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Caxias do Sul
2020
TIAGO DOS SANTOS
Caxias do Sul
2020
TIAGO DOS SANTOS
BANCA EXAMINADORA
Este trabalho tem como principal objetivo desenvolver uma ferramenta que estime a força
necessária para dobrar uma peça tubular, sua relevância é baseada nos desafios de um mercado
cada vez mais competitivo no âmbito de exigências para a indústria e agilidade nas respostas
aos clientes. Visando alcançar os objetivos, se realizou uma base teórica em dois pontos, o
primeiro é uma fundamentação teórica dos principais fatores que influenciam na força
necessária para dobrar uma peça tubular, neste item os principais autores citados foram Juha
Tulonen (2017), Groover (2012) e Rohrmann (2005). O segundo é fundamentado em
procedimentos, para aplicação do método estatístico de Regressão Linear Múltipla e verificação
do cumprimento dos seus principais pressupostos, neste caso os principais autores que deram
suporte foram Dantas (1998) e Moreira (1999). A coleta de dados para esse estudo foi realizada
em uma unidade de negócios, denominada Meincol, do grupo voestalpine. Foram
acompanhadas 49 peças durante a produção, assim se obteve o banco de dados para o estudo
de Regressão Linear Múltipla. Após a coleta de dados se verificou as significâncias das
variáveis independentes escolhidas, e a análise dos pressupostos, cumprindo todos os requisitos
foi obtido então a equação que irá estimar a força de dobra necessária para uma peça tubular.
Por último, também foi analisado os resultados da equação com a força real e com um método
que a empresa já utilizava para calcular anteriormente. Destaca-se que com a aplicação da
técnica da Regressão Linear Múltipla obteve-se um resultado 19 vezes mais preciso do que o
usado atualmente pela empresa, mostrando-se eficiente na determinação da força de dobra.
The main objective of this report is to develop a tool that estimates the necessary force to bend
a tubular part, its relevance is based on the challenges of an increasingly competitive market in
the scope of requirements for industry and agility in provide quick responses to the customers.
In order to achieve the objectives, a theoretical basis was developed in two points, the first is a
foundation of the main factors that influence the force required to bend a tubular part, on this
topic the main named authors were Juha Tulonen (2017), Groover (2012) and Rohrmann
(2005). The second is based on procedures to apply the Multiple Linear Regression statistical
method and verification of attendance with its main assumptions, in this case, Dantas (1998)
and Moreira (1999) were the main supporter authors. Data collection for this study was carried
out in a business unit called Meincol, part of voestalpine group. The database for Multiple
Linear Regression study was obtained by monitoring 49 pieces during production. After data
collection, the significance of the chosen independent variables was verified and the analysis
of the assumptions was done, this way fulfilling all requirements and obtaining the equation
that will estimate the necessary bending force for a tubular part. Last but not least, the equation
results were also analyzed and compared to machine real force and to the method previously
used for the company to calculate. The main result of this study was that calculations performed
by the obtained linear equation are 19 times closer to the real values than the calculation method
used previously, proving that Multiple Linear Regression method is efficient on bending force
determination.
