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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE


Laureate International Universities
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE DO TRATOR MASSEY FERGUSON 250XE


ADVANCED NA PREPARAÇÃO DO SOLO

MANAUS – AM
2016
2

FRANCISCO ANDESON CAVALCANTE MARQUES


OTTHON RODRIGO PAIXÃO LEÃO

AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE DO TRATOR MASSEY FERGUSON 250XE


ADVANCED NA PREPARAÇÃO DO SOLO

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, apresentado


ao Curso de Engenharia Mecânica do Centro
Universitário do Norte – UNINORTE, como requisito para
obtenção do grau de título de Engenheiro Mecânico.

Orientador: Dr. João Evangelista Neto


Coorientador: Dr. Edry Antonio Garcia Cisneros

MANAUS – AM
2016
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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus pela oportunidade de aqui estar para poder


realizar mais uma fase de nossas vidas, por cada passo dado, por cada situação que nos foi
submetida e por cada dificuldade encontrada, uma vez que não foram poucas, pois sem elas
não poderíamos ter alcançado tal conquista.

Agradecemos aos mestres e doutores que fizeram parte da nossa história acadêmica,
que contribuíram de forma grandiosa para nossa formação e que nos deixaram um valioso
legado que é o dom do ensino.

Agradecemos ao nosso Orientador Professor Dr. João Evangelista Neto e Coorientador


Professor Dr. Edry Antonio Garcia Cisneros. Pelo incentivo e apoio ao longo do curso e do
processo de desenvolvimento deste trabalho.

Agradecemos também, e de forma não menos importante, nossa família que é a base
de nossa força e perseverança, que foi e sempre são nossos maiores colaboradores,
patrocinadores e fãs, que torcem sempre pelos nossos sucessos.
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RESUMO

Este artigo foi desenvolvido com base em observações, estudos e análises feitas em uma
comunidade agrícola de plantio de hortaliças, já que os custos operacionais com a agricultura
são de extrema importância para o crescimento da renda familiar e competitividade no
mercado de cultivo de hortaliça de acordo com o tipo de preparação do solo aplicada neste
tipo de processo produtivo. Com todas as análises realizadas e o levantamento da
problemática, resultaram no objetivo geral, que é: propor um sistema de preparo do solo
eficaz e vantajoso sob a visão de que as paradas do equipamento, tempo auxiliar e
consequentemente custos relacionados a esses fatores. Referente aos resultados encontrados
observa-se que a implantação de um sistema de aragem horizontal e horizontal é mais
vantajosa, em termos operacionais, trazendo efeitos significativos na economia da
comunidade, além do mais, apoiando a ideia de que, para aumentar essa eficiência na
produtividade, sugere-se o treinamento de todos os colaboradores envolvidos no processo de
gradagem e produção.

Palavras-chave: Planejamento de gradagem eficiente. Eficiência nos trabalhos diários.


Redução nos custos operacionais.
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ABSTRACTS

This work was developed based on observations, studies and analyzes in an agricultural
community of planting vegetables, as operating costs with agriculture are extremely important
to the growth of family income and competitiveness in the vegetable-growing market,
according to the type of soil preparation applied in this type of production process. With all
the analyzes and survey the problem, resulting in the overall goal, which is: to propose a
staging system effective soil and advantageous from the view that stops the equipment,
auxiliary time and therefore costs related to these factors. Referring to the findings it is
observed that the implementation of a horizontal and horizontal tillage system is more
advantageous in operational terms, bringing significant effects on the community economy,
moreover, supporting the idea that to increase this efficiency in productivity, suggested that
the training of all employees involved in the harrowing and production process.

Keywords: efficient harrowing Planning. Efficiency in daily work. Reduction in operating


costs.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Trator Massey Ferguson 250XE Advanced..............................................................13


Figura 2: Sistema de transmissão..............................................................................................15
Figura 3: Caixa de marcha do trator Massey Ferguson 250XE Advanced...............................16
Figura 4: Barra de tração fixa em destaque dentro do circulo amarelo....................................17
Figura 5: Grade aradora recortada com o total de 12 discos de 32 polegadas..........................18
Figura 6: Grade em pleno trabalho de aração...........................................................................19
Figura 7: Gradagem produtiva em forma horizontal (reversível).............................................21
Figura 8: Gradagem produtiva em formato de caracol (fixo)...................................................21
Figura 9: Esquema da gradagem auxiliar..................................................................................22
Figura 10: Área a ser gradeada.................................................................................................24
Figura 11: Área gradeada e solo preparado..............................................................................24
Figura 12: Área preparada manualmente..................................................................................26
Figura 13: Trator sendo avaliado..............................................................................................27
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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Tempo de uso do trator na área 1............................................................................30


Gráfico 2: Tempo de Improdutivo na área 1.............................................................................31
Gráfico 3: Uso do Tempo de Lavoura do trator na área 2........................................................33
Gráfico 4: Relação do Tempo de Translado com o Tempo de Paradas na Área 2...................33
Gráfico 5: Referente ao Tempo de Jornada de lavoura na área 3.............................................36
Gráfico 6: Relação do Tempo de Translado com o Tempo de Paradas na Área 3...................37
Gráfico 7: Relação entre os tempos de produção das áreas 1, 2 e 3.........................................38
Gráfico 8: Demonstra o somatório do tempo de produção com o tempo auxiliar....................38
Gráfico 9: Relações dos Tempos de Interrupções das áreas pesquisadas.................................39
Gráfico 10: Relação do tempo de jornada de lavoura das áreas em estudo..............................39
Gráfico 11: Gráfico dos índices de produtividade calculados..................................................42
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Formato utilizado para utilização dos dados coletados.............................................23


Tabela 2: Especificação do trabalho realizado na área 1..........................................................25
Tabela 3: Especificação do trabalho realizado na área 2..........................................................25
Tabela 4: Especificação do trabalho realizado na área 3..........................................................25
Tabela 5: Dados de coletas na área 1........................................................................................28
Tabela 6: Dados coletados na área 2.........................................................................................32
Tabela 7: Dados de coletas na área 3........................................................................................34
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ha Hectáre

h Hora

IDAM Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado


do Amazonas

m Metros

min Minutos

TDA Tração dianteira auxiliar

TDP Tomada de potencia

Tp Tempo de produção

Ta Tempo auxiliar

Ti Tempo improdutivo

rpm Rotações por minuto

s Segundos
10

SUMARIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................12

1.1 APRESENTAÇÃO..........................................................................................................................12

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO...................................................................................................................12

1.3 JUSTIFICATIVA............................................................................................................................13

1.4 OBJETIVOS..................................................................................................................................13

1.4.1 Objetivo geral......................................................................................................................13

1.4.2 Objetivo específico..............................................................................................................13

1.5 DESCRIÇÃO DO TRABALHO.........................................................................................................13

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO......................................................................................................................14

2.1 CONSTITUIÇÃO GERAL DO TRATOR MASSEY FERGUSON 250XE ADVACED................................14

2.1.1 Chassi do tipo monobloco...................................................................................................15

2.1.2 Motor do trator...................................................................................................................15

2.1.3 Sistema de transmissão.......................................................................................................15

2.1.4 Caixa de marchas.................................................................................................................17

2.1.5 Barra de tração....................................................................................................................17

2.2 PREPARAÇÃO DO SOLO..............................................................................................................18

3 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................................................20

3.1 MATERIAIS..................................................................................................................................20

3.1.1 Cronometragem do trabalho...............................................................................................21

3.1.1.1 Tempo de produção (Tp)..............................................................................................22

3.1.1.2 Tempo auxiliar (Ta).......................................................................................................23

3.1.1.3 Tempo improdutivo (Ti)................................................................................................23

3.1.2 Planilha eletrônica...............................................................................................................24

3.2 ÁREA UTILIZADA.........................................................................................................................24

4. ANÁLISE DE RESULTADOS.................................................................................................................26

4.1. DESCRIÇÃO DA PROBLEMÁTICA................................................................................................26


11

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................................................................29

4.2.1 Análise da área 1.................................................................................................................29

4.2.2 Análise da área 2.................................................................................................................33

4.2.3 Análise da área 3.................................................................................................................35

4.3 RELAÇÃO DOS TEMPOS DAS ÁREA 1, ÁREA 2 E ÁREA 3..............................................................38

4.4 ANÁLISE DAS PRODUTIVIDADES.................................................................................................41

