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DE AR DE USO DOMÉSTICO
Rio de Janeiro
Agosto, 2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Departamento de Engenharia Mecânica
DEM/POLI/UFRJ
Examinada por:
____________________________________________
Prof. Nísio de Carvalho Lobo Brum, D.Sc – Orientador
___________________________________________
Prof. Albino José Kalab Leiróz, Ph.D.
___________________________________________
Prof. Manuel Ernani de Carvalho Cruz, Ph.D.
i
Dedicatória
Aos meus pais, Aloysio Ramos Mayolino e Elaine Gelelete Bandeira, por todo
amor incondicional e por me prepararem para a vida.
Aos meus irmãos, Helena e Pedro, por sempre acreditarem em mim e me apoiar.
ii
Agradecimentos
Por último gostaria de agradecer à todos os meus amigos que eu fiz durante essa
jornada e que dividiram comigo longas e cansativas noites de estudos.
iii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
Agosto/2015
iv
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Mechanical Engineer.
Agosto/2015
v
Sumário
1 Introdução.................................................................................................................. 1
1.1 Objetivo ............................................................................................................. 1
2 Dados do Projeto ....................................................................................................... 2
2.1 Condições de Operação ..................................................................................... 2
2.2 Análise Psicrométrica ........................................................................................ 4
2.2.1 O saturador adiabático ................................................................................ 5
2.3 Dados Termofísicos ........................................................................................... 7
2.3.1 Condensador ............................................................................................... 7
2.3.2 Evaporador.................................................................................................. 9
2.3.3 Ar-padrão .................................................................................................. 10
2.3.4 Fator de desvio (bypass) ........................................................................... 11
2.3.5 Cálculo da entropia do ar úmido .............................................................. 13
2.3.6 Calculo da entalpia ................................................................................... 17
3 Análise do Ciclo de Refrigeração............................................................................ 19
3.1 Análise Energética ........................................................................................... 21
3.2 Análise Exergética ........................................................................................... 24
3.3 Análise do Ciclo de refrigeração com Perdas de Carga ................................... 30
3.3.1 Análise energética e exergética de cada componente. .............................. 31
4 Melhoria do Sistema................................................................................................ 36
4.1 Variação da vazão de ar ................................................................................... 36
4.2 Variação do fator de bypass ............................................................................. 38
5 Análise dos Resultados obtidos ............................................................................... 40
5.1 Variação da vazão de ar ................................................................................... 40
5.2 Variação do fator de bypass ............................................................................. 42
6 Conclusão e sugestões ............................................................................................. 45
7 Referências Bibliográficas ...................................................................................... 46
vi
Lista de Figuras
vii
Lista de Tabelas
viii
1 Introdução
Desta forma, é importante que sejam feitas análises para avaliar o desempenho
do aparelho e descobrir qual dos componentes possui maior irreversibilidade. Após o
estudo será possível tomar as devidas providencias a fim de melhorar ao máximo o
funcionamento do aparelho de ar-condicionado reduzindo assim seu consumo de
energia.
1.1 Objetivo
onde,
BS = Bulbo Seco
BU = Bulbo Úmido
2
3
aquecimento sensível do aparelho para diversas combinações de temperatura do
equipamentos. A tabela 2-3 mostra diversos valores de potência exigida pelo
compressor, capacidade frigorífica do aparelho e a tabela 2-4, a capacidade de
O catálogo Hitachi possui muitas informações pertinentes sobre seus
Temperatura
Temperatura Externa (ºC)
interna
BU BS -10 21 27 32 35 40 43
ambiente externo e temperatura do ambiente interno.
Outros dados importantes que também são encontrados no catálogo, são os que
se referem às vazões de ar existentes no aparelho. A tabela 2-5 mostra estas vazões
através do condensador e do evaporador que farão parte da presente análise.
Tabela 2-5 - Vazões Pertinentes
O ar úmido é formado pelo vapor d’água e pelo ar seco. A Lei de Dalton diz que
o ar seco e o vapor d’água se comportam na mistura como se estivessem submetidos a
uma pressão denominada parcial, a qual seria materializada se um dos componentes
ocupasse sozinho todo o volume na mesma temperatura, i. e. a mistura de ar seco e
vapor d’água se comporta como um gás ideal assim como os dois constituintes.
