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HISTORIA- DE ILHABEL…
HISTORIA- DE ILHABELA -PROLOGO MIX-
TESOURO DA TRINDADE

DESCUBRA ILHABELA

Jeannis Michail Platon, mergulhador, escritor...

DESCUBRA ILHABELA

Continuação de nossa viagem – parte XVI –

Barreiros à Santa Tereza

Praia do Barreiros

Com seus 600 metros de extensão e voltada para o continente, abrigou intensa
atividade pesqueira na década de 1960. No local, ainda há vestígios de trilhos
para pequenos vagões usados para o transporte de gelo e peixes. Durante a
construção do Porto de São Sebastião, a praia serviu de canteiro de obras e
pedreira para a formação dos píeres. Localizada a apenas 1 km da vila, é uma
verdadeira raia para prática dos esportes de vela. Um lugar de sossego e
belíssimo visual. Um pedaço de Ilhabela está em São Sebastião. Trabalhos de
extração de pedras para a construção dos pilares do Porto.
Saco do Indaiá

Pequena e acolhedora, esta praia oferece variados serviços. De mar calmo, bem
próximo à Vila, tem em suas imediações o Yacht Club de Santos, Base de
Ilhabela. Em 1947, um grupo de amigos considerou que era chegada a hora de
encontrar um local protegido e seguro para guardar seus barcos, a maioria
veleiros. Em São Paulo, foi feita a primeira reunião. Surgia assim o Guarujá
Yacht Club, que logo se tornou Yacht Club de Santos. Possui uma base de apoio
no Saco do Indaiá. Nele os sócios contam com uma estrutura completa para
navegar e realizar paradas entre o litoral paulista e fluminense, além de inúmeros
serviços e cobertura de rádio.
Praia da Santa Tereza

A praia dos pescadores a o lado da Vila. Bom local para comprar o peixe do dia e
apreciar o movimento náutico nos atracadouros. Um lugar perfeito para
caminhada e reflexão, em meio a lindas imagens que lá podemos vivenciar: a
cultura caiçara, o verde e o vaivém multicolorido das embarcações. As trilhas
entre as pedras convidam para novos lugares. CONTINUA NA PRÓXIMA
SEMANA...

Continuação de nossa viagem – parte XV – Sino ao Viana

Praia do Sino

“Uma das cousas mais notáveis da ilha são as pedras sonantes ‘pedras de sino’,
que se acham no fim do promontório e em parte no mar na extremidade norte da
Praia de Guaripucaia. Batendo-se nestas pedras produzem um som de bronze,
muito forte e de graduação vária. Antigamente batia-se nas pedras para avisar as
canoas”. Excelente para banho. Assim é a Praia do Sino ou Garapocaia, pedra
que canta batizada pelos índios. Há milhões de anos, quando da formação da
Ilha, surgiram nas areias, como gotas de metal, as pedras sonantes, ricas em
minério. Por isso, funcionam como sinos naturais e são consideradas marco
turístico do arquipélago. Seu som metálico teria afugentado, milagrosamente, os
piratas que atacavam as vilas de Ilhabela e São Sebastião. Uma passarela leva a
estas pedras milagrosas. A orla da praia é sombreada e a paisagem a torna um
destino imperdível.
A lenda do Cristo e as Pedras de Sino

Diz uma lenda que, numa noite de 29 de outubro de 1647, os moradores de


Ilhabela foram acordados por sons metálicos, oriundos das famosas pedras do
sino. Ao concerto dos carrilhões da natureza, juntou-se o repique da sineta da
singela capela da Ilha. Todos foram às ruas, assustados. Notaram no mar uma
intensa claridade vinda de um barco com um trono prateado, nele, uma imagem
do Senhor Jesus, rodeada de velas. Ao passar em frente à Vila de São Sebastião, a
iluminada embarcação foi saudada pelos sinos da igreja local. A magnífica visão
rumou mansamente pelo canal, indo pelo lado norte. Pela manhã, o espanto de
todos ao saberem que os responsáveis pelos campanários não haviam tocado os
sinos, pois não estavam em seus postos naquele momento. Meses depois, soube-se
que a referida imagem foi deixada ao mar, protegida por um escaler para que
não caísse em mãos de piratas.

Praia da Siriúba

Siriúba, árvore dos siris em tupi. Em região de mangue, é comum crustáceos


subirem nas raízes para se alimentarem e se abrigarem. Deste comportamento
vem o nome desta praia. E espaço para a tranquilidade e aos esportes de
aventura. Tranquila nos dias sem vento oferece verdadeiro mosaico colorido
pelas velas do kitesurf. Abrigava, antigamente, o alambique Siriúba. Pouco
frequentada, tem em seu canto, em meio às pedras, uma pequena igreja. O mar
muito calmo completa este cenário de sossego.

Praia do Viana

“Na Praia do Vianna existem dentro da água duas pedras enormes e juncto,
sobre a praia, uma menor denominada pelos moradores ‘o bahú’. A parte
superior desta última, toda canellada pela acção do tempo, fazem o efeito de uma
antiga obra de arte”. Praia de fácil acesso. Nos cem metros de extensão, reinam
tranquilidade, sombra e mar calmo. Um recanto para relaxar, principalmente ao
pôr-do-sol. Oferece, ainda, o charme e a proteção de seu pequeno farol e as mais
sofisticadas opções gastronômicas à beira-mar da ilha. Tem bons pontos para
mergulho, onde podemos avistar em seus esconderijos as mais variadas espécies.
Outro destaque são suas pedras como a do Adamastor, que recebeu este nome
devido a uma embarcação que neste local soçobrou. CONTINUA NA PRÓXIMA
SEMANA...

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Continuação de nossa viagem - Parte XIV – Pacuíba até Ponta Azeda

Praia de Pacuíba

Pucu – grande, iba - árvore, a praia da grande árvore em tupi. Quando a maré não
está cheia, são 50 metros de beleza e grande variedade de peixes. Em seus
arredores, estão ruínas de antiga fazenda colonial. De acesso difícil, por uma
pequena trilha, distingue-se pelo ambiente tranquilo e reservado. Em suas
extremidades, pequenas enseadas oferecem ótimos pontos de mergulho.

Praia da Armação

Em 1906 “existia as ruínas de uma única capella do contracto, como diz o povo, o
que quer dizer do tempo que alli havia um estabelecimento de pesca de baleias”.
Com o sofrimento e a coragem dos pobres homens simples e a ganância dos
donos das armações, formou-se esta atividade, que visava o valioso óleo para
iluminação. Caçadas na chamada Ponta do Arpoador, na Praia das Cigarras, em
São Sebastião, eram levadas até a Armação para serem desossadas. Atualmente,
o charme das baleias encanta nossos olhos, nos meses de maio a julho, quando
atravessam o Canal rumo a Abrolhos, Bahia, para reproduzirem-se. Hoje, na
Praia da Armação, suas sombras, sua graciosa capela e orla de 400 metros
compõem o prazeroso cenário. Também são boas as condições para a prática de
esportes náuticos. Para chegar lá basta seguir uma pequena trilha, que confere
ainda mais sossego ao local. Não deixe de ver as réplicas de embarcações feitas
por seus moradores.

Praia do Pinto

Esta praia, a apenas 6 km ao norte da Vila, tem mar propício aos esportes
náuticos e ao mergulho. Comportou, em outros tempos, uma colônia de
pescadores. Atualmente, é tomada por condomínio particular, que limita seu
acesso. Sua generosa orla é sombreada por coqueiros e chapéus-de-sol. Na areia,
barracas com boas opções para alimentação.

Praia da Ponta Azeda

Seu nome curioso vem do descarte das partes desprezadas no corte das baleias,
então efetuado na Praia da Armação. Com o tempo, dava para imaginar como
ficava o odor... Mas isso é passado. Com águas claras e calmas, a praia tem local
de venda de peixe seco, feito pela técnica tradicional. Distante 5 km da Vila. O
acesso por terra é um caminho estreito de 150 metros de extensão. Protegida dos
ventos do Sul, o recanto é ótimo para banhos e esportes náuticos. CONTINUA NA
PRÓXIMA SEMANA...

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Continuação de nossa viagem - Parte XIII -

Poço até Ponta das Canas.

Praia do Poço - Seu generoso abrigo é encantador. Próxima à Praia do Jabaquara,


oferece 50 metros de orla deserta. Em suas imediações, encontramos as ruínas do Engenho do
Poço, testemunhos da economia canavieira de nosso litoral. Ideal para prática de mergulho e
pesca. Próxima à costeira, uma cascata forma uma piscina natural. Caminhar entre as pedras
desta cachoeira é um lindo passeio, com belos ângulos para fotos. O acesso à Praia do Poço se
dá por uma trilha no final da estrada ao norte. Esta região é propícia à pesca de lula e
porquinho.