4.4.1 Cálculo da volume da área total realizado com a máquina (QT )........................................41

4.4.2 Cálculo do tempo de produção (TP ¿..................................................................................41

4.4.3 Cálculo do tempo auxiliar (Ta).............................................................................................41

4.4.4 Cálculo do tempo de translado............................................................................................41

4.4.5 Cálculo do tempo de interrupção........................................................................................41

4.4.6 Cálculo da produtividade por hora do tempo de produção (W 01 ¿...................................42

4.4.7 Cálculo da produtividade por hora do tempo operacional (W 02 ¿.....................................42

4.4.8 Cálculo da produtividade por hora do tempo de trabalho sem falhas (W 04 ¿ ...................42

4.4.9 Cálculo da produtividade por hora do tempo de trabalho (WTT ¿.....................................42

4.4.1 Cálculo da produtividade por hora do tempo de jornada de lavoura (WJL ¿......................42

5 CONCLUSÃO......................................................................................................................................44

5.1 PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES......................................................................................................44

5.2 ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS...........................................................................................46

5.3 TRABALHOS FUTUROS................................................................................................................46

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................................48
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1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

A prática da agricultura é uma técnica milenar, que passou a ser um incentivo para os
humanos fixarem locais para residir, assim deixando de serem nômades e dando início a
criação de cidades e uma forma de sociedade. Por volta de oito mil e quinhentos anos antes de
Cristo das primeiras plantações de grãos na região que hoje conhecemos como Egito, Israel,
Turquia e Iraque. Ao longo dos anos o ser humano vem desenvolvendo técnicas para
aprimorar a sua produção e garantir a segurança alimentar para sobrevivência da sua espécie e
utilizar a produção como uma nova técnica comercial.

Com o intuito de intensificar a produção e diminuir o trabalho braçal, o homem vem


desenvolvendo novas técnicas de mecanização. Na Europa do século treze, surgiu os
primeiros as primeiras aradoras com lâminas de madeira tracionadas por animais e por volta
do século quinze foram desenvolvidos os semeadores mecânicos, abanador de cereais
puxados por bois, burros ou acionados pelo braço humano.

Hoje com a população mundial em torno de sete bilhões de habitantes, a demanda por
alimentos é muito grande, e para uma produção em grande escala os tratores agrícolas são as
principais máquinas para dar utilidade aos implementos acoplados durante todo o processo de
plantação, desde o preparo do solo até a colheita.

Nos municípios do interior do Amazonas, há um grande número de agricultores


familiares que trabalham a terra de modo manual. Porém, políticas de órgãos governamentais
vêm apoiando, e incentivando, a aquisição de máquinas agrícolas para serem usados pelas
cooperativas e associações, nas áreas produtivas e de capoeiras para que a produção aumente
e, consequentemente, diminuir o desmatamento.

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO

Com o programa de mecanização agrícola dos órgãos do público do Estado do


Amazonas, vinte e oito municípios estão sendo contemplados com patrulhas agrícolas. Devido
as dificuldades de acesso e serviços nos municípios do interior, muito dessas máquinas
agrícolas não irão ter suporte e acompanhamento da manutenção básica.

Com base nas dificuldades distintas nos municípios e comunidades, identificou-se


problemas técnicos de manutenção e uso operacional, assim como organizacionais e
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desperdício do tempo de produção e desgaste desnecessário do motor marcado pelo horímetro


durante o uso obsoleto.

Neste estudo, iremos observar o desempenho dos tratores durante a execução do


trabalho para avaliar o consumo e a melhor forma para realizar o preparo do solo, para que os
agricultores familiares tenham um aumento na sua produtividade, economia de óleo diesel e
que exija menos horas trabalhadas do trator.

1.3 JUSTIFICATIVA

Considerado uma das marcas inovadoras para o desenvolvimento do setor primário, a


Massey Ferguson vem ao longo de sua história, mudando a história da produção agrícola
mundial. Com o grande crescimento do agronegócio, a empresa está muito forte no país. No
Amazonas, vêm conquistando espaço com os produtores mais empreendedores.

Visando a qualidade de vida do agricultor familiar, deve haver uma preocupação com
a melhor performance e economia, para que o mesmo não seja prejudicado. Técnica correta
do uso dos equipamentos é de vital importância para longevidade dos tratores e implementos.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo geral

Avaliar a produtividade do trator Massey Ferguson 250XE Advanced na preparação do


solo.

1.4.2 Objetivo específico

 Determinar indicadores de desempenho do trator;


 Desenvolver uma metodologia para avaliar a produtividade do trator Massey
Ferguson 250XE Advanced;
 Analisar o desempenho mediante a análise de dados coletados

1.5 DESCRIÇÃO DO TRABALHO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, está dividido em 6 capítulos,


incluindo esta introdução. No segundo capítulo, a indústria de máquinas agrícolas
automotrizes será apresentada sob uma perspectiva histórica e mecânica dos tratores agrícolas
Massey Ferguson e do órgão de Assistência Técnica e Extensão Rural no Amazonas.
14

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 CONSTITUIÇÃO GERAL DO TRATOR MASSEY FERGUSON 250XE ADVACED

Segundo Varella, (2010) o trator é constituído por motor, sistema de transmissão,


sistema hidráulico e rodados. Esses componentes são montados em uma estrutura denominada
chassi, do tipo monobloco, onde é considerado a estrutura geral do trator, com todos os seus
componentes, devendo oferecer resistência aos esforços de torção resultante da tração.

A distribuição adequada dos instrumentos aliado ao baixo nível de ruído, aumenta o


desempenho e consequentemente a produtividade. Outra inovação é a combinação de
instrumentos analógicos e digitais que facilita a compreensão e consequentemente o seu
desempenho na qualidade do trabalho.

Considerado um trator, segundo o autor, versátil e de pequeno porte e pequena largura


sendo ideal para circular dentro de lavouras, plantações e pomares estreitos em qualquer
estágio das culturas, sem danificar o solo, com potência para operar com diversos
implementos, fazendo curvas e manobras em um eixo de pequena angulação, quebrando
galhos, preparando o solo ou arrancando frutos.

Apresenta tração nas rodas traseiras (4x4) e tração dianteira auxiliar (4x2 TDA), que
permite maior capacidade de tração para atender a maior demanda de carga na barra de tração,
podendo realizar o serviço com menor índice de patinagem e velocidade devido à maior
eficiência tratória quando comparado ao trator 4x2. Normalmente a distribuição de peso se
concentra mais no eixo traseiro de acordo com GARCIA, (2014) e especificações técnicas do
fabricante.

Figura 1: Trator Massey Ferguson 250XE Advanced.

Fonte: Autores, 2016.


15

2.1.1 Chassi do tipo monobloco

O chassi do tipo monobloco tem sua estrutura formada pela conexão dos próprios
componentes do trator, que são: motor, transmissão e o diferencial. Esses componentes
recebem diretamente os esforços de torção devido à tração desenvolvida pelo trator. A
redução do custo de fabricação desse tipo de chassi é bastante significante. Varella, (2010).

2.1.2 Motor do trator

Segundo Santos Filho e Santos, (2001) as máquinas automotrizes agrícolas são


projetadas para executar diversos tipos de operações com diferentes necessidades de potência.
Os tratores agrícolas são equipados com motores de combustão interna responsáveis pela
transformação da energia química do combustível em energia mecânica que é utilizada em
diversas formas para a realização de diferentes operações agrícolas. Sua combustão interna é
do tipo ciclo diesel, que atende essa característica e é fonte de potência dos tratores agrícolas
que aciona todos os sistemas para o funcionamento do trator.

A potência do motor de um trator pode ser utilizada por meio da tomada de potência,
do sistema hidráulico e pela barra de tração. Sendo responsável por transmitir a potência para
as rodas motrizes e tomadas de potência (TDP), além do acionamento de equipamentos
auxiliares. As perdas de potência entre o motor e a árvore da tomada de potência (TDP), são
praticamente insignificantes quando comparamos com as perdas no sistema hidráulico e na
barra de tração.

O sistema hidráulico converte parte da energia proveniente do motor em força


hidráulica para operar componentes hidráulicos do trator e de máquinas acopladas a ele.

