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BOMBA CENTRÍFUGA
Rio de Janeiro
Agosto de 2019
ANÁLISE CFD DO DESEMPENHO DO IMPELIDOR DE UMA
BOMBA CENTRÍFUGA
Aprovado por:
Rio de Janeiro
Agosto de 2019
ii
Felipe Duarte Freire
Referências Bibliográficas: p. 78 - 80
1.Máquina de fluxo. 2. Bomba centrı́fuga. 3. Estudo paramétrico.
4. CFD I. Freire, Átila Panatelão Silva et al. II. Universidade Fede-
ral do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Programa de Engenharia
Mecânica. III. Análise CFD do desempenho do impelidor de uma
bomba centrı́fuga
iii
Agradecimento
Agradeço, In Memoriam, à minha avó Inácia pelos beijos de despedida antes
das aulas e pelo orgulho que sentia ao perguntar sobre os estudos e o estágio.
Aos meus pais Tania e Washington por todos os conselhos e por sempre
proverem a melhor educação que podiam. Aos meus irmãos Camila e Paulo pelo
suporte durante essa longa jornada.
Aos demais familiares e amigos por estarem presentes nas horas alegres e
difı́ceis e nos momentos de despedida e de reencontro.
Aos professores, servidores e amigos da UFRJ. Em especial, ao professor
Átila pela orientação, contribuição e apoio ao longo deste projeto e ao professor Su
Jian por sua co-orientação, por me receber como aluno de iniciação cientı́fica no
Labortório de Simulação e Métodos em Engenharia e por me apresentar a área de
estudos deste trabalho.
Aos meus colegas de equipe da Empresa Júnior Fluxo Consultoria, onde
provavelmente tive o desenvolvimento mais acelerado e prazeroso até o presente.
Aos professores, funcionários e amigos da École des Mines de Saint-Étienne,
universidade onde também me graduei em engenharia. Aos colegas de trabalho da
Framatome pela oportunidade de realizar, num meio industrial, um estágio em um
projeto sobre o domı́nio de estudos desta tese. À CAPES/CNPQ pelo financiamento
da minha bolsa de estudos através do programa BRAFITEC e pela experiência de
intercâmbio de duplo-diploma excepcional que tive na França.
Aos amigos da Andrade Gutierrez pela oportunidade de estágio, pelos en-
sinamentos e por compreenderem a importância e as dificuldades de concluir uma
graduação na UFRJ.
Num momento do Brasil e do mundo em que dados cientı́ficos são questiona-
dos baseados em sentimentos e sofismos, sou grato pela sólida formação que tive por
meio de uma educação pública de alta qualidade e reconheço o papel transformador
do conhecimento.
iv
Resumo
v
Abstract
Centrifugal pumps are widely used in many industrial sectors and, therefore, im-
proving their performance is critical. For that reason, this work aimed to optimize
the impeller performance, the most relevant component of a pump, by studying
some geometric parameters using a computational fluid dynamics (CFD) approach.
To do this, the commercial programs of the ANSYS R company were used, such as
CFX R .
Firstly, the geometry of an impeller model was designed from the operating
conditions and the geometric constraints. Then, an analysis was performed to choose
the mesh with the best compromise between precision and computational time.
Numerical simulations were performed with this mesh, using the Reynolds-averaged
Navier–Stokes equations (RANS), in the steady state and with k− as the turbulence
model.
Subsequently, the blade angle at the hub inlet (β1h ) and at the hub outlet
(β2h ) were varied. The same procedure was followed for the blade angle at the shroud
inlet (β1s) ) and at the shroud outlet (β2s ). This allowed to deduce, from the values
of these variables that were analyzed, which ones produced the best results in the
pump performance. By combining these inputs into a new simulation, it was found
that, in fact, the results obtained in the pump performance were higher than those
of the reference case and those of the individual parameter variation. Compared
to the reference case, efficiency increased by 0.9% and head increased by 1.75 m at
the maximum efficiency condition. Finally, in a future study, it will be possible to
confirm the computational results from the optimized case with those of a dedicated
model.