Praia da Fome - Pequena e linda enseada, cercada pela floresta. De águas verdes e
transparentes, é destino tradicional das escunas turísticas para deleite dos visitantes. São 150 metros
de beleza e história, proporcionadas tanto pela paisagem quanto por um antigo porto de desembarque
de escravos famintos e alquebrados ao final da longa travessia que os traziam da África. Esta
condição teria originado o nome do lugar. Contudo, têm-se uma suspeita de que a água que vem de
uma bica próxima é “tridigestiva”, isto é, acelera a digestão, como vemos no relato de Felício
Marmo, em 1920:
“Fazendo minha primeira viagem para Poço da Fome e estranhando o nome, veio-me à mente
perguntar o porquê dessa denominação. Tanto a professora, como os donos da casa onde eu iria
almoçar, esquivaram-se de dar-me uma resposta. Nosso almoço foi às dez horas e comemos bem e
fartamente. (...) Bebi duas canecas de água de uma nascente que havia ali e fui trabalhar na escola.
Depois de uma hora senti que estava com fome novamente o que achei estranho Conversando com a
professora, ela disse-me que era assim mesmo, pois a água era tridigestiva... daí o lugar ter esse
nome... Poço da Fome, que água!”Cortando sua orla, existe um riacho de águas claras. O mar, ideal
para mergulho, oferece visibilidade de 6 metros a olho nu. Ao redor da baía uma infinidade de corais
e fauna bastante diversificada encanta o visitante. Somente é acessível por barco ou trilha pela Praia
do Jabaquara.

Praia do Jabaquara - Distante 17 km da Vila, a praia do senhor do voo, significado de


seu nome em tupi, revela um dos melhores destinos de Ilhabela. Riachos, fauna, flora, águas
claras e, quem sabe, pescaria de verdade. Entre as mais belas e preservadas da Ilha, é a última
que pode ser alcançada de carro no lado norte. Com 500 metros de extensão, é cortada por dois
riachos. Ótima para mergulho; no canto esquerdo há uma lagoa de água doce. Possui uma das
melhores infraestruturas da região, com ótimos bares e restaurantes.
Ponta das Canas - Pequena e sempre frequentada, é propícia ao windsurf e kitesurf. Seu
nome é derivado dos grandes canaviais outrora na região. Possui uma das maiores atrações
turísticas de Ilhabela, o Farol da Ponta das Canas. Ruínas do antigo forte, que protegia a barra
norte, completam o charme do lugar. O acesso a este local paradisíaco pode ser feito de carro
pela estrada ao norte. O folclórico Jânio Quadros utilizava uma bela fazenda, propriedade do
prefeito Junqueira, até hoje existente e muito bem conservada nos arredores da praia, como
casa de veraneio. A paisagem de cartão postal, composta pela beleza do lugar e a magia do
Farol da Ponta das Canas, na Barra Norte do Canal. O ex-presidente Jânio Quadros adorava
passear pelo Canal de São Sebastião e, principalmente, prosear com os caiçaras em animados
encontros regados com cachaça produzida pelos alambiques da região. A única coisa que o
aborrecia eram os borrachudos, a tal ponto de ele ordenar um ataque maciço promovido pelos
funcionários da Secretaria Estadual da Saúde, com uso de BHC pelas cachoeiras e córregos de
Ilhabela.

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Continuação de nossa viagem – Parte XII -

Guanxuma até Serraria

Praia de Guanxuma - Local abrigado e ótimo para mergulho, em apenas 15 metros de extensão. Seu
terreno acidentado abriga as casas dos moradores que se espalham pelas encostas do morro, a 70 metros
de altura. O acesso à praia é feito por mar ou terra, a partir das praias do Eustáquio e Caveira. Em
Guanxuma, é realizada a tradicional Festa de São João, promovida pelas sete famílias que residem no
local. Nove dias antes da festa principal é feita a novena, com a singular ladainha rezada em latim. No dia
23 de junho, o almoço é servido à comunidade e aos visitantes. À noite, sob a luz da fogueira, segue a
cantoria madrugada adentro, com as tradicionais cirandinha e quebra-chiquinha. O nome deste local se
originou da guanxuma, um tipo de cipó nativo utilizado para fazer cabos de pesca e amarrações de casas
de pau-a-pique.
“Canção popular da Festa de São João de Guanxuma”“Quebra-chiquinha, balanceia, meu bem.Como é
bom balancear, dois amor que se quer bem.Quem não quebra com chiquinha, não quebra com mais
ninguém”

Praia da Caveira - A praia dos motins, das execuções e dos funerais piratas motivou seu nome. Lendas à
parte são 50 metros de praia deserta, excelente para mergulho e pesca, com acesso por mar ou trilha a
partir da Praia da Serraria. Devido a seu nome, muitos se confundem ao afirmarem que nesta praia foi
instalado o cemitério das vítimas do naufrágio do Príncipe de Astúrias, o que ocorreu na praia vizinha,
Serraria.A Lenda da Praia da CaveiraUm navio negreiro, ao passar atrás de Ilhabela durante uma
tempestade afundou. Todos que estavam a bordo morreram. Um padre que passava de barco viu os corpos
à deriva. Os recolheu e os enterrou embaixo de uma figueira. Moradores da ilha afirmam que às seis da
tarde, ao passarem perto da árvore, ouvem vozes de pessoas mortas. Na realidade, há muitas pedras no
local, com o vento, elas emitem um som de teclas, como se fossem vozes.

Praia da Serraria - Praia abrigada, com 100 metros de extensão. Tem em seu horizonte a ilha de mesmo
nome. Neste remanso foram sepultados muitos dos que pereceram no naufrágio do transatlântico Príncipe
de Astúrias. Pela grande quantidade de corpos à deriva e em avançado estado de decomposição, não foi
possível identificar as vítimas e realizar translado para o continente. Por este motivo, a Polícia Marítima
organizou um cemitério nesta praia, próximo ao local do acidente. O acesso é por mar ou trilha a partir da
Praia do Jabaquara. Em seu isolamento vive uma comunidade caiçara tradicional, que vive da pesca e
ainda sem luz elétrica. A praia abriga belas ruínas do tempo colonial e um riacho completa seu encanto.
Nesta praia existe uma piscina natural chamada “poço da nega”, cujo passeio pode ser conduzido por
moradores da região, por meio de trilha. Solicite um almoço tradicional, a preços acessíveis e sabor
inigualável.

Descubra Ilhabela-Prólogo-PARTE-I

A vida sempre nos reserva bons momentos, belas passagens. A alegria é dupla para
mim. Isto porque este é o terceiro livro da série sobre as cidades do Litoral Norte
e também é a segunda vez que escrevo sobre Ilhabela. Meu primeiro livro, “Ilhabela
Seus Enigmas”, já alcançou sua nona edição e tratou de forma aprofundada
algumas histórias desta maravilhosa ilha. Histórias que também revisitarei nesta
edição. O mais exuberante dos arquipélagos precisava ser apresentado por inteiro.
Suas ilhas, as dezenas de praias, 365 cachoeiras, vilas charmosas, culinária
requintada, a cultura apaixonante, ‘causos’ de caiçaras amigos. Os pontos límpidos
e misteriosos de mergulho, a raia natural para os esportes à vela, muitos naufrágios,
as lendas de piratas, as manifestações artísticas, o sossego, as paisagens, enfim,
todas as surpresas que a cidade nos reserva encantam a todos que as conhecem.
Aqui estamos numa nova viagem. Surpreenda-se!

Introdução
Que mistérios residem nestes antigos casarões, nos sobrados avarandados e nas
ruínas de antigas fazendas, que resistem como sentinelas do passado a guardarem
preciosos tesouros de vidas, histórias e lutas... O que nos conta o sussurro da brisa
nos coqueiros à beira-mar? O balanço do vento nas árvores da floresta por onde se
infiltra a luz do sol a iluminar cachoeiras e riachos cantantes? Que delícias e
surpresas nos reservam as belas praias, algumas desertas, outras já urbanizadas,
muitas escondidas nas pequenas baías ao pé das majestosas montanhas ainda
cobertas pela mata verde?
Como é possível o fato de tão bela região, destino privilegiado com as melhores
paisagens brasileiras, estar entre os maiores centros urbanos de nosso país, porém
alheia ao burburinho estressado das grandes cidades?
Com esta publicação, caro leitor, pretendemos responder a algumas destas
perguntas, ao apresentar o potencial cultural e natural de nossa região, sua história
e seus pontos turísticos. Convidamos você a mergulhar nas páginas deste livro
como numa viagem agradável pelo melhor litoral do mundo.

