira precisa ser tratada,
impermeabilizada e ter tratamento contra insetos e fungos para o aumento de sua durabilidade.
33

Ela demonstra fácil trabalhabilidade e aceita muito bem os trabalhos em torno, também
para desdobro, pode ser aplainada e colada com sucesso. (Parquet SP,2020).

Figura 14 - Piso de pau marfim

Fonte: Piso Piso Arte, 2020

3.3. PINUS-ELIOTTI

A madeira Pinus Elliotti Engelm, Pinaceae (IPT,1989), conhecida como Pinus é


diferenciada pelo seu multiuso porque, após o corte, sua madeira pode ser destinada à diversas
indústrias: Indústria laminadora, que a utiliza para fabricação de compensados; Indústria de
serrados, que a transforma em madeira beneficiada ou é convertida em móveis; Indústria de
papel e celulose, o Pinus representa 30% das plantações, ele é importante porque contribui com
as fibras longas, imprescindíveis na fabricação de papéis, que exigem maiores resistências e
melhor absorção de tinta; Indústria de MDF e, mesmo o seu resíduo, têm sido aproveitados
como biomassa para geração de vapor e energia (MARTO,2009).
34

Figura 15 – Madeira Pinus

Fonte: Semente caiçara, 2020.

3.3.1. Uso na construção civil

Levando em consideração o uso na construção civil, segundo o IPT,2020 pinus é


utilizado em cordões, guarnições, rodapés, forros e lambris e, também para usos temporários,
em fôrmas para concreto, pontaletes e andaimes.

Na parte decorativa, o Pinus pode ser associado a móveis standard, partes internas de
móveis, móveis torneados (para exportação), cabos para vassouras, palitos de fósforo,
compensados, laminados, torneados, brinquedos, embalagens, paletes, bobinas, carretéis,
pincéis etc. (IPT, 2020).

Um dos maiores benefícios da Madeira de pinus-eliotti é simplicidade de ser trabalhada.


É fácil de desdobrar, aplainar, desenrolar, lixar, tornear, furar, fixar, colar e permite bom
acabamento. (IPT, 2020).

Segundo o IPT, 2020, a maior dificuldade de utilizar esse tipo de madeira, é que as
observações realizadas e complementadas por ensaios em laboratório, permitiram considerar
esta madeira como susceptível ao ataque de fungos (emboloradores, manchadores e
apodrecedores), cupins, brocas-de-Madeira e perfuradores marinhos.
35

Figura 16 – Forro de Pinus

Fonte: Carpintaria Rezende, 2018

3.4.IPÊ

Segundo o IBF, 2020 a árvore Ipê é conhecida por sua grande beleza, pode ser
encontrada por todo o território brasileiro. Seu nome tem origem da língua indígena tupi e
significa casca dura, e sua maior utilidade, era a criação de arcos de caça e defesa com a casca
da sua madeira. Sendo assim, seu uso vem sendo aproveitado desde os tempos antigos por conta
da sua boa qualidade.

O ipê floresce de julho a setembro e frutifica em setembro e outubro. Sua madeira possui
a cor castanho-oliva ou castanho-avermelhada, e com veios resinosos mais escuros
(Vainsencher, 2008).

A madeira Ipê possui uma variedade de espécies do gênero Tabebuia e Handroanthus,


sinônimos e ambos da família Bignoniaceae. Uma árvore de grande porte (IPT, 2020).
36

3.4.1. Tipos de Ipê e seus nome científicos

3.4.1.1. Branco - Handroanthus roseoalba ou Tabebuia roseoalba (IBF, 2020)


Podem ser encontradas nas regiões do sudeste e centro-oeste, podendo chegar cerca de 7 a 16
metros de altura e seu tronco de 40 a 50 cm de diâmetro, , podendo ser encontradas até em tons
rosados, floresce de agosto a outubro.

3.4.1.2. Amarelo - Handroanthus ochraceus ou Tabebuia ochracea (IBF, 2020)


Podem ser encontradas nas regiões centro-oeste, sudeste e sul do Brasil, podendo
chegar cerca de 6 até 14 metros de altura e tronco de 30 a 50 cm. Suas flores são amarelas e
costumam florescer a partir do final de julho até setembro.