Equação 1 ............................................................................................................................ 28
Equação 2 ............................................................................................................................ 31
Equação 3 ............................................................................................................................ 54
Equação 4 ............................................................................................................................ 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
α ângulo de dobra
𝑌𝑖 variável dependente
𝑋𝑖 variáveis independentes
𝛽𝑖 parâmetros da população
𝜀𝑖 erros aleatórios do modelo
α nível de significância
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 17
1.1 QUESTÃO DE PESQUISA ......................................................................................... 18
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................ 19
1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 19
1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 19
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 20
2.1 DOBRA DE TUBO ..................................................................................................... 20
2.1.1 Retorno Elástico (Springback) ................................................................................ 21
2.1.2 Principais Métodos de Dobra ................................................................................. 22
2.1.2.1 Dobra por rolos ...................................................................................................... 22
2.1.2.2 Dobra por prensa .................................................................................................... 23
2.1.2.3 Dobra por compressão ............................................................................................ 24
2.1.2.4 Dobra por tracionamento rotativo ........................................................................... 24
2.1.3 Momento de Resistência para Dobra de Tubo ....................................................... 28
2.2 CONCEITOS GERAIS ................................................................................................ 29
2.2.1 Momento de Inércia de Área .................................................................................. 29
2.2.2 Limite de Escoamento ............................................................................................. 29
2.3 REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA .......................................................................... 30
2.3.1 Nível de significância e p-valor ............................................................................... 31
2.3.2 Técnica de seleção de variáveis explicativas ou independentes Stepwise .............. 31
2.3.3 Pressupostos da Análise de Regressão .................................................................... 32
2.3.3.1 Linearidade ............................................................................................................ 33
2.3.3.2 Normalidade ........................................................................................................... 33
2.3.3.3 Homocedasticidade ................................................................................................ 33
2.3.3.4 Autocorrelação ....................................................................................................... 34
2.3.3.5 Colinearidade ou multicolinearidade ....................................................................... 34
2.3.3.6 Pontos influenciantes (outliers) .............................................................................. 35
3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 36
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................ 36
3.1.1 Tipo da Pesquisa ..................................................................................................... 36
3.1.2 Abordagem da Pesquisa .......................................................................................... 37
3.1.3 Técnica da Pesquisa ................................................................................................ 37
3.2 UNIDADE EM ANÁLISE .......................................................................................... 38
3.2.1 Máquina de dobra ................................................................................................... 38
3.3 ETAPAS DA PESQUISA ............................................................................................ 40
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 43
4.1 SITUAÇÃO ATUAL ................................................................................................... 43
4.2 COLETA DE DADOS ................................................................................................. 44
4.3 ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................... 47
4.3.1 Significâncias das variáveis independentes ............................................................ 47
4.3.2 Pressupostos do Modelo .......................................................................................... 47
4.3.2.1 Linearidade ............................................................................................................ 48
4.3.2.2 Normalidade ........................................................................................................... 50
4.3.2.3 Homocedasticidade e Autocorrelação ..................................................................... 51
4.3.2.4 Multicolinearidade.................................................................................................. 52
4.3.2.5 Pontos influenciantes (outliers) .............................................................................. 53
4.3.3 Construção da Equação de Regressão Múltipla .................................................... 53
4.3.4 Análise e Validação da Equação de Regressão Linear Múltipla ........................... 54
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 60
17
1 INTRODUÇÃO
máquina dobradeira de tubos – contudo, é justamente essa diferença que pode levar a empresa
a declinar de um projeto potencial que se aproxime do limite técnico do equipamento.
Assim busca-se, neste estudo, verificar a existência de outro método para simular a
força de dobra em tubos de aço carbono. Neste contexto surge o problema de pesquisa: É
possível desenvolver outro método para que a empresa possa determinar de maneira mais
assertiva o valor da força de dobra, a fim, de minimizar a perda de projetos?
1.2 OBJETIVOS
Este estudo visa desenvolver uma ferramenta de cálculo rápida e confiável, para
análise da força necessária para dobrar um tubo, para tanto são apresentados os objetivos geral
e específico, para conclusão deste estudo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Durante o processo de dobra, há uma área ao redor do eixo neutro onde a tensão
não excede a força de escoamento do material, assim essa área é denominada elástica. Além
disso, quando a deformação do tubo ocorre durante o processo de dobra, muitas tensões
residuais são introduzidas no material. Após o ferramental de dobra liberar a peça, assim
deixando a mesma em estado “livre”, as tensões são liberadas e assim uma região da curvatura
tende a retornar ao seu estado anterior de acordo com o módulo elástico, isto é chamado de
springback, representado na Figura 3 (TULONEN, 2017).
Os parâmetros de maior influência no springback são resistência a tração e força
elástica. Portanto esses parâmetros são informados pelas usinas fabricantes de aço, assim quem
irá realizar o processo de dobra não tem um controle sobre esses parâmetros, desta forma a
maneira mais fácil é corrigir o retorno elástico no processo, dobrando alguns graus adicionais
ao requisitado em desenho para compensar, assim deixando a peça dentro das tolerâncias
permitidas (TULONEN, 2017).
