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ESCOLA DE ENGENHARIA
Niterói, 2013
GABRIEL GOMES GALHARDO
Niterói, 2013
Dedico este trabalho a minha família, que
sempre me apoiou de todas as maneiras
possíveis.
AGRADECIMENTOS
The work aims to develop a computational tool to assist the user, from input data available, in
determining the profiles of available pressure and required pressure for a well-reservoir
system. Furthermore, the tool will be able to return several other variables and properties for
certain conditions that are found along the methods to be applied. The calculation of
theoretical pressures expected from a well is important when one wants to have an estimate of
the potential of the well from surface data. The development is based on the creation of
functions within the Visual Basic for Applications in Excel. This work will show the two
most commonly used methods for calculating the Tubing Performance Relationship. This
work also aims to provide a basis for the creation and development of other methods in future
works. The results shown at the end of this study, taken from literature, showed that the
developed program brings a contribution as a tool to give assistance in the academic
environment, besides being useful for researchers and students in the area of Petroleum
Engineering.
Figura 2. 1 – Variáveis necessárias para cálculo de vazão pela equação de Darcy. .............................16
Figura 2. 2 – Inflow Performance Relationship de duas fases. .............................................................19
Figura 2. 3 – Cálculo do fator de fricção de Fanning ............................................................................22
Figura 2. 4 – Rugosidade relativa para vários tipos de tubos . ..............................................................23
Figura 2. 5 – Correlação para cálculo do fator de holdup. ....................................................................24
Figura 2. 6 – Correlação para o coeficiente do número de viscosidade. ...............................................24
Figura 2. 7 – Correlação para o fator de correção secundário ...............................................................25
Figura 2. 8 – Diagrama do método de Beggs-Brill. ............................................................................. 28
Figura 3. 1 – Função para o cálculo de um logaritmo na base 10 ........................................................ 38
Figura 3. 2 – Função para o cálculo de solubilidade do gás por Standing ........................................... 39
Figura 3. 3 – Função para o cálculo de fator volume formação do óleo por Marhoun ........................ 39
Figura 3. 4 – Função para o cálculo de fator de compressibilidade por Papay .................................... 40
Figura 3. 5 – Funções para o cálculo das massas específicas do líquido e do gás. .............................. 41
Figura 3. 6 – Funções para o cálculo da viscosidade e tensão superficial do líquido .......................... 42
Figura 3. 7 – Funções para o cálculo das velocidades superficiais do gás e do líquido ....................... 42
Figura 3. 8 – Funções para o cálculo dos números das velocidades do líquido e do gás
respectivamente ..................................................................................................................................... 43
Figura 3. 9 – Funções para o cálculo do número do diâmetro e do número da viscosidade do líquido
............................................................................................................................................................... 44
Figura 3. 10 – Função para o cálculo de verificação da aplicabilidade do método de Hagedorn-Brown
............................................................................................................................................................... 45
Figura 3. 11 – Função para o cálculo do peso associado e vazão mássica ........................................... 46
Figura 3. 12 – Função para o cálculo do fator de correção para o número de viscosidade do líquido. 47
Figura 3. 13 – Função para o cálculo do Holdup do método de Hagedorn-Brown .............................. 48
Figura 3. 14 – Função para o cálculo a viscosidade média .................................................................. 48
Figura 3. 15 – Função para o cálculo do número de Reynolds ............................................................ 49
Figura 3. 16 – Função para o cálculo do fator de fricção de Fanning .................................................. 50
