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Caxias do Sul
2022
DANIEL RAFAEL PEREIRA
Caxias do Sul
2022
DANIEL RAFAEL PEREIRA
BANCA EXAMINADORA
O presente trabalho tem como objetivo a realização de um projeto mecânico, a análise estrutural
e análise econômica de uma esteira transportadora de tonéis de aço de uma linha de envase em
uma indústria do ramo alimentício, a Golden Sucos, localizada na Serra Gaúcha que tem uma
média anual de 40 milhões de quilos de fruta processada. Na realização do trabalho foi utilizado
um software CAD (Computer Aided Design) para o estudo e projeto mecânico dos devidos
componentes da esteira transportadora proposta e um software de elementos finitos para a
devida análise estrutural, com o objetivo da validação da estrutura, testando as cargas máximas
que serão solicitadas pela mesma. O estudo inicia com o projeto da esteira, com a finalidade de
redução de esforços físicos dos colaboradores que impulsionam os tonéis com cerca de 270 kg
de forma manual até o processo subsequente. Foi também estudado o material a ser empregado
na estrutura e nos principais componentes da esteira transportadora, por se tratar de um setor
que sofre com a ação de agentes químicos utilizados para a higienização dos equipamentos. Por
meio da análise estrutural realizada por elementos finitos, respeitando as premissas do projeto,
foram testadas as cargas nas condições de contorno específicas do equipamento real. A
conclusão se dá através do levantamento de material e seus devidos custos avaliando como
viável a implementação da melhoria no setor estudado.
This paper has the objective to realize a mechanical project, structural analysis, and economic
analysis of a belt conveyor for steel barrels from a bottling line in a food industry, Golden
Sucos, located in Serra Gaúcha, which has an annual average of 40 million of processed fruit.
In this paper, CAD (Computer Aided Design) software was used for the study and mechanical
design of the appropriate components of the proposed belt conveyor and a finite element
software for the proper structural analysis, with objective of validating the structure, testing a
maximum load that will be requested by this. The study begins with the design of the belt
conveyor, with the purpose of reducing the physical efforts of employees who manually push
the barrels with about 270 kg to the next process. The material to be used in the structure and
in the main components of the belt conveyor was also studied, as it is a sector that suffers from
the action of chemical agents used to clean the equipment. Through the structural analysis
performed by finite elements, respecting the project's assumptions, the loads were tested in a
specific boundary condition of the real equipment. The conclusion is through the survey of
material and its due costs, evaluating as feasible the implementation of the improvement in the
sector studied.
Keywords: Belt conveyor. Project. Mechanical drawing. Structural analyses. Financial costs.
LISTA DE FIGURAS
Equação 1 ................................................................................................................................. 48
Equação 2 ................................................................................................................................. 49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 20
1.1 QUESTÃO DE PESQUISA ............................................................................................ 21
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 21
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 21
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 23
2.1 CORREIAS TRANSPORTADORAS................................................................................ 23
2.2 ESTRUTURA..................................................................................................................... 27
2.2.1 Ligações em estruturas metálicas .............................................................................. 28
2.3 TAMBORES DE ACIONAMENTO ................................................................................. 30
2.4 CONJUNTO DE ACIONAMENTO .................................................................................. 31
2.4.1 Mancais de rolamento ................................................................................................. 33
2.4.2 Rolos de carga .............................................................................................................. 34
2.4.3 Rolos de retorno ............................................................................................................. 35
2.5 ESTICAMENTO ................................................................................................................ 36
2.6 PROJETO MECÂNICO ..................................................................................................... 38
2.7 SAÚDE E SEGURANÇA OPERACIONAL ..................................................................... 40
2.8 ANÁLISE POR ELEMENTOS FINITOS ......................................................................... 41
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 43
3.1 SITUAÇÃO ATUAL ......................................................................................................... 43
3.1.1 Condições disponíveis .................................................................................................... 44
3.1.2 Conceito do projeto ....................................................................................................... 45
3.1.3 Projeto ............................................................................................................................ 46
3.1.4 Seleção do perfil ............................................................................................................ 46
3.2 ANÁLISE POR ELEMENTOS FINITOS ......................................................................... 49
3.3 LEVANTAMENTO DE CUSTOS .................................................................................... 52
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 53
4.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO .................................................................................... 53
4.2 CONJUNTO DE ACIONAMENTO E ESTICADOR ....................................................... 54
4.3 SELEÇÃO DO PERFIL ..................................................................................................... 56
4.4 ANÁLISE POR ELEMENTOS FINITOS ......................................................................... 58
4.5 CUSTO ............................................................................................................................... 61
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................... 64
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 65
7. APÊNDICE ....................................................................................................................... 68
APÊNDICE A – FORÇA NORMAL ....................................................................................... 68
APÊNDICE B – FORÇA CORTANTE ................................................................................... 69
APÊNDICE C – MOMENTO FLETOR .................................................................................. 70
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1 INTRODUÇÃO
fórum econômico mundial. Porém, o Brasil ainda sofre com algumas limitações por conta das
infraestruturas inadequadas e dos deficientes postos de trabalho. Com isso, a qualidade do
exercício do trabalho se torna improdutiva, pois os postos não se encontram em condições
laborais para tal exercício, expondo o trabalhador a riscos ergonômicos e a lesões, acarretando
muitas vezes no afastamento do mesmo por LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT
(Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) (JESUS, et. al, 2022).
