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JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Relatório deEstágio
Relatório de Estágio

(João Manuel Bravo Alves)

225 492 190 Avenida Fernão de Magalhães,


www.institutocriap.com
geral@criap.com 1862, 5º piso | Porto, Portugal
JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Nome: João Manuel Bravo Alves

Especialização Avançada: Técnico Superior de Segurança no


Trabalho

Período de Estágio: 120 horas

Instituição Acolhedora: Securilabor-Centro de Segurança Médico


Laboral, Lda.

Orientador do Instituto CRIAP: João Lourenço

Orientador da Entidade Acolhedora de Estágio: Luís Sousa

(João Manuel Bravo Alves) 2


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Índice

Índice de ilustrações ................................................................................................... 4

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5
1.1- Objetivos do trabalho proposto ................................................................................ 7
1.2- Contextualização..................................................................................................... 8
1.2.1-A segurança, higiene e saúde no trabalho agrícola........................................... 9
1.3- Caracterização da entidade de acolhimento ...........................................................10
1.3.1- História ...........................................................................................................10
1.3.2- Missão, visão e valores de sustentabilidade da empresa ................................11
1.3.3- Organigrama da Empresa ...............................................................................12
1.3.4- Estratégia de Gestão ......................................................................................13
1.3.5-Core business, contextos de internacionalização .............................................13
1.3.6- Certificações e reconhecimentos no âmbito da qualidade ...............................14
1.4- Integração na Entidade de Acolhimento .................................................................14
1.4.1- Integração na entidade de acolhimento ..........................................................14

2. CARATERISTICAS DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................... 16


2.1- Plano inicial de trabalho .............................................................................................16
2.2- Atividades desenvolvidas ...........................................................................................16
2.3- Enquadramento Legal e Normativo............................................................................17
2.3.1-Legislação Geral ..............................................................................................17
2.3.2-. Legislação Específica ....................................................................................18
2.4- Metodologia geral ......................................................................................................23
2.4.1-Metodologia para a identificação de perigos e avaliação de risco ....................24
2.5- Sociedade Agropecuária Vale da Adega, S.A ............................................................27

3. Avaliação de Riscos profissionais e Analise de Resultados .......................... 28


3.1- Analise dos Resultados ...................................................................................31

CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 38

ANEXOS................................................................................................................... 39

(João Manuel Bravo Alves) 3


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Índice de ilustrações

Figura 1- Organigrama da Securilabor ..................................................................... 12


Figura 2-Índice de deficiência ................................................................................... 25
Figura 3- Índice de frequência .................................................................................. 25
Figura 4-Índice de trabalhadores Expostos .............................................................. 25
Figura 5-Índice de exposição.................................................................................... 26
Figura 6-Índice de severidade .................................................................................. 26
Figura 7-Nível de risco ............................................................................................. 27
Figura 8-Processo de trabalho na colheita ............................................................... 28
Figura 9-Colheitadeira para tomate Guaresi 89/93 DS 48 ........................................ 29
Figura 10-Colheitadeira para tomate Guaresi 89/93 DS 48 ...................................... 29
Figura 11-Trator Jonh Deere 8-R ............................................................................. 30
Figura 12-Trator Fent 724......................................................................................... 30
Figura 13-Avaliação de risco -RME .......................................................................... 31
Figura 14- Avaliação de Risco- CTA ........................................................................ 32
Figura 15-Avaliação de risco- CTA ........................................................................... 32
Figura 16-Avaliação de risco- CTA ........................................................................... 32
Figura 17-Avaliação de risco- CTA ........................................................................... 33
Figura 18- Avaliação de risco- CTA .......................................................................... 33
Figura 19- Avaliação de Risco- OIT.......................................................................... 34
Figura 20 - Avaliação de Risco- OIT......................................................................... 34
Figura 21-Tratores usados na exploração ................................................................ 39
Figura 22-Colheita do tomate ................................................................................... 39
Figura 23-Ato de separar o tomate da rama ............................................................. 40
Figura 24-Ato de separar o tomate da rama-2.......................................................... 40
Figura 25-Entrega do trailer ...................................................................................... 41
Figura 26-Zona de descanso .................................................................................... 41
Figura 27-Zona de refeição ...................................................................................... 42

(João Manuel Bravo Alves) 4


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1. INTRODUÇÃO

A natureza humana é sagaz e evolutiva, e principio esse que faz com que
conscientemente ou inconscientemente estejamos em constante evolução e
transformação, subconscientemente o HST sempre esteve envolvido a cada passo
da evolução do homem do porque o desejo de obter mais, fazer melhor e com
menos risco está intrínseco no nosso ADN, a cada vez que melhorávamos um
processo analisávamos as falhas e as corrigíamos as falhas, assim nos tornávamos
consciente do que é perigoso e tentávamos reduzir o risco, nem que fosse para
dinamizar a atividade, diminuir custos ou assegurar a permanência das pessoas no
trabalho, podemos então dizer que o eclodir deste tipo de prática ou pensamento
estiveram na origem do HST.

Podemos dizer que explosão da consciência do impacto das condições de


trabalho deu-se no séc. XVII com a revolução industrial e a crescente concentração
de mão-de-obra, num sistema crescente submetido à concorrência. (Bastos, 2018)

Segundo (Bastos, 2018) as recorrentes mudanças e transformações profundas e


exponencias da organização laboral, mostrou rapidamente que existia um vácuo na
matéria de proteção e segurança do trabalhador o que fez com que urgisse á
necessidade de serem implementadas as primeiras leis de proteção das condições
de trabalho, porém esse tempo abarcou um século, e só após a 1ª guerra mundial
(1919) é que surgiu a OIT-Organização Internacional do Trabalho, na qual Portugal
participa como membro fundador.

Segundo dados divulgados pela organização internacional do trabalho (OIT)


morre a cada 15 segundos um trabalhador/a devido a um acidente de trabalho ou
doença relacionada a sua atividade profissional, perfazendo um total de 6300 mortes
por dia e um total de 2.3 milhões de morte por ano. Ainda é indicado que 313
milhões de trabalhadores e trabalhadoras sofrem lesões profissionais todos os anos,
ou seja, 860.000 pessoas feridas no trabalho todos os dias.