4
De acordo com a Lei de Dalton podemos definir a razão de umidade para uma
mistura de vapor d’água com ar sendo
𝑃𝑣
𝜔 = 0,622 (2.1)
𝑃 − 𝑃𝑣
Ar Ar
𝑚𝑎 𝑚𝑎
𝑡1 𝑡2
𝜔1 𝜔2𝑠
Água
𝑚𝑤
𝑡𝑤
Figura 2-1 - Saturador Adiabático
No ponto 2, temos o vapor d’água saturado então podemos reescrever a equação 2.1
para este estado:
𝑃𝑣𝑠
𝜔2𝑠 = 0,622 (2.2)
𝑃 − 𝑃𝑣𝑠
5
onde,
𝐶8 = −5,800 200 6 𝐸 + 03 𝐶11 = 4,176 476 8 𝐸 − 05
𝐶9 = 1,391 499 3 𝐸 + 00 𝐶12 = −1,445 209 3 𝐸 − 08
𝐶10 = −4,864 023 9 𝐸 − 02 𝐶13 = 6,545 967 3 𝐸 + 00
𝑎 = 𝑐𝑝𝑎 𝑡 (2.4)
onde 𝑐𝑝𝑣 e 𝑙𝑣 são o calor específico para o vapor d’água e a variação da entalpia de
vaporização a 0 ºC respectivamente,com valores assumidos de
kJ kJ
𝑐𝑝𝑣 = 1,873 𝑒 𝑙𝑣 = 2501,2 kg .
kgK
6
A entalpia da água líquida é calculada pela seguinte expressão
𝑤 = 𝑐𝑤 𝑡 (2.7)
Como não existe troca de calor com o meio ambiente consideramos que a
entalpia do sistema se conserva entre os pontos 1 e 2. Com isso podemos dizer que
Sabemos que no ponto 2 temos vapor saturado, logo podemos dizer que
𝜔2 = 𝜔2𝑠 . Isolando 𝜔1 temos
2.3.1 Condensador
Como dito anteriormente, a norma ABNT NBR 16401-1 indica uma temperatura
de bulbo seco no Rio de Janeiro de 35 ºC, acompanhada da temperatura de bulbo úmido
de 27 ºC.
O calculo da umidade absoluta neste caso também se faz com utilização das
equações 2.2 e 2.3, resultando em uma umidade absoluta igual a 0,019 kgv kga .
7
Fazendo o equilíbrio global de energia em um sistema de condicionamento de ar
teórico, podemos dizer que o calor trocado no condensador é igual a soma da potencia
exigida pelo compressor e a potencia frigorífica do sistema.
A tabela 2-3 nos fornece a potência total que o compressor exige que é composta
pela potência do compressor mais a potência das perdas.
onde P é a pressão total da mistura e vale 101,235 kPa, t é a temperatura de bulbo seco e
𝜔 = 0,019 kgv kga .
𝑉𝑎
𝑚𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑑 . = = 0,67 kg/s
𝑣
8
2.3.2 Evaporador
Com as equações 2.2, 2.3 e 2.10 junto com os valores de temperatura de bulbo
seco igual a 27 ºC e úmido igual a 19 ºC, achamos 𝜔1 = 0,0105 kgv kga . Com o valor
da umidade absoluta, utilizamos a equação 2.6 para calcular a entalpia do ar úmido na
entrada do evaporador
A desumidificação do ar que passa pelo evaporador gera uma vazão de água para
fora do aparelho, como mostra a figura 2-2.
