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Niterói, RJ
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO CURSO DE
ENGENHARIA DE PETRÓLEO
Niterói, RJ
2017
AGRADECIMENTOS
estimate the probability of finding a deposit before starting the drilling. Together with
the risk assessment, the volumetric analysis of the prospects is also carried out in
order to determine the volume of hydrocarbons in place. In the present work, a brief
exploratory evaluation of a generic petroleum system was carried out, with emphasis
on the final stages: geological risk assessment and volumetric analysis of prospects.
addressed in the literature was carried out. In the determination of the in place
volume of the prospects Monte Carlo simulation was performed. Finally, through risk
analysis and volumetry, it was possible to identify the best prospects of the petroleum
system.
INTRODUÇÃO...........................................................................................................12
CAPÍTULO 1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..............................................................14
1.1- SISTEMA PETROLÍFERO..................................................................................14
1.1.1- ROCHA GERADORA............................................................................14
1.1.2- MIGRAÇÃO DE HIDROCARBONETOS...............................................17
1.1.3- ROCHA RESERVATÓRIO....................................................................18
1.1.3.1- RESERVATÓRIOS CLÁSTICOS..................................19
1.1.3.2- RESERVATÓRIOS CARBONÁTICOS..........................20
1.1.4- ROCHA SELANTE E FORMAÇÃO DE TRAPAS GEOLÓGICAS.........20
1.1.5- SINCRONISMO.....................................................................................21
1.2- PROSPECÇÃO DE HIDROCARBONETOS.......................................................21
1.2.1- LEVANTAMENTO SÍSMICO.................................................................21
1.2.2- PROCESSAMENTO SÍSMICO..............................................................23
1.2.3- SÍSMICA 3D..........................................................................................23
1.3- PLAY, PROSPECTO E LEAD.............................................................................24
CAPÍTULO 2 - ANÁLISE DE RISCO GEOLÓGICO NA EXPLORAÇÃO DE
PETRÓLEO................................................................................................................27
CAPÍTULO 3 - AVALIAÇÃO DE VOLUMETRIA DE PROSPECTOS........................38
3.1- AVALIAÇÃO DETERMINÍSTICA.........................................................................38
3.2- TRATAMENTO PROBABILÍSTICO NA VOLUMETRIA DE PROSPECTOS......39
3.3- SIMULAÇÃO MONTE CARLO NA VOLUMETRIA DE PROSPECTOS.............39
CAPÍTULO 4 – DESENVOLVIMENTO......................................................................42
4.1- METODOLOGIA APLICADA...............................................................................42
4.3- ÁREA DE ESTUDO: SISTEMA PETROLÍFERO GENÉRICO............................42
4.4- VOLUMETRIA DOS PROSPECTOS..................................................................47
4.5- ANÁLISE DE RISCO GEOLÓGICO....................................................................51
4.6- CONSOLIDAÇÃO DO PROJETO.......................................................................54
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES..................................................................................57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................58
INTRODUÇÃO
13
CAPÍTULO 1
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
15
O processo de geração de óleo e gás pode ser resumido em etapas de
maturação da matéria orgânica: diagênese, catagênese e metagênese (Figura 2). A
fase de diagênese, caracterizado como estágio imaturo, é constituída de gás metano
de origem bioquímica, compostos orgânicos (ácidos, cetonas, aldeídos, etc.) e
querogênio que nas próximas etapas dará origem ao óleo e o gás. A catagênese é a
fase principal de formação de óleo, tendo como ponto ótimo na temperatura de 70ºC.
Conforme haja acréscimos de temperatura e pressão o óleo vai se tornando mais
denso conferindo a ele propriedades de menor valor econômico. Além disso, nessa
fase há a formação de gases condensados como: butano, propano e etano. A
metagênese (fase senil) ocorre a altas temperaturas e pressões, acarretando no
processo de metamorfismo da rocha. Sendo assim, nessa etapa final há a geração
dos últimos hidrocarbonetos e gás metano termoquímico (PRESS et. al., 2006).