Visando a produtividade e a saúde dos colaboradores, o presente projeto visa à
diminuição total do esforço mecânico e repetitivo em uma linha de envase de uma indústria
alimentícia, eliminando o esforço do colaborador para a movimentação de tambores na linha de
produção, projetando uma esteira transportadora para essa atividade.
Risco ergonômico é um dos fatores que mais causa afastamentos por decorrência de
doenças relacionadas ao trabalho. É possível eliminar riscos ergonômicos no setor onde será
implementada a nova esteira?
1.2 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A seguir serão citados tópicos que servirão de base para o desenvolvimento do presente
trabalho, referente ao projeto mecânico de esteira transportadora de tonéis de aço, envasados
com suco concentrado em uma indústria do ramo alimentício.
As correias transportadoras (Figura 1) são constituídas por uma estrutura metálica que
apoia rolos em suas extremidades, rolos esses que são compostos por eixos que são apoiados
sobre mancais de rolamento, os rolos sustentam uma esteira de borracha, que tem o objetivo de
transportar materiais de um ponto a outro, sendo utilizada para transportes a granel (NBR 6177,
1999).
esforços que dela serão exigidos. Dessa forma, a condição disposta do local ao qual o
equipamento será posicionado ordenará suas especificações (NBR 6177, 1999).
São oito os modelos mais usuais de transportadores mecânicos elétricos que são
encontrados no mercado atualmente, são eles: transportador portátil, transportador de correia
radial, transportador de correia móvel, transportado de dupla via, o transportador reversível,
transportador sobre cabos, transportador tubular e de alta inclinação.
Na Figura 2, temos o transportador de correia portátil (portable belt conveyor), possui
dimensões reduzidas e de fácil locomoção, montado ou não sobre rodas. Usado para transporte
de materiais a curtas distâncias e em locais onde o trabalho é esporádico e o componente não
necessita ser fixo. Por seu tamanho reduzido obtém vantagens sobre outros meios de transporte,
já que é de fácil desmontagem, transporte e manutenção (NBR 6177, 1999).
O transportador de correia radial (radial belt conveyor) contém parte dianteira montada
sobre rodas e pivotado em sua parte traseira; é dotado de movimento de rotação com a finalidade
de alimentar vários pontos de carregamento ou empilhar o material. Muito útil em locais onde
o empilhamento de materiais se faz necessário, como o carregamento de caminhões ou até
mesmo o transporte a granel (NBR 6177, 1999).
O transportador de correia móvel (shuttle belt conveyor) (Figura 3) é montado sobre
rodas apoiadas sobre uma via de rolamento, dotado de movimento de translação, com a
finalidade de alimentar vários pontos de carregamento. Detém uma versatilidade muito grande
comparado a outros modelos, podendo alimentar diversos pontos sem a necessidade de uma
segunda esteira para a realização do processo (NBR 6177, 1999).
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O transportador de correia sobre cabos (rope conveyor), possui roletes que são apoiados
e fixados em cabos de aço dispostos nas laterais do mesmo. Este tipo de transportador
geralmente é instalado dentro de minas de extração, onde o nível do solo é irregular e o
comprimento do transportador necessita ser alterado frequentemente conforme o
desenvolvimento da escavação. Tem a vantagem de possuir altas resistências a impacto e alto
limite à tração por conta da massa do material transportado. Não apresentam grandes
alongamentos, mesmo em longas distâncias, garantindo um fluxo constante e fluido do material
transportado (NBR 6177, 1999).