A Riqueza Natural
O ar úmido aplaca o calor, enquanto nossos passos tranqüilos sobre as folhas secas
são embalados pelo som do vento nas árvores e pelo canto das cachoeiras. O sol
radiante brilha na alvura das areias e ilumina as águas emolduradas pela espuma
das ondas. Garças vigiam os mangues, tucanos conversam nas matas, enquanto
saguis, onças e uma frágil infinidade de outros animais povoam a muralha verde de
nosso litoral. A Mata Atlântica recobre 315 mil hectares, ocupa mais da metade do
nosso território, entre as encostas da Serra do Mar e as bordas do planalto, aplaca
os ventos e supre nossa atmosfera com umidade. Um dos cinco patrimônios
naturais estabelecidos pela Constituição Brasileira e declarada Reserva da Biosfera,
a Mata Atlântica é refúgio de 111 espécies de mamíferos, 373 aves endêmicas e
1265 espécies de árvores. Assim, premiada por inúmeros ecossistemas interligados,
muitos deles protegidos legalmente por unidades de conservação, a região possui
ainda dezenas de ilhas e arquipélagos que completam um mosaico valioso da
biodiversidade em nosso país. Uma enorme riqueza que impõe desafios
permanentes. Como conciliar manejo e preservação, uso e ocupação com a
necessária proteção?
Nosso patrimônio ambiental já sofreu, durante os ciclos econômicos agrários, a devastação
imposta pelas culturas da cana e do café. Com a decadência econômica, que abordaremos
adiante, uma grande reserva natural sobreviveu e parcelas de áreas degradadas puderam se
recompor. A natureza recuperou seu espaço. Na segunda metade do século XX, um novo
impulso econômico surgiu com o turismo. A instalação de balneários e de bairros inteiros
reservados apenas à segunda residência dos turistas, também trouxe consequências danosas
para o meio ambiente. A população caiçara praticava o desenvolvimento sustentável. Retirava
da terra e do mar somente o necessário, ocupava harmoniosamente o território, apenas o
suficiente para manter suas roças de subsistência, permitindo o descanso da terra entre uma
safra e outra. Mas seu espaço foi tomado pela especulação imobiliária, pelo dito progresso.
Como resultados, tivemos a ruptura do equilíbrio ambiental provocada pela supervalorização
da terra, pelo aumento populacional, desmatamento, pela invasão e ocupação das áreas de
proteção ambiental. Tudo isto, somado à poluição das águas por esgoto doméstico e pelos
seguidos derramamentos de petróleo, tornou-se uma crescente ameaça à qualidade de vida. A
diversidade de nossos ecossistemas estava ameaçada. No entanto, juntaram-se ao caiçara novos
moradores conscientes, militantes, que lutam pela preservação e pelo cumprimento do mais
avançado sistema de ordenamento jurídico ambiental do mundo. Avançado, mas pouco
respeitado. Uma legislação que, se no início alijou as populações tradicionais das unidades de
conservação, agora, aos poucos, começa a reconhecer no homem da terra um aliado. Uma nova
consciência surge entre os moradores, nas escolas e empresas da região. Por enquanto, ainda
insuficiente para reconstruir a relação harmônica entre o ser humano e a natureza, mas a cada
dia conquista maior espaço. Este é o caminho para garantirmos qualidade de vida às gentes e,
ao mesmo tempo, proteção às bromélias, saíras, pacas e aos demais habitantes únicos da
floresta atlântica. Somente assim poderemos perpetuar nossa riqueza ambiental. Aproveite,
mas proteja! Em meio ao manto verde da Mata Atlântica, um caleidoscópio exibe aos nossos
olhos cores, formas e texturas da mais exuberante beleza. Bromélias, orquídeas e helicônias
aspergem diversos tons no prateado das gotas úmidas e no dourado dos raios solares entre a
cúpula da floresta. No micro ambiente de suas folhas, a vida corre através dos minúsculos
insetos, aves e anfíbios que nele habitam. Ainda em estudo e muito ameaçado, todo este
patrimônio compõe um acervo biológico que, sob manejo responsável, poderia oferecer à
indústria cosmética e farmacêutica as mais valiosas substâncias e à comunidade, oportunidade
de crescimento econômico e social. Sons, olhares curiosos e o voo arisco surpreendem o
visitante. A vivacidade do tié-sangue, a acrobacia colorida do beija-flor, o vôo silencioso do
macuco, a imponência do tucano encantam com seus bailados e cantos o anfiteatro da mata.
Bandos de maritacas acompanham nossos passos, deixando no ar a dúvida de quem observa
quem. A algazarra reflete muito bem as nuances da natureza, pois as floradas, as épocas de
reprodução e as chuvas tornam cada visita um cenário de companhia diferente. Nas marinhas,
pássaros nativos e peregrinos acompanham, há séculos, o espírito pescador de nossa gente.
Atobás, fragatas, martins-pescadores, guarás, dentre tantos outros, indicam como é bom viver
e visitar esta terra. Em reunião entre o mar e a mata, nas areias ou entre rios, o ambiente se
altera e se funde, formando repertório de cenários. O jundu, vegetação de dunas, é a proteção
das formações arenosas de nossa orla, um tapete de vegetação rasteira. Nas areias escuras, na
confluência de cursos d’água e o mar, nos terrenos baixios, está o mangue. Considerado
berçário de espécies marinhas, revela-se como um importante hábitat de aves, peixes e
crustáceos. Atua como “filtro”, ao impedir que materiais poluentes atinjam as águas. Contudo,
sua existência é ameaçada pela desinformação e pela ocupação urbana desordenada. Respeitar
e vivenciar. Em outros tempos, uma redoma virtual, composta pela legislação vigente, cobria as
áreas de proteção ambiental. Hoje, existe a percepção de que é possível fruir e preservar.
Modernos conceitos de manejo de unidades de conservação preveem modalidades sustentáveis
de ecoturismo e educação ambiental. Neste contexto, nosso litoral possui, sem sombra de
dúvida, as melhores condições para se exercer importante interação com nossa exuberante
natureza.

DESCUBRA ILHABELA
As pérolas do oceano – Parte II

Em nosso horizonte, entre o céu e o mar, repousam setenta e uma formações insulares. Representam
desafio para a vida, encapsuladas pelas águas e pelo tempo. Por este motivo, possuem importante
patrimônio natural de estabilidade frágil ao serem, em sua maioria, pequenas e próximas à orla, pois
esta proximidade expõe seu ecossistema à pressão turística e à pesca predatória. De Boracéia às
portas de Paraty, ilhas, ilhotes e lajes compõem refúgios para toda a vida em nosso litoral. Algumas
ilhas, como Búzios, Vitória e Montão de Trigo, abrigam comunidades caiçaras tradicionais que
preservam no tempo suas técnicas e seus valores, em meio à tranquilidade do dia-a-dia e a imensidão
do oceano. Outras reservam testemunhos dos homens de outrora, como a Ilha de Búzios, em
Ilhabela, e do Mar Virado, em Ubatuba. Nelas, pesquisas arqueológicas revelaram sepulturas e
utensílios de caça e pesca, evidências de antigos povos indígenas, exímios pescadores e navegantes.
A história ocupou os territórios ilhéus com as passagens de piratas, as fortificações, as armações de
baleias, as batalhas pela conquista do Atlântico Sul e já no século XX, com o mais sangrento levante
penitenciário de nosso Estado, no antigo presídio da Ilha Anchieta. O olhar protetor identificou, nas
formações insulares de nosso mar, a necessidade de exercer e promulgar ações de preservação. Desta
forma, a Ilha Anchieta tornou-se Parque Estadual em 1977. No âmbito federal, o Arquipélago dos
Alcatrazes mereceu salvaguardas específicas, ao tornar-se Estação Ecológica Tupinambás, sob
gerência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio – e proteção da
Marinha. Em Ilhabela, uma ação pioneira criou o primeiro parque marinho municipal do Brasil, o
Santuário Ecológico da Ilha das Cabras. Menores, mas não menos importantes, os ilhotes e as lajes
coalham nossa orla, oferecendo ótimos lugares para a pesca amadora e o mergulho de contemplação.
Enfim, caro leitor, isoladas do continente, mas unidas pelo nosso olhar e pelo imaginário caiçara, as
ilhas de nosso litoral convidam você a vivenciar bons momentos e muitas reflexões. Ciribaí, Ilhabela
Ciribaí, água tranquila no idioma tupi. Pedaço de terra separado do continente há milhões de anos,
mas bem perto, a velar as irmãs do continente, oferecendo abrigo ante a força do oceano. De fronte
da vila de São Sebastião e de sua povoação, fica uma ilha, à qual impuseram o nome deste fortíssimo
mártir, por ser descoberta no seu dia... Assim disse Frei Agostinho de Santa Maria em 1723.
Ilhabela, relicário de natureza e cultura de nosso Litoral Norte. Há 2500 anos mostrava sua vocação
em servir os homens do mar, quando primeiros habitantes já dominavam suas ilhas, fatos
evidenciados por abrigos concheiros, reentrâncias sob as rochas, forradas com restos alimentares.
Esta cidade foi paragem importante nos tempos belicosos entre as tribos tupis, que a utilizavam
como base para as suas incursões. Também a chamavam Meyembipe, água no estreito. Em meio às
duas nações rivais, abrigava uma cultura de outra ordem, com tradição cerâmica itararé, do tronco
macro-jê. A Ilha teve sua conformação geográfica aproveitada por diferentes etnias em razão de
oferecer recursos naturais próximos ao continente. Os navegadores europeus também perceberam
sua localização estratégica. Quase todas as grandes expedições por aqui passaram para “fazer ágoa e
lenha”, isto é, restabelecerem-se de suas viagens. Os famosos piratas escondiam-se nas enseadas,
onde preparavam os ataques a Santos e ao Rio de Janeiro. Ilhabela adotou como padroeira Nossa
Senhora D’Ajuda e Bom Sucesso, protetora dos navegantes, invocação que emprestou o primeiro
nome ao povoado. O marco impulsor de sua povoação esteve presente na construção de sua capela,
erguida no início do século XVII, por iniciativa do vigário de São Sebastião, padre Manoel Gomes
Pereira.