3.4.1.3. Ipê Amarelo da Serra - Handroanthus albus ou Tabebuia alba (IBF, 2020)
Podem ser encontradas apenas nas regiões sudeste e sul, comparadas as outras, esta
espécie costuma ter um estatura maior, podendo alcançar de 20 a 30 metros de altura, e o tronco
de 40 a 60 cm, suas flores são amarelas e florescem de julho a setembro.

3.4.1.4. Amarelo do Cerrado - Tabebuia aurea ou Handroanthus caraíba (IBF, 2020)


Podem ser encontradas nas regiões amazônica e nordeste até o Sudeste, frequente no
cerrado, na caatinga e no pantanal mato-grossense, podendo alcançar 12 a 20 metros e seu
tronco é tortuoso com diâmetro de 30 a 40 cm, com casca suberosa. Floresce de agosto a
setembro apenas.

3.4.1.5. Rosa - Tabebuia avellanedae ou Handroanthus avellanedae (IBF, 2020)


Ocorre com mais frequência no Sul do país, desde o Mato Grosso do Sul até o
Rio Grande do Sul, podendo alcançar de 20 até 35 metros de altura, com tronco ereto e
cilíndrico de 60 a 80 cm de diâmetro. Suas flores possuem tons de rosa e roxo, floresce
de junho a agosto. É a espécie de ipê mais comum no paisagismo do sul do Brasil.

3.4.1.6. Roxo - Handroanthus heptaphyllus ou Tabebuia heptaphylla (IBF, 2020)


Podem ser encontradas nas regiões principalmente no nordeste e sudeste do país,
podendo alcançar altura média de 10 a 20 metros e corre, seu tronco tem de 40 a 80 cm de
diâmetro e é revestido por casca áspera cinzenta. Suas flores são roxas e aparecem durante julho
até setembro. Entre todas, ela é a espécie mais popular do paisagismo do nosso Brasil.
37

3.4.1.7. Roxo Bola - Handroanthus Impetiginosus ou Tabebuia impetiginosa (IBF,


2020)
Esta espécie também é mais comum nas regiões do nordeste e sudeste do Brasil, sua
altura é entre 8 a 12 metros e seu tronco pode chegar até 90 cm de diâmetro. Sua flores também
Figura 17 - Ipês são
roxas, porém a floração acontece durante o mês de maio até agosto. É uma árvore muito
admirada para arborização e paisagismos.

Fonte: Pinterest, 2020

Em pesquisa, cientistas americanos descobriram que alguma substância composta na


casca do ipê-roxo tem potencial para matar um certo tipo de célula cancerígena de pulmão.
Ainda não foi divulgado qual a espécie de ipê roxo” (Instituto Brasileiro de Florestas, 2020)

Além de traz outros benefícios para a saúde, tais como: anti-inflamatórias, analgésicas,
antibióticas, combate bactérias, combate a sinusite, melhora a saúde da pele, combate a
psoríase, aumenta glóbulos vermelhos

A casca interna do ipê-roxo é rica em flavonoides, saponinas e contém glicídios,


proteínas, lipídios, vitaminas e sais minerais. Outra substância presente no ipê é o lapachol,
com ação anti-inflamatória, analgésica, antiviral, antifúngica, antioxidante, antibiótica e
antineoplásica (Saldanha, 2020).
38

3.4.2. Uso na construção civil

O Ipê possui uma grande resistência ao apodrecimento e boa durabilidade, pode ser
considerada uma madeira nobre. Por ser uma madeira fácil de ser encontradas, é muito
procurada para moveis e principalmente na parte de acabamento e decorativa da construção,
também podem ser empregadas nos seguintes tipos de utilidades na Construção Civil: Pontes,
dormentes, ferroviários, cruzetas, defensas, vigas, caibros, portas, janelas, batentes. E por fim,
na parte mais decorativa, guarnições, rodapés, forros, lambris, tábuas, tacos, parquetes e
degraus de escada.