O transportador de correia tubular (pipe conveyor), onde sua correia plana é conformada
por rolos, na forma tubular, na seção intermediária entre o ponto de carregamento e de descarga,
tanto no lado de carga como no lado de retorno. São diferentes em sua forma construtiva, já que
utilizam um maior número de rolos em comparação com outros modelos (NBR 6177, 1999).
O alimentador de correia (belt feeder), tem um comprimento pequeno, usualmente de
velocidade baixa e variável, localizado sob dispositivos de armazenamento tais como silos,
moegas etc., com a finalidade de extrair e regular a taxa de alimentação do material,
possibilitando o controle total da quantidade de material depositado (NBR 6177, 1999).
O transportador de correia de alta inclinação (high angle conveyor) (Figura 5), qual é
provido de correias especiais ou dispositivos específicos que permitem o transporte de material
com um ângulo de inclinação muito superior ao dos transportadores convencionais. Necessita
de menor espaço por conta do seu ângulo acentuado para a elevação de materiais (NBR 6177,
1999).
2.2 ESTRUTURA
Segundo Malheiros (2015), a soldagem é um processo que tem por finalidade a junção
de dois ou mais peças que constituem uma estrutura, possibilitando a continuidade do material
e como resultado proporcionar as propriedades químicas e mecânicas iguais ou semelhantes do
restante do conjunto, como também os esforços pelos quais a união está submetida.
As soldas são classificadas conforme a sua posição, sendo elas, horizontal, vertical,
planas e sobre a cabeça. Quanto ao tipo em chanfrada, ranhura ou tampão e filete. Ao longo dos
anos os processos e métodos quanto à soldagem foram aprimorados, sendo eles, arco elétrico
com eletrodo revestido (SMAW), Arco elétrico com proteção gasosa (GMAW), arco elétrico
com fluxo no núcleo (FCAW) e arco submerso (SAW) (SILVA, 2020).
Segundo Groover (2014), a soldagem é um dos processos de união de metais mais
utilizados industrialmente. Os processos de soldagem que se baseiam na fusão das partes a
serem trabalhadas requerem, naturalmente, uma fonte calorífica que forneça a energia
necessária para o aumento da temperatura até a mudança de estado físico e manutenção do
material em estado líquido, até que a união se materialize.
Nestes casos, a energia pode provir de uma reação química, como a combustão, de
fenômenos físicos tais como o plasma e arco voltaico ou de radiação, tendo como exemplo
laser. Existem, também, os processos nos quais a fusão não está envolvida, como, por
exemplo, na soldagem por fricção, também chamada soldagem por atrito, na soldagem por
resistência elétrica, e na moderna soldagem stir (stir welding). A soldagem MIG/MAG pertence
ao primeiro grupo. Enquanto o MIG utiliza o gás argônio em alumínios, cobres e aços
inoxidáveis, o MAG mistura argônio e gás carbônico para outros tipos de aços e suas ligas.
Vale ressaltar ainda que ambos os processos garantem bastante qualidade e produtividade, bem
como a remoção da escória. Um dos processos mais limpos e confiáveis é a soldagem TIG
conforme Figura 7, que se trata de uma solda que utiliza o tungstênio como condutor de calor,
gerando a poça de deposição (GROOVER, 2014).
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Outra forma de ligação de materiais segundo Pravia et al. (2013), são as ligações
parafusadas que devem atender aos requisitos mínimos quanto a resistência a esforços de tração
e/ ou cisalhamento, e devem ser observadas qual o grupo de parafusos que implicam para fim
de cálculos. Podendo ser divididos em basicamente dois grupos, os parafusos comuns e
parafusos de alta resistência.
Parafusos comuns são compostas de barras cilíndricas laminadas de baixo carbono,
usualmente normatizados pela norma ASTM A307. Possuem cabeça hexagonal, com rosca
completa ou parcial, conforme Figura 8. Parafusos comuns são empregados em uniões
secundárias, onde a exigência quanto a esforços é de menor grau. Não requerem cuidados
especiais e nem especificações quanto ao torque empregado (PRAVIA et al., 2013).
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Tambor de acionamento
Eixo de acionamento
Mancal de rolamento
Fonte: Hm 2022
Fonte:Transmaq.
33
Fonte: Timken
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Os rolos de carga triplos possuem um rolo central horizontal e dois rolos inclinados em
suas extremidades, eles podem ser encontrados em configurações de ângulo de 25º, 30° e 45°.
