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Centro de Engenharias
Curso de Graduação Engenharia de Petróleo
Pelotas, 2018
Augusto Giudice de Oliveira
Pelotas, 2018
Augusto Giudice de Oliveira
Data da defesa:
Banca examinadora:
An important step in the completion of oil wells is the realization of the gun
perforation, which is responsible for communicating the formation containing
hydrocarbons with the well, through explosive charges molded in the bottom of
the same, starting production. In the present work, the criteria of selection of an
explosive and the strategies used in procedure are presented, as well as the
construction of a functional prototype based on well known guns tools. For its
accomplishment, were used class notes, articles, and books of diverse
professionals specialized in the subject, and with the constructed prototype, an
experiment was realized that demonstrates the operation of the technique and
the tunnels that the same one is able to generate in the rock reservoir. From the
studied content, it was possible to demonstrate the procedures involved in the
operation of gun perforation, and the test with the prototype was accomplished
successfully, being able to comply with what had been proposed.
1. Introdução .................................................................................................... 13
2. Objetivos ...................................................................................................... 15
3.7.1. RDX................................................................................................. 28
4. Metodologia .................................................................................................. 41
5. Resultados ................................................................................................... 51
6. Conclusão .................................................................................................... 57
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Deve-se buscar uma otimização na vazão de produção ou de injeção e
tornar a completação a mais definitiva possível, visando minimizar a necessidade
de intervenções futuras para a manutenção do poço, chamadas operações de
workover.
Considerando que a completação envolve altos custos e as operações
realizadas na mesma irão refletir em toda a vida produtiva do poço, faz-se
necessário uma análise econômica cuidadosa e um planejamento criterioso das
operações. Uma operação normal na completação de um poço consiste em
revesti-lo com um tubo metálico e cimentar o espaço anular entre formação e o
poço, criando assim um obstáculo ao fluxo de fluido da rocha-reservatório em
direção ao poço. Sendo assim, é necessário criar condições para permitir a
percolação do fluido. Uma forma de se criar esta condição é através da
perfuração de túneis com o uso de cargas explosivas, que atravessam o
revestimento e a cimentação ligando o reservatório ao poço.
Após feito o revestimento do poço, cimentação, condicionamento do poço
e avaliação da cimentação, a fim de restabelecer a conexão do poço com o
reservatório na zona de produção, efetua-se o canhoneio.
O canhoneio é um procedimento que está inserido na completação de
poços e tem como objetivo principal, estabelecer a comunicação entre o
reservatório e o poço, propiciando a produção ou a injetividade na zona
canhoneada.
Os túneis gerados pelo canhoneio produzem uma série de perfurações ao
longo do revestimento, geralmente distribuídas em forma de espirais, variando
as suas características geométricas e físicas dependendo das características do
reservatório. O método de canhoneio apresenta inúmeras vantagens, entre elas,
pode-se destacar o fato de que esse método proporciona uma seletividade na
produção, devido aos diversos níveis da formação onde ocorrem os disparos do
canhão.
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2. Objetivos
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3. Revisão da Literatura
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Figura 1: O desenvolvimento da tecnologia de canhoneio.
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uma lâmina ou a arames, onde as cargas se alojam, sendo estes responsáveis
pelo isolamento entre o explosivo e o poço. Os canhões podem ser descidos por
dentro da coluna de produção (through tubing guns), pelo interior do
revestimento (casing guns), a cabo (wireline guns) ou com a coluna de
perfuração ou de produção (tubing conveyed perforating – TCP), como mostra a
figura 2. (THOMAS, 2001).
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Inicialmente, os liners eram fabricados de metal sólido, estas cargas produziam
com sucesso, jatos de alta densidade, mas tendendo a tampar o túnel
canhoneado com grandes quantidades de resíduos. Nas cargas mais modernas
os liners são fabricados com uma mistura de metais pulverizados, que produzem
jatos com densidade suficiente para uma grande penetração na formação, mas
com uma razoável redução na quantidade de resíduos. Os liners são compostos
por ligas metálicas, geralmente contendo materiais como cobre, zinco,
tungstênio, estanho e chumbo (MATTA, 2007).
As cargas moldadas são descidas no poço dentro dos canhões, que uma
vez posicionado em frente do intervalo desejado, um mecanismo de disparo é
acionado para detonar as cargas. Finalmente, o revestimento é canhoneado
criando condições para passagem do fluido para o interior do revestimento, como
mostra a figura 3. (THOMAS,2001)
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3.4.1. Exposed Guns
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• High shot density guns: desenvolvidos para otimizar o número de tiros
por metro, de acordo com o diâmetro do canhão. Por conseguir aplicar um maior
número de tiros, esse tipo de canhão é o mais adequado para a maioria das
completações para controle de areia. O canhoneio TCP geralmente está
associado a este tipo de canhão (COSAD, 1992).