Figura 3. 17 – Função para o cálculo da massa específica de Hagedorn-Brown ................................. 51
Figura 3. 18 – Funções para o cálculo das massa específicas médias .................................................. 51
Figura 3. 19 – Funções para o cálculo das velocidades superficiais médias e Δvm² ........................... 52
Figura 3. 20 – Função para o cálculo do Gradiente de Pressão de Hagedorn-Brown .......................... 52
Figura 3. 21 – Função para o cálculo da densidade do óleo a partir do grau API ................................ 54
Figura 3. 22 – Funções para o cálculo das massas específicas do óleo e da água ................................ 55
Figura 3. 23 – Funções para o cálculo das vazões de gás e líquido in situ respectivamente ................ 55
Figura 3. 24 – Funções para o cálculo das velocidades superficiais in situ do líquido e do gás .......... 56
Figura 3. 25 – Funções para o cálculo das variáveis GL, GG e GT........................................................ 57
Figura 3. 26 – Função para o cálculo do lambda ................................................................................. 57
Figura 3. 27 – Função para o cálculo do número de Froude ................................................................ 58
Figura 3. 28 – Funções para o cálculo das viscosidades do líquido e viscosidade total ...................... 58
Figura 3. 29 – Função para o cálculo do número de Reynolds no-slip ................................................ 59
Figura 3. 30 – Função para o cálculo do Holdup horizontal ................................................................ 59
Figura 3. 31 – Função para o cálculo do coeficiente do fator de correção da inclinação..................... 60
Figura 3. 32 – Função para o cálculo do fator de correção da inclinação do holdup do líquido .......... 61
Figura 3. 33 – Função para o cálculo do holdup do líquido pelo método de Beggs-Brill.................... 61
Figura 3. 34 – Função para o cálculo da massa específica total das duas fases ................................... 61
Figura 3. 35 – Função para o cálculo da variável S ............................................................................. 62
Figura 3. 36 – Funções para o cálculo do fator de fricção no-slip e fator de fricção das duas fases.... 62
Figura 3. 37 – Função para o cálculo do gradiente de pressão de Beggs-Brill .................................... 63
Figura 3. 38 – Função da equação de Vogel para o cálculo de Pwf ...................................................... 63
Figura 4. 1 – Pressões calculadas pelo método de Hagedorn-Brown .................................................. 68
Figura 4. 2 – Propriedades calculadas pelo método de Hagedorn-Brown ao longo do trecho............. 69
Figura 4. 3 – Pressões calculadas para diferentes vazões para a construção da curva TPR ................. 69
Figura 4. 4 – Curva TPR criada a partir do método de Hagedorn-Brown ........................................... 70
Figura 4. 5 – Pressões calculadas pela equação de Vogel .................................................................... 70
Figura 4. 6 – IPR criado a partir da equação de Vogel ........................................................................ 71
Figura 4. 7 – Intersecção das curvas de IPR e TPR para a determinação da vazão de equilíbrio ........ 71
LISTA DE TABELAS
1.1 – Descrição
1.3 – Objetivos
O trabalho tem como objetivo principal fazer uma análise do comportamento das
pressões ao longo da coluna de produção de um poço de petróleo para diversos casos, e a
partir dessa analise, desenvolver um programa com o auxilio do Visual Basic for Applications
(VBA). Esse programa servirá para auxiliar o usuário na obtenção dos seguintes dados:
Pressões
Vazão
Inflow Performance Relationship (IPR)
Tubing Performance Relationship (TPR).
A partir desses dados, espera-se ser possível a construção de gráficos e tabelas que
proporcionem o melhor entendimento do escoamento e produção ao longo da coluna de
produção de um poço.
14
O trabalho também tem como objetivo secundário proporcionar base para trabalhos
futuros que abordem a criação de novos programas utilizando o Visual Basic for Applications
(VBA) para condições diferentes de escoamento.
1.4 – Metodologia
Está parte será destinada a análise e fundamentos da área estudada para uma melhor
familiarização do leitor com o trabalho. Serão mostradas as correlações e métodos que regem
os fundamentos necessários para esse trabalho baseados em artigos, trabalhos, livros e
publicações.
