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Curso Técnico em Edificações

Ayumi Sato Fideles


Guilherme Vieira Tavelin
Leonardo Paschoal Camargo
Lucas Leandro Lima
Solange Gomes de Amorim Ferreira

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS EM CANTEIRO DE OBRAS

São Paulo
2017
Ayumi Sato Fideles
Guilherme Vieira Tavelin
Leonardo Paschoal Camargo
Lucas Leandro Lima
Solange Gomes de Amorim Ferreira

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS EM CANTEIRO DE OBRAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso Técnico em Edificações da Escola Técnica
Guaracy Silveira, unidade do Centro Estadual de
Educação Tecnológica Paula Souza, como
requisito parcial para obtenção do título de
Técnico em Edificações, sob orientação do Prof.
Claudionor Alves da Santa Rosa.

São Paulo
2017
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Nivelador de revestimento cerâmico..........................................................29


Figura 2 - Argamassa pronta......................................................................................30
Figura 3 - Bisnaga de aplicação..................................................................................31
Figura 4 - Nível alemão...............................................................................................32
Figura 5 - Perna mecânica drywall..............................................................................33
Figura 6 - Escora metálica mecan..............................................................................34
Figura 7 - Rádio comunicador.....................................................................................35
Figura 8 - Telhas ecológicas.......................................................................................36
Figura 9 - Impressora countour crafting......................................................................39
Figura 10 - Possibilidade de emendas das estacas metálicas permite o alcance de
até 100 metros de profundidade...........................................................................43
Figura 11 - Máquina de amarrar vergalhões...............................................................45
Figura 12 - Concreto auto-adensável (CAA)...............................................................46
Figura 13 - Execução da concretagem com o CAA....................................................46
Figura 14 - Painéis cerâmicos.....................................................................................47
Figura 15 - Lixadeira de parede..................................................................................48
Figura 16 - Aditivo para liga e plasticidade.................................................................49
Figura 17 - Tesouras pré-fabricadas...........................................................................51
Figura 18 - Estrutura metálica.....................................................................................52
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Quantitativo De Fundação.........................................................................56


Tabela 2 - Quantitativo De Armação De Fundação (Mão-De-Obra Convencional)...57
Tabela 3 - Quantitativo De Armação De Fundação (Inovação)..................................58
Tabela 4 - Quantitativo De Concretagem Da Fundação (Concreto Convencional). . .59
Tabela 5 - Quantitativo De Concretagem Da Fundação (Concreto Auto-Adensável) 60
Tabela 6 - Quantitativo De Alvenaria..........................................................................61
Tabela 7 - Quantitativo De Alvenaria (Mão-De-Obra Convencional).........................61
Tabela 8 - Quantitativo De Revestimento...................................................................62
Tabela 9 - Quantitativo De Revestimento (Inovação).................................................62
Tabela 10 - Quantitativo De Revestimento (Mão-De-Obra Convencional)................63
Tabela 11 - Quantitativo De Piso................................................................................64
Tabela 12 - Quantitativo De Revestimento Cerâmico (Argamassa Autocolante)......65
Tabela 13 - Quantitativo De Revestimento Cerâmico (Argamassa Convencional)....65
Tabela 14 - Quantitativo De Revestimento Cerâmico (Argamassa Convencional E
Nivelador).............................................................................................................65
Tabela 15 - Quantitativo De Revestimento Cerâmico (Argamassa Autocolante E
Nivelador).............................................................................................................66
Tabela 16 - Custo Final Das Etapas Com Mão-De-Obra Convencional....................67
Tabela 17 - Custo Final Das Etapas Com Inovações Tecnológicas..........................68
ÍNDICE DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

Ajud - Ajudante
ABESC - Associação Brasileira de Empresas de Serviços de Concretagem
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
BIM - Building Information Modeling
CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção
cm - Centímetros
CAA - Concreto Auto Adensável
d - Diâmetro
H - Horas
ICC - Indústria da Construção Civil
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LER - Lesão por Esforço Repetitivo
m - Metros
m³ - Metros Cúbicos
mm - Milímetros
m² - Metros Quadrados
NBR - Norma Brasileira Regulamentadora
NR - Norma Regulamentadora
OCDE - Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico
PDCA - Plan Do Check Act
PIB - Produto Interno Bruto
PMCM - Programa Minha Casa Minha Vida
Qntd - Quantidade
RS - Rio Grande Do Sul
SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil
TCPO - Tabelas de Composições e Preços para Orçamentos
TI - Tecnologia da Informação
Unid - Unidade
UFG - Universidade Federal de Goiás
DEDICATÓRIA

Dedicamos este Trabalho de Conclusão de Curso aos nossos familiares,


professores e amigos, que tornaram nossos dias na ETEC melhores e nos
auxiliaram a persistência e foco para conclusão deste trabalho. Sem vocês não seria
possível.
AGRADECIMENTOS

Nossos agradecimentos vão especialmente aos nossos familiares, que


tiveram fundamental importância na oportunidade que recebemos ao ingressar neste
curso e permanecermos no mesmo até o fim. Agradecemos também a todos os
professores, que nos auxiliaram com conhecimento e profissionalismo, estruturando-
nos para a realização e finalização deste trabalho, principalmente aos professores
do curso técnico, ajudando-nos com a maior boa vontade quando alguma dúvida ou
dificuldade surgia. E, finalmente, nossos agradecimentos aos amigos, que fizeram
os dias mais alegres e inspiradores. Obrigado!
“Se tornou aparentemente óbvio que nossa
tecnologia excedeu nossa humanidade. ”

ALBERT EINSTEIN
RESUMO

O setor da indústria da construção civil possui grande influência na sociedade e na


economia do país, e atualmente, é possível observar a crescente utilização de
maquinário em diversos processos dessa esfera produtiva. Como exemplo, tem-se a
produção de materiais, fabricação de pré-moldados, e, até mesmo dentro do
canteiro de obras, tecnologias como projetores de argamassa. Com isso, o objetivo
presente neste trabalho envolve a demonstração da empregabilidade neste setor,
introdução das automações, o planejamento no canteiro de obras com recursos,
como o Ciclo PDCA, os impactos ocasionados com a introdução destes mecanismos
e, finalmente, comparar a utilização de inovações do setor com as execuções
convencionais. Sendo assim, a conclusão a que se pode chegar, dentro da
realização de obras de pequeno porte, como a apresentada nesta pesquisa, é que
se deve fazer uma análise dos custos da mão-de-obra e da obtenção de materiais e
mecanismos inovadores antes da adoção e/ou substituição de mão-de-obra por tais
equipamentos, uma vez que, dependendo da inovação, o custo pode ser maior do
que o sistema convencional.

Palavras-chave: Inovação Tecnológica. Indústria da Construção Civil. Residências


de pequeno porte. Mão-de-obra.
ABSTRACT

The construction industry sector has a great influence on the society and economy of
the country, and it is now possible to observe the growing use of machinery in
various processes of this productive sphere. As an example, one has the production
of materials, manufacturing of pre-molded, and, even within the construction site,
technologies such as mortar projectors. Therefore, the objective of this work is to
demonstrate employability in this sector, introduction of automation, planning at the
construction site with resources such as the PDCA Cycle, the impacts caused by the
introduction of these mechanisms and, finally, to compare the use of industry
innovations with conventional executions. Therefore, the conclusion that can be
reached, within the execution of small works, such as the one presented in this
research, is that an analysis of the costs of the workforce and the obtaining of
innovative materials and mechanisms before the adoption and / or replacement of
labor by such equipment, since, depending on innovation, the cost may be higher
than the conventional system.

Key-words: Technological Innovation. Construction Industry. Small-sized


Residences. Labor.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................13
1.1 Objetivos......................................................................................................13
1.1.1 Objetivo Geral..............................................................................................13
1.1.2 Objetivos Específicos.................................................................................14
1.2 Justificativa..................................................................................................14
2 METODOLOGIA.......................................................................................16
3 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................17
3.1 Construção Civil no Brasil e Inovação Tecnológica................................17
3.1.1 Ciclo de inovação........................................................................................18
3.1.2 Inovação e gestão de inovação..................................................................19
3.1.3 Incentivos à inovação tecnológica.............................................................20
3.1.3.1 Lei 13.243/2016.............................................................................................21
3.1.3.2 Lei 11.196/2005.............................................................................................21
3.1.4 Organização no canteiro de obras.............................................................22
3.2 Economia Brasileira e a Construção Civil.................................................23
3.3 Empregabilidade no Setor da Construção Civil........................................25
3.3.1 Relação entre PIB nacional e da construção civil e empregabilidade do
setor..............................................................................................................25
3.4 Custo das obras civis no Brasil..................................................................26
3.4.1 Custo da implantação das inovações tecnológicas nas obras
civis...............................................................................................................28
3.5 Desperdícios e Perdas na Construção Civil..............................................37
3.5.1 Inovações tecnológicas que reduzem desperdício e perdas...................39
3.5.2 Ciclo do PDCA..............................................................................................40
3.6 Inovações tecnológicas e etapas da construção......................................42
3.6.1 Fundação.......................................................................................................42
3.6.1.1 Estacas Hélice Contínua..............................................................................42
3.6.2 Pilares e Vigas..............................................................................................44
3.6.2.1 Máquina de amarrar vergalhões.................................................................44
3.6.2.2 Concreto auto-adensável............................................................................45
3.6.3 Alvenaria.......................................................................................................47
3.6.3.1 Painéis cerâmicos........................................................................................47
3.6.3.2 Lixadeira de parede.....................................................................................48
3.6.3.3 Cortadores de Cerâmicas e Porcelanatos com Bancada........................48
3.6.3.4 Misturadores Elétricos de Argamassa......................................................49
3.6.3.5 Aditivo para liga e plasticidade..................................................................49
3.6.3.6 Projetor de chapisco e reboco...................................................................50
3.6.3.7 Projetor de argamassa................................................................................50
3.6.4 Telhados e Coberturas................................................................................50
3.7 Automação na construção civil..................................................................52
3.8 Impactos Sociais com a Introdução da Automação na Construção
Civil...............................................................................................................53
4 ESTUDO DE CASO..................................................................................55
4.1 Quantitativo de materiais............................................................................55
4.1.1 Estudo de fundação.....................................................................................55
4.1.2 Estudo de alvenaria......................................................................................60
4.1.3 Estudo de revestimento...............................................................................62
4.1.4 Estudo de piso..............................................................................................64
5 ANÁLISES E RESULTADOS................................................................67
6 CONCLUSÃO............................................................................................70
REFERÊNCIAS.....................................................................................................72
1 INTRODUÇÃO

O setor da construção civil possui grande influência na sociedade e na


economia do país, e atualmente, é possível observar a crescente utilização de
maquinário em diversos processos dessa esfera produtiva. Como exemplo, tem-
se a produção de materiais, fabricação de pré-moldados e até mesmo dentro do
canteiro de obras, tecnologias como projetores de argamassa.

Visto que a indústria da construção caminha em detrimento da economia


do país, a crescente utilização de tecnologias neste âmbito, especificamente no
canteiro de obras, pode acarretar diversas consequências na economia, na
própria indústria e na sociedade. É a esfera que sobrevive por meio de
investimentos e lucros, portanto, há o propósito de responder ao seguinte
problema de pesquisa: As consequências negativas e empecilhos da introdução
da automação no canteiro de obras trarão resultados positivos à indústria e à
sociedade a curto, médio ou longo prazo?

Para isso, será necessária a apresentação da situação da construção civil


no Brasil, como também da economia do país e do setor, a empregabilidade
nesse campo, o custo das obras civis, os desperdícios geralmente ocasionados
e, por fim, a provável automação e as consequências geradas por ela.