A aplicação dos diferentes tipos de canhões, pode ser vista na tabela 1:
Aplicação
Sistema do Canhão Wireline Through- Wireline Through- Tubing Conveyed
tubing casing
Strip X
Open X
Scallop X X
Port Plug X
High Efficiency X X
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Figura 4: Classificação de canhoneio.
3.5.1. Underbalance
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De um modo geral, o Underbalance é o método mais utilizado, devido à
limpeza dos detritos da explosão, o que desobstrui as vias para escoamento do
fluido da formação. Porém, algumas pesquisas indicam que, para reservatórios
de gás altamente pressurizados, o canhoneio com Overbalance pode obter
melhores resultados que aquele com Underbalance. (BAIOCO&SECKLER,
2009)
3.5.2. Overbalance
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antes que a completação do poço esteja totalmente finalizada, ou seja, os fluxos
dos fluidos são controlados de acordo com as seções do poço. (MATTA, 2007)
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3.6. Cargas Explosivas
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3.6.1. Cargas Moldadas
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Figura 8: Estrutura Interna da carga moldada.
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Figura 9: Emprego de explosivo primário como carga base de detonador.
3.7.1. RDX
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Figura 10: RDX.
Esse explosivo, pode não ser utilizado no seu estado puro, podendo ser
misturado com TNT (ambientes com alta temperatura) ou alumínio.
3.7.2. HMX
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• Densidade de aproximadamente 1,91 g/cm³;
• Mais estável que o RDX;
• Sensível ao impacto (5 a 7 joules) e a fricção (120 N).
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Tabela 2: Características das dinamites gelatinosas.
3.7.5. ANFO
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para utilização em cargas de coluna a céu aberto. As suas características
principais podem ser resumidas na tabela 4.
3.7.6. Hidrogel
3.7.7. Emulsões
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composta por uma solução de nitratos, e a segunda é a oleosa, onde se
encontram os combustíveis, geralmente óleos e parafinas.
Para formar a emulsão é fundamental a presença de um agente
emulsificante, encarregado de baixar a tensão superficial, além de incluir
também alguns aditivos, com a finalidade de aumentar a sensibilidade. As
características principais são resumidas na tabela 6.
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a potência de um explosivo, sendo os mais empregados o pêndulo balístico e o
cálculo da energia relativa por unidade de peso e de volume.
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3.7.8.3. Velocidade de detonação
3.7.8.4. Densidade
3.7.8.6. Fumaças
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3.7.8.7. Sensibilidade
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De acordo com Matta (2007), existem alguns fatores relacionados ao
canhoneio e às condições em que o mesmo foi efetuado que contribuem para
que haja restrição ao fluxo. Há três conjuntos de parâmetros que devem ser
controlados a fim de maximizar a vazão de um poço:
• Limpeza dos orifícios;
• Fatores geométricos do canhoneio;
• Efeito de película (“skin effect”).
3.8.1. Limpeza de orifícios
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3.8.2. Fatores Geométricos do Canhoneio
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3.8.2.4. Distância entre o canhão e o revestimento
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• Dano devido a compactação
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4. Metodologia
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diâmetros, podem não detonar de maneira ideal, exigindo o uso de
multiplicadores. Essa limitação se conhece como diâmetro crítico.
O diâmetro crítico da carga é aquele em que a detonação é incapaz de se
propagar, pois a pressão se vê diminuída, com o que a velocidade da reação
diminui e não haverá suficiente energia para manter a detonação.
Quando a detonação acontece dentro de uma carga cilíndrica, a frente de
detonação não é plana, portanto, a velocidade de detonação nas bordas da
carga é inferior a velocidade no eixo central. Isso é mostrado pela expansão
radial que se produz na superfície lateral da carga, que tende a diminuir tanto a
pressão como a temperatura da detonação.
Quanto menor for o diâmetro, esses efeitos se fazem sentir mais
intensamente, sobre tudo na frente de detonação.
4.1.5. Segurança
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Alguns explosivos industriais são totalmente insensíveis ao impacto e a
fricção, como por exemplo o hidrogel. Por outro lado, temos os explosivos de
maior sensibilidade, constituídos pelas dinamites sensibilizadas com
nitroglicerina, que são seguras desde que manuseadas de maneira adequada.