(João Manuel Bravo Alves) 5


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Já segundos dados estatísticos recolhidos junto a autoridade para as condições


de trabalho (ACT) em Portugal no presente ano até ao momento se regista um total
de 70 acidentes mortais dos quais maioritariamente ocorreram nas instalações de
trabalho, o mês de fevereiro e agosto são os que registam maiores números de
acidentes 11 cada, e os dias da semana mais propensos averiguados até ao
momento é a 3ª feira e a 5ª feira. O distrito do Porto regista o maior número de
acidentes mortais com 17, Braga em segundo com 11 e lisboa em terceiro com 10
acidentes mortais registados até a data, quanto a nacionalidade dos 70 acidentes
mortais registados 39 delas foram causados ou sofridos por cidadãos nacionais, 6
por cidadãos estrangeiros e 25 por averiguar a nacionalidade, o género masculino é
o com maior número registado e a faixa etária com maior apurada com maior
número de acidentes é a de 45-54 anos, e quanto ao setor do atividade as industrias
transformadoras têm o maior número de acidentes mortais relatados com 19, a
construção civil com 17, e os trabalhos de agricultura, produção animal, caça,
floresta e pesca com 6 acidentes mortais registados até ao momento no presente
ano.

A única forma eficaz de fazer face a novos e antigos riscos passa pelo
enquadramento dos dispositivos legais e das atividades numa forte cultura de
segurança segundo o entendimento da OIT. Este conceito traduz-se numa cultura
em que o direito a trabalhar num ambiente seguro e saudável é respeitado a todos
os níveis e em que governos, empregadores e trabalhadores colaboram ativamente
para assegurá-los através da definição de um sistema de direitos, responsabilidades
e deveres, assim como da atribuição da máxima importância ao princípio da
prevenção.

A agricultura é um setor de atividade económica com um número elevado de


índices de sinistralidade e que em relação aos outros setores de atividade tem
recebidos pouco apoio para mudar esse panorama encontra-se um vácuo de
regulamentos específicos ao contrário dos outros setores, entende-se que existe
uma grande dificuldade e atuar no setor, tendo em conta que a maioria de empresas
que atua nesse setor são empresas do tipo familiar e de pequenas dimensões, ainda
assim é fundamental implementar estratégias de prevenção de riscos profissionais
de forma mais conducente. (GALAIO, 2016)

(João Manuel Bravo Alves) 6


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O presente relatório foi desenvolvido no âmbito do estágio curricular para


obtenção do título de técnico superior de Higiene e segurança no trabalho, o estágio
foi efetuado na empresa Securilabor, e através desta foi possível desenvolver e
aplicar o objetivo proposto para o estágio que é a elaboração da Avaliação de risco
profissionais em uma atividade, na qual a entidade em procedemos a devida
avaliação foi a Sociedade Agropecuária do vale da Adega. Sendo indicamos que o
presente trabalho se encontra estruturado da seguinte forma:

• Na primeira parte do trabalho tecemos uma breve introdução a matéria de


Higiene e Segurança no Trabalho
• Na segunda parte do trabalho retratamos as atividades desenvolvidas durante
o estágio
• No terceiro capítulo apresentamos a Avaliação de risco e a sua devida análise

1.1- OBJETIVOS DO TRABALHO PROPOSTO

Com o presente estágio é pretendido conciliar o aprendizado em sala de


aulas ou o teórico com a prática e situações reais, visto que o estágio será centrado
na Avaliação de Riscos Profissionais conforme pré-definido com a entidade
acolhedora, foi então estabelecido os seguintes Objetivos:

Objetivo Geral

Na finalização do estágio, ser capaz de elaborar um relatório de Avaliação de


risco.

Objetivos específicos:

• Ser capaz de identificar os fatores de risco e os riscos


associados a uma atividade.
• Ser capaz de indicar ou aplicar medidas Preventivas e corretivas
associadas a situações de risco.
• Elaborar um levantamento do histórico de acidentes e
estabelecer relações.

(João Manuel Bravo Alves) 7


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De forma a alcançar os objetivos pré-estabelecidos o método que iremos usar vai


passar por acompanhar o máximo de visitas de auditoria possível, e a indagação
aos trabalhadores das áreas afetas.

1.2- CONTEXTUALIZAÇÃO

Antes de adentramos ao que foi efetuado durante o estágio gostaríamos de


fazer uma breve contextualização sobre a matéria de Higiene e Segurança no
Trabalho, bem como uma breve contextualização do agrícola em Portugal.

A HST não se resume numa mera obrigação para estar em conformidade com
a lei, mas também uma forma de promover o desenvolvimento e valorização do ser
humano, respeitando a sua saúde, integridade física e bem-estar de todos que
pertencem a organização criando assim um ambiente ideal para atingir os objetivos
pré-estabelecidos pela organização, sendo assim pretendemos desmesclar o que é
Higiene Segurança no Trabalho para melhor elucidação.

Entende-se por Higiene no Trabalho ao conjunto de normas e


procedimentos que visa, a proteção da integridade física e mental do trabalhador,
preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente
físico onde são executadas. Sendo assim podemos apontar como o estudo da
matéria respeitante as condições de trabalho e os seus parâmetros aceitáveis como:
Iluminação, ventilação, ruído, riscos térmicos, químicos ou biológicos etc. Em última
análise será tudo o que poderá originar uma doença de trabalho. Já a Segurança
no trabalho é dita como o agregado de medidas técnicas, educacionais, médicas e
psicológicas, utilizadas para mitigar acidentes quer eliminando as condições
inseguras do ambiente, quer orientando ou convencendo as pessoas da
implementação de práticas preventivas. É o englobar de estudos no que diz respeito
a parâmetros como: transporte de cargas (manual ou mecânico), riscos elétricos,
utilização de máquinas, etc. Em última análise será tudo o que poderá originar um
acidente de trabalho. (Filipe & Ferreira, 2019)

(João Manuel Bravo Alves) 8


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1.2.1-A segurança, higiene e saúde no trabalho agrícola

Segundo dados fornecidos pelo Banco de Portugal 1, a caraterização do


setor agrícola português em 2022 era composta por 40.483 mil empresas o que
compreende um volume de negócio avaliado em 68.994 (valores em milhões de
euros) e emprega um número de 295.583 trabalhadores. Quanto a sua dimensão o
setor se encontra divido em: Microempresas, Pequenas Empresas, Médias
Empresas e Grandes empresas.

Quanto a dimensão do setor as microempresas representam uma percentagem de


85,54% quanto ao número de empresas sendo a maior representada, quantos ao
volume de negócio tem a menor representatividade 11,23% e quanto ao n.º de
pessoas ao serviço é a terceira com maior número sendo um total de 22,91% entre
as classes.