Ar úmido Ar úmido
𝑚𝑎 𝑚𝑎
𝑡1 𝑡2
𝑄
𝜔1 𝜔2
𝑚𝑤
𝑡𝑤
Figura 2-2 - Evaporador
9
onde o primeiro termo é a taxa de calor sensível (CS) e o segundo termo a taxa de
calor latente (CL). Os termos referentes à água são desprezados, pois possuem valores
muito pequenos em relação aos outros. Da equação 2.14 temos
𝐶𝑇 = 𝐶𝑆 + 𝐶𝐿 (2.15)
A tabela 2-5 nos diz que a vazão volumétrica do ar que passa pelo evaporador
vale 11,5 m³/min. Usando o volume específico calculado através da equação 2.12
podemos achar a vazão mássica de ar que passa pelo evaporador.
𝑉𝑎
𝑚𝑎𝑟 𝑒𝑣𝑎𝑝 . = = 0,22 kg/s
𝑣
𝐶𝑆
𝑡2 = 𝑡1 − = 11,7 ℃
𝑚𝑎𝑟 𝑒𝑣𝑎𝑝 . 𝑐𝑝𝑎
𝐶𝐿 kgv
𝜔2 = 𝜔1 − = 0,008
𝑚𝑎 2501,2 kga
2.3.3 Ar-padrão
10
2.3.4 Fator de desvio (bypass)
Definindo o fator de calor sensível efetivo como a razão entre o calor sensível e
a capacidade total, temos
𝐶𝑆
𝐸𝑆𝐻𝐹 = = 0,6828
𝐶𝑇
0
𝐶𝐿 = 𝑚𝑠𝑎 𝑙𝑣 1 − 𝐵𝐹 𝜔𝑅𝐴 − 𝜔𝐴𝐷𝑃 (2.19)
11
O fator de calor sensível efetivo pode ser reescrito como
Com um valor inicial de bypass igual a 0,2, junto com o valor do fator de calor
sensível e as equações 2.18, 2.19, e 2.20, usamos o Solver do Excel (MS) para resolver
a equação não linear e achar o valor aproximado da temperatura de bypass.
𝑚𝑎 = 11,5 m³/min
𝐵𝐹 = 0,1473
𝑡𝑎𝑑𝑝 = 9,1 ℃
12
2.3.5 Cálculo da entropia do ar úmido
Um importante dado que falta ser calculado para todas as condições vistas
(condensador, evaporador, ar-padrão) é a entropia do ar úmido presente. Os cálculos
apresentados seguem o documento Psychrometrics Theory and Practice da ASHRAE
que foi escrito por OLIVIERI et al. (1996).
𝑃𝑣𝑚 𝐵𝑚 𝐶𝑚 (2.21)
=1+ +
𝑅𝑇 𝑣𝑚 𝑣𝑚2
onde
𝐵𝑚 = 𝑥𝑎2 𝐵𝑎𝑎 + 2𝑥𝑎 𝑥𝑤 𝐵𝑎𝑤 + 𝑥𝑤2 𝐵𝑤𝑤 (2.22)
e
𝐶𝑚 = 𝑥𝑎3 𝐶𝑎𝑎𝑎 + 3𝑥𝑎2 𝑥𝑤 𝐶𝑎𝑎𝑤 + 3𝑥𝑎 𝑥𝑤2 𝐶𝑎𝑤𝑤 + 𝑥𝑤3 𝐶𝑤𝑤𝑤 (2.23)
