Você está na página 1de 26

FACULDADE PARANAENSE - FAPAR

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

ADRIANO RODRIGUES

ARGAMASSA POLIMÉRICA - USO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

CURITIBA - PR
2020
ADRIANO RODRIGUES

ARGAMASSA POLIMÉRICA - USO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado no Curso de Engenharia Civil
da FAPAR, como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientador: Profª Meª. Danielle Cecatto

CURITIBA - PR
2020
ADRIANO RODRIGUES

ARGAMASSA POLIMÉRICA - USO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado


no Curso de Engenharia Civil da FAPAR,
como requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Prof.ª. Meª. Danielle Cecatto

Aprovado em: _____/_____/_______

BANCA EXAMINADORA

________________________________
Prof.ª. Danielle Cecatto

________________________________
Prof. Álvaro Crovador
Dedico este trabalho ao meu pai Divino
Aparecido Rodrigues, in memorian a minha
madrasta Ana Maria Pereira Silva, a minha
irmã Taty Rodrigues e a minha família.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por jamais me desamparar.


Agradeço à minha coordenadora do curso, Anne Maiara Seidel, pelo
incentivo, a professora Eloíse Wacholski Rodrigues, pelo desprendimento em ajudar-
nos, a orientadora Danielle Cecato, pela orientação, e especialmente ao professor
Álvaro Crovador por todo incentivo e ajuda, a todos os demais professores e
colaboradores dessa instituição."
O sucesso nada mais é que ir de fracasso em fracasso sem que se perca o entusiasmo.
(Winston Churchill)
RESUMO
Diante de todo avanço tecnológico em todas as áreas da sociedade, faz-se necessário que
todos os profissionais de todas as áreas se atualizem, com isso a engenharia civil, também
vem adotando inovações. A argamassa possui um papel fundamental em qualquer campo
de obra, e assim como os demais componentes da construção civil, também tem passado
por inovações. Dessa forma no presente trabalho pretende-se demonstrar a forma que a
argamassa polimérica pode ser utilizada para melhorar a economia em um canteiro de
obras, sem alterar a qualidade da obra. Quais são os pontos positivos e negativos que tal
material pode trazer para a construção civil. Para isso será feito um estudo bibliográfico
sobre o uso desse material na construção civil, realizando um comparativo com os
resultados encontrados. Por se tratar de um material ainda pouco utilizado nas obras o
material poderá ser mais aprofundado em estudos futuros. Pode-se perceber durante o
estudo que tal material se mostra econômico, sem desperdício de material e ecologicamente
correto, tendo em vista a baixa geração de entulhos.

Palavras-chave: Argamassa polimérica. Construção civil. Assentamento.


LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Uso, função e propriedade das argamassas de assentamento ........................... 14
Tabela 2 - Divisão das argamassas de acordo com elasticidade ......................................... 18
Tabela 3 - Composição de custos serviço: alvenaria, traço argamassa 1:0, 5:8, juntas 15 mm
............................................................................................................................................ 22
Tabela 4 - Composição de custos serviço: alvenaria, assentado com argamassa polimérica
............................................................................................................................................ 23
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Classificação da argamassa de acordo com a consistência ................................ 15
Figura 2 - Perda de água da argamassa de assentamento o estado fresco para os blocos de
alvenaria .............................................................................................................................. 16
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ........................................................................ 11
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 12
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 12
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 12
1.2.2.1 Justificativa ......................................................................................... 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 14
2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ARGAMASSAS DE
ASSENTAMENTO .................................................................................................. 14
2.1.1 Trabalhabilidade........................................................................................ 15
2.1.2 Retenção de água ..................................................................................... 16
2.1.3 Resistência mecânica ............................................................................... 16
2.1.4 Estabilidade volumétrica ou retração ........................................................ 17
2.1.5 Capacidade de absorver deformações ..................................................... 17
2.2 TIPOS DE ARGAMASSA ............................................................................. 18
2.2.1 Argamassa preparada In loco ................................................................... 18
2.2.2 Argamassa industrializada ........................................................................ 18
2.2.3 Argamassa não cimenticia ........................................................................ 19
3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 21
3.1 LEVANTAMENTO DOS DADOS .................................................................. 21
4 RESULTADOS E ANÁLISES ............................................................................... 22
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 24
11