2.1– Vazões
( )
Eq. 2-1
onde k(md) é a permeabilidade efetiva da formação, h(ft) é a espessura da formação, pwf (psi)
é a pressão de fluxo no fundo do poço, s é o fator skin, rw (ft) o raio do poço, B(RB/STB) o
fator de formação do óleo e μ(cP) a viscosidade do fluido em movimento. Considerando que o
reservatório e a pressão próxima ao poço permanecem acima da pressão de bolha, as
expressões para o fluxo de óleo qo e água qw devem ser expandidas para levar em conta a
redução de permeabilidade relativa devido ao efeito da saturação de cada fase, assim, obtendo
as seguintes relações:
( )
Eq. 2-2
( )
Eq. 2-3
onde krw e kro são, respectivamente, a permeabilidade em relação a água e o óleo em um
reservatório com duas fases. Quanto maior for a saturação de água próxima ao poço, menor
será a vazão de óleo. (ECONOMIDES & SAPUTELLI, 2005)
16
Este termo considera a queda de pressão adicional necessária para superar a resistência
de fluxo da zona de permeabilidade reduzida, causada pela invasão do fluido de perfuração, o
efeito da penetração parcial ou o efeito do ângulo de contato da penetração da arquitetura do
poço. A figura 2.1 mostra o raio rs da zona caracterizada pela skin em relação ao raio de
drenagem. O fator skin s pode ser relacionado a permeabilidade de dano e formação k, dano
de penetração ks, e raio do poço rw como:
( ) ( )
.Eq. 2-4
( )
[ ( )]
Eq. 2-5
Acima da pressão do ponto de bolha, com água e gás imóveis, a saturação de óleo
permanece constante resultando num índice de produtividade constante, J*. Se outras fases
estiverem presentes no poço, kro é reduzido, e consequentemente o índice de produtividade
também é reduzido. No entanto, sem suporte artificial (e.g. injeção de água ou gás), a pressão
no reservatório cai rapidamente, uma vez que a única energia interna é fornecida pela
expansão dos fluidos e contração da rocha, a qual é muito pequena. (ECONOMIDES &
SAPUTELLI, 2005)
( ) ( )
̅ ̅
Eq. 2-6
na qual é a pressão média do reservatório. A equação 2-6, graficamente, apresenta o
comportamento de uma curva, devido ao escoamento abaixo da pressão de bolha.
Para que o mesmo sistema gás-óleo em que a pressão do reservatório está acima da
pressão de ponto de bolha, e ainda a pressão de fluxo no fundo do poço poderia ser abaixo da
pressão de ponto de bolha o chamada fluxo de Vogel, qv, está relacionado com o índice de
produtividade acima a pressão de ponto de bolha por:
̅
( ) ( )
̅ ̅
Eq. 2-7
̅ ̅ ̅ ̅
̅ ̅ ̅ ̅
Eq. 2-8
[ ( ) ( ) ]
̅ ̅
̅ [ ( ) ( ) ]
̅ ̅
Eq. 2-9
Uma expressão semelhante para equação de contra-pressão de Vogel foi sugerido por
Fetkovich em 1973:
[ ( ) ]
̅
Eq. 2-10
19
Com a informação de teste em duas ou mais vazões estabilizadas as incógnitas qo, max e
n podem ser determinadas. Com n→1, eq. 2-8 torna-se:
̅ [ ]
Eq. 2-11
Eq. 2-12
Eq. 2-13
e
Eq. 2-14
Eq. 2-15
na qual:
Sendo:
Eq. 2-16
22
Eq. 2-17
A Figura 2.4 também contém dois fatores de correção empírica CNL e ψ. O gráfico de
dados mostra que “holdup” versus viscosidade é uma série essencialmente de linhas retas. A
água foi escolhida arbitrariamente como uma curva base (C = 1,0). C, em seguida, é utilizado
para outros fluidos de alta viscosidade para se fazer as curvas paralelas coincidentes. A curva
de correção de viscosidade obtida é mostrada na Figura 2.5.
Para o uso das figuras relacionadas ao cálculo do holdup, faz-se necessário o uso das
equações para os números adimensionais propostos por Duns e Ros:
23
( )
Eq. 2-18
( )
Eq. 2-19
( )
Eq. 2-20
( )
Eq. 2-21
O fator ψ foi incluído para levar em conta uma parte dos dados, onde foi postulada que
uma transição ocorreria antes de o fluxo de névoa começar, com a velocidade do gás como
variável mais importante. Conforme a velocidade do gás se aproximou a necessária para fluxo
com névoa, ele rompe a fase líquida e a turbulência produz um "anel", líquido, o qual aumenta
o escorregamento. Como a velocidade aumenta ainda mais, as forças de cisalhamento sobre
este anel o dissipam até que o mecanismo principal seja o fluxo de névoa. A Figura 2.6
mostra a correlação para ψ. Na maioria dos casos, ψ será igual a 1,0. (LYONS & PLISGA,
2005)
[ ]( ) [ ( )]
Eq. 2-22
Sendo WOR a razão água-óleo, SGo, SGg, SGw as densidades do óleo, gás e água
respectivamente, Rs a razão de solubilidade e Bo o fator volume de formação do óleo.