Diante de um setor amplo e de considerável influência, é de suma


importância estudar dos impactos causados por mudanças no canteiro de obras,
já que implica em grande impacto na vida civil.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

14
Este trabalho tem como objetivo apresentar e avaliar os processos de
inovação tecnológica no canteiro de obras da construção civil.

1.
1.1.1.
1.1.2 Objetivos Específicos

a) Indicar a empregabilidade no setor da construção civil;


b) Verificar a introdução da automação na construção civil;
c) Indicar o planejamento no canteiro de obras;
d) Identificar os impactos sociais com a introdução da automação na construção
civil.
e) Realizar estudo comparativo entre a utilização de inovações e a mão-de-obra
convencional.

1.2 Justificativa

Apesar do contingente à disposição, o número de profissionais


capacitados e especializados é muito abaixo da demanda do mercado,
causando assim, menor qualidade na execução das obras e desperdício de
material. Uma medida que vem sendo adotada em países com maior avanço
tecnológico é a implantação de máquinas no canteiro de obras, dando início ao
processo de automação.

É um fato que a área da construção civil no Brasil é um dos campeões em


termos de mão-de-obra e colabora com uma porcentagem significativa no PIB,
como também lidera os índices de acidentes de trabalho e geração de resíduos,
caracterizando a má formação dos atuantes do ramo.

15
Com a introdução de ferramentas mecânicas, os riscos de acidentes
tendem a diminuir, assim como o aproveitamento dos materiais, trazendo um
retorno de investimentos em longo prazo, uma vez que o custo inicial do sistema
construtivo autônomo é alto e requer planejamento completo e detalhado.
Devido a isso, o Brasil sofre um atraso na construção, sendo o eixo tecnológico
mais conservador.

É válido citar também, que não são realizados estudos para a criação de
novos mecanismos automatizados, e para o seu uso, faz-se necessária à
importação de tecnologia, elevando mais ainda os custos.

Portanto, fazem-se necessários estudos no setor da construção civil, para


avaliar as possíveis consequências geradas com a introdução de mecanismos
automatizados.

16
2 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho, foram utilizadas pesquisas


bibliográficas e estudo de caso. Sendo que as pesquisas bibliográficas foram
embasadas em artigos científicos, dados do IBGE, monografias da área, sites
para consulta de preços de materiais, TCPO e tabelas SINAPI. O estudo de
caso foi baseado em análises das pesquisas, comparações de dados e previsão
das possíveis consequências.

17
3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Construção Civil no Brasil e Inovação Tecnológica

No Brasil observa-se que, nas últimas décadas, o setor da construção civil


passou por diferentes cenários influenciados pelas situações político-
econômicas vivenciadas no país e instabilidades, como recessão, ocorridos em
meados da década de 80 (SOUZA, 2012 apud CÂMARA BRASILEIRA DA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - CBIC, 2016). Instabilidades que afastaram os
investimentos do setor, cenário que melhorou apenas em meados da década de
2000 (FABRÍCIO, 2008 apud CBIC, 2016).

Apenas em 2009, com o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) do


Governo Federal com o intuito de diminuir o déficit habitacional em curto período
de tempo, houve um aumento significativo na demanda por novas obras (CBIC,
2016).

Segundo Moura (2015 apud CBIC, 2016), com o PMCMV, observou-se a


necessidade em obter maiores volumes de produção, e, como alternativa para
solução do problema, as inovações tecnológicas vieram à tona.

Analisando um cenário mais atual, é possível relacionar a elevação dos


custos da mão-de-obra com as maiores buscas por tecnologias inovadoras
dentro do setor da construção civil (CBIC, 2016). Sendo assim, o emprego de
novas tecnologias pode aumentar a produtividade, reduzir os custos com
produção e mão-de-obra. (PRIES; JANSZEN, 1995; BOUGRAIN, 2010;
GAMBATESE; HALLOWELL, 2011 apud CBIC, 2016). Além de melhorar as
condições de trabalho e o produto final, como também aumentar o ritmo das
construções (VARGAS, 1992 apud CBIC, 2016).

18
Em relação aos cenários apresentados, as inovações tecnológicas em
geral podem se apresentar como meio de solução de diversos problemas, porém
segundo a revista Construção Mercado (2015 apud CBIC, 2016), muitos desses
meios não estão tão claros para grande parte das construtoras.

Pensando também no mercado como um todo, as inovações tecnológicas


fazem-se necessárias por possibilitar uma maior competitividade entre as
empresas no âmbito da construção civil. (PRIES; JANSZEN, 1995; BOUGRAIN,
2010; GAMBATESE; HALLOWELL, 2011 apud CBIC, 2016). Porém, segundo
Pries e Janszen (1995 apud CBIC, 2016), a adoção de inovações se dá pela
busca por maiores lucros, não se relacionando apenas à competitividade. E,
conforme Tatum (1987; REZENDE; ABIKO; 2001; TIDD; BESSANT; PAVITT,
2008 apud CBIC, 2016) é necessário visar não somente a competitividade, mas
o possível aumento da produtividade causado por essas inovações.

Visando também o consumidor, é preciso que essas inovações, quando


postas em prática, resultem em um aumento da qualidade final do produto,
sendo possível atender a Norma de Desempenho da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) NBR 15575:2013 (CBIC, 2016).

Contudo, há-se a possibilidade da introdução da Tecnologia da


Informação (TI) na área da construção civil, porém em relação às outras áreas, a
indústria da construção civil está com atraso nesse aspecto, pois os profissionais
dessa área possuem pouco conhecimento de programação, nos quais a
utilização de programas como AutoCad requerem maior manuseio das
ferramentas (NASCIMENTO; SANTOS, 2014).

3.1.1 Ciclo da automação

O ser humano passa por um eterno processo de reinvenção dos seus


meios de produção, que ruma à independência de esforço humano para a

19
realização dos procedimentos. Tal pensamento se evidencia na atual fase de
industrialização em que muitos setores se encontram. Com construção Civil não
será diferente - apesar da grande defasagem existente na tecnologia brasileira -,
dado que muitos países já adotam sistemas inteligentes de construção.

No modelo de industrialização visto hoje, observam-se três momentos nos


quais é possível classificar a indústria: a mecanização, a robotização e, por fim,
a automação (FREITAS, 2015). Freitas (2015) define os processos da seguinte
forma: 

 Mecanização – processo no qual os esforços mecânicos são atribuídos às


máquinas, e a mão-de-obra humana realiza as atividades;

 Robotização – nessa etapa, atividades isoladas são realizadas somente


por máquinas, necessitando ainda de controle humano para a organização de
processos e comando dos robôs;

 Automação – já na automação, os robôs possuem total autonomia nos


processos desenvolvidos, desde o início, até o produto final da operação.

Para que se atinja tal nível, convém que haja inovações tecnológicas, de
modo a permitir a reinvenção dos métodos, e assim, avançar etapas
tecnológicas. Alguns exemplos serão dados ao longo da presente pesquisa, de
modo que seja evidenciado o processo no qual se encontra o mercado da
construção no país.

3.1.2 Inovação e gestão de inovação

Dentro da esfera de inovações, existem três vertentes a serem citadas: a


inovação tecnológica, que será abordada de forma mais enfática, a inovação
organizacional e de marketing, estas podem ser vistas como uma forma de

20
mostrar como as empresas inovam e quais os tipos de inovação são utilizados
(OCDE, 2005).

As inovações propriamente ditas, não têm como objetivo mudar a base


dos sistemas construtivos, apenas aprimorá-las, tanto em questão de
produtividade quanto qualidade e confiabilidade (PEIXOTO, 2006 apud GOMES,
Aline Pimentel et al, 2014).

A globalização gera maior competitividade internacional entre as


empresas, levando em consideração que os fluxos de conhecimento e maior
detenção de tecnologias influenciam de forma positiva para o crescimento
econômico e para as formas de inovação, como publicado pelo OCDE (2005) no
Manual de Oslo. É necessário que essas empresas atentem para a
disseminação dessas inovações, levando em consideração que assim como a
economia mundial, os processos de inovação seguem modificando-se e
evoluindo.

A definição de inovação de produto e de processo refletiu em um


desenvolvimento tecnológico de produtos e técnicas de produção que,
posteriormente, seriam propagadas para outras empresas (OCDE, 1997).

De acordo coma OCDE (2005), os dados coletados sobre as inovações


tecnológicas ajudam a compreender a relação que essas têm com o crescimento
econômico, auxiliando as empresas a investirem nos âmbitos inovadores que
demonstrem retorno mais facilmente.

3.1.3 Incentivos à inovação tecnológica

Para incentivar o investimento no desenvolvimento tecnológico nacional e


na inovação, o governo brasileiro criou o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e
Inovação (Lei 13.243/2016) e a lei do Bem (Lei 11.196/2005).

21
3.1.3.1 Lei 13.243/2016

O Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação foi criado com o


objetivo de aproximar o setor público e privado para o desenvolvimento
tecnológico e a inovação. Nele são regulamentadas as parcerias entre o ramo
empresarial e estatal para facilitar o acesso às instalações cientificas e a
equipamentos de pesquisa, além de facilitar os investimentos no setor
tecnológico e de inovação tanto por parte do setor público quanto privado,
permitindo a adesão de novas parcerias entre os dois e algumas isenções
fiscais.

A lei também amplia a possibilidade de entrada e participação de


professores e pesquisadores nas atividades científicas

3.1.3.2 Lei 11.196/2005

Essa lei, mais conhecida como Lei do Bem, garante isenção fiscal para
empresas que contribuam para o ramo de inovações e desenvolvimento
tecnológico. Seu objetivo é fortalecer o investimento privado no setor, fazendo
com que este fique menos dependentes do investimento estatal e assim poder
acelerar seu crescimento.

Para que uma empresa possa usufruir do benefício ela deve se encaixar
em alguns pré-requisitos estipulados pela lei, garantindo assim que a isenção
proporcione um real estimulo à tecnologia e inovação. A lei também cria uma
definição de Desenvolvimento de Inovação Tecnológica com a intenção de

22
solidificar uma base para definir se a empresa que solicitar a isenção contribui
ou não com o mesmo.

23
3.1.4 Organização no canteiro de Obras

Dentro do cenário atual da Construção Civil brasileira, um fator ao qual se


deve atentar, é a organização do canteiro de obras. Essa etapa do planejamento
de uma edificação engloba tanto a segurança e ambiente para os trabalhadores
(NR 18), quanto à divisão de ‘centrais’ para que diferentes atividades possam
acontecer simultaneamente, sem gerar assim, prolongamentos desnecessários
no prazo de entrega do empreendimento (DANTAS, 2004 apud FREITAS, 2015).

Com a possibilidade do emprego de novas tecnologias na execução de


etapas do processo construtivo, vem à necessidade de otimização do tempo de
locação dos materiais, agregando assim, ao planejamento, a previsão dos dias
em que os equipamentos (supondo que estes serão alugados, tendo em vista o
alto custo da compra) com base em cálculos de produtividade por ciclo do
maquinário. Uma ferramenta que facilita a organização de tal planejamento, com
tantos detalhes, é o fluxograma que, compreendendo as etapas necessárias e
seu período aproximado, torna a elaboração de um cronograma mais claro
porquanto se tem uma vista panorâmica das atividades, podendo desta forma,
determinar os processos que serão realizados paralelamente no canteiro de
obras, visando sempre o melhor aproveitamento possível do espaço disponível
(FREITAS, 2015).

Apesar da necessidade da elaboração de um projeto com tais


determinações, são raros os casos em que de fato são atendidas, deixando a
organização do canteiro à mercê da vivência em obras do engenheiro
responsável, levando assim, a um gasto desnecessário com retrabalhos, perca
de materiais; tendo em vista que um canteiro organizado é sinônimo de
estocagem de recursos organizados (FONSECA, 2013).