1 INTRODUÇÃO

A tecnologia vem avançando em todos os campos da sociedade, dessa


maneira os fabricantes de produtos, inclusive os utilizados na engenharia civil, vem
acompanhando essa evolução, procurando criar novos produtos, que possam
facilitar o dia a dia das pessoas, dentre esses produtos pode-se encontrar a
argamassa polimérica, as quais são vendidas para pronto uso, alterando a forma
que se faz o assentamento de blocos de alvenaria em algumas obras. Tal método
apresenta um rendimento maior quando comparado a argamassa tradicional, pois é
necessária a utilização de apenas dois filetes do produto para assentar tijolos ou
blocos de parede.
Atualmente o maior problema ao se utilizar a argamassa tradicional em
obras de grande e médio porte, é a variabilidade do único insumo utilizado em sua
produção, que não é industrializado, a areia, dessa forma ao utilizar um produto que
já vem com a quantidade correta de cada insumo e seu pronto uso, pode-se adquirir
uma melhor qualidade na aplicação (CEOTTO, et.al. 2005). A argamassa polimérica
foi criada com intuito de criar produtos sustentáveis, de qualidade, com baixo custo
econômico e ambiental (SILVA, et.al., 2013).
Dessa forma a argamassa polimérica, trata-se de um produto pronto para o
uso, portadora de uma tecnologia não cimentícia, produzida com nanotecnologia,
tendo sido desenvolvida para o assentamento de blocos e tijolos, utilizada pela
construção civil (CBIC, 2011).
Sendo assim, o objetivo do trabalho é analisar a qualidade da argamassa
polimérica, seus pontos positivos e negativos, comparados as modalidades colantes
apresentadas pelo mercado, oferecendo suporte aos indivíduos que optarem por
este novo produto na execução de suas obras.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Diante das novas tecnologias, a procura por meios mais econômicos e


práticos para a construção civil vem sendo difundidas em larga escala, dessa forma
questiona-se: Qual a eficácia do uso de argamassa polimérica na construção civil?
12

1.2 OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho, dividem-se em geral e específicos e serão


apresentados a seguir.

1.2.1 Objetivo Geral

Avaliar o custo benefício da utilização da argamassa polimérica, no


assentamento de tijolos e blocos na construção civil.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do trabalho são:


• Comparar o custo benefício da argamassa polimérica e argamassa
cimentícia;
• Comparar estudos sobre a utilização de tal produto na construção civil;
• Analisar o impacto econômico da utilização do produto.

1.2.2.1 Justificativa

O gasto com argamassa representa 6% do custo total de uma obra, dessa


forma seu uso de maneira corriqueira, como vem sendo utilizada em muitas
construções, onde uma mesma mistura é utilizada, para diversas finalidades,
podendo comprometer o desempenho de alguns de seus componentes. Quando se
leva em consideração esse fator, o gasto com argamassa sobe para 30% do custo
total da edificação, tornando as correções dispendiosas (OLIVEIRA, AGOPYAN,
1992).
A argamassa polimérica ainda é um produto considerado novo no mercado,
apresentando pouca bibliografia especifica em artigos e trabalhos científicos, tendo
mais conteúdo técnico disponibilizado pelos fabricantes, as argamassas colantes
representam até ¼ do peso total de uma edificação, dessa maneira essa pesquisa
possui como intuito disponibilizar conteúdo, para que se use de base, para realizar a
escolha em relação a melhor argamassa para assentar alvenaria de vedação e
13

estrutural, em relação ao custo e a conformidade mecânica de acordo com as


normas vigentes.
14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO

De acordo com Martinelli (1991) pode-se organizar as características


apresentadas pelas argamassas, de acordo com a função de cada uma (Tabela 1).

