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Santo André
2020
LEANDRO DE OLIVEIRA SILVA
Santo André
2020
LEANDRO DE OLIVEIRA SILVA
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 77
REFERÊNCIAS .........................................................................................................25
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1. INTRODUÇÃO
2. PRODUÇÃO DO VIDRO
Para Büchel et al. (2000), O vidro vem sendo fabricado há muito tempo,
aproximadamente 5.000 anos atrás, sendo considerado uma arte por sua beleza,
característica intrínseca ao material vítreo. A produção era um processo artesanal,
sendo nos primórdios o sopro a principal técnica de conformação do vidro, a qual ainda
é utilizada para fabricação de peças de vidros especiais. Porém, segunda o autor, a
produção em expressiva se iniciou através do processamento mecânico no final do
século XX.
De acordo com Akerman (2014), o vidro é um elemento de múltiplas faces,
podendo ser empregados em inúmeros ramos de atividade. A vida moderna aprendeu
a se tornar dependente do vidro para servir às necessidades da vida humana. O
processo de produção do vidro se divide por quatro principais tipos, sendo, plano,
embalagens, domésticos e vidros técnicos. Para cada setor da sociedade se emprega
um tipo específico de produção e conformação do vidro.
Segundo Montano e Bastos (2013), o vidro plano se destina para utilização em
janelas, mesas, portas, sacadas, entre outras finalidades. As embalagens são
caracterizadas por vasilhames de vidro, como garrafas de refrigerantes, cervejas,
sucos, etc. Os vidros domésticos se enquadram nos utensílios domésticos de vidro,
como copos, pratos, luminárias, vasos, dentre tantos aparatos com finalidades
domésticas. Os vidros técnicos se enquadram em aparelhos específicos, vidros com
composições especiais e tecnologias mais delicadas.
Para Shreve e Brink Jr. (1997), o vidro é um material inorgânico fundido, com
suas características físicas e químicas tanto de um sólido quanto de um líquido, onde,
quando aquecido suas moléculas apresentam um estado de viscosidade semelhante
à de um líquido, porém, quando resfriado aumenta sua viscosidade e vai endurecendo
de forma desordenada, não chega a formar cristais como no caso da água,
acarretando uma forma característica vítrea. O vidro do ponto de vista da química, é
formado da mistura de óxidos inorgânicos, como carbonato de cálcio, óxido de sódio.
Após processo de decomposição e fusão das matérias com compostos alcalinos e
areia em si, se forma o vidro, sendo um material não cristalino.
Os principais elementos que fazem parte da composição da matéria prima para
produção do vidro, de acordo com Shreve e Brink Jr. (1997), são a sílica, encontrada
em abundância na natureza, basicamente a areia, a barrilha sendo um carbonato de
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ebulição (2602°C), e sendo mais denso que o vidro, a massa de vidro passa a flutuar
no banho de estanho “ por isso se chama float”, o qual quer dizer flutuar em inglês.
Neste caso, a gravidade faz a pressão necessária por igual na parte superior da chapa
e o banho de estanho se encarrega de fazer uma força de empuxo na face inferior da
chapa, resultando em um eminente grau de pureza (MONTANO; BASTOS, 2013).
No processo de fusão, Shreve e Brink (1997), destaca que o forno tipo tanque
regenerativo opera com duas câmaras de regeneração com a finalidade de aproveitar
o calor no processo. Quando o calor proveniente da combustão de material
combustível é cedido para a fusão do vidro, passa-se para outra câmara de
regeneração ainda aquecido, nesta etapa é misturado com o ar de combustão e
acarreta através desta mistura em uma chama mais quente, isso para poder aproveitar
ao máximo o calor no processo, visto que nesta etapa de fabricação se tem um
considerável gasto energético, deve-se aproveitar da melhor forma possível o calor
gerado no sistema.