Com a necessidade de ampliar os detalhes do planejamento para tantos


pormenores, surge também a demanda de novas tecnologias que viabilizem
maior controle dos processos, uma vez que um planejamento robusto como tal

24
propicia o cenário para a integração de recursos da Tecnologia da Informação
para ampliar as possibilidades e dar aos projetistas e executores da obra maior
facilidade para a tomada de decisões e garantia da precisão e características
físicas previstas inicialmente.

Vale ainda citar a NBR 12.284 (1991), que determina áreas de vivência
para os trabalhadores, e também, áreas operacionais, voltando ao conceito de
Dantas (2004 apud FREITAS, 2015), dos Centros operacionais (como, por
exemplo, a Central de Concretagem, de Armação, de Alvenaria etc.).

Observa-se que um projeto que contenha todas as informações acima


apresentadas, torna mais simples a tomada de certas decisões, como por
exemplo, a escolha da origem do concreto (atualmente, a maior parte das obras
é executada com concreto usinado); determinação da forma de compra do aço
(se ele virá em barras ou já cortado, sendo que, o primeiro caso, requer um
Centro de Corte e dobragem do aço) e se o produto de carpintaria será realizado
in loco ou se será pré-fabricado (FREITAS, 2015).

3.2 Economia Brasileira e a Construção Civil

Por ser um setor muito amplo e diversificado, a construção civil possui


uma grande influência na economia. Por muitas vezes, acaba sendo usada
como uma ferramenta estratégica por muitos governos por questões econômicas
e desenvolvimentistas. Possui grande influência na questão do (des)emprego,
do desenvolvimento industrial, uma vez que por ser uma indústria muito
diversificada, acaba incentivando esse desenvolvimento, e por fim o
desenvolvimento social, principal motivo pelo qual muitos governos utilizam da
construção civil como caminho para seus projetos.

A indústria da construção depende muito de investimentos, tanto por parte


dos empresários quanto por parte do estado. Porém, enquanto o estado investe

25
na construção pensando em um futuro desenvolvimento social, o empresário
investe pensando somente no lucro, fazendo com que o Estado tenha muito
mais áreas de investimentos do que a iniciativa privada. Muitas vezes,
percebendo que não consegue dar conta de todas as demandas da sociedade, o
Estado acaba por investir também na própria indústria privada, fazendo com que
esse passe a trabalhar em áreas onde a margem de lucro é menor ou que antes
não apresentava margem de lucro. Nesses casos, é garantido tanto o lucro do
empresário quanto o desenvolvimento social para a população (KNACKFUSS,
2010).

Pode-se dizer que o setor público tem um papel essencial no ramo da


construção civil. A sua importância entra desde o fato de ser um grande
mercado consumidor, uma vez que possui inúmeras obras e projetos a serem
realizados, até a questão de apresentar crédito para os empresários e garantir
uma renda digna aos trabalhadores do setor. Além do fato de que as
empreiteiras e os empresários têm um papel essencial no financiamento de
campanhas para o governo, o que coloca os empresários em grande intimidade
com o poder (KNACKFUSS, 2010).

Todavia, a construção civil, por ser uma indústria muito complexa, acaba
por se mostrar muito sensível em relação à situação do mercado, provocando
picos de queda e crescimento muito mais instáveis do que os apresentados pela
economia em geral. Normalmente, quando um país passa por uma crise, a
construção civil é uma das primeiras indústrias a sofrer com ela, e uma das
últimas a retomar o crescimento. E, uma vez que possui grande participação na
questão de empregabilidade, geralmente sua queda é acompanhada por um
grande aumento do desemprego. Pode-se perceber isso analisando a realidade:
em 2015, enquanto o PIB nacional teve queda de 3,8%, a construção civil teve
queda de 6,5% (CBIC, 2015).

Por fim, além do fato de que a situação inflacionária na construção civil é


muito mais instável do que no mercado em geral, as oscilações de preço nessa
indústria são muito mais radicais e instáveis do que no mercado em geral, sendo

26
fortemente sensível à situação econômica nacional. Ou seja, quando a
economia de um país está próspera e se encontra em situação de pleno
emprego, existe o risco do preço de um imóvel crescer em porcentagens
exorbitantes (KNACKFUSS, 2010).
3.3 Empregabilidade no setor da construção civil

3.3.1 Relação entre PIB nacional e da construção civil e empregabilidade do


setor

Inicialmente, é preciso ressaltar o que é e como é determinado o Produto


Interno Bruto (PIB) de um país, assim, este é calculado a partir de valores
acumulados na Agropecuária, Indústria e Serviços. A Indústria da Construção
Civil (ICC) tem grande influência para o PIB de um país por utilizar de grande
quantidade de recursos naturais, empregar elevados índices de mão-de-obra e
possibilitar infraestrutura para a comunidade em seu entorno (ALMEIDA, Bruno
et al., 2015).

Porém, segundo Bruno et al (2015), não se pode afirmar que com uma
dita recessão na indústria da construção civil, ocorrerá uma catástrofe na
economia do país, apenas que ambas geralmente andam juntas, pois quando a
economia do país vai bem, os investimentos na área da construção civil são
maiores.

Hoje a construção civil apresenta diversas marcas por conta da recessão


pela qual o país passa. Dentre elas, se encontra a questão da empregabilidade.
A quantidade total de pessoas empregadas com carteira assinada na construção
civil passa por uma grande queda, sendo que a indústria fechou o ano de 2016
com uma quantidade referente à mão-de-obra tão baixa quanto seus valores
correspondentes no início do ano de 2012. Isso provocou uma diminuição na
participação da construção civil perante a produção nacional de empregos
(CBIC, 2015).

27
Tal fato pode apresentar um problema de escala nacional, uma vez que a
construção civil é uma grande produtora de empregos, tanto diretamente quanto
indiretamente. Sendo que além de necessitar de uma grande quantidade de
mão-de-obra para suprir as demandas de construções, também acaba
incentivando o crescimento de outros setores da economia por gerar uma
crescente demanda de diversos materiais necessários para o funcionamento de
suas obras (ALMEIDA, Bruno et al., 2015).

Sendo assim, quando há retração nos investimentos nessa área, a


empregabilidade formal do setor cai juntamente com o PIB produzido por ele,
acarretando também um aumento da dificuldade para manter um crescimento
continuo em outros setores da economia. Assim, é possível concluir que a
situação de pleno emprego dentro da ICC também é resultado do crescimento
do PIB do país e da construção civil (ALMEIDA, Bruno et al., 2015).

3.4 Custo das obras civis no Brasil

Um dos grandes obstáculos encontrados na indústria da construção civil


no Brasil é o aumento constante do custo da mão de obra. Segundo dados
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015) e pela Caixa
Econômica Federal (2015), o custo total por metro quadrado fechou em R$
942,00. Deste valor, R$434,84 é relativo às despesas de funcionários da obra,
ou seja, quase 50% de todo o custo da obra.

No primeiro semestre do ano de 2015, o orçamento de profissionais


especializados na construção civil acumulou cerca de 4,54%, sendo que dentro
do período de 12 meses no ano a taxa elevou-se para 8,12%. Como explicado
por Abdala (2016), as análises realizadas em 2016 também mostraram
aumentos de 5,98% em 12 meses, com o custo nacional da construção por
metro quadrado subindo de R$ 1.009,76 em julho para R$ 1.012,16, a mão de

28
obra teve inflação de 0,53%, passando de R$ 481,79 para R$ 484,33 por metro
quadrado, tendo como motivos para essas elevações o anual aumento nos
salários dos trabalhadores, carência de profissionais qualificados para as suas
respectivas funções e, principalmente, longos prazos para executar cada etapa
da construção.

As minimizações dos custos relacionadas às obras civis podem partir da


concepção do projeto, projeto de fundações, estrutural, arquitetônico e projetos
complementares, visando que os projetistas procurem soluções inteligentes e
práticas para torna-los economicamente viáveis e com segurança e qualidade
garantidas, compatibilizando, também, o projeto como um todo, gerando um
conjunto coordenado de etapas de execução (SILVA, 2012).

Como explica Silva (2012), um exemplo seria entre o projeto estrutural e o


projeto de instalações prediais, havendo essa relação, no momento da
concretagem das vigas podendo deixar as passagens dos eletrodutos, tubos de
esgoto e água fria e na concretagem das lajes as passagens dos shafts e dos
pontos elétricos de iluminação, tudo de acordo com projeto executivo,
eliminando alguns custos diretos como: tempo de mão-de-obra, locação ou uso
de equipamentos de perfuração. Um ponto importante é o intercâmbio entre os
projetistas, o trabalho deve ser em conjunto para que não haja divergências ou
incompatibilidades entre os projetos.

O planejamento e gerenciamento dos serviços e mão-de-obra também


são importantes, pois é uma etapa constante ao longo do tempo de execução da
obra, tendo como fatores para a sua realização, como diz Silva (2012):

a) Definição do processo executivo para cada serviço;


b) Elaboração de um plano de ação, caso o processo executivo sofra alguma
mudança;
c) Composição unitária dos materiais e equipamentos;
d) Dimensionamento e composição unitária da mão-de-obra;
e) Levantamento quantitativo de cada serviço;

29
f) Cotação de preço de todos os insumos que compõe cada serviço;
g) Levantamento dos impostos e encargos sociais;
h) Elaboração da rede de suprimentos e o tipo de mecanização dentro do canteiro;
i) Elaboração de cronogramas como: mão-de-obra, equipamentos e o físico-
financeiro para todos os serviços.

Silva (2012), ainda diz que, o levantamento de custos indiretos e o estudo


financeiro também devem ser analisados e relevados, pois o custo mensal de
energia elétrica, água, telefone, café, almoço e material de limpeza, etc., e a
concretização de um empreendimento, cujas estimativas de custo variam
conforme a inflação, juros e índices econômicos, devido ao longo período de
construção da obra, geram altos custos as obras civis.

Todos os custos das obras civis no Brasil, até mesmo o de mão-de-obra,


indiretos e estudos financeiros, podem e tem uma redução como demonstrado.
Sendo estes os principais fatores para um avanço na mecanização do canteiro
de obras, causa um impedimento desta mecanização, visto que há formas mais
inteligentes e simples para diminuir seus custos no mercado de obras civis no
Brasil.

3.4.1 Custo da implantação das inovações tecnológicas nas obras civis

As inovações tecnológicas na indústria da construção civil podem ser


vistas como componentes de base e melhora de mão-de-obra, organização do
canteiro, movimentação de materiais e deslocamento interno, utilização de
materiais, ferramentas e técnicas especiais, segurança do trabalho e itens de
inovações relativas à sustentabilidade, aponta Gomes et al. (2014). Estando
relacionadas, segundo Conte (2009 apud GOMES et al., 2014), “a ganhos de
produtividade, qualidade e desempenho para o cliente, possibilidade de redução
de custos e diferenciação competitiva”, não mudando a base do sistema
construtivo.

30
As inovações tecnológicas se tornaram algo necessário para a
competição no mercado das empresas de construção civil, na qual quando
implantados melhoram a qualidade do produto, a produtividade dos
trabalhadores e a confiabilidade dos clientes na produção e qualidade da obra
(GOMES et al, 2014).

No estudo realizado por Gomes et al. (2014), analisando uma construtora


da cidade de Serafina Correa (RS), nas suas quatro obras civis, foi utilizada uma
lista com 240 itens considerados inovações, proposta por Pozzobon et al., (1999
apud GOMES et al., 2014) e itens citados em seu estudo para identificar as
inovações nas obras dessa construtora.

O estudo demonstrou melhorias para a empresa no que diz respeito à


produtividade, comunicação interna, segurança do trabalho e sustentabilidade,
(Gomes et al., 2014), analisando de forma enfática a área orçamentaria para os
custos de suas implantações, tendo todos os custos referentes as
implementações realizadas para a empresa em questão, sendo elas:

a) Nivelador de revestimento cerâmico:

Composto por um alicate de tração, duas peças plásticas, um clipe


utilizado para dar a sustentação na base do piso e uma cunha de nylon (Figura
1), o nivelador acaba reduzindo o tempo de instalação em até 50%, o
espaçamento entre as peças cerâmicas ficam de até 1 mm (uma peça) ou pode-
se combinar peças e formar espaçamentos de até 6,25mm (GOMES et al.,
2014).