A seguir serão descritos os 4 processos de dobra para tubos mais relevantes, este
trabalho irá abordar com maior ênfase o processo de dobra por tracionamento rotativo, pela sua
maior representatividade na indústria.
A Figura 4 mostra o princípio da curvatura por rolos. Este método de dobra não
requerer muitas ferramentas e é, portanto, um investimento barato em comparação aos demais
processos de dobra, o conjunto de ferramentas geralmente é composto por três rolos, que
formam um triângulo de apoio entre os quais não há suporte para o tubo. Em comparação com
outros métodos de flexão, as seções retas devem ser deixadas em ambas as extremidades do
tubo na dobra do rolo. Este significa que a flexão não pode ser realizada muito perto do final
do tubo ou a extremidade do tubo deve ser cortada (TULONEN, 2017).
Neste processo a tensão superficial externa é menor que a interna, assim os tubos
ficam suscetíveis a “torção”, quanto menor o raio maior a tensão e maior a probabilidade de
torção. Portanto o raio de curvatura mínimo desse processo é maior que a dos outros métodos
apresentados nesse trabalho (MILLER, 2003).
23
Peças produzidas pelo processo de dobra por prensa geralmente não tem uma
aplicação visível pois seu acabamento superficial é ruim, devido as grandes deformações na
seção da dobra oriundas do processo.
Neste processo, o resultado final se dará pelo trabalho simultâneo de diversas partes
de um conjunto de ferramentas e de maneira totalmente automatizado, onde resumidamente a
25
matriz de dobra é rotacionada no ângulo de dobra necessário, assim o mordente e o tubo que
está sendo dobrado irão acompanhar essa rotação, que irá fornecer o formato final desejado da
peça conforme Figura 8 (TULONEN, 2017).
e o tubo é dobrado por uma força exercida ao redor da matriz. O tubo é guiado
ao redor da matriz por uma abertura que possui o formato da geometria do tubo.
Normalmente são fabricadas de aço ferramenta e posteriormente passam por
tratamento térmico (TESTOLIN, 2016).
b) Pinça: é o elemento responsável pela fixação da peça na extremidade oposta da
matriz de dobra. Normalmente a pinça possui movimento longitudinal (este
movimento se dá por uma estrutura que corre sobre guias lineares). A partir
deste movimento é que esta parte do ferramental posiciona o tubo no local exato
programado para efetuar a dobra. Esta ferramenta também possui o movimento
de rotação para girar o tubo no ângulo correto de dobra (TESTOLIN, 2016).
c) Mordente: é o responsável por fixar o tubo junto à matriz de dobra. A força
que essa ferramenta exerce sobre o tubo contra a matriz, deve ser suficiente para
que a peça que está sendo dobrada não escorregue durante a operação. É comum
o uso de ataques químicos na superfície de contado com o tubo, assim deixando
uma superfície “áspera” ajudando no aperto para que não ocorra o
escorregamento da peça que está sendo dobrada (TESTOLIN, 2016).
d) Guia de Pressão: é utilizado neste tipo de dobra para dar apoio na parte externa
do tubo. Durante o processo de dobra, ou seja, ao ponto que a matriz de dobra
gira para conformar o raio ao tubo, o guia de pressão se move junto com o tubo
para evitar que o mesmo seja flexionado, garantindo a integridade das partes
não curvadas. Normalmente são fabricados em aço de baixo carbono e
endurecidos para que possam resistir ao desgaste (TESTOLIN, 2016).
e) Mandril (Alma Interna): são utilizados para minimizar a deformação do tubo
durante a dobra. Podem ser divididos em três modelos: rígido, flexível e
articulado. São utilizadas na parte interna do tubo durante processo de
curvatura. As almas do tipo rígidas são as mais utilizadas suportam a
deformação apenas no ponto de flexão (aonde começa o raio de dobra) e não ao
longo da tangente da curva. Almas do tipo flexíveis dobram junto com o tubo.
As almas internas do tipo articuladas são as que incluem seções articuladas de
diversas formas, dependendo da geometria de tubo a ser formada. A Figura 10
demonstra alguns tipos de mandris utilizados em dobras de tubos. As linhas de
centro se referem ao ponto aonde os mandris devem ser posicionados em relação
à tangente de dobra (ver Figura 10) (TESTOLIN, 2016).
