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Caxias do Sul
2022
DIEGO MARASCHIN PIMENTEL
Caxias do Sul
2022
DIEGO MARASCHIN PIMENTEL
BANCA EXAMINADORA
É com grande satisfação que agradeço a Deus, pela saúde e força durante essa
caminhada.
À os meus pais Carlos e Tania, pela formação do meu caráter, pelo exemplo de vida
através de seus ensinamentos de humildade, bondade e persistência.
À minha esposa Karine que esteve ao meu lado sempre me incentivando durante
toda a minha jornada acadêmica, pelo carinho, compreensão e companheirismo em todos os
momentos.
À Dra. Luciane pela orientação e apoio durante a execução deste trabalho.
“Nunca deixe que lhe digam que não vale apenas acreditar no sonho que se tem ou
que seus planos nunca vão dar certo ou que você nunca vai ser alguém...
Renato Russo
RESUMO
The present work is research about alternative materials for lamellas in shot blasting, focusing
on optimization strategies of the abrasive blasting process. The study motivations are abrasion
wear and the need for systematic maintenance of the equipment. The main point was to analyze
the technical and economic feasibility of this replacement and, to achieve the proposed
objective, it was needed to identify the original material, propose and analyze replacement
materials and carry out the characterization by abrasion tests and FTIR-ATR analysis on the
original lamella and the proposed materials. In this work, it was sought to comprehend the
theoretical part of abrasive blasting, the forms of maintenance, the concept of abrasion wear
and, mainly, the characterization of the materials: the original and the proposed ones
(polyurethane and Kevlar® aramid). To obtain such data, the necessary technical feasibility
tests were carried out. The steps performed to obtain the results were the identification of the
original material, characterization of the chosen materials, evaluation of wear and creation of
the procedure for carrying out a practical test on the original and proposed materials.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13
1.1 QUESTÃO DE PESQUISA ............................................................................................ 14
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................16
2.1 O PROCESSO DE JATEAMENTO ............................................................................... 16
2.2 MANUTENÇÃO............................................................................................................... 20
2.3 DESGASTE POR ABRASÃO ........................................................................................... 22
2.3.1 Classificação do desgaste abrasivo ............................................................................... 23
2.4 ESTUDO DOS MATERIAIS SELECIONADOS ................................................................ 24
2.4.1 Polímeros ...................................................................................................................... 25
2.4.2 Polímeros flexíveis resistentes a abrasão ................................................................... 26
2.4.2.1 Poliuretano .................................................................................................................... 26
2.4.2.2 Aramida kevlar ............................................................................................................. 27
2.5 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO DE POLÍMEROS ............................................ 28
2.5.1 Ensaio de abrasão ............................................................................................................ 28
2.5.1.1 Abrasômetro tipo roda de borracha...............................................................................28
2.5.2 Espectoscopia e espetrometria no infravermelho ....................................................... 29
2.5.2.1 Espectômetro infravermelho......................................................................................... 32
2.5.3 Refletância total atenuada (ATR).................................................................................34
3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 36
3.1 MATERIAIS ....................................................................................................................... 36
3.2 MÉTODO DE CARACTERIZAÇÃO ............................................................................... 36
3.3 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS .......................................................................................... 37
3.3.1 Caracterização FTIR-ATR .............................................................................................. 37
3.3.2 Ensaio de abrasão...........................................................................................................38
3.3.3 Ensaio prático com amostra no jato de granalha..........................................................39
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................................41
4.1 CARACTERIZAÇÃO FTIR-ATR......................................................................................41
4.2 ENSAIO DE ABRASÃO....................................................................................................43
4.3 ENSAIO PRÁTICO COM AMOSTRAS NO JATO DE GRANALHA............................44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................51
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 53
ANEXO A – PROPRIEDADE DO POLIURETANO ............................................................. 58
13
1 INTRODUÇÃO
lamelas originais e nas dos materiais propostos, apresentando os resultados correspondentes aos
procedimentos de implementação levando em conta os condicionantes como recursos e prazos
para acompanhamento da execução do proposto.
Nesse sentido, buscou-se analisar materiais que apresentassem características como
flexibilidade, absorção de impactos, resistência mecânica e à abrasão, como alternativa de
substituição lamelas existentes do jato de granalha como forma de criar possibilidades de
agilizar a manutenção, bem como, garantir um prazo de durabilidade maior ao do original.
Considerando, principalmente, que o material original tem uma vida útil aproximada de 1200
horas, torna-se necessário a avaliação técnica e econômica que mostrem um desempenho
satisfatório do equipamento com a substituição do material original por outro com melhor
custo/benefício.