31
Figura 1 - Nivelador de revestimento cerâmico

Fonte: www.lhdistribuidora.com.br

Como Gomes et al. (2014) diz, “cada kit com uma alicate, 50 cunhas e
100 clips com rendimento médio de 13m² em peças de 60x60cm custa R$
130,00. Uma caixa de cunhas com 250 unidades custa R$199,00 e uma caixa
de espaçadores com 400 unidades custa R$119,00. Sendo adquiridos 4 kits
completos, 8 caixas cunhas e 10 caixas de espaçadores totalizando um
investimento de R$3.302,00”.

b) Argamassa pronta e bisnaga para aplicação:

Própria ao assentamento de tijolos, a argamassa (Figura 2) vem pronta


para o uso e não requer nem mesmo água. A aplicação é simples, feita com
bisnaga (Figura 3), diminuindo a quantidade de pedreiros e a quantidade de
blocos em três pedreiros para assentamento de 800 blocos por dia para dois
profissionais chegando a assentar 2500 peças no mesmo período. Como
consequência, e ainda por não haver desperdício, a redução de custos beira os
30% (GOMES et al., 2014).

32
Figura 2 - Argamassa pronta

Fonte: www.mfrural.com.br

Figura 3 - Bisnaga de aplicação

Fonte: www.donossojeitinho.blogspot.com.br

Como dito por Gomes et al. (2014), referindo-se à construção


apresentada no artigo, a argamassa é vendida em pacotes de 15kg com o custo
de R$ 98,82 e cada unidade de bisnaga custa R$ 15,00. Sendo adquiridas 10
bisnagas e para argamassa inicialmente sendo adquiridos 50 pacotes
totalizando um investimento de R$5.091,00.

33
c) Nível Alemão:

Dito por Gomes et al. (2014), o Nível Alemão (Figura 4) é manuseado por
somente um profissional e racionaliza as operações de nivelamento em
situações como: blocos e cintas de fundações, fiadas de alvenaria, formas de
vigas e lajes, acabamentos de pisos, nivelamento de portas e janelas, azulejos,
etc.

Figura 4 - Nível alemão

Fonte: www.mplan.com.br

“Cada nível alemão custa R$ 799,95. Sendo adquiridos quatro


equipamentos, totalizando um investimento de R$3.199,80”. (GOMES et al.,
2014).

d) Pernas mecânicas:

Funcionando como verdadeiros prolongadores de altura, as Pernas


Mecânicas Drywall (Figura 5) são acopladas às pernas dos trabalhadores,
permitindo alcance de locais muito altos e a realização de serviços de forma
prática e segura, como pinturas e reparos no teto dos apartamentos, sem que
seja necessário o uso de escadas ou andaimes (GOMES et al., 2014).

34
Figura 5 - Perna mecânica Drywall

Fonte: www.sulmodulos.com.br

Um equipamento com alcance de 0,46 a 0,76cm custa R$ 1.199,00, já o


equipamento com alcance de 0,62 a 1,02cm tem um custo de R$ 1.439,95.
Sendo adquiridos quatro equipamentos, dois com alcance de 0,76cm e dois com
alcance de 1,02m totaliza-se um investimento de R$5.277,90 (GOMES et al.,
2014).

e) Escoras metálicas:

Apresentando inúmeras vantagens em relação às escoras de madeira, as


escoras metálicas (Figura 6) possuem alta capacidade de carga com
confiabilidade, maior reaproveitamento por serem moduladas e ajustáveis,
promove maiores espaços de circulação, facilidade e organização no
armazenamento e seguem a norma regulamentadora NBR 15.696/2009
(GOMES et al., 2014).

35
Figura 6 - Escora metálica MECAN

Fonte: www.gettiloc.com.br

Como explicado por Gomes et al. (2014), cada escora custa em média
R$70,00, sendo adquiridas inicialmente para a empresa 70 escoras, suficientes
para o escoramento de vigas e lajes de um pavimento em uma das obras,
totalizando um investimento de R$4.900.

f) Suporte de fixação:

Suporte onde são fixados os ganchos que prendem os cintos dos


trabalhadores à estrutura do edifício, tratando-se de uma solução mais eficiente
que a chamada linha de vida, equipamento que visa proteger os trabalhadores
de quedas em alturas, abundantemente utilizado em grandes construções. O
suporte do gancho é fixado ao bloco grauteado, em que as arestas do suporte
penetram nas juntas do bloco, sem danificar ou furar o mesmo, sendo fácil e
prático de ser usado (GOMES et al., 2014).

“Cada suporte vai custar aproximadamente R$30,00. Serão adquiridas


100 peças, totalizando um investimento de R$3.000,00.” (GOMES et al., 2014).

g) Rádio comunicador:

O Rádio Comunicador (Figura 7) é um sistema de funcionamento


semelhante a um interfone, porém com maior mobilidade, possibilitando a

36
comunicação entre os operários em todos os pavimentos, incluindo os
superiores e facilitando, até mesmo, a comunicação com o guincheiro.

Figura 7 - Rádio comunicador

Fonte: www.submarino.com.br

O rádio comunicador custa entre R$100,00 a R$350,00 o par, sendo


adquiridos 10 pares e a quantidade de unidades em cada obra definida pelo
engenheiro a partir do número de colaboradores por obra, totaliza-se um
investimento de aproximadamente R$1.800,00 (GOMES et al., 2014).

h) Alto falantes:

Como dito por Gomes et al. (2014), os alto-falantes serão usados para
avisos gerais, bem como um sistema de rádio FM, visando melhorar a
comunicação no canteiro de obras e tornar mais ameno o trabalho da mão-de-
obra.

Os alto-falantes custam de R$65,00 a R$150,00 o par, sendo adquiridos


oito pares de alto-falantes para a empresa em questão, totalizando um
investimento de aproximadamente R$750,00. (GOMES et al., 2014).

i) Telhas ecológicas e portas de material reciclado:

37
As telhas ecológicas (Figura 8) são fabricadas a partir de fibras naturais
ou materiais reciclados. Esses itens se tornam uma opção sustentável para
utilização em canteiro de obras, trazendo vantagens por serem recicláveis. Em
uma situação de canteiro de obras, as telhas e as portas podem ser utilizadas no
cobrimento de almoxarifados, banheiros, refeitórios, entre outros (GOMES et al.,
2014).

Figura 8 - Telhas ecológicas

Fonte: www.decoracaodeexteriordecasas.com

Cada telha ecológica de 2m² custa R$30,00, sendo que as pontas têm um
custo de R$69,90, sendo adquiridas 50 telhas e 20 pontas, haverá um
investimento de R$2.898,00 (GOMES et al., 2014).

j) Sistema de reutilização da água da chuva:

Explicado por Gomes et al. (2014), a água da chuva captada pelo telhado
é reutilizada para chuveiros e, posteriormente, utilizada no vaso sanitário,
buscando utilizar materiais baratos. Seu emprego, além de trazer economia,
contribui para a solução de diversos problemas relacionados à escassez de
recursos hídricos e enchentes nos grandes centros urbanos.

38
A bomba manual será confeccionada pelos próprios colaboradores
referentes à empresa a partir de projeto. As peças para confecção de cada
bomba custam aproximadamente R$80,00, o reservatório de 100 litros custa
R$85,00 e o sistema de filtros custa R$200,00. O restante do sistema será o
convencional, exemplificando assim que o investimento para adquirir o sistema
para quatro obras custará aproximadamente R$1.500,00 (GOMES et al., 2014).

Os itens apontados na proposta de implementação de inovações


tecnológicas, realizado por Gomes et al. (2014), para a construtora em um plano
de ação atingiu o valor total de R$31.718,70 no período de Dezembro de 2013 a
Março de 2014, sendo esse valor referente as quatro obras que estavam sendo
executadas no momento da pesquisa, concluindo-se que a inserção de novas
ferramentas que aumentam a produtividade e reduzem o desperdício de
materiais contribuem também para condições mais seguras de trabalho e
buscam opções mais sustentáveis para composição do canteiro de obras.

A pesquisa realizada por Gomes et al. (2014), mostrou que a introdução


de inovações tecnológicas simples na indústria da construção civil permite a
melhoria do canteiro de obras, do processo e da organização do trabalho com
ações relativamente simples e de baixo custo e as implementações darão
retorno ao investimento pago pela construtora dentro do canteiro a partir do
aumento da produtividade, qualidade de execução e da redução do desperdício
de materiais proporcionado pela utilização dessas aquisições, demonstrando a
redução de custos nas obras e as vantagens das inovações tecnológicas.

3.5 Desperdícios e Perdas na Construção Civil

Atualmente, o cenário de perdas e de desperdício na construção civil é


um dos mais criticados, o setor é conhecido como um dos maiores geradores de
resíduos no Brasil. Segundo o SEBRAE (2016), a perda de matérias na obra,
gira em torno de 5% a 6% do total dos materiais utilizados.

39
Agopyan et al (1998), relaciona a perda e o consumo excessivo de
materiais a três fases de uma obra: concepção, execução e utilização. Na
concepção, a perda se dá pela previsão do uso em um projeto otimizado e o
quanto será gasto no projeto idealizado; na execução é a diferença entre o
projeto idealizado e o que realmente foi gasto na obra, já na utilização a perda
acontece pela distância de números entre o previsto para a manutenção e o que
foi utilizado em certo período.

Já Formoso et al (1996), reconhece as perdas de uma forma mais geral,


incluindo ao conceito não apenas as perdas por desperdício de materiais, mas
também por mão de obra de má qualidade, equipamentos ineficientes e excesso
de capital investido.

Ao se tratar de perdas, Sousa (2005 apud SENA; CARVALHO; SANTOS,


2010), diz que as mesmas podem ser classificadas em evitáveis e inevitáveis,
sendo as evitáveis chamadas de desperdício e as inevitáveis de parcela
aceitável de perdas. Vendo isso, a procura de estratégias para minimizar cada
vez mais o índice aceitável de perdas vem crescendo no cenário nacional e
muitas vezes tem como inspiração o Japão, que segundo o SEBRAE (2016),
tem um índice de perdas equivalente a 3% do total de materiais utilizados na
obra. Isso ocorre devido ao forte planejamento realizado em todas as etapas da
obra.

De acordo com Rodrigues (2001), uma das principais armas de combate


às perdas na construção civil é uma gestão onde os métodos de transporte e
armazenamento são priorizados. No cenário atual, grande parte do dos resíduos
provêm de transportes precários e falta de infraestrutura para o armazenamento
dos materiais. Muitas empresas no mercado estão aderindo a métodos de
transporte e armazenamento mais exigentes, como diz Rodrigues (2001), ao
citar que algumas empreiteiras para transportar e armazenar blocos optam pelo
uso de pallets e de revestimento plástico envolta dos mesmos.

40
A redução dos resíduos gerados na construção acontecerá ao passo que
a gestão e a logística das empreiteiras forem aplicadas em prol da diminuição
das perdas, juntamente com a automação do canteiro de obras, que deve
ganhar espaço no cenário nacional, e será impulsionada se as pesquisas na
área forem crescendo e possibilitando o desenvolvimento dos setores de
diminuição dos resíduos na construção civil (RODRIGUES, 2001).

3.5.1 Inovações tecnológicas que reduzem desperdício e perdas

O setor da construção civil é constantemente atualizado, e a todo o


momento surgem inovações capazes de transformar o setor. Algumas delas
podem colaborar muito para a redução do desperdício e das perdas no canteiro
de obras.

