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FAEX – FACULDADE DE EXTREMA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Geovandres Rosa

ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

Extrema
2018
Geovandres Rosa
ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


Faex – Faculdade de Extrema, como quesito
parcial para obtenção do título de bacharel em
Engenharia Civil

Orientadora: Profª. Renata Martinho Camargo

Extrema
2018
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que me permitiu ter força e saúde para superar com louvor
todas as dificuldades encontradas.
A instituição pelo ambiente criativo e agradável que proporciona, e que me concedeu
a oportunidade de estar realizando este curso.
Aos meus familiares que incansavelmente me deram força, carinho e apoio muitas
vezes com palavras e atitudes para que eu pudesse trilhar esse caminho superando
as adversidades.
E aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado dentro ou fora de sala
trabalhando junto para que sempre alcançássemos o melhor.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 10
1.1.1 OBJETIVOS GERAIS ............................................................................ 10
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................. 10
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 11
1.3 METODOLOGIA .......................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 12
2.1 HISTÓRICOS DO CONCRETO PRÉ-MOLDADO ....................................... 12
2.2 TIPOS DE CONCRETOS PRÉ-MOLDADOS............................................... 13
2.2.1 FABRICAÇÃO DO PRÉ-MOLDADO ..................................................... 14
2.3 ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS ................................................................. 15
2.3.1 FUNDAÇÃO........................................................................................... 15
2.3.2 PILARES ............................................................................................... 17
2.3.3 EMENDA PILAR/PILAR ......................................................................... 18
2.3.4 VIGAS.................................................................................................... 19
2.3.5 VIGAS SUPORTE PROTENDIDAS....................................................... 21
2.3.6 CONSOLES ........................................................................................... 22
2.4 SISTEMAS DE PAVIMENTOS ..................................................................... 24
2.4.1 LAJE ...................................................................................................... 24
2.4.2 PAINÉIS ALVEOLARES ........................................................................ 25
2.4.3 VIGOTAS PRÉ-MOLDADAS ................................................................. 26
2.5 ELEMENTOS PARA SISTEMAS DE PAREDES ......................................... 26
2.6 COMPONENTES DE COBERTURA ............................................................ 28
2.7 SISTEMAS ESTRUTURAIS COMUM DE PRÉ-MOLDADOS ...................... 30
2.7.1 ESTRUTURAS APORTICADAS ............................................................ 30
2.7.2 ESTRUTURA EM ESQUELETO............................................................ 30
2.7.3 ESTRUTURA PARA PISOS .................................................................. 31
2.7.4 ESTRUTURAS PARA FACHADAS ....................................................... 32
2.7.5 ESTRUTURAS CELULARES ................................................................ 32
2.8 ESTACAS .................................................................................................... 33
2.9 PONTES ...................................................................................................... 34
2.10 LIGAÇÕES ENTRE ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS. ................................ 35
2.10.1 NEOPRENE. ...................................................................................... 36
2.10.2 LIGAÇÃO ISOSTÁTICA ..................................................................... 36
2.10.3 LIGAÇÃO ROTULADA ....................................................................... 37
2.10.4 LIGAÇÃO SEMI-RÍGIDA .................................................................... 38
2.10.5 LIGAÇÃO ENGASTADA .................................................................... 39
2.11 FUROS NOS ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS ........................................... 39
2.11.1 FUROS NAS LAJES ALVEOLARES .................................................. 39
2.11.2 PILARES COM SISTEMA PARA ÁGUA PLUVIAL ............................. 40
2.11.3 FURAÇÃO NAS VIGAS...................................................................... 41
2.12 MONTAGENS DA ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA ...................................... 42
2.12.1 CHEGADA DAS PEÇAS PRÉ-MOLDADAS NA OBRA...................... 42
2.12.2 MONTAGEM DAS PEÇAS ................................................................. 43
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO PRÉ-MOLDADO. .... 45
3.1 VANTAGENS DO PRÉ-MOLDADO. ............................................................ 45
3.2 DESVANTAGENS DO CPM. ....................................................................... 46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 47
4.1 ESTUDO DE CASO ..................................................................................... 47
4.2 ETAPAS REALIZADAS NA CONSTRUÇÃO. .............................................. 47
4.2.1 CÁLICES ............................................................................................... 47
4.2.2 MONTAGEM DOS PILARES ................................................................. 48
4.2.3 MONTAGEM DAS VIGAS E LAJES ALVEOLARES ............................. 49
4.2.4 MURO DE ARRIMO .............................................................................. 52
4.2.5 CONSOLIDAÇÃO VIGA PILAR ............................................................. 52
5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 54
RESUMO

A construção civil cada vez mais necessita de inovações que possibilitem um avanço
na sua maneira de produzir. Um sistema que vem ganhando mercado, e tem
demostrado a sua eficácia quanto à divisão das etapas realizadas, velocidade de
construção, mão de obra qualificada e uma melhor qualidade no acabamento final
da obra, é o Sistema Construtivo em Pré-Moldado Esse trabalho tem como objetivo
apresentar um estudo de caso, com revisão de literatura, mostrando como é
realizado a execução desse sistema construtivo, salientando quais são os elementos
mais utilizados em obra, como são e quais são os tipos de ligações mais utilizadas,
como o trabalho é executado no canteiro de obra por parte de transporte,
recebimento e execução.

Palavras-Chave: Sistema Construtivo, Pré-Moldado, Execução.


ABSTRACT

Civil construction is increasingly in need of innovations that enable it to advance its


way of producing. A system that has been gaining market share, and has
demonstrated its effectiveness in terms of the division of the steps performed, speed
of construction, skilled labor and a better quality in the final finishing of the work, is
the Pre-Molded Construction System. objective is to present a case study, with a
literature review, showing how the execution of this constructive system is performed,
highlighting which are the elements most used in the work, how they are and what
are the most used types of connections, how the work is executed in the construction
site for transportation, receiving and execution.

Keywords: Constructive System, Pre-Molded, Execution.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Elemento Pré-moldado mais comum a serem utilizados.