Essa variação angular determina consequentemente o ângulo de acomodação do material a ser
transportado. (RIGOLO, 2018).
Os rolos de retorno (Figura 15) são responsáveis por sustentar a correia transportadora
em sua parte inferior garantindo o alinhamento no seu retorno para o rolo secundário de
esticamento. Sendo também em configurações em V que são compostos por dois rolos dispostos
de uma angulação de 10º com a horizontal, ou em configuração plana, como também duplo V
e em catenária, podendo ser dispostos ao longo de todo o percurso da correia. O rolo de retorno
suporta todo o peso da correia durante o seu retorno, porém não suporta o material transportado,
por conta do material ser depositado durante a volta entorno do tambor de acionamento. São
compostos, normalmente, de um rolo plano horizontal, podendo ser de diversos materiais, tanto
poliméricos quanto metais em geral, e um eixo com rolamentos em suas extremidades, os
mancais são fixados aos suportes que tem o papel de realizar o afastamento do rolo em relação
a estrutura, sendo esses suportes fixados na parte inferior da estrutura do transportador de
correia. (NBR 6177, 2016).
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2.5 ESTICAMENTO
Esse processo tem como objetivo realizar o tensionamento da correia e mantê-la esticada
para que não gere problemas de deslizamento do rolo motriz (acionamento), o que impossibilita
que o torque gerado pelo motor seja reproduzido na correia. Inibe problemas de
desalinhamento, impedindo assim o derramamento do material transportado. Usualmente são
conhecidos dois tipos básicos de esticadores de correias transportadoras, que são eles, esticador
por parafuso e esticador por gravidade (FAÇO, 1996).
O esticador do tipo parafuso ( Figura 16) é o mais usado em pequenas configurações de
correias, já que sua capacidade de tensionamento é limitado pelo torque das porcas. É composto
de uma barra roscada, fixa aos mancais, aos quais são fixos ao rolo de retorno e uma porca que
estica a correia quando apertada contra uma chapa, gerando assim a tensão na correia. Os
mancais do rolo de esticamento são posicionados em um trilho permitindo que o deslocamento
seja feito em apenas uma direção, inibindo que a correia gere desalinhamento e a possível
parada do equipamento (RIGOLO, 2018).
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O projeto em suma é um conjunto de ações coordenadas e racionais que tem por objetivo
alcançar com êxito uma ideia inicial. Mesmo bem elaborado, um projeto pode sofrer alterações
com o tempo, tratando-se de situações reais e estar propenso a fracassos. Porém são ferramentas
indispensáveis para o controle e domínio de todos os riscos que se apresentam (CARVALHO
JUNIOR, 2012).
Atualmente a utilização da palavra projeto ganha cada vez mais importância no contexto
empresarial, utilizando-a para vários setores como compra, venda, desenvolvimento de algum
novo produto ou até projeto de sustentabilidade. Todo e qualquer tipo de projeto, indiferente de
sua natureza, prazo ou custo deve passar por cinco etapas essenciais: planejamento, iniciação,
execução, monitoração, controle e encerramento. (CARVALHO 2012).
O projeto de máquinas não se baseia exclusivamente no projeto de uma máquina
completa, ele pode abranger um elemento apenas, como uma mola, um eixo, um rolamento,
uma bucha ou um pino, por exemplo, definindo o seu material, os esforços aplicados, a
resistência mecânica da peça e a análise da vida útil dela. (NORTON, 2013).
O mercado exerce pressões frequentes à indústria, exigindo produtos com alta qualidade
em períodos de entrega cada vez menores, isso impõe uma procura por melhorias de processos
para que a companhia se mantenha competitiva no seu setor de atuação. A ideia sugestiva de
gestão de projetos, como um conjunto de processos, transformou-se em uma metodologia
obrigatória para a sobrevivência empresarial. Todo o projeto deverá definir como alcançará os
seus objetivos iniciais, esclarecendo a ideia inicial ou oportunidade de negócio, difundido com
os objetivos e atividades da empresa (KERZNER, 2017).
A primeira etapa do projeto segundo Valeriano (2005), é a iniciação, onde são
determinadas as necessidades, interesses e anseios do cliente. É frequente a realização de uma
estimativa de recursos que serão utilizados e a avaliação do investimento, que serve como
balizador para a autorização do projeto. O planejamento definirá perguntas básicas como: o que
fazer, por que fazer, onde, quando, quem, como, e o custo, nessa mesma etapa é feito o escopo
do projeto. Já na fase de execução é desempenhado o que foi planejado. Na fase do controle é
realizada a inspeção completa do projeto e, caso haja necessidade, são feitas as adequações no
planejamento inicial, mantendo a meta do projeto. Na etapa de encerramento o projeto é
finalizado junto ao cliente.
