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Relatório de Estágio da Licenciatura em Engenharia

Eletrotécnica e de Computadores
Ramo de SEC

PESW - Ferreiras

Aluno nº: 57209, João Silva

Orientadores:
Prof. Ivo Martins – Orientador de Estágio
Eng.º Pedro Emanuel Soares – Supervisor de Estágio

(Faro, 2020/2021)
AGRADECIMENTOS

Durante o decorrer desta etapa, levantaram-se muitas ideais e oportunidades que


contribuíram definitivamente para desenvolver o gosto pela tecnologia e pela sua evolução.

Quero agradecer ao corpo docente do curso LEEC, nomeadamente ao Prof. Ivo


Martins, pois ao longo do estágio sempre se predispôs a ajudar e auxiliar-me para o
sucesso do mesmo. Aos professores Luís Oliveira e João Gomes, pelo seu grau de
exigência nas suas áreas de estudo, que agora, perante o término do curso, fazendo uma
pequena reflexão, foi necessário, pois nada deve ser dado como adquirido e o curso
mostrou exatamente isso.

Gostaria de agradecer ao corpo docente do ISE, nomeadamente aos professores


afetos aos cursos LEC pois ao longo destes dois anos conseguiram mostrar-me este mundo
gigantesco da Eletricidade e Eletrónica, tendo por consequente, levando a um bom sucesso
escolar, e a um “skill set” necessário para o futuro.

Quero deixar um agradecimento profundo ao professor Jorge Semião, pois o seu


trabalho como docente transcende a atividade do mesmo, a sua disponibilidade constante e
o seu trabalho como professor é exemplar, certamente, uma das rodas motrizes que fazem
o curso valorizar cada ano letivo que passa.

Nunca teria pensado em ingressar em Engenharia se não fosse o impulso de alguns


docentes, que me fizeram ver desde muito cedo que possuía as características necessárias
para ir mais além, e certamente, essa vontade continuará, tanto a nível académico como
profissional, pois existem variadas áreas que irei me especializar num futuro próximo.

Aos meus colegas de turma, porque apoiaram nas aulas, estudos, troca de ideias e me
motivaram nos momentos mais complexos.

Pretendo por fim, agradecer à minha família, pelo apoio prestado durante a realização deste
curso, bem como frequências e exames, até à concretização deste relatório.

I
RESUMO

A realização deste estágio foi proposta pela Universidade do Algarve, no âmbito da


Licenciatura de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, do Instituto Superior de
Engenharia, de forma a aplicar e aprofundar os conhecimentos e competências adquiridas
em atividades práticas, em contexto de trabalho, pela execução de atividades sob
orientação académica e supervisão empresarial.

A escolha do tema do estágio, no âmbito de projeto de especialidades, entre as quais,


projetos de redes de instalações elétricas, ITED (Instalações de telecomunicações em
Edifícios), ITUR (Instalações de Telecomunicações em Urbanizações), domótica, entre
outros, surgiu por considerar que se trata de uma área em constante evolução e com
variadas ofertas profissionais, que se mantém necessárias com o decorrer dos tempos, pois
o início de qualquer alteração, remodelação ou construção, começa com “projeto”.

Este relatório visa descrever as várias tarefas que me foram propostas, enquanto
estagiário em contexto de trabalho, onde tive a possibilidade de aplicar alguns
conhecimentos mais práticos, adquiridos enquanto estudante.

No decorrer do estágio, surgiram alguns desafios, tais como: a necessidade de ter que
possuir um conhecimento intrínseco de instalações, o saber interpretar decretos de lei,
regras, e muitas mais e diversas normas, conforme a necessidade. Muitas das vezes o
trabalho do engenheiro projetista envolve exercícios de articulação muito profundos, sendo
um trabalho que implica o constante estudo de manuais de normas em vigor, pois, estes,
são frequentes alterados conforme as necessidades dos tempos.

No entanto, os conhecimentos e competências adquiridas nas áreas de projetos,


energias e eletrotecnia permitiram adquirir ferramentas que são, e serão, fulcrais como base
de desenvolvimento, no pensamento a ter perante os demais desafios apresentados, tendo
igualmente sido fundamentais para o sucesso do estágio.

II
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................1

2. CARACTERIZAÇÃO DE EMPRESA.....................................................................2

2.1. Serviços e áreas de trabalho.....................................................................................2

2.2. Contexto regional e nacional....................................................................................2

2.3. Caracterização externa.............................................................................................2

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO............3

3.1. Moradia unifamiliar..................................................................................................4

3.1.1. ITED, normas, escolhas e telas justificadas..........................................................4

3.1.2. Projeto de alimentação e distribuição de energia elétrica..................................12

3.2. Edifício habitacional................................................................................................20

3.2.1. Exceções de ITED, ampliações e alterações em edifícios existentes..................20

3.3. Pormenor de trabalho em PT aéreo......................................................................23

4. INTRODUÇÃO À COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA..................................25

5. ANÁLISE CRÍTICA DO TRABALHO REALIZADO.......................................27

6. CONCLUSÕES..........................................................................................................28

7. REFERÊNCIAS.........................................................................................................29

8. ANEXOS.....................................................................................................................30

ANEXO 1 - PROJETO DE MORADIA...........................................................................31

ANEXO 2 - EDIFÍCIO HABITACIONAL......................................................................32

ANEXO 3 - PORMENOR DE TRABALHO EM PT AÉREO......................................33

ANEXO 4 - INTRODUÇÃO ÀCOORDENAÇÃO DE SEGURANÇA........................34

III
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Documentação recebida.........................................................................................5

Figura 2- Plantas de arquitetura.............................................................................................5

Figura 3- Bases para desenho técnico....................................................................................6

Figura 4-Exemplo de traçado.................................................................................................7

Figura 5- Exemplo de rede de tubagens.................................................................................8

Figura 6-Exemplo de esquema de fibra ótica.........................................................................8

Figura 7- Exemplo de rede de pares de cobre........................................................................8

Figura 8- pormenor parcial de ATI/BASTIDOR...................................................................9