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é a seleção do diferencial de pressão no momento do disparo. Para realizar o
canhoneio overbalance é necessário considerar a invasão dos fluidos do poço,
o que acarretará em custos com limpeza para evitar entupimento dos túneis.
(COSAD, 1992).
Os poços que possuem surgência são completados geralmente em
condições de underbalance. O método em Underbalance é o mais usado por ser
considerado aquele que produz túneis mais limpos e pela maior variedade de
sistemas de canhoneio que essa situação permite. Quando em excesso, esse
método pode causar dano mecânico à tubulação de completação, colapso do
revestimento ou desajuste do packer e quando insuficiente, não limpa as
perfurações efetivamente, prejudicando a perfuração por falta de remoção da
zona danificada e de fragmentos da rocha e do cimento. O diferencial
underbalance ótimo remove restos da carga e não danifica a formação (COSAD,
1992).
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O tubo maior foi perfurado na lateral, e o furo foi revestido com o tubo de
menor diâmetro, formando uma câmara que será responsável por alojar a carga
explosiva, como mostram as figuras 13 e 14.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
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O interior do tubo metálico foi preenchido com concreto, buscando
aumentar a resistência da estrutura as pressões geradas durante a detonação
da carga. O resultado pode ser visto na figura 15.
Fonte: Autor.
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Figura 16: Pólvora negra utilizada na carga.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
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4.3.3. Construção do detonador
Foi montado um circuito dentro da caixa plástica (Figura 18), de tal forma
que a primeira chave passa a corrente elétrica para a segunda, acionando o LED
(Figura 19) como forma de confirmação de que o detonador está pronto para
uso, somente então com o acionamento da segunda chave, temos a passagem
da carga até o elemento detonante posicionado junto a carga principal no
canhão, dando início a detonação da mesma.
Fonte: Autor.
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Figura 19: Detonador com indicador de corrente ligado.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
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Figura 21: Molde com revestimento de PVC.
Fonte: Autor.
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5. Resultados
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a seleção do explosivo adequado. Como podemos observar na Figura 22, o RDX
e o HMX (Tabela 7), são os menos estáveis termicamente, entretanto, por serem
capazes de entregar maior potência, proporcionam maior penetração quando
empregados no canhoneio.
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5.2. Escolha de estratégias
SIM NÃO
SIM NÃO
Canhões comuns PORT
THROUGH-TUBING GUNS (HEGS) PLUG
(Wireline conveyed) GUNS
SIM NÃO
HOLLOW GUNS EXPOSED GUNS STRIP GUNS
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5.3. Ensaio com o protótipo
Fonte: Autor.
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Figura 24: Molde cortado ao meio.
Fonte: Autor.
O jato criado pela explosão, criou um túnel com formato cônico com 8 cm
de diâmetro, apresentando uma penetração superior a 10 cm de profundidade
(Figura 25).
Fonte: Autor.
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O procedimento de canhoneio gera uma região danificada nas paredes
dos tuneis, e tal fato pode ser visualizado na figura 26, onde percebe-se uma
região escura, que é justamente a parte danificada pela detonação. Pode-se
notar também, a presença dos detritos provenientes do próprio cartucho que
continha o explosivo.
Fonte: Autor.
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6. Conclusão
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explosivo utilizado apresentar uma velocidade de detonação que pode variar de
400 m/s a 500 m/s, valor bem diferente dos 8000 m/s encontrados no RDX ou
no HMX, ou seja, um jato com maior energia teria perfurado facilmente a
tubulação, mantendo as demais partes da estrutura intacta.
Por outro lado, o comportamento observado no molde superou as
expectativas. O túnel gerado pela carga apresentou a geometria correta, e uma
boa taxa de penetração, a qual só não foi superior devido ao próprio limite
imposto pelo molde. No geral, o ensaio com o protótipo teve sucesso, mantendo-
se fiel a proposta, o que lhe dá a condição de ilustrar o tema abordado com
competência.
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7. Próximas Etapas
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8. Referências Bibliográficas
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Silva, Lucas Cruz. Avaliação da produtividade de poços de petróleo através da
simulação numérica de procedimentos de canhoneio / Lucas Cruz Silva, Renan
da Venda Acosta. – Niterói, RJ, 2016.
SILVA, K. F.; 2007, Simulação Numérica pelo Método dos Elementos Finitos de
Procedimentos de Canhoneio em Poços de Petróleo, Dissertação de Mestrado,
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro
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