Para Gozzi (2016), as fases de um projeto não acontecem de forma linear, ou seja, o
pensamento de que uma nova fase irá iniciar após outra terminar é equivocado. As etapas se
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Segundo o mesmo autor o projeto apresenta um ciclo de vida que é composto pelas
etapas de iniciação, organização, execução e encerramento. Sendo as mesmas etapas de um
projeto com a exclusão das fases de monitoramento e controle. Isso ocorre, pois as fases de
monitoramento e controle fiscalizam as demais etapas do ciclo de vida.
O ciclo de vida do projeto é adaptativo, sendo moldado conforme a necessidade e
aspectos exclusivos da empresa em que é implementado. Mesmo tendo um início e fim definido,
as tarefas empregadas nesse intervalo podem diversificar, conforme a solicitação do projeto.
Em suma o ciclo de vida define o impacto financeiro, e o risco que as mudanças podem ter ao
projeto. Ou seja, os custos de mudanças são menores no início do projeto e aumentam à medida
que o projeto se aproxima do fim, é mais barato as mudanças ocorreram no início do ciclo do
que no fim do projeto, conforme Figura 19 (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013).
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A adaptação do trabalho ao homem e que cada homem seja adaptado a seu próprio
trabalho, ou seja, o cumprimento das normas vigentes, tem papel fundamental na redução dos
acidentes de trabalho, na prevenção de doenças e na redução das taxas de morbimortalidade.
despesas relacionadas a seguros e benefícios, aumentando a produção lucratividade e satisfação
dos trabalhadores (ROSSETE, 2014).
Em relação à atividade industrial e manutenção de equipamentos, a segurança do
trabalho não pode ser ignorada. Inúmeros acidentes ocorrem por negligência ou incompetência
do operador ou mantenedor. A NR-12 - Norma de máquinas e equipamentos define as medidas
preventivas que devem ser seguidas durante a instalação, uso e manutenção de máquinas e
equipamentos para prevenção de acidentes de trabalho. Os transportadores de materiais devem
ser protegidos de pontos que possam causar esmagamento, aprisionamento e emaranhamento,
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e devem possuir mecanismos de segurança caracterizados por barreiras móveis, barreiras fixas
e dispositivos de segurança em áreas de perigo imediato. (NR-12, 2019).
A análise ergonômica deve ser utilizada em um projeto de implementação ou mudança
de processo para identificar um problema ou potencial problema enfrentado pelo trabalhador a
tempo de prevenir possíveis acidentes. Estas análises devem envolver supervisores, operadores
e um profissional especializado em ergonomia (ABRANTES, 2004).
A correta adequação das condições de trabalho com as características psicofisiológicas
dos trabalhadores, requer uma análise ergonômica do local de trabalho. Avaliando bancadas,
mesas, escrivaninhas, garantindo uma boa postura, visualização e operação, atendendo a
quesitos como altura, tipos de superfícies para a execução do trabalho, distância dos olhos ao
campo de visão do trabalho, altura do acento, características dimensionais para o alcance do
trabalho. (NR-17, 2018).
O método dos elementos finitos contribui no trabalho do engenheiro por oferecer uma
forma de desenvolver métodos aproximados e genéricos, que dentro da precisão aceitável
independente da forma, dimensão ou condição de carregamento da estrutura a ser analisada
torna-se satisfatório. Já os métodos analíticos clássicos, não possibilitam que o engenheiro evite
os modelos de cálculos específicos para cada aplicação (ALVES FILHO, 2013).
Por conta das características de flexibilidade e estabilidade numérica o método de
elementos finitos pode ser executado na forma de um sistema computacional de forma
consistente e sistemática, o que explica a sua grande aplicação atualmente. Além de permitir a
análise de problemas pragmáticos, o método reduz os orçamentos de projetos, pois permite a
realização de uma simulação computacional de vários fenômenos físicos e seus efeitos, antes
da construção de um protótipo do equipamento, dentre muitas aplicações nas áreas de projeto e
análise estrutural (PEREIRA, 2012).
Alves Filho (2013) fala que, há alguns tipos de elementos que contribuem na análise
estrutural por elementos finitos, sendo eles elementos de viga, treliça, conectado
continuamente, placa e elementos de casca.