A transformação da energia química contida nos combustíveis, em energia mecânica,


possibilita que um trator possa fornecer energia através de diversas formas; porém, é através
da barra de tração que a utilização dessa energia gerada é mais comum, pois permite tracionar
máquinas e implementos agrícolas.

2.1.3 Sistema de transmissão

De acordo com Garcia, (2014) a transmissão do trator tem a funcionalidade de


transmitir a potência desenvolvida no motor para as rodas motrizes, TDP e outros sistemas
quando conectados ao trator. Classificada em mecânica e hidráulica, os principais objetivos
são:

 Conectar e desconectar a potência para os eixos de rodas e TDP


16

 Selecionar as relações de velocidades


 Permitir a reversão do movimento
 Distribuir de forma equalizada a potência nas rodas para curvar

Nesse modelo é utilizada a transmissão mecânica, que é composta pelos seguintes


componentes: embreagem, caixa de marchas, diferencial e redução final.

Figura 2: Sistema de transmissão

Fonte: http:auto.howstuffworks.com/transmission2.htm. Acesso 11 de abril de 2016

A embreagem transmite potência do motor para a caixa de marchas e TDP, fornecendo


a possibilidade de parar ou iniciar o fluxo de potência para a caixa de marchas através do
acoplamento ou desacoplamento de discos de fricção a volantes solidários à caixa de câmbio
ou eixo da TDP.

O diferencial tem como função, transmitir a potência da caixa de transmissão à


redução final alternando o sentido do eixo em 90°. Esse componente permite velocidades de
giro diferentes às rodas motrizes quando estas estão fazendo curva enquanto ainda transmitem
potência. Possui ainda o bloqueio que trava o mecanismo diferencial fazendo com que as duas
rodas trabalhem à mesma velocidade em situações específicas.

A redução final transmite a potência do diferencial às rodas motrizes. Apresenta um


sistema de engrenagem que reduz a velocidade do eixo final e aumenta ainda mais o torque do
eixo das rodas.

Alguns modelos possuem ainda a tração dianteira auxiliar (TDA) que permite melhor
utilização da potência de tração do trator possuindo tração nas quatro rodas. Além disto, a
transferência de peso do trator nas quatro rodas motrizes reduz o índice de patinagem. O
17

engate e desengate da tração auxiliar são controlados mecanicamente ou eletronicamente,


dependo do modelo.

2.1.4 Caixa de marchas

A caixa de marchas apresenta velocidades distintas para facilitar regulagens durante as


operações agrícolas em que a velocidade do trator tem influência na qualidade da operação.
De acordo com o Manual do Fabricante, o trator apresenta oito velocidades à frente e duas
velocidades à ré deslizante.

Figura 3: Caixa de marcha do trator Massey Ferguson 250XE Advanced.

Fonte: Autores, 2016.

2.1.5 Barra de tração

Segundo Santos (2012), barra de tração é o ponto utilizado para tracionar os


implementos de arrasto, como a grade aradora, pode ser usada fixa ou oscilante, situada no
centro do trator na altura do seu centro de gravidade. A potência disponível na barra de tração,
é geralmente de 40 a 70% da potência máxima do trator.

De acordo com o Manual do Fabricante, esse modelo trabalha com a barra de tração
reta, sem a opção de regulagem de altura do engate do implemento em relação ao solo,
conforme a Figura 4.
18

Figura 4: Barra de tração fixa em destaque dentro do círculo amarelo.

Fonte: Autores, 2016.

2.2 PREPARAÇÃO DO SOLO

O terreno deve ficar completamente limpo de tocos, ramos e raízes. A implantação do


pomar não pode ser feita logo após o desmatamento. Devam-se esperar no mínimo dois anos
para que o resíduo vegetal se decomponha. O preparo do solo é realizado com aração e
gradagens, que servem para desterroar o solo e incorporar os fertilizantes corretivos.
Conforme Gomes a aração pode ser realizada em número de uma ou duas, dependendo da
condição do solo. É melhor que se faça duas, uma num sentido e a outra perpendicular a
primeira. A aração deve ser feita após a aplicação dos fertilizantes e corretivos, permitindo
uma incorporação mais profunda.

O sistema convencional de preparo do solo consiste na realização de uma aração,


caracterizado pelo preparo primário do solo, seguida de duas gradagens para destorroamento e
nivelamento Derpsch, (1991), também denominada de operações de preparo periódico
secundária.
19

Figura 5: Grade aradora recortada com o total de 12 discos de 32 polegadas.

Fonte: Autores, 2016.

Em áreas mecanizadas, a limpeza da área pode ser feita por máquinas, evitando-se
remover a camada superficial do solo, rica em matéria orgânica. Em seguida, faz-se a aração a
uma profundidade mínima de 20 cm, seguida de gradagem para plantio. Áreas de pastagens
ou que apresentam subsolos compactados ou endurecidos devem ser subsoladas a 50-70 cm
de profundidade, para melhorar a infiltração de água, facilitar o aprofundamento das raízes e
controlar as plantas daninhas. Nas áreas de pastagens deve-se proceder a eliminação de
gramíneas e invasoras.

De acordo com Siqueira, (1999) a mecanização agrícola é uma importante estratégia


para o desenvolvimento rural, assim incentivando o aumento da produtividade e qualificação
da mão-de-obra. Entretanto, a introdução maciça da mecanização, até mesmo de forma
desordeira, sem qualquer adaptação e análise prévia, nos diferentes tipos de solos, pode-se ter
como consequência uma rápida e contínua degradação desse recurso natural.

Na produção agrícola mecanizada, o preparo do solo é operação básica necessária,


tento como características alguns objetivos complexos, tendo inúmeros métodos e grande
diversidade de opiniões. Gamero, (1991) afirma que, na maioria dos casos, as práticas de
preparo do solo tem grande influência na tradição e intuição do que por uma análise mais
racional e técnica.

As operações de preparo do solo estão entre as técnicas que frequentemente melhoram


as produções das culturas, mas devem ser adaptadas às condições específicas para um distinto
20

sistema de produção. Segundo Moraes e Benez, (1996) há um grande número de máquinas e


implementos agrícolas que foram e continuam sendo desenvolvidos destinados ao preparo do
solo, porém as utilizações dessas patrulhas agrícolas podem criar condições físicas no solo
adversas ao desenvolvimento das culturas a serem plantas, como é o caso da compactação do
solo.

Figura 6: Grade em pleno trabalho de aração

Fonte: Autores, 2016.

O arado de disco é um equipamento que corta, eleva, inverte e esboroa as leivas de


modo a deixar a face superficial do solo voltada para baixo. O movimento rotativo do disco
faz com que os mesmos girem cortando o solo e a vegetação de acordo com Gadanha Júnior,
(1991). Os autores relataram que a grade leve de discos, também denominada de niveladora, é
utilizada para promover a mobilização superficial do solo após a aração, destorroando e
uniformizando a superfície para a operação de semeadura.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

O trabalho foi desenvolvido na Comunidade do Pupunhal, localizado no município de


Iranduba, região metropolitana de Manaus. O clima de Iranduba é do tipo AM, segundo a
classificação de Köeppen, tropical úmido ou sub úmido, apresentando duas estações bem
distintas no regime pluviométrico, uma muito chuvosa (novembro-maio) e outra menos
chuvosa (junho-outubro). As médias anuais de precipitação e temperatura são de 2.100 mm e
25,9ºC a 27ºC, respectivamente, tendo a umidade relativa média anual de 86%.
21

Foram utilizadas três áreas para a preparação do solo com as mesmas características de
metragem: 80m (oitenta metros) de comprimento por 25m (vinte e cinco metros) de largura,
totalizando uma área de 2000m2 (dois mil metros quadrados). Essas propriedades estão
denominadas como: área 1, área 2 e área 3.

Existe alguns tipos de gradagem ou modo de preparação do solo que viabiliza o


melhor rendimento produtivo do trator, como o arado em horizontal onde o trator inicia o
trabalho na parte maior da área até o final e depois faz o giro para realizar a parte a ser
trabalhada. Esse método é o mais utilizado pelos agricultores da comunidade, pois viabiliza o
maior tempo produtivo do trator com o mínimo possível de giros que possa diminuir no
tempo.