Algumas empresas no mundo estão apostando em uma tecnologia que


mudou diversos setores e agora chega para revolucionar a construção civil. A
impressão 3D, segundo Khoshnevis (2015), desenvolvedora do conceito de
impressão em grande escala e criador da primeira impressora 3D para a
construção civil (Figura 9), a previsão é de que até 2020 o mundo inteiro esteja
imprimindo casas em 3D e até 2025 a construção de grandes edifícios não seja
uma grande barreira, e também que a Countour Crafting em alguns anos já
possa ser comercializada a um preço médio de U$200.000.

41
Figura 9 - Impressora Countour Crafting

Fonte: www.reprodução/contourcrafting.org

Segundo a Redação AECweb/e-Construmarket, o uso das impressoras


3D na construção civil teria como grande ponto positivo a redução drástica do
desperdício no canteiro de obras, nos custos da obra e seria ideal para um maior
controle da fase de canteiro. De acordo com o site, essa tecnologia seria
potencializada se aliada a um novo conceito de sistema operacional de obras,
chamado BIM, (Building Information Modeling), a ideia do sistema é elevar o
projeto a outras dimensões, que vão além do 2D e do 3D.

Segundo Florio (2007 apud COELHO; NOVAES, 2008), os sistemas BIM


exibem não apenas o que se pode ver externamente da obra, como também
todos os dados que possam vir a ser necessários para o desenvolvimento e
controle da obra.

O diferencial do sistema é a facilidade em acessar informações


pertinentes a cada seção da obra, é um método que promove a interação entre
projeto arquitetônico, estrutural, custos, possíveis erros e tudo que é pertinente à
construção.

De acordo com Leão de Lima et al (2014), a tecnologia BIM colabora com


a diminuição de imprevistos na obra, evitando desperdícios, erros, dinamizando
e otimizando o trabalho no canteiro.

42
3.5.2 Ciclo do PDCA

O ciclo PDCA tem por objetivo a melhoria contínua das etapas de um


processo, por isso, encontra-se vinculado aos fundamentos da Filosofia Kaizen
(cultura japonesa referente à melhoria contínua e um dos pilares da
administração da qualidade), não possuindo intervalos nem interrupções, pois a
omissão de qualquer uma das fases pode causar prejuízos e falhas no processo
como um todo, como explica Bezerra (2014).

Assim como a Filosofia Kaizen, uma das finalidades do ciclo PDCA é a


celeridade e o aperfeiçoamento dos processos de uma empresa, identificando
as causas de seus problemas e implementando soluções para os mesmos,
possuindo todo o seu processo formado por atividades planejadas e recorrentes,
com a teoria de que ele não possui um fim pré-determinado. Sendo essa
ferramenta um método amplamente aplicado para aumentar a confiabilidade e a
eficiência das atividades de uma organização (BEZERRA, 2014).

Este ciclo é dividido em:

Etapa de planejamento (Plan), cujo objetivo é focar na parte estratégica,


levantamento e análise de informações, estabelecendo um plano com base nas
diretrizes da empresa, bem como os objetivos, os caminhos e os métodos a
serem seguidos. Depois é feita a identificação e correção dos problemas
encontrados, através de uma ação corretiva eficiente, constando os itens
descritivos do problema, as questões que se pretendem responder, as predições
dessas questões e o desenvolvimento de um plano de ação (BEZERRA, 2014).

Etapa de execução (Do), onde tudo aquilo previamente planejado é


executado, de modo rigoroso de acordo com o planejamento pré-estabelecido.
No caso, com a condução do plano, as mudanças no processo e as

43
observações sobre o mesmo, devem ser coletados também os dados para a
verificação do processo na próxima etapa do ciclo (BEZERRA, 2014).

Etapa de checagem (Check), na qual há verificação de tudo que foi feito,


fazendo comparações e identificando as diferenças entre o planejamento e o
que foi realizado. Deve-se verificar o que foi aprendido durante a execução do
plano, comparando os resultados com as predições que foram feitas na etapa de
planejamento. Sendo assim observado se foram alcançados os objetivos ou não
(BEZERRA, 2014).

Etapa de ação (Act), que é a realização das ações corretivas, que visam a
correção das falhas encontradas durante o processo. Após a correção ser
realizada, deve-se repetir o ciclo, sendo nessa etapa que o ciclo reinicia dando
continuidade ao processo de melhoria contínua. Resumindo, é através da
análise crítica do Ciclo PDCA que se estabelece um plano de ação definitivo
para a implementação das atividades a serem após o estudo do ciclo
(BEZERRA, 2014).

Bezerra (2014) ainda diz que as mudanças implementadas pelo Ciclo


PDCA possuem dois tipos a serem considerados: as mudanças reversíveis, que
são mudanças que podem retornar ao estágio inicial, que mesmo tendo ocorrido,
podem ser revertidas sem deixar nenhum vestígio no sistema ou processo, e as
mudanças irreversíveis, que são alterações que uma vez implementadas nunca
mais poderão ser desfeitas, com o estágio anterior não mais atingível.

Em resumo, cada vez que um problema é identificado e solucionado, o


processo trabalhado pelo ciclo passa para um novo patamar de qualidade, uma
vez que os problemas que antes afligiam o processo em questão passam a ser
vistos como oportunidades de melhorias sobre o mesmo. Este ciclo permite
integrar as etapas de modo relativamente simples, já que sua utilização pode
acontecer em qualquer processo organizacional. (BEZERRA, 2014).

44
3.6 Inovações tecnológicas e etapas da construção

Em questão de etapas da construção, existem inovações pertinentes a


cada uma delas listadas nos tópicos a seguir.

3.6.1 Fundação

3.6.1.1 Estacas Hélice Contínua

As estacas Hélice chegaram ao Brasil por volta de 20 anos atrás


(TÉCNHE, 2013). Esse tipo de fundação é considerado inovador, pois pode
reduzir o número de pilares dentro da construção, deixando um maior espaço
para utilização e circulação, como também tem intensidade de ruídos e
vibrações menores do que outros tipos de fundação, sendo sua produtividade e
custo competitivo mais em conta. (TÉCNHE, 2013).

Atingindo profundidades de até 38metros e diâmetros de até 1 metro e


meio, quando considerado apenas o equipamento, e, existindo ainda, a
possibilidade de estender esse alcance a até 100m quando feita emendas das
estacas metálicas (Figura 10), as fundações do tipo hélice contínua podem ser a
melhor escolha caso as condições geotécnicas e topográficas de um solo
ofereçam mais de uma opção de fundação e esta esteja na lista, “ela tem grande
possibilidade de ser a mais rápida e, consequentemente, a mais produtiva"
(CORRÊA, 2013).

45
Figura 10 - Possibilidade de emendas das estacas metálicas permite o alcance de até 100
metros de profundidade

Fonte: Téchne Pini, (2013).

Contudo, esse tipo de fundação não é aconselhado em todos os casos,


em solos muito moles, como de argilas orgânicas ou aluviões com nível d’água
muito elevado (solos com presença de matéria orgânica muita elevada), como
também solos que necessitem de perfurações mais profundas que as possíveis
para o equipamento (CORRÊA, 2013). Em situações de solo mole e saturado
(com muita presença de água), a execução da concretagem de estacas pode ser
prejudicada caso a utilização do equipamento seja incorreta, pois com a retirada
da máquina antes que o concreto chegue ao furo, este será preenchido por lama
e a estaca poderá ficar inutilizada. Com esses equipamentos inovadores, há a
necessidade de inovação da mão-de-obra, que precisará se especializar para
manipular tais maquinários (GOLOMBEK, 2013).

3.6.2 Pilares e Vigas

3.6.2.1 Máquina de amarrar vergalhões

46
Para a execução correta de vigas e pilares, faz-se necessário o
cumprimento das armações requeridas pelas forças atuantes nesses elementos
construtivos. Atualmente, existem equipamentos para amarrar vergalhões mais
rapidamente, como a RDV-400 (Figura 13), uma máquina a bateria, utilizada
especialmente para essa finalidade. Possui quatro peças incluindo corpo da
máquina, carretéis de arame especiais, caixa de bateria e carregador, pesa 2,1
kg, sendo que o diâmetro máximo de amarração é de 20 mm a 21 mm. Por ser
mais rápido e prático, este maquinário reduz o esforço de trabalho e o tempo
gasto na amarração de aços.

Figura 11 - Máquina de amarrar vergalhões

Fonte: RR Máquinas

3.6.2.2 Concreto auto adensável

O concreto auto adensável (CAA) foi desenvolvido no Japão na década


de 80, com objetivo de garantir a qualidade nas concretagens por proporcionar o
adensamento do concreto do modo mais correto, mesmo quando a mão-de-obra
não é qualificada para tal serviço (SILVA; BARBOSA, 2016). O princípio de
funcionamento desse tipo de concreto está pautado em características físicas
como alta fluidez, suficiente viscosidade e coesão entre os componentes
(GOMES; BARROS, 2009 apud SILVA; BARBOSA, 2016). Os benefícios do uso

47
desse componente aliviam os prazos e o gasto com mão-de-obra, uma vez que
não se faz necessário o serviço de adensamento. Em contrapartida, há maiores
gastos com a compra do material, já que o CAA é mais caro que o comum e há
a necessidade de cuidados em transporte e controle tecnológico, ainda assim,
as vantagens superam esses custos (SILVA; BARBOSA, 2016).

Figura 12 - Concreto auto adensável (CAA)

Fonte: http://www.abesc.org.br/tecnologias/concreto-auto-adensavel.html

O CAA é recomendável na concretagem de fundações por hélice


contínua, paredes, vigas, colunas, pisos, contrapisos, lajes, pilares, muros,
painéis e fôrmas com grande concentração de ferragens (Figura 15), nas quais o
uso de vibradores para adensamento é dificultado, como por exemplo, sapatas
associadas (ABESC, 2013).

48
Figura 13 - Execução da concretagem com o CAA

Fonte: http://www.abesc.org.br/tecnologias/concreto-auto-adensavel.html

3.6.3 Alvenaria

3.6.3.1 Painéis cerâmicos

Apresenta-se como uma alternativa para a alvenaria convencional feita a


partir de blocos cerâmicos (Figura 14), com o foco em construções residenciais.
Suas vantagens são várias, como a diminuição de perdas no canteiro de obras,
o aumento da produtividade da mão-de-obra, e a diminuição do tempo de
construção do edifício (COZZA, Eric et al., 2006).

Sua obtenção pode ser feita através da compra de painéis instalados por
meio de construtoras para projetos específicos em parceria com a kit casa, com
a compra direta de painéis cerâmicos para projetos específicos, e, nos casos de
construtoras, também é possível a obtenção de painéis cerâmicos através da
locação de equipamentos para a fabricação do material. Leva-se em
consideração que o custo de um painel cerâmico varia em relação ao projeto e
ao tamanho da obra (CASA EXPRESS, 2017).
49
Figura 14 - Painéis cerâmicos

Fonte: http://www.agencia.ac.gov.br

3.6.3.2 Lixadeira de parede

Equipamento que otimiza o trabalho profissional, a Lixadeira de Parede


(Figura 15) se caracteriza pela praticidade, ergonomia e agilidade no lixamento
em paredes de alvenaria, gesso e massa corrida, é ainda extensível, podendo
alcançar facilmente o teto ou áreas mais altas das paredes. Levando em
consideração o tempo gasto com a preparação e o esforço do trabalhador em
relação ao processo de lixamento, esse maquinário é vantajoso, pois por ser
mais prático e não necessitar de escadas acaba também por evitar possíveis
acidentes e agilizar a execução desse processo (FEICON BATIMAT, 2016).