Figura 2: Fundação Tipo Cálice.
Figura 3:Ligação por chapa de base.
Figura 4: Seção típica de pilar.
Figura 5: Ligação pilar x pilar.
Figura 6: Seções de vigas.
Figura 7: Vigas em uma edificação pré-moldada com trechos isostáticos sem
continuidade.
Figura 8: Viga suporte protendida.
Figura 9: Consolos para apoio em estruturas pré-moldadas.
Figura 10: Console trapezoidal.
Figura 11: Console retangular para vigas retangulares.
Figura 12: Console retangular para vigas retangulares.
Figura 13: Lajes Seção TT.
Figura 14: Painel alveolar e detalhe de rejuntamento e revestimento.
Figura 15: Vigotas.
Figura 16: Fechamento Duplo TT.
Figura 17: Painel sanduiche e tipos de conectores.
Figura 18: Seção transversal de viga calha.
Figura 19: Seção transversal das terças.
Figura 21: Estrutura em esqueleto.
Figura 20: Galpão.
Figura 21: Estrutura em esqueleto.
Figura 22: Edifício de escritório.
Figura 23: Fachada arquitetônica.
Figura 24: Estruturas celulares.
Figura 25: seções das estacas.
Figura 26: Estacas pré-fabricadas.
Figura 27: Ponte Montagem por balanços sucessivos.
Figura 28: Neopreme em um console.
Figura 29: Ligação isostática.
Figura 30: Ligação rotulada.
Figura 31: Ligação sem-rígida.
Figura 32: Furos laje alveolar.
Figura 33: Pilar com sistema para água pluvial.
Figura 34: Furos na alma da viga, a fim de facilitar passagem elétrica e hidráulica.
Figura 35: Descarga das peças.
Figura 36: Içamento de um pilar feito por um guindaste.
Figura 37: Alças de içamento nas vigas calhas.
Figura 38: Fundação tipo Cálice.
Figura 39: Posicionamento do Pilar.
Figura 40: Ligação Pilar Fundação.
Figura 41: Viga posicionada antes de receber a laje alveolar.
Figura 42: Colocação da laje alveolar.
Figura 43: Viga de transição recebendo as vigas de cobertura.
Figura 44: Viga de cobertura recebendo as terças.
Figura 45: Painel alveolar como muro de arrimo.

Figura 45: Painel alveolar como muro de arrimo.


Figura 46: Barras Lentom com rosca.
Figura 47: Pilar que recebe o travamento.
1 INTRODUÇÃO

Pode se perceber que a construção civil é vista como uma indústria atrasada, pelo
fato de encontrar de uma maneira geral, desperdícios de materiais, pouca
produtividade, e baixo controle de qualidade.

Uma solução para diminuir esse atraso é o uso do concreto pré-moldado, podendo
ter partes da construção que seriam produzidas em melhores condições e em outros
locais, onde se encontra um maior controle de qualidade, diminuição do tempo de
obra e menor desperdício de materiais (El Debs 2017)

O pré-moldado proporciona diversos benefícios como economia, maior controle de


qualidade dos materiais utilizados na obra, rapidez na execução e a industrialização
da construção civil.

Com o constante crescimento das cidades cada vez mais há exigência de obras
rápidas e ao mesmo tempo complexas, as empresas buscam uma solução para
satisfazer tais exigências que atendam obras rápidas de altas resistências e com
perfis arquitetônicos arrojados.

A grande vantagem da utilização do pré-moldado é que suas características


permitem: Grandes vãos, lajes mais esbeltas do que as equivalentes em concreto
armado, possibilidade de uso em ambientes agressivos, controle e redução de
deformações e da fissuração.

9
1.1 Objetivos

1.1.1 OBJETIVOS GERAIS

- Apresentar os sistemas construtivos em Pré-Moldados mais utilizados no Brasil.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Apresentar as peças de Pré-Moldado, e suas dimensões mais utilizadas no Brasil.


- Apresentar como é feita As etapas de produção, transporte e recebimento das
peças.
- Apresentar as vantagens e desvantagens de se optar pela utilização do Pré-
Moldado.
- Mostrar a montagem do Pré-Moldado no canteiro de obra, do estudo de caso
abordado, com detalhes de içamentos, encaixes de pilares, vigas e lajes.

10
1.2 Justificativa

A escolha do tema abordado se deu ao fato de ele possuir vantagens na utilização


de obras de grande porte, como apresentar agilidade no tempo de obra e suportar
grandes cargas. E também por ser um sistema que já vem sendo utilizado há
tempos e que agrega valores significativos para Engenharia Civil.

11
1.3 Metodologia

Trata-se de um estudo de caso, onde primeiramente foi realizada uma revisão de


literatura com consultas em livros, artigos científicos, dissertações de mestrado
sobre o assunto e também manuais de empresas que trabalham com a montagem
de pré-moldados. Foi realizada uma visita na obra, onde foi possível ter maior
precisão de como funciona a montagem do pré-moldado.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICOS DO CONCRETO PRÉ-MOLDADO

Não se consegue datar com certeza o início da pré-moldagem. Há indícios de que o


surgimento do concreto armado ocorreu paralelamente com a pré-moldagem, logo
pode se dizer que a pré-moldagem se deu início junto ao concreto armado.
(Vasconcelos 2002).

A primeira construção com o emprego de elementos pré-moldados foi,


provavelmente, o cassino de Biarritz na França, em 1891, no qual as vigas foram
pré-moldadas. (El Debs 2017)

O uso de pré-fabricados tem a seguinte divisão segundo (Salas 1988).

- De 1950 a 1970 – Período em que devido à ausência de edificações ocasionadas


pela devastação da guerra, se fez necessário construir diversos edifícios, tanto
habitacionais quanto hospitais, escolas e indústrias. Os edifícios construídos nessa
data eram construídos em elementos pré-fabricados, cujos componentes eram
procedentes do mesmo fornecedor, constituindo o que se convencionou de chamar
de ciclo fechado de produção.

12
- De 1970 a 1980 – Esse período foi marcado por alguns acidentes com edifícios
construídos com grandes painéis pré-fabricados. Tais acidentes acarretaram certo
desprezo, o que se fez necessário uma correção significativa no uso de grandes
elementos pré-fabricados. Fato que deu início ao declínio dos sistemas pré-
fabricados de ciclo fechado.