Essa madeira é tão densa que, geralmente precisa ser perfurada antes de ser
parafusada. Por isso, que muitas pessoas comparam a resistência do ipê à resistência
do aço. Esse tipo de madeira é fácil de lixar, pregar ou parafusar, mas possui
problemas com colagem, sendo empregada para diferentes finalidades. (Kapor-2019)

Figura 18 – Deck feito com madeira ipê

Fonte: Madeireira Imobilis, 2016

3.5.PINHO DO PARANÁ

A madeira Araucária Angustifólia mais conhecida como Pinho do Paraná é considerada


uma importante árvore nativa do Brasil. Durante muito tempo, essa espécie passou por
exploração indiscriminada. E, hoje, está entre as espécies ameaçadas de extinção.

Especialmente no que se refere à construção civil, com a exaustão das florestas nativas
das regiões Sul e Sudeste, a fonte de suprimento de madeiras tropicais transferiu-se
para a região amazônica. Tal mudança provocou a substituição das madeiras de pinho-
do-paraná e da peroba-rosa, que eram tradicionalmente utilizadas no setor, por outras
39

madeiras, frequentemente desconhecidas pelos usuários e, geralmente, inadequadas


ao uso pretendido (IPT 2013).

Por anos essa madeira foi aplicada a construção civil, devido a sua boa resistência,
porém pela sua ameaça em extinção, hoje não é mais comercializada legalmente.

Figura 19 - Pinho do Paraná

Fonte: Secretária de Infraestrutura e meio ambiente, 2016

3.5.1. Uso na construção civil

A Madeira pinho possui uma boa resistência, fácil trabalhabilidade tanto com
ferramentas manuais ou máquinas, possui “facilidade de desdobrar, aplainar e colar permitindo
bons acabamentos superficiais” (IPT, 2020 apud Jankowsky,1990).

Entretanto, é muito vulnerário aos fungos causadores da mancha azul, cupins e


perfuradores marinhos, e caso ocorra compressão, pode haver distorção durante o aplainamento
e secagem ao ar livre e sua secagem em estufa tem que ser controlada, para obter uma boa
qualidade.

O Pinho do Paraná pode ser utilizado em diversos lugares da construção civil, como em
ripas cordões, guarnições, rodapés, forros, lambris, pontaletes, andaimes, fôrmas para concreto,
móveis estândar, partes internas de móveis, e decorativos.
40

Figura 20 - Escada feita de Pinho do Paraná

Fonte: Cedro Madeireira, 2020

3.6.BAMBU

Segundo DRUMOND, P. M.; WIEDMAN, G, 2017, “O bambu (ou taboca, taquara,


entre outros diferentes nomes existentes no Brasil) é uma gramínea de ampla distribuição
geográfica. Existem no mundo em torno de 1.300 espécies de bambu.”

O material do bambu tem um crescimento natural muito rápido, sendo assim, existe a
oportunidade de reduzir o desmatamento com sua utilização, além de não ocorrer desperdício
de sua madeira, dado que todo o material é reaproveitável.

“A extração do bambu é menos danosa ao meio ambiente; além disso, o material ajuda
a prevenir erosões e regular as águas subterrâneas, é biodegradável, renovável e não poluente”.
(Tagliani 2017).
41

Figura 21 - Bambu

Fonte: China na minha vida, 2020

3.6.1. Uso na construção civil.

Por ser uma planta resistente, durável e flexível, a utilidade do bambu deslumbra, o
bambu pode ser utilizado em áreas externas, estrutura, vigas, pilares e telhados, além de ser
muito utilizado em decoração interior.

Segundo o professor Ghavami, 2002, “o material é resistente o suficiente para substituir


o aço em algumas estruturas, além de não poluir, ser renovável, forte e flexível”.

As desvantagens que o bambu possui é ser um material muito inflamável quando está
seco, portanto é necessário ser coberto com material a prova de fogo, e caso o bambu seja
mantido muito tempo em contato com o solo, o material pode facilmente apodrecer (Cidades
Verdes, v.04, n.10, 2016, pp. 95-103).

Outro aspecto que pode interferir na utilização do bambu é o fato de que os colmos dos
bambus não são 100% retos e a distância dos nós é variável, não permitindo assim uma
modulação adequada (Oliveira, 2013 apud Judziewicz et al., 1999).

Na figura a seguir, é possível verificar uma construção feita de bambu.