vi
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Revisão Bibliográfica 4
2.1 Escoamento em uma bomba centrı́fuga (experimental e numérico) . . 4
2.2 Fluidodinâmica computacional aplicada à otimização de uma bomba . 7
2.2.1 Efeito de uma única variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2.2 Efeito de uma ou mais variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2.3 Algoritmos de otimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4 Formulação Matemática 24
4.1 Equações de conservação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
vii
4.1.1 Conservação da massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.1.2 Conservação da quantidade de movimento . . . . . . . . . . . 25
4.1.3 Conservação da energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.2 Equações de estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.3 Equações de Navier Stokes médias de Reynolds (RANS) . . . . . . . 29
4.4 Modelo de turbulência k − . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5 Metodologia Computacional 34
5.1 Método dos volumes finitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.1.1 Discretização das equações governantes . . . . . . . . . . . . . 34
5.1.2 Funções de forma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.1.3 Termo difusivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.1.4 Termo advectivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.1.5 Solução acoplada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.1.6 Estratégia de solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.2 Implementação CFD do problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.2.1 Geração da geometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
5.2.2 Geração da malha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.2.3 Aplicação das condições de contorno . . . . . . . . . . . . . . 51
5.2.4 Processamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.2.5 Pós-processamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
6 Resultados e Discussões 55
6.1 Resultados do caso de referência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
6.2 Resultados da simulação com rotação n = 1160 rpm . . . . . . . . . . 58
6.3 Resultados dos casos de simulação de 1 a 8 . . . . . . . . . . . . . . . 59
6.4 Resultados do caso de otimização 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
7 Conclusões e Sugestões 76
7.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
7.2 Sugestões para trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Bibliografia 78
viii
Lista de Figuras
ix
4.3 Sistema de coordenadas inerciais (X, Y, Z) e não inerciais (x, y, z)
com rotação Ω [2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.4 Comportamento aleatório tı́pico da velocidade e de outras proprieda-
des no regime turbulento [22] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
x
6.6 Curva de desempenho - Caso 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.7 Curva de desempenho - Caso 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
6.8 Curva de desempenho - Caso 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
6.9 Curva de desempenho - Caso 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
6.10 Curva de desempenho - Caso 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
6.11 Comparação entre o caso otimizado 1 e o de referência - Head . . . . 69
6.12 Comparação entre o caso otimizado 1 e o de referência - Eficiência . . 70
6.13 Caso de referência - Pressão total na saı́da do impelidor . . . . . . . . 71
6.14 Caso de otimização 1 - Pressão total na saı́da do impelidor . . . . . . 71
6.15 Caso de referência - Velocidade na entrada do impelidor . . . . . . . . 72
6.16 Caso de otimização 1 - Velocidade na entrada do impelidor . . . . . . 72
6.17 Caso de referência - Velocidade no plano meridional (Mass Averaged ) 73
6.18 Caso de otimização 1 - Velocidade no plano meridional (Mass Averaged ) 73
6.19 Caso de referência - Pressão total no plano meridional (Mass Averaged ) 74
6.20 Caso de otimização 1 - Pressão total no plano meridional (Mass Ave-
raged ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
6.21 Caso de referência - Vetores de velocidade (offset 50%) . . . . . . . . 75
6.22 Caso de otimização 1 - Vetores de velocidade (offset 50%) . . . . . . 75
xi
Lista de Tabelas
xii
Capı́tulo 1
Introdução
1
Este trabalho tratará apenas de um modelo de uma bomba centrı́fuga radial,
visto que é um dos tipos de bomba mais usados em diversos setores. Um exemplo
dessa classificação de bomba pode ser encontrado na figura 1.2.
Figura 1.2: Exemplo de bomba centrı́fuga radial (Imbil ITA 65 330/2) [2]
1.1 Motivação
Tendo em vista a relevância que bombas centrı́fugas possuem em diversos
processos industrias, aprimorar sua performance é de suma importância para fabri-
cantes, operadores e diversos outros segmentos.
Uma das formas de realizar essa otimização é através de experimentos em
uma bancada de testes, que possuem custo elevado e limitação nas condições de
entrada e nos resultados que podem ser adquiridos. Fora isso, o escoamento no
interior de tais equipamentos é de difı́cil descrição, tendo em vista o caráter rotativo
de parte do domı́nio e a geometria irregular dos canais por onde o fluido escoa [3].
Outra maneira de realizar tal análise é através de softwares de dinâmica
dos fluidos computacional (CFD), que possuem custo mais baixo, maior liberdade
na aplicação das condições de contorno e maior variabilidade das respostas que
podem ser obtidas. A perspectiva para o CFD é que suas capacidades continuem
em desenvolvimento e que turbomáquinas futuras serão ainda mais dependentes
dessa metodologia do que atualmente [4].
2
1.2 Objetivo
Dessa forma, este trabalho elaborou um estudo CFD de um modelo de impe-
lidor de uma bomba centrı́fuga radial uilizando os programas da empresa ANSYS R
versão 16. O objetivo foi criar um método para avaliar como a modificação dos
ângulos da pá do impelidor da bomba influenciam nos resultados avaliados. Isso pos-
sibilitou elencar quais desses parâmetros possuem maior influência no desempenho
da bomba. A partir disso, foi possı́vel combinar esses parâmetros para verificar se
os resultados das modificações conjuntas são mais otimizados que os das simulações
individuais. Finalmente, em um próximo estudo, será possı́vel confirmar a resposta
computacional do caso otimizado com a de uma maquete dedicada.
3
Capı́tulo 2
Revisão Bibliográfica
4
posterior, foram conduzidos projetos em CFD que confirmavam esses resultados ex-
perimentais a fim de criar um modelo que permitisse simular outras condições de
contorno, como diferentes rotações, vazões mássicas, e viscosidades do fluido. Ao
longo dos anos, esses trabalhos tiveram como objetivo compreender fenômenos em
escoamentos cada vez mais complexos.
AMARAL (2007) [5] propôs, a partir de uma abordagem experimental, a
criação de um modelo de previsão de desempenho e de comparação com dados
experimentais relativos à operação de bombas centrı́fugas convencional e do tipo
submersa, operando com fluidos viscosos. Foram adquiridos cerca de seiscentos
pontos operacionais (vazão, pressão, rotação, torque e temperatura) para diferentes
rotações, vazões mássicas e viscosidades. Essa tese foi a única das citadas nessa
seção que não foram conduzidas pelo laboratório do NUEM.