É possível substituir o tipo de material atualmente utilizado por outro e assim tornar
eficiente o processo do jato de granalha?
1.2 OBJETIVOS
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O jateamento de superfícies por materiais abrasivos tem sua origem datada em 1870
realizada pela patente registrada por Chew Tilghman que desenvolveu o processo de limpeza
com jato de areia. Entretanto, esse processo por acarretar problemas de silicose para os
operadores exigiu diversas alterações na técnica de limpeza e inovações nos tipos de
equipamentos e de abrasivos (Tupy, 2021).
Surgem os abrasivos metálicos em 1885, porém com aceitação para a utilização
industrial, somente em 1920, quando comprovadas suas vantagens econômicas ligadas ao
desgaste dos equipamentos, acabamento superficial, produtividade, custo, volume de material
abrasivo manipulado e, principalmente, por evitar problemáticas de saúde ao trabalhador. Os
primeiros abrasivos metálicos eram de ferro fundido que mesmo superiores às areias não tinham
uma eficiência considerável. Logo, desenvolveram-se granalhas de ferro maleável e de aço e os
fios de aço cortados que apresentam melhor qualidade e são empregadas atualmente em limpeza
de peças após fundição, decapagem mecânica de metais, rebarbação de peças metálicas,
plásticos e borrachas, fosqueamento de superfícies plásticas, vidros, metais e cerâmicas, “shot
peening” de metais, entre outras (Tupy, 2021). Segundo Paredes (2021) tem como vantagens
baixo custo operacional, velocidade de limpeza, uniformidade no acabamento, menor desgaste
e geração de pó.
O jateamento abrasivo é utilizado na sua maioria para processos de limpeza de
superfícies para aderência de revestimentos, mas, também, para acabamentos, rebarbamento,
gravação ou decoração, remoção de pintura e ferrugem em metais, cerâmicas, concretos e
17
muitos outros materiais. De acordo com Loxan (2020) podem utilizar-se de diversos tipos de
abrasivos, tais como: abrasivos metálicos (chamados de granalha de aço) e abrasivos não-
metálicos que são subdivididos em: minerais (areia de sílica, granada, dolomite e olivina),
sintéticos (carboneto de silício, níquel e ferro, óxido de alumínio e contas de vidro), orgânicos
(caroços de azeitona, caroços de cereja, cascas de nozes) e outros (gelo seco, plástico granulado
ou bicarbonato de sódio).
No mercado encontramos granalhas de ferro fundido, maleáveis (geralmente produzidas
de arame cortado) e as de aço (produzidas esféricas e angulares). Segundo Paredes (2021) as
granalhas de aço dominam o mercado pela qualidade e as mais utilizadas para limpeza são as
de baixa dureza ou de arame cortado. Demonstra em seu estudo as aplicações e as
granulometrias gerais para orientações na escolha da granalha ideal para as mais diversas
formas de limpeza. Como podemos observar na Tabela 1 que demonstra a aplicação das
granalhas esféricas:
Sendo que o sistema de projeção desta granalha é por turbinas centrifugas. Esse sistema
normalmente é mais produtivo que o a ar comprimido e, atualmente, mais econômico e não
poluente ao meio ambiente.
O equipamento de jateamento é o modelo TUN-6X15 4 TR300-20HP da marca
MetalCym. Segundo Metalcym (2018) possui 06 subsistemas básicos de operação que são:
e de outros que possuam características equivalentes para propor alternativas para processos
mais eficientes e com menos manutenção.
2.2 MANUTENÇÃO
1
O autor explica os conceito dos 5s como: “Seiri – Utilização (excluir todo objeto que não é de suma importância
na área de trabalho); Seiton – Ordenação (organizar os itens restantes); Seisou – Limpeza (limpar e inspecionar a
área); Seiketsu – Saúde (elaborar padrões para executar as atividades de maneira segura e saudável); Shitsuke –
Disciplina (a certeza que os padrões implementados estão sendo executados)”.
22
processo fabril o desgaste abrasivo é o mais intenso e dos mais encontrados na prática causando
50% das ocorrências de falhas das máquinas ou componentes. Considerando o determinado
pela norma ASTM G40 - Standard Terminology Relating to Wear and Erosion (2015), nesse
estudo o desgaste no processo de jateamento é o desgaste abrasivo que é entendido como “a
perda de massa resultante da interação entre partículas ou asperezas duras que são forçadas
contra uma superfície, ao longo da qual se movem” apresentando algumas classificações de
acordo com algumas variáveis relacionadas a materiais, superfícies, mecanismos entre outros.