42

Figura 22 - Catedral Alterna Nuestra Señora de la Pobreza

Fonte: Plataforma arquitectura, 2018


43

4. MADEIRA DE REUSO

A extração descontrolada de madeira intensifica o desmatamento causando danos e


consequências para a humanidade, tendo em vista que a madeira é um dos recursos naturais
mais abundantes do planeta e mais utilizados na indústria em toda a história.

Segundo Molina e Calil Jr (2010) “É importante frisar que a madeira, quando bem
utilizada, consiste num material competitivo com alternativas de construção”, a madeira
apresenta várias vantagens, pois é um material renovável e pode ser facilmente reutilizável.

O início da tecnologia de reutilização de materiais da construção civil se deu após a 2°


Guerra Mundial, a partir da reconstrução de cidades europeias (Levy, S, M.; Helene 1995 apud
WEDLER; HUMMEL, 1946), ainda segundo Abrecon 2020 apud Levy, S, M.; Helene 1995
“Assim, pode-se dizer, que a partir de 1946 teve início o desenvolvimento da tecnologia de
reciclagem de entulho da construção civil”.

Desta forma, ações no sentido de reduzir resíduos provenientes da construção tiveram


início década de 1940 em cidades da Europa, enquanto no Brasil, somente no início de 2000,
dado que as políticas públicas para os resíduos gerados na construção civil só foram criadas
pela Conama em 2002, com a resolução 307.

Após 8 anos da resolução 307, o Governo brasileiro aprovou a Política Nacional de


Resíduos Sólidos (PNRS), por intermédio da Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010, que define
a forma como o país deve tratar os resíduos, incentivando a sustentabilidade e a reciclagem.

É necessário destacar que a humanidade e o meio ambiente seriam os maiores


favorecidos com a utilização da madeira de reuso, dado que, reutilizando, evitaria impactos
ambientais, diminuição do desmatamento e redução de resíduos em construções civis.

Em entrevista exclusiva para o presente trabalho, Benetti ressalta que cada vez mais o
mercado consome materiais recicláveis:

Dessa forma, além das madeiras tropicais que são nossa matéria prima básica,
utilizamos também cada vez mais material de florestas plantadas, na forma de
esquadrias e VLC (sempre atendendo ao projetos de clientes), assim como
componentes oriundos de madeira reciclada (demolição). Benetti. 2020

A madeira de reuso provém da demolição de diversas construções e sua retirada pode


ser negociada em obras de demolição. Seus benefícios são diversos, o primeiro é que esse
material está conectado a sustentabilidade, pois muitas madeiras de reuso são de origem nobre
44

e estão em risco de extinção, sendo reutilizadas ganham novas utilidades, e por não serem
extraídas do meio ambiente não causam significativos impactos ambientais.

Para Lima, 2018 a madeira de reuso é considerada resistente:

O Material também pode ser considerado estável, ou seja, ele já passou por tantas
adversidades de temperatura por exemplo que se tornou mais resistente. Essa madeira
então não corre tanto risco de trincar ou desgastar de forma não recuperável, essas
peças geralmente contam com um bom índice de reaproveitamento.

Após a retirada do material é necessário que a madeira receba tratamento, para que não
haja fungos e cupins, logo após, madeira deve ser lixada. Em seus passos finais de recuperação,
é verificado onde a madeira pode ser utilizada e, por fim, passa por um procedimento térmico
para certificar sua resistência (COSTA, 2017).

De acordo com Yuba 2005, p. 188, a madeira apresenta vários proveitos como agilidade,
pouco desperdício e o valor da mão de obra, que devem ser mais bem explorados para favorecer
o usuário.

Em entrevista concedida para essa pesquisa, Oliveira, 2020 demonstra a importância da


madeira de reuso para a construção:

O reuso da madeira na construção é algo a ser pensado assim com o reuso de qualquer
material da construção e de objetos do nosso dia a dia, como responsabilidade de todos
nós para a preservação do meio ambiente. Mas tão importante quanto o reuso, é o uso
da madeira com certificação de manejo sustentável, sendo algo que devemos priorizar
em relação a materiais que não tenham um ciclo de vida renovável. (Oliveira, 2020).

Ainda para Dionizios, 2017 “A madeira de demolição se transformou em um material


de luxo, usado em projetos e móveis com alto valor agregado”.