Figura 9- Exemplo de tela de simulação do software CAD/ITED/ITUR da TEKA............10

Figura 10- Exemplo de tabela obtida a partir da simulação do software CAD/ITED/ITUR


da TEKA..............................................................................................................................11

Figura 11- Exemplo de levantamento em obra....................................................................13

Figura 12- Exemplo de rede de alimentadores.....................................................................14

Figura 13- Exemplo de circuitos designados.......................................................................15

Figura 14- Exemplo de circuitos de iluminação..................................................................16

Figura 15- Exemplo de circuitos de alimentações especificas.............................................17

Figura 16- Exemplo de circuito de domótica.......................................................................17

Figura 17- Exemplo de esquema unifilar de quadro............................................................18

Figura 18- Exemplo de pormenores de dimensionamento relativos a zonas de risco.........19

Figura 19- Exemplo de rede coletiva, fração A...................................................................20

Figura 20- Exemplo de rede coletiva, fração B....................................................................21

Figura 21- Exemplo de cálculos, incluindo a rede coletiva, de SMATV............................21

Figura 22- Exemplo de rede coletiva de tubagem................................................................22

Figura 23- Pormenor de PT aéreo........................................................................................23

Figura 24- Esquema unifilar, Q.G.B.T.................................................................................24

IV
LISTA DE ABREVIATURAS

ANACOM – Autoridade Nacional de telecomunicações

ATE – Armário de telecomunicações de edifico

ATI – Armário de Telecomunicações Individual

CATV – Televisão a cabo

CVM – Caixa de Visita Multioperador

DGEG – Direção geral de energia e geologia

DST – Descarregador de sobretensão

DVBT – “Digital Video Broadcasting Project” (TV Terrestre)

DVBT S2 - “Digital Video Broadcasting Project” (via satellite)

EN54 – European Norm 54. Norma Europeia 54

ITED – Infraestruturas de telecomunicações de edifícios

ITUR – Instalações de Telecomunicações em Urbanizações

OET – Ordem dos Engenheiros Técnicos

PSS – Plano de saúde e segurança

PTC – Posto de transformação cliente

QGBT – Quadro geral de baixa tensão

RG-CC – Repartido Geral de Cabo Coaxial

RG-FO - Repartido Geral de Fibra ótica

RG-PC - Repartido Geral de Pares de Cobre

RTIEBT – Regulamento Geral de Instalações Elétricas de Baixa Tensão

V
S/MATV – Televisão por satélite

SLOPE – Declive

TDT- Televisão digital terrestre

ZAP – Zona de Acesso Privilegiado

VI
1. INTRODUÇÃO

A Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e Computadora visa a formação de


Engenheiros Eletrotécnicos para o mercado de trabalho, sendo a sua área de atividade
bastante diversa. Como tal, a componente de estágio suporta a aplicação dos
conhecimentos adquiridos bem como as atividades práticas do respetivo perfil profissional.
No que respeita à condição de estudante, este estágio teve como objetivo proporcionar uma
experiência académico-profissional ao aluno e, também, complementar a sua formação,
tanto a nível cultural como social.

A escolha da empresa, para a realização do estágio, foi feita tendo em conta a


formação adquirida no decorrer do curso LEC e o desejo de explorar uma área de interesse
pessoal (projeto de instalações elétricas). Considera-se que este ponto foi um êxito, pois o
estágio escolhido inseriu-se totalmente no pretendido.

O estágio na empresa PESW – Pedro Emanuel Soares W – Engenharia Eletrotécnica,


foi uma etapa na qual foi permitido ao aluno aprofundar conhecimentos relativos aos níveis
teórico/práticos da área da engenharia eletrotécnica. Este estágio permitiu desenvolver e
aprofundar soluções, resolver diversos problemas, fundamentar dúvidas pertinentes e
esclarecer curiosidades, tendo em conta as bases adquiridas na presente licenciatura.

No período de estágio, que decorreu entre o dia 7 de junho e 9 de setembro, foram


diversas as tarefas e atividades propostas pela empresa. Ao longo deste relatório serão
abordadas as áreas em que o aluo foi inserido, tais como: projeto de instalações elétricas,
ITED e orçamentação.

Nos capítulos seguintes serão apresentadas duas tipologias de projetos diferentes e


alguns casos específicos, de acordo com o trabalho desenvolvido no decorrer do estágio.

1
2. CARACTERIZAÇÃO DE EMPRESA

2.1. Serviços e áreas de trabalho

A PESW é uma empresa certificada e habilitada a efetuar serviços na área de


engenharia eletrotécnica, maioritariamente no que se refere a projetos de especialidade. A
partir do seu escritório, são efetuados projetos de instalações elétricas, ITED, ITUR, gás e
domótica. Também são efetuados serviços de inspeção a segurança de obras. Todos os
acompanhamentos necessários são efetuados, assim como os respetivos levantamentos.

2.2. Contexto regional e nacional

Com a introdução das diversas tecnologias online, hoje em dia é possível efetuar este
tipo de serviços remotamente. Com isto, a PESW, ao nível do Algarve efetua serviços na
sua totalidade regional.

Sendo uma área exigente e intensiva, podemos afirmar que existe maior procura que
oferta, logo, é considerado “vulgar” efetuar serviços, também, para várias outras áreas do
país, nomeadamente no Alentejo, Centro e Norte. Neste caso o trabalho consiste em efetuar
os projetos com base nos levantamentos efetuados por outros colegas, sendo também
realizadas reuniões de acompanhamento sempre que necessário.

2.3. Caracterização externa


Com a normalização e a introdução das normas europeias, hoje em dia muitas regras
e procedimentos são transmissíveis de país para país, existindo naturalmente uma
facilidade superior a nível europeu. Existindo uma normalização do curso, e uma grande
necessidade laboral, no mesmo somos, por vezes, solicitados para efetuar projetos para
outros países europeus, ou então os outros países que queiram efetuar trabalhos em
Portugal, por vezes recorrem a nós, para ser realizada uma “tradução” do projeto que,
muitas vezes, neste contesto é realizado exteriormente e posteriormente, adaptado à norma
portuguesa. Estando inseridos numa região turística, uma parte dos trabalhos efetuados são
para estrangeiros e, deste modo, são efetuadas linhas de comunicação e contactos com
outros escritórios e gabinetes de projeto, a nível internacional.