A massa total associada a um barril de liquido no tanque de estocagem, w:
( ) ( )
Eq. 2-23
A vazão mássica:
̇ ̇
Eq. 2-24
em que qw e qo são as vazões de água e óleo respectivamente.
A viscosidade da mistura liquida μL:
( ) ( )
Eq. 2-25
( ) ( )
Eq. 2-26
[ ( ) ( )]
Eq. 2-27
onde Ap é a área da seção transversal.
27
( )
[ ]( )( )( )
Eq. 2-28
na qual GLR é a razão gás-líquido, T é a temperatura em Rankine, Rs é a razão de solubilidade
em scf/bbl e Z é o fator de compressibilidade.
A massa específica da mistura é calculada usando tanto a correlação de “holdup” de
Hagedorn-Brown e desconsiderando o escorregamento entre as fases. O maior valor é então
usado.
Se o fluxo de bolhas é o regime dominante, o gradiente de pressão é usado da mesma
maneira que na aproximação de Orkiszewski. (LYONS & PLISGA, 2005)
A escolha desse método para ser abordado no trabalho baseou-se no fato de ser
aplicado em escoamento em poços horizontais, tendo assim, grande importância no que se
refere a este tipo de cálculo.
O diagrama de fluxo para calcular a pressão transversal em um poço vertical é
mostrada na figura 2.7. A equação incremento de profundidade para ΔL é:
28
( )
Eq. 2-29
Onde:
γt = massa específica das duas fases em lb/ft³
vt = velocidade superficial das duas fases (vt = vsL+vsG) em ft/s
ft = fator de fricção das duas fases
Gt = vazão de fluxo de massa das duas fases (lb/s.ft²)
g = aceleração da gravidade
d = diâmetro
θ = ângulo de inclinação vertical
Segundo LYONS & PLYSGA(2005), o procedimento descrito a seguir pode ser usado
para a o cálculo da pressão transversal:
1. Calcular a média de pressões e profundidade entre dois pontos
Eq. 2-30
2. Determinar a temperatura média T em uma profundidade média. Este valor deve ser
conhecido de uma pesquisa de temperatura versus profundidade.
3. A partir de uma análise PVT ou correlações apropriadas, calcule Rs, Bo, Bw, μo, μw, μh, σo, σw
e Z a uma T e P.
Eq. 2-31
( ) ( )
Eq. 2-32
Eq. 2-33
Eq. 2-34
Eq. 2-35
30
6. Calcular as vazões in situ de gás e líquido. Neste caso, estas vazões são para uma determinada
pressão e temperatura, diferentemente da vazão considerada para os cálculos do método de
Hagedorn-Brown.
Eq. 2-36
Eq. 2-37
7. Calcular as velocidades superficiais in situ do gás, líquido e mistura. Deve-se usar os valores
de vazão in situ para este cálculo:
Eq. 2-38
Eq. 2-39
Eq. 2-40
Eq. 2-41
Eq. 2-42
Eq. 2-43
Eq. 2-44
Eq. 2-45
Eq. 2-46
Eq. 2-47
Eq. 2-48
Eq. 2-49
( )
Eq. 2-50
12. Para determinar o regime de escoamento que existiria se o fluxo fosse horizontal, calcular os
parâmetros correlacionados L1, L2, L3 e L4:
Eq. 2-51
32
Eq. 2-52
Eq. 2-53
Eq. 2-54
Segregado:
λ< e NFR<L1 ou λ≥ e NFR<L2
Transição:
λ≥ e L2<NFR<L3
Intermitente:
≤λ< e L3<NFR<L1 ou λ≥ e L3<NFR≤L4
Distribuído:
λ< e NFR≥L1 ou λ≥ e NFR>L4
Eq. 2-55
Onde a, b e c são determinados para cada regime de fluxo a partir da tabela 2.4:
Regime a b c
λ λ
Eq. 2-56
Eq. 2-57
para um poço vertical.