Um elemento contínuo é fracionado artificialmente em um número finito de elementos,
também conectados por “nós”. Para que a representação de um modelo não apresente elementos
deformados e com tamanhos desproporcionais, sua subdivisão deve ser controlada por dois
princípios existentes na teoria dos elementos finitos, são estes a malha de elementos finitos e a
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escolha do elemento apropriado para a criação desta malha. Na Figura 20 é possível visualizar
a malha de elementos finitos gerada em um componente mecânico. De modo aproximado, a
malha gerada proporciona que o modelo proposto represente para cada trecho o que ocorre na
estrutura real (ALVES FILHO, 2013).
Fonte: https://www.ansys.com
3 METODOLOGIA
O presente trabalho será realizado na empresa Golden Sucos, apresentado na Figura 21,
onde será desenvolvida uma esteira automática para o transporte de tonéis de aço em uma linha
de envase. Pensando em diminuir os riscos ergonômicos por conta de esforços físicos constantes
no envase de sucos concentrados, o estudo vai de encontro a todo o processo de
desenvolvimento e melhoria de um equipamento comum, porém indispensável no meio
produtivo.
envase. Posteriormente o tonel é empurrado até o final da esteira, onde é inserida a tampa de
fechamento do mesmo.
A empresa possui uma sala destinada ao envase do produto, que segue algumas normas
quanto à segurança alimentar como a IFS Food defense, que regulamenta algumas práticas de
fabricação (BPF), e garante a produção de forma eficiente. O layout disponível, pode ser
visualizado na figura 22, em uma sala com 7,2 m de comprimento e 4,7 m de largura, tendo
dimensões compatíveis ao projeto.
A esteira que será projetada será a esteira C, que totaliza 3200 mm, que carregará os
tambores após o seu envase, diminuindo o esforço físico da operação.
3.1.3 Projeto
Para a seleção do perfil cantoneira que será utilizado no projeto foram levados em
consideração os seguintes critérios:
a) Propriedades mecânicas do material;
b) Custos;
c) Prazo de entrega;
d) Logística.
A cabeceira é constituída por duas chapas laterais onde é feita a fixação na estrutura de
perfil cantoneira em inox, eixo único onde é fixado por rolamentos nas extremidades e ambos
são fixados nas chapas laterais. O sistema de acionamento é constituído de chapas laterais,
mancais de rolamento, rolete de retorno, eixo de acionamento e motoredutor. Para o
dimensionamento do motoredutor e seleção do mesmo, com a premissa de 30m/min, foi
calculado o rpm e torque necessários a partir das equações:
O valor do rpm a partir da equação de velocidade periférica, segundo Melconian, (2019)
é calculado com a Equação 1:
𝜋𝜋. 𝑛𝑛. 𝑟𝑟
𝑣𝑣 = Equação 1
30
Onde 𝑀𝑀𝑇𝑇 é o torque que será exercido no conjunto para o acionamento da correia
transportadora, 𝐹𝐹𝑇𝑇 é a força tangencial e 𝑟𝑟 o raio da peça que será transmitido o torque.
Sendo que 𝐹𝐹𝑇𝑇 foi utilizado o valor de 14000 N, considerando a carga dos tambores que
serão transportados e o peso total da correia e rolos, para 𝑟𝑟 foi utilizado o valor de 0,035 m que
é o raio do diâmetro do eixo de acionamento que é acoplado ao motor. Conforme informado
pelo fornecedor da correia, para o valor final do torque na correia, garantindo a saída do
equipamento da inércia.
Para início do projeto foi selecionado o perfil cantoneira de 2’’ x ¼’’ inox AISI 304
após os testes de resistência por software, para compor a estrutura principal. No segundo
momento foi utilizado o módulo Spaceclaim importando os arquivos de SolidWorks para o
formato Ansys, conforme Figura 25.
Para a geração da malha foi utilizado o módulo Generate Mesh, nele foi possível gerar
uma malha não muito detalhada da forma automática, foi então testado os tamanhos de malha
inserindo na malha na aba Method em size, gerando um novo método, unindo em um corpo na
aba Element size inserido uma malha de 40 mm, foi testado que o número de elementos e nós
eram 15364 e 65264. Foi então testado diversos valores de tamanho de malha até chegar ao
valor de convergência.
No módulo Static Structural – Mechanical, foram selecionados os materiais de cada
componente do conjunto estrutura e gerado a malha, realizando a convergência e refinamento
da mesma.