Figura 15 - Lixadeira de parede

Fonte: http://www.vonder.com.br

50
3.6.3.3 Cortadores de Cerâmicas e Porcelanatos com Bancada

Esses cortadores trazem maiores facilidades e precisão no corte de pisos


cerâmicos, azulejos e porcelanatos, como também são modelos mais fáceis de
manusear, tantos para cortes de peças extensas quanto para cortes em larga
escala, pois possui um esquadro com ajuste de até 45° e base emborrachada,
garantindo maior aderência à peça durante o corte, assim, há uma garantia de
um melhor acabamento e desperdícios como quebra de peças ou cortes
imperfeitos são evitados (VONDER, 2016 apud FEICON, 2016).

3.6.3.4 Misturadores Elétricos de Argamassa

Para a atividade de mistura, tanto de argamassas quanto de tintas, gesso


e colas, existem os Misturadores Elétricos de Argamassa, que agilizam esse
processo e possuem um gatilho eletrônico, que aceleram o procedimento e
evitam esforços por parte dos funcionários (VONDER, 2016 apud FEICON,
2016).

3.6.3.5 Aditivo para liga e plasticidade

Aditivo que proporciona excelente liga e plasticidade, eliminando o uso de


chapisco nas obras. Esse produto pode ser aplicado diretamente na alvenaria
umedecida, provocando uma aderência à superfície (PARISOTTO, 2005 apud
MACTRA, 2010).

51
O Aditivo (Figura 16) diminui o tempo de execução desta etapa e o custo
da obra, podendo ser preparado com qualquer tipo de areia fina ou média, não
havendo risco de aparecimento de fissuras.

Figura 16 - Aditivo para liga e plasticidade

Fonte: Mactra (2010).

3.6.3.6 Projetor de chapisco e reboco

Lançado recentemente, o projetor de chapisco e reboco reduz de maneira


drástica o tempo de execução do chapisco e reboco, possuindo uma
produtividade superior quando comparado aos métodos convencionais de
execução de chapisco e reboco.

3.6.3.7 Projetor de argamassa

Com a utilização do projetor de argamassa pode ocorrer um aumento de


até 300% na produtividade quando comparado com o método de execução
convencional, como também há um sistema de armazenamento de argamassa
de até 76 litros e um compressor de 15 Pés projetado para trabalhar com vazão
de até 425 l/min (ELTHORFABRICANTE, 2010). Este equipamento foi projetado
para reduzir o máximo possível de desperdício de material e diminuir os gastos
52
com mão-de-obra, pois com sua alta produtividade, o número de operadores das
máquinas diminui da mesma forma que os operários desses maquinários sofrem
menos por Lesão por Esforço Repetitivo (LER), pois haverá uma diminuição no
tempo de execução desta tarefa e consequente redução dos riscos ergonômicos
(ELTHORFABRICANTE,2010).

3.6.4 Telhados e Coberturas

Por questões tradicionais vindas desde a época da colonização brasileira,


os telhados são executados em estrutura de madeira serrada, de modo
artesanal. Na última década, tem-se estudado novas formas de executar
coberturas de modo que conhecemos diversas estruturas que servem de
vedação e isolamento para as diversas construções (FLACH, 2012). Na
atualidade, a construção civil conta com melhorias nos telhados através de
tesouras pré-fabricadas (Figura 17). Esses elementos garantem ao telhado
maior qualidade em termos de resistência, uma vez que seu processo de
fabricação conta com maior controle tecnológico como consequência dos
equipamentos mais sofisticados empregados nos processos que envolvem a
preparação da peça. Flach ainda afirma que como o único processo no canteiro
de obras é de colocação das estruturas, há a otimização do tempo.

Figura 17 - Tesouras pré-fabricadas

53
Fonte: http://www.madeiratratada.com/br/madeira-tratada/telhados-pre-fabricados/

Uma forma alternativa de compor telhados é a estrutura metálica (Figura


18). De acordo com Souza (2002), essas apresentam leveza e praticidade na
montagem, garantido assim, a possibilidade de expansão da cobertura, ou até
mesmo, fácil desmontagem – no caso de estruturas temporárias.

Figura 18 - Estrutura metálica

Fonte: http://www.lemiferestruturasmetalicas.com.br/estrutura-metalica-cobertura

3.7 Automação na construção civil

A construção civil hoje sofre de um lento processo de mecanização.


Entretanto, esse processo ainda é fraco se comparado com outras áreas da
indústria, e isso se deve principalmente por conta da situação atual de sua mão-
de-obra, a qual utiliza recursos que possuem pouco ou nenhum suporte do atual
setor de Tecnologia da Informação (TI), (SANTOS, 2002).

Pode-se perceber isso, ao ver a grande presença de trabalhadores com


baixo nível de educação e o grande uso de técnicas e ferramentas antigas e
ultrapassadas, provocando uma resistência na adoção de novas tecnologias.

54
Fora que, diante dos profissionais que atuam nesse setor, não há um incentivo
para a adoção de novas ferramentas ligadas ao setor de TI, com raras
exceções, (SANTOS, 2002).

As empresas do ramo não investem na sua modernização em relação à


sua área de atuação e ao tamanho do setor. Há pouco incentivo para que os
funcionários para adotem novas tecnologias. Fora isso, existe um temor entre as
empresas de como essas novas tecnologias posem influenciar na sua renda e
nos seus gastos, e quando surge uma nova tecnologia, normalmente os
funcionários da empresa não recebem treinamentos adequados para se adaptar
a tal tecnologia, (SANTOS, 2002).

Além desses fatores, também tem a questão de que novas tecnologias


exigem manutenção e gastos com atualizações, e ainda temos o risco dela se
tornar obsoleta rapidamente. Em questão às tecnologias ligadas à internet,
existe um temor por parte de hackers e de vírus, (SANTOS, 2002).

Apesar do grande avanço que a construção civil tem passado nos últimos
anos, ainda passa por um grande déficit em relação a outros setores da
economia e, se bem investida, a construção civil tem potencial para passar por
uma modernização, uma vez que é uma indústria muito complexa e possui
inúmeros serviços cujas técnicas em prática são antigas e ultrapassadas.
Todavia, antes dessa modernização, precisa solucionar os diversos problemas
que a impedem, uma vez que isso acaba provocando certo congelamento de
seu desenvolvimento, (SANTOS, 2002).

3.8 Impactos Sociais com a Introdução da Automação na Construção Civil

A introdução de mecanismos automatizados na construção civil é um


assunto recorrente nos dias atuais, e, por esse motivo, há a necessidade de
estudos sobre o assunto. Assim, analisando as possíveis vantagens, pode-se

55
listar a diminuição do tempo de obra, redução dos custos com mão-de-obra e
aumento na produtividade. Porém, para que isso ocorra, é necessário um
investimento inicial elevado, com a probabilidade de não haver futuro retorno,
sendo que, além da preocupação com manutenções recorrentes, há-se a
necessidade de treinamento da mão-de-obra que manuseará este equipamento,
como também a substituição dos empregados que antes exerciam a função da
máquina.

Desta forma, haverá um aumento no desemprego do país, saturando


outros setores por causa do aumento na procura por empregos e diminuição dos
postos de trabalho, isso seria refletido, de forma negativa, na economia do país,
pois com aumento significativo do exército de reserva, haveria diminuição no
consumo de produtos em geral por parte da população, afetando diversos
setores e, por fim, a economia nacional.

56
4 ESTUDO DE CASO

Para uma aplicação prática do conteúdo apresentado, se fará o uso do


exemplo de uma residência unifamiliar de 80 m², em um terreno com dimensões
de 5 m x 25 m, de modo a comparar alguns custos entre a mão-de-obra e
sistema convencional com práticas e mecanismos inovadores, demonstrando as
possíveis vantagens e desvantagens advindas das inovações em cada etapa da
construção da residência, em relação ao seu custo e tempo de execução.

A edificação é composta de dois dormitórios providos de banheiro


individual, lavabo, hall, sala, cozinha e área de serviço. Para a realização do
comparativo, foi feito um estudo de quantitativo de materiais, cálculo de mão-de-
obra e tempo de execução dos serviços.

4.1 Quantitativo de materiais

4.1.1 Estudo de fundação

Conforme a edificação de 80 m² utilizada neste estudo, a execução de


estacas hélice seria inviável para as dimensões da obra, sendo esta uma
residência de pequeno porte e tais estacas podem atingir diâmetros de até 1
metro e meio, necessitando também de um abastecimento de concreto
ininterrupto ou, caso não haja, comprometimento das estacas já abertas no solo.
Nesta situação, o mais viável seria uma fundação mais simples e convencional,
como blocos de fundação e vigas baldrames, visando à otimização na execução
de algumas das etapas com a utilização de equipamentos inovadores para obras
de pequeno porte como a apresentada neste estudo.

57
Quanto à fundação convencional, cujo quantitativo está explícito na
Tabela 1, as vigas baldrames seriam executadas com a utilização de concreto
auto adensável (CAA) e máquina de amarrar vergalhões.

Tabela 1 - Quantitativo de fundação


Descrição Tipo Unid Qntd
Aço 1/2" m 245,28
Bloco de Fundação
Concreto m³ 1,34
Estacas Concreto m³ 3,09
Aço 1/2" m 718,20
Vigas Baldrames Aço 3/8" m 288,20
Concreto m³ 2,44
Fonte: Autores, 2017.

Inicialmente, no que se refere à armação das vigas baldrames e blocos de


fundação convencionais, a máquina de amarrar vergalhões opera de 2 a 3 voltas
por disparo, bem como o tempo por nó é de 0,8 segundos. Cada rolo rende
aproximadamente 160 nós e cada carga da bateria proporciona, no mínimo, 800
nós. Logo, são utilizados 5 rolos por carga. O tempo de recarga da bateria dura
cerca de 1 hora, sendo que a vida útil desta é de 500 recargas, considerando
também que o diâmetro máximo permitido para amarração por essas máquinas
fica entre 20 e 21 mm (FABRICANTE, 2014).

Levando em conta o trabalho manual realizado na obra de cortar, dobrar e


amarrar vergalhões, segundo o TCPO (2010), um armador gasta 0,093 horas a
cada 1,10 kg de aço nos trabalhos de corte, soldagem, dobra e colocação da
armação nas fôrmas de vigas, assim como o ajudante de armador, considerando
a utilização de barras de aço de bitolas 3/8”. Analisando também os blocos de
fundação e a armação utilizada cujo aço possui diâmetro de 1/2”, chegou-se à
Tabela 4, obtida através de relações feitas entre o TCPO (2010) e a Tabela 1,
efetuando a conversão dos valores nela encontrados para os quantitativos de
vigas baldrames e blocos de fundação da residência proposta.

58
Resumindo as informações ligadas às horas de armação das vigas
baldrames, pode-se chegar a um total de 108,02 horas. Considerando 8 horas
de trabalho por dia, o prazo de término das armações das vigas seria de,
aproximadamente, sete dias úteis. Já a armação de todos os blocos de fundação
seria finalizada em, aproximadamente, dois dias úteis, sendo assim, seriam
totalizados nove dias úteis de trabalho para finalização da armação da fundação,
considerando apenas um armador e um ajudante. O custo da mão-de-obra
necessária no cumprimento desta fase está resumido na Tabela 4, gerada a
partir de dados obtidos nas tabelas desoneradas do Sistema Nacional de
Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI).

Tabela 2 - Quantitativo de Armação de Fundação (mão-de-obra convencional)


Descrição Tipo Unid Qntd Custo/Unid Custo Total
Vigas Baldrame Aço 3/8" Kg 177,82 R$ 5,26 R$ 935,33
Vigas Baldrame Aço 1/2” Kg 691,63 R$ 4,67 R$ 3.229,91
Blocos de R$ 1.102,27
Aço 1/2” Kg 236,2 R$ 4,67
Fundação
Armador / H 67,32 R$ 14,63 R$ 984,89
Ajud. de
/ H 67,32 R$ 10,98 R$ 739,17
Armador
d = 1,25
Arame Cozido Kg 20,1 R$ 11,90 R$ 239,19
mm
cob = 30
Espaçadores Unid 5157 R$ 139,00 R$ 716,82
mm
Total R$ 7.947,58
Fonte: TCPO, 2010; Leroy Merlin, 2017; FG, 2017; Mercado Livre, 2017. Adaptado.