- Pós 1980 – Esta etapa caracterizou-se, em primeiro lugar, pela demolição de


grandes conjuntos habitacionais, justificada dentro de um quadro crítico,
especialmente de rejeição social e deterioração funcional. Em segundo lugar, pela
consolidação de uma pré-fabricação de ciclo aberto, à base de componentes
compatíveis, de origens diversas.

No Brasil, pelo que se sabe, o emprego do CPM teve inicio em 1925, com a
fabricação de estacas para fundação do Jockey Clube do Rio de Janeiro, conforme
(Vasconcelos 1988)

No final da década de 1950 e na década de 1960, chegaram ao Brasil os Reflexos


dos grandes avanços do CPM na Europa, que fomentaram o seu emprego no país.
Merecem destaque nesse período o seu uso na construção de Brasília e na
construção da cidade universitária, em São Paulo. (El Debs 2017)

2.2 TIPOS DE CONCRETOS PRÉ-MOLDADOS

- Quanto ao local de produção dos elementos:

Pré-moldado de fábrica: É aquele elaborado em instalações definitivas fora da obra.

Pré-moldado de canteiro: É produzido em instalação provisória perto da obra.

- Com relação à seção:

O pré-moldado de seção completa: Elementos em que sua seção resistente é


formada fora de seu local de uso.
Ex: Lajes alveolares.
13
Pré-moldado de seção parcial: É aquele inicialmente moldado apenas com parte da
seção resistente final.
Ex: Treliças pré-moldadas.

- Com relação à carga:

Pré-moldado pesado: A grosso modo, considera-se CPM pesado quando necessitar


de equipamentos especiais para seu transporte e montagem.

Pré-moldado leve: Aquele que não necessita de equipamentos pesados, podendo


ser improvisado equipamentos, ou até mesmo o trabalho ser concluído
manualmente.

- Com relação à aparência:

Pré-moldado normal: Aquele que não existe nenhuma preocupação com relação à
aparência.

Pré-moldado arquitetônico: Refere-se a qualquer elemento de forma especial, que


mediante ao acabamento, forma, cor ou textura, contribui para a forma arquitetônica.

2.2.1 FABRICAÇÃO DO PRÉ-MOLDADO

A produção das estruturas de concreto pré-moldado (CPM) engloba todas as


atividades compreendidas entre a execução dos elementos pré-moldados e a
realização das ligações definitivas. As etapas envolvidas na produção dependem da
forma de aplicação do CPM. Já no pré-moldado de fábrica, a sua produção engloba
as seguintes etapas: confecção do elemento, transporte da fábrica à obra,
montagem e realização das ligações. (El Debs 2017).

Em relação aos pré-moldados de canteiro, pode ser feita uma diferença entre dois
casos.
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O primeiro corresponde à execução dos elementos literalmente junto à obra e para o
qual a produção se resume praticamente à execução e à montagem. O segundo é
aquele em que a execução é feita em local apropriado e a sua distinção ao pré-
moldado de fábrica, é apenas não necessitar da etapa de transporte da fábrica à
obra. Abaixo figura 1 abaixo segue os elementos Pré-Moldados mais utilizados.

Figura 1: Elemento Pré-moldado mais comum a serem utilizados.


Fonte: El Debs (2017)

2.3 ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS

2.3.1 FUNDAÇÃO

Nas fundações, para obras em pré-moldados, se adotam sistemas diferentes dos


convencionais em que a estrutura já é moldada deixando os arranques para os
pilares, o que gera uma estrutura travada e rígida.

Para a confecção da fundação de estruturas pré-moldadas deve-se obedecer o


projeto, e após isso é realizada a implantação dos pilares.

A seguir algumas ligações pilar fundação mais utilizadas.

- Cálice: Um modelo que facilita a montagem, pois posteriormente é feito somente o


encaixe do pilar. Deve-se estar atento às medidas e ao prumo para que ocorra uma
maior facilidade na hora do encaixe do pilar também são implantados dispositivos de
centralização e cunhas de madeira para facilitar o encaixe. Após a fixação final do
pilar os espaços vazios são preenchidos com concreto ou graute. Abaixo figura 2
abaixo fundação tipo cálice.
15
Figura 2: Fundação Tipo Cálice.
Fonte: Autor

- Chapa de base: Ligação na qual consiste o emprego de uma chapa de aço que é
conectado na armadura principal através de chumbadores, o nivelamento é feito com
o uso de porcas. Após a fixação, os espaços vazios são completados graute, ou
argamassa. Essa ligação é similar à utilizada nas ligações pilar/fundação em
estruturas metálicas. Abaixo figura 3 fundação tipo chapa de base.

Figura 3: Ligação por chapa de base.


Fonte: El Debs (2017)

16
2.3.2 PILARES

As seções transversais mais empregadas nos pilares são as quadradas e as


retangulares, podendo ser ou não vazadas. Quanto à sua dimensão mínima de
seção transversal, é de 300 mm. Sendo as seções tipo I e tipo vierendeel usadas em
galpões.

Quanto ao comprimento, os pilares podem atingir cerca de 30 m, mas o


recomendado é limitar esse valor na ordem dos 20 m.

Normalmente os pilares são de concreto armado. Em pilares que receberão


elevados momentos fletores pode ser utilizado o concreto protendido. Abaixo figura
4 pilar retangular.

Figura 4: Seção típica de pilar.


Fonte: Autor.

17
2.3.3 EMENDA PILAR/PILAR

Por se tratar de uma ligação que contém dificuldades em relação ao posicionamento


e prumo dos elementos, ela é mais restrita a construção de grande altura, mas é
importante salientar a existência desse tipo de sistema onde pilares são emendados
em cada pavimento. (Ell Debs 2017).

-Com emenda das barras da armadura do pilar.


-Com chapa ou conectores metálicos e solda ou parafusos.

A vantagem da ligação por conectores metálicos e solda tem a vantagem por


apresentar resistência logo após a solda. E a desvantagem por não possibilitar
ajustes e dificuldade de execução por necessitar da solda.

Na ligação por parafusos a chapa metálica pode ser usada, semelhante a que é
utilizada na fundação, ou também os conectores metálicos, preenchendo com graute
os espaços vazios. Abaixo figura 5 ligações pilar/pilar.