27
A posição correta é muito particular, variando para cada caso, geralmente é definida
durante testes práticos. A Figura 11 representa os efeitos do recuo ou avanço demasiado de uma
alma interna.
Para calcular o torque necessário para dobrar um tubo, Tulonen (2017) utiliza as
formula abaixo:
𝐸 ∗ 𝐼 tan(𝛼) (Equação 1)
𝑀𝑟 = +
𝑟 𝛼
Onde:
E – Modulo de elasticidade do material;
I – Momento de Inércia de Área;
r – raio da peça;
α – ângulo de dobra;
29
Neste capítulo será apresentado dois conceitos que apresentam relevância para que
o leitor possa entender as grandezas que são tratadas neste estudo.
Após ter sido apresentado conceitos sobre o assunto principal, o próximo tópico irá
abordar a Regressão Linear Múltipla, que será a ferramenta estatística utilizada para o
desenvolvimento de um modelo matemático para previsão do torque necessário para dobrar
uma peça tubular.
Onde:
𝑌 𝑖 = variável dependente;
𝑋𝑖 = variáveis independentes;
𝛽𝑖 = parâmetros da população;
𝜀𝑖 = erros aleatórios do modelo.
2.3.3.1 Linearidade
2.3.3.2 Normalidade
2.3.3.3 Homocedasticidade
gráfico dos resíduos padronizados versus os valores calculados pelo modelo de regressão,
mostra pontos espalhados em torno de uma reta horizontal que passa pela origem. Quando essa
distribuição é aleatória, ou seja, sem nenhum padrão definido, conforme mostra a Figura 14, o
modelo é considerado homocedástico. Já quando se apresenta os pontos de demonstram alguma
tendência, é considerado heterocedástico (Dantas, 1998).
Figura 14 – Gráfico para análise homocedásticidade
2.3.3.4 Autocorrelação
Quando se optem autocorrelação indica que os erros são associados, ou seja, não
são independentes sob o estado de normalidade. A ideia de independência dos resíduos está
relacionada com a independência dos dados. Em uma circunstância ideal, cada operação se
realiza livremente uma da outra (DANTAS, 1998).
Além disso a autocorrelação pode ser analisada por um gráfico. Utilizasse como
coordenadas os erros padrões defasados de uma ordem em correlação aos erros padrões
colocados nas abcissas. A dispersão em todos os quadrantes do gráfico apresenta a ausência de
autocorrelação (HOCHHEIM, 2011).
com variáveis que retratam valores de mercado, também pode ocorrer quando se obtém uma
amostragem imprópria (GAZOLA, 2002).
Para identificar a existência de multicolinearidade, é possível analisar os
coeficientes de correlação linear entre as variáveis independentes. Quando se optem 28
resultados acima de 0.8 a NBR 14653-2 aconselha ter cautela, pode ser a indicação de uma
grande colinearidade entre as variáveis. É possível identificar a multicolinearidade através da
análise gráfica dos resíduos, relacionando a cada variável independente (HOCHHEIM, 2011).
Uma distribuição arbitrária dos resíduos, conforme Figura 15a, indica a não
existência de multicolinearidade. Resíduos que indicam uma tendência definida são evidências
de multicolinearidade, ilustrado na Figura 15b (HOCHHEIM, 2011).
Outliers são pontos que têm um resíduo grande, quando se compara, aos outros
pontos da amostra. Podem ser analisados e apresentados por meio de um gráfico de resíduos
padronizados versus os valores calculados pelo modelo de regressão (DANTAS, 1998).
Tradicionalmente considera-se valores de resíduos padronizados maiores que o
módulo de 2 como método para identificar outliers, como ilustrado na Figura 16, (HOCHHEIM,
2011).
Figura 16 – Outliers
3 METODOLOGIA
Este estudo foi desenvolvido em uma planta que faz parte do grupo voestalpine, que
é composto por 500 empresas presentes em mais de 50 países, espalhadas pelos cinco
continentes, com mais de 50.000 funcionários. Com sede na cidade de Linz, na Áustria, o grupo
é líder mundial em produção, processamento e desenvolvimento de produtos de aço de altíssima
qualidade, em especial para setores de alta intensidade tecnológica como o automotivo,
ferroviário, aéreo e energético.