As pequenas empresas representam um número de 11,75% em relação ao número


de empresas tendo a 2 maior representatividade e com um volume de negócio de
20,6% em relação as outras classes, e com uma percentagem de número de
pessoas ao serviço de 29,9% sendo a classe com o maior número de pessoas ao
serviço.

As médias empresas estão representadas em 2,28% em relação ao número de


empresas tendo um volume de negócios representado em 27,82% sendo a 2ª maior
quota entre as classes e a segunda com o maior número de pessoas ao serviço com
uma percentagem de 25,68%.

Já as Grandes empresas embora apenas representam uma percentagem de 0,43%


entre as classes das empresas são as que têm uma maior percentagem de volumes
de negócio compreendendo 40,35% e com uma percentagem de 21,51% de número
de pessoas ao serviço. (Banco de Portugal euro sistema, 2023)

Com essa breve figuração da composição das classes de empresas que


atuam no mercado agrícola é possível evidenciar que as microempresas têm uma
maior representatividade e muitas destas empresas são empresas familiares sem

1 Banco de Portugal euro e sistemas (BP STAT)

(João Manuel Bravo Alves) 9


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grandes auxílios governamentais e automação ao seu dispor e para suprir as


necessidades recorrerem a mão de obra barata, contratando indiscriminadamente
para o seu serviços, e sendo que o fluxo de entrada de saída é tão alto, que muitas
das vezes se recorre a mão-de-obra estrangeira, situações estas que se traduzem
por trabalho não formal, pouco qualificado com ausência de formação o que remete
as empresas e os próprios trabalhadores a um maior risco de acidentes de trabalho.

O trabalho agrícola é considerado um dos mais perigosos no mundo rural


onde se verificam elevadas taxas de acidentes graves. É uma atividade que é
caracterizada por especificidades próprias que carecem de observação atenta no
concerne a sua organização de tempo, a utilização e manuseamento de
equipamentos massivos, aplicação de produtos químicos, transporte de carga,
contato com animais e o tratamento da terra. Os fatores Ambientais e
organizacionais, bem como a sazonalidade, isolamento, a dependência climatérica,
a idade avançada dos trabalhadores e a reduzida informação e formação dos
mesmos tornam a atividade agrícola, distinta de outras atividades, acrescendo o fato
que no desempenho das tarefas na maior parte das vezes exige um esforço físico
considerável, posturas penosas, condições ambientais adversas, tal como o hábito
e a tendência de improvisar sempre que possível aumentam o risco potencial para a
saúde do trabalhador (Filipe & Ferreira, 2019)

Os intervenientes na exploração agrícola estão sujeitos a variados riscos, onde


alguns podem resultar em acidentes e para mitigá-los é necessário investir na
segurança, através da identificação avaliação, prevenção, controlo e eliminação dos
riscos, é necessário ter em consideração os 4 componentes mais importantes no
trabalho agrícola que são: A componente técnica, Humana, e o meio ambiente.
(Freitas, 2016)

1.3- CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE DE ACOLHIMENTO

1.3.1- História

(João Manuel Bravo Alves) 10


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O estágio decorreu na empresa Securilabor-Cento de Segurança Médico


Laboral Lda., do grupo 4#ALL- Healt&Safety, com a sede cita em lisboa na Rua
Julieta Ferrão12 – 12ª piso, 1600-131 Lisboa, sendo ainda existente duas outras
delegações no país (Porto e Évora). O core da sua atividade é à organização e
exercício da atividade de segurança higiene e saúde no trabalho.

Sendo detentor do CAE 86906- Outras atividades de saúde humana- a


Securilabor presta serviço na área de Segurança e Saúde no Trabalho, estando
devidamente autorizados pela ACT, no que cerne a matéria de Segurança no
Trabalho, e pela DGS, para assuntos relacionados a Saúde no Trabalho.

1.3.2- Missão, visão e valores de sustentabilidade da empresa

A Securilabor defende que as boas condições de Segurança e Saúde do


Trabalho (SST) é um fator indissociável do sucesso e da competitividade da
empresa, definindo assim como seu principal objetivo a promoção deste princípio
junto dos seus colaboradores, fornecedores e clientes.

Desta feita, a Securilabor definiu os seguintes valores a seguir:

• Desenvolvimento Sustentável: Crescer de forma sustentável,


garantindo o equilíbrio na satisfação dos clientes e valorização
dos recursos humanos;
• Cumprimento da Legislação: Garantir o cumprimento dos
requisitos legais aplicáveis em matéria de segurança e saúde no
trabalho;
• Monitorização da Saúde: Monitorizar a saúde dos colaboradores,
através de um programa de saúde, apoiado na realização de
consultas e exames médicos específicos;
• Ambiente Seguro e Saudável: Assegurar um ambiente de
trabalho seguro e saudável aos colaboradores, eliminando ou
reduzindo os riscos que possam resultar da atividade
desenvolvida;

(João Manuel Bravo Alves) 11


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• Formação e Informação: Promover a formação e informação dos


colaboradores sobre os riscos inerentes ao trabalho,
sensibilizando-os para o cumprimento de normas de segurança;
• Segurança: Assegurar a segurança dos colaboradores e dos
clientes e visitantes que interagem com os mesmos;
• Informar e divulgar: Informar e divulgar a presente política, de
forma responsável e transparente, a todas as partes
interessadas.

1.3.3- Organigrama da Empresa

Figura 1- Organigrama da Securilabor

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1.3.4- Estratégia de Gestão

A Securilabor segue os objetivos propostos no novo Quadro Estratégico de


Saúde e Segurança no Trabalho, de modo a manter os trabalhadores seguros e
saudáveis num mundo de trabalho que se depara com rápidas mudanças. Os
objetivos são: Avaliar, monitorizar e criar procedimentos de melhoria das condições
de trabalho.

1.3.5-Core business, contextos de internacionalização

Segundo a base legal lei n. º102/2009 de 10 de setembro alterada pela lei n.º
372014 de 28 de janeiro, descreveremos abaixo as áreas em que a Securilabor
atua.

Na matéria de Segurança no trabalho, é existente atividades de elaboração


de planos de prevenção de riscos profissionais; avaliação de riscos; auditorias de
segurança no trabalho; análise de acidentes de trabalho; apoio junto a entidades
oficiais e a submissão do Anexo D do relatório único. Em relação à segurança contra
incêndios, são elaborados projetos de segurança contra incêndio; medidas de
autoproteção (MAP) contra incêndio; plantas de emergência; sistemas automáticos
de deteção de incêndio e equipamento de segurança e meios de combate a
incêndio.