Outras em forma de quadrado, onde o trabalho segue as formas geométrica da área a


ser gradeada e outra como o arado em forma de caracol onde o trator exerce o trabalho com
interrupções somente para regulagem de a abertura angular do implemento acoplado.

Utilizou-se do trator Massey Ferguson 250XE Advanced, com potência de 50cv


(cinquenta cavalos), operando na área produtiva com rotação média de 1400 rpm, na terceira
marcha utilizando a alavanca de força.

A grade aradora (implemento) inicia os trabalhos com seu ângulo de abertura mais
alto, e com o decorrer do trabalho, avalia-se a necessidade de ir fechando o seu ângulo para
que a mesma, realize um nivelamento no terreno.

3.1.1 Cronometragem do trabalho

Tendo a atividade do trator cronometrada com o uso de um smartphone por meio de


um aplicativo de cronometragem, os dados foram colhidos in loco e adicionados,
posteriormente em uma planilha no Excel, que foi elaborada para colocar as informações
coletadas e assim analisar as suas tabelas e gráficos obtidos de acordo com a análise de
campo. O tempo registrado é somente do uso da máquina em trabalho, ou seja, quando ela
estava ligada em funcionamento.

A planilha foi desenvolvida para ser usada nas três áreas, mesmo que a forma de
trabalho seja diferente, elas foram definidas em: Tempo de Produção (Tp), Tempo Auxiliar,
Tempo de Improdutivo.

Todos os tempos são capturados em minutos (min) e, posteriormente, transformados


em horas (h) pela seguinte equação 1:
22

Tmin
Th= (1)
60

3.1.1.1 Tempo de produção (Tp)

São os tempos coletados durante a aração propriamente dita na área produtiva, ou seja,
na área onde está sendo trabalhado para posteriormente ser realizado algum tipo de plantio.
foram utilizadas as mesmas formas de trabalho, ou seja, na horizontal ou reversível,.

Figura 7: Gradagem produtiva em forma horizontal (reversível).

Fonte: Autores

Logo, na Área 2 foi utilizado o formato de caracol ou fixa, como na Figura 8. Como
nos esquemas abaixo:

Figura 8: Gradagem produtiva em formato de caracol (fixa)

Fonte: Autores.
3.1.1.2 Tempo auxiliar (Ta)

São os tempos coletados durante o giro que o trator faz para entre o fim de uma aração
e início de outra. Ou seja, quando o trator finaliza uma faixa de aração é necessário realizar
23

uma manobra em forma de “U” para iniciar uma nova faixa de área produtiva, veja a Figura 9.
Dependendo da habilidade do operador, esse tempo pode ser baixo ou acima do previsto. Esse
tempo auxiliar fica nulo a partir do momento que a forma de trabalho é quadrada ou caracol.

Figura 9: Esquema de gradagem representando o tempo auxiliar, demonstrando o momento da manobra do


trator.

TEMPO AUXILIAR (Ta)


Giro ou Manobra do trator
Fonte: Autores, 2016.

Na Figura 9 da gradagem horizontal pode-se observar acima em destaque, o período


de tempo auxiliar onde o trator executa o trabalho de giro na lavoura.

3.1.1.3 Tempo improdutivo (Ti)

É o tempo em que o motor do trator está acionado, mas não está produzindo e não está
sendo utilizado para complementar a produção como no caso do Tempo Auxiliar. Para colher
esses dados, o Tempo Improdutivo foi dividido em dois tempos para melhor análise das
informações coletadas.

3.1.1.4 Tempo de translado

É o tempo registrado no momento em que o produtor liga o motor do trator e se


desloca da área onde a Associação guarda o maquinário, até a sua propriedade, rebocando o
implemento da grade aradora que está acoplado na barra de tração do veículo em uma estrada
vicinal (estrada não asfaltada). Da mesma forma, é registrado quando o deslocamento é da
propriedade até a área que fica guardado os equipamentos.

3.1.1.5 Tempo de parada operacional

São todos os momentos em que há uma parada e o trator continua ligado, ou sem
produção. Diversos fatores podem ocasionar, ou interferir, em uma parada intencional ou não.
24

Esse fator muitas vezes é utilizado para ajuste dos implementos, por necessidade fisiológica
do operador, ou até mesmo por terceiros.

3.1.2 Planilha eletrônica

Para inserir os dados, uma planilha eletrônica foi elaborada no programa Microsoft
Excel 2013 (Tabela 1) para cada área de pesquisa. Com ela é possível utilizar ferramentas
para inserir gráficos comparativos com os dados colhidos. A mesma dispões de fórmulas para
execução da equação (1), para transformar os valores coletados em minutos para hora.

Tabela 1: Formato utilizado para utilização dos dados coletados.


Tempo Improdutivo (Ti)
Tempo de Produção Tempo Auxiliar
(Tp) (Ta) Tempo de
Tempo de Paradas
Translado
Minutos Horas Minutos Horas Minutos Horas Minutos Horas
M1 =M1/60
M2 =M2/60
M3 =M3/60
Fonte: Autores, 2016

Em cada terreno, podemos ter relatos de translado, distância percorrida pelo trator,
dias de trabalho e o clima foram criadas planilhas para estudo de desempenho e produtividade
do trator nas Áreas 1, 2 e 3 a ser gradeada, com base nestas planilhas pode-se determinar o
tempo médio de produção no período de estudo das áreas trabalhadas.

3.2 ÁREA UTILIZADA

O trator foi submetido a regimes de trabalho diferenciado não havendo rotação dos
equipamentos. O veículo trabalhou em regime continuo com paradas para reparos quando
necessário e em períodos chuvosos. A grade aradora trabalha em regime contínuo com
paradas para trocas de áreas, mudanças de equipamento, reparos quando necessários, descida
dos pneus para transporte e lubrificação.

A área de experimento consiste num total de 18 ha, sendo distribuído em nove


propriedades de 19 famílias associadas. Dessa forma as áreas produtivas são de 80m x 25m
para o plantio de hortaliças, totalizando 2000m².

Figura 10: Área a ser gradeada


25

Fonte: Autores, 2016.

Como houve chuva, quando a terra secou, criaram-se grandes blocos de terra. Para não
prejudicar a plantação das sementes, os produtores optaram ou quebrar os blocos
manualmente.

Figura 11: Área gradeada e solo preparado.

Fonte: Autores, 2016.

Nas tabelas abaixo, são apresentadas especificações de coleta de dados das áreas e do
trator avaliado.

Tabela 2: Especificação do trabalho realizado na área 1.


Rotação de trabalho (rpm) 1400
Regime de Trabalho Reversível ou Horizontal
26

Data da coleta de dados 22/04/2016


Fonte: Autores, 2016.

Tabela 3: Especificação do trabalho realizado na área 2.


Rotação de trabalho (rpm) 1400
Regime de Trabalho Fixo ou Caracol
Data da coleta de dados 02/05/2016
Fonte: Autores, 2016.

Tabela 4: Especificação do trabalho realizado na área 3.


Rotação de trabalho (rpm) 1400
Regime de Trabalho Reversível ou Horizontal
Data da coleta de dados 10/05/2016
Fonte: Autores, 2016

Foi determinado que o critério de observação necessária para avaliar a máquina e os


implementos durante 100% das jornadas de utilização do trator para preparar os devidos
campos como objeto de investigação.

4. ANÁLISE DE RESULTADOS

4.1. DESCRIÇÃO DA PROBLEMÁTICA

O presente local do objeto de estudo está localizado na comunidade do Pupunhal no


município de Iranduba no estado do Amazonas. Baseado nos levantamentos feitos no decorrer
da pesquisa e a grande necessidade de se obter uma melhoria na produtividade, levando em
consideração a grande demanda de produtos para atender as famílias da comunidade e outros
locais do estado, o questionamento seria se com a mecanização da atividade poderia ser mais
viável em termos de custo, tempo e demanda, uma vez que a atividade mais utilizada é a
atividade humana (braçal). Em razão disso foram feitos analise de operação da máquina,
tempo gasto de produtividade, área coberta de aragem, consumo de combustível, manutenção
da máquina e dos elementos de máquina, para que pudesse ser levando a produtividade desse
objeto de estudo, e o desempenho desse trator.

Figura 12: Área preparada manualmente.


27

Fonte: Autores, 2016.