De suas terras, nasceu seu núcleo administrativo, onde atualmente se encontra a Vila. Em 1769, a
capela já demandava recursos para a reforma de sua nave, por estar “já antiqüíssima.” Sua história
econômica teve início com a produção canavieira movimentada por engenhos que produziam açúcar
e aguardente em vários bairros. De valor acentuado, as caixas de açúcar e as pipas de cachaça
serviam como moeda de troca e sua produção demandava altos investimentos em equipamentos,
mão-de-obra e defesa dos portos e das fazendas. Pelas suas praias partiam as embarcações das
armações de baleias. Estas empresas arregimentavam à força alguns menos afortunados. Sob
trabalho semiescravo, penavam em duras condições na caça aos cetáceos. Para atenuarem tal
situação, muitos embarcados entregavam-se à embriaguez, fato que colocou em breve conflito os
produtores de óleo de baleia e os donos de engenho. Sob a proteção de seus inúmeros abrigos e
enseadas, o arquipélago assistiu a uma atividade lucrativa e, sobretudo, desumana: o tráfico de
escravos. Lugares como a Baía de Castelhanos e o Saco do Sombrio serviram de ancoradouros das
naus negreiras. Relatos apontam a Ilha como primeiro destino dos prisioneiros, rumo a fazendas no
continente, depois de se restabelecerem da difícil viagem. Apesar de sua importância econômica, o
vilarejo pertencia, até o início do século XIX, ao território de São Sebastião. Em 1785, recebe a
outorga de Capela, sob a Invocação de Nossa Senhora D’Ajuda e Bom Sucesso. Assim, com os
anseios emancipadores de sua população, é promulgada em 3 de setembro de 1805 a autonomia da
ilha, sob o nome de Villa Bella da Princesa.

Seu
nome gera controvérsias até os dias atuais. Alguns autores, como a jornalista Maria Angélica,
apontam a palavra princesa como uma referência à Nossa Senhora da Ajuda. Outros, como o
pesquisador Clayton Galdino, corroboram a tradição que atribui à Dona Maria Teresa de Bragança, a
mais velha das seis filhas de Dom João VI, a razão da nomeação. O autor baseia-se nos argumentos
de que os termos sereníssimo/sereníssima e nosso senhor/nossa senhora, presentes em documentos
da época, eram comuns em tratamentos de príncipes e princesas e o tratamento usual à Maria, mãe
de Jesus, é rainha, e não princesa. De qualquer forma, Ilhabela tem em seu território tudo o que seus
nomes preconizam: serenidade, acolhimento, beleza e nobreza de alma presente em seus filhos e em
suas paisagens. As dificuldades de isolamento eram combatidas com certo improviso, como por
exemplo, o tratamento contra a varíola, conhecida na época como bexiga, doença que gerou o nome
a um bairro da Ilha. Em 1817, a vacinação era entregue “a aplicação della a algum professor de
cirurgia e na falta delle a algum curioso da vacinação...” Os bairros e praias prosperavam. Pela
cidade surgiam diversas confrarias: a do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora da Apresentação,
Das Almas, de São Gonçalo e as nascidas da devoção dos escravos, como a de São Benedito e a de
Nossa Senhora do Rosário, esta a possuidora de mais recursos. Seus engenhos e fazendas adentraram
às primeiras décadas do século XIX trazendo a esperança de bons lucros e desenvolvimento, com o
comércio dos valiosos produtos canavieiros e também com a novidade do café. Como todo o litoral
paulista, apesar da terra fértil para a cultura cafeeira, por aqui o ouro verde não fincou raízes. Com a
decadência da indústria canavieira e sob o forte isolamento do litoral, Ilhabela esvaziou-se. Suas
canoas de voga remavam à Baixada Santista em busca de mercadorias em troca de produtos aqui
produzidos, como banana, farinha, peixe seco e aguardente. Por lá ficaram muitos caiçaras, atraídos
pela oportunidade de trabalho na estiva. Esta situação selaria a história agrícola do arquipélago. A
estagnação culminou, em 1934, na perda de sua autonomia por sete meses, quando foi novamente
incorporada ao território de São Sebastião. Apesar de enfraquecida, tinha sobre si uma população
aguerrida e afeita à terra.

Num episódio, ocorrido em 1939, teve seu nome trocado para Formosa, por vontade ditatorial de
Getúlio Vargas. Diante da resistência de seus moradores recebe, em 30 de novembro de 1944, seu
nome definitivo, Ilhabela, que reflete muito bem suas qualidades. O marasmo de sua economia
guardou para a segunda metade do século XX suas belas paisagens a um novo personagem, o turista.
Era premente a necessidade de um meio regular de transporte; somente alguns aventureiros se
valiam das poucas embarcações para desfrutar de sua natureza. Assim, em 1959,
é inaugurado o serviço de ferry-boat,

partindo do Porto de São Sebastião. Desta forma, o turismo e, infelizmente, a especulação


imobiliária, apresentariam ao caiçara uma nova situação e ao mundo os tesouros de seu arquipélago.