SEGALA (2010) [6] analisou numericamente o escoamento monofásico (água)
no interior do primeiro estágio dessa bomba centrı́fuga de duplo estágio e utilizou os
dados obtidos por AMARAL (2007) para confirmar suas simulações. Foi utilizado
um modelo de turbulência e o escoamento foi considerado em regime transiente.
Os resultados numéricos obtidos foram comparados com os valores experimentais,
apresentando boa concordância.
DUNAISKI (2015) [7] desenvolveu um estudo CFD do escoamento monofásico
dessa bomba centrı́fuga de dois estágios, utilizando o programa comercial Ansys
CFX R e adotando uma metodologia multi-bloco e transiente. As simulações numéricas
foram realizadas para o escoamento de água de um fluido viscosificado para viscosi-
dades variando entre 87 e 720 cP e para diferentes condições de vazão e rotação. Os
resultados numéricos referentes ao desempenho global foram validados com dados
experimentais obtidos por AMARAL (2007) mostrando uma boa concordância, em
que o erro médio foi de 6,8% para água.
Na exploração de um poço de petróleo, óleo e gás podem ser produzidos
simultaneamente e esse escoamento bifásico prejudica o funcionamento da bomba,
degradando sua capacidade de elevação. SABINO (2015) [8] avaliou o escoamento
bifásico de água e ar nos canais de uma bomba centrı́fuga mediante o comportamento
de uma bolha isolada no meio lı́quido em rotação. Para isso, foi construı́da uma
bancada experimental no laboratório do NUEM. Além disso, a carcaça da bomba
5
e o rotor do primeiro estágio originais foram substituı́dos por outros de material
transparente a fim de permitir a visualização das bolhas no interior do canal do
rotor. O objetivo desse estudo foi identificar os caminhos preferenciais da bolha a
fim de avaliar suas velocidades ponto a ponto. Fora isso, foi desenvolvido um estudo
numérico para obter as velocidades do lı́quido e pressão estática ao longo do canal,
utilizando as posições das bolhas obtidas experimentalmente. Um modelo algébrico
utilizou os dados numéricos e experimentais para calcular o coeficiente de arrasto e
a força de arrasto segundo diferentes condições operacionais.
JIMÉNEZ (2016) [2] estudou numericamente o escoamento analisado por
SABINO (2015) e propôs uma abordagem de seguimento de partı́culas através do
software CFX R . O estudo teve por objetivo analisar a influência da força de arrasto,
da força devido ao gradiente de pressão e da força de massa virtual atuando na bolha
isolada que flui através do lı́quido no canal do rotor. Os resultados numéricos foram
comparados com dados experimentais obtidos por SABINO (2015) no mesmo modelo
de bomba, obtendo-se boa concordância.
CUBAS (2017) [9] avaliou experimentalmente o desempenho de uma bomba
centrı́fuga operando com escoamento bifásico ar-água. Para esse fim, foram levan-
tadas as curvas de ganho de pressão da mesma bomba em material transparente
utilizada por SABINO (2015). Os testes foram feitos com frações volumétricas de
gás entre 0 e 10%, velocidades de rotação entre 300 e 600 rpm, com vazões de água
entre 0,2 e 1,5 vezes o ponto de máxima eficiência e uma pressão de sucção de 160
kPa. As imagens obtidas foram associadas às instabilidades observadas nas curvas
de desempenho da bomba, como forma de se compreender os fenômenos relaciona-
dos à queda de desempenho em operação com escoamento bifásico, em especial nas
condições de surging.
Finalmente, MENDOZA (2017) [10] utilizou o programa CFX R para repro-
duzir numericamente o desempenho e dinâmica de escoamento de bomba operando
com lı́quido e gás. Mais especificamente, reproduziu dados e imagens experimentais
obtidos CUBAS (2017), resultando em boa concordância. O modelo numérico foi
capaz de prever a queda no desempenho da bomba, porém superestimou a janela
de operação da mesma, indicando queda de desempenho para menores vazões de
lı́quido, quando comparada com o experimento. Os padrões de escoamento também
6
foram reproduzidos com sucesso, os efeitos de quebra de bolhas no interior do rotor,
assim como os de coalescência em determinadas regiões, se mostraram fundamentais
na modelagem do fenômeno.
7
2.2.2 Efeito de uma ou mais variáveis
8
Como a eficiência hidráulica da bomaba depende estritamente do formato do
impelidor, DERAKHSHAN et al (2013) [17] propôs uma forma global de otimização
do impelidor da bomba Berkeh 32-160 baseada em redes neurais artificiais (ANNs
na sigla em inglês) e no algoritmo de Bee Colony (ABC na sigla em inglês) . As
curvas de desempenho por CFD foram comparadas com os resultados experimentais
disponı́veis e percebeu-se que os resultados do modelo otimizado encontrado eram
superiores ao do modelo base.
MOUSSA et al (2014) [18] desenvolveu uma técnica numérica que otimiza au-
tomaticamente a geometria das pás de uma bomba ou de uma turbina para alcançar
a máxima performance. Essa técnica combina modelagem matemática e geométrica,
programação e análise via elementos finitos. Ao especificar uma condição de con-
torno na entrada e saı́da, a curvatura da pá foi ajustada visando atingir a máxima
eficiência hidráulica.