18
Figura 5: Ligação pilar/pilar
Fonte: El Debs, (2017)

2.3.4 VIGAS

No Brasil as vigas pré-moldadas têm sido mais utilizadas com protensão com
aderência inicial. Onde elas são fábricas fora do local de utilização, por exemplo, nas
fábricas e posteriormente transportadas até o local. Abaixo figura 6 Seções de vigas
mais utilizadas.

19
Figura 6: Seções de vigas
Fonte: El Debs, (2017)

A seção transversal à forma e a esbeltez muda conforme a existência de laje ou não.


Por exemplo, em vigas de cobertura quando há a ausência de laje, como acontece
em galpões é ideal a utilização da seção I. Em casos de situações onde há lajes a
seção retangular de T invertido é mais apropriada.

Como questão de maior utilidade, as vigas de pisos em residências com mais de um


pavimento são de altura constante. Já quando se tratar de cobertura pode haver
variação ao longo do vão.

As vigas de seção retangular atingem vãos de 10 m. As vigas de seção I,


comumente utilizadas em coberturas, trabalham em torno de 10 m a 40 m. Abaixo
figura 7 viga Pré-Moldada seção retangular.

20
Figura 7: Vigas em uma edificação pré-moldada com trechos isostáticos sem continuidade
Fonte: Chust (2012)

2.3.5 VIGAS SUPORTE PROTENDIDAS

São confeccionadas em formato L ou I, possuem consoles em toda a sua extensão,


a fim de servir como apoio para as lajes alveolares e possuem estribos para receber
a armadura negativa. Abaixo figura 8 viga suporte protendida.

Figura 8: Viga suporte protendida.


Fonte: Autor

21
2.3.6 CONSOLES

Os consoles são empregados nas estruturas dos pré-moldados e são responsáveis


por fazer as ligações viga/viga e viga/pilar e também as ligações piso/parede. Abaixo
figura 9 consolos para pré-moldados.

Figura 9: Consolos para apoio em estruturas pré-moldadas.


Fonte: Van Acker (2002)

- Console Trapezoidal: Aplicado como apoio das vigas, ele deve ser fabricado na
largura do pilar, sua altura é de 20 cm e a base de contato tem 30 cm. Seu formato
sai faceando a face do pilar formando um ângulo de 45°. Abaixo figura 10 console
trapezoidal.

Figura 10: Console trapezoidal.


Fonte: Autor.

22
- Consolo retangular para vigas retangulares: Mais utilizado quando se quer um
maior acabamento arquitetônico, pois ele esconde num pano de alvenaria. Pode
também ser utilizados por exigências estruturais. Abaixo figura 11 console
retangular.

Figura 11: Console retangular para vigas retangulares.


Fonte Van Acker (2002)

- Console para apoio de laje alveolar: A forma desse tipo de console pode varia
conforme o projeto podendo ser retangular ou trapezoidal. São utilizados nas lajes
alveolares para manter a estabilização das mesmas, ou quando há necessidade de
um complemento de apoio. Abaixo figura 12 console retangular para lajes.

23
Figura 12: Console retangular para lajes alveolares.
Fonte: Van Acker (2002).

2.4 SISTEMAS DE PAVIMENTOS

2.4.1 LAJE

Os elementos de seção TT, podem ser encontrados sem ou com capa de concreto
moldado no local (CML) formando elemento composto, esse tipo de elemento é
interessante para vencer grandes vãos.

Também são confeccionados em concreto protendido, com exceção para vãos


pequenos. Esses elementos são empregados em vãos que variam de 5 m a 30 m,
em alguns casos podendo chegar até 40 m.

As relações vão/altura é da ordem de 25-30 para pisos e de 30-35 para coberturas.


Segundo (Manual PCI 2010). Abaixo figura 13 lajes seção TT.

24
Figura 13: Lajes Seção TT.
Fonte: El Debs (2017) .

2.4.2 PAINÉIS ALVEOLARES

A laje painel alveolar constitui-se provavelmente no elemento da protensão com


aderência inicial mais usado no mercado Brasileiro. Devido seu baixo custo de
fabricação e aliado ao desempenho do aço de protensão consegue-se vencer vãos
em torno de 10 m com vantagem em relação a outros sistemas. Abaixo figura 14
painel alveolar. (Chust 2012)

Figura 14: Painel alveolar e detalhe de rejuntamento e revestimento.


Fonte: Chust (2012).

25
2.4.3 VIGOTAS PRÉ-MOLDADAS

Aqui serão apresentados dois tipos de vigotas pré-moldadas que são: O elemento
tipo trilho e a treliça.

O elemento tipo trilho é constituído por barras retas colocadas na parte inferior do
elemento, a sua utilização em lajes é acompanhado de lajotas de cerâmica ou isopor
de enchimento, e recoberto com uma fina camada de concreto CML. Já o elemento
treliça, a armadura é uma treliça espacial de aço com três banzos paralelos e
diagonais laterais de forma senoidal, soldadas entre si o enchimento de seus vãos e
o recobrimento é igual ao do tipo trilho. Abaixo figura 15 vigotas.

Figura 15: Vigotas.


Fonte: Chust (2014).

2.5 ELEMENTOS PARA SISTEMAS DE PAREDES

Os elementos dos sistemas de paredes podem fazer parte dos sistemas estruturais
de parede portante, de sistema de contraventamento como núcleos e paredes, ou
como elementos de fechamento. (El Debs 2017)

A seção transversal desse tipo de elemento pode ser, maciços, nervurados,


sanduíche ou vazados. Os painéis maciços normalmente são de concreto simples,
mas em alguns casos mais críticos, onde há maior solicitações esforços, podem ser

26
confeccionados em concreto-armado ou em concreto protendido, com pré-tração ou
pós-tração.

Os painéis nervurados são os já apresentados de seção T, TT, utilizados em lajes.


Os vazados são os conhecidos alveolares. Já os sanduiches são formados por duas
camadas de concreto onde no seu meio é colocado material de enchimento para
obter ambientes com isolação térmica e acústica. Abaixo figura 16 fechamento duplo
TT, e figura 17 painel sanduiche.

Figura 16: Fechamento Duplo TT.


Fonte: Adaptado ABCI (1986).