A utilização da máquina de amarrar vergalhões otimiza apenas o tempo


de amarração dos vergalhões de aço, havendo uma pequena redução do tempo
total do serviço, porém com um custo de investimento inicial maior e
consequente manutenção das baterias deste maquinário, como também a
necessidade de treinamento da mão-de-obra que fará o manuseio do
equipamento.

Desta forma, pode-se reparar que o aumento na produtividade com o uso


deste aparelhamento não seria tão grande quando levado em conta os demais
processos envolvendo os vergalhões de aço e a mão-de-obra assalariada.
Apenas o âmbito dos nós com arame cozido seria acelerado e otimizado,
59
portanto, os demais processos continuariam com o mesmo prazo de término,
considerando apenas um armador, um ajudante e o maquinário. Assim, o
resumo dos gastos com a introdução deste equipamento está resumido na
Tabela 5.

Tabela 3 - Quantitativo de Armação de Fundação (inovação)


Descrição Tipo Unid Qntd Custo/Unid Custo Total
Vigas Baldrame Aço 3/8" Kg 177,82 R$ 5,26 R$ 935,33
Vigas Baldrame Aço 1/2” Kg 691,63 R$ 4,67 R$ 3.229,91
Blocos de R$ 1.102,27
Aço 1/2” Kg 236,2 R$ 4,67
Fundação
Armador / H 60,32 R$ 14,63 R$ 882,48
Ajud. de
/ H 60,32 R$ 10,98 R$ 662,31
Armador
Máquina / Unid 1 R$ 2.110,00 R$ 2.110,00
d = 1,25
Arame Cozido Kg 20,1 R$ 11,90 R$ 239,19
mm
cob = 30
Espaçadores Unid 5157 R$ 139,00 R$ 716,82
mm
Total R$ 9.878,31
Fonte: SINAPI, Mar, 2017; RR Máquinas, 2010; FG, 2017; Mercado Livre, 2017; Leroy Merlin,
2017.Adaptado.

Com isso, pode-se concluir que seria mais viável, em termos econômicos
e sociais considerando o atual índice de desemprego nacional, a contratação de
funcionários para este ofício, sendo o tempo total de serviço praticamente
equivalente, porém com um custo, aproximadamente, 24,29% menor.

Com relação ao CAA e tendo em vista que este possui maior custo inicial,
há-se a necessidade de estudar as possíveis consequências de seu uso nesta
obra. A princípio, os custos com a mão-de-obra seriam reduzidos, no exemplo
de concretagem de uma laje, o número de funcionários na execução com
concreto convencional pode chegar a 13, sendo que com o uso do CAA, esse
número pode ser reduzido para 4. A produtividade chega a ser 3 vezes maior
quando comparada com ado concreto convencional, sendo que, com o uso do
CAA, o tempo de execução da concretagem passa a ser menor na obra,
podendo ser diminuído de 4 horas para 1 hora e meia (UFG, 2005), com

60
margens que variam de acordo com as dimensões da estrutura construtiva a ser
concretada.

Tendo em vista que os equipamentos necessários no adensamento do


concreto convencional seriam dispensados, o CAA acaba influenciando na
redução da poluição sonora e possíveis incômodos nos arredores da obra,
reduzindo também os custos com energia elétrica e mão-de-obra para manuseio
de tais máquinas, incluindo uma redução de custos na obtenção dos próprios
equipamentos que não seriam mais necessários, como exemplo, tem-se o
vibrador. Outro ponto a ser levantado é a saúde dos funcionários, a qual, com
menor tempo de concretagem, diminuição do número de empregados e
consequente eliminação de possíveis tumultos causados pela elevada
quantidade de pessoas, teria proporcionada a si uma redução dos riscos de
queda, problemas ergonômicos, devido aos menores esforços nas etapas de
lançamento e acabamento e a remoção da etapa de adensamento do concreto,
e problemas de audição causados pelo uso de vibradores (UFG, 2005).

No caso da edificação proposta, seriam contratados apenas um pedreiro


e um servente para realização das concretagens, sendo assim, a diferença no
custo final entre a utilização do CAA e a utilização do concreto convencional se
daria pela redução no tempo de execução e preço de obtenção do material, que
é inicialmente mais caro. Os resultados da comparação feita estão sintetizados
nas Tabelas 2 e 3 a seguir.

Tabela 4 - Quantitativo de Concretagem da Fundação (Concreto convencional)


Descrição Tipo Unid Qntd Custo/Unid Custo Total
Vigas Baldrame Concreto m³ 2,44 R$ 200 R$ 488,00
Blocos de R$ 268,00
Concreto m³ 1,34 R$ 200
Fundação
Pedreiro / H 2,45 R$ 14,67 R$ 35,94
Servente / H 2,45 R$ 12,02 R$ 29,45
Total R$ 821,39
Fonte: SINAPI, Mar, 2017; TCPO, 2010; Engemix, 2017. Adaptado.

61
Tabela 5 - Quantitativo de Concretagem da Fundação (Concreto Auto Adensável)
Descrição Tipo Unid Qntd Custo/Unid Custo Total
Vigas Baldrame Concreto m³ 2,44 R$ 250 R$ 610,00
Blocos de R$ 335,00
Concreto m³ 1,34 R$ 250
Fundação
Pedreiro / H 0,92 R$ 14,67 R$ 13,50
Servente / H 0,92 R$ 12,02 R$ 11,06
Total R$ 969,56
Fonte: SINAPI, Mar, 2017; TCPO, 2010; Engemix, 2017. Adaptado.

Com estes dados, é possível observar que com o uso do CAA há uma
redução no tempo total de concretagem, revelando uma diminuição de 37,55%,
porém os custos se elevam em 18,04%. Com isso, o emprego do CAA se dará
pelas necessidades encontradas na obra, ou seja, se o intuito for uma
concretagem mais rápida, que dispense o uso de vibradores, o CAA é o ideal.
Enquanto que, se o objetivo for uma concretagem mais barata, não levando em
conta suas maiores demoras, o concreto convencional se encaixaria melhor.

4.1.2 Estudo de alvenaria

A alvenaria planejada inicialmente é feita com blocos cerâmicos nas


dimensões 14x09x19 cm e 14x19x39 cm, fazendo-se uso de argamassa
polimérica (Tabela 6), que apresentou grande diminuição do gasto com materiais
em relação à argamassa de assentamento convencional.

62
Tabela 6 - Quantitativo de Alvenaria
Descrição Unid Qntd
Bloco interno 14x09x19 Unid 4180
Bloco externo 14x19x29 Unid 1986
Bloco canaleta interno
Unid 18
09x19x39
Bloco canaleta externo
Unid 77
14x19x29
Argamassa polimérica de
m³ 0,22
assentamento
Concreto das vergas m³ 1,96
Aço m 119
Fonte: Autores, 2017.

De acordo com o TCPO (2010), a produtividade dos trabalhadores quanto


à execução das alvenarias varia de uma hora a uma hora e meia a cada metro
quadrado, de modo que obtivemos os seguintes dados (Tabela 7).

Tabela 7 - Quantitativo de Alvenaria (Mão-de-obra convencional)


Descrição Salário/H Qntd Unid Custo
Alvenaria Interna / 108 m² R$ 774,54
Alvenaria Externa / 108 m² R$ 2.884,2
Pedreiro R$ 14,67 88 H R$ 1.290,96
Servente R$ 12,02 88 H R$ 1.057,76
Total R$ 6.007,46
Fonte: TCPO, 2010; SINAPI, Mar, 2017. Adaptado.

Conforme esses dados pode-se observar que o tempo estimado para


término da alvenaria de vedação é de, aproximadamente, 11 dias úteis.

Levando em consideração a utilização de painéis cerâmicos, conforme


dados obtidos no site Casa Express, o tempo de produção seria reduzido a uma
média de 3 à 4 dias. Em relação aos custos, o site não forneceu dados
suficientes para confecção de comparativo, assim como os demais
fornecedores, sendo assim, a composição das alvenarias por painéis cerâmicos

63
mostra-se de difícil acesso para orçamentos, ressaltando isto como empecilho
na utilização de tal inovação em residências de pequeno porte.

4.1.3 Estudo de revestimento

Para a confecção dos acabamentos e revestimentos, a inovação


escolhida foi o projetor de chapisco e reboco. Os quantitativos de revestimentos
a serem utilizados nesta residência estão sintetizados na Tabela 8.

Tabela 8 - Quantitativo de Revestimento


Descrição Tipo Unid Qto
Chapisco m³ 0,8
Emboço m³ 4,82
Reboco m³ 0,8
Gesso m³ 6,81
Tintas Céu esplendoroso L 1,55
Passos de dança L 0,92
Peça de teatro L 0,75
Uva verde L 2,25
Azul Turquia L 20,42
Impermeabilizante
L 16,51
de gesso
Fonte: Autores, 2017.

Iniciando o estudo pelo projetor de chapisco e reboco e sabendo que a


produtividade deste dispositivo é de, aproximadamente, 150 m²/hora para
reboco de 1 cm de espessura, e, para chapisco de 5 mm de espessura, a
operosidade pode chegar a 300 m²/hora, os resultados obtidos pela relação do
quantitativo feito (Tabela 9) e essas informações estão condensados na Tabela
9 abaixo.

Tabela 9 - Quantitativo de Revestimento (Inovação)


Custo/
Descrição Unid Qntd Custo Total
Unid
Chapisco m² 160 R$ 4,66 R$ 745,60
Reboco m² 160 R$ 10,50 R$ 1680,00

64
Pedreiro H 2,12 R$ 14,67 R$ 31,10
Servente H 2,12 R$ 12,02 R$ 25,48
Projetor Unid 2 R$ 288,00 R$ 576,00
Total R$ 3.058,18
Fonte: Dados fabricante, 2014; TCPO, 2010; SINAPI, Mar, 2017. Adaptado.

Como pode ser visto na Tabela 9, as horas totais de trabalho para


chapisco e reboco de todas as paredes a receberem esse tipo de acabamento
são equivalentes a, aproximadamente, 4,24 horas, considerando dois projetores
de chapisco e reboco, um servente e um pedreiro para manuseá-los e sendo o
tempo de execução desses revestimentos pelo projetor equivalente a 1,06 horas
para cada funcionário.

Levando em consideração o treinamento do pedreiro e do servente para


manuseio correto dos equipamentos, o desempenho dessa etapa poderia ser
diminuído, porém não o suficiente para descartar tal inovação.

A Tabela 10 mostra os dados obtidos a partir do trabalho da mão-de-obra,


apenas.

Tabela 10 - Quantitativo de Revestimento (Mão-de-obra Convencional)


Custo/
Descrição Unid Qntd Custo Total
Unid
Chapisco m² 160 R$ 4,66 R$ 745,60
Reboco m² 160 R$ 10,50 R$ 1680,00
Pedreiro H 150,59 R$ 14,67 R$ 2.209,15
Servente H 150,59 R$ 12,02 R$ 1.810,09
Total R$ 6.444,84
Fonte: TCPO, 2010; SINAPI, Mar, 2017.Adaptado.

Em relação ao tempo total de execução do revestimento (chapisco e


reboco) por parte da mão-de-obra, seriam gastos em torno de 19 dias úteis para
término dessas operações, incluindo os três dias de cura do chapisco, pode-se
chegar à um total de 21 dias úteis para conclusão da etapa de revestimento (não
incluindo a parte de emboço). Em comparação com a utilização da inovação
propriamente dita, seriam gastos 4 horas e três dias somando as duas fases e o

65
tempo de cura do chapisco, sendo que a economia seria de, aproximadamente,
47,45%.