Ilhabela é uma das cidades do que mais recebe turistas no Litoral Norte...
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Um roteiro pelo paraíso-Parte III
O Arquipélago de Ilhabela compreende as ilhas de São Sebastião, Búzios, Vitória, Cabras da
Vitória, Pescadores, Cabras, Sumítica e os ilhotes da Praia Grande, Serrraria e os dois do
Sombrio, que totalizam 346.188 metros quadrados. Localiza-se na Latitude Sul 23 46’ 44’’ e na
longitude Oeste 45 21’ 33’’. Seu território administrativo possui os distritos de Cambaquara e
Paranabi. A costa da Ilha de São Sebastião, nossa Ilhabela, segue da Ponta das Canas para a
Vila 17º numa distância de 10 km até o Perequê e daí 12,5 km rumo 48º Sudoeste até a Ponta
da Sela. Deste ponto ruma 18º Sudeste com 6 km até a Ponta da Vista onde segue para 78º
Nordeste com 14,5 até Indaiaúba, com pequenas reentrâncias no Bonete, Anchovas e
Indaiaúba. Entre este ponto e a Ponta do Talhado, na extensão de 7 km, forma-se uma
reentrância logo ao Sul, mas toma depois o rumo geral de 58º Sudeste e daí forma uma curva
saliente que passa pela Ponta do Boi e vai para Leste 3 km até a Ponta Rambuda. Muda então
para 17º Nordeste até a Ponta de Pirassununga, que fica a 7 km. A costa tem neste ponto duas
saliências que são a Ponta de Pirabura e a de Pirassununga e entre estas o Saco da Pirabura e
o Saco Grande. Seguindo a Ponta de Pirassununga 7,5 km na direção 3º Noroeste chega-se à
Ponta de Cabeçuda onde se encontra a Baía de Castelhanos com uma concavidade de 6,5 km.
Ponta da Cabeçuda Seguindo neste rumo 7º está a Ponta Grossa sendo a linha da costa uma
curva reentrante formada pela Península da Cabeçuda e a Costeira da Riscada. Da Ponta
Grossa até a Massacarú, a costa segue rumo 48º Noroeste com 6,5 km formando o Saco do
Poço. Deste ponto segue até a Ponta das Canas, também 6,5 km rumo 85º Noroeste. Seguindo
por estas linhas, completa-se a extensão do perímetro, com 87,5 km, ao passo que pelas
reentrâncias e saliências temos 128 km. Ilhabela compõe-se de dois maciços principais: o
Morro da Serraria na parte Norte, com altura máxima de 1285 metros, e o Pico do Baepi, ao
sul com 1370, ligado por um espigão de pelo menos 800 metros de altitude, donde saem
numerosas ramificações. Um espigão vai para o Norte em direção ao Morro do Jabaquara,
com duas divisões, uma pelo Morro da Pacuíba que vai para a Ponta das Canas e outra que
passa pelo Morro do Poço e acaba pela Ponta do Lobo. Este mesmo espigão tem mais três
contrafortes que vão para o Pico do Baepi e aos morros do Cantagalo e Siriúba. Completam o
relevo da ilha os espigões do Morro do Eixo, Pico Negro, Morro das Tocas e Espigão do Cume,
que vai unir-se ao maciço Sul ou Pico de São Sebastião. As ramificações deste maciço, além do
espigão do cume são três. Espigão dos Castelhanos que se prolonga até a Ponta do Boi e que
tem um contraforte que divide as águas do Bonete e Anchovas, Espigão do Areão e do
Papagaio, este com bifurcações para os morros da Laje, Queimada e do Frade. A hidrografia
de Ilhabela é composta por nada menos que 365 cachoeiras, além de cursos de águas claras,
como o Rio Perequê, formado pelos ribeirões do Cego, das Tocas, da Água Branca, Corrida e
Zambumba, que se juntam na várzea e correm mansamente em meio ao mangue. Suas
cabeceiras são nos morros Baepi, Toca, Cume e Pico de São Sebastião. Entre o Pico do Baepi e
o Morro do Papagaio, temos um ribeirão que corre encachoeirado até a barra. No lado Sul,
deságua o Ribeirão da Laje, que corre entre os morros Queimada, Frade e Laje. No Bonete,
temos o Rio Nema e finalmente o Ribeirão das Anchovas, na praia de mesmo nome. No lado
leste temos o Ribeirão dos Castelhanos que corre numa pequena várzea e é composto pelos
ribeirões do Engenho e da Figueira. Também, há o Ribeirão da Riscada, que nasce no Morro
da Serraria e corre entre os espigões do Pico Negro e do Eixo, encachoeirado até a barra que
deságua no lado Norte e, finalmente, o Ribeirão do Poço, que tem suas cabeceiras no Espigão
do Eixo, no Morro da Serraria e no Morro do Poço. Além destes ribeirões, existem os menores
dos quais os mais importantes são o do Viana, de Nossa Senhora D’Ajuda e Itaquanduba no
Canal e ao Norte do Perequê; os córregos da Fazenda e da Prainha entre o Perequê e o
Ribeirão; os córregos do Veloso e Cabaraú ao Norte da Ponta da Sela; os córregos das Flechas,
Rodamonte, Mexilhão, Simão e do Frade ao Sul entre a Ponta da Sela e o Ribeirão da Laje; o
Córrego José Higino entre o Areado e o Bonete e o Córrego da Indaiaúba na praia do mesmo
nome. Na Península do Boi, temos os riachos chamados lagrimais. Encontram- se nas praias
Vermelha e Mansa pequenos córregos e entre Castelhanos e Riscada dois ribeirões regulares, o
da Cachoeira Grande e Laje Preta. No lado Norte existem os do Eixo, da Fome, de Jabaquara,
do Antônio e da Pacuíba. A costeira de Ilhabela apresenta, entre Armação e Veloso, praias
mansas, separadas por pequenas pontas de pedra das quais as mais importantes são Rabo
Azedo, Viana e Pequeá. Logo ao Sul do Perequê está a Pontinha e as pontas da Fazenda,
Urubu e do Ribeirão, mais ao Sul. Esta linha de praias é interrompida por formações rochosas
até o Portinho, numa extensão de 4 km e da Praia do Veloso em diante, por 20 km sem praias,
mas com águas calmas até a Ponta da Sela. Neste ponto, exposta aos ventos fortes de Sudoeste,
a orla se agita e nela encontramos três praias de referência - Bonete, Anchovas e Indaiaúba -
separadas por pequenas pontas salientes que produzem abrigos nos cantos do Sul. Por toda a
Península do Boi não encontramos praias. Na parte Sul, de conformação íngreme, destacam-se
as Pontas do Diogo, Talhada, Boi, Sarendagem, Rombuda e Pirabura. Nesta parte da ilha o
acesso em canoas é dificílimo. Deste ponto em diante, a costeira oferece mais abrigo,
encontrado no Saco Grande e Pirabura. Da Ponta de Pirassununga, inicia-se a Baía de
Castelhanos e o Saco do Sombrio, formado pelas Pontas da Chave e da Garoupa, tão abrigado
dos ventos que mesmo nas maiores tempestades encontramos calmaria. Da Ponta de Cabeçuda
segue uma costeira irregular até a Ponta Grossa. Daí até a Ponta das Canas a natureza oferece
uma costeira relativamente mansa.

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Ilhabela, riqueza natural-PARTE -IV

O patrimônio ambiental do arquipélago, pela sua importância e estado de conservação,


recebeu em 1977 a proteção legal pela criação do Parque Estadual de Ilhabela, que ocupa mais
de 80% do território do município. São 27.025 ha, que abrangem as Ilhas de Búzios, Vitória e
todas as demais, protegendo a Mata Atlântica e seus ecossistemas. O Parque tem garantido a
preservação das suas características naturais, razão do seu potencial turístico. A cota
altimétrica 200, duzentos metros acima do nível do mar, delimita seu limite na faixa litorânea
onde existe maior densidade populacional e urbana, especificamente entre a Ponta das Canas e
a Ponta da Sela, na face da ilha principal voltada para o Canal de São Sebastião. Em todas as
outras áreas, sua abrangência chega até a orla, ou seja, até a cota zero. Em 6 de maio de 1985,
ocorreu o tombamento de suas matas e ilhas. Esta iniciativa, decretada pelo Condephaat,
significou mais um reforço à legislação ambiental de proteção ao Parque Estadual. Um aspecto
interessante de sua natureza foi a capacidade de regeneração, diante das atividades açucareira
e cafeeira constantes até o fim do século XIX. Com a decadência econômica, as matas se
restabeleceram.

Mas este processo está novamente ameaçado, agora pelo aumento populacional, especialmente
pelo veranismo, responsável pela especulação imobiliária. Caminhos da natureza ,vinte trilhas,
contato com beleza exuberante, onipresente. Lugares onde o visitante vivenciará véus
encachoeirados, corredeiras, piscinas tranquilas e o ar bom da mata, além da flora e fauna
ilhéus, que representam grande variedade de espécies. Algumas delas, bem características,
como o cururuá, um roedor endêmico, que emite um som parecido com seu nome. Outro
espécime típico é o tangará, pássaro de extrema beleza. Para conhecermos toda esta beleza
mágica, podemos percorrer as trilhas Água Branca, Toca, Tocas das Furnas, Laje, Bonete,
Castelhanos e Baepi. Esta última, de maior dificuldade, nos leva ao Pico do Baepi, com 1370
metros de altitude, onde podemos desfrutar de panorâmica magnífica, incluindo a vista do
continente na mesma dimensão da borda do planalto. Belas ilhas, praias, cachoeiras e muita
aventura Para alguns visitantes de nosso litoral, a noção de comunidade caiçara parece algo
distante, já permeado pela modernidade. E muitos, simplesmente, trazem consigo o total
desconhecimento. Além da beleza indiscutível das praias de nossa Ilha, devemos destacar um
aspecto: a existência, em suas ilhas, enseadas, abrigos e praias abertas de pequenos povoados,
ainda resistentes, que têm no mar e nas roças os meios de sobrevivência e nas canoas
escavadas, com técnicas centenárias, sua forma de deslocamento. São núcleos que conservam,
sob sua força, a tradição do modo de viver do homem litorâneo de outrora. No oceano, as ilhas
da Vitória e dos Búzios representam bem este universo cultural onde se destaca o artesanato
em madeira, fibras de bananeiras e taquaruçu, em meio ao paraíso ecológico quase intocado.
Outros recantos servem como santuários da natureza, como as ilhas e ilhotes dos Pescadores,
Cabras, Sumítica, Serraria, Galhetas, Castelhanos, Lagoa, Prainha, Codó e Figueira. Próximas
ou escondidas, 365 cachoeiras oferecem o que há de mais paradisíaco. Uma das mais incríveis
está no extremo sul da ilha. É a Cachoeira da Laje, a cerca de uma hora de caminhada pela
trilha que leva à Praia do Bonete. Nela você poderá desfrutar de tobogãs, duchas naturais,
além de lugar ideal para a prática do rappel e cascading, do seu leito até o encontro com o mar,
na costeira, desde que sob supervisãode um guia credenciado. Outras, também de igual
encanto, são da Água Branca e do Gato, também conhecida como Laje Preta, com 50 metros
de altura. Para este autor, no entanto, o mar é o tesouro do arquipélago: refúgios mágicos,
paraísos desertos, aconchegos, desafios em pontas ecosteiras bravias, enseadas tranquilas ou,
simplesmente, praias de Ilhabela.Iniciamos nossa viagem pela Vila, a praia do marco zero do
povoado.Em direção ao Sul, percorreremos toda a costa da Capital da Vela e conheceremos
todas as praias, suas histórias e seus encantos. A orla urbanizada, o fim da estrada na costa
voltada para o Canal, os povoados e lugares isolados, como Bonete, Castelhanos, praias
desertas, enfim, a mais bela orla de nosso Brasil!!!