Na Figura 26 são exibidas as condições de contorno nos locais onde atuam as forças e
os engastes, conforme premissas para a posterior simulação.
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Os tonéis de aço, são cheios com suco concentrado o que gera uma massa de cerca de
270 kg, cada tonel tem um diâmetro de base de 600 mm, tendo em conta que a esteira possui
uma largura total 3200 mm em caso de estar completamente carregada, transportará 5 tonéis.
As cargas totais empregadas na estrutura são apresentadas na Tabela 3:
Gerando uma carga total de cerca de 15 kN. A partir da função unidades de massa do
programa SolidWorks, foi possível identificar a massa dos conjuntos de acionamento e rolos de
carga, sendo respectivamente 22 kg e 15 kg por unidade. Por se tratar de uma carga distribuída
será realizado o somatório total das forças na componente y e dividido pelo comprimento total
da esteira, sendo assim obtém-se uma carga distribuída de 4570 N. Com as massas totais
disponíveis é possível realizar o estudo proposto.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Visando atender a NR-17, a esteira transportadora de correia foi projetada de forma mais
ergonômica possível respeitando a altura de trabalho do colaborador de 1050 mm, mostrada
pela cota dy como 1049,06 mm, com o auxílio de pés niveladores, (Figura 28) essa altura pode
ser alterada, conforme cada operador que estiver utilizando a esteira, sem descartar o
funcionamento fluido do equipamento. Para cumprir a NR-12, todos os locais que apresentam
riscos de acidentes devem estar protegidos, como eixos, motor e rolos expostos. O equipamento
deve dispor de um dispositivo de segurança para paradas de emergência, a esteira possui um
botão de emergência com cordão por toda sua extensão, em casos emergenciais, inibindo um
54
risco de acidente a parada torna-se instantânea. Para exemplificar o assunto, pode-se observar
na Figura 28, o conjunto de acionamento protegido, as chapas de proteção em toda a extensão
da correia transportadora, e botão de emergência.
Chapas de
proteção Botão cordão de
emergência
Pés niveladores
O material utilizado para a estrutura como também os rolos de sustentação foi o aço
inoxidável AISI 304, por possuir grande resistência mecânica, ter elevado limite de escoamento
e ser um material asséptico, utilizado comumente no ramo alimentício. Sua boa soldabilidade
garante um bom acabamento e preenchimento das lacunas que deverão ser soldados, sua
montagem é rápida e precisa e rigidez satisfatória.
Sabendo que o projeto é voltado a uma indústria do ramo alimentício, o perfil
selecionado deveria atender as cargas impostas a ele como também o material constituído.
Sendo assim primeiramente foi testado dois perfis com dimensões distintas para realizar a
validação. A Tabela 4 apresenta os valores dos perfis.
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Na Tabela 5 é possível observar dados que foram utilizados para alimentar o software
gerando um padrão de malha satisfatório, importadas para o módulo Static Structural –
Mechanical.
4.5 CUSTO
de um estudo, os custos de projeto não foram levantados. A estimativa de custos com a mão de
obra, foram determinadas pela equipe técnica de cada área e pelo autor.
Na Tabela 6 é apresentado o custo total do equipamento, com o conjunto de
acionamento e o sistema de segurança, alinhado a NR-12.
Com o levantamento do total de peças utilizadas no projeto, foi possível obter o custo
de construção da esteira transportadora. A esteira é montada de forma manual, utilizando
operadores de solda e corte, operadores de montagem do conjunto de acionamento e rolos de
carga, como também serviços em centros de usinagem CNC, todos os valores embutidos no
custo, totalizando 56 horas trabalhadas.
Tendo em vista que o custo do perfil cantoneira do tipo L 2’’ x 1/4’’ em inox AISI 304
é de R$ 202,50 ao metro, serão 7,8 m utilizados, sendo o valor total da estrutura proposta
totalizando o valor de R$ 1579,50. O tubo perfil quadrado 1-1/2’’ em inox será utilizado um
total de 600 mm, ao passo de que serão utilizados 6 pés, seu valor por metro é de R$ 429,00,
desta forma o custo totaliza R$257,40. Os pés em baquelite serão utilizados o total de 6
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unidades, com valor unitário de R$ 56,00, desta forma totalizando R$ 336,00. Os valores do
conjunto de acionamento podem ser observados na tabela 04 sendo de R$ 5.963,34 do conjunto
motoredutor. Os rolos de carga, formados por tubos de 2’’ em inox tem o valor de R$ 88,27 ao
metro, sendo utilizados 30 metros, totalizando o valor de R$ 2648,10. Já os tubos de 3’’
utilizados no conjunto de acionamento custam R$ 220,70. Os eixos maciços que fazem parte
do conjunto dos rolos de carga totalizam o valor de R$ 1983,00.