Planta essa inaugurada em 2013, é responsável pela produção de produtos especiais
e processos agregados, onde uma das tecnologias que se destaca é o Direct Forming, empregado
com exclusividade na América Latina, o qual permite a conformação de aços de alta resistência.
A nova planta está localizada na Estrada Paolo Radaelli S/N, bairro Forqueta, em Caxias do
Sul.
A planta apresenta foco na fabricação de tubos especiais e produtos com processos
agregados suportados por máquinas CNC. Destes, podemos citar como principais: corte laser
2D e 3D, dobra de tubos pelos métodos de tracionamento rotativo e dobra por rolos.
Este trabalho foi desenvolvido a partir da percepção do autor e do Sr. Mário Júnior
Segala (Gerente Industrial) como agentes atuantes no desenvolvimento de produtos da empresa.
Com a grande relevância dos estudos realizados na empresa para tubos dobrados, este trabalho
irá elaborar um novo método de simulação de torque necessário para dobrar um tubo.
Os produtos que serão analisados, são dobrados em duas máquinas dobradeira BLM
ELECT150, onde a principal diferença entre os equipamentos é o torque máximo, a BLM_1
possui 50.000 Nm e a BLM_2 75.000 Nm de torque.
Ambos equipamentos são CNC de 12 eixos totalmente elétricos, conforme Figuras
17 e 18, nas quais as setas pretas indicam os sentidos de movimento dos eixos e as letras
identificam o nome dos eixos. Os esforços estudados nesse trabalho foram analisados no eixo
“Y” do equipamento, pois ele é o responsável por fornecer a força necessária para ultrapassar
o momento de resistência do tubo a ser dobrado, assim realizando a dobra. A ELECT 150 pode
dobrar tubos de até Ø 150mm.
39
Os esforços estudados no eixo “Y” do equipamento são ilustrados pela Figura 18,
que representa uma vista superior do Detalhe “A” da Figura 17.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a análise de força necessária para dobrar os itens novos estudados pelo setor
de Engenharia de Produto da empresa voestalpine Meincol, são realizados cálculos através de
uma planilha que o fabricante da máquina dobradeira disponibilizou.
A Figura 20 mostra a primeira tela da planilha onde são fornecidos os inputs como
seção do tubo, espessura, raio médio de dobra, ângulo de dobra, material utilizado na fabricação
do tubo, velocidade de dobra e se utiliza alma interna para dobrar. O exemplo demonstrado nas
figuras a seguir é para o item denominado como Tubo 60x60x4,00.
4.3.2.1 Linearidade
60000
50000
Força de Dobra Real
40000
(Nm)
30000
20000
10000
0
0 50 100 150 200 250
Raio
(mm)
50000
Força de Dobra Real
40000
(N/m)
30000
20000
10000
0
0 100 200 300 400 500 600 700
Limite de Escoamento do Material
(Mpa)
50000
Força de Dobra Real
40000
(Nm)
30000
20000
10000
0
0 200000 400000 600000 800000 1000000 1200000 1400000 1600000 1800000 2000000
Momento de Inércia da seção
(g/mm²)
50000
40000
Força de Dobra Real
(Nm)
30000
20000
10000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo de Dobra
(°)
Observa-se nas Figuras 24, 25, 26 e 27 que os gráficos não apresentam tendências
significativas, demonstrando o atendimento do primeiro pressuposto da Regressão Múltipla.
4.3.2.2 Normalidade
A normalidade foi avaliada pelo meio de uma análise gráfica do histograma dos
resíduos padronizados, com a propósito de verificar se seu aspecto apresenta equivalência com
a curva normal de T Student. Na Figura 28 pode-se verificar o histograma e a curva de tendência
dos resíduos padronizados.
51
2
Resíduos padrão
0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000
-1
-2
-3
-4
Valores estimados pela regressão (Y)
4.3.2.4 Multicolinearidade
1
Resíduos padrão
0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000
-1
-2
-3
-4
Valores estimados pela regressão (Y)
o software Excel 2017, para os dados das 49 amostras coletadas. A melhor função de regressão
encontrada para explicar a força necessária para dobrar uma peça tubular é a indicada a seguir.