9
Capı́tulo 3
Este capı́tulo visa apresentar uma revisão dos conceitos da teoria de bombas
hidráulicas que serão necessários nas análises das simulações computacionais deste
projeto. O principal objetivo é apresentar a definição das curvas caracterı́sticas de
bombas. A maioria das teorias apresentadas foram adaptadas a partir da referência
[1].
10
Figura 3.1: Componentes de uma bomba centrı́fuga [19]
11
Figura 3.2: Triângulos de velocidade na entrada (subscrito 1) e na saı́da (subscrito
2) do impelidor [20]
V =W +U (3.1)
Em que,
U =ω×r (3.2)
12
Figura 3.3: Decomposição da velocidade absoluta na entrada (subscrito 1) e na saı́da
(subscrito 2) do impelidor [1]
V = Va + Vm + Vu (3.3)
F = ∆(ṁV ) (3.4)
T = ∆(ṁV ) × r (3.5)
13
Visto que o torque é somente afetado pela velocidade tangencial Vu e que
sua direção é perpendicular ao raio descrito pelo ponto analisado, pode-se escrever
que:
T = ∆(ṁV • r) (3.6)
T = ṁ∆(V • r) (3.7)
U2 Vu2 − U1 Vu1
HE = (3.12)
gc
A equação 3.12 é conhecida como a equação básica de Euler.
A carga H de uma bomba é comumente definida como energia por unidade
de peso ao invés de energia por unidade de massa como na demonstração anterior.
Neste trabalho o head será considerado como energia por unidade de peso, já que
isso permite fazer uma analogia com a altura do lı́quido em metros e praticamente
todos os fabricantes utilizam essa unidade.
14
3.4 Curva teórica de funcionamento (Head de Eu-
ler x Vazão volumétrica)
Se for considerado que a velocidade absoluta na entrada V1 está orientada de
forma axial ou radial, não haverá componente de V1 na direção tangencial, isto é,
Vu1 = 0. A figura 3.4 ilustra esse caso.
U2 Vu2
HE = (3.13)
gc
Vu2 pode ser reescrita como Vu2 = U2 − Vm2 cot β2 e aplicada na equação
anterior:
U22 U2 cot β2
HE = − Q (3.15)
gc gc S2
15
Para uma bomba com uma determinada rotação, U2 , S2 e cot β2 são constan-
tes. Logo, a equação 3.15 dá origem a uma reta para um gráfico H x Q, como na
figura 3.5
Figura 3.5: Head de Euler x vazão volumétrica (a) e configurações possı́veis das pás
(b) [21]
• β2 > 90◦ : As pás são voltadas para o mesmo sentido da rotação, também
conhecido como pás para frente. A reta em um gráfico HxQ possui inclinação
positiva;
• β2 < 90◦ : As pás são voltadas para o sentido contrário ao da rotação, também
conhecido como pás para frente. A reta em um gráfico HxQ possui inclinação
negativa.
16
dessa velocidade para gerar o aumento de pressão, pois o difusor precisaria possuir
um grande comprimento ou um grande ângulo de abertura.
Apenas a curva com ângulo de saı́da β2 < 90◦ será considerada na continuação
deste trabalho.
17
Figura 3.6: Curva real de carga (H) x vazão (Q) [1]
18
atrito, que não troca energia com o meio externo e em que o fluido é incompressı́vel,
o teorema de Bernoulli aplicado aos pontos 1 e 2 da figura 3.8 é expresso na equação
3.18.
P1 V1 2 P2 V 2 2
+ + Z1 g = + + Z2 g = constante (3.18)
ρ 2 ρ 2
Em que P representa a pressão do fluido, V , a velocidade do fluido, ρ, a
densidade do fluido, Z, a altura do fluido e g, a gravidade.
A equação anterior também pode ser reescrita como:
P1 V1 2 P2 V 2 2
+ + Z1 = + + Z2 = constante (3.19)
ρg 2g ρg 2g
Para casos reais, existe perda por atrito, viscosidade e turbulência entre os
pontos 1 e 2. Dessa forma, a equação pode ser reescrita para levar em consideração
a perda de carga hf , como:
P1 V1 2 P2 V2 2
+ + Z1 = + + Z2 + hf (3.20)
ρg 2g ρg 2g
19
do sistema e é representada pelo mesmo sı́mbolo H da carga da bomba apresentado
anteriormente.
Para determinar essa propriedade, considera-se a figura 3.9.
H = hd − hs (3.21)
20
Figura 3.10: Sistema com reservatório de sucção pressurizado [1]
Ps
hs = Zs + − hf s (3.22)
ρg
Em que Ps é a pressão manométrica do reservatório de sucção, Zs é a altura
estática de sucção e hf s é a perda de carga no flange de sucção.
Já a altura manométrica de descarga hd representa a energia por unidade de
peso no bocal de descarga da bomba. Ela pode ser calculada através da equação
3.23 de forma análoga à altura manométrica de sucção pela aplicação do teorema
de Bernoulli (equação 3.20) entre um ponto na superfı́cie livre do fluido de trabalho
no reservatório de descarga e o bocal de descarga ilustrado na figura 3.11.
21
Pd
hd = Zd + + hf d (3.23)
ρg
Em que Pd é a pressão manométrica do reservatório de descarga, Zd é a altura
estática de descarga e hf d é a perda de carga no flange de descarga.