2
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
NO ESTÁGIO

No decorrer do estágio foram realizados diversos e variados procedimentos na área


do projeto eletrotécnico. Como tal, serão apresentados dois projetos realizados e será feita
a explicação relativa aos procedimentos, escolhas e algumas curiosidades, como o projeto
para um Posto de Transformação Aéreo e o seu dimensionamento. Por fim, serão anexadas
as telas finais dos mesmos, com as respetivas dobragens, de modo a complementar a
informação escrita e também explicitar o aspeto que uma tela final deverá ter.

Outra atividade também realizada em algumas situações, foi a elaboração dos


relatórios de segurança. Como tal, será feita uma breve introdução à coordenação de
segurança, sendo esta, também, suportada com exemplos em anexo.

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3.1. Moradia unifamiliar

3.1.1. ITED, normas, escolhas e telas justificadas

No presente ponto, será feita uma descrição dos aspetos mais relevantes, de modo a
demonstrar o tipo de trabalho desenvolvido neste estágio. Em primeiro lugar será abordada
a especialidade de projeto ITED, visto ser obrigatória independentemente do fim a que a
instalação se destine e da potência projetada, enquanto que, de acordo com a norma
portuguesa em vigor, só a partir de 10.35 kVA é que as instalações carecem de projeto
eletrotécnico.

Para tal, neste ponto, será feita a descrição do procedimento a efetuar para realizar
um projeto ITED de uma moradia, sendo este complementado pelo Anexo 1, no qual o
projeto é anexado, devidamente dobrado, identificado e numerado, segundo as normas
obrigatórias da ANACOM para a elaboração de projetos ITED. No anexo apresentado, por
motivos de proteção de dados, as informações pessoais não transmissíveis serão rasuradas
do mesmo, visto que será anexado um projeto final.

Existem diversas e variadas formas de elaborar um projeto ITED, sendo que as


condições iniciais do mesmo variam de caso para caso. Como tal, será descrita o processo
deste projeto em particular, visto ser um campo demasiado abrangente para efetuar uma
síntese curta. Nesta descrição será apresentado o método de trabalho do escritório em que o
estágio foi realizado.

O início do trabalho começa com a fase do levantamento, ou seja, compreender as


necessidades técnicas e cómodas de forma a efetuar um projeto com brio, obedecendo às
necessidades do cliente. Neste caso em particular, foi efetuada uma reunião com outro
estabelecimento de engenharia, prática bastante comum na área, de modo a responder a
todas as necessidades da região. Foram transmitidas as informações necessárias à
elaboração do projeto e de seguida foi enviado alguma documentação, que é crucial para o
início do processo (Figura 1). Normalmente são enviadas as plantas de arquitetura, a
documentação do edifico, a planta de localização, o registo predial e o termo de
responsabilidade, de engenharia civil ou de arquitetura, conforme o caso.

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Figura 1- Documentação recebida

São iniciadas as bases do projeto, sendo que, para o presente efeito, é necessária a
arquitetura do mesmo, como apresentado na Figura 2:

Figura 2- Plantas de arquitetura

Após a simplificação da planta, à qual foi retirada a informação pouco relevante,


obteve-se a planta da Figura 3.

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Figura 1- Bases para desenho técnico

Sobre estas bases é iniciado o traçado dos pontos a colocar em obra, sendo mantidas
as denominações das divisões e blocos exemplificativos, que auxiliam na perceção do que
irá ser projetado. Com as reuniões devidamente efetuadas, é feita uma filtração do que é
requerido pelo cliente e pelo escritório de arquitetura. Obtido um consenso é então iniciado
o projeto.

É respeitada a norma em vigor, ITED 4, que esteve em regime transitório desde


01/04/202 a 01/07/2020, estando então este projeto inserido no regime em vigor. O manual
ITED 4 em vigor, tal como os anteriores, regula os mínimos obrigatórios, diâmetro de
tubos, secção de condutores, equipamentos, onde como e quando instalar, etc…

Foram tidas em conta regras como a utilização de uma tomada de par de cobre e uma
coaxial por compartimento (compartimento são todos os espaços de utilização que tenham
mais que 6m2 de área), como por exemplo: sala, quartos, cozinhas, escritórios…

Seguidamente são realizados os traçados que incluem os diversos pontos de tomadas


a ZAP, o ATI, a CVM, e os demais diversos equipamentos, condutores e diâmetros
projetados, sendo efetuada uma numeração como se pode verificar na Figura 4.

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Figura 2-Exemplo de traçado

Visto ser um desenho de elevada dimensão, para melhor compreensão do mesmo é


necessário consultar o ANEXO 1, “PROJECTO DE INFRAESTRUTURAS DE
TELECOMUNICAÇÕES EM EDIFÍCIOS”, capítulo “13. Peças desenhadas”, de “desenho
101” a “desenho 104”, sendo a Figura 4 apenas um excerto de um dos pisos do edifício em
questão.

Após os traçados, segue-se o esquema de rede de tubagens, esquema de cablagem de


pares de cobre e esquema de fibra ótica.

O esquema de rede de tubagens (Figura 5) tem como fim, apresentar um diagrama de


distribuição das tubagens, tomadas e as demais diversas caixas usadas conforme a situação,
bem como também o diâmetro das mesmas. De referir que, tal como se pode verificar nos
anexos anteriormente referidos, por norma algumas informações são omitidas por questões
de apresentação dos projetos, como por exemplo informações repetidas como diâmetros de
tubos, aparelhagens, etc…, sendo coladas em legendas de apoio por folha, por projeto.