Eq. 2-58
Eq. 2-59
Eq. 2-60
onde
Eq. 2-61
λ
Eq. 2-62
Eq. 2-63
19. Calcular o fator de fricção sem escorregamento:
Eq. 2-64
ou
Eq. 2-65
Eq. 2-66
35
21. Calcular ΔL. Se os valores estimados e calculados para ΔL não são suficientemente próximos,
o valor calculado é usado como um novo valor estimado e o processo é repetido até os valores
coincidirem. Um novo incremento de pressão é então escolhido e o processo é contínuo até a
soma de todos os ΔL serem iguais a profundidade do poço.
Capítulo 3 – Desenvolvimento e Implementação do Programa
O capítulo anterior teve como objetivo mostrar em que se baseia o programa a ser
desenvolvido. Neste capítulo será mostrado um passo-a-passo de como desenvolver o
programa que visa facilitar o uso tanto dos cálculos de IPR quanto o uso dos métodos para
escoamento multifásico.
Como foi visto no capítulo anterior, os cálculos de pressão disponível e necessária não
são simples, e envolvem várias etapas que se repetem, como o caso de Hagedorn-Brown para
o cálculo das velocidades superficiais para diferentes P e T. Estes cálculos tornam o trabalho
de quem utiliza esses métodos no dia-a-dia muito trabalhosos para serem feitos sem uma
ferramenta computacional. O objetivo principal dessa ferramenta é que ela seja implementada
principalmente para o uso acadêmico.
O Microsoft Excel foi o aplicativo escolhido por ser um software acessível. Existem
outros softwares que também fazem estes mesmos cálculos, porém, o custo para se ter esses
programas é relativamente alto em comparação ao Excel.
A versão utilizada para este trabalho será a do Microsoft Excel 2010. Para que o
usuário consiga desenvolver e implementar o programa, é necessário um conhecimento básico
de programação de computadores e do próprio Microsoft Excel 2010.
O Visual Basic for Applications utiliza-se de uma linguagem própria para descrever as
chamadas Macros. É necessário que o usuário tenha um conhecimento prévio sobre essa
linguagem para que se possa entender a estrutura dos módulos que serão apresentados.
O layout final do programa pode ser feito tanto na própria planilha do Excel quanto
em um UserForm. Este trabalho utilizará uma planilha para os cálculos envolvendo as
pressões disponíveis e uma segunda para o método de Hagedorn-Brown. As figuras que serão
mostradas ao final do desenvolvimento do programa são de elaboração própria, não sendo
necessário que o usuário adote exatamente o mesmo layout, porém, a ordem em que serão
colocadas as funções desenvolvidas é de grande relevância para se organizar e identificar mais
facilmente possíveis erros.
37
Os módulos foram escritos identificando nas primeiras linhas de cada parte os dados
de entrada e saída das funções criadas, os dados de entrada aparecem na ordem em que devem
ser inseridos nas funções, facilitando assim a identificação dos dados que serão usados pela
mesma.
1. Função Log10
2. Razão de solubilidade
3. Fator volume de formação do óleo
4. Fator de compressibilidade do gás
5. Massa específica do líquido
6. Viscosidade do óleo
7. Tensão superficial do óleo
8. Viscosidade do líquido
9. Tensão superficial do líquido
10. Velocidade superficial do líquido
11. Velocidade superficial do gás
38
Função Log10
Inicialmente, foi feita uma função para as correlações que se utilizam do logaritmo na
base 10, conforme mostra a figura 3.1. Esta função foi criada tendo em vista que a função
“log” do VBA, entende como logaritmo na base natural, sendo assim, é necessária a criação
de uma função para cada base diferente que se desejar. Esta função será usada na construção
dos módulos.
Razão de Solubilidade
respectivamente. A escolha das melhores correlações para o cálculo dessas variáveis é uma
sugestão para trabalhos futuros.
A correlação escolhida para este trabalho para o cálculo da solubilidade do gás foi a
proposta por Standing, e é mostrada pela figura 3.2.