Logo, aplicando as equações 3.22 e 3.23 na equação 3.21, obtém-se a altura
manométrica do sistema H:
Pd − P s
H= + (Zd − Zs ) + (hf d + hf s ) (3.24)
ρg
Nota-se a partir da 3.24 que somente a perda de carga corresponde à parcela
que varia com a vazão de escoamento, visto que é uma função da velocidade. Dessa
forma, pode-se afirmar que o head estático H0 é expresso por:
Pd − Ps
H0 = + (Zd − Zs ) (3.25)
ρg
22
3.10 Efeito da mudança de rotação na curva Head
x Vazão volumétrica
A mudança de rotação da bomba hidráulica modifica a curva Head x Vazão
volumétrica segundo as equações:
Q2 N2
= (3.26)
Q1 N1
2
H2 N2
= (3.27)
H1 N1
3
P ot2 N2
= (3.28)
P ot1 N1
Em que N1 representa uma velocidade de rotação menor que N2 .
A figura 3.13 ilustra como as curvas caracterı́sticas são alteradas devido à
rotação.
23
Capı́tulo 4
Formulação Matemática
• Conservação da massa;
24
Figura 4.1: Elemento infinitesimal de um fluido considerado para estabelecer as
equações de conservação [22]
∂ρ
+ div(ρu) = 0 (4.2)
∂t
A equação 4.2 representa a conservação da massa em um escoamento tran-
sitório e tridimensional para um fluido compressı́vel.
Para fluidos incompressı́veis, a densidade ρ é constante e a equação 4.2 se
torna:
div(u) = 0 (4.3)
25
Figura 4.2: Componentes da tensão em um elemento infinitesimal de um fluido [22]
∂τxx ∂τyx ∂τzx ∂u ∂u ∂u ∂u
ρgx + + + =ρ +u +v +w (4.4)
∂x ∂y ∂z ∂t ∂x ∂y ∂z
∂τxy ∂τyy ∂τzy ∂v ∂v ∂v ∂v
ρgy + + + =ρ +u +v +w (4.5)
∂x ∂y ∂z ∂t ∂x ∂y ∂z
∂τxz ∂τyz ∂τzz ∂w ∂w ∂w ∂w
ρgz + + + =ρ +u +v +w (4.6)
∂x ∂y ∂z ∂t ∂x ∂y ∂z
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
∂u ∂u ∂u ∂u ∂p
ρ +u +v +w = ρgx − +µ + + (4.7)
∂t ∂x ∂y ∂z ∂x ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
∂ 2v ∂ 2v ∂ 2v
∂v ∂v ∂v ∂v ∂p
ρ +u +v +w = ρgy − +µ + + (4.8)
∂t ∂x ∂y ∂z ∂y ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
∂ 2w ∂ 2w ∂ 2w
∂w ∂w ∂w ∂w ∂p
ρ +u +v +w = ρgz − +µ + + (4.9)
∂t ∂x ∂y ∂z ∂z ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
26
Em que p é a pressão termodinâmica local e µ é o coeficiente de atrito
dinâmico do escoamento.
Para um escoamento sem atrito (µ = 0), as equações anteriores reduzem-se
à:
Du
ρ = ρg − grad(p) (4.10)
Dt
Em que:
Du ∂u ∂u ∂u ∂u
=u +v +w + (4.11)
Dt ∂x ∂y ∂z ∂t
1
E = i + (u2 + v 2 + w2 ) (4.13)
2
Em que i representa a energia interna do fluido e os termos subjacentes
representam a energia cinética especı́fica.
É possı́vel subtrair a contribuição da energia cinética especı́fica da equação
4.12 a fim de obter a equação da energia interna do fluido:
27
Di ∂u ∂u ∂u ∂v
ρ = −pdiv(u) + div(k grad T) + τxx + τyx + τzx + τxy
Dt ∂x ∂y ∂z ∂x
(4.14)
∂v ∂v ∂w ∂w ∂w
+τyy + τzy + τxz + τyz + τzz + Si
∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
Em que Si é uma fonte de energia por unidade volume por unidade de tempo.
Para o caso especial de fluidos incompressı́veis, div(u = 0) e a equação 4.14
pode ser simplificada para a equação da temperatura:
DT ∂u ∂u ∂u ∂v
ρc = div(k grad T) + τxx + τyx + τzx + τxy
Dt ∂x ∂y ∂z ∂x
(4.15)
∂v ∂v ∂w ∂w ∂w
+τyy + τzy + τxz + τyz + τzz + Si
∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
Em que c é o calor especı́fico do fluido.
p = ρRT (4.16)
i = Cv T (4.17)
28
Para fluidos compressı́veis, as equações de estado criam uma ligação entre a
equação de conservação da energia com as equações de conservação da massa e do
momento. Para fluidos incompressı́veis, não há variação na densidade do fluido e,
portanto, não há uma ligação entre a equação de conservação da energia com as
equações de conservação da massa e do momento.
Para fluidos incompressı́veis, como no caso deste trabalho, o escoamento pode
ser resolvido unicamente a partir das equações de conservação da massa e do mo-
mento. A equação de energia só precisa ser solucionada se houver transferência de
energia, o que não corresponde ao caso estudado neste projeto.