Na saúde no Trabalho são efetuados exames de admissão periódicos e


ocasionais; exames complementares; apoio junto a entidade oficiais; vigilância de
saúde e medicina curativa e especialidades.

Na Segurança Alimentar são implementadas as práticas recomendadas do


sistema HACCP e a sua manutenção; apoio às entidades oficiais; análises
microbiológicas, análises físico-químicas e análises nutricionais e controlo de
pragas.

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A Securilabor presta o serviço de formações (certificação da DGERT)


relacionadas com a segurança e saúde no trabalho, comércio, gestão e
administração, informática na ótica do utilizador; indústrias alimentares e terapia e
reabilitação. E faz a comercialização de materiais de prevenção e riscos laborais,
nomeadamente equipamentos de proteção individual (EPI), descartáveis, vestuário
de trabalho, e material para controlo de qualidade alimentar.

1.3.6- Certificações e reconhecimentos no âmbito da qualidade

Tendo em conta o processo de autorização para a administração de serviços


externos de SST efetuado pela DGS e pela ACT, a empresa ainda não considerou a
necessidade de implementar outro tipo de certificação/habilitações das suas práticas
de gestão de atividade. Os processos de autorização da ACT e da DGS são
baseados em elevados padrões de qualidade dos processos e sujeitos a auditorias
periódicas.

A Securilabor é também certificada pela DGERT no âmbito da sua atividade


formativa, sendo estes processos também acompanhados por auditorias externas
desta entidade.

1.4- INTEGRAÇÃO NA ENTIDADE DE ACOLHIMENTO

1.4.1- Integração na entidade de acolhimento

O estágio teve lugar na “Securilabor” -Centro de Segurança Laboral, o estágio


teve o seu início no dia 13 de julho e terminou no dia 31 de agosto de 2023. As 120
horas de obrigatoriedade do programa de estágio foi distribuído na frequência do
mesmo por 2 dias da semana o que compreende 16 horas semanais e 8 horas por
dia tal como os funcionários do escritório das 9h às 18h.

No início do estágio fui recebido pelo responsável de estágio por parte da empresa
Securilabor, onde foi-me apresentado o escritório e os seus departamentos bem
como os funcionários das respetivas áreas, foi-me indicado o local onde eu iria
desenvolver o meu trabalho, foi-me fornecido um laptop com a acesso a base de

(João Manuel Bravo Alves) 14


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dados da empresa, ferramentas que permitiram desenvolver de forma fluida o meu


estágio e permitiu conectar o aprendizado teórico e o pratico com maior suavidade.

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2. CARATERISTICAS DAS ATIVIDADES


DESENVOLVIDAS

2.1- PLANO INICIAL DE TRABALHO

Desde o primeiro contacto com a empresa ficou previamente definido que que
a atividade que eu desenvolveria no decorrer do estágio seria na área de Avaliação
de Riscos, tal condição que ia de acordo com o meu desejo, visto ser um dos
principais serviços prestados pela instituição.

Dentro da carteira de clientes da empresa foi-me concedido a oportunidade de


trabalhar com a empresa “Sociedade Agropecuária do Vale da Adega S.A”, e
trabalhei especificamente na avaliação de Risco na apanha de tomates.

Foi-me concedido a oportunidade de trabalhar com esta empresa, pois a


mesma faz parte da carteira de clientes da Securilabor e pela facilidade de troca de
informação, na sequência entramos em contacto com a empresa e para poder
proceder com o acompanhamento da colheita e a posterior a devida avaliação de
risco, pelo que o plano de observação traçado de forma a atingirmos os objetivos
foram:

• Acompanhar o maior número possível de vezes o trabalho de colheita.


• Identificação dos riscos associados a atividade
• Identificação das medidas de mitigação de acidentes.
• Fazer o levantamento do historial de acidentes de trabalho na “Colheita”

2.2- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

No decorrer do estágio tive a oportunidade grande de trabalhar e ver na


prática as temáticas desenvolvidas em sala de aula, esse contato direto que
acredito ser uma mais-valia para o curso, porque para além de trabalharmos o
prático e o didático lecionado, desenvolvemos também algumas valias em soft Skill,

(João Manuel Bravo Alves) 16


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e essa valia, nestas competências psicossociais por muitas fezes são os divisores
de água entre um técnico bem ou mal sucedido, pois por mais que sejamos bons se
não soubemos comunicar ou relacionar então não desempenharemos o nosso
trabalho como deve ser, não iremos transmitir o que dever e então não estaríamos a
contribuir para melhorar e elevar nas culturas organizacionais as boas praticas de
HST.

Desta forma a minha rotina durante o estágio prendeu-se principalmente nos


objetivos estabelecidos anteriormente que se resumiam em acompanhar o maior
número de visitas em campo possível, aprender identificar e avaliar o risco em
auditoria, aprender a criar um relatório de auditoria de HST. Ainda durante estágio
tive a oportunidade de acompanhar uma auditoria de segurança alimentar, e
participei em 3 simulacros de combate a incêndio, por ter estagiado em uma
empresa com uma carteira bem diversificada de clientes e ter recebido uma abertura
e participar no máximo que de inspeções que dispunham na altura, acredito que
essa oportunidade me deu um olhar amplo sobre a profissão e visão da atuação em
sectores diferenciando que será de grande ajudo no meu percurso profissional.

2.3- ENQUADRAMENTO LEGAL E NORMATIVO

Antes de debatermos sobre a avaliação de risco propriamente dita a empresa


Sociedade Agropecuária Vale da Adega, S.A e a metodologia de analise usada,
apresento aqui uma listagem não exaustiva sobre a matéria e tendo atenção ao
trabalho agrícola.

2.3.1-Legislação Geral

Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro: Aprova a revisão do Código do Trabalho, com

as alterações introduzidas pela Declaração de Retificação n.º 21/2009, de 18 de


março, pela Lei n.º 105/2009, de 14 de setembro, pela Lei n.º 53/2011, de 14 de
outubro, pela Lei n.º 23/2012, de 25 de junho, pela Declaração de Retificação n.º
38/2012, de 23 de julho, pela Lei n.º47/2012, de 29 de agosto, pela Lei n.º 69/2013,
de 30 de agosto, pela Lei n.º 27/2014, de 8 de maio, pela Lei n.º 55/2014, de 25 de
agosto, pela Lei n.º 28/2015, de 14 de abril, pela Lei n.º 120/2015, de 1 de setembro,
pela Lei n.º 8/2016, de 1 de abril, pela Lei n.º 8/2016, de 1 de abril, pela Lei n.º

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28/2016, de 23 de agosto, pela Lei n.º 73/2017, de 16 de agosto, pela Declaração de


Retificação n.º 28/2017, de 2 de outubro, e pela Lei n.º 14/2018, de 19 de março.

Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro: Regime Jurídico da Promoção da Segurança


e Saúde no Trabalho que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º
89/391/CEE, do Conselho, de 12 de junho, alterada pela Lei n.º 42/2012, de 28 de
agosto, alterada e republicada pela Lei n.º 3/2014, de 28 de janeiro, e com as
alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 88/2015, de 28 de maio, pela Lei n.º
146/2015, de 9 de setembro, e pela Lei n.º 28/2016, de 23 de agosto.

Lei n.º 42/2012, de 28 de agosto: Aprova os regimes de acesso e de exercício das


profissões de técnico superior de segurança no trabalho e de técnico de segurança
no trabalho.

2.3.2-. Legislação Específica

Trabalho agrícola

Decreto n.º 91/81 de 17 de julho: Aprova, para ratificação, a Convenção n.º 129 da
OIT, relativa à inspeção do trabalho na agricultura.

• Acidentes de Trabalho

Lei 98/2009, de 4 de setembro: Regulamenta o regime jurídico de reparação de


acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, art.º 283º e 284º: Direito à reparação de


acidentes de trabalho e de doenças profissionais.

Decreto-Lei n.º 106/2017, de 29 de agosto: Regula a recolha, publicação e


divulgação da informação estatística sobre acidentes de trabalho, com as alterações
introduzidas pela Declaração de Retificação n.º 25/2017, de 22 de setembro.

Portaria n.º 14/2018, de 11 de janeiro: Aprova o modelo de participação de


acidente de trabalho e o mapa de encerramento de processo de acidente de
trabalho.

• Agentes Biológicos

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Decreto-Lei n.º 84/97, de 16 de abril: Transpõe para a ordem jurídica interna as


Diretivas do Conselho n.º 90/679/CEE, de 26 de novembro, e 93/88/CEE, de 12 de
outubro, e a Diretiva n.º 95/30/CE, da Comissão, de 30 de junho, relativas à proteção
da segurança e saúde dos trabalhadores contra os riscos resultantes da exposição a
agentes biológicos durante o trabalho.

Decreto-Lei 102-A/2020: Altera as prescrições mínimas de proteção da segurança e


da saúde dos trabalhadores contra os riscos da exposição a agentes biológicos
durante o trabalho e transpõe as Diretivas (UE) 2019/1833 e 2020/739.

Portaria n.º 405/98, de 11 de julho: Aprova a classificação dos agentes biológicos.

Portaria n.º 1036/98, de 15 de dezembro: Altera a lista dos agentes biológicos


classificados para efeitos da prevenção de riscos profissionais, constantes do anexo
à Portaria n.º 405/98, de 11 de julho.

Decreto-Lei n.º 294/88 de 24 de Agosto: Estabelece normas relativas à


classificação, rotulagem e embalagem de pesticidas e adjuvantes.

Lei n.º 10/93 de 6 de abril: Obrigação de notificação prévia na utilização, por via
aérea, de produtos fitofarmacêuticos.

Decreto-Lei n.º 142/2003 de 2 de Julho: Transpõe para a ordem jurídica nacional


as Diretivas n.º 2002/36/CE e 2003/22/CE, da Comissão, respetivamente de 29 de
Abril e de 24 de Março, relativas às medidas de proteção fitossanitária destinadas a
evitar a introdução e dispersão de organismos prejudiciais aos vegetais e produtos
vegetais na Comunidade, e 2003/21/CE, da Comissão, de 24 de Março, que
reconhece zonas protegidas na Comunidade expostas a riscos fitossanitários
específicos, e altera o Decreto-Lei n.º 14/99, de 12 de Janeiro.

Decreto-Lei n.º 156/2003 de 18 de julho: Altera e aprova alguns limites máximos de


resíduos de substâncias ativas de produtos fitofarmacêuticos permitidos nos
produtos agrícolas de origem vegetal, incluindo frutos, hortícolas e cereais,
transpondo para a ordem jurídica nacional a diretiva n.º 2002/97/CE, da Comissão,
de 16 de dezembro, na parte respeitante aos produtos agrícolas de origem vegetal,
e a diretiva n.º 2002/100/CE, da Comissão, de 20 de dezembro.

(João Manuel Bravo Alves) 19


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Decreto-Lei n.º 32/2006 de 15 de fevereiro: Estabelece novos limites máximos de


resíduos de substâncias ativas de produtos fitofarmacêuticos permitidos nos
produtos agrícolas de origem vegetal, transpondo para a ordem jurídica nacional as
Diretivas n.ºs 2004/95/CE, da Comissão, de 24 de setembro, 2004/115/CE, da
Comissão, de 15 de dezembro, 2005/37/CE, da Comissão, de 3 de junho, e
2005/46/CE, da Comissão, de 8 de julho, na parte respeitante aos produtos
agrícolas de origem vegetal

• Equipamentos de Proteção Individual

Decreto-Lei n.º 128/93, de 22 de abril: Transpõe para a ordem jurídica interna a


Diretiva do Conselho n.º 89/686/CEE, de 21 de dezembro, relativa à aproximação
das legislações dos Estados- Membros respeitantes aos equipamentos de proteção
individual, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 374/98, de 24 de
novembro.

Decreto-Lei n.º 348/93, de 1 de outubro: Transpõe para a ordem jurídica interna a


Diretiva do Conselho n.º 89/656/CEE, de 30 de novembro, relativa às prescrições
mínimas de segurança e saúde dos trabalhadores para a utilização de equipamentos
de proteção individual.

Portaria n.º 988/93, de 6 de outubro: Estabelece as prescrições mínimas de


segurança e saúde dos trabalhadores na utilização de equipamentos de proteção
individual.

Portaria 208/2021, de 15 de outubro: Procede à primeira alteração da Portaria n.º


988/93, de 6 de outubro, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva (UE)
2019/1832 da Comissão, de 24 de outubro de 2019, que altera os anexos I, II e III da
Diretiva 89/656/CEE do Conselho no que se refere a adaptações estritamente
técnicas.