Esta correlação para razão de solubilidade do gás deve ser primeiramente calculada
para uma pressão média entre dois pontos para os cálculos que tem como objetivo encontrar o
holdup relativo ao trecho. O valor de T deve ser colocado em graus Rankine.
Figura 3. 3 – Função para o cálculo de fator volume formação do óleo por Marhoun
Fonte: Sena (2010).
A correlação apresentada na figura 3.3, proposta por Marhoun, foi adotada para o uso
no método.
Esta correlação primeiramente deve ser usada para uma pressão e temperatura média
entre 2 pontos para o cálculo do holdup, a temperatura, neste caso, deve ser inserida em graus
40
Rankine, ou o usuário pode simplesmente somar 460 ao valor de T na expressão, caso esta
esteja em graus Fahrenheit.
A correlação de Papay foi escolhida para este caso, conforme mostra a figura 3.4:
Os códigos da figura 3.5 foram definidos para se criar duas funções que representam
respectivamente o cálculo das massas específicas do líquido e do gás a partir da equação 2-22
e da equação do gás real. Note que as variáveis estão sendo declaradas em sua maioria como
dupla precisão com o objetivo de receberem qualquer valor. Esta massa específica também
deverá ser recalculada ao se calcular as velocidades superficiais nos pontos específicos do
trecho em questão.
41
A figura 3.8 mostra o código para a função que representará os números de velocidade
do líquido e do gás, representando as equações 2-19 e 2-18 respectivamente. Os dados de
entrada foram todos dimensionados como dupla precisão, para aceitarem qualquer valor. As
constantes desses números adimensionais podem ser encontradas na tabela 2-3 e foram
declaradas em separado no código, caso o usuário deseje trabalhar no sistema métrico, o valor
dessas constantes devem mudar conforme a tabela 2-3:
Figura 3. 8 – Funções para o cálculo dos números das velocidades do líquido e do gás
respectivamente
Note que alguns dos dados de entrada para os números em questão já foram calculados
por funções descritas por códigos anteriormente. A ordem em que se colocam essas funções é
de extrema importância para que o usuário tenha facilidade na organização dos dados de
entrada.
44
Deve-se verificar, após obter os dados de saída das funções anteriores, a aplicabilidade
do método de Hagedorn-Brown. O código apresentado na figura 3.10 mostra como foi feita
esta verificação de aplicabilidade:
45
A partir das funções criadas na figura 3.11, é possível calcular o peso associado a 1 bbl
em stock tank e a vazão mássica como descritos pelas equações 2-23 e 2-24. Esses dados de
saída serão utilizados posteriormente para o cálculo da massa específica média.
46
Segundo LYONS & GUO et al.(2007), existem duas maneiras de se encontrar o valor
do coeficiente do número de viscosidade do líquido, através do gráfico ou através de uma
função que representa esse gráfico com uma precisão aceitável.
As equações a seguir podem ser usadas como ferramentas para se encontrar o holdup:
Eq. 3-1
Eq. 3-2
Eq. 3-3
A seguinte expressão foi encontrada para representar o gráfico usado para o holdup
com uma boa precisão: (LYONS & GUO, 2011)
Eq. 3-4
47
Onde:
Eq. 3-5
Seja:
Eq. 3-6
Para X3 > 0.01, o gráfico que calcula ψ pode ser substituído pela seguinte expressão,
com uma precisão aceitável(LYONS & GUO, 2011):
Eq. 3-7
A função descrita pela figura 3.12 substitui o uso da figura 2.5, tornando o trabalho do
usuário mais simples e dinâmico, além de dar mais confiabilidade aos resultados, pois caso o
usuário deseje, pode também recorrer a figura 2.5 como uma maneira de conferir os
resultados e ver se estão coerentes.
Figura 3. 12 – Função para o cálculo do fator de correção para o número de viscosidade do líquido
48
Holdup
O holdup pode ser calculado através de duas maneiras, para esta ferramenta foi
escolhida a função que representa o gráfico em que se pode obter o holdup. Esta função é
descrita pela figura 3.13, retornando apenas o valor final do holdup.