Ainda Shreve e Brink (1997), elenca dois processos de fabricação de chapas
de vidro, sendo o processo Foucault e o Colburn. No primeiro processo, a massa vítrea
após o processo de fusão, é acondicionado para uma câmara denominada de
estiramento, com a finalidade de tracionar o vidro, com uma temperatura pouco menor
daquela no tanque de fusão, cerca de 1020°C. O mesmo é estirado na posição vertical
com a aparência de uma fita, sempre em velocidade constante. Nesta etapa o vidro
precisa ser resfriado, sendo utilizadas serpentinas de água para esta finalidade. Para
que o vidro possa ter uma boa acomodação molecular e mitigação da tensão gerada
pelo resfriamento do mesmo, a fita de vidro passa por um recozimento, sendo cortada
e preparada para destinação final por lapidação. No processo Colburn, a execução da
fabricação é basicamente a mesma, até a etapa em que o vidro é estirado na direção
vertical, até a altura de 91 cm, então, aplica um aquecimento maior nesta etapa com
a finalidade de curvar o vidro para uma posição horizontal, dando a execução final de
recozimento, corte e lapidação.
Akerman (2014), afirma que a sílica possui as características essenciais para
produzir um vidro de qualidade excelente, com propriedades adequadas para as
diversas finalidades que o vidro se aplica, todavia, apresenta uma falha expressiva no
que diz respeito ao seu alto ponto de fusão. Este empecilho acarreta a necessidade
de obtenção fornos especiais encarecendo a produção, assim como um elevado
consumo de energia. Desta maneira se acrescenta certos elementos fundente à sílica,
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O caco de vidro pode ser utilizado como matéria prima para a produção de
vidros novos. Estes são provenientes de recortes de vidros, sobras, vidros imperfeitos,
dentre tantos outros refugos de produção, assim como da reciclagem em si. O caco
utilizado como matéria prima pode ser inserido na mistura dos componentes que
adentrarão o forno para a fundição em uma proporção de 10 a 80% de fração em
massa, auxiliando o derretimento da matéria prima virgem (SHREVE; BRINK JR.,
1997).
Além do caco de vidro, de acordo com Akerman (2014), é usual acrescentar
na massa que irá passar pelo processo de fusão no forno, carbono na forma de grafite,
ou mesmo coque derivado do petróleo, ou então carvão vegetal. Esta prática é
realizada com a finalidade de haver a oxidação do carbono no forno, permitindo assim
a decomposição de sulfatos em uma faixa de temperatura mais baixa, em torno de
1000°C a 1100°C.
Quando ocorre a fusão tanto das matérias primas virgens quanto dos cacos, a
massa inserida no forno está repleta de bolhas de ar, os quais estavam entre as
substâncias acomodadas nos silos de mistura, também surgem moléculas de CO 2
provenientes da descarbonatação das matérias primas. Quando está ocorrendo a
fusão, a massa vítrea é muito viscosa, dificultando a passagem destas bolhas de ar
para a superfície, sendo que tais bolhas precisam estar em níveis aceitáveis para o
controle de qualidade do material, desta maneira, há a necessidade de se executar
uma afinagem desta massa vítrea, para facilitar a passagem de parte destes
particulados para a superfície (AKERMAN, 2014).
Ainda segundo Akerman (2014), para o processo de afinagem se faz uso
processos físicos e químicos, sendo o processo físico aplicado pela elevação da
temperatura do banho de vidro, acarretando assim redução na viscosidade da massa,
fluidizando mais o banho e facilitando a passagem das bolhas. O processo químico
por sua vez, consiste em agregar ao procedimento físico de elevação da temperatura,
e inserindo sulfato de sódio (Na2SO4), com a finalidade de decompor esse sulfato de
sódio. A decomposição do sulfato acontece em temperaturas que ultrapassam os
1200°C, porém, a barrilha e o calcário presentes na massa vítrea começam a fundir
em torno de 800°C, corroendo desta maneira os grãos de sílica aos poucos, em torno
dos 1000°C os grãos de sílica em geral já foram digeridos.
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quanto a destinação de materiais que não será utilizado como produto acabado. Se
faz necessário uma redução na geração dos resíduos sólidos, agregando no cotidiano
das pessoas a preocupação quanto a não geração de resíduos, se acontecer, atentar
para redução, após reutilização, reciclagem, tratamento de resíduos e por fim,
disposição final de rejeitos. No caso do vidro, a vantagem em reutiliza-lo é de extrema
viabilidade, no que diz respeito a todas as suas características citadas a priori, não
permitindo assim sua destinação aos aterros sanitários, utilizando espaço preciso para
outros tipos de rejeito que precisam ser descartados corretamente. O vidro pode ser
reciclado centenas de vezes sem sofrer nenhuma alteração em suas características,
deve-se aproveitar ao máximo essa capacidade (SOUZA-DAL BÓ, 2019).