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Figura 5- Exemplo de rede de tubagens

O esquema de cablagem de pares de cobre (Figura 7), tem a mesma função que o de
rede de tubagens, servindo para se obter uma perceção visual da disposição das tomadas de
pares de cobre, por ordem, é um esquema meramente demonstrativo. O mesmo se pode
afirmar em relação ao esquema de fibra ótica (Figura 6), sendo apenas referências a
respeitar no que toca, por exemplo, onde uma rede começa e termina.

Estes desenhos podem ser vistos em mais detalhe, no desenho número 202 do
respetivo anexo.

Figura 6-Exemplo de esquema de fibra ótica Figura 7- Exemplo de rede de pares de cobre

Após estes dimensionamentos é possível realizar os cálculos das redes CATV e


MATV e dimensionar o ATI. O ATI é dimensionado de forma a satisfazer as necessidades
da instalação e, por norma, os equipamentos que o constituem são escolhidos de forma a
manter as perdas de sinal no mínimo possível, mas também prever alterações futuras.

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Neste caso, foi considerado que a instalação possui 17 conexões de pares de cobre e
10 terminais de coaxial. Os exemplos considerados por nós e pela maioria dos escritórios
de engenharia, são por norma do fabricante nacional QUITÈRIOS ou TEKA. Assim, é
dimensionado o ATI, tendo em conta que os painéis são fabricados com um número par de
saídas e considerando também as perdas, foi escolhido um ATI/BASTIDOR de 19’’, 32
unidades com os respetivos equipamentos, o RG-CC, RG-PC, RG-FO, painel de tomadas
schuko, etc. Na Figura 8 é apresentado um pormenor parcial do ATI.

Figura 8- pormenor parcial de ATI/BASTIDOR

Para uma análise total do dimensionamento do ATI, pode ser consultado o desenho
206 do respetivo anexo onde, também pode ser encontrada a sua descrição na estimativa
orçamental, no anexo “PROJECTO DE INFRAESTRUTURAS DE
TELECOMUNICAÇÕES EM EDIFÍCIOS”, capítulo 11 “Medições e orçamento”, páginas
18 e 19 do documento.

Após estes dimensionamentos, pode-se efetuar os cálculos, que têm como objetivo
simular, em projeto, os piores e melhores casos possíveis de perdas de sinal na rede de
coaxial. Os mesmos compreendem as redes de CATV e S/MATV, neste caso particular,
segundo o manual ITED 4, páginas 97 e 98. É utilizado o software da TEKA, como
exemplificado na Figura 9 e Figura 10, no qual é inserida a informação sobre o RG-CC, o
ATI, os terminais em estrela e a respetiva cablagem. De seguida, é parametrizado cada
ponto, ou seja, é atribuída a característica de frequências, parâmetros da cablagem e
distâncias, sendo que estas que são obtidas após os traçados serem concluídos.

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Para este dimensionamento é necessário ter em consideração 3 pontos fulcrais:

 É tomado em consideração a ligação permanente da rede, ou seja, da ficha F ao


terminal da tomada e considerado a perda no cabo e nos ligadores da ficha F. O
“SLOPE” é visto como a diferença da frequência mais alta à mais baixa. De novo, os
cálculos considerados são para as redes de CATV e MATV/SMATV, esta última
devido à legislação de TDT, que está dividida entre o tipo A e B (Cobertura da rede)

 A atenuação e a queda de tensão do sinal, são introduzidas no RG-CC duas


redes: DVB-T e DVB-S2, que têm as frequências compreendidas entre 47 Hz e 862
Hz, 950Hz e 2150Hz respetivamente. O RG-CC tem de ser homologado de 47 a
2400 HZ por causa das normas EN 50173,50174 e 50117, respetivamente, segundo o
Manual ITED 4 (páginas 20 e 21). Os valores das tomadas para os ensaios são
efetuados de maneira que para CATV e MATV fiquem compreendidos entre 45 Hz e
74 Hz, e para S/MATV, 47 Hz e 77 Hz, segundo o manual, pelo que é apresentado
em projeto os cálculos das F- e F+ (ficha mais favorável e menos favorável). A
atenuação é o valor do sinal mais a atenuação total, o sinal na tomada é a soma da
atenuação da ligação permanente mais a soma da atenuação da ligação do repartidor,
mais o valor mínimo, por exemplo, 45 Hz. De realçar que estas conclusões e normas
são exclusivas para moradias.

 Por último, a afinação é a escolha do projetista, para a operador, possuir uma


referência de valor a injetar na rede, de modo que se verifique se é necessária a
instalação de amplificação de sinal ou não, página 108 do manual de ITED 4.

Figura 9- Exemplo de tela de simulação do software CAD/ITED/ITUR da TEKA

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Figura 10- Exemplo de tabela obtida a partir da simulação do software CAD/ITED/ITUR da TEKA

Para uma consulta mais pormenorizada dos exemplos anteriores, consultar


“PROJECTO DE INFRAESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES EM EDIFÍCIOS”,
capítulo 13 “Peças desenhadas”, desenho 201 do anexo 1.

Após a inserção do desenho tipo de redes de terras, pormenores da CVM, planta de


localização (à escala de 1:2000, obtidas nas páginas de internet das câmaras municipais,
em plantas de implementação), índices e restantes pormenores, conclui-se os pormenores
mais relevantes das peças desenhadas.

De seguida, são desenvolvidas as peças escritas, estas englobam os termos de


responsabilidade da ANACOM e OET, as fichas de identificação, a estimativa orçamental,
os cálculos de FO e por fim a memória descritiva, que engloba todos os acima referidos.

Tanto o termo da ANACOM como o da OET são emitidos a partir das respetivas
plataformas, o primeiro após ser realizada uma formação para se ter direito a assumir a
responsabilidade sobres esta especialidade. Podem ser observados em detalhe em
“PROJECTO DE INFRAESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES EM EDIFÍCIOS”,
capítulo 13 “Peças desenhadas”, páginas 3 e 4do anexo 1.

O termo de responsabilidade também obedece a uma base pré-definida e pode ser


visto na página 2 do mesmo anexo.