Viscosidade média
Número de Reynolds
O código da figura 3.15 é a função referente a equação 2-13. A partir do dado de saída,
será possível calcular o fator de fricção de Fanning para a equação do gradiente de pressão.
{ [ ( ) ]}
√( )
Eq. 3-8
Sendo assim, o código desenvolvido para encontrar o fator de fricção de Fanning foi
desenvolvido como mostra a figura 3.16:
Para simplificar o tamanho dos códigos, foi declarada uma variável E como dupla
precisão, com a finalidade de facilitar o entendimento do código.
50
Estas funções calculam a velocidade das duas fases nas pressões P1 e P2 o valor de
Δvm² respectivamente. O valor Δvm² será usado na equação de gradiente de pressão.
Os códigos para o cálculo desta variável, que definem o termo cinético do método de
Hagedorn-Brown, são mostrados na figura 3.19.
O código foi programado para que o usuário não precise definir a variável de maior
valor para que a variação seja positiva. Qualquer valor encontrado pela primeira função
mostrada, automaticamente será apto a ser utilizado na função seguinte, retornando assim
sempre um valor positivo.
51
Gradiente de pressão
A função descrita pela figura 3.20 retornará o valor que é o objetivo do trabalho. O
gradiente de pressão fornecerá a variação de pressão ao longo do trecho escolhido em
escoamento multifásico. Este código foi feito excluindo-se o termo cinético da equação 2-12.
52
1. Densidade do óleo
2. Massa específica do óleo
3. Massa específica da água
4. Vazão de gás
5. Vazão de líquido
6. Velocidade superficial in situ do líquido
7. Velocidade superficial in situ do gás
8. GL
9. Gg
10. Gt
11. Lambda
12. Número de Froude
13. Viscosidade do líquido
14. Viscosidade total
15. Número de Reynolds no-slip
16. Holdup horizontal
17. Coeficiente do fator de correção da inclinação
18. Fator de correção da inclinação do holdup do líquido
19. Holdup do líquido
20. Massa específica total das duas fases
21. S
22. Fator de fricção no-slip
23. Fator de fricção das duas fases
24. Gradiente de pressão de Beggs-Brill
54
Densidade do óleo
Esta parte da ferramenta pode ou não ser usada, dependendo do tipo de dado de
entrada que o usuário terá em mãos. Caso só disponha da densidade API do óleo, a função
presente na figura 3.21 irá fornecer um valor de saída correspondente a densidade do óleo.
Estas vazões se diferem das vazões utilizadas no outro método. Neste caso, a vazão é
calculada na superfície, e em unidades inglesas. Sendo assim, esta função recebe os valores de
vazões nas unidades “bpd” e retornam um valor em “ft³/s”. Para o caso da vazão de gás, a
temperatura de entrada deve ser inserida em graus Fahrenheit.
Caso o usuário deseje inserir diretamente a temperatura em graus Rankine, basta
retirar o termo “460” que está sendo somado à temperatura.
Os códigos das vazões in situ de gás e líquido são definidos como mostra a figura
3.23.
55
Figura 3. 23 – Funções para o cálculo das vazões de gás e líquido in situ respectivamente
Figura 3. 24 – Funções para o cálculo das velocidades superficiais in situ do líquido e do gás
Cálculo do lambda
Número de Froude
A figura 3.29 foi desenvolvida baseada na equação 2-49. As unidades que devem ser
usadas para as variáveis GT e viscosidade total nos dados de entrada são, respectivamente:
“lb/(s.ft²)” e “cP”.
59
Holdup Horizontal
mostra o código desenvolvido para o cálculo, esta função poupa o trabalho do usuário de
definir o regime de escoamento, retornando apenas o valor final do holdup horizontal.
Nesta função, deve-se atentar para o valor do ângulo de inclinação, uma vez que a
função seno do VBA retorna o valor para um ângulo em radianos. A função descrita pela
figura 3.32 baseia-se na equação 2-57.
61
Figura 3. 34 – Função para o cálculo da massa específica total das duas fases
62
Cálculo do S
A função representada pela figura 3.35, mostra como se obter o valor de S, usado para
encontrar os valores de fricção. A função já leva em consideração as duas expressões que S
pode admitir.