No momento da fabricação dos vidros, são gerados refugos na ordem de 10%
do volume de fabricação, por conta de defeitos apresentados nas peças no momento
da confecção. Parte desta produção defeituosa é prontamente descartada e
reutilizada como matéria prima secundária na produção. Junto a esse refugo usado
na produção, é adicionado material reciclado de cacos de vidro oriundos de outras
fontes de conformação de vidro, várias indústrias ou empresas de confecção ou de
aproveitamento dos vidros, que durante suas atividades acabam por gerar resíduos
decorrentes de suas atividades, retornam esse material para as indústrias vidreiras
dando a correta destinação para o reaproveitamento dos cacos de vidro (VARELA,
2005).
O próximo capítulo tratará da relação da utilização dos cacos de vidro na
produção de material novo, porém, destacando o maior desafio das indústrias
vidreiras, os contaminantes oriundo de grande parte deste material, se tornando um
desafio para as empresas lidarem com esse problema.
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fazer outra chapa com as mesmas proporções, assim como um transtorno para
rastrear de onde pode ter surgido tal inclusão. Por essa maneira, muitas empresas
tendem a utilizar os cacos provenientes de sua própria empresa, de seus refugos,
para poder mitigar a ocorrência de contaminantes em seu processo de produção
(AKERMAN, 2014).
Simões (2013), destaca a importância da separação de material contaminante
do vidro reciclado. O vidro laminado como os utilizados nos veículos, possui em seu
interior uma película de polímero, dando uma segurança para os consumidores deste
tipo de produto, sendo que, em caso de um acidente ou mesmo por qualquer razão, o
vidro vir a sofrer uma ruptura, os estilhaços do vidro não se espalham para o ambiente
em redor, podendo causar ferimentos nos ocupantes do veículo, mas mantêm os
estilhaços fixados na película de plástico, dando segurança para os ocupantes. De
outra forma, esta benfeitoria para a segurança em geral, pode acarretar em um
problema na hora da reciclagem deste caco, pois o polímero não deve estar agregado
a esta no momento de ser inserido nos fornos de fusão. Logo, em um rigoroso
processo de separação acontece na etapa de moagem nas empresas de
beneficiamento deste material para reciclagem, onde nesta etapa, as partículas de
vidro se desprendem quase que por completo das lâminas de polímero, podendo
assim fazer parte da massa vitrificável para fabricação de vidros novos.
Ainda segundo Simões (2013), no processo de obtenção de vidro plano através
da reciclagem de vidros laminados de origem automotiva, após a devida separação
dos demais materiais, este resíduo passa por moinhos diferenciados para a moagem
do mesmo. O processo de moagem é realizado várias vezes até que as partículas de
vidro se desprendam das películas de plástico. Após o processo de separação, a
película de plástico presente uma coloração um tanto opaca, diferente de sua
característica original, a qual era translúcida, a mesma se encontra em vários
fragmentos com tamanhos diversos. Este material é destinado a aterros sanitários,
não é aproveitado em outros processos de beneficiamento como matéria prima,
porém, os cacos de vidro oriundos deste processo são destinados em sua maioria
para as indústrias vidreiras de confecções de vasilhames, onde aproveitam esse
material já limpo em suas produções, reduzindo gastos com energia, água e matéria
prima.
O processo de reciclagem do vidro é extremamente importante, fazendo com
que cada tipo de material seja direcionado para correta aplicação pós consumo. Uma
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AKERMAN, Mauro. Indústria do Vidro. Ribeirão Preto, 2014. In: Economia de Baixo
Carbono: avaliação de impactos de restrições e perspectivas tecnológicas.
Relatório Final. 71 f. Disponível em:
<http://www.comexresponde.gov.br/portalmdic/arquivos/dwnl_1427804659.pdf>
(acessado em 20. out. 2020).