Há, portanto, uma ênfase nas ações abordadas, embora se notasse que houve um
grande aumento nas operações mecanizadas no campo agrícola, houve também uma redução
significativa no trabalho braçal. No entanto há uma grande necessidade de diminuir custos e
aumentar a produtividade nas lavouras, com isso a preservação do meio ambiente teve um
aumento nos interesses em pesquisas para o desenvolvimento de equipamentos na área da
agricultura. A agricultura é um conceito de produção que envolve o desenvolvimento e
técnicas que auxiliam na preparação do solo, já o produtor rural terá a responsabilidade de
buscar os métodos mais adequados as suas necessidades que aumente a sua produção e
diminua os seus gastos.

O manual do fabricante do trator Massey Ferguson XE 250 Advanced, sugerem


inspeções, lubrificações e substituições periódicas de determinados componentes mecânicos.
Mas a vida útil dos itens não é fornecida e, quando indicada, situa-se completamente fora da
realidade aplicável.

Notou-se que os produtores utilizam o veículo sem os cuidados que devem ser
tomados antes de dar a partida no motor, assim comprometendo a vida útil da máquina. Logo,
é sugerido um check-list para que o operador observe antes de ligar a máquina e operá-la até a
área do produtor que irá ser trabalhada, assim facilitando a manutenção preventiva. Os
28

produtores contratam equipe especializada externa, dependendo da manutenção pode ser


realizada na própria comunidade, ou na empresa contratada.

Figura 13: Trator sendo avaliado pelo técnico do IDAM

Fonte: Autores, 2016

Para definição do objeto de investigação, tomou-se como parâmetro das características


de produtividade desse tipo de máquina, seguindo os diferentes fatores que podem ser
considerados, como:

a) Confiabilidade de materiais: falhas em operação;

b) Tempos de produtividade: duração das tarefas diárias;

c) Frequências de estado de conservação da máquina: periodicidade de realização das


tarefas;

d) Custos indiretos de manutenção;

e) Custos indiretos com material, peças, combustível e mão de obra;

f) Utilização de mão de obra: quantidade e qualificação dos colaboradores para manter


níveis de produtividade;

g) Disponibilidade dos componentes destinados para essa máquina;

h) Capacidade de atender as demandas de produção sem afetar o desempenho da


operação;

i) Economia: custos envolvidos nas atividades de preparação do solo;


29

j) Eficácia da produtividade: desempenho obtido versus custos para sua consecução (o


objetivo primordial é alcançar maior confiabilidade a um baixo custo).

Para esta pesquisa, optou-se por analisar esses aspectos sob o ponto de vista dos
procedimentos adotados na comunidade, comparando os resultados de desempenho do trator
em estudo, mais os de custos com alternativas possíveis em termos de melhoria do
desempenho operacional da máquina e do desempenho financeiro no processo de
produtividade.

Nesse cenário, levando em conta a predominância das intervenções tipo clima, tempo,
espaço, condições do terreno e outros, buscou-se determinar se a realização do levantamento
de uma alternativa melhor para a comunidade, no que tange ao propósito do maior rendimento
operacional da máquina e menor custo para os produtores. Para isso, procedeu-se à coleta de
dados sobre a produtividade no período de abril a maio de 2016, realizada por intermédio de
consultas, pesquisa de campo, entrevista com produtores rurais da comunidade.

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

De posse dos dados coletados nos registros do tempo gasto com o preparo do solo,
realizados durante o período de abril e maio de 2016, foi possível realizar um levantamento
dos índices de desempenho do trator Massey Ferguson XE250 Advanced nas áreas de
gradagem que ocorreram no período envolvendo tal atividade.

4.2.1 Análise da área 1

Analisando o comportamento dos tempos de trabalho de acordo com a Tabela 5 na


Área 1, pode-se usar comparativos da área de produção, toda análise de operação do
equipamento, por meio do Gráfico 1.

Tabela 5: Dados de coletas na área 1.

Tempo Improdutivo (Ti)


Tempo de Tempo Auxiliar
Tempo de Tempo de Paradas
Produção (T tp1 ¿ (T ta1 )
Translado(T t 1 ) (T tpd1 )
Minutos Horas Minutos Horas Minutos Horas Minutos Horas
1min28s 0,021 0min37s 0,006 26min57s 0,44 7min31s 0,12
1min29s 0,022 0min23s 0,004 29min21s 0,49 5min27s 0,09
1min13s 0,019 0min45s 0,008 55min78s 0,93 3min47s 0,06
1min32s 0,022 0min26s 0,004 2min38s 0,04
32min33
1min57s 0,026 0min58s 0,010 s 0,54
1min23s 0,021 0min38s 0,006 50min76 0,85
30

Tempo de Tempo Auxiliar


Produção (T tp1 ¿ (T ta1 )

Minutos Horas Minutos Horas


1min32s 0,022 0min21s 0,004
1min02s 0,017 0min26s 0,004
1min13s 0,019 0min32s 0,005
1min32s 0,022 0min25s 0,004
1min05s 0,018 0min27s 0,005
1min27s 0,021 0min24s 0,004
1min36s 0,023 0min23s 0,004
1min09s 0,018 0min21s 0,004
1min12s 0,019 0min27s 0,005
1min03s 0,017 0min21s 0,004
1min12s 0,019 0min32s 0,005
1min23s 0,021 0min31s 0,005
1min12s 0,019 0min35s 0,006
1min17s 0,020 0min25s 0,004
1min32s 0,022 0min27s 0,005
1min45s 0,024 0min39s 0,007
1min11s 0,019 0min21s 0,004
1min28s 0,021 0min36s 0,006
1min23s 0,021 0min32s 0,005
1min35s 0,023 0min27s 0,005
1min32s 0,022 0min29s 0,005
1min45s 0,024 0min28s 0,005
1min28s 0,021 0min37s 0,006
1min37s 0,023 0min27s 0,005
1min49s 0,025 0min28s 0,005
1min26s 0,021 0min29s 0,005
1min33s 0,022 0min32s 0,005
1min23s 0,021 0min29s 0,005
1min45s 0,024 0min28s 0,005
1min38s 0,023 0min24s 0,004
1min28s 0,021 0min23s 0,004
31

1min27s 0,021 0min21s 0,004

Tempo de Tempo Auxiliar


Produção (T tp1 ¿ (T ta1 )

Minutos Horas Minutos Horas


1min29s 0,022 0min27s 0,005
1min48s 0,025 0min23s 0,004
1min19s 0,020 0min22s 0,004
1min37s 0,023 0min21s 0,004
1min42s 0,024 0min29s 0,005
1min52s 0,025 0min32s 0,005
1min36s 0,023 0min27s 0,005
1min23s 0,021 0min28s 0,005
1min41s 0,024 0min28s 0,005
1min32s 0,022 0min22s 0,004
1min34s 0,022 0min32s 0,005
1min31s 0,022 0min21s 0,004
1min37s 0,023 0min32s 0,005
65min63s 1,094 14min58s 0,243
Fonte: Autores, 2016.

A partir das informações coletadas na Tabela 5, temos os seguintes resultados:

1) Tempo de produção total da área 1 (T tp1 ¿: 65,63min ou 1,094h;


2) Tempo auxiliar total da área 1 (T ta1 ): 14,58min ou 0,243h;
3) Tempo de Improdutivo total da área 1 (T ti1 ): 106,54min ou 1,776h;
4) Tempo de translado total da área 1 (T t 1 ): 55,78min ou 0,930h;
5) Tempo de parada total da área 1 (T tpd1 ): 50.76min ou 0,846h.

O Gráfico 1, é o Tempo de Jornada de Lavoura (T JL 1), onde é calculado a somatória


de todos os tempos, de acordo com a equação 2.

T JL 1 = T tp1 + T ta1 + T ti1 (2)

T JL 1 = 1,094h + 0,243h + 1,776h

T JL 1 = 3,103h

Por meio do Gráfico 1, pode-se explicar o seguinte: o Tempo de Produção ( T tp1 ¿ocupa
somente 35% do período, sendo que o Tempo Auxiliar ( T ta1 ) é de 8%. Como o giro é parte da
32

realização do processo produtivo, pode-se determinar que a habilidade do operador em


relação ao uso da máquina, interfere diretamente no uso. Outro fator equivale é a velocidade
em que a gradagem é realizada, nesse caso o operador utiliza uma rotação contínua no tempo
produtivo de 1400rpm, usando o acelerador de mão, seguindo a orientação do órgão oficial de
Assistência Técnica e Extensão Rural.
Gráfico 1: Tempo de uso do trator na área 1.