Figura 17: Painel sanduiche e tipos de conectores.


Fonte: El Debs (2017).

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Com relação à seção transversal, podem ser encontrados também emparedes
dupla, que são unidas por armação treliçada. O painel é produzido com paredes
moldadas em etapas distintas. O espaço é preenchido após a montagem dos
painéis.

Quando for utilizado em paredes externas, deve-se tomar cuidado com a proteção
contra a umidade. Salientando também o isolante térmico.
Para painéis de sistemas estruturais de parede portante ou de estrutura de
contraventamento, o dimensionamento é feito a partir dos esforços de compressão
de flexão da análise estrutural.

Na confecção do projeto já é contemplado que os painéis transmitirão para a


estrutura o seu peso e a ação do vento. Para que isso possa acontecer é necessário
que a escolha dos movimentos liberados, e o posicionamento das ligações entre a
estrutura principal e o elemento de fechamento é de grande valia nas reações dos
painéis e a estrutura. Tendo isso em mente, o projeto deve seguir as seguintes
recomendações:

- Os componentes de ligações devem resultar um sistema estaticamente


determinado e
- As ligações devem prever variações volumétricas e deformações da estrutura
principal.

2.6 COMPONENTES DE COBERTURA

Em coberturas de edifícios, mais comuns nos de superfície retangular, há a opção


de utilizar o CPM sendo as seguintes opções.

- Elementos que cobrem os vãos principais da estrutura


- Com vigamento secundário.

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A utilização do primeiro caso se faz o uso dos elementos já citados nos sistemas de
pavimentos que são, seção TT, T,U, alveolar, ou elementos com forma apropriada
para escoramentos de águas pluviais conhecidos com telhas de CPM.

Já o segundo caso faz se o uso de vigamento secundário, utilizando terças de


concreto e cobertura inclinada com telhas de menores dimensões. Também é
encontrado na cobertura vigas de variadas formas, como vigas calhas e vigas altura
variável. As vigas I com altura variável são utilizadas em coberturas e podem cobrir
vãos de 10 m a 40 m, com altura de 0,8 m a 2,0 m.

Em galpões são utilizadas terças, juntamente com telhas de fibrocimento ou


metálicas. Os vãos das mesmas variam de 5,0 m a 10,0 m com espaçamento de 1,5
m a 3,0 m. Normalmente elas são simplesmente apoiadas. Abaixo figura 18 seção
transversal viga calha, e figura 19 seção de terças.

Figura 18: Seção transversal de viga calha.


Fonte: El Debs (2017).

Figura 19: Seção transversal das terças.


Fonte: El Debs (2017).

29
2.7 SISTEMAS ESTRUTURAIS COMUM DE PRÉ-MOLDADOS

2.7.1 ESTRUTURAS APORTICADAS

São utilizados em construções industriais e armazém que contém pilares e vigas de


fechamento. São livres de paredes o que possibilita grande espaço interno. Abaixo
figura 20 galpão.

Figura 20: Galpão.


Fonte: Acker, (2002).

1. Vigas em formato I com perfil próprio para coberturas, o que possibilita grandes
vãos livres.
2. São painéis de fechamento de concreto armado.
3. A cobertura normalmente se usa telhas metálicas por ser leve.

2.7.2 ESTRUTURA EM ESQUELETO

A estrutura esqueleto é formada por pilares, vigas e lajes, comumente é utilizado


menor número de paredes para o contraventamento em estruturas altas.
Normalmente é utilizada em construção de hospitais, centro esportivo e comercial e
escolas. Abaixo figura 21 estrutura em esqueleto.

30
Figura 21: Estrutura em esqueleto.
Fonte: Acker, (2002).

1. Pilar, ele pode alcançar vários pavimentos.


2. Lajes pré-moldadas dispensam escoramentos.

2.7.3 ESTRUTURA PARA PISOS

São constituídos por vários pavimentos e combinados com diversos tipos de


estruturas e painéis alveolares podendo vencer vãos de até 18 m. E formam uma
estrutura de piso que dividem as cargas e transfere as forças horizontais para o
contraventamento. Abaixo figura 22 edifício escritório.

Figura 22: Edifício de escritório.


Fonte: Acker, (2002).

31
1. Lajes alveolares que permitem grandes vãos.
2. Painéis de fechamento de concreto armado, quando travados adquirem
resistências e podem substituir as vigas.

2.7.4 ESTRUTURAS PARA FACHADAS

Possuem estrutura interna formada por pilares, vigas e lajes alveolares ou duplo T.
Elas são formadas por painéis sanduiche ou maciços, que pode ter ou não função
estrutural. Possuem um bom acabamento arquitetônico, são utilizados em fachadas
pelos seus detalhes e beleza. Abaixo figura 23 fachada arquitetônica.

Figura 23: Fachada arquitetônica.


Fonte: Acker, (2002).

2.7.5 ESTRUTURAS CELULARES

São estruturas já prontas em células de concreto pré-moldado, muito utilizado em


blocos para banheiro, escritório, cozinha. Já chegam prontos na obra, mas há
desvantagem em relação ao transporte devido a seu tamanho.
Esse sistema possibilita a construção rápida de prédios de pequeno porte. Abaixo
figura 24 estruturas celulares.

32
Figura 24: Estruturas celulares.
Fonte: Acker (2002).

2.8 Estacas

A aplicação de pré-moldados em fundações, por sua vez, tem maior utilização em


estacas de CPM que são comumente utilizadas em fundações profundas e em
construção de muros de arrimo. Suas dimensões variam de 0,15m de lado de seção
quadrada até diâmetros na faixa de 1,60 m em obras marítimas e pontes. Abaixo
figura 25 seções de estacas e figura 26 estacas pré-fabricadas (El Debs 2017)

Figura 25: seções das estacas.


Fonte: El Debs (2017).

33
Figura 26: Estacas pré-fabricadas
Fonte: Chust (2012).

2.9 PONTES

As pontes contêm características favoráveis para a utilização do CPM, onde sua


construção se sintetiza praticamente a estrutura, condições positivas para
estabelecer um padrão de suas obras, e obras com aplicação em grande escala.
Com essas características se assume maior importância o projeto estrutural em
comparação a outras edificações sendo a construção definida por esse projeto.
Salienta também que para pontes existem certas condições de alcance de
equipamentos de montagem.