Ressalta-se que o desgaste faz parte de alguns processos, como exemplo de abrasão
entre dois corpos, temos o processo de usinagem e de abrasão entre três corpos, os processos
de lapidação (UGGIONI, 2017).
Ainda de acordo com Lima (2008) o desgaste abrasivo subdivide-se em três categorias:
24
a) Abrasão de baixa tensão (suave); é o desgaste feito pela ação de pequenas partículas
abrasivas de areia, cimento ou pós que se deslocam em velocidades variadas, não sendo
fraturadas, causando riscos ou sulcamentos da superfície.
b) Abrasão de alta tensão (severa); é o desgaste feito pela penetração do abrasivo entre
dois metais que provoca riscamento/sulcamento e endentações sobre a superfície.
c) Abrasão por arranque (extrema); é o desgaste produzido pela força do impacto que
as partículas submetem à superfície dos metais causando a remoção e apresentando um
aspecto de raiado ou rasgado.
Conforme podemos observar na figura 2, apresentada abaixo:
2.4.1 Polímeros
comprimento ser, no mínimo, cem vezes maior que o diâmetro (L/D > 100) (CANEVAROLO,
2002).
2.4.2.1 Poliuretano
Diante dos diversos fatores que intervêm nos processos de análise dos materiais para
avaliação dos alcances dos objetivos propostos, faz-se necessário determinar as formas, os
testes e/ou ensaios. Lima (2008) afirma que “normalmente se faz é analisar a influência das
variáveis mais significativas do fenômeno e planejar em laboratório o ensaio ou os ensaios mais
representativos em cada caso particular”.
Os ensaios de abrasão têm como objetivo mensurar as perdas sofridas pelo atrito dos
materiais, prevenir/prever falhas, selecionar os materiais mais adequados e determinar a
durabilidade e a resistência ao desgaste. São realizadas através de abrasômetros, neste estudo
vamos focar no abrasômetro tipo roda de borracha.
que gira em contato com a superfície do corpo-de-prova, com abrasivo na interface. Empregado
para classificar a resistência ao desgaste tem alta confiabilidade e permite realizar ensaios a
seco ou a úmido. Funciona de forma a esmerilhar a amostra com um abrasivo específico
introduzido entre este e um anel de borracha de dureza especificada, provocando riscamento
(LIMA, 2008; ASTM G 65-00, 2001). Conforme podemos observar na Figura 3.
Figura 3 - Representação esquemática do Abrasômetro Roda de Borracha padronizada pela ASTM (ASTM G 65,
2001).
Cabe ressaltar, que o ensaio de abrasão é utilizado para comparar diferentes materiais
numa mesma condição, entretanto estudos mostram que os resultados podem ser imprecisos por
materiais apresentarem mudança de comportamento de desgaste, quando se muda as variáveis
de carga de velocidade e velocidade de deslizamento pré-fixadas (LIMA, 2008).
espectro eletromagnético por essa região ser menos energética e envolver comprimentos de
onda maiores do que aqueles associados à luz visível (PAIVA et al, 2015). Baseia-se nas
vibrações moleculares, medindo diferentes tipos de vibrações que ocorrem nas ligações entre
átomos de acordo com a energia absorvida. O espectro de absorção no infravermelho tem
origem quando a radiação eletromagnética incidente tem um componente com frequência
correspondente a uma transição entre dois níveis vibracionais. Ou seja, não se trabalha mais
com transição eletrônica, mas com transição vibracional que é dentro do mesmo nível
energético. Ressalta-se que a absorção da radiação no infravermelho interfere nas vibrações das
ligações covalente das moléculas, no qual podem ocorrer deformações axial ou angular
podendo ser assimétrica ou simétrica (SILVERSTEIN et al., 2019).
Na figura abaixo podemos observar as regiões do espectro e os tipos de transições de
energia que fornecem informações fundamentais sobre as estruturas de moléculas orgânicas e
uma parte do espectro eletromagnético que mostra a relação do infravermelho vibracional com
outros tipos de radiação (PAIVA et al, 2015).
Figura 4 – Espectro eletromagnético e a relação do infravermelho vibracional com outros tipos de radiação.
fato, quando principalmente nos resultados dos espectros infravermelhos coincidirem pico a
pico (absorção a absorção). Outro uso, ainda mais importante, é fornecer a informação estrutural
de uma molécula e as absorções de cada tipo de ligação que são, em geral, encontradas apenas
em certas pequenas regiões do infravermelho vibracional (PAIVA et al, 2015).