Tabela 1 - Uso, função e propriedade das argamassas de assentamento

Usos Funções/Exigências Propriedades


Assentamento estrutural Resistir a esforções Trabalhabilidade; retenção
mecânicos de água; resistência
Unir os elementos de mecânica inicial; resistência
alvenaria mecânica final; estabilidade
Vedar Juntas volumétrica; capacidade de
absorver deformações.
Assentamento Unir os elementos da Trabalhabilidade; retenção
convencional alvenaria de água; resistência
Vedar juntas mecânica inicial; estabilidade
volumétrica; capacidade de
absorver deformações.
Assentamento de Unir elementos de Trabalhabilidade; retenção
Acabamento acabamento ao substrato de
água; aderência; estabilida-
de
volumétrica; capacidade de
absorver deformações
Chapisco Unir camadas de Trabalhabilidade; aderência
revestimento ao substrato
Emboço Vedar alvenaria Trabalhabilidade; retenção
Regularizar superfície de
Proteger o ambiente de água; aderência;
Intempéries estanqueidade; estabilidade
volumétrica
FONTE: Martinelli (1991)

De maneira geral uma boa argamassa deve apresentar propriedades de


assentamento convencional e estrutural em trabalhabilidade, retenção de água,
resistência mecânica, estabilidade volumétrica e capacidade de absorver
deformações.
15

2.1.1 Trabalhabilidade

A característica que os grãos de agregado possuem de rolar uns sobre os


outros, define a trabalhabilidade, juntamente com a correlação que há entre o atrito
interno, coesão e viscosidade são de forma indireta medidas, partindo da
consistência, característica da argamassa, que faz com que a mesma resista a
deformações.
Pode-se classificar as argamassas, a partir de sua consistência, sendo: seca,
plástica ou fluída (Figura 1).

Figura 1 - Classificação da argamassa de acordo com a consistência

Fonte: Sabbatini, 1986 (apud ROSELLO, 1976)

De acordo com Oliveira e Agopyan (1992) a trabalhabilidade, faz-se


necessária para a aplicação correta do produto, sendo uma propriedade de
quantificação difícil, levando-se em consideração a subjetividade e dependência de
diversos fatores, tais como o substrato. A modalidade da parede irá definir a
capacidade de absorver o cisalhamento e a tração, além da durabilidade e
resistência da alvenaria. Todos esses fatores se tornam de difícil quantificação,
levando-se em consideração o conjunto alvenaria e argamassa.
De acordo com Sabbatini (1986), a resistência da argamassa, é influenciada
na relação entre água/aglomerante; aglomerante/areia; granulometria da areia e a
natureza e a qualidade apresentada pelo aglomerante.
16

2.1.2 Retenção de água

A retenção de água está relacionada a capacidade de reter água de


amassamento em compensação a sucção e a evaporação, fazendo com que as
reações de cura, ocorram de maneira gradativa, realizando a hidratação adequada
do cimento com ganho de resistência. Quando há perda rápida de água a aderência
é prejudicada, bem como a capacidade de absorver deformações e a resistência
mecânica, o que acaba por comprometer a durabilidade e estanqueidade, podendo
ser tal fato evitado com a utilização de aditivos específicos, ou o aumento da
superfície especifica (BARROS, et al, 1998).
A aderência é influenciada diretamente pela retenção de água, quando se
perde a mesma de forma rápida para o bloco inferior à junta, onde houve contato
primeiro, poderá faltar água para que seja garantida a ligação com o bloco superior
(Figura 2) (CARASEK, 2007).