Em pontes podem ser aplicadas duas formas de divisão em elementos pré-


moldados:

Na primeira os elementos cobrem os vãos onde podem ser vencidos até 50m.

Na segunda são divididas em três.

-Balanços sucessivos com aduelas pré-moldadas.

-Apoiando aduelas pré-moldadas em estruturas provisórias.

-Por meio de deslocamentos sucessivos.

Abaixo figura 27 ponte por balanços sucessivos.


34
Figura 27: Ponte Montagem por balanços sucessivos.
Fonte: Rosemblum (2009).

2.10 LIGAÇÕES ENTRE ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS.

O concreto pré-moldado é conhecido por apresentar facilidade na montagem e


controle de qualidade. Mas um dos principais problemas no seu emprego é na hora
de realizar ligações entre seus elementos.

Para as ligações em elementos pré-moldados devem ser levados os mínimos


detalhes. E é a existência dela que diferencia o pré-fabricado das estruturas
moldadas in loco.

Com a nova conceituação da revisão da norma NBR 9062, existe somente um tipo
de ligação denominada de ligação semi-rígida. Esta ligação pode variar de rotulada
a engastada, dependendo de seu fator de restrição a rotação.

35
2.10.1 NEOPRENE.

É o elemento utilizado para transmitir esforços e movimentos de uma estrutura a


outras e tem a espessura média de 1 cm. Abaixo figura 28 neoprene.

Figura 28: Neoprene em um console.


Fonte: Autor.

2.10.2 LIGAÇÃO ISOSTÁTICA

É importante salientar que esse tipo de ligação acaba sendo teórica pelo fato de que
a ligação isostática é conhecida por não transmitir momentos fletores e esforços
horizontais entre as peças de CPM, mas sabe-se que o Neoprene, que é o aparelho
de apoio, acaba transmitindo esforços horizontais. Por isso também é importante
que a estrutura (Pilares) não se movimente muito, pois esse movimento pode acabar
gerando transmissão de esforços, iniciando um efeito pórtico não previsto.

Os pinos, por sua vez, são os que facilitam o posicionamento e evitam o


tombamento das vigas. Esses pinos são de aço liso CA 25. Abaixo figura 29 ligação
isostática.

36
Figura 29: Ligação isostática.
Fonte: Manual Munte (2007).

É importante ressaltar que os espaços vazios entre viga e pilar não devem
preenchidos com nenhum tipo de material.

2.10.3 LIGAÇÃO ROTULADA

A característica desse tipo de ligação é transmitir além das cargas horizontais


também os esforços horizontais. Para a transmissão desses esforços. que passam
pela resistência do neoprene, pode-se optar pela utilização de neoprene combinado
com graute, o que o torna mais eficiente.

A principal característica dessa ligação é o preenchimento dos furos das vigas, mas
é diferente da ligação isostática.

- Preenchimento do furo da viga é feita com graute.


- O tubo de PVC que faz o molde do furo é retirado antes do grauteamento para que
haja aderência entre o graute e o concreto da peça. Abaixo figura 30 ligação
rotulada.

37
Figura 30: Ligação rotulada.
Fonte: Manual Munte (2007).

2.10.4 LIGAÇÃO SEMI-RÍGIDA

Esse tipo de ligação apresenta uma relação entre a ligação rotulada, a sua grande
diferença é que ela possui a propriedade de resistir à parte do momento fletor de
engastamento nas peças. Esse efeito é alcançado quando se consegue resistência
à rotação da peça. Abaixo figura 31 ligação semi-rígida.

Figura 31: Ligação semi-rígida.


Fonte: Manual Munte (2007).

38
2.10.5 LIGAÇÃO ENGASTADA

A ligação engastada é semelhante ao processo do que acontece no processo in


loco, é obtido quando se faz a concretagem do nó entre a viga e o pilar, podem ser
deixados os arranques das ferragens tanto nas vigas quanto nos pilares. A
aderência entre essas peças após a concretagem passa a ser considerada ligações
engastadas.

2.11 FUROS NOS ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS

Já no projeto de uma estrutura em pré-moldado é importante contemplar onde serão


feitas as passagens para sistema hidráulico e elétrico e demais elementos que
podem acarretar dificuldades na execução, por isso há a necessidade de se optar
por elementos que contém furos, ou realizar os furos no momento da concretagem,
ainda no local de produção, ou em alguns casos no próprio local, porém deverão ser
feitos em lugares onde não irão atrapalhar os movimentos de serviço e a resistência
da estrutura.

2.11.1 FUROS NAS LAJES ALVEOLARES

No caso da laje alveolar, ela permite furos com diâmetros máx. de 150 mm sendo a
posição ideal na região do central do alvéolo, podendo ser executados no máximo
dois furos por laje. Abaixo figura 32 furos na laje alveolar.

39
Figura 32: Furos laje alveolar.
Fonte: Manual Munte (2007).

Quando somente a furação da laje alveolar não é suficiente pode se optar pela
utilização de shafts. Esses shafts tem abertura na largura de uma laje alveolar, cerca
de 120 cm.

2.11.2 PILARES COM SISTEMA PARA ÁGUA PLUVIAL

Os pilares podem facilitar no escoamento das águas pluviais, os diâmetros mais


usuais de se encontrar são de 100, 150, 200, e 300 mm, o mais utilizado é o de 150
mm. O raio de giração para saída da água tem que ser no mínimo 5 cm da face
superior do bloco. Por terem sua seção reduzida na saída da tubulação, os pilares
devem ser verificados no projeto. Abaixo figura 33 pilar com sistema de água pluvial.

40
Figura 33: Pilar com sistema para água pluvial.
Fonte: Manual Munte (2007).

2.11.3 FURAÇÃO NAS VIGAS

É permitido que se faça furações nas vigas armadas desde que se conheça, antes
da confecção da peça, onde será feito a furo, para que possa ser feito um reforço da
armadura no local onde haverá a furação conforme os critérios da norma NBR 6118.
Já as vigas protendidas só permitem furos na alma e estes não devem invadir a
região inclinada da peça, por causar dificuldade na execução. Também deverá ser
feito um reforço na armação onde será o furo. Abaixo figura 34 furos na viga.