Completando esta parte de documentação oficial, segue a “Ficha de identificação do


projeto” que pode ser visto nas páginas 6 e 7 do mesmo anexo. É anexada também uma

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declaração e o seguro, conforme a norma de ITED, para peças escritas dos respetivos
projetos.

As páginas seguintes serão apresentadas como uma descrição e justificação de


equipamentos, cabos, terminais e, em síntese, de todas as situações a considerar numa
projeção e instalação de telecomunicações, páginas 8 a 17 do mesmo anexo.

Na fase seguinte é feita a estimativa orçamental, em que é contabilizado, segundo


valores tabelados, um valor aproximado do custo da instalação, projeto e certificação,
páginas 18 e 19 do mesmo anexo. Na página 20 podemos encontrar os cálculos de
atenuações de fibra ótica, que segue a mesma filosofia da rede coaxial, a partir de uma
tabela pré configurada, em que é inserida as características da rede e as suas distâncias aos
terminais.

Concluída esta fase, obtemos uma memória descritiva, na qual se encontram todos os
documentos acima referidos. Consultar a parte inicial do anexo 1 apresentado
“PROJECTO DE INFRAESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES EM EDIFÍCIOS”,
elaborado conjuntamente com o supervisor. Este documento obedece a regras de
formatação, do mesmo, e como tal, a mesma, não foi alterada de modo a permitir a
visualização do aspeto final de um projeto desta especialidade.

Deve-se realçar que em ITED 4 é obrigatória a instalação de tubagem e a respetiva


cabelagem de fibra ótica desde o repartidor de fibra ótica no ATI/BASTIDOR até à ZAP.

De acrescentar que esta especialidade carece de uma certificação de rede, em que são
realizados ensaios físicos às redes instaladas, de modo a certificar o que foi simulado em
projeto. Na empresa em que se realizou o estágio não é fornecido esse tipo de serviço, por
isso são efetuadas parcerias com terceiros, de modo a facilitar ao cliente um processo
completo e metódico.

3.1.2. Projeto de alimentação e distribuição de energia elétrica

No caso deste edifício, foi também requerido o projeto elétrico, sendo esta uma
prática bastante comum, partilhando diversos processos semelhantes ao projeto ITED. No
entanto, serão analisados apenas alguns detalhes que se consideram mais foram relevantes
para a aprendizagem do estagiário.

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O projeto de alimentação e distribuição de energia elétrica obedece a uma estrutura
semelhante à da especialidade anteriormente apresentada, em que existe uma parte inicial
de documentação, com os termos respetivos e a explicação técnica da projeção,
compreendendo assim numa memória descritiva, tal como as ITED. No final são
apresentados os desenhos técnicos.

Importa realçar que são tomadas em consideração as normas europeias, relativamente


a instalações elétricas, de modo a harmonizar as instalações, mas primeiramente obedece à
norma portuguesa, que é redigida pelo RTIEBT.

Como referido, o processo inicial é semelhante ao anteriormente apresentado, com a


diferença que por vezes são requeridas “telas finais” de instalações existentes ou
remodeladas para aprovação, sendo que assim pode ser, por vezes, necessário efetuar um
levantamento em obra, como exemplificado na Figura 11.

Figura 11- Exemplo de levantamento em obra

O processo de desenho técnico está divido em algumas secções. Mediante o caso


(podem existir exceções e ou esquemas variados a apresentar), esta separação é feita de
modo que possam ser apresentados, com claridade, os diversos circuitos da instalação.
Neste projeto pode-se encontrar um acrescento que será abordado posteriormente. Assim,
foi feita a seguinte divisão:

 Alimentações e quadros elétricos;

 Circuitos de tomadas;

 Circuito de iluminação;

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 Alimentações especificas

 Bus domótica

 Esquemas unifilares de quadros;

 Volumes de I.S.

 Volumes de piscina

O item “Alimentações e quadro elétricos”, tem por objetivo localizar nos desenhos os
locais onde serão instalados os quadros elétricos do edifício, a portinhola, contador, etc…,
resumindo toda a rede de fornecimento desde o exterior até à entrada dos quadros. Todos
os blocos utilizados em desenho, vêm caracterizados nas respetivas legendas. Na Figura 12
é apresentado um exemplo de rede de alimentadores.

Figura 12- Exemplo de rede de alimentadores

Para uma análise mais detalhada consultar ANEXO 1, “PROJECTO DE


ALIMENTAÇÃO E DISTRUIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA”, capítulo 11,
desenhos de 101 a 104.

As colocações destes equipamentos obedecem às boas regras de arte, cumprindo


claro, e à legislação elétrica imposta até à data.

Em seguida é iniciado o desenho do circuito de tomadas, onde para além destas são
incluídos pontos como alimentação de painéis, bombas de calor, piscina, etc.…. Tenta-se,
sempre que possível, efetuar uma distribuição uniforme de circuitos por quadros, de forma
lógica, por circuito. Procura-se também não ultrapassar mais que 8 pontos de tomada. Nos
circuitos de zonas tipo cozinhas, são projetados pontos de tomada designados, de modo a

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oferecer a melhor proteção possível ao equipamento, como representado na Figura 13. Por
exemplo, são consideradas alimentações diretas, na respetiva divisão, para os frigoríficos,
placas de indução, máquinas de lavar loiça, micro-ondas, etc. A mesma regra é aplicada a
divisões como lavandarias, circuitos exteriores…

Os condutores permitidos por lei e, em outras situações, cabos, vêm designados nos
respetivos desenhos elaborados, e podem ser consultados em ANEXO 1, “PROJECTO DE
ALIMENTAÇÃO E DISTRUIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA”, capítulo 11,
desenhos de 201 a 204.

Figura 3- Exemplo de circuitos designados

Tomadas tipo estanque ou outros pontos de natureza diversa, são representados, com
rigor, em desenho e nas suas respetivas legendas. De modo a aliviar projetos de dimensão
elevada, por vezes, são implementados barramentos de cor diferente, de modo a evitar
projetos de observação “pesada”. É fundamental que, para qualquer que seja a situação, a
sua interpretação seja o mais clara possível. Como referido anteriormente, o caso
apresentado foi requerido por um escritório de arquitetura, em que foi previamente
definido com os clientes o local dos equipamentos, o que para a seção de engenharia
eletrotécnica é crucial, devido ao dimensionamento de proteções e quadros elétricos.