4.1.4 Estudo de piso

As inovações escolhidas para a comparação de custos na execução dos


pisos foram o uso de argamassa autocolante e o uso de nivelador de pisos
cerâmicos. As características desejadas para o piso podem ser analisadas na
tabela 11.

Tabela 11 - Quantitativo de Piso

Descrição unidade Qto


Contrapiso m³ 3,66
Réguas vinílicas 07 x
Unid 2312
21
Cola de régua Kg 9,58
Azulejo 30 x 30 Unid 74
Azulejo 40 x 40 Unid 74
Argamassa
autocolante para m³ 0,09
assentamento
Argamassa de
m³ 0,14
cimento e areia
Resina epóxi L 14
Fonte: Autores, 2017.

Após o término do comparativo de preços relacionados à execução do


piso cerâmico, é plausível afirmar que, apesar do custo com matéria-prima para
a montagem do piso com a utilização de argamassa de cimento e areia seja
menor, o custo com mão-de-obra e o tempo necessário para a aplicação do
procedimento se mostram inviáveis se comparados com a argamassa
autocolante, tornando seu uso mais vantajoso em relação à argamassa de
cimento e areia, como é possível verificar nas Tabelas 12 e 13.
66
Tabela 12 - Quantitativo de revestimento cerâmico (argamassa autocolante)
Descrição Unid Qntd Salário/H Custos
Azulejista H 4 R$ 13,33 R$ 53,32
Servente H 4 R$ 12,02 |R$ 48,08
Argamassa
Kg 20 / R$ 8,99
Autocolante
Total R$ 110,39
Fonte: C&C, CNC Ferramentas, 2017; SINAPI, Mar, 2017; TCPO, 2010. Adaptado.

Tabela 13 - Quantitativo de revestimento cerâmico (argamassa convencional)


Descrição Unid Qntd Salário/H Custos
Azulejista H 20,36 R$ 13,33 R$ 271,26
Servente H 20,36 R$ 12,02 |R$ 244,60
CP2-E Kg 50 / R$ 16,90
Areia Kg 20 / R$ 3,19
Total R$ 535,95
Fonte: Leroy Merlin; C&C; CNC Ferramentas, 2017; SINAPI, Mar, 2017; TCPO, 2010. Adaptado.

Em relação ao nivelador de piso cerâmico, foi constatado que a pequena


dimensão das peças cerâmicas e o fato de se tratar de uma obra de pequeno
porte tornaram viável o uso do equipamento. Uma vez que, apesar do nivelador
adicionar um alto custo ao processo, este otimiza substancialmente o tempo de
execução do piso cerâmico tornando-o recomendado, sendo a diferença de 4
horas com o uso de argamassa autocolante, para 2 horas com a argamassa
autocolante e o nivelador de pisos cerâmicos, conforme indicado nas Tabelas 14
e 15.

Tabela 14 - Quantitativo de revestimento cerâmico (argamassa convencional e nivelador)


Descrição Unid Qntd Salário/H Custos
Azulejista H 10,73 R$ 13,33 R$ 143,03
Servente H 10,73 R$ 12,02 |R$ 128,98
67
CP2-E Kg 50 / R$ 16,90
Areia Kg 20 / R$ 3,19
Kit Nivelador 1 Unid 1 / R$ 124,96
Kit Nivelador 2 Unid 1 / R$ 68,31
Cunhas Unid 300 / R$ 43,20
Total R$ 528,57
Fonte: C&C, Leroy Merlin, CNC Ferramentas, 2017; SINAPI, Mar, 2017; TCPO, 2010. Adaptado.

Tabela 15 - Quantitativo de revestimento cerâmico (argamassa autocolante e nivelador)


Descrição Unid Qntd Salário/H Custos
Azulejista H 2 R$ 13,33 R$ 26,66
Servente H 2 R$ 12,02 |R$ 24,04
Argamassa
Kg 20 / R$ 8,99
Autocolante
Kit Nivelador 1 Unid 1 / R$ 124,96
Kit Nivelador 2 Unid 1 / R$ 68,31
Cunha Unid 300 / R$ 43,20
Total R$ 296,16
Fonte: C&C, CNC Ferramentas, 2017; SINAPI, Mar, 2017; TCPO, 2010. Adaptado.

68
5 ANÁLISES E RESULTADOS

Dentro da construção civil, há-se a necessidade de aperfeiçoar certos


processos, visando sua qualidade final e custo acessível. Para a análise deste
fato, houve dados selecionados e sintetizados nesta pesquisa contemplando as
vantagens e desvantagens provenientes da introdução das inovações
tecnológicas propostas neste estudo, como também as situações mais
recomendadas para uso de tais mecanismos e técnicas de execução
inovadoras.

Dessa forma, algumas inovações costumam visar o menor custo para


conclusão de etapas construtivas, redução da quantidade de mão-de-obra
contratada e redução de desperdício de materiais e tempo. Os mecanismos
inovadores salientados no estudo de caso formam um comparativo de custo e
produtividade entre a mão-de-obra convencional e a utilização destes engenhos,
as Tabelas 16 e 17 abaixo, salientam e resumem os dados finais obtidos em
cada etapa, sem a utilização de inovações e com a utilização das mesmas.

Tabela 16 - Custo final das etapas com mão-de-obra convencional


Descrição Tipo Custo Total
Fundação Aços R$ 7.947,58
Fundação Concreto R$ 821,39
Alvenaria Blocos Cerâmicos R$ 6.007,40
Revestimento Chapisco e Reboco R$ 6.444,84
Argamassa
Piso R$ 535,95
Convencional
Total R$ 15.312,32
Fonte: TCPO, 2010; SINAPI, 2017. Adaptado.

69
Tabela 17 - Custo final das tapas com inovações tecnológicas
Descrição Tipo Custo Total
Fundação Aços R$ 9.878,31
Fundação Concreto R$ 969,56
Alvenaria Blocos Cerâmicos *
Revestimento Chapisco e Reboco R$ 3.058,18
Argamassa
R$ 110,39
Autocolante
Argamassa
Autocolante e R$ 296,16
Piso
Nivelador
Argamassa
Convencional e R$ 528,57
Nivelador
Total R$ 14.841,17
Fonte: TCPO, 2010; SINAPI, 2017. Adaptado.

Em relação ao cumprimento da etapa de fundação, chegou-se à um


consenso sobre as inovações que melhor se encaixariam, sendo que se optou
por inovações no âmbito da execução convencional de blocos de fundação e
vigas baldrames, pois ao considerar o porte da obra, alguns tipos de fundação
não se mostrariam viáveis perante as dimensões do projeto, questões
administrativas e econômicas. Assim, a execução da fundação foi subdividida
em armação e concretagem, havendo uma diferença significativa entre os custos
finais, que englobam tanto os preços dos materiais, quanto da mão-de-obra e
inovação pertinente a esta etapa. Na armação dos blocos de fundação e das
vigas baldrames, chegou-se a uma diferença de R$ 1.930,73 a mais quando
considerada a utilização da máquina de amarrar vergalhões, o que representa,
em porcentagem, um aumento de 24,29%. O tempo levado no processo de
betonagem seria otimizado em 37,55% com a utilização do CAA, porém com um
aumento de 18,04% no custo final da concretagem, passando de R$ 821,39
para R$ 969,56.

Na realização das alvenarias interna e externa com blocos cerâmicos


convencionais, o custo ao qual se chegou foi de, aproximadamente, R$
6.007,46. Sendo que não há divulgação de preço dos painéis cerâmicos, a
comparação desta etapa construtiva não pôde ser finalizada, sendo evidenciado,

70
segundo o site Casa Express (agosto, 2017), apenas uma maior produtividade,
de cerca de 3 à 4 dias de otimização.

Para a fase de revestimento, os resultados conseguidos em detrimento do


tempo de execução com a utilização de mão-de-obra convencional foram de 19
dias, sendo que, com o tempo de cura do chapisco que equivale à 3 dias, pode-
se chegar a um total de 21 dias úteis (sem considerar o emboço das alvenarias).
Em comparação com a utilização da inovação (projetor de chapisco e reboco),
seriam gastos 4 horas e três dias somando as duas fases e o tempo de cura do
chapisco, sendo que a economia seria de, aproximadamente, 47,45%, ou seja,
de R$ 6.444,84 para R$ 3.058,18 com a utilização do projetor.

A confecção dos pisos desta residência pode ser realizada com o uso de
kits niveladores, argamassa autocolante ou argamassa convencional. Após o
estudo, que analisou o emprego somente de argamassa autocolante, argamassa
convencional, argamassa autocolante juntamente com os niveladores de piso e
argamassa convencional juntamente com os niveladores de piso, os dados
obtidos foram os seguintes:

 Apenas com o emprego de argamassa convencional o custo e tempo de


finalização seriam de, respectivamente, R$ 535,95 e 40,72 horas.
 Apenas com o emprego de argamassa autocolante o custo e tempo de
finalização seriam de, respectivamente, R$ 110,39 e 8 horas.
 Com o emprego de argamassa convencional e kits niveladores o custo e tempo
de finalização seriam de, respectivamente, R$ 528,57 e 21,46 horas.
 Com o emprego de argamassa autocolante e kits niveladores o custo e tempo
de finalização seriam de, respectivamente, R$ 296,16 e 4 horas.

Assim, pode-se observar que seria mais vantajosa, em termos


econômicos e de produtividade, a utilização de argamassa autocolante e kits
niveladores na confecção do revestimento cerâmico.

71
6 CONCLUSÃO

Tendo realizado esse estudo, entende-se que o processo de inovações


na construção civil põe o Brasil no rumo de outros países que visam à
automação dos seus processos e desenvolvimento de técnicas construtivas a
fim de aperfeiçoar e agilizar processos, como também evitar ao máximo
desperdícios e atrasos nas obras.

Relacionando isso às inovações aqui vistas, pode-se concluir que,


atualmente, ainda há um atraso nos processos de utilização de novas
tecnologias dentro da esfera da construção civil, revelando preços de obtenção e
manutenção de maquinário elevados, como também mão-de-obra despreparada
e barata, fatores que dificultam a introdução destes equipamentos, justamente
pelos elevados custos em comparação com os métodos já utilizados.

Com base nisso, o trabalho propriamente dito, revelou que, dentro da


execução da fundação de uma residência unifamiliar de pequeno porte, nem
sempre a utilização de maquinário se mostra viável, sendo que, muitas vezes, a
produtividade da inovação acaba por não superar a produtividade da mão-de-
obra convencional, mostrando ainda custos finais maiores.

Levando em consideração a concretagem com uso de concreto auto


adensável (CAA), a conclusão à qual se pode chegar leva em conta as principais
necessidades vistas na obra, ou seja, quando o objetivo principal for agilizar a
etapa de concretagem, o CAA mostra-se altamente recomendado. Em
contrapartida, quando se tem por finalidade uma concretagem de menor custo, o
uso do concreto convencional mostra-se mais vantajoso.

Por outro lado, no âmbito de revestimentos, tanto do acabamento das


alvenarias, quanto dos pisos cerâmicos, a utilização de materiais inovadores no
campo de obras de pequeno porte, mostrou-se altamente viável, em relação ao

72
custo e produtividade, não dispensando a contratação de mão-de-obra
assalariada.
Assim, a conclusão a que se pode chegar dentro da realização de obras
de pequeno porte, é que, deve-se fazer uma análise dos custos da mão-de-obra
e da obtenção de materiais e mecanismos inovadores antes da adoção e/ou
substituição de mão-de-obra por tais equipamentos, como também a situação da
qualificação geral da mão-de-obra no cenário da construção civil, uma vez que,
os das inovações podem ser superiores à do sistema convencional.

73
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