Figura 2 - Perda de água da argamassa de assentamento o estado fresco para os blocos de alvenaria

Fonte: CARASEK (2007)

2.1.3 Resistência mecânica

A capacidade de resistir a esforços de tração, compressão ou cisalhamento


está relacionada a resistência mecânica da argamassa, tais esforços podem ser
17

eventualmente provocados por cargas estáticas ou dinâmicas que atuam nas


edificações, ou em decorrência de condições ambientais (NAKAKURA,
CINCOTTO, 2004).
Podem ocorrer determinadas deformações na alvenaria, devido a retração,
podendo ser de origem térmica, de secagem ou movimentação estrutural, dessa
maneira quanto menor a rigidez maior será a capacidade de acomodar tensões.
Sendo que a capacidade de absorção de deformações é inversa ao valor de seu
módulo de deformação e resistência a compressão (OLIVEIRA, AGOPYAN,
1992).

2.1.4 Estabilidade volumétrica ou retração

A retração é a variação dimensional que ocorre em função da umidade


relativa ado ambiente, após a secagem da massa (FIORITO, 1994).
Os fatores que influenciam a retração são:

• Presença de cloretos e álcalis e finura do cimento: quanto mais fino o


cimento e maior for a presença de cloretos e álcalis, maior será a retração;
• Consumo de cimento: quanto maior o consumo de cimento, maior será a
retração;
• Natureza do agregado: quanto menor for o módulo de deformação do
agregado, maior é a suscetibilidade à retração;
• Granulometria dos agregados: quanto maior for a finura dos agregados,
maior será a quantidade necessária de pasta de cimento para recobri-los,
consequentemente maior será a retração;
• Relação água cimento: quanto maior for esta relação, maior será a
retração de secagem;
• Condições de cura: se a evaporação da água se iniciar antes de
começarem as primeiras ligações entre os cristais desenvolvidos com a
hidratação, a retração poderá ser acentuada (PEREIRA, 2005).

2.1.5 Capacidade de absorver deformações

A capacidade de absorver deformações, constitui na capacidade da


argamassa de absorver tensões, sem que se deforme demais, sem causar rupturas
ou fissuras prejudiciais, retornando a seu estágio original quando se cessa as
solicitações (SABBATINI, 1986).
Para que tal função seja cumprida, a argamassa deverá ter o modulo de
elasticidade inferior a 2,0 GPa (SABBATINI, 2005).
18

A argamassa pode ter seu módulo de elasticidade divididos em: rica, elástica
e extremamente elástica (Tabela 2) (FIORITO, 1994).

Tabela 2 - Divisão das argamassas de acordo com elasticidade

Definição das argamassas Módulo de elasticidade


Rica Aproximadamente 14,00 GPa
Elástica Aproximadamente 5,00 GPa
Extremamente elástica Aproximadamente 1,05 GPa
Fonte: FIORITO (1994)

2.2 TIPOS DE ARGAMASSA

De acordo com a NBR 7200/98, argamassa inorgânica é uma mistura que


pode ou não conter aditivos e adições, sendo homogênea de agregado miúdo,
aglomerante inorgânico e água com propriedade de aderência e endurecimento.

2.2.1 Argamassa preparada In loco

As argamassas preparadas in loco são aquelas que são medidas e tem seu
material preparado no canteiro de obras, de acordo com a NBR 13529/1995. Sendo
sua medida feita em volume ou massa com um ou mais aglomerantes.

2.2.2 Argamassa industrializada

A NBR 13529/1995 define a argamassa industrializada como aquelas que


possuem dosagem controlada de seus componentes, feita em instalações próprias,
produzindo uma mistura seca, onde o usuário deve adicionar água para utiliza-la.
Ambrozewicz (2012) define argamassa industrializada como compostos
produzidos em ambiente industrial, onde seus componentes são dosados
sistematicamente, a fim de estabelecer um padrão em seu fornecimento. Tal produto
destaca-se por ser um facilitador na execução de obras de médio e grande porte,
tendo em vista que seu armazenamento é realizado em sacarias ou silos.
Mostrando-se viável, pois necessita apenas da adição de água, de acordo com a
quantidade estabelecida pelo fabricante.
19

2.2.3 Argamassa não cimenticia

A argamassa polimérica ou não cimentícia é definida pelo fabricante


Carbonos do Basil Ltda, FCC e Construfix, como uma argamassa pronta para uso,
estabilizada, pastosa e homogênea, tendo como base compostos minerais,
polímeros resinosos e químicos para a colagem imediata ao assentamento
revestimento de blocos de concreto, cerâmicas, pedras, vidros, metais, etc. Na sua
composição pode-se ainda encontrar carvão ativado e incorporadores do ar.
Deve-se distribuir sobre as bases duas linhas paralelas com um centímetro
cada, para se realizar o assentamento de elementos de vedação ou estruturais.