Figura 4.3: Sistema de coordenadas inerciais (X, Y, Z) e não inerciais (x, y, z) com
rotação Ω [2]
29
div(uxyz ) = 0 (4.18)
Duxyz
ρ = −grad(p)+µ.div[grad(uxyz )]+ρg −2ρ(Ω×uxyz )−ρΩ×(Ω×r) (4.19)
Dt
UL
Re = (4.20)
ν
Em que U e L são, respectivamente, a velocidade e e o comprimento carac-
terı́sticos do escoamento e µ é a viscosidade cinemática do fluido.
Para escoamentos com Re baixo, o escoamento se comporta de maneira
estável, as linhas de corrente são paralelas umas às outras e esse regime é chamado
de laminar. Ele pode ser completamente descrito pelas equações de Navier-Stokes
apresentadas anteriormente.
Porém, a partir de um determinado valor de Re conhecido como número de
Reynolds crı́tico (Recrit ), o escoamento passa a se comportar de forma turbulenta,
com o aparecimento de vórtices e possuindo comportamento instável e caótico.
Para valores de Reynolds acima de Recrit , as propriedades do fluido como a
velocidade variam de forma aleatória, conforme ilustrado na figura 4.4.
30
Figura 4.4: Comportamento aleatório tı́pico da velocidade e de outras propriedades
no regime turbulento [22]
Z ∆t
1
Φ= φ(t) dt (4.22)
∆t 0
φ0 (t) = 0 (4.23)
∂uj
=0 (4.24)
∂xj
31
∂ui ∂ui ∂pi ∂ ∂ui
ρ + ρuj =− + µ − ρui 0 uj 0 + ρgi + Si (4.25)
∂t ∂xj ∂xi ∂xj ∂xj
32
Em que U representa o valor médio da velocidade do fluido e u0 (t), o termo
flutuante.
A equação de transporte para k usada nesse modelo é definida pela equação:
∂(ρk) µt
+ div(ρkU ) = div grad(k) + 2µt Sij .Sij − ρ (4.28)
∂t σk
E é definida como:
2
∂(ρ) µt
+ div(ρU ) = div grad() + C1 2µt Sij .Sij − C2 ρ (4.29)
∂t σ k k
k2
µt = ρCµ (4.30)
Em que Cµ também é uma constante ajustável.
O primeiro termo do lado esquerdo das equações 4.28 e 4.29 representa a taxa
de mudança de k ou , o segundo, o transporte de k ou por convecção. Já no lado
direito, o primeiro termo representa o transporte de k ou por difusão, o segundo,
a taxa de produção de k ou e, finalmente, o último, a taxa de destruição de k ou .
Baseado no ajuste de dados para uma grande gama de escoamentos turbu-
lentos, o modelo k − padrão assume o valor dessas contantes como [22]:
Cµ σk σ C1 C2
0,09 1,00 1,30 1,44 1,92
33
Capı́tulo 5
Metodologia Computacional
Este capı́tulo visa introduzir o método dos volumes finitos, que é a base de
resolução da dinâmica dos fluidos computacional. Essa teoria permite transformar as
equações diferenciais parciais das equações de conservação em um sistema algébrico.
Em seguida, esse sistema pode ser resolvido de maneira iterativa pela aplicação de
um método numérico. Boa parte das explicações dessa metodologia foram adaptadas
a partir das referências [2] e [24].
Também serão explicitadas as etapas da metodologia CFD utilizadas para
resolver o problema avaliado neste trabalho.
34
porém, por questões de simplificação, a metodologia adotada será exemplificada em
uma malha bidimensional, como a da figura 5.1.
∂
(ρuj ) = 0 (5.1)
∂xj
∂ ∂ ∂P ∂ ∂ui ∂uj
(ρui ) + (ρuj ui ) = − + µef f + + ρg + Si (5.2)
∂t ∂xj ∂xi ∂xj ∂xj ∂xi
µef f = µ + µt (5.3)
35
equações para converter as integrais de volume que envolvem os operadores gradiente
e divergente em integrais de superfı́cie. Considerando que os volumes de controle
não se deformam com o passar do tempo, as derivadas em relação ao tempo podem
ser retiradas da integral volume e as equações tornam-se [2]:
Z
ρuj dnj = 0 (5.4)
SC
Z Z Z Z Z
∂ ∂ui ∂uj
ρui dv+ ρuj ui dnj = − p dnj + µef f + dnj + Sui dv
∂t VC SC SC SC ∂xj ∂xi VC
(5.5)
Em que V C e SC representam, respectivamente, o volume e a superfı́cie de
controle da zona de integração, dnj são as diferenciais das componentes do vetor
normal no plano cartesiano com sentido para fora do volume de controle e Sui é o
termo fonte que representa as forças de campo como a produzida pela gravidade, a
força centrı́fuga e a força de Coriolis.
As integrais de volume das equações anteriores representam uma fonte ou um
acúmulo de termos e as integrais de superfı́cie, o somatório dos fluxos através das
superfı́cies de controle.
Em seguida, o procedimento numérico necessita discretizar as integrais de
volume e de superfı́cie. Para ilustrar esse processo, considere um único elemento
como o da figura 5.2.