41
.
Figura 34: Furos na alma da viga, a fim de facilitar passagem elétrica e hidráulica.
Fonte: Autor.

2.12 MONTAGENS DA ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA

2.12.1 CHEGADA DAS PEÇAS PRÉ-MOLDADAS NA OBRA

Por ser estruturas de grandes dimensões as peças são transportadas por carretas e
caminhões. É interessante que a obra tenha um espaço bom para facilitar a
descarga dos materiais, que será feito com um caminhão muck ou guindaste. Em
obras onde o transito possa atrapalhar a descarga, ou onde o espaço é pequeno a
entrega é feita em horários estratégicos, afim de não atrapalhar o fluxo. Abaixo figura
35 descarga das peças.

42
Figura 35: Descarga das peças.
Fonte: Autor

2.12.2 MONTAGEM DAS PEÇAS

Para montagem das peças é necessário equipamentos auxiliares, exceto no caso


quando se tratar de peças de pequenas dimensões e pesos que podem ser
manobradas a mão. A necessidade desses equipamentos deve-se ao içamento das
peças. Abaixo figura 36 Içamento.

Figura 36: Içamento de um pilar feito por um guindaste.


Fonte: Autor.

A imagem acima mostra o içamento de um pilar feito por um guindaste, pode-se


observar que para facilitar o trabalho, o pilar já é confeccionado com um furo onde é

43
transpassada uma barra de ferro para prender o cabo de aço para poder iça-lo.
Abaixo figura 37 alças de içamentos.

Figura 37: Alças de içamento nas vigas calhas.


Fonte: Autor.

Em outras peças mais leves como a viga calha, por exemplo, o içamento é feito
através de alças que serão cortadas posteriormente.

44
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO PRÉ-MOLDADO.

3.1 VANTAGENS DO PRÉ-MOLDADO.

Pode se considerar que o CPM agrega diversas vantagens para a obra, o que
agrega muito a construção civil que é conhecida como uma indústria atrasada, pelo
fato de ocorrer grandes desperdícios, prazo de obra muita das vezes atrasado.
Abaixo estão listadas algumas vantagens que se obtém com o uso do CPM.

- Na produção do CPM são realizados diversos controles de qualidade do material


utilizado, o que resulta numa estrutura mais resistente e com garantia de materiais
de procedência.

- Como a maioria das estruturas de CPM é produzida fora do seu local de uso, se
consegue obter uma maior precisão nas medidas e acabamento.

- As peças do CPM já vêm pronta para o uso na obra, isso gera rapidez na hora da
montagem.

- Como no canteiro é só realizada a montagem, se obtém uma maior organização no


local de trabalho, reduzindo desperdícios o que reduz também a produção de
entulhos.

- Grande durabilidade dos elementos e redução de custos com manutenção.

- Tem a capacidade de ser resistente ao fogo.

- Como não necessita de grande utilização de areia, pedra, brita e cimento, gera
redução de custos com estoque de materiais.

- Economia de mão de obra por necessitar de menos funcionários, como carpinteiro


armador etc.

- Possibilidade de grandes vãos e grandes cargas, por serem feitos em pista de


protensão, ele pode resistir a grandes cargas sem problemas.

45
3.2 DESVANTAGENS DO CPM.

O uso do CPM também tem suas desvantagens e é o motivo de muitas vezes o


cliente optar por não utiliza-lo.

- Maior custo de obra, por necessitar de mão de obra especializada e em alguns


casos equipamentos pesados como guindaste e caminhão munck.

- Necessidade de um maior espaço no canteiro de obra, devido ao tamanho do


maquinário que é utilizado na execução.

- Limitação do tamanho na hora do transporte, por ter que respeitar o gabarito de


transporte.

- O que pode ser considerado uma desvantagem também é as ligações entre os


elementos, por que comumente as ligações mais simples acarretam estruturas com
esforços desfavoráveis, sendo que as ligações que fazem com que as estruturas
trabalhem formando um só bloco são mais trabalhosas e caras.

- Como podem ocorrer situações no transporte que podem danificar o material,


muitos elemento são superdimensionados a fim de evitar problemas futuros, e
resistir a cargas no transporte.

- O custo do transporte desses materiais é caro.

46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 ESTUDO DE CASO

A obra utilizada trata-se de uma obra situada em São José dos Campos para o
supermercado SEMAR, e possuí área construída de 9085 m². O responsável pelo
projeto e execução da obra foi a empresa Leonardi de Pré-moldados, situada em
Atibaia. A obra possui dois andares sendo o subsolo destinado a estacionamento e o
segundo pavimento destinado a lojas e depósito.

O tipo de estrutura utilizada para essa construção tem formato de esqueleto que tem
como elementos básicos os pilares, vigas e lajes alveolares. O tipo de concreto pré-
moldado se classifica como pré-moldado de fábrica no qual as peças são fabricadas
fora do seu local definitivo de uso, num local isolado onde passam por rigorosas
inspeções de qualidades.

Por se tratar de uma obra que no local é apenas montagem, é definido um plano
onde o inicio das obras se deu no canto inferior direito, sendo os dois pavimentos
finalizados, por ser de difícil acesso dos equipamentos se optassem em fazer um
pavimento por vez.

Na execução foram utilizados dois guindastes, enquanto um colocava os pilares, o


outro sucessivamente atrás realizava a implantação das lajes alveolares e as vigas
de cobertura.

4.2 ETAPAS REALIZADAS NA CONSTRUÇÃO.

4.2.1 CÁLICES

Primeiro foi realizada a parte de fundação com a confecção dos cálices onde
posteriormente será implantado o pilar, foram utilizados cálices com ranhuras que
possibilitam maior aderência entre pilar e fundação, o que também possibilita um
menor engaste do que se fosse utilizado fundação e pilares lisos.
47
A imagem abaixo mostra com detalhes como que é a fundação antes de receber o
pilar, sendo demarcado em vermelho os pontos onde será o centro dos pilares para
facilitar o alinhamento dos mesmos. É também anotado no cálice à medida que o
pilar deve engastar em relação ao nível do piso. Abaixo figura 38 fundação utilizada.