Argamassas modificadas polimericamente tem uma co-matriz rígida, em que


a matriz de polímero orgânico e a matriz de cimento são homogeneizadas.
As propriedades das argamassas poliméricas são caracterizadas por esta
co-matriz (OHAMA, 1995).

Dessa forma pode-se definir a argamassa polimérica como um agente


sintético, o qual é produzido de maneira industrial. Ohama (1995) cita que os
sistemas modificados com resina líquida e monômeros, ao adicionar água é induzida
a hidratação do cimento, fazendo com que a resina líquida e os monômeros
polimerizem.
A composição química das argamassas poliméricas, presentes no mercado,
apresentam diferentes formulações, tipos, quantidades de matéria prima, utilizadas
em suas composições. O que faz com que haja diferentes desempenhos mecânicos
e durabilidade. Esse tipo de material, é livre de gases poluidores, além de reduzir o
uso de areia na construção, o que faz com que seja um importante aliado para a
queda do impacto ambiental, ocasionado pela construção civil (SILVA, et. al, 2013).

2.3 FORMAS DE APLICAÇÃO DA ARGAMASSA POLIMÉRICA

O maior diferencial apresentado por esse tipo de argamassa é sua aplicação,


de acordo com os fabricantes basta apenas que se aplique dois filetes de
argamassa, aplicados paralelamente, mantendo uma distância mínima da borda,
20

para que se unifique os blocos, oferecendo resistência suficiente para unir as


unidades de alvenaria, pode-se ainda utilizar pistola para realizar a aplicação da
argamassa, gerando otimização do trabalho e maior produção.
Assim como a argamassa polimérica, a argamassa industrializada, também
produz pouca quantidade de resíduos.
21

3 MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa documental, é a análise crítica, meticulosa e ampla das


publicações correntes em uma determinada área do conhecimento. A pesquisa
documental procura explicar e discutir um tema com base em referências teóricas
publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Podemos adicionar a este acervo
as consultas a bases de dados, periódicos e artigos indexados com o intuito de
ampliar a pesquisa. Demo (2000), diz que a ideia da pesquisa é de induzir o contato
pessoal do aluno com as teorias, com a leitura, levando a conhecer e explorar novas
tecnologias. Nesta pesquisa optou-se pela utilização da pesquisa documental. Na
elaboração deste trabalho foi realizado uma revisão da literatura em diversos
documentos e periódicos sobre o tema proposto.
Durante a realização da pesquisa será realizado uma análise das vantagens
apresentadas na utilização do produto, em relação a seu custo – benefício.

3.1 LEVANTAMENTO DOS DADOS

A base de dados utilizada, foram todas as literaturas disponíveis em artigos,


revistas e periódicos, além de manuais de fabricantes, utilizando como descritores:
engenharia civil, argamassa, edificação.
22

4 RESULTADOS E ANÁLISES

As inovações nem sempre são vistas de maneira positiva, no ramo da


construção civil. Isso ocorre devido a diversos fatores, como insegurança em relação
ao desempenho do produto a longo prazo, divulgação insuficiente, experiencias
anteriores negativas em relação ao produto.
A primeira formulação da argamassa polimérica foi publicada em uma revista
norte americana no ano de 1981, mas no Brasil passou a ser explorada, somente no
ano de 2011, quando alguns fabricantes de materiais da construção civil passaram a
oferece-la (SILVA et.al., 2013).
O FCC (2013) realizou avaliação da propriedade do produto em relação a sua
durabilidade, em câmaras climáticas de envelhecimento acelerado, teste de
resistência ao fogo, expondo o material a uma temperatura de 1.200ºC, por 240
minutos, onde obteve-se resultados positivos. O produto foi testado ainda em
relação a impermeabilidade e resistência mecânica, mostrando-se resistente e
produzindo resultados satisfatórios em todos os testes.
A construção civil mostra-se uma área bastante resistente a novas
tecnologias, faz-se necessário transpor essa barreira para que novas tecnologias
possam ser introduzidas no setor.
A economia em relação ao uso do produto pode ser comparada nas tabelas 3
e 4.