Onde:
RD = Raio de Dobra
AD = Ângulo de dobra
LE = Limite de escoamento
MI = Momento de inércia
Observa-se pelas constantes da Equação 3 a importância de cada variável independente
no resultado da Força de Dobra (Y). O próximo passo para utilização desta equação é a sua
validação. No item subsequente é realizada a comparação do Valor Real Resultante da Força
de Dobra versus Valor Estimado pela equação de regressão em relação ao torque total do
equipamento. Também é realizado o cálculo do erro da força de dobra em relação ao indicado
pelo fabricante da máquina.
Força de Força
Máquina Número Diferença Força Erro da R.L.M. em
Dobra Calculada pela
utilizada para da R.L.M. pela Real relação a capacidade
Real R.L.M.
dobrar a peças amostra (Nm) máx. do equipamento
(Nm) (Nm)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
1,96. Porém, devido ao alto índice de correlação linear que o modelo apresentou, decidiu que
será mantido esses 5 pontos.
Após a validação da equação, foi calculado a força necessária para dobra um tubo
para as 49 amostras e realizado duas comparações. A primeira foi um comparativo do modelo
de cálculos utilizado através de uma planilha fornecida pelo fabricante da máquina em relação
a força real para as 49 amostras, a planilha apresenta um erro médio de 19% (podendo esse ser
o coeficiente de segurança do fabricante da máquina dobradeira de tubos). A segunda análise
foi um comparativo entre o resultado real acompanhado na fábrica e o resultado calculado
através da R.L.M., onde se identificou um erro médio de 1,05%, sendo que para algumas
amostras o valor calculado fica ligeiramente menor que o real. Com esse resultado apresentado
cumprimos nosso objetivo do trabalho que era desenvolver um método de determinação da
força de dobra de tubos por meio do uso da Regressão Linear Múltipla.
Para a realização deste estudo o apoio da empresa voestalpine Meincol foi
fundamental, no que tange disponibilidade de recursos para todos os testes que se fizeram
necessários, assim tornando possível a realização deste estudo.
Deixa-se aqui as recomendações/sugestões para trabalhos posteriores, tais como,
aumentar a amostragem, assim tendo uma variação de limite de escoamento da matéria prima
para o mesmo item, podendo assim realizar um estudo do quando o LE influência para uma
determinada peça. Realizar a subdivisão, criando quatro ou mais grupos de peças, grupos esses
divididos pelo tamanho do momento de inércia, recomendação essa para tentar refinar mais
ainda o modelo.
Durante o estudo para este trabalho também se identificou que a razão elástica do
material, dada pela equação 4, representa um ponto muito importante durante os
estudos/análises de itens dobrados. Para itens que possuem um raio médio menor que 2 vezes
a seção do tubo, identificou-se que quando a razão elástica é maior que 81% o tubo rompe/rasga
na região dobrada. Assim fica como uma sugestão para trabalhos futuros, a análise da relação
raio de dobra versus razão elástica do material.
𝐿𝐸
𝑅𝐸 = (Equação 4)
𝐿𝑅
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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na Variabilidade do Preço do Mel nos Municípios de Angra dos Reis e Mangaratiba.
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ASM International Handbook Committee. ASM Handbook: Forming and Forging. 9º ed.
vol.14. Estados Unidos, 1988.
DANCEY, C. P.; REIDY, J. Estatística sem Matemática para Psicologia: usando SPSS para
Windows. [Tradução VIALI, L.]. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GRIFFITHS, W. E.; HILL, R.C.; JUDGE, G. G. Econometria. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
HAIR, Joseph F. Multivariate Data Analysis. 7th Edition. Pearson Prentice Hall. New Jersey,
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MILLER, Gregory. Tube Forming Processes: A Comprehensive Guide. 1. ed. Estados Unidos
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STANGE, Ronald R. Tube and Pipe Bending Manual. Tools For Bending, Inc. Colorado,
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TULONEN, Juha. Precision steel tube handbook: Compilation of Training Material for
Bending, Welding and Coating. 2º ed. Suécia, 2017.