Para a interpretação de um espectro de infravermelho é necessário observar alguns
requisitos para a interpretação, são eles: espectro deve ter resolução adequada e intensidade
razoável; o composto utilizado deve ser razoavelmente puro; o espectrômetro deve ser calibrado
contra padrões, de modo que as bandas sejam observadas nas frequências ou comprimentos de
onda corretos. Calibrações bastante confiáveis podem ser feitas com um padrão como um filme
de poliestireno; O método de manipulação da amostra deve ser especificado. Se em solução, é
preciso indicar o solvente, a concentração da solução e o passo óptico da célula utilizada
(SILVERSTEIN et al., 2019).
Do mesmo modo para realizar a interpretação do espectro IV das vibrações das
moléculas complexas pela falta de praticidade no seu tratamento rigoroso utiliza-se de
comparações empíricas com outros espectros e da extrapolação de resultados obtidos com
moléculas mais simples, encontrando diversas respostas nos dados fornecidos pelos espectros
de massas. Mas também, da observação nas frequências de absorção das moléculas orgânicas
no infravermelho na forma das frequências características de cada grupos por variarem em uma
larga faixa porque as bandas provêm de interações complexas nas moléculas, correspondendo
predominantemente a um único modo vibracional. Ou seja, posição exata da banda de absorção
e as mudanças nos contornos das bandas revelam detalhes importantes da estrutura. Outro dado
importante para a caracterização do material e a região intermediária do espectro, 1300–900
cm−1, é usualmente conhecida como a região da “impressão digital”. O espectro nela observado
é, com frequência, complexo, com as bandas se originando de modos de vibração acoplados,
tornando-se importante para a determinação da estrutura quando examinada com referência a
outras regiões pela absorção nessa região intermediária ser provavelmente diferente para
diferentes espécies moleculares. Sendo assim, a conclusão, quando possível, deve ser
confirmada pelo exame de outras porções do espectro. Vale destacar que compostos
semelhantes apresentam espectros praticamente idênticos em condições normais e que
diferenças podem ser observadas com expansão da escala de intensidades ou com o uso de
amostras mais concentradas. Assim, a comparação do tipo “impressão digital” ou em qualquer
outra situação deve-se considerar a forma dos picos, a aparência do espectro (escala linear em
número de ondas e linear em comprimento de ondas), sendo a abscissa o valor da energia, em
que comumente utiliza-se "número de onda" (unidade cm-1) e transmitância em % no eixo
32
Figura 5: Dois espectros da mesma amostra de poliestireno: (a) linear em número de ondas (cm−1); (b) linear em
comprimento de onda (μm).
Esse método de ATR possibilita que as amostras sejam analisadas rapidamente por não
exigir a preparação de amostras tanto com líquidos como com sólidos. Cabe salientar que
existem várias opções de cristais, mas o mercado oferece ATR de diamante que apresentam
melhor opção para máxima durabilidade em laboratório de química orgânica (PAIVA et al,
2015).
36
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
2
Propriedades e origem do material utilizados conforme Anexo A.
3
Tecido de Fibra de Aramida da marca Kevlar®. Espessura de 1,7mm e Gramatura de 770 (g/m2).
37
Figura 8: Fluxograma das etapas dos processos de avaliação de materiais de substituição de lamelas do Jato de
Granalha.
registrados na faixa espectral de 4000 a 400 cm -1. Para cada espectro foram realizadas 32
varreduras, sendo que a combinação de todas as varreduras resulta em um espectro médio,
representativa da amostra analisada. As análises foram realizadas no laboratório da empresa
Grendene, ilustrado pela Figura 9.
Para o ensaio prático com as amostras no Jato de Granalha foram utilizados os seguintes
materiais:
• 03 unidades da amostra 1 de poliuretano, material elastomérico de cor verde;
• 03 unidades da amostra 2, material original do fabricante, material elastomérico de cor
preta;
• 03 unidades da amostra 3 de Kevlar, material sintético de cor amarela.
Separado todas as unidades de amostras, estas foram cortadas, sendo cada uma com
dimensões de 140 mm x 140 mm; furadas em 04 pontos para fixação com broca de 06mm de
diâmetro e, seguidamente, realizou-se a pesagem em uma balança de precisão Ohaus 510g ±
0,01g.