Tabela 3 - Composição de custos serviço: alvenaria, traço argamassa 1:0, 5:8, juntas 15 mm

CÓDIGO INSUMO UNIDADE ÍNDICE CUSTO CUSTO


UNITÁRIO TOTAL
(R$) (R$)
Mão de obra
00004750 Pedreiro H 1,00 18,00 18,00
00006127 Ajudante de Pedreiro H 1,12 12,50 14,00
CUSTO MÃO DE OBRA (R$) 32,00
MATERIAIS
00007271 Bloco cerâmico (alvenaria de
vedação, 8 furos, de 9x19x19 UN 24,00 0,70 16,80
cm
00000370 Areia media – posto
jazida/fornecedor (retirado na M³ 0,01416 50,00 0,71
jazida, sem transporte
00001106 Cal hidratada ch-i para
KG 0,528 0,60 0,32
argamassas
23

00013284 Cimento Portland de alto


KG 2,04 0,56 1,14
forno (af) cp iii – 32
CUSTO MATERIAIS (R$) 18,97
Total s/ taxas (R$) 50,97
Leis Sociais (121,25%) 38,80
BDI (30%) 26,93
TOTAL (R$) 116,70
Fonte: Adaptado SINAPI, 2020

Tabela 4 - Composição de custos serviço: alvenaria, assentado com argamassa polimérica

CÓDIGO INSUMO UNIDADE ÍNDICE CUSTO CUSTO


UNITÁRIO TOTAL
(R$) (R$)
Mão de obra
00004750 Pedreiro H 0,33 18,00 5,94
00006127 Ajudante de Pedreiro H 0,66 12,50 8,25
CUSTO MÃO DE OBRA (R$) 14,19
MATERIAIS
00007271 Bloco cerâmico (alvenaria de
vedação, 8 furos, de 9x19x19 UN 27,00 0,70 18,90
cm
Argamassa polimérica KG 2,00 2,95 5,90
CUSTO MATERIAIS (R$) 24,80
Total s/ taxas (R$) 38,99
Leis Sociais (121,25%) 17,20
BDI (30%) 16,86
TOTAL (R$) 72,96
Fonte: Adaptado SINAPI, 2020
24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se perceber que as argamassas poliméricas se equiparam as


argamassas convencionais quando comparadas a aspectos estruturais.
Apresentando resultados superiores na maioria das vezes quando comparados os
itens de resistência e esforço. Mostrando-se como uma alternativa limpa e pratica, o
que pode proporcionar ganhos substanciais de tempo.
Embora apresente maior custo quando comparada ao valor do saco de
cimento, a utilização de argamassa polimérica, pode gerar uma economia de até
70% em relação ao tempo utilizado e redução de ferragens na obra, além de facilitar
a logística.
Por se tratar de um produto relativamente no mercado de construção civil
brasileiro, o material de pesquisa mostra-se escasso.
Para trabalhos futuros sugere-se o estudo do uso de argamassa polimérica
em reparos executados em concreto armado, e a reação dos materiais utilizados.
25

REFERÊNCIAS

AMBROZEWICZ, P.H.L. Materiais de construção. São Paulo: Pine, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7200: Execução de


paredes e tetos de argamassa inorgânica. Rio de Janeiro, 1998.