Em função da adequação a NR-12, a esteira possui um custo adicional de R$ 1106,20,
pois necessita de placas de proteção nas regiões de perigo, botão de emergência do tipo cordão
e tubos guias para os tambores.
Os rolamentos utilizados, sendo quatro SKF UC204 e 84 rolamentos SKF 6202zzc3,
totalizam R$ 839,16. As demais fixações totalizam o valor de R$ 40,00.
Os orçamentos levantados foram comparados e analisados a afim de avaliar qual o
melhor custo benefício de cada material cotado.
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Conforme os objetivos propostos para este trabalho, que é o projeto mecânico de uma
esteira transportadora, com ênfase ergonômica, pode-se afirmar que o trabalho atingiu as
expectativas iniciais, tendo grandes possibilidades de implementação no setor estudado.
Foi realizado o levantamento de todos os dados necessários para a construção de uma
esteira transportadora. Através do estudo foi possível definir o tipo correto de esteira a ser
utilizada, tendo em vista a alta carga que seria solicitada para transporte.
O conjunto de acionamento composto por um motoredutor e um tambor de acionamento,
foi definido a partir de cálculos, garantindo o torque correto para a retirada da inércia da carga
transportada, operando pela nominal correta do motor. Outro fator importante, foi a adequação
do equipamento a NR-12, segurança de máquinas e NR-17, garantindo o trabalho mais
ergonômico possível.
No projeto proposto da esteira transportadora, foi projetada uma estrutura composta por
perfil do tipo L, cantoneira de duas polegadas e espessura ¼’’, que foi testado e validado a sua
utilização, através do software de elementos finitos Ansys, sendo possível através das condições
de contorno, a aplicação das cargas e verificação através do critério de Von-Mises resultando
nas tensões máximas encontradas, sendo abaixo do limite de escoamento do material. A
deformação total, também foi um quesito estudado, tendo limites de 0,68 mm em seu ponto
mais alto, não influenciando de maneira negativa o funcionamento do equipamento.
O levantamento de custos se deu através do auxílio do setor de suprimentos da empresa
Golden Sucos, que através dos seus melhores fornecedores foi desenvolvido os orçamentos de
peças e materiais empregados no projeto. A montagem ocorreu de forma satisfatória, garantindo
as tolerâncias propostas.
Para trabalhos futuros a sugestão que se dá, é da utilização de sensores e automação do
equipamento, como também a implementação da máquina no setor estudado.
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6. REFERÊNCIAS
ROSSETE, César Augusto. Segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2014.
SACRAMENTO, R. C. F. Transportadores contínuos para granéis sólidos. Apostila UFBA
Universidade Federal da Bahia, p. 341-349, 2015.
SCHEFFLER, Anderson Jordan Bönmann; DA SILVA, João Manoel Lenz Vianna. Sistema
de automação industrial para dosagem e mistura para sólidos granulados. Salão do
Conhecimento, v. 7, n. 7, 2021.
SILVA, Fernanda Sena da. Avaliação da implantação de uma estrutura metálica como
suporte para placas fotovoltaicas. Universidade Federal do Maranhão. Balsas/MA, 2020.
SILVA, Marcelo Barboza. Projetos de automação industrial. Editora e Distribuidora
Educacional S.A. Londrina, 2018.
SORIANO, Humberto Lima. Método de Elementos Finitos em Análise de Estruturas Vol.
48. Edusp, 2003.
TINKEN Disponível 11/11/22 https://www.timken.com/pt-br/
TRANSMAQ MOTORREDUTORES Disponível em 11/11/22
https://transmaq.com.br/blog/1874-2/
VALERIANO, Dalton. Moderno gerenciamento de projetos. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
Livro eletrônico.
VALOR. Jornal. Governo federal brasileiro investiu mais de R$ 8,6 bilhões no fórum
econômico mundial para incentivar a modernização das fábricas como forma de
estimulação da Indústria 4.0. Disponível em: 'Indústria 4.0' terá crédito de R$ 8,6 bi | Brasil |
Valor Econômico (globo.com) Acesso em 05 set. 2022.
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7. APÊNDICE