Para o procedimento de teste prático realizou-se a instalação das amostras na parte
interna do jato de granalha, sendo fixado por quatro parafusos, essa fixação ocorre de forma a
não desprender a amostra do interior do equipamento, com o objetivo de analisar a perda de
massa das amostras. O procedimento será executado da seguinte forma:
• A partir da instalação de todas as amostras, há cada quinze dias de utilização do
equipamento foi retirada uma amostra de cada material para avaliação de perda de massa
por meio de nova pesagem, tendo o resultado de três pesagens em 45 dias. Cabe ressaltar
que o monitoramento das horas trabalhadas será verificado no sistema Tractian®
40
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Conforme Figura 11 não foi possível verificar as características do material original das
lamelas do Jato de Granalha, pois o mesmo apresenta uma concentração elevada de aditivo do
tipo carbon black, impossibilitando a correta análise, previamente, conforme fornecedor do
material sugere que o material é uma borracha sem classificação específica. Alguns
grupamentos característicos, pode-se ser verificado indicando um SBR, porém com
deslocamentos nos comprimentos de onda, assim a análise pode apresentar distorções.
O ensaio prático foi idealizado para verificar a perda de massa das amostras no processo
de jateamento. Para tanto, instalou-se 03 amostras de cada material (poliuretano, material
original e aramida), sendo retirado uma unidade a cada em 15 dias de funcionamento do
equipamento para pesagem, totalizando 45 dias de teste. A instalação ocorreu na data de
18/04/2022 e a retirada e pesagem das amostras 1 de cada material em 02/05/2022 (15 dias de
teste), das amostras 2 em 16/05/22 (30 dias de teste) e das amostras 3 em 30/05/22 (45 dias de
teste). A Figura 15 demonstra os corpos de prova das amostras do Poliuretano, após a retirada
do equipamento nos períodos estipulados.
45
Figura 16: Corpo de prova das amostras do material original do fabricante no teste prático.
Na primeira quinzena de teste, o equipamento ficou operando por 203 horas tendo uma média
de tempo de operação de 56%, conforme o relatório do sistema apresentado na Figura 17.
No último período observou-se o menor tempo de equipamento ligado, porém com 58%
de tempo em operação, ou seja, a maior porcentagem de todos os períodos. De acordo com a
Figura 19 do sistema que apresenta o período estipulado para a avaliação e retirada das amostras
3 dos materiais.
48
Em cada período de quinze dias, observou-se que houve uma variação de horas de
equipamento ligado. Avaliando a perda de massa em relação às horas de funcionamento do
equipamento, é possível afirmar, que o Poliuretano apresentou menor desgaste, tendo nos
períodos perda de massa de 2,16%, 6,59%, e 10,61%, respectivamente em comparação ao
material original do fabricante (borracha) que foi de 9,61%, 15,18% e 31,04% no mesmo
período. Fato apresentado no gráfico da Figura 20.
4
Para substituição total das lamelas do Jato de Gralha em questão são necessárias 48 peças.
51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
para substituição das turbinas originais do jato de granalha, que como as lamelas, também
sofrem desgaste e demandam inúmeras manutenções, causando a indisponibilidade do
equipamento e custos. A contribuição desse estudo e substituição justifica-se pela necessidade
de avaliar e encontrar um material alternativo às existentes, como forma de criar possibilidades
de agilizar a manutenção, bem como, buscar material de fácil acesso no mercado e com custos
admissíveis, dentro das expectativas orçamentárias da empresa. Realizando a avaliação técnica
e econômica que mostrem um desempenho satisfatório do equipamento com a substituição do
material original por outro com melhor custo/benefício.
53
REFERÊNCIAS
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metalúrgica. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas.
Rede Temática em Engenharia de Materiais. Ouro Preto – MG. 2006.
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Luiz V. da Costa. 4º edição. São Paulo: Blucher, 2008
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KARDEC, Alan Pinto; NASSIF, Júlio Xavier. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro:
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LIMA, A. C. Estudo da Aplicação de Revestimento Duro por Soldagem com Arames Tubulares
quanto à Resistência ao Desgaste de Facas Picadoras de Cana de Açúcar. Tese de Doutorado,
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2008.
NOSSA, Souza Tamires. Estudo comparativo das tensões na interface de compósitos de resina
Epóxi Reforçados com Fibras de Carbono, Aramida e Vidro. Tese de Mestrado, Universidade
Federal de São Carlos Campus Sorocaba, 2011.
PAIVA, Donald L. et al. Introdução à espectroscopia – 2. ed. – São Paulo: Cengage Learning,
2015.
QUINI, Josué Garcia. Polímeros Termofixos para impermeabilização moldada IN Loco. Artigo
para 13º Simpósio Brasileiro de Impermeabilização, 2013.
SOUZA, Sérgio Augusto de. Ensaios Mecânicos de materiais metálicos: fundamentos teóricos
e práticos. Edgard Blucher, 1982.
SUSPENSYS. https://www.suspensys.com/pt/a-empresa/sistemas-de-suspensoes-e-eixos/>.
Acesso em: 24 de fevereiro de 2022.