BARROS, M. M. S. B.; MACIEL, L. L.; SABBATINI, F. H. Recomendações para


Execução de Revestimentos de Argamassa para paredes de vedação internas
e externa e tetos. São Paulo, 1998. Disponível em:
<http://pcc436.pcc.usp.br/Textost%E9cnicos/Revestimentos%20verticais/Apostila%2
0Revestimento%20Maciel%20Barros%20Sabbatini.pdf>. Acesso em jun 2020.

CARBONOS DO BRASIL LTDA. Disponível em:


http://carbonos.com.br/produto.php?id=1 . Acesso em: jun 2020.

CONSTRUFIX A NOVA SOLUÇÃO CONSTRUTIVA. Disponível em:


http://www.construfix.com.br/site/LAUDOS . Acesso em 16 jul. 2011.

CBIC, Argamassa polimérica para assentamento de tijolos ou blocos. Concurso


Falcão Bauer 19ª edição, 2011. Disponível em:
http://www.cbic.org.br/.../baixar6.php?. Acesso em: Março 2020.

CEOTTO, L.H.; BANDUK, R.C.; NAKAMURA, E.H. Revestimento de argamassa:


Boas práticas em projeto, execução e avaliação. Porto Alegre. ANTAC, 2005.

DEMO, P. Pesquisa: Princípios científicos e educativos. 7ª edição, São Paulo:


Cortez, 2000

FCC. 2013. Disponível em:


http://www.grupofcc.com.br/noticia/noticiadetalhe.php?id=109. Acesso em: julho de
2020.

FIORITO, Antônio J. S. I. Manual de Argamassas e Revestimentos: estudos e


procedimentos de execução. 1. ed. São Paulo: PINI, 1994.

GRUPO FCC. Disponível em: http://www.massadundun.com.br/ . Acesso em jun


2020.

MARTINELLI, F.A.; HELENE P.R.L. Usos funções e propriedades das argamas-


sas mistas destinadas ao assentamento e revestimento de alvenaria. Boletim
Técnico n. BT/PCC/47. São Paulo: Escola Politécnica do Estado de São Paulo,
1991. Disponível em: http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/BTs_Petreche/BT47-
%20Martineli.pdf .Acesso em jun 2020.

NAKAKURA, E. H.; CINCOTTO, M. A. Análise dos requisitos de classificação de


argamassas de assentamento e revestimento. 2004, 20 f. Dissertação (Mestrado)
- Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. Disponível
em:< http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF2003&2004_1/BT%20-%20359.pdf> . Acesso
26

em jun 2020.

OHAMA, Y. Handbook of Polymer-modified concrete and mortars. New Jersey:


Noyes Publications. 1995.

OLIVEIRA, M. B.; AGOPYAN, V. Verificação de algumas propriedades de arga-


massas com saibro da região de Uberlândia para assentamento de tijolos ce-
râmicos. Boletim Técnico n. BT/PCC/73. São Paulo: Escola Politécnica do Estado
de São Paulo, São Paulo, 1992. Disponível em:
http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/BTs_Petreche/BT73-%20Oliveira.pdf . Acesso em
Jun 2020.

PEREIRA, M. F. P. Anomalias em paredes de alvenaria sem função estrutural.


2005. 489f. Monografia (Dissertação de Mestrado) – Universidade do Minho, 2005.
Disponível em:
<http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/2734?mode=full&submit_simple=M
ostrar+registo+em+formato+completo>. Acesso em: jun 2020.

SABBATINI, F. H. Argamassas de assentamento para paredes de alvenaria re-


sistente. Boletim Técnico n.02/86. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo, São Paulo, 1986. Disponível em:
http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/BTs_Petreche/BT02-%20Sabbatini.pdf . Acesso
em jun 2020.

SILVA, et.al. Utilização de argamassa polimérica no assentamento de tijolos ou


blocos. Associação Educacional de Bosco. Rio de Janeiro, 2013.

SINAPI. Tabelas de composições para orçamento. 13º Edição. São Paulo: PINI,
2010. Disponível em: ftp://ip20017719.eng.ufjf.br/Public/Documentos/PINI-
TCPO%2013.pdf. Acesso em: jul 2020.

Você também pode gostar