O grande diferencial da madeira de reuso está em seu desgaste devido a longos períodos
de exposição ao diversos climas, apresenta uma textura única, com marcas de uso, lineares em
seus veios, tornando cada madeira diferente e com aspecto inigualável. Além disso, “a madeira
tratada tem seu custo final cerca de 40% menor que madeiras nativas, também chamadas
Madeira de Lei” (Usina Araucária - Madeiras Tratadas, 2020), dependendo do uso, pode-se
escolher qual o nível da textura.

A imagem a seguir mostra essa as diferenças de texturas da madeira de demolição:


45

Figura 23 - Textura da madeira de demolição

Fonte: Navarro, 2020

Os tipos de textura são classificados como madeira aparelhada, a qual é lixada e polida,
tendo uma superfície totalmente lisa; a madeira lisa sem lixar, que possui uma leve textura;
madeira ½ rustica que tem uma textura mediana; e a madeira rustica que tem uma alta textura.
(NAVARRO, 2020).

4.1.USO DA MADEIRA DE DEMOLIÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Dionizios, 2017 “A utilização da madeira de demolição pode ser infinita,


dependendo apenas da imaginação do arquiteto ou do designer” portanto a madeira reciclada
de casarões, galpões e ferrovias antigas, pode ser utilizada em diversos lugares da construção
civil.

Existem algumas recomendações quanto ao cuidado da madeira de demolição.

“a recomendação é evitar que os móveis estejam em contato direto com a terra porque
eles podem apodrecer ou sofrer ataques de pragas, como cupins e carunchos”. Já
dentro de casa, deve-se ter atenção, inicialmente, ao posicionamento dos móveis, não
é indicado que as peças tenham contato direto com o sol, porque podem escurecer, e
nem com calor excessivo, que faz a madeira entortar”. (Nascimento, 2013).

Para Colnaghi, 2020 “a madeira de demolição ganhou status. Hoje é um nobre elemento
em construções e até mesmo na criação de portas, deques, janelas, mesas, cadeiras, pisos e
móveis.”
46

A madeira de reuso por princípio é utilizada como escoramento, andaime, forma, vigas
e pilares, telhados, assoalhos, paredes, fachadas e escadas dentro da construção civil.

Pelo lado mais decorativo, é possível vê-la em moveis, revestimentos de pisos, paredes,
painéis, janelas, portas, armários, mesa de quarto, espelho de lavabo, estantes, mesas, sofá,
suporte de canecas e suporte para chaves.

Hoje, com a tecnologia tão avançada, é possível basear uma construção completa apenas
com a madeira de reuso, sendo ela de demolição, ou madeira de reflorestamento, tendo a
possibilidade de uma construção 100% sustentável, desde a construção até sua decoração.

Madeira de demolição é uma forma nobre de expressão na realização de um projeto


arquitetônico, desde o mais simples até o mais sofisticado, pois seu objetivo de
trabalhar o contraste entre o antigo e o moderno é realçado, resultando em belíssimos
trabalhos, com elegância e responsabilidade ecológica (COSTA, 2017).

Abaixo, é possível verificar construções e ambientes decorativos, onde a madeira de


demolição é aplicada.

Figura 24 - Chalé de madeira de demolição

Fonte: Pinterest, 2020

.
47

Figura 25 - Área interna com madeira de demolição

Fonte: Tua casa, 2020


48

Figura 26 - vigas e pilares expostos de madeira de demolição

Fonte: Viva Decora, 2019


Figura 27 – Parede e teto com madeira de demolição

Fonte: Limão na água, 2020


49

5. CONCLUSÃO

A sustentabilidade para a construção civil é algo fundamental, porém, aplicar e


desenvolver tecnologias que não agridam o meio ambiente e ainda sim, possuem resistência e
qualidade pode ser um desafio por não ter investimento necessário.

De acordo com Ferreira, 2020 “as construções sustentáveis são mais baratas, geram
menos manutenção e são construídas mais rapidamente, com maior planejamento e com
melhores níveis de conforto para os usuários”.