Como observado na Figura 2, há atribuído para as fases os valores de Ro (%
da reflectância da vitrinita). A vitrinita, originalmente composta por fragmentos de
madeiras e plantas, tem como característica ser mais brilhante (poder de refletir a
luz) conforme há o acréscimo da temperatura. Dessa forma, valores de Ro permite
interpretar a maturidade da rocha. Um percentual abaixo de 0,5% infere à formação
a característica de imatura, enquanto valores entre 0,9% - 1,0% são representados
pela máxima geração de óleo. Somente condensados e gás serão produzidos em
valores acima de 1,3% (BJØRLYKKE, 2010).
16
A Figura 3 ilustra a geração de diferentes tipos de hidrocarbonetos conforme
a profundidade (pressão) e a temperatura. Nota-se que conforme a profundidade
aumenta há a mudança das distribuições dos hidrocarbonetos (pesados até zona de
gás seco).
17
Figura 4. Cenário geológico representativo de um processo de migração desde a rocha geradora até
as rochas reservatórios (GOMES e ALVES, 2007).
20
Além da presença da rocha selante, há a segunda condição para a
acumulação de hidrocarbonetos: a existência das trapas ou armadilhas geológicas.
Na migração, os fluidos são direcionados para as formações adjacentes de menor
pressão, essas zonas devem se encontrar em configurações geométricas que
permitem a focalização dos fluidos, impedindo assim, o escape futuro dos mesmos
(MILANI et al., 2000).
As trapas normalmente se classificam em dois tipos: as estruturais e as
estratigráficas, podendo ocorrer situações híbridas. As trapas estruturais (Figura 5)
geralmente correspondem a uma falha ou dobra resultante de deformação
(anticlinais, falhas, domos salíferos, etc.). Já as trapas estratigráficas são referentes
aos casos em que as características litológicas permitem uma acumulação de
hidrocarbonetos que pode, por exemplo, corresponder à mudança de uma seção
permeável para uma seção não permeável (PRESS et al., 2006).
21
1.1.5 SINCRONISMO
1.2.3 SÍSMICA 3D
23
Figura 6. Exemplo de seção sísmica de reflexão 2D (VEEKEN, 2007).
24
De acordo com os mesmos autores, um prospecto seria uma potencial
acumulação individual. Ou seja, um play seria composto por um ou mais prospectos,
sendo esses caracterizados pelas componentes de risco e uma distribuição
probabilística dos volumes de potenciais hidrocarbonetos. Temos anterior a isso a
definição de leads que é um estudo para uma acumulação potencial atualmente
menos definida que um prospecto. Desta forma, devem ser feitos maiores
levantamentos e avaliações de dados para que um lead possa evoluir para tornar-se
um prospecto.
Diferentemente do play, prospecto e lead dizem respeito a acumulações não
descobertas, o sistema petrolífero inclui apenas as ocorrências de petróleo
descobertas. O play e o prospecto são utilizados como justificativas para a
perfuração de um poço pioneiro. Uma vez encerrada a perfuração, o termo
prospecto não é mais usado e o local passa a denominar-se poço seco ou campo de
avaliação (Figura 8 e 9) (ROSS, 1997).
25
Figura 9. Representação esquemática de bacia, sistema petrolífero (sist. pet.), play e prospecto
(CCOP, 2000).
26
CAPÍTULO 2
Ps = Pg x Pr x Pa x Pd (1)
Onde,
Ps = probabilidade de sucesso geológico
Pg = presença de rocha geradora
Pr = presença de reservatório
Pa = presença de trapa
Pd = play dinâmico ou o tempo apropriado de formação da trapa
relativamente à duração da migração, percursos para a migração de
hidrocarbonetos desde a fonte ao reservatório, e a preservação dos hidrocarbonetos
no dia de hoje.