Portaria n.º 1131/93, de 4 de novembro: Estabelece as exigências essenciais


relativas à saúde e segurança aplicáveis aos equipamentos de proteção individual,
com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 109/96, de 10 de abril.

(João Manuel Bravo Alves) 20


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Portaria 109/96: Altera os anexos I, II, IV e V da Portaria 1131/93, de 4 de


novembro. Estabelece as exigências essenciais relativas à saúde e segurança
aplicáveis aos equipamentos de proteção individual (EPI).

• Equipamentos de Trabalho

Decreto-Lei n.º 50/2005, de 25 de fevereiro: Transpõe para o direito interno a


Diretiva 89/655/CEE, do Conselho, de 30 de novembro, alterada pela Diretiva
95/63/CE, do Conselho, de 5 de dezembro e pela Diretiva 2001/45/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de junho, relativo às prescrições mínimas
de segurança e de saúde dos trabalhadores na utilização de equipamentos de
trabalho.

Decreto-Lei n.º 291/2000 de 14 de novembro: Aprova o Regulamento da


Homologação dos Tratores Agrícolas e Florestais de Rodas e transpõe para o direito
interno várias diretivas referentes à homologação dos tratores agrícolas e florestais
de rodas.

Decreto-Lei n.º 291/2000 de 14 de novembro: Aprova o Regulamento da


Homologação dos Tratores Agrícolas e Florestais de Rodas e transpõe para o direito
interno várias diretivas referentes à homologação dos tratores agrícolas e florestais
de rodas.

Decreto-Lei n.º 305/2001 de 3 de dezembro: Transpõe para o direito interno a


Diretiva n.º 2001/001/CE, da Comissão, de 14 de janeiro de 2000, aditando um
capítulo XI ao Regulamento da Homologação dos Tratores Agrícolas e Florestais de
Rodas

• Locais de Trabalho

Decreto-Lei n.º 347/93, de 1 de outubro: Transpõe para a ordem jurídica interna a


Diretiva n.º 86/654/CEE, do Conselho, de 30 de novembro, relativa às prescrições
mínimas de segurança e de saúde nos locais de trabalho.

Portaria n.º 987/93, de 6 de outubro: Estabelece as prescrições mínimas de


segurança e saúde nos locais de trabalho.

• Movimentação Manual de Cargas

(João Manuel Bravo Alves) 21


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Decreto-Lei n.º 330/93, de 25 de setembro: Transpõe para a ordem jurídica interna


a Diretiva n.º 90/269/CEE, de Conselho, de 29 de maio, relativa às prescrições
mínimas de segurança e de saúde na movimentação manual de cargas.

• Riscos Elétricos

Decreto-Lei n.º 740/74, de 26 de dezembro: Regulamento de Segurança de


Instalações de Utilização de Energia Elétrica, com as alterações introduzidas pelo
Decreto-Lei n.º 303/76, de 26 de abril e pelo Decreto-Lei n.º 77/90, de 12 de março.

• Ruído

Decreto-Lei n.º 182/2006, de 6 de setembro: Transpõe para o direito interno a


Diretiva 2003/10/CE, de 6 de fevereiro, que estabelece as prescrições mínimas de
SST na exposição ao ruído.

Decreto-Lei n.º 9 /2007 de 17 de janeiro: Aprova o Regulamento Geral do Ruído e


revoga o regime legal da poluição sonora, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 292/2000,
de 14 de novembro.

• Sinalização de Segurança

Decreto-Lei n. º141/95, de 14 de junho: Estabelece as prescrições mínimas para a


sinalização de segurança e de saúde no trabalho, alterado pela Lei n.º 113/99, de 3
de agosto e com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 88/2015, de 28 de
maio.

Portaria n.º 1456-A/95, de 11 de dezembro: Regulamenta as prescrições mínimas


de colocação e utilização da sinalização de segurança e de saúde no trabalho.

• Espaços confinados (a legislação portuguesa não define qualquer

conceito de espaço confinado)

Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro: Prevenção e Promoção Segurança e Saúde;


Avaliação de Riscos.

Lei n.º 98/2009, de 4 de setembro: Regulamenta o regime de reparação de


acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e

(João Manuel Bravo Alves) 22


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

reintegração profissionais, nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho,


aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro.

Decreto-Lei n.º 50/2005, de 25 de fevereiro: Transpõe para a ordem jurídica


interna a diretiva n.º 2001/45/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de
junho, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização
pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho, e revoga o Decreto-Lei n.º 82/99,
de 16 de março.

• Normas

ISO 45001:2018: Norma aplicável a sistemas de gestão da segurança e saúde do


trabalho.

A família ISO 9000 representa o consenso internacional para a aplicação de boas


práticas de gestão da qualidade. É constituída por standards e normas relacionadas
com a qualidade dos sistemas de gestão e suporte. (Mediana, 2009)

2.4- METODOLOGIA GERAL

Para presente avaliação de riscos foi utilizado o método MARAT para a sua
execução, já que esta método identifica as deficiências existentes nos locais de
trabalho que se pretendem avaliar e as tarefas que aí decorrem, estimando desde
modo a probabilidade de ocorrência do acidente, tentando hierarquizar riscos, com
imparcialidade, pela simples observação de factos reais, e com pressupostos
previamente definidos, procurando estabelecer resultados fiáveis.

A metodologia utilizada de recolha de informação da empresa foi a consulta


da base de dados do cliente, dados esses que maioritariamente já se encontravam
na posse da Securilabor por pertencer a carteira de cliente da empresa, e na
sequência procedeu-se com visita no local de forma a validar algumas informações e
presenciar o trabalho a ser avaliado.

As auditorias no âmbito da segurança no trabalho na Securilabor são


acompanhadas pelas listas de verificação e pelos relatórios de segurança no
trabalho previamente elaborados e nestes relatórios identificados as não-
conformidade à data da última auditoria, o que permitir acompanhar o compromisso

(João Manuel Bravo Alves) 23


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

do empregador em garantir uma política ativa de promoção da segurança no


trabalho.

2.4.1-Metodologia para a identificação de perigos e avaliação de risco

A avaliação de risco está prevista na alínea d) nº2, do artigo 15.º da lei


n.º 102/2009 de 10 de setembro com caracter obrigatório, o processo engloba a
analise e a valoração do risco. A analise de risco tem início na identificação dos
perigos associados a uma determinada situação do trabalho. Um planeamento de
diagnóstico assente em informações solidas e organizada leva a uma identificação
eficaz dos riscos/perigos. Então desta forma o processo de identificação de perigos
em prática através de listas de verificação.