Tempo de uso do trator na área 1

35% Tempo de Produção (Tp)


Tempo Improdutivo (Ti)

57%

8%

Fonte: Autores, 2016.

Nota-se que o Tempo Improdutivo (T ti1 ), é relativamente mais alto do que o Tempo de
Produção (T tp1 ¿. Assim, há um uso de paradas associadas pelas seguintes causas:

1) Associadas ao conjunto trator-implemento;


2) Associadas ao operador;
3) Associadas a condições climáticas;
4) Associadas a disponibilidade de área;
5) Associadas as ações técnico-organizacional.

Gráfico 2: Tempo de Improdutivo na área 1.

Tempo IMPRODUTIVO na Área 1

Tempo de Translado
Tempo de Paradas
48%
52%
33

Fonte: Autores, 2016.


De acordo com o Gráfico 2, podemos analisar que dos 57% do Tempo Improdutivo
(T ti1 ) indicados no Gráfico 1, é destinado aoTempo de Translado (T t 1 ) é maior que o Tempo
de Parada (T tpd1 ). Entretanto o Tempo de Parada (T tpd1 ), é interferido por causas que foram
identificadas, como:

1) Necessidade de posicionamento do trator para acoplagem da grade aradora na


barra de tração do trator, para o deslocamento do galpão até a área de trabalho;
2) Posicionamento do veículo para o início do trabalho;
3) Levantamento dos pneus da grade aradora para as grades perfurarem o solo;
4) Parada para atender ao telefone e beber água;
5) Duas paradas para regulagem de a abertura angular da grade.

4.2.2 Análise da área 2

Analisando o comportamento dos tempos de trabalho de acordo com a Tabela 6 na


Área 2, pode-se usar comparativos da área de produção, toda análise de operação do
equipamento, por meio do Gráfico 3.

Tabela 6: Dados coletados na área 2.


Tempo de Produção Tempo Improdutivo¿)
Tempo Auxiliar ¿ ¿)
(T tp2 ) Tempo de Translado Tempo de Paradas
Minutos Horas Minutos Horas Minutos Horas Minutos Horas
7min32s 0,122 36min21s 0,604 10min42s 0,174
42min13s 0,702 33min52s 0,559 23min32s 0,389
20min23s 0,337 69min73s 1,162 8min32s 0,139
15min29s 0,255 4min32s 0,072
9min32s 0,155 46min38s 0,773
94min29s 1,572
Fonte: Autores, 2016.

A partir das informações coletadas na Tabela 6, temos os seguintes resultados:

1) Tempo de produção total da área 2 (T tp2 ¿: 94,29min ou 1,572h;


2) Tempo auxiliar total da área 2 (T ta2 ): 0min ou 0h;
3) Tempo de Improdutivo total da área 2 (T ti2 ): 116,11min ou 1,935h;
4) Tempo de translado total da área 2 (T t 2 ): 69,73min ou 1,162h;
5) Tempo de parada total da área 2 (T tpd 2): 46,38min ou 0,773h.
34

O Gráfico 3, é o Tempo de Jornada de Lavoura da área 2, onde é calculado a


somatória de todos os tempos, de acordo com a equação 3.

T JL 2 = T tp2 + T ta2 + T ti2 (3)

T JL 2 = 1,572h + 0h + 1,935h

T JL 2 = 3,507h

No que se refere ao Gráfico 3, nota-se que não há o Tempo Auxiliar, pois, a execução
do trabalho foi em forma de caracol.

Gráfico 3: Uso do Tempo de Lavoura do trator na área 2

Tempo de uso do trator na área 2

Tempo de Produção (Tp)

45% Tempo Auxiliar (Taux)


Tempo Improdutivo (Ti)
55%

Fonte: Autores, 2016.

Interpretando o Gráfico 3, novamente identificamos que o Tempo de Produção, com


45%, é menor que o Tempo Improdutivo de 55%. No caso da gradagem em forma de caracol,
vale ressaltar que depois que a grade aradora passa pela parte central do terreno, é necessário
ir até as extremidades para gradear as pontas do terreno, que tem o formato retangular, como
o veículo não sai da área produtiva, esse tempo foi contabilizado como Tempo de Produção.

Gráfico 4: Relação do Tempo de Translado com o Tempo de Paradas na Área 2.


35

Tempo Improduti vo na área 2

Tempo de Translado
40% Tempo de Paradas

60%

Fonte: Autores, 2016.


O Tempo de Translado ocupa 60% do Tempo Improdutivo, porém, faz-se necessário,
pois é indispensável para que o trator chegue até a área produtiva, variando de acordo com as
condições e obstáculos da estrada.

O Tempo de Parada é de 40% sobre o Tempo Improdutivo. Dentre as causas que


levam as paradas são:

1) Acoplagem da grade aradora na barra de tração;


2) Necessidades fisiológicas do operador
3) Regulagem de abertura da grade aradora.

4.2.3 Análise da área 3

Com o regime de trabalho do mesmo formato realizado na Área 1, pode-se constatar


que o comportamento dos tempos de trabalho de acordo com a Tabela 7 na Área 3, pode-se
usar comparativos da área de produção, toda análise de operação do equipamento, por meio
do Gráfico 5.

Tabela 7: Dados de coletas na área 3.

Tempo Improdutivo (T ti3 )


Tempo de Produção ( Tempo Auxiliar
T tp3 ¿ (T ta3 ) Tempo de Tempo de
Translado(T t 3 ) Paradas(T tpd3 )
Minutos Horas Minutos Horas Minutos Horas Minutos Horas
1min32s 0,022 0min23s 0,004 35min12s 0,585 13min12s 0,219
1min57s 0,026 0min22s 0,004 37min42s 0,624 2min43s 0,041
1min23s 0,021 0min21s 0,004 72min54s 1,209 5min14s 0,086
1min32s 0,022 0min29s 0,005 7min32s 0,122
36

1min02s 0,017 0min32s 0,005 28min01s 0,467


1min13s 0,019 0min27s 0,005
1min12s 0,019 0min28s 0,005
1min17s 0,020 0min28s 0,005
1min32s 0,022 0min22s 0,004
1min37s 0,023 0min21s 0,004
1min42s 0,024 0min26s 0,004
1min52s 0,025 0min49s 0,008
1min36s 0,023 0min42s 0,007
1min23s 0,021 0min58s 0,010
Tempo de Produção ( Tempo Auxiliar
T tp3 ¿ (T ta3 )
Minutos Horas Minutos Horas
1min23s 0,021 0min56s 0,009
1min11s 0,019 0min56s 0,009
1min04s 0,017 0min52s 0,009
1min36s 0,023 0min57s 0,010
1min07s 0,018 0min51s 0,009
1min36s 0,023 0min25s 0,004
1min23s 0,021 0min37s 0,006
1min42s 0,024 0min23s 0,004
1min32s 0,022 0min45s 0,008
1min39s 0,023 0min26s 0,004
1min36s 0,023 0min58s 0,010
1min23s 0,021 0min38s 0,006
1min41s 0,024 0min21s 0,004
1min32s 0,022 0min26s 0,004
1min34s 0,022 0min32s 0,005
1min31s 0,022 0min25s 0,004
1min37s 0,023 0min23s 0,004
1min42s 0,024 0min27s 0,005
1min21s 0,020 0min28s 0,005
1min12s 0,019 0min24s 0,004
1min25s 0,021 0min21s 0,004
37

1min18s 0,020 0min28s 0,005


1min34s 0,022 0min23s 0,004
1min29s 0,022 0min28s 0,005
1min08s 0,018 0min37s 0,006
1min17s 0,020 0min27s 0,005
1min29s 0,022 0min28s 0,005
1min32s 0,022 0min29s 0,005
1min21s 0,020 0min32s 0,005
1min12s 0,019 0min28s 0,005
1min22s 0,020 0min24s 0,004
Tempo de Produção ( Tempo Auxiliar
T tp3 ¿ (T ta3 )
Minutos Horas Minutos Horas
1min16s 0,019 0min21s 0,004
1min31s 0,022 0min28s 0,005
1min37s 0,023 0min23s 0,004
1min42s 0,024 0min29s 0,005
1min41s 0,024 0min23s 0,004
1min32s 0,022 0min35s 0,006
65min18s 1,086 16min22s 0,270
Fonte: Autores, 2016

A partir das informações coletadas na Tabela 7, temos os seguintes resultados:

1) Tempo de produção total da área 3 (T tp3 ¿: 65,18min ou 1,086h;


2) Tempo auxiliar total da área 3(T ta3 ): 16,22min ou 0,270h;
3) Tempo de Improdutivo total da área 3 (T ti3 ): 116,11min ou 1,675h;
4) Tempo de translado total da área 3 (T t 3 ): 72,54min ou 1,209h;
5) Tempo de parada total da área 3 (T tpd3 ): 28,01min ou 0,467h.