De seguida são projetados os circuitos de iluminação. Com os circuitos de tomadas


finalizado, é feito inicialmente um estudo com os clientes, engenheiros e arquitetos, de

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modo a projetar os diversos pontos de iluminação, o seu tipo, classes, etc…

Como tal, após definido em levantamento os respetivos pontos de luz do edifico, o


trabalho do engenheiro eletrotécnico passa por traduzir esses mesmos levantamentos em
circuitos. São então representadas as diversas comutações, interrupções, sensores, caixas
de derivação respetivas, com a quantidade exata de fios por circuito e os seus pontos de
ligação, como apresentado na Figura 14.

Figura 4- Exemplo de circuitos de iluminação

De modo a visualizar com mais detalhe os circuitos efetuados, os mesmos podem ser
consultados em ANEXO 1, “PROJECTO DE ALIMENTAÇÃO E DISTRUIBUIÇÃO DE
ENERGIA ELÉCTRICA”, capítulo 11, desenhos de 301 a 304.

Os desenhos de alimentações especificas (Figura 15) servem, por norma, para


identificar estores elétricos, videoporteiros e os controles dos mesmos. Em relação aos
estores é representado sempre o seu equipamento de comando, o seu equipamento de
controlo e o cabo de comunicação que passa por piso, por todos os circuitos, de modo a
obter um controlo geral, se requerido. Os videoporteiros, são representados o seu módulo
interior, e exterior, a tranca eletromagnética do portão, se existir, e a sua alimentação
respetiva.

16
Figura 15- Exemplo de circuitos de alimentações especificas

Neste caso específico, a instalação requeria um sistema de domótica (Figura 16), de


modo a automatizar todos os circuitos à exceção das tomadas, por isso, este projeto, possui
a tal exceção que referi anteriormente, em que são projetados circuitos de domótica, com a
respetiva rede estruturada em “BUS” e os equipamentos terminais que posteriormente
serão programados por um integrador. São então considerados blocos demonstrativos,
muitas das vezes, nos locais onde anteriormente existiriam interruptores e comutadores. O
sistema de domótica é então instalado de modo a fazer o comando dos diversos circuitos da
instalação, sendo instalado um quadro auxiliar, que é equipado com os respetivos módulos
responsáveis pela automação da instalação.

Figura 16- Exemplo de circuito de domótica

17
Para uma consulta com maior detalhe dos circuitos efetuados, estes podem ser
consultados em ANEXO 1, “PROJECTO DE ALIMENTAÇÃO E DISTRUIBUIÇÃO DE
ENERGIA ELÉCTRICA”, capítulo 11, desenhos de 401 a 504.

Por fim, são apresentados os diagramas unifilares dos quadros elétricos como
representado na Figura 17. Nestes, é possível observar a separação dos diversos circuitos,
com os seus respetivos disjuntores e o seu poder de corte. É representado os diagramas a
começar a montante, pelos cortes gerais, passando pelas proteções diferenciais, até aos
disjuntores, relés, etc… Estes são dimensionados segundo as normas em vigor, tendo em
conta a sua função, secção de fio, e equipamentos a alimentar.

Figura 17- Exemplo de esquema unifilar de quadro

De modo que sejam vistos mais detalhadamente os circuitos efetuados, estes podem
ser consultados em ANEXO 1, “PROJECTO DE ALIMENTAÇÃO E DISTRUIBUIÇÃO
DE ENERGIA ELÉCTRICA”, capítulo 11, desenhos de 601 a 603.

No final do projeto é então apresentada uma justificação de alguns pormenores de


dimensionamento relativos a zonas de risco, contactos de proximidade com humidade,
água (Figura 18). Tudo isto é considerado por lei, por estas razões é que não se pode
montar uma tomada não estanque a menos de 80 cm de uma banheira ou polibã por
exemplo, e com tal, nos desenhos 701 e 702, vem demonstrada a norma para os volumes,
dividindo assim e classificando as zonas de risco respetivas, com um quadro de proibições.
Servem de justificação para o porquê de se utilizar tomadas estanques, equipamentos IP55,

18
etc.

Figura 18- Exemplo de pormenores de dimensionamento relativos a zonas de risco

Em relação às peças escritas, não existe muito a acrescentar, já que servem o mesmo
propósito que as peças escritas de ITED anteriormente referidas, contendo nelas os termos
de responsabilidade, autoria e uma memória descritiva e justificada, de modo a defender a
instalação e o seu projeto. Pode ser consulta no início de ANEXO 1, “PROJECTO DE
ALIMENTAÇÃO E DISTRUIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA” de página 1 a 25.

Justifica-se a escolha da inclusão deste anexo de elevado volume pelo facto de ter
sido o primeiro projeto no qual o estagiário teve uma participação total, e como tal, é
relevante de modo a defender os conhecimentos obtidos durante esta fase. Sendo este uma
grande parte da autoria do estagiário, o anexo é apresentado como uma versão final do
mesmo projeto entregue, possuindo, no mesmo, todas as justificações a questões que
possam surgir.

19
3.2. Edifício habitacional

3.2.1. Exceções de ITED, ampliações e alterações em edifícios


existentes

Neste ponto será apresentada uma parte relativa a alterações e diferenças que possam
surgir no projeto de uma moradia unifamiliar e um edifício de duas frações. Foi escolhido
referir alguns aspetos do ITED, visto que a componente elétrica, não difere a nível técnico,
do projeto anteriormente apresentado. Sendo uma situação extraordinária, será apresentado
alguns pontos mais relevantes, com a sua respetiva justificação.