A fase inicial da análise do risco pode-se se considerar a fase mais


critica do processo, uma vez que um perigo não identificado é um potencial risco ou
conjunto de risco, não avaliados, e por consequência não controlados. Após
identificação dos perigos, a que perceber o seu alcance ou abrangência, ou seja,
identificar o grupo potencialmente exposto, o coletivo de pessoas expostas não se
restringe apenas aos trabalhadores diretamente afetos ao posto de trabalho.

Após a reunião dos dados (identificação dos perigos e suas


consequências e identificação das pessoas expostas) dá-se concluído o processo de
análise de risco com a quantificação da magnitude de risco. Nesta fase será
determinada a criticidade de um determinado risco por via da relação estabelecida
entre a sua possibilidade (P) e a sua gravidade (G)2.

A valoração do risco tem como propósito pontuar numa escala definida


por forma a estabelecer o grau de aceitabilidade do mesmo. É um processo de
comparação entre o valor obtido na fase anterior (Analise de risco) e um referencial
de risco aceitável. O resultado deve permitir a definição das ações de melhoria, que
podem ser de curto, médio ou longo prazo.

2 Risco (R) = Probabilidade (P) x Gravidade (G)

(João Manuel Bravo Alves) 24


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

O controlo do risco procede a avaliação do risco quando é concluído


que o risco não é aceitável, então deve ser tomada as providências de forma a
suprimir ou reduzir os riscos, por intermedio de medidas corretivas.

Para a realização da avaliação de riscos é calculado, para cada perigo cada


um dos seguintes índices:

Figura 2-Índice de deficiência

Figura 3- Índice de frequência

Figura 4-Índice de trabalhadores Expostos

(João Manuel Bravo Alves) 25


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Figura 5-Índice de exposição

Figura 6-Índice de severidade

(João Manuel Bravo Alves) 26


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Figura 7-Nível de risco

2.5- SOCIEDADE AGROPECUÁRIA VALE DA ADEGA, S.A

A sociedade Agropecuária vale da adega S.A, tem a sua sede localizada em


Azambuja e existe desde 2006, e tem como atividade a exploração agrícola e
pecuária de prédios ou arrendados ou que lhe sejam cedidos por qualquer outro
título, o aluguer de equipamento, máquinas e veículos e a e a prestação de serviço
conexos com a atividade agrícola e a pecuária, bem como qualquer outra atividade
com estas relacionas. A empresa é detentora dos seguintes CAE:

• 1130-Horticultura
• 68200- Arrendamentos de bens imobiliários
• 1610-Serviços para agricultura

(João Manuel Bravo Alves) 27


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

A empresa detém fazendas na zona de Azambuja e na zona da casa cadaval em


muge, sendo está a última a ser caracterizada nesta avaliação.

3. Avaliação de Riscos profissionais e Analise de


Resultados

A modalidade de serviço utilizada pela Sociedade Agropecuária vale da


Adega S.A, é um serviço externo, o trabalho é desenvolvido nas fazendas da
empresa.

Dentro da atividade de cultivo da empresa a avaliação de risco que


apresentamos é referente a uma única etapa que é a colheita, essa escolha deu-se
da oportunidade em que a empresa solicitou uma avaliação de risco para esta
prática especifica de forma a ter uma noção dos riscos inerentes.

Após a ida em campo constatamos que durante a colheita não temos mais de 5
pessoas envolvidas pois a operação é efetuada pelos tratores, onde contamos com
3 motoristas 2 operadores indiferenciados que estão dentro de uma máquina de
apanhar tomate a separar a rama do tomate. O trabalho é efetuado em 2 turnos um
das 8 as 17 horas e outro turno das 20 as 7 da manhã

O processo da apanha de tomate acontece da seguinte forma:

Preparação dos Meios

Apanha do tomate

Entrega do trailer com o Tomate

Figura 8-Processo de trabalho na colheita

Os tratores utilizados na operação são:

(João Manuel Bravo Alves) 28


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Colheitadeira para tomate Guaresi 89/93 DS 48-usado para apanhar o tomate pelo
terreno e na parte traseira é onde ficam os operadores indiferenciados para separar
o tomate da rama.

Figura 9-Colheitadeira para tomate Guaresi 89/93 DS 48

Figura 10-Colheitadeira para tomate Guaresi 89/93 DS 48

Trator Jonh Deere 8-R-utilizado para carregar o trailer onde irá cair o tomate após
ser recolhido pela máquina anterior.

(João Manuel Bravo Alves) 29


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Figura 11-Trator Jonh Deere 8-R

Trator Fent 724- utilizado para acoplar atrás do trailer dando impulso e facilitar a
movimentação pelo terreno.

Figura 12-Trator Fent 724

Durante a avaliação de risco na colheita da empresa Sociedade Agropecuária


Vale da Adega S.A, observamos 3 áreas fulcrais da operação, momentos esses que
são:

• Retirada e Armazenamento das máquinas e equipamentos (RME)


• Condução dos tratores agrícolas (CTA)
• Operadores indiferenciado nos tratores agrícolas (OIT)

(João Manuel Bravo Alves) 30


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Dada a observação da operação, distinguimos essas 3 áreas, visto que a operação


de colheita na empresa é bem simplificada devido o uso de máquinas.

3.1- Analise dos Resultados

No momento da retirada e armazenamento das máquinas e equipamentos foi


nos possível identificar alguns fatores de riscos em que os colaboradores possam
estar expostos tais como: Exposição a condições atmosféricas adversas, ritmo de
trabalho/complexidade da tarefa e Pavimento escorregadio (em caso de chuva). Os
riscos inerentes a essas situações foram devidamente identificados e estabelecidas
algumas medidas preventivas para a situação que está a ser cumprida em campo, e
no momento não requer medidas complementares.

Figura 13-Avaliação de risco -RME

A condução dos tratores agrícolas é a área onde foi requerida mais atenção
devido ser o core da operação nesta fazenda em específico e também ser a área
com mais incidentes ou acidentes reportados neste sector foi identificado alguns
fatores de risco a ter atenção tais como: capotamento, enrolamento, projeção, ruído,
vibrações, e utilização de telemóveis. Após identificados os riscos em que os
colaboradores estariam expostos foi apresentado as medidas corretivas, essas que
são devidamente seguidas pelos colaboradores, e que de momento não requer
medidas corretivas, porém a entidade empregadora pode sempre considerar e
aplicar algumas soluções de melhoria que esteja disponível.