Nesse caso, é fácil concluir que dentre todas as madeiras abordada nessa pesquisa, a
madeira de reuso é a mais indicada para construções, além de não causar impactos ambientais
e ter um ótimo custo benefício, auxilia na diminuição de gases e poluentes, não gera resíduos
e, ainda possui propriedades de tecnologia sustentável e resistência, sendo confiável e não
degradante ao meio ambiente. Dado que diversos países utilizam esse material como principal
fonte da construção civil, seria primordial que o Brasil investisse neste e novos meios
tecnológicos de construção sustentável.

Coelho 2015 cita que “Medidas como essas, que visam o respeito ao meio ambiente e o
desenvolvimento sustentável da sociedade, mostram que temos todas as ferramentas possíveis
para contribuir para um mundo mais sustentável, seja dentro ou fora do universo empresarial.
Basta querer.”

Sendo assim, além do investimento na construção civil, é importante ressaltar a


conscientização da população e dos profissionais, para que optem por obras sustentáveis e
deixem de lado pré-conceitos estabelecidos para o uso de madeira de reuso. “Acredito que um
profissional que entenda e saiba defender as propriedades e qualidades da madeira não há por
que termos dificuldade de acharmos clientes para esse mercado” diz Oliveira, 2020.
50

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Acesso em: 24 nov. 2020.
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ANEXOS

Entrevistas concedidas para o trabalho de conclusão de curso.

Entrevistados Rafael Oliveira, especialista em madeira do escritório Bernardes


Arquitetura e José Pedro Benetti da empresa Vimadem.

1 – Em relação a custos, em média, quanto custaria uma casa de médio padrão em


madeira em comparação a uma construção de médio padrão convencional?

Oliveira: Levando em consideração apenas a estrutura em madeira (vigas e pilares) o


custo assim como em edificações metálicas ou de concreto variam de acordo com a
complexidade do projeto, tamanho dos vãos e assim por diante. Mas num contexo geral o custo
por metro quadrado varia de 550 reais a 750 reais em média. Isso considerando 1 laje (piso ou
cobertura) e pilares

Benetti: Como se deduz do exposto acima, o fato de vender apenas o kit e atribuir ao
cliente a administração direta da sua obra implica num custo final menor da obra pronta. Dessa
forma, nossa experiência indica que construindo a casa com sua administração direta o
comprador pode chegar a preços finais por m² da ordem de R$ 1.700,00 a R$ 1.800,00. Caso o
cliente compre o kit e contrate um empreiteiro para executar e administrar todas as etapas da
sua obra, o custo final pode ficar numa faixa entre R$ 2.000,00 e R$ 2.200,00 por m². Em
tempo: os kits Vimaden têm custo final mais elevado que a média de casas de madeira
oferecidas no mercado, por conta de uma série de diferenciais quanto a seleção de matérias
primas, robustez de componentes, garantias e assistência pré e pós-venda. Em relação ao
comparativo madeira X alvenaria no tocante a custos finais, sabemos que a alvenaria é
seguramente mais cara, além de muito mais demorada em sua execução, mas fica difícil
estabelecer números, dada a infinita variação de qualidade e preços entre os diversos materiais
que constituem uma casa de alvenaria.

2 – Qual a maior dificuldade que vocês encontram para realizar essas construções?

Oliveira: Hoje não há muita dificuldade em realizar essas construções, muito pelo
contrário, as estruturas em madeira hoje com as empresas que temos no mercado tem como
premissa uma industrialização e agilidade na execução que só gera benefícios.

Benetti: como não realiza a construção propriamente dita, pergunta não aplicável.
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3 – Em relação a mão de obra especializada, é difícil encontrar profissionais


qualificados?

Oliveira: Temos atualmente no mercado brasileiro a poucas empresas que trabalham


com estruturas de madeira engenheirada (MLC), porém se analisarmos a estrutura de madeira
e conhecimento de carpintaria, ainda encontramos bons profissionais e mestres. Acredito que o
aumento da demanda através de projetos naturalmente aumentará o número de profissionais e
empresas qualificadas.

Benetti: A mão de obra especializada necessária para a montagem de nossas casas é o


carpinteiro montador. Temos equipes treinadas espalhadas por vários estados brasileiros, que
podem ser indicadas para a montagem onde quer que se realize a obra, inclusive no exterior.

4 – Quais as madeiras mais utilizadas por vocês? Já realizaram alguma construção com
madeira de demolição?