O Gráfico 5, é o Tempo de Jornada de Lavoura da área 3, onde é calculado a somatória


de todos os tempos, de acordo com a equação 4.

T JL 3 = T tp3 + T ta3 + T ti3 (4)

T JL 3 = 1,086h + 0,270h + 1,675h

T JL 3 = 3,031h
38

Gráfico 5: Referente ao Tempo de Jornada de lavoura na área 3.

Tempo de uso do trator na área 3

Tempo de Produção (Tp)


36% Tempo Auxiliar (Taux)
Tempo Improdutivo (Ti)
55%

9%

Fonte: Autores, 2016.


Verificando o Gráfico 5, podemos analisar que a somatória do Tempo de Produção, de
36%, com o Tempo Auxiliar, de 9%, está mostrando que a vida útil do trator está sendo
desperdiçada para é menor que o Tempo Improdutivo de 55%, denotando que o horímetro,
está aumentando as suas horas, sem que haja uma produção de fato.

Gráfico 6: Relação do Tempo de Translado com o Tempo de Paradas na Área 3.

tempo de improduti vo na área 3

28%
Tempo de Translado
Tempo de Paradas

72%

Fonte: Autores, 2016.


O Tempo de Translado ocupa 72% do Tempo Improdutivo, porém, faz-se necessário,
pois é indispensável para que o trator chegue até a área produtiva, variando de acordo com as
condições e obstáculos da estrada.

O Tempo de Parada é de 40% sobre o Tempo Improdutivo. Dentre as causas que


levam as paradas são:

1) Acoplagem da grade aradora na barra de tração;


2) Levantamento dos pneus para a grade descer e penetrar no solo;
3) Regulagem de abertura da grade aradora;
39

4) Necessidades fisiológicas do operador.

4.3 RELAÇÃO DOS TEMPOS DAS ÁREA 1, ÁREA 2 E ÁREA 3

De acordo com o Gráfico 7, nota-se que o tempo de produção das Áreas 1 e 3 são
quase similares, pois ambos trabalharam da mesma forma com as mesmas metragens.
Entretanto ao analisar o tempo de produção da Área 2, é verificado uma cronometragem
maior em relação aos outros terrenos avaliados, isso pode ser considerado que pelo regime de
trabalho em forma de caracol, que demandou mais tempo de produção.

Gráfico 7: Relação entre os tempos de produção das áreas 1, 2 e 3.

Relação dos Tempos de Produção

29% 29% Tempo de Produção Área 1


Tempo de Produção Área 2
Tempo de Produção Área 3

42%

Fonte: Autores, 2016.

Ao visualizar o Gráfico 8, constatamos que a somatória do tempo de produção com o


tempo auxiliar, ainda há diferença expressiva na utilização do trator, pois, levando em
consideração que as áreas de produção são dos mesmos tamanhos e a rotação de trabalho são
em média 1400rpm, observamos que o regime de trabalho é mais rápido quando o trator é
utilizado na horizontal para a produção.

Gráfico 8: Demonstra o somatório do tempo de produção com o tempo auxiliar


40

Relação dos Tempos Auxiliares

Tempo Auxiliar da Área 1


Tempo Auxiliar da Área 2
47% Tempo Auxiliar da Área 3
53%

Fonte: Autores, 2016.

Com o tempo de interrupções divido entre tempo de translado e parada, é possível ler
no Gráfico 9, que o tempo de parada é variado de acordo com a opção do operador. Já o
tempo de translado é considerado um fator condicional ao transporte do veículo e do
implemento, onde a interferência para otimizar esse tempo, não depende dos operadores, e
sim do poder público em recuperar a vicinal ou asfaltá-la.

Gráfico 9: Relações dos Tempos de Interrupções das áreas pesquisadas.

Relação dos Tempos de Interrupções

31% 33% Tempo de Interrupção da Área 1


Tempo de Interrupção da Área 2
Tempo de Interrupção da Área 3

36%

Fonte: Autores, 2016.


Analisando o Gráfico 10, é visível que o operador do trator na área 2, gastou mais
combustível no regime de trabalho em forma de caracol do que os operadores das áreas 1 e 3.
Vale também frisar, que pelo tempo de deslocamento do trator – do ponto em que ele é
41

guardado até a área a ser trabalhada – interfere diretamente no planejamento de custos que
está inserido.

Gráfico 10: Relação do tempo de jornada de lavoura das áreas em estudo.

Relação dos Tempos de Jornada de Lavoura

Tempo de Jornada de
Lavoura da Área 1
31% 32% Tempo de Jornada de
Lavoura da Área 2
Tempo de Jornada de
Lavoura da Área 3

36%

Fonte: Autores, 2016.

4.4 ANÁLISE DAS PRODUTIVIDADES

Para analisar a produtividade de todas as áreas, faz-se necessário calcular as áreas 1, 2


e 3 somando os tempos coletados, assim obter os valores para encontrar as produtividades por
horas trabalhadas de acordo com a definição de metodologia baseada na NC 3437:85 e NRA
027.

4.4.1 Cálculo da volume da área total realizado com a máquina (QT )

QT = Q1 + Q2 + Q3 (5)

QT = 2000m2 + 2000m2 +2000 m2

QT = 6000m2

4.4.2 Cálculo do tempo de produção (T P ¿

T P = T tp1 + T tp2 + T tp3 (6)

T P = 0,930h + 1,162h + 1,209h

T P = 3,301h

4.4.3 Cálculo do tempo auxiliar (T a)

T a = T ta1 + T ta2 + T ta3 (7)


42

T a = 0,243h + 0h + 0,270h

T a = 0,513h

4.4.4 Cálculo do tempo de translado

T t = T tt 1 + T tt 2 + T tt 3 (8)

T t = 0,930h + 1,162h + 1,209h

T t = 3,301h

4.4.5 Cálculo do tempo de interrupção

T i = T ti1 + T ti2 + T ti3 (9)

T i = 1,776h + 1,935h + 1,676h

T i = 5,387h

4.4.6 Cálculo da produtividade por hora do tempo de produção (W 01 ¿

QT
W 01= (10)
TP
2
6000 m
W 01=
3,752 h
2
W 01=1599 , 15 m /h

4.4.7 Cálculo da produtividade por hora do tempo operacional (W 02 ¿

QT
W 02= (11)
T P +T A
2
6000 m
W 02=
4,265 h
2
W 02=1406 ,80 m /h

4.4.8 Cálculo da produtividade por hora do tempo de trabalho sem falhas (W 04 ¿

QT
W 04 = (12)
T P+ T A + T T
2
6000 m
W 04 =
7,566 h
43

2
W 04 =793 , 02m /h

4.4.9 Cálculo da produtividade por hora do tempo de trabalho (W TT ¿

QT
W TT = (13)
T P +T A +T I
2
W TT = 6000 m
9,652 h

W TT = 621 , 63 m2 /h

4.4.1 Cálculo da produtividade por hora do tempo de jornada de lavoura (W JL ¿

A legislação trabalhista brasileira estabelece que a jornada de trabalho seja de 8h por


diárias, ou 44 horas semanais. Diante das três áreas estudas, e em diferentes dias,
consideraremos 24h totais de jornada de lavoura.

QT
W JL= (14)
T JL
2
6000 m
W JL=
24 h

W JL = 250 m2 /h

Após os resultados obtidos derivados das equações, observa-se que

Gráfico 11: Gráfico dos índices de produtividade calculados.