Figura 38: Fundação tipo Cálice.


Fonte: Autor.

4.2.2 MONTAGEM DOS PILARES

Nos cálices, com a ajuda do guindaste, os funcionários deslocam os pilares até o


seu local de utilização já com o pilar posicionado no seu devido local. É realizada a
centralização do pilar, com o auxílio de cunhas para fazer o travamento onde
posteriormente é preenchido com graute. Abaixo figura 39 posicionamento do pilar, e
figura 40 ligação pilar fundação.

48
Figura 39: Posicionamento do Pilar.
Fonte: Autor.

Figura 40: Ligação Pilar Fundação.


Fonte: Autor.

4.2.3 MONTAGEM DAS VIGAS E LAJES ALVEOLARES

Após a finalização da montagem dos pilares em um trecho, se inicia a montagem


das vigas e lajes alveolares. Essa montagem também é realizada com o guindaste, e
a montagem das vigas é realizada com a utilização do pino e do neoprene, para se
realizar o encaixe. Abaixo figura 41 viga antes de receber lajes, e figura 42
colocação das lajes alveolares.

49
Figura 41: Viga posicionada antes de receber a laje alveolar.
Fonte: Autor.

Após o posicionamento das vigas é feito a implantação das lajes alveolares que são
posicionadas diretamente nas vigas

Figura 42: Colocação da laje alveolar.


Fonte: Autor.

Após a realização da colocação da laje alveolar é feito o seu correto posicionamento


à fim de deixar regularizado, também é utilizado torniquetes para conseguir o
nivelamento, isso se torna necessário pelo fato de a laje ser protendida e conter
pequenas arestas. Após isso pode-se tapar os vãos e realizar o capeamento para
iniciar o acabamento, esse posicionamento é feito manualmente com auxílio de uma
barra de ferro.

50
Na cobertura foram utilizadas vigas de transição onde serão apoiadas as vigas de
cobertura e as terças. Essas vigas de transição tem uma maior altura devido ao fato
de elas receberem as cargas das vigas de cobertura. Abaixo figura 43 viga de
transição.

Figura 43: Viga de transição recebendo as vigas de cobertura.


Fonte: Autor.

As vigas de cobertura são aquelas que receberão as terças. Nas vigas de cobertura
acima de 20m o guindaste não pode solta-la enquanto não forem implantadas as
terças de cobertura para que não corra risco de tombamento.

Abaixo um exemplo de uma viga de cobertura de 24 m que só foi solta após


travamento das terças. Abaixo figura 44 viga de cobertura.

Figura 44: Viga de cobertura recebendo as terças.

Fonte: Autor.

51
4.2.4 MURO DE ARRIMO

Como teve que fazer cortes para a realização de um estacionamento subterrâneo


tornou-se necessário também a confecção de um muro de arrimo. Para a construção
desse muro foi utilizado o painel alveolar como painel de fechamento projetado para
trabalhar como um muro de arrimo. Abaixo figura 45 muro de arrimo.

Figura 45: Painel alveolar como muro de arrimo.


Fonte: Autor.

4.2.5 CONSOLIDAÇÃO VIGA PILAR

As vigas que recebem os painéis alveolares em sua parte superior são compostas
por estribos que servem para receber a armação da armadura negativa para a
consolidação da viga pilar. Nos pilares de canto e extremidade essas armaduras são
rosqueadas, a fim de efetuar maior travamento. Essas barras que são rosqueadas
são conhecidas como barras Lentom. Já nos pilares de centro essas barras não são
rosqueadas, elas são apenas transpassadas. Abaixo figura 46 barras lentom, e
figura 47 pilar que recebe o tratvamento.

52
Figura 46: Barras Lentom com rosca.
Fonte: Autor.

Figura 47: Pilar que recebe o travamento.


Fonte: Autor.

53
5 CONCLUSÃO

Foram apresentados os sistemas construtivos mais utilizados no Brasil, mostrando


as peças de sua composição e sua montagem, salientando a qualidade de seu
acabamento, rapidez da obra, precisão nas medidas e organização de obra.

As etapas para a montagem da estrutura englobaram produção, transporte,


recebimento, execução e finalização, onde foi possível perceber como é eficaz para
a construção civil devido a rapidez que essas etapas são realizadas

Na prática da montagem da obra analisada os içamentos foram feitos com o auxilio


de caminhão guindaste, os encaixes dos pilares feitos com auxílio de cunhas, na
fundação tipo cálice com ranhuras, posteriormente as vigas foram encaixadas
diretamente nos consoles dos pilares com auxílio de pinos de centralização e
neoprene, e as lajes alveolares foram implantadas diretamente nos consoles das
vigas e sua regularização é feita manualmente com o uso de braços de alavanca.

Deve se esperar em um futuro próximo um avanço no sistema construtivo em pré-


moldados. Aguardando por novas tecnologias que possam facilitar o seu uso em
diferentes tipos de obras, também uma maior união para a compatibilização por
parte de engenheiros e arquitetos, podendo assim explorar mais as qualidades do
CPM.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACKER, A. V. Manual de Sistemas Pré-fabricados de Concreto. Tradução: Marcelo


Ferreira, ABCIC, 2002

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 9062;


Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-moldado. Rio de Janeiro: ABNT,
2006

CARVALHO, Roberto Chust. Estruturas em concreto protendido. São Paulo: Editora


PINI, 2012.

EL DEBS, Mounir Khalil. Concreto pré-moldado: fundamentos e aplicações. Oficina


de Textos, 2017.

MUNTE Manual Munte De Projetos Em Pré- Fábricados De Concreto 2 Edição 2007

ROSENBLUM, Anna. Pontes em estruturas segmentadas pré-moldadas


protendidas: análise e contribuições ao gerenciamento do processo construtivo.
Dissertação (mestrado em estruturas) - Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Faculdade de Engenharia, Rio de Janeiro: 2009.

SALAS, S. J. Construção Industrializada: Pré-fabricação. Instituto de Pesquisas


Tecnológicas. São Paulo, 1988

VASCONCELOS, A. C. O Concreto no Brasil: Pré-fabricação, Monumentos,


Fundações. Volume III. Studio Nobel. São Paulo, 2002

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