Oliveira: As madeiras mais utilizadas para estruturas engenheiradas hoje (MLC e CLT),
são madeiras de reflorestamento como Pinus e Eucalipto. Para estruturas em madeira nativa o
importante é escolher madeiras de alta densidade como Ipê, Massaranduba, Itaúba, Cumarú
entre várias outras espécies e daí o importante é validar a origem da madeira a ser utilizada e
disponibilidade no mercado. As madeiras de demolição são utilizadas muito para piso, forro e
revestimentos nos projetos, o uso delas em estruturas não é muito usual.

Benetti: Utilizamos madeiras tropicais de alta densidade, oriundas de projetos de manejo


florestal sustentado. As espécies mais utilizadas são: bagassa guianensis (tatajuba), dipteryx
odorata (cumaru), astronium lecointei (muiracatiara) e vatairea sericea (sucupira amarela). Já
usamos madeira de demolição, principalmente em projetos para exportação. Esse uso depende
muito da especificação do cliente, pois há duas formas de aproveitamento do material: da forma
bruta, como sai da demolição, eventualmente apenas com cortes de topo para ajuste em obra
(nesse caso, o comprador tem que estar ciente do aspecto bruto, desgastado e manchado das
superfícies, ou seja, deve gostar do formato rústico); e o material reciclado com tratamento de
superfície, aplainado, lixado, etc: esse produto é bem mais caro até que a madeira natural nova,
pois geralmente material de demolição vem com fragmentos de pregos e parafusos incrustados,
que não se consegue retirar previamente (além disso, o serviço de retirada desses objetos
metálicos é demorado e notadamente insuficiente), o que causa inúmeros danos ao maquinário
de beneficiamento.
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5- Por que optaram por esse meio de construção? Qual a opinião de vocês referente a
reutilizar madeira nas construções?

Oliveira: A opção para o uso da madeira na construção levaria um longo discurso, mas
acho que pontos importantes e relevantes é sim o ciclo de vida da madeira que deixa uma pegada
ambiental baixíssima comparada a outros componentes estruturais. Sua agilidade e
racionalidade de uso e a delicadeza de encaixes e sistemas de fixação que deixam os elementos
estruturais visualmente elegantes e bonitos de serem aparentes ajudam assim como a estética
na escolha do material. O reuso da madeira na construção é algo a ser pensado assim com o
reuso de qualquer material da construção e de objetos do nosso dia a dia, como responsabilidade
de todos nós para a preservação do meio ambiente. Mas tão importante quanto o reuso, é o uso
da madeira com certificação de manejo sustentável, sendo algo que devemos priorizar em
relação a materiais que não tenham um ciclo de vida renovável.

Benetti: A Vimaden foi fundada inicialmente com vistas à exportação de casas,


principalmente para Portugal, Espanha e França, já que a receptividade de casas de madeira
nesses países é significativamente maior que no Brasil. Com o tempo, fomos notando que há
nichos no mercado interno para casas de madeira de qualidade, o que nos levou a desenvolver
produtos customizados adequados para atendimento do mesmo. Dessa forma, além das
madeiras tropicais que são nossa matéria prima básica, utilizamos também cada vez mais
material de florestas plantadas, na forma de esquadrias e VLC (sempre atendendo ao projetos
de clientes), assim como componentes oriundos de madeira reciclada (demolição).

6 – É mais difícil encontrar clientes que optam por esse tipo de construção?

Oliveira: No início existiam sim pré-conceitos quanto ao uso da madeira, mas hoje com
o volume de obras já executadas e com a tecnologia e conhecimento científico desenvolvido
para a qualidade de seu uso na construção, acredito que um profissional que entenda e saiba
defender as propriedades e qualidades da madeira não há por que termos dificuldade de
acharmos clientes para esse mercado.

Benetti: Em geral, é difícil vender casa de madeira no Brasil, por conta de uma série de
ideias preconcebidas que não se sustentam, relacionadas com qualidade, durabilidade, estética,
etc. Mas como disse acima, há nichos já bastante esclarecidos sobre as vantagens da construção
em madeira, que permitem uma infinidade de variações arquitetônicas e muita flexibilidade na
utilização de componentes.
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