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O início de nossa viagem-Parte V

O início de nossa viagem por Ilhabela, na Vila, centro administrativo do município, seguimos
direção ao norte, onde daremos a volta completa por todas as praias, lendas e histórias.
Praia da Vila - No Centro Histórico de Ilhabela, a praia do marco zero do povoado... O
entardecer oferece pôr-do-sol inesquecível. As ruas charmosas nos remetem a um passado vivo,
representado por seu casario e pela cultura caiçara. O píer convidativo executa o som da maré.
Um ótimo ponto de pescaria acolhe animadas conversas. Ao caminhar, temos a companhia de
restaurantes, artesanato e da noite agitada, regada a música ao vivo e boa mesa. Com certeza,
um repertório de oportunidades para se curtir bons momentos. O casario colonial, na
simplicidade das construções antigas, é um espetáculo a parte. A calmaria das antigas vilas
caiçaras, os eventos culturais e a efervescência das casas noturnas, a multiplicidade de idiomas
e feições trazida pelas visitas dos transatlânticos. Enfim, num pequeno e charmoso recanto
sempre boas surpresas. A Vila oferece a melhor noite do Litoral Norte, com o requinte da
gastronomia, dos serviços e das suas pousadas e hotéis cinco estrelas, em ambientes
acolhedores. Passear por suas ruas no final de tarde é uma experiência sem igual ao
vislumbrarmos a paisagem, a música ao vivo e o som do mar entre as pedras. Na Vila, está a
sede do Parque Estadual de Ilhabela, instalado no antigo fórum.

Belo exemplar da arquitetura eclética; nele estão exposições sobre a biodiversidade da região,
além de mostras diversas. Nas escadarias e defronte da Igreja Matriz, esculturas de São Paulo,
São Pedro, São Benedito e São Sebastião, além do Cristo feito em metal tornam o Centro de
Ilhabela um museu a céu aberto. Em meio a um oceano de belezas naturais, quem visita
Ilhabela pode contemplar na Vila o passado, a memória e a arte da cidade e da região. As lojas
e os polos culturais públicos disponibilizam e fomentam a cultura e a arte local, com
exposições, cursos e oficinas. Nas galerias e ateliês, quadros, peças decorativas e móveis são
feitos com as cores e a alegria da Ilha. Na sede da Secretaria de Cultura, o artesanato local tem
espaço garantido, com toda a riqueza de detalhes e a simplicidade.

Saco da Capela - Um bom abrigo. É local certo para as embarcações da região,


principalmente pela localização do Pindá Iate Clube. Seu nome vem de sua pequena capela,
erigida pela devoção caiçara. Já urbanizada, esta praia oferece o charme da paisagem e
conforto de localização privilegiada, pois está próxima ao Centro e de vários serviços. É
propícia à prática dos esportes náuticos graças às suas águas calmas. As areias brancas e o
mar tranquilo são ótimos para boa caminhada e mergulho.

Pindá Iate Clube - Em 29 de setembro de 1972, um grupo residente em São Vicente, na


Baixada Santista, amantes do mar e de Ilhabela, fundou o “Clube dos Trezentos”, um local que
deveria oferecer apoio aos navegantes e aviadores durante suas visitas ao arquipélago. A
primeira sede foi construída numa pequena área adquirida no Saco da Capela. Contava com
uma garagem náutica e unidades de hospedagem para os associados. Em seguida, com o
intuito de proporcionar maior conforto aos sócios, compraram um hotel em frente ao Campo
de Aviação, que foi chamado de “Hotel Pindá”. A partir desse momento, a história do “Clube
dos Trezentos” tomou novo rumo, o que antes era apenas um pequeno ponto de suporte aos
sócios, transformou-se no Pindá Iate Clube, que passou a contar com uma sede náutica e uma
sede social. Hoje o “Pindá” ainda se mantém fiel aos ideais de seus fundadores e, com orgulho,
procura se atualizar preservando características de clube familiar e marinheiro. Sua
hospitalidade com os viajantes que estão de passagem por nossas águas tem sido reconhecida
por todos os iates clubes e marinas do Brasil. A estrutura náutica do clube é dotada de
garagem com capacidade para 50 vagas em seco e 120 vagas molhadas, rampa de encalhe para
embarcações de até 25 toneladas, sala de rádio, transporte para as embarcações e total
segurança. A sede náutica oferece ainda piscina e lanchonete. A sede social possui toda
estrutura voltada à comodidade e segurança dos associados, seus familiares e convidados. São
25 apartamentos, um moderno restaurante internacional, sala de TV, sala infantil, salão de
jogos, mesa de snooker e sala de leitura...

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Continuação de nossa viagem-ParteVI
Guardiões do mar

A bela ilha, de tantas belezas que envolvem seus navegantes, com seus costões
rochosos, praias tranquilas, gente boa e acolhedora, também apresenta, em noites
caprichosas, o mar revolto, a turbulência e seu mais intrigante mistério, a atração
magnética. Nestas noites, sentinelas conduzem a travessia, oferecem segurança e
ilustram a paisagem com o encanto que nos remontam às histórias infantis. Neste
livro, nossa circunavegação pela costa do arquipélago encontra o primeiro
exemplar de farol na Barra Velha. Os outros veremos na Ponta da Sela, Ponta do
Boi, Ponta Grossa, Ponta das Canas, Praia do Viana e Ilha Vitória. Com exceção
do Farol da Ponta do Boi, que possui guarnição da Marinha, os demais
funcionam com energia solar. Como se já não bastassem as belezas do
arquipélago, estes personagens vêm encantar ainda mais nosso olhar visitante.
Símbolos da alma náutica brasileira, eis os faróis de Ilhabela.

Pedras Miúdas

Nesta praia ladrilhada pelos seixos à beira-mar, temos à frente o Santuário


Ecológico Submarino da Ilha das Cabras. Com bons bares, restaurantes e escolas
de mergulho, esta praia é ideal para contemplação de diversas espécies marinhas,
onde a pesca e a caça submarina são proibidas. Em suas águas repousa uma
estátua de Poseidon, homenagem dos mergulhadores ao deus do mar. Apesar de
toda a beleza da praia e da Ilha das Cabras, os mais afoitos devem precaver-se,
pois o local exige atenção. A ilha parece tão pertinho, o que faz a travessia a nado
uma tentação. No entanto, o local tem uma correnteza marítima poderosa, não
foram poucos os aventureiros que necessitaram de socorro a muitos metros dali.
Um belo susto!
Oscar

Com apenas 30 metros de extensão, oferece muita beleza por sua água
transparente e uma piscina natural ao seu lado esquerdo. É local ideal para
refugiar-se, com fácil acesso.
Portinho

Ver uma comunidade caiçara é sempre bom, ainda mais representada pela
capelinha de Santo Antônio, seus ranchos e suas canoas. Um lugar ideal para
aquela refeição servida com o tempero tradicional. Oferece boas opções de
comércio e urbanização. A opção de acesso por mar merece muita atenção das
embarcações, devido à quantidade de pedras submersas. Esta peculiaridade
oferece ótimas condições para mergulho, onde poderemos vivenciar grande
quantidade de peixes.
Feiticeira

As velhas paredes do engenho de cana-de-açúcar da Fazenda São Mathias


intrigam e embelezam esta linda praia, presenteada com agradável riacho,
sombras, águas limpas e visual deslumbrante. O antigo sobradão já foi cogitado
para virar sede de um cassino. A praia, ideal para a prática do kitesurf, combina
agito e repouso em suas sombras.