36
de superfı́cie, por sua vez, são discretizadas nos pontos de integração localizados no
ponto médio do segmento de reta formado pelo centro do elemento e o ponto médio
das arestas do elemento. Essas integrais de superfı́cie são em seguida distribuı́das ao
volume de controle adjacente. Após discretizar as integrais de volume e de superfı́cie,
as equações de integração tornam-se:
ρ − ρ0
X
V + ṁpi = 0 (5.6)
∆t pi
ρui − ρ0 u0i
X X
X ∂ui ∂uj
V + ṁpi (ui )pi = (p∆ni )pi + µef f + ∆nj +Sui V
∆t pi pi pi
∂x j ∂x i pi
(5.7)
Em que V representa o volume de controle, ∆t, o passo de tempo entre
as iterações, ∆nj , o vetor normal à superfı́cie, o sobrescrito 0, o tempo inicial da
iteração e ṁpi , a vazão mássica discretizada definida por:
n
X
φ= Ni φi (5.9)
i=1
n
X
Ni = 1 (5.10)
i=1
37
Ni = 1, i=j
(5.11)
Ni = 0, i6=j
As funções de forma utilizadas no programa são lineares em função de coor-
denadas paramétricas s, t, u que são avaliadas entre 0 e 1. Cada tipo de elemento
(hexaédrico, tetraédrico, prismático ou piramidal) possui um conjunto de funções de
forma especı́fico para a interpolação de φ no interior daquele elemento [6]. Como será
apresentado adiante, a malha utilizada neste projeto foi hexaédrica e suas funções
de forma seguem as do exemplo da figura 5.3.
As funções de forma em relação às coordenadas locais (s, t u) são dadas por
[24]:
N3 (s, t, u) = st(1 − u)
N4 (s, t, u) = (1 − s)t(1 − u)
(5.12)
N5 (s, t, u) = (1 − s)(1 − t)u
N7 (s, t, u) = stu
N8 (s, t, u) = (1 − s)tu
Para calcular o gradiente de uma variável φ, o software CFX R aplica o teo-
rema da divergência de Gauss e encontra a seguinte equação:
38
1 X
grad(φ) = (φ∆n)pi (5.13)
V pi
X ∂Nn
∂φ
= φn (5.14)
∂x pi n
∂x pi
−1
∂N ∂x ∂y ∂z ∂N
∂x ∂s ∂s ∂s ∂s
∂N ∂x ∂y ∂z ∂N
= ∂t (5.15)
∂y ∂t ∂t ∂t
∂N ∂x ∂y ∂z ∂N
∂z ∂u ∂u ∂u ∂u
˙r
φpi = φmt + βgrad(φ)∆~ (5.16)
39
5.1.5 Solução acoplada
X
avz vz
i φi = bi (5.17)
vzi
e bi são expressos como uma matriz 4x4 ou um vetor 4x1, da seguinte forma:
vz
a auv auw aup
uu
avu avv avw avp
avz
i =
(5.18)
awu awv aww awp
apu apv apw app
i
vz
u
vz
v
φi =
(5.19)
w
p
i
b
u
bv
bi =
(5.20)
bw
bp
i
40
as vantagens de ser robusta, eficiente, generalizada e simples, apesar de necessitar
de uma alta capacidade de armazenamento dos diferentes coeficientes.
41
5.2.1 Geração da geometria
42
Figura 5.5: Plano meridional gerado pelo programa Vista CPD R
43
Figura 5.6: Dados do plano meridional gerado pelo programa Vista CPD R
44
Figura 5.7: Modelo geométrico da bomba completa (a) e Modelo reduzido em um
único canal (b)
Ângulo Valor
β1h 55,48◦
β2h 67,50◦
β1s 71,56◦
β2s 67,50◦
45
O objetivo é avaliar a influência individual de cada parâmetro no desempenho da
bomba, como será mostrado adiante.
46
Figura 5.8: Exemplos de malhas estruturadas (a) e não estruturadas (b) [22]
Para este trabalho, foi utilizado o software TurboGrid R , que permite criar
malhas de qualidade em componentes de turbomáquinas.
47
As malhas utilizadas nesse estudo foram hexaédricas e estruturadas. Uma
das vantagens de utilizar malhas desse tipo é o maior controle do refinamento que
elas permitem, que foi realizado variando-se o parâmetro Mesh size factor de 1,0
até 1,5.
A perda de carga e a eficiência foram as variáveis analisadas nesse estudo
considerando as condições de contorno que serão apresentadas na com uma vazão
volumétrica de 280 m3 /h. As figuras 5.10, 5.11 e 5.12 apresentam algumas malhas
utilizadas nesse estudo.
48
Figura 5.11: Malha 3
49
Tabela 5.5: Estudo de convergência de malha
Malha Mesh size factor Número de elementos Head Eficiência total
(m) (%)
1 1,0 275.678 22,28 89,3
2 1,1 386.490 21,38 86,6
3 1,3 732.674 21,42 86,6
4 1,5 1.192.500 21,40 86,4
50
Figura 5.14: Detalhe do refinamento da malha próximo à extremidade de entrada
da pá
• Modelo de turbulência: k − ;
51
• Entrada: Vazão mássica1 ;
5.2.4 Processamento
52
utilizou-se um computador com sistema de 64 bits, processador Intel Core i3-4005U
CPU 1.70GHz e memória RAM 4,00 Go. Cada simulação durou cerca de 12 horas.
Um monitor foi criado para verificar se o valor do Head convergiria para
que fosse possı́vel considerar que a simulação chegou ao fim. A desigualdade nos
balanços de massa e de quantidade de movimento foram mantidos abaixo de 0,001,
conforme visto nas figuras 5.16 e 5.17.