Caso alguma destas probabilidades seja zero, a probabilidade de sucesso
geológico também é zero (OTIS e SCHNEIDERMAN, 1997). Os mesmos autores
propuseram uma lista de apoio para a atribuição dos valores de probabilidade
empregados na avaliação do risco. Em suma, para atribuir os valores (Figura 10) de
probabilidade individuais considera-se:
Pg (rocha geradora):
- Capacidade carga de hidrocarbonetos; e
- Maturação da carga.
27
Pr (rocha reservatório):
- Presença
- Qualidade
Pa (trapa):
- Trapa (definições e características)
- Selo (vertical e lateral)
Pd (dinâmico):
- Rotas de migração
- Sincronismo
-Preservação
Figura 10. Matriz de adequação das probabilidades da análise de risco (adaptada de OTIS E
SCHNEIDERMANN,1997 e ROSE, 2001).
28
Figura 11. Considerações de atribuição dos valores de probabilidades (OTIS e
SCHNEIDERMAN, 1997).
29
E por último, mesmo com o aparecimento e/ou reativação de
falhas o hidrocarboneto migrado ainda tem que estar preservado, o
mesmo vale para basculamentos mais recentes.
Onde,
Pr = Probabilidade da rocha reservatório
Pr1 = Probabilidade da existência de fácies de reservatório com espessura Net
(líquida) mínima em relação Net to Gross (Figura 12).
Pr2 = Probabilidade da eficácia do reservatório, em relação à porosidade,
permeabilidade e saturação de hidrocarbonetos (Figura 13).
30
Figura 12. Probabilidade da existência de fácies de reservatório (CCOP, 2000).
31
Pg = Pg1 x Pg2 (3)
Onde,
Pg = Probabilidade da rocha geradora
Pg1= Probabilidade da rocha geradora ser efetiva em termos de existência de
volume suficiente e qualidade adequada localizada na área de drenagem da
estrutura mapeada (Figura 14).
Pg2 = Probabilidade de migração efetiva dos hidrocarbonetos da rocha fonte para a
estrutura mapeada (Figura 15).
32
Figura 15. Probabilidade de migração efetiva dos hidrocarbonetos da rocha fonte
para a estrutura mapeada (CCOP, 2000).
33
Figura 16. Probabilidade de presença da estrutura mapeada com volume suficiente de rocha (CCOP,
2000).
Figura 17. Probabilidade de mecanismo de selo (vedação) efetivo para a estrutura mapeada (CCOP,
2000).
34
Por último temos o Pd (probabilidade dinâmica), de acordo com o manual do
CCOP (2000), este é definido como sendo a probabilidade de retenção efetiva de
hidrocarbonetos na perspectiva após acumulação (Figura 18).
35
Para Ps entre 0.25 e 0.5, o risco considerado é baixo. Para esse cenário,
todos os fatores de risco são encorajadores para favoráveis, sendo associado a
poços que testam plays comprovados perto da produção existente (5-10 km).
Para Ps entre 0,125 e 0,25, o risco considerado é moderado. Para esse
cenário, dois ou três fatores de risco são encorajadores para favoráveis - um ou dois
fatores são encorajadores ou neutros. Esta categoria está associada a testes de
poços de novos plays na produção de bacias ou plays mais distantes (> 10 km).
Para Ps entre 0,063 e 0,125, o risco considerado é alto. Para esse cenário,
um ou dois fatores de risco são encorajadores - dois ou três fatores são neutros ou
encorajadores. Esta categoria é frequentemente associada a testes de poços de
novos plays na produção de bacias distantes (> 20 km) de produção existente ou
plays comprovados em uma área não comprovada.
Para Ps entre 0,01 e 0,063, o risco considerado é muito alto risco. Para esse
cenário, dois a três fatores de risco não são melhores do que neutros, com um ou
dois fatores questionáveis ou desfavoráveis. Esta categoria geralmente está
associada a testes de poços de novos plays em uma área não provada longe de
bacias produtoras (> 50 km).
36
CAPÍTULO 3
Onde,
Net = Volume “líquido” do reservatório preenchido com hidrocarbonetos
Ø = Porosidade
Sw = saturação de água
39
P10 – Reserva Provada acrescida da provável e possível - (volume
máximo) – otimista – significa que o valor real tem 10% de ser maior
que o estimado.