A Lenda da Feiticeira

Conta-se que uma proprietária da Fazenda São Matias havia enriquecido ao manter uma
taberna na praia, aonde piratas e marinheiros de navios negreiros e mercantes buscavam
provisões. Já no fim da vida, com receio de ser vítima de um saque, a fazendeira, denominada
feiticeira pelos ilhéus, enterrou seu tesouro no local, conhecido por Tocas. Depois, matou todos
os escravos que a ajudaram nesta tarefa para que não revelassem o seu segredo...

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Continuação de nossa viagem-Parte
VII

Praia do Julião -
O nome desta praia teria origem no ilustre caiçara Benedito Julião dos Santos, do qual
falaremos adiante. O acesso à praia é feito por uma pequena trilha, que atravessa um trecho de
mata. Com 250 metros de extensão, é propícia para mergulho. Sua calmaria a torna ideal para
famílias, principalmente para as crianças. Mesmo próxima à rodovia, a praia não pode ser
avistada da estrada. A família Julião e a história de uma praia No final do século XIX, mais
precisamente em 1897, Benedito Julião dos Santos passou a morar numa pequena praia, hoje
chamada Praia do Julião, ao Sul da Ilha. Com sua esposa, Sebastiana Furtado, criou nove
filhos, segundo os preceitos da cultura
caiçara e do amor à terra. Nas
gerações seguintes, 21 netos, 31
bisnetos e 22 tataranetos. Em 1915,
Benedito Julião construiu na praia seu
engenho de aguardente, onde produzia
a famosa cachaça Leite e Irmãos. Era
dono de uma frota de canoas-de-voga
denominadas Santa Clara, Capricho,
Paciência, São Manoel e Mariana. Nas
canoas, ele singrava as águas do Canal
de São Sebastião para levar sua
produção entre Angra dos Reis e
Santos. Numa época em que estas
embarcações eram como limusines de
hoje, transportavam também noivos e
festeiros das longínquas vilas até as
igrejas nos centros urbanos de São
Sebastião e Ilhabela.
Em muitas das suas longas viagens de negócio, Julião deparou- se com intensas tempestades
que o forçava a aportar em algum abrigo, muitas vezes em praias desabitadas, até que o mal
tempo passasse. Após o falecimento de Benedito Julião, em 1956, um de seus filhos, Jayme
Leite Julião, prosseguiu com as atividades do alambique até a década de 1970.

Ainda hoje, no local, permanecem a roda do engenho e os demais maquinários, marcos de um

passado distante.

Praia Grande -
Praia urbanizada, com diversos serviços, guarda o encanto de outrora pela pequena igreja à beira-
mar, cujas pinturas em suas paredes merecem uma visita. Com 650 metros de orla e águas calmas,
oferece inúmeras possibilidades de lazer e descanso, como caminhadas no calçadão, mergulho e
passeios de banana boat. Diante do olhar visitante, um ilhote completa a paisagem.

Bexiga –Ilhabela -
A história de um bairro por três gerações de caiçaras - Falar de todas as famílias caiçaras de Ilhabela
seria impossível, embora fosse um trabalho fascinante. Contudo, durante minha trajetória por
Ilhabela, conheci um grande colaborador, que logo se tornou meu amigo. Com a história de seu avô
e de seu pai, espero homenagear todos os antigos moradores do arquipélago, que construíram com
seu amor à terra e com esforço diante às dificuldades, a cultura de Ciribaí. Graças a três gerações,
contaremos um pouco da história do Bairro do Bexiga. Em 1867, nascia Benedito Leite da Silva
Junior, o Papai Leite, como seria mais tarde carinhosamente chamado pelos netos.

Instalou no bairro um engenho de aguardente. Casou-se com Maria Rita de Oliveira e desta união
tiveram oito filhos, dentre os quais, Sebastião Leite da Silva, o Batango, nascido em 1908. Seu pai
faleceu em 1951, aos 84 anos. Batango deu continuidade às atividades do engenho, tornando-se
proprietário de um dos últimos em atividade no município, produzindo a pinga Bexiguinha, até
1971.

Pessoa benquista no bairro, Batango conquistou o respeito da comunidade graças a sua simplicidade,
solidariedade e retidão de caráter. Autodidata, aprendeu a ler e escrever com muito empenho e
persistência, pois a ele não foi possível frequentar os bancos escolares. Assim, por experiência
própria, percebeu a importância do conhecimento na vida das pessoas e não mediu esforços para
proporcionar aos filhos, Edmir Branco da Silva e Ephigênia Aparecida Leite, a possibilidade de
estudar. Como naquela região da ilha havia apenas uma escola até o terceiro ano primário, a Escola
Mista de Praia Grande, na Prainha do Julião, Batango decidiu mandar os filhos a São Sebastião para
completarem ensino primário e ginasial. A seguir, com dificuldades de ordem econômica, Batango
enfrentou um desafio ainda maior: enviar os filhos a Santos para prosseguirem os estudos.
Felizmente, conseguiu. Ephigênia formou-se professora e Edmir advogado. Mesmo depois de
aposentado, o pai jamais deixou a ilha, onde doou terras para abertura de via pública e escla no
bairro. Dividia seu tempo entre Santos e seu sítio no Bexiga, preservado por seus filhos. Seu amor à
terra foi herdado pelo seu filho Edmir. Minhas homenagens a Batango, falecido em 1981, a seu filho
Edmir e a todos os caiçaras de Ilhabela.

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Continuação de nossa viagem-Parte


VIII

Praia do Curral -
Sob os olhares da Capelinha de Santa
Cruz, localizada sobre a costeira do
Morro do Curral, esta praia oferece
todo o requinte que a Ilha possui.
Proporciona muitas histórias,
sofisticação e efervescência nos 650
metros de orla movimentada por
banhistas. Nela está o mais famoso bar
de Ilhabela e o hotel de praia eleito
como o melhor da América do Sul com
atrações de DJs renomados, alta
gastronomia, spa e outras mordomias,
tudo isso com pé na areia. Ao fim da
tarde, contemplação de um lindo pôr-
do-sol. Todos os anos, no réveillon,
Curral se torna um dos destinos

preferidos e mais agitados da região.

Praia do Veloso -

De águas limpas, este pequeno remanso de costeira é um local tranquilo, apesar de sua proximidade
com praias mais badaladas. É a última opção de banho de mar para quem segue a estrada rumo ao
sul. Esta praia fica próxima ao Farol da Ponta da Sela, que sinaliza a Barra Sul do Canal de São
Sebastião.

Praia do Bonete -

Talvez a mais famosa praia de Ilhabela. Seu nome teria duas origens prováveis: a de um grande
donatário de terras, José Bonete, que recebeu propriedades do Reino de Portugal no início do século
XVII. A outra, mais intrigante, refere-se ao pirata espanhol Bonnetti, detentor de um tesouro que
teria depositado numa praia de Ilhabela, ao fugir dos portugueses. Talvez esta seja a explicação da
pele alva e olhos claros de seus duzentos moradores, descendentes de piratas e antigos navegadores
que teriam ali aportado, como náufragos ou amotinados e permanecido na praia, atraídos pela beleza
do lugar. Lar de uma das mais tradicionais comunidades caiçaras do arquipélago, o Bonete é
conhecido pela arte da pesca, pelo fabrico das canoas escavadas no tronco do guapuruvu e linguajar
peculiar dos nativos, que trocam o “v” pelo “b”. A comunidade possui uma linda capela, erguida em
devoção à Santa Verônica. Dentro dela está um belo quadro da santa, cuja origem e autoria são
desconhecidas. No mês de julho, realiza-se sua tradicional festa composta por novena, cantos, rezas
e baile. Durante a missa, homens ficam de um lado, mulheres de outro, fazem a cantoria ainda em
latim. O templo é ornado pela “juizada”, patronos ou festeiros que se revezam ano a ano. O destaque
fica por conta do leilão de prendas, sempre conduzido de forma bem humorada. Conquistar este
paraíso exige dedicação dos visitantes que chegam por terra. São 15 km de belíssima trilha, que
adentra o Parque Estadual de Ilhabela a partir de Borrifos. Por ela atravessamos duas cachoeiras em
companhia de tiribas, pequenas aves, parentes do papagaio. A chegada ao Bonete, pelo alto do
morro, propicia visão deslumbrante da praia lá embaixo. Com areias brancas e orla ornamentada por
coqueiros e grandes abricoeiros, seu mar é agitado, com as melhores condições para o surfe. Voltada
para o Sul, em dias de mar grosso ninguém chega ou sai por mar. Com chuva, as cachoeiras se
avolumam e a trilha fica impedida. A comunidade, além de viver da pesca, oferece diversos serviços
como hospedagem, alimentação e traslado por mar, em suas tradicionais canoas, abrigadas nos
ranchos próximos à Barra do Rio Nema. Alguns caiçaras alugam casas para temporada e requintadas
pousadas dispõem tranquilidade com excelência em serviços. Visite e reserve alguns dias para
mergulhar num ambiente paradisíaco e acolhedor.