Figura 3. 36 – Funções para o cálculo do fator de fricção no-slip e fator de fricção das duas fases
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A equação 2-29 é representada pela figura 3.37. Neste código, a variável de pressão
entra em “psi”. O termo de transformação da unidade de pressão já encontra-se presente no
código.
Este capítulo terá como objetivo mostrar o desenvolvimento da ferramenta para fins de
cálculos de perfis de pressões, e mostrar a funcionalidade da mesma, demonstrando assim que
o trabalho atingiu aos objetivos propostos inicialmente.
Ao concluir o desenvolvimento dos módulos, o usuário já possuirá a ferramenta para a
resolução dos problemas. A maneira com que será desenvolvida a ferramenta para o cálculo
das pressões e vazões fica a critério do usuário. Para este trabalho, foi utilizada uma estrutura
simples, aplicando-se as várias funções desenvolvidas nos módulos diretamente nas planilhas
do Excel, respeitando-se a ordem dos passos mostrados no capítulo 2 para cada método e
testando valores encontrados na literatura para a verificação da aplicabilidade da ferramenta
desenvolvida.
A partir das planilhas que serão geradas, a ferramenta terá a capacidade de fornecer os
seguintes dados, a partir de dados de superfície:
Para facilitar a utilização da ferramenta, sem prejudicar o resultado final, foram feitas
as seguintes considerações:
( )
Eq. 4-1
Para que seja possível encontrar o valor da pressão no fundo do poço, a partir de dados
de superfície, foi utilizado o seguinte procedimento:
Eq. 4-2
3. Definir o valor de dp/dz a partir dos métodos de Beggs-Brill ou Hagedorn-Brown
4. Definir as pressões segundo a seguinte equação:
Eq. 4-3
5. Possuir os seguintes dados iniciais:
Profundidade
Diâmetro interno do tubo e Área
Grau API e densidade do óleo
Viscosidade do líquido
Viscosidade do gás
Vazão de óleo
Densidade do gás
Pressão inicial
Temperatura inicial
Temperatura no fundo do poço
Vazão de água e Razão Água-Óleo
Tensão superficial do líquido
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Densidade da água
Vazão de gás e Razão Gás-Óleo
Fluxo mássico
Pressão crítica
Temperatura crítica
Note que p1 não se refere a pressão na cabeça de poço, mas sim a pressão em um ponto
onde temos as demais propriedades dos fluidos. A partir deste ponto, utilizando o
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Para cada gradiente de pressão de cada ponto, diversas outras propriedades são
calculadas no mesmo ponto. Durante a aplicação da ferramenta é possível obter essas
propriedades em cada ponto, como mostra a figura 4-2, todos os valores estão representados
por unidades do sistema inglês.
Variando-se a vazão, é possível criar um perfil de pressão de fundo para cada valor
escolhido. A figura 4-3 mostra o perfil de pressão variando-se a vazão e utilizando o método
de Hagedorn-Brown. A figura 4-4 mostra o gráfico TPR criado a partir desse perfil.
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Figura 4. 3 – Pressões calculadas para diferentes vazões para a construção da curva TPR
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A equação de Vogel foi utilizada para o cálculo do IPR. Os valores de qo,max e pe foram
estipulados em 515 bpd e 3000 psia respectivamente. A figura 4-5 mostra o resultado das
pressões de fundo para as diversas vazões consideradas. O gráfico de IPR foi gerado,
mostrando o comportamento esperado para a curva.
Figura 4. 7 – Intersecção das curvas de IPR e TPR para a determinação da vazão de equilíbrio
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A figura 4-7 mostra que o objetivo do trabalho foi atingido. Através da ferramenta
desenvolvida, é possível encontrar a vazão de equilíbrio ao se cruzar as curvas de IPR e TPR.
O valor para a vazão de equilíbrio é o do ponto onde as curvas se cruzam.
Capítulo 5 – Conclusão
5.1 – Resultados
Referências Bibliográficas
LYONS, W. C.; PLISGA, G. J., Standard Handbook of Petroleum & Natural Gas
Engineering, 2ª ed., Burlington, Massachussets, USA: Gulf Professional Publishing Elsevier,
2005