53
Figura 5.17: Convergência dos resı́duos
5.2.5 Pós-processamento
54
Capı́tulo 6
Resultados e Discussões
55
A seguir, serão apresentados os resultados dos casos de simulação e as com-
parações com o caso de referência.
56
Figura 6.1: Curva de desempenho - Caso de referência
57
6.2 Resultados da simulação com rotação n = 1160
rpm
Aplicou-se a rotação de 1160 rpm para verificar se o modelo de impelidor
segue as curvas caracterı́sticas esperadas devido ao efeito de variação de rotação.
A tabela 6.3 e a figura 6.2 apresentam os resultados obtidos.
Tabela 6.3: Curva de desempenho - Caso caso com rotação n = 1160 rpm
Figura 6.2: Comparação entre a curva de head do caso com rotação n = 1160 rpm
e o de referência
58
6.3 Resultados dos casos de simulação de 1 a 8
O casos de otimização deste trabalho seguiram os valores dos parâmetros
geométricos da tabela 5.4 e as mesmas configurações do caso de referência para
geração da malha e das etapas subsequentes.
Os resultados das curvas de desempenho do impelidor podem ser vistos nas
tabelas de 6.4 até 6.11, nas figuras de 6.3 até 6.10 e na tabela 6.12, que resume os
resultados na vazão volumétrica de máxima eficiência para o caso de referência e em
sua vizinhança.
59
Tabela 6.4: Curva de desempenho - Caso 1
60
Tabela 6.5: Curva de desempenho - Caso 2
61
Tabela 6.6: Curva de desempenho - Caso 3
62
Tabela 6.7: Curva de desempenho - Caso 4
63
Tabela 6.8: Curva de desempenho - Caso 5
64
Tabela 6.9: Curva de desempenho - Caso 6
65
Tabela 6.10: Curva de desempenho - Caso 7
66
Tabela 6.11: Curva de desempenho - Caso 8
67
Tabela 6.12: Eficiência - Casos de simulação
68
Tabela 6.14: Curva de desempenho - Caso de otimização 1
69
Figura 6.12: Comparação entre o caso otimizado 1 e o de referência - Eficiência
70
As figuras 6.13 e 6.14 apresentam a pressão total na saı́da do impelidor e
demonstram que a pressão é ligeiramente maior para o caso de otimização 1, o que
auxilia a explicar porque o head é maior para esse caso.
71
As figuras 6.15 e 6.16 apresentam a velocidade na entrada do impelidor e
demonstram que a velocidade é ligeiramente menor para o caso de otimização 1.
72
As figuras 6.17 e 6.18 apresentam a velocidade no plano meridional do impe-
lidor e demonstram que a velocidade é ligeiramente menor para o caso de otimização
1.
73
As figuras 6.19 e 6.20 apresentam a pressão total no plano meridional do
impelidor e demonstram que a velocidade é ligeiramente maior para o caso de oti-
mização 1, o que auxilia a explicar porque o head é maior para esse caso.
Figura 6.19: Caso de referência - Pressão total no plano meridional (Mass Averaged )
Figura 6.20: Caso de otimização 1 - Pressão total no plano meridional (Mass Ave-
raged )
74
As figuras 6.21 e 6.22 apresentam os vetores de velocidade e demonstram que
a velocidade é ligeiramente menor para o caso de otimização 1.
75
Capı́tulo 7
Conclusões e Sugestões
7.1 Conclusões
Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo paramétrico para me-
lhorar os resultados de desempenho do impelidor de uma bomba centrı́fuga a partir
de uma metodologia CFD. Para isso, utilizou-se os softwares da empresa ANSYS R
versão 16, como TurboGrid R e CFX R para criar um processo que permitisse com-
parar os resultados quantitativos e qualitativos dos experimentos numéricos.
Primeiramente, a geometria de um modelo de impelidor foi concebida a partir
das condições operacionais e das restrições geométricas. Em seguida, uma análise
foi realizada para escolher a malha com o melhor compromisso entre a precisão e o
tempo computacional. Simulações numéricas foram efetuadas com essa malha para
gerar os resultados do caso de referência e dos casos em que variou-se apenas o valor
de um único parâmetro geométrico por vez.
Isso permitiu deduzir quais eram os valores de cada um desses 4 parâmetros
analisados que produziam os melhores resultados de curvas de desempenho da bomba.
Ao combinar essas entradas em uma nova simulação, verificou-se que, de fato, os
resultados obtidos eram mais elevados que os do caso de referência e os dos casos
de variação individual de parâmetros. Em relação ao caso de referência, a eficiência
aumentou em 0,9% e o head, em 1,75 m na condição de máxima eficiência.
Dessa forma, o objetivo do trabalho foi cumprido e a metodologia elabo-
rada pode ser seguida por outros estudos para aprimorar a performance de bombas
hidráulicas ou de outras turbomáquinas.
76
7.2 Sugestões para trabalhos futuros
Como recomendações para futuros trabalhos, sugerem-se:
• Comparar os resultados obtidos neste trabalho com outro que empregasse ou-
tro modelo de turbulência, outra malha computacional e outras configurações
a fim de verificar qual desses modelos numéricos melhor reproduz os resultados
experimentais;
77
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