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Continuação de nossa viagem-Praias
e Faróis Parte IX

Praia das Enchovas

Também conhecida como Anchovas, é uma praia bela e arredia por conta de suas pedras na
orla e ondas agitadas. É indicada para pesca esportiva e mergulho. O acesso é feito por barco,
o que já garante a emoção ao navegar pela costeira ou percorrer a trilha a partir do povoado
do Bonete. Na época das enchovas, os caiçaras servem um prato típico no qual o peixe é
enrolado em folha de bananeira, enterrado na areia e coberto por pedras e gravetos aquecidos.
Depois de três horas, é servido com pirão. Realmente, um prato delicioso.

Praia de Indaiaúba

O lugar dos indaiás, significado de seu nome em tupi. Indaiá é um tipo de palmeira que produz
cachos de coquinhos amarelados. Propícia à pesca de linha, esta praia tem paisagem
inesquecível. As águas são de calmaria e transparência sem igual. As areias claras são berço
para momentos de tranquilidade e contemplação. A mata exuberante parece que algo quer nos
contar. Com certeza, nos diz que o paraíso existe e está no Indaiaúba. De agora em diante, uma
pausa nas praias, pois até a Baía de Castelhanos somente encontraremos costões.

O Farol da Ponta do Boi -


Na Ponta do Boi, quase que inacessível por terra, uma torre alva com cúpula que lembra lentes
de cristal empresta sua beleza para nosso imaginário e nossa contemplação... No final dos
oitocentos nosso litoral estava praticamente às escuras: apenas dois faróis estavam em
operação, um próximo ao Porto de Santos e outro já na divisa com o Paraná. Assim, decidiu-
se, por força das já famosas atrações magnéticas do arquipélago, que um guardião fosse
construído na Ponta do Boi, a sudeste de Ilhabela. As obras se iniciaram em 1898. Chegar lá
não era, e ainda não é fácil. Para sua construção contava-se com a pouca calmaria da costeira e
com a construção de um complexo teleférico para o desembarque de pesados equipamentos.
Quando as condições do mar não permitiam, jeito era desembarcar outros materiais na
calmaria do Saco do Sombrio. Porém, esta operação demandava uma caminhada de até três
horas em terreno hostil, salpicado de cobras, até o local de instalação do farol. Após dois anos
de obras ele está lá. Desde 1900 reina no alto de seus 17 metros de altura, lançando sua luz a 22
milhas náuticas. O difícil acesso construiu histórias de desprendimento e até um toque de
heroísmo, pois é o único farol do arquipélago guarnecido, isto é, operado por marinheiros.
Todos os outros são automáticos. Atualmente, faroleiros militares ficam isolados, encontrando
conforto em suas famílias, que podem acompanhá-los. Seus filhos completam os estudos por
meio de ensino à distância. Regularmente, helicópteros da Marinha os visitam, com óleo diesel
para o funcionamento do farol e mantimentos.

O Farol da Ponta da Pirabura -


Este baluarte sinalizador foi construído em decorrência do terrível naufrágio do Príncipe de Astúrias,
o maior da costa brasileira, que soçobrou na Ponta da Pirabura, em 1916. Esta história será contada
em pormenores, no capítulo sobre os naufrágios de Ilhabela, mais adiante...

Boa vontade e gostar daquilo que faz. Esse é o segredo do sucesso.


Se formos fazer alguma coisa, que façamos bem feito...

DESCUBRA ILHABELA
Continuação de Nossa Viagem -

Sombrio até a praia Mansa-Parte X


Sombrio -

Sombrio, misterioso, Povoado POR Lendas e enigmas ... Este. Pequeno Abrigo E
rico e muitas Histórias 'em'. Nele OS piratas aportavam Tornou-se o derradeiro
destino de Thomas Cavendish, enforcado POR SEUS marinheiros amotinados
APOS saque Ao povoado de Santos . DEPOIS, dissemos Como, SERVIU Como
hum dos Últimos LOCAIS no Brasil Desembarque do tráfico clandestino de
Escravos. Nas Primeiras Décadas do Século XX, acolheu grande Comunidade
pescadora, formada POR caiçaras e Japoneses, que produziu com Técnicas
artesanais de pesca e Industriais de Processamento, o iriko, era de Como
Chamado Pelos Orientais o peixe seco vendia na capital paulista. Neste remanso
foi introduzido o cerco, EQUIPAMENTO trazido Pelos Japoneses, que
incrementou a pesca em Nosso litoral. De grande eficacia, permitia o
aprisionamento de cardumes, sem sacrificar Peixes Pequenos. Durante Quarenta
anos viveu no Sombrio, Como hum eremita, o Pesquisador Paul Ferdinand
Thiry, na Obstinada procura do Chamado Tesouro de Monte Cristo ou Tesouro
da Trindade. Este Pequeno paraíso de Águas verdejantes Localiza-se na borda
oeste da Baía dos Castelhanos, com ACESSO POR Trilhas No Meio da mata OU
POR Embarcação. A tranquilidade do ancoradouro, proporcionada Pelos
morros, oferece ótimas condições Pará pesca e Mergulho. A casa da Marinha,
Que antigamente era USADA Pará os faroleiros de base que desembarcavam
com Suprimentos PARA O Farol da Ponta do Boi. Atualmente, Toda a Estrutura
ESTÁ cedida em comodato PARA O YCI que FICA permanentemente Aberto a
SEUS Sócios, e em emergências E utilizada de base de Operações. Sua potente
Estação de Rádio e SUAS Embarcações. atendem navegantes e moradores, EM
Casos de Acidentes e Doenças. Com as suas instalações também operam NAS
Ações de Controle Ambiental, desempenhadas POR Diversos Órgãos.

Thiry no Sombrio -. O Fascínio Pelos Mistérios do Sombrio permanece Até Hoje


Estive varias vezes com Thiry Durante SUA Permanência Neste lugar. Ouvi
MUITAS de SUAS Histórias E O apoiei com Minhas Embarcações e
Equipamentos de Mergulho, pois o engenheiro acreditava que Em Algum lugar
da Costeira existia Uma cavidade Submersa. Hoje, percorro OS LOCAIS em que
Esteve mergulhado em SUAS Pesquisas e me deparo com Lugares misteriosos, de
Difícil Acesso, escorregadios e cobertos de Vegetação hostil. Uma gruta Estreita,
Por Exemplo, com mais de Dez metros de altura POR CEM de profundidade,
FICA Completamente Tomada Pelas Ondas do Mar em tempos de Maré Alta .

A beleza do lugar e SEUS Tantos atrativos Históricos, poderiam Fazer do


Sombrio hum Ótimo destino turístico cultural, que a saga dos SEUS
Personagens: temidos piratas, OS Japoneses pescadores , OS Valentes caiçaras e
o obstinado Thiry, o Dr. Osmar - Uma historia que valeria Um Filme...

Godo

Praia Pequena, aconchegante Bem, de Águas rasas e calmas. O Acesso PODE Ser
Feito POR mar Trilha OU A PARTIR do Sombrio. Defronte, enfeitam o
horizonte Os Dois ilhotes Godo e Figueira.

Figueira - acolhedores Dois Riachos, hum DELES No Meio da orla, e a História


viva NAS Ruínas de Uma Antiga edificação colonial encantam o visitante Desta
bela praia COM 150 metros de Extensão. Não Há Comércio, mas Uma
Comunidade caiçara Muito receptiva. Ideal Para Esportes náuticos e Mergulho,
Seu Acesso E Feito Pela Praia de Castelhanos.

Vermelha

Praia de tombo, arborizada, Seu nome se origina na Coloração Característica da


areia. Entre Sombrio e Castelhanos, Vermelha E Reduto de Beleza Natural,
simplicidade e Tradição caiçara, Coroada POR Águas Limpas e Cristalinas,
abriga casas singelas e ranchos de . pesca O Acesso E POR Trilha de
Aproximadamente de 5 km, a Partir dos Castelhanos.

Mansa

Como o próprio Nome Diz, há Muita tranquilidade Nesta prainha com 25 metros
de Extensão, soluçar Uma sombra generosa da Vegetação e da tutela de hum
tradicional povoado caiçara.Ideal Para Mergulho Neste Recanto Podemos
AINDA saborear bom peixe com Uma Comunidade local...

Postado há 10th September 2015 por Jeannis michail platon

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