(João Manuel Bravo Alves) 31


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Figura 14- Avaliação de Risco- CTA

Figura 15-Avaliação de risco- CTA

Figura 16-Avaliação de risco- CTA

(João Manuel Bravo Alves) 32


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Figura 17-Avaliação de risco- CTA

Figura 18- Avaliação de risco- CTA

Durante a observação dos operadores indiferenciados nos tratores


verificamos que os mesmo estão expostos a fatores de risco como: Riscos
biológicos, ruido, vibrações, tempo atmosférico adverso, postura em pé-prolongada,
queda de pessoas. As medidas preventivas sem encontram devidamente
implementadas sendo que de não é requerido alguma medida corretiva

(João Manuel Bravo Alves) 33


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

complementar, porém a entidade empregadora pode sempre considerar soluções de


melhoria.

Figura 19- Avaliação de Risco- OIT

Figura 20 - Avaliação de Risco- OIT

Além destas áreas que foram o foco é verificado também que a empresa
fornece a todos os seus trabalhadores os EPI´S necessários para o desempenho da

(João Manuel Bravo Alves) 34


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

sua função, os mesmo também contam com uma área de refeitório, bebedouro e um
W.C é implementado pausas de trabalho para hidratação nos dias mais quentes.

Os dados aqui identificados foram recolhidos através de observação em campo e a


conversa com os coladores sobre o seu dia- dia de trabalho, só desta forma foi nos
possível ter compreensão de como funciona a apanha de tomate na empresa
Sociedade Agropecuária Vale da Adega, S.A

(João Manuel Bravo Alves) 35


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Partindo do princípio que não conseguimos eliminar a 100% um risco, apenas


podemos prevê-lo e tomar medidas de precaução para mitigar o seu acontecimento,
criando barreiras que podem servir de alerta de potencial acidente quando essas
barreiras são quebradas. A segurança no trabalho não pode ser tomada de forma
leviana e considerada um custo supérfluo, porém esse custo em manter a atividade
empresarial, previne que se incorra a perdas (humanas, matérias ou financeiras) que
podem ser catastróficas para uma empresa e que em alguns casos leva ao
encerramento da atividade, então aconselhamos a adquirir ou manter um sistema de
segurança no trabalho eficaz do que incorrer a perdas significativas derivados a
acidentes de trabalho que poderiam ser previstos.

Com o presente estágio foi-nos possível alcançar os objetivos que nos


propusemos que é realizar uma inspeção de segurança no trabalho e ser capaz de
desenvolver a devida avaliação de risco.

Não nos foi possível estabelecer uma correlação estatística entre o número de
acidentes e as áreas mais propensas, pois até a data do final do estágio apenas se
verificava uma comunicação a Securilabor de acidente de trabalho e a mesma foi na
fase da plantação e tem a ver com o manuseamento manual de cargas, pelo a
presente Avaliação de risco faz um reforço em termos de formação de reforço na
matéria conforme o disposto no Decreto-Lei n.º 330/93, de 25 de setembro. Porém a
partir de dados globais fornecidos pela ACT podemos auferir que na exploração
agrícola os acidentes ocorrem maioritariamente durante o trabalho com tratores
agrícolas, situações essas que já foram constatadas e tem existido um trabalho forte
na difusão de orientações de trabalho, guias práticos e exemplares pelas
demasiadas organizações e associações que se encontram no setor (Ex: Dicas
Madeira; AJAP3 ; Rede Rural Nacional ), ações essas que têm gerado resultados
positivos ao longo dos anos se olharmos para o relatório estatístico de acidentes
mortais 2023 publicado pela ACT, veremos um decrescimento significativo. É
importante também ressaltar que a Sociedade Agropecuária Vale da Adega S.A, tem

3 Associação dos jovens Agricultores de Portugal

(João Manuel Bravo Alves) 36


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

cumprido as orientações do trabalho agrícola, visto o seu compromisso em manter e


assegurar condições de trabalho seguro e digno para os seus colaboradores

Durante a visita de recolha de informação para a elaboração da avaliação de risco


na colheita na empresa Sociedade Agropecuária Vale da Adega, S.A, não foi
detetado nenhuma situação critica que requeria alguma ação imediata pelo que
apenas deixamos indicações para a melhora de trabalho e todas elas são de fácil
implementação.

(João Manuel Bravo Alves) 37


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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trabalho mortais. portugal. Obtido em 20 de 10 de 2023, de
https://portal.act.gov.pt/Pages/acidentes_de_trabalho_mortais.aspx

Banco de Portugal euro sistema. (10 de 10 de 2023). Obtido em 20 de 10 de 2023,


de Banco de Portugal euro sistema:
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Bastos, C. M. (2018). Avaliação de Riscos Profissionais de uma Empresa de


Especialidades Farmacêuticas e Galénicas. lisboa.

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higiene-e-saude-no-trabalho-agricola

GALAIO, A. L. (2016). SEGURANÇA NO TRABALHO NAS OPERAÇÕES COM


TRATORES AGRICOLAS,GESTÃO DE RISCO DA CATEGORIA
PROFISSIONAL DE TRATORISTA. beja. Obtido em 16 de 07 de 2023

Mediana, M. L. (2009). Serviços de Aconselhamento Agrícola,Segurança no


Trabalho. (A. d. "AJAP", Ed.) Portugal. Obtido em 10 de 10 de 2023, de
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Organização Internacional do Trabalho. (s.d.). Segurança e Saúde no Trabalho.


Obtido em 25 de 09 de 2023, de
https://www.ilo.org/lisbon/temas/WCMS_650864/lang--
pt/index.htm#:~:text=De%20acordo%20com%20as%20estat%C3%ADsticas,
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(João Manuel Bravo Alves) 38


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Santos, P. G. (2023). Relatorio de estágio a empresa Desentop,Avaliação de Riscos


Profissionais. lisboa.

ANEXOS

Figura 21-Tratores usados na exploração

Figura 22-Colheita do tomate

(João Manuel Bravo Alves) 39


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Figura 23-Ato de separar o tomate da rama

Figura 24-Ato de separar o tomate da rama-2

(João Manuel Bravo Alves) 40


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Figura 25-Entrega do trailer

Figura 26-Zona de descanso

(João Manuel Bravo Alves) 41


JUNTOS CONSTRUÍMOS O SEU FUTURO.

Figura 27-Zona de refeição

(João Manuel Bravo Alves) 42

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