A presente situação é correspondente a um edifício de duas frações, em que só


poderia ser intervencionada a fração B (1º piso), em que iriam ser aplicadas as normas
ITED 4ª, que são um conjunto de normas, incluídas no ITED 4, dedicadas a projetos de
adaptações, ampliações de habitações existentes, com redes presentes. Analisando em mais
detalhe, foi dimensionada a parte da rede coletiva do ITED, que liga, em parte, à fração A,
sem alterações e o dimensionamento do ATE até ao ATI da fração B, criando assim duas
redes ITED, um ITED A de modo a interligar a fração A à rede coletiva do prédio (Figura
19), e o ITED 4 “puro”, presente no interior da fração B (Figura 20).

Figura 5- Exemplo de rede coletiva, fração A

20
Figura 20- Exemplo de rede coletiva, fração B

Fazendo a comparação com o ITED, do projeto previamente apresentado, para além


dos cálculos existentes, e nele demonstrados, é adicionado também, o pormenor do ATE, a
rede de tubagem coletiva e os respetivos cálculos aos repartidores, desde a parte coletiva às
tomadas, como apresentado na Figura 21 e Figura 22.

Figura 21- Exemplo de cálculos, incluindo a rede coletiva, de SMATV

21
Figura 22- Exemplo de rede coletiva de tubagem

De modo que sejam vistos com mais detalhe os pormenores desenhados, cálculos e
dimensionamentos, estes podem ser consultados na sua totalidade em ANEXO 2.

Não foram anexadas peças escritas a este anexo deste relatório, por não se tratar de
conhecimento relevante para o desenvolvimento do mesmo, visto que partilha uma grande
percentagem de semelhança com o anteriormente apresentado.

22
3.3. Pormenor de trabalho em PT aéreo

Neste ponto do relatório será feita uma exposição da participação na elaboração de


um PT-C para um estaleiro de obras de um grande empreendimento turístico, numa zona
em que as linhas de baixa tensão não eram acessíveis, e, portanto, o cliente e o empreiteiro
solicitaram um PT-C, por questões de facilidade e rapidez, pois era necessária rede elétrica
com elevada urgência para dar início às obras.

Deste, foi solicitado e dimensionado um PT de 250 KVA, aéreo, tipo AI-2, com
capacidade de 160 KVA a 250 KVA. O transformador instalado assenta numa estrutura de
14 metros de altura e o QGBT ao nível do rés do chão, como apresentado na Figura 23. No
ANEXO 3 pode ser visualizado o pormenor do mesmo e o esquema unifilar nos desenhos
101 e 602 respetivamente. Não foi dimensionada a rede a partir do QGBT, mas foram
dimensionados os ramais que saem do mesmo, de modo a alimentar as cargas como gruas,
estaleiro e contentores. Nesta situação, os PT’s aéreos são projetos tipo, conforme a sua
emissão por parte da DGEG, e não existe grande evolução dos mesmo desde os anos 80.

Figura 23- Pormenor de PT aéreo

23
Após a análise do esquema unifilar, foi instalado na saída do transformador, um
disjuntor de 400 A, regulado a 360 A para proteção do QGBT. O QGBT terá uma única
saída que irá alimentar o quadro geral do estaleiro e as diversas cargas acima referidas.

O disjuntor de corte é regulável a 360 A, pois a 400 A não oferece a proteção


requerida para o barramento. Devido à seção dos cabos e as necessidades do QGBT, o
QGBT será equipado com 4 triblocos (saídas para fase 1,2,3 e fusível GG tipo “faca” para
linha de neutro).

O comum (linha de neutro), por norma da DGEG está dimensionado com um cabo de
secção de 35mm2 e os restantes condutores com seção de cobre de 70mm2. Neste caso, a
terra de proteção vai ser a mesma para os DST’s, pois a própria rede aérea possuí captores
que vão estar ligados à terra de proteção (por varão, desde o topo ao solo). Por curiosidade,
o DST não vem na norma do PT da DGEG, foi uma adição inserida pela EDP, que vem
descrito numa DMA (Normas internas da EDP, documentos normativos). Este, como se
trata de um PT-C, irá possuir um contador que vai ser de contagem direta por TI’s.
Tipicamente o QGBT está num lado e a caixa tipo A, que cumpre a dita norma, está na
lateral do poste. De modo que seja visto em mais detalhe os pormenores desenhados e
dimensionamentos, estes podem ser consultados na sua totalidade em ANEXO 3.

Figura - Esquema unifilar, Q.G.B.T.

24
4. INTRODUÇÃO À COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA

Neste capítulo do relatório será feita uma pequena síntese dos trabalhos efetuado
aquando das auditorias da coordenação de segurança em obras.

A Coordenação de Segurança em Obra constitui um requisito abrangido pelo


Decreto-lei 273/2003 de 29 de outubro que regulamenta as condições de segurança e de
saúde no trabalho em estaleiros temporários ou móveis.

O Coordenador de Segurança em Obra (CSO) é responsável, de acordo com a


legislação em vigor, assegurar as seguintes atividades:

 Colaborar com o Empreiteiro em todas as atividades relativas à Segurança e Saúde


dos trabalhadores da obra.

 Apreciar as Fichas de Segurança e Saúde elaboradas pelos Empreiteiros e ficar na


posse da cópia das Fichas que sejam aprovadas e fiquem em vigor.

 Solicitar a documentação técnica relativa aos trabalhos e materiais com riscos


especiais.

 Exigir um programa de trabalhos detalhado, que garanta de forma adequada a


Segurança aos trabalhadores.

 Incluir no PSS todas as informações relativas aos intervenientes na fase de


execução.

 Incluir no PSS cópia da Licença de Obra e anexos próprios.

 Incluir no PSS cópia dos Alvarás das Empresas Intervenientes.

 Incluir no PSS cópia das Apólices dos Seguros de Acidentes de Trabalho que
cubram todos os trabalhadores que exerçam a sua atividade produtiva dentro do
Estaleiro.

25
 Efetuar visitas regulares à obra responsáveis pela segurança das empresas
intervenientes na execução da mesma para ajudar a tentar identificar/
confirmar/validar todos os riscos inerentes aos trabalhos em curso.