40
CAPÍTULO 4
DESENVOLVIMENTO
41
Figura 20. Grid da área de estudo com as linhas sísmicas e poços.
Figura 21. Perfil sísmico 2D da área de estudo com horizontes e períodos geológicos.
42
Figura 22. Perfil sísmico com as principais formações demarcadas.
43
Figura 23. Rotas das migrações e selos do sistema petrolífero.
44
Figura 25. Superfície do Prospecto Permo Carbonífero Estrutural Estratigráfico (PPEE) interpretada
na Sísmica 3D (coloração somente com intuito de destaque).
Figura 26. Superfície do Prospecto Cretáceo Estrutural Estratigráfico (PCEE) interpretada na Sísmica
3D (coloração somente com intuito de destaque).
Figura 27. Superfície do Prospecto Triássico Estrutural Estratigráfico (PTEE) interpretada na Sísmica
3D (coloração somente com intuito de destaque).
45
4.3 VOLUMETRIA DOS PROSPECTOS
46
Figura 28. Espessura dos cenários (P90, P50 e P10) do PPEE.
47
Figura 30. Espessura dos cenários (P90, P50 e P10) do PTEE.
48
Tabela 4. Parâmetros de volumetria do PTEE
Parâmetro P90 P50 P10
Net Volume (MBOE ) 37034,65 70992,02 97400,69
Porosidade (0 a 1) 0,08 0,09 0,10
Saturação de 0,15 0,33 0,49
hidrocarbonetos (0 a 1)
50
Tabela 5. Parâmetros das probabilidades da análise de risco
Probabilidades
Geológicas
Trapeamento
Rocha geradora
Migração
Reservatório
Sincronismo
52
Tabela 7. Análise de probabilidades geológicas dos prospectos.
Probabilidades PPEE PTEE PCEE
Geológicas
Trapeamento 0,80 0,80 0,80
Rocha geradora 0,60 0,70 0,80
Migração 0,80 0,80 0,80
Reservatório 0,60 0,50 0,70
Sincronismo 0,80 0,80 0,80
Sucesso geológico 18% 18% 29%
Vp = V x Sg (6)
Onde,
Vp = Volume provável de hidrocarbonetos in situ
V = Volume de hidrocarbonetos in situ através da simulação de Monte Carlo
Sg = Sucesso geológico
53
A tabela 8 traz os respectivos volumes dos prospectos ao se aplicar a
equação acima.
54
Através da proposta da perfuração do primeiro poço, se as hipóteses dos
prospectos estiverem corretas, teríamos então a consolidação do projeto, atingindo
um volume total de 7991,24 MBOE, segundo a análise de risco (tabela 9).
55
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
Com a realização deste trabalho, foi possível concluir que as fases finais da
exploração do petróleo são primordiais na avaliação de um sistema petrolífero. Na
etapa de avaliação de risco todas as incertezas devem ser levadas em
consideração, e como visto essa avaliação esta totalmente dependente do modelo
geológico previsto. Uma combinação precisa dos estudos de geologia, geoquímica e
geofísica nas determinações de prospectos são de total responsabilidade para uma
avaliação de risco eficaz.
Conclui-se ainda que, a etapa de cálculo de volumetria dos prospectos
petrolíferos é de suma importância para a tomada de decisões por parte da gerência
das empresas petrolíferas e de seus acionistas, pois os métodos probabilísticos têm
a função de gerar um limite de valores (P90, P50 e P10) para a quantidade total da
reserva recuperável do campo até o final das suas operações, servindo de apoio par
ao desenvolvimento estratégico do campo.
Por fim, são extremamente relevantes os estudos de avaliação econômica
realizados antes a perfuração de poços. Esses estudos carregam consideráveis
incertezas, a não consideração dos riscos associados a essas hipóteses, podem
levar a decisões mais arriscadas ou mais conservadoras do que o ideal. Por isso, as
estimativas probabilísticas tornam-se necessárias.
56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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59