INDÍCE DE PRODUTIVIDADE
1800.00
1600.00
1599.15
1400.00
1406.80
1200.00
1000.00
800.00
793.02
600.00
621.63
400.00
200.00 250.00
0.00
W01 W02 W04 WTT WJL

Fonte: Autores, 2016.


44

Cada tempo de trabalho do trator Massey Ferguson 250XE Advanced, foram levadas
em consideração um aumento significativo na produtividade agrícola da comunidade em
relação a produtividade exercido com trabalho humano (braçal).

5 CONCLUSÃO

5.1 PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES

Os resultados desta pesquisa contribuem para os conhecimentos na área da engenharia


mecânica direcionada à implantação e implementação de políticas e estratégias de aumento na
produtividade rural em comunidades do interior do Amazonas, possibilitando compreender a
importância de uma visão estratégica sobre o desempenho relacionado a esse tipo de
mecanização.

O ponto positivo da mecanização agrícola deve ser determinado a partir da


consideração das vantagens e desvantagens de realizar determinado tipo de estratégia em
detrimento de outra. Em termos de desempenho/custos, como foi demonstrado nesse trabalho,
a comunidade onde foram feitas as coletas de dados, tem direcionado seu foco no aumento da
produtividade e na perspectiva de que irá ter menores custos com respostas imediatas,
somente no momento em que ocorrem paradas devido ao fator clima: chuvas, ou paradas
como translado, tempos auxiliares e paradas de intervalos pessoais.

Essa escolha parece ser acertada quando se considerada o uso correto do trator na
produção de hortaliças. Todavia, as análises demonstraram que essa aparente economia acaba
resultando em um aumento sensível do desempenho, incluindo-se aí as perdas de receita
45

decorrentes do excessivo tempo de parada das máquinas devido a relação de tempos de parada
que impedem a sua operação, consequentemente o desgaste desnecessário.

Nesse contexto o estudo foi centrado nos dados que analisaram o trator Massey
Ferguson 250XE Advanced, e sua realização permitiu responder à questão inicial que orientou
o desenvolvimento do trabalho, demonstrando que a realização do levantamento da melhor
estratégia de desempenho dessa máquina é uma alternativa melhor para a empresa em estudo
no que diz respeito ao propósito do aumento da produtividade e maior desempenho do trator
para a comunidade.

Os resultados permitiram demonstrar que nessa situação, os tipos, horizontal de


gradagem são eficazes, tanto pelo menor tempo de trabalho, a economia com os custos,
quanto pelo maior desempenho da máquina, como pelo aumento da disponibilidade para
operação, já que se traduz em tempos muito menores de paradas.

A pesquisa atingiu assim o objetivo geral delineado para sua construção e


desenvolvimento, com a definição de uma análise de desempenho mais eficaz, sob o ponto de
vista de redução de paradas de máquinas. Também foi possível atingir seus objetivos
específicos, com a descrição dos indicadores mais comuns de paradas do trator como os
tempos auxiliares da máquina e seus implementos, neste caso relacionado a análise de
desempenho não planejado.

A pesquisa também permitiu comparar os custos indiretos com manutenções e


consumo de combustível desses itens. Portanto, os dados coletados revelam uma grande
redução dos custos financeiros associados à redução dos tempos de paradas propiciada pelo
desempenho programado, ao contrário do que ocorre com a utilização do trabalho realizado,
que é feita de maneira desordenada.

Em face desses resultados, foi demonstrada que a adoção de uma estratégia


programada é muito mais vantajosa, suprimindo eventuais vantagens das perdas com paradas
excessivas e o tipo de gradagem adotada alicerçadas na ideia de um custo menor em razão da
economia com tempo e combustível, aumentado seu desempenho e eficácia quando se faz
uma estratégia do uso mais adequado do trator. Todavia, a imprevisibilidade da ocorrência de
paradas tipo chuvas que impossibilitam esse desempenho anula esses eventuais ganhos, pois
se torna mais urgente e necessária a disponibilidade de recursos imediatos.

De outra parte, o tempo perdido com reparos e outros fatores como chuvas e tempos
auxiliares é muito maior do que o despendido por uma estratégia programada, uma vez que
46

esses tempos precisam lidar com problemas severos causados ao desempenho do trator por
um tempo de inoperância muito longo sem quaisquer analises, sendo assim muito mais
complexos e demorados os serviços em razão de um nível de perdas muito maior ao trator.

Com base nos achados, o estudo propõe uma análise mais eficaz que permita reduzir
os custos e os tempos de inoperância do trator da comunidade, conjugado a ações relacionadas
ao treinamento dos produtores da comunidade, viabilizando maiores ganhos em termos de
melhoria do desempenho do trator no que tange às decisões para melhor técnica de gradagem
e redução dos índices de paradas de máquina, que são mantidos constantes como foi
demonstrado em razão do foco de tempos auxiliares e consumo de combustível.

Sugere-se ainda, que a técnica mais eficaz seja realizada a partir de um planejamento e
análise das condições e situações envolvidas nas perdas de tempos, paradas auxiliares e
consumo de combustível no trator analisado, o que irá aumentar o nível de eficácia do
desempenho e permitirá reduzir ainda mais os custos e aumentar a produtividade.

5.2 ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

A realização da pesquisa foi uma oportunidade de tomar contato com a realidade de


aspectos direta e indiretamente relacionados à mecânica, neste caso pertinente ao desempenho
do trator Massey Ferguson 250XE Advanced da comunidade do Pupunhal no Km 06,
município de Iranduba região metropolitana de Manaus.

As experiências obtidas no campo do desenvolvimento deste trabalho exigiram o


emprego de metodologias adequadas, sob o ponto de vista científico, com a busca e
sistematização de dados e sua adequada utilização para atingir os objetivos do estudo visado.

Nesse caso, a realização deste trabalho foi importante para melhorar o nível de
conhecimentos obtidos durante o curso, conjugando ações de caráter prático e teórico.

Em razão da dificuldade de acesso e de obtenção de um histórico mais detalhado


relacionados à parada da máquina, indicadores estatísticos por tipo de gradagem, custos com
combustível, óleo lubrificantes e outros dados importantes, o nível de detalhamento
alcançado, embora não tenha sido maximizado, o que não impediu a consecução dos objetivos
definidos para esta pesquisa.
47

O deslocamento do trator-implemento do galpão onde é guardado até a área que ele irá
ser produtivo é relativamente necessário, porém as más condições das vicinais força o
operador a ter uma perda de tempo que pode ser influenciada por distintos fatores externos.

Ao considerar o tema sob a ótica da relação entre os conteúdos abordados e as


temáticas pertinentes ao trabalho na área da engenharia mecânica, pode-se afirmar que os
resultados alcançados corresponderam às expectativas quanto à geração de novos
conhecimentos, que serão úteis para outros acadêmicos do curso, seja para fins de ampliação
de seus saberes, seja para que possam desdobrar essa pesquisa em novos trabalhos
investigativos em futuras contribuições.

5.3 TRABALHOS FUTUROS

Além dos resultados detectados, outros ganhos importantes, o desenvolvimento de


competências individuais e de grupo a partir do treinamento e qualificação dos produtores da
comunidade, e o desenvolvimento de uma política de desempenho mais efetiva, deixando
paradas, perdas de tempos, consumo de combustível de mais fácil solução e menos impacto
financeiro e operacional, devem ser considerados e podem ser objeto de novas pesquisas.

Remete-se nesse sentido à importância e oportunidade de uma investigação sobre esses


aspectos, o que permitirá ampliar o nível de conhecimentos no campo das melhorias possíveis
para o desempenho de um trator como parte das estratégias de melhoria do desempenho
econômico e operacional das comunidades rurais tanto do Estado do Amazonas.

É possível realizar diversas investigações na área de mecanização agrícola, sendo que


o trator é o principal propulsor do trabalho mecanizado, faz-se necessário avaliar outros
desempenhos com os mais diversos tipos de implementos agrícolas, seja ele acoplado a barra
de tração ou/e no sistema hidráulico de três pontos.

Vale salientar que no setor primário há distintos campos que a ciências da engenharia
mecânica pode continuar a desenvolver melhorias para a elevação da produção no Estado do
Amazonas, e consequentemente para todo o Brasil.
48

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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