 Promover reuniões periódicas com os mesmos responsáveis para esclarecer todas as


dúvidas relativas à Segurança e Saúde de cada fase dúvidas relativas à Segurança e
Saúde de cada fase.

O acompanhamento pelo CSO consistirá na avaliação antecipada dos riscos de


acidentes e o pedido a todas as entidades executantes a definição e o cumprimento de
medidas preventivas adequadas à prevenção desses riscos. No exercício das suas
atividades, o CSO será responsável por produzir os seguintes documentos:

 Elaboração do 1º relatório de diagnóstico do PSS, com vista à definição dos


documentos a integrar de imediato pelas entidades executantes e do modo de
utilização do PSS.

 Diagnóstico da compilação técnica.

 Relatórios de visita à obra.

No caso apresentado, segue, no Anexo 4, um relatório de visita à obra, acompanhado


das devidas conformidades e não conformidades, elaborado durante uma fase do estágio,
em que foram e estão a ser realizadas, semanalmente, auditorias a obras, no âmbito da
coordenação de segurança.

26
5. ANÁLISE CRÍTICA DO TRABALHO REALIZADO

Neste estágio foram postos em prática os conteúdos aprendidos nas aulas de Projeto,
TEE, Máquinas Elétricas e Eletrotecnia. Foram também desenvolvidos conhecimentos em
áreas específicas como o incêndio. Apesar de, o mesmo, ir ao encontro dos conteúdos
lecionados, houve necessidade de proceder à adaptação das bases de aprendizagem,
perante os trabalhos realizados na área.

Deste modo foi possível alcançar uma compreensão mais profunda relativamente ao
conceito de projeto e, também, no que se refere ao necessário para o acompanhamento
correto dos procedimentos a efetuar, mediante cada situação. Foram adquiridos
conhecimentos de implantação, tendo sido estes passados pelo supervisor de estágio, Eng.
Pedro Soares, perante um acompanhamento constante das tarefas a realizar. A máxima dos
trabalhos efetuados é oferecer facilidades na resolução de problemas, e, em harmonia com
os diversos colegas das restantes áreas, entregar ao consumidor final (cliente) um
“produto” normalizado e harmonizado, com o objetivo da rentabilidade máxima sempre
presente.

O estágio foi um intervalo de tempo bastante positivo na minha aprendizagem


pessoal, embora alguns erros tenham sido cometidos, como distrações e pequenos
equívocos, que somando, ao trabalho do engenheiro projetista resultam em erros de
projeto, tanto a nível de cálculos como de traçados.

É um trabalho exigente, stressante e exaustivo, portanto a gestão de recursos durante


as 8 horas de trabalho, é fundamental para manter o foco necessário, de modo a cumprir o
exigido com rigor. Porém, é para isso que serve o período de estágio, para que se possa
adquirir experiência nas áreas em questão, e acima de tudo, desenvolver um trabalho
profissional.

As condições de trabalho surpreenderam pela positiva, pois foi-me facultado de


imediato um posto de trabalho, com um computador competitivo, uma boa secretária
(essencial para desenhar rascunhos e fazer a dobragem de folhas) e todos os EPI’s
necessários (capacete, botas e colete refletor).

27
6. CONCLUSÕES

Com a conclusão deste estágio, foram atingidos alguns objetivos pessoais, sabendo
que as metas definidas foram cumpridas.

Os conhecimentos teórico-práticos adquiridos durante as 9 semanas de estágio foram


aplicados com êxito para a conclusão deste relatório e também do curso.

Com o decorrer do estágio, algumas das dificuldades sentidas, no início, na 1ª fase do


estágio devido ao pouco conhecimento prático que tinha, foram sendo colmatadas e
corrigidas, sendo também adquiridas novas competências na área da
Eletricidade/Eletrónica.

Creio terem sido atingidos todos os objetivos propostos ao longo desta etapa, como
também guardadas várias experiências teórico-práticas, que contribuíram para a minha
formação pessoal e profissional, permitindo-me encarar o mundo do trabalho como um
globo de oportunidades de aprendizagem e de competitividade. Esta experiência veio
reforçar a ideia e a vontade de prosseguimento dos estudos.

Em suma, afirmo que, perante o caminho para atingir a plenitude do título, me


enquadro numa condição deveras superior. Certamente num futuro próximo farei diversos
curos de modo a aprofundar, e poder tomar responsabilidade das especialidades em
questão, ITED e ITUR. De imediato realizarei o estágio profissional e o da ordem, este
último, para poder dar acesso à tomada de responsabilidades sobres as diversas instalações
elétricas, permitidas em Portugal e de um modo geral, por toda a Europa.

Mediante o que o futuro me reservar, foi concluída uma etapa que pensava que iria
ser mais distante, no entanto, o nível de preparação que, agora possuo, não tem
precedentes.

28
7. REFERÊNCIAS

Livros eletrónicos:

 DIÁRIO DA REPÚBLICA ELECTRONICO, Portaria n.º 949-A/2006, Regras


Técnicas de Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Disponível em:
https://dre.pt/web/guest/legislacao-consolidada/-/lc/70055500/view?q=Portaria+n.
%C2%BA%20949-A%2F2006

 Manual:
 ITED4: https://www.anacom.pt/streaming/Manual_ITED4_vfinal.pdf?
contentId=1519182&field=ATTACHED_FILE

 Documentos ou sítios eletrónicos:


 DEGEG: https://www.dgeg.gov.pt/pt/
 OET: https://www.oet.pt/portal/
 ANACOM: https://www.anacom.pt/render.jsp?
categoryName=CATEGORY_ROOT&languageId=0
 QUITÉRIOS: https://www.quiterios.pt/?lang=pt&page=company
 TEKA: https://www.teka.com/pt-pt/

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8. ANEXOS

30
ANEXO 1
-
PROJETO DE MORADIA

31
ANEXO 2
-
EDIFÍCIO HABITACIONAL

32
ANEXO 3
-
PORMENOR DE TRABALHO EM
PT AÉREO

33
ANEXO 4
-
INTRODUÇÃO ÀCOORDENAÇÃO
DE SEGURANÇA

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