13
𝑑𝐶𝑎𝑎𝑎 0,190905 × 106 0,126493 × 109
= − cm6 /(mol2 . K) (2.27)
𝑑𝑇 𝑇2 𝑇3
′
𝐵𝑤𝑤 = 𝑅𝑇𝐵𝑤𝑤 cm3 /mol (2.28)
2 ′ ′ 2
𝐶𝑤𝑤𝑤 = 𝑅𝑇 𝐶𝑤𝑤𝑤 + 𝐵𝑤𝑤 cm6 /mol2 (2.29)
com derivadas
′
𝑑𝐵𝑤𝑤 𝑑𝐵𝑤𝑤 ′
=𝑅 𝑇 + 𝐵𝑤𝑤 cm6 /mol2 K (2.30)
𝑑𝑇 𝑑𝑇
′ ′
𝑑𝐶𝑤𝑤𝑤 2
𝑑𝐶𝑤𝑤𝑤 ′
𝑑𝐵𝑤𝑤
= 𝑅𝑇 + 2𝐵𝑤𝑤 + 2𝑅 2 𝑇 [𝐶𝑤𝑤𝑤
′
𝑑𝑇 𝑑𝑇 𝑑𝑇 (2.31)
′ 2 6 2
+ 𝐵𝑤𝑤 ] cm /mol K
onde
1734 ,29
′
𝐵𝑤𝑤 = 0,7,× 10−8 − 0,147184 × 10−8 𝑒 𝑇 1/Pa (2.32)
3645 ,09
′
𝐶𝑤𝑤𝑤 = 0,104 × 10−14 − 0,335297 × 10−7 𝑒 𝑇 1/Pa2 (2.33)
e
′
𝑑𝐵𝑤𝑤 0,255260 × 10−5 1734 ,29
= 𝑒 𝑇 1/(Pa. K) (2.34)
𝑑𝑇 𝑇2
′
𝑑𝐶𝑤𝑤𝑤 0,122219 × 10−13 3645 ,09
= 𝑒 𝑇 1 (Pa2 . K) (2.35)
𝑑𝑇 𝑇2
14
Coeficientes viriais cruzados para o ar úmido
0,141138 × 105
𝐵𝑎𝑤 = 0,32366097 × 102 −
𝑇
0,1244535 × 107
− (2.36)
𝑇2
0,2348789 × 1010
− cm3 /mol
𝑇4
3
0,05678 × 106 0,656394 × 108
𝐶𝑎𝑎𝑤 = 0,482737 × 10 + −
𝑇 𝑇2
(2.37)
0,294442 × 1011 0,319317 × 10^13
+ − cm6 /mol2
𝑇3 𝑇4
𝐶𝑎𝑤𝑤 = −1 × 106
0,347802 × 104
+ exp −0,10728876 × 102 +
𝑇 (2.38)
0,383383 × 106 0,33406 × 108
− + cm6 /mol2
𝑇2 𝑇3
15
𝑑𝐶𝑎𝑤𝑤 −0,347802 × 104 0,766765 × 106
= 𝐶𝑎𝑤𝑤 +
𝑑𝑇 𝑇2 𝑇3
(2.41)
0,100218 × 109
− cm6 /(mol2 K)
𝑇4
𝑠𝑚
𝑠= kJ/kga K (2.37)
28,9645𝑥𝑎
4 5
𝑖
𝑠𝑚 = 𝑥𝑎 𝑔𝑖 𝑇 + 𝑔5 ln 𝑇 + 𝑠𝑎 + 𝑥𝑤 𝑘𝑖 𝑇 𝑖 + 𝑘6 ln 𝑇 + 𝑠𝑤
𝑖=0 𝑖=0
𝑃 𝑃𝑣𝑚
− 𝑅0 ln + 𝑥𝑎 𝑅0 ln
101325 𝑥𝑎 𝑅𝑇
𝑃𝑣𝑚 (2.42)
+ 𝑥𝑤 𝑅0 ln
𝑥𝑤 𝑅𝑇
𝑑𝐵𝑚 1 1 𝑑𝐶𝑚 1
− 𝑅0 𝐵𝑚 + 𝑇 + 𝐶𝑚 + 𝑇 kJ
𝑑𝑇 𝑣𝑚 2 𝑑𝑇 𝑣𝑚2
/kgmol ∙ K
onde
g 0 = 0.34373874 × 102 k 0 = 0.2196603 × 101
g1 = 0.52863609 × 10−2 k1 = 0.19743819 × 10−1
g 2 = −0.15608795 × 10−4 k 2 = −0.70128225 × 10−4
g 3 = 0.24880547 × 10−7 k 3 = 0.14866252 × 10−6
g 4 = −0.122304164 × 10−10 k 4 = −0.14524437 × 10−9
g 5 = 0.28709015 × 102 k 5 = 0.55663583 × 10−13
sa = −0.196125465 kJ mol. K k 6 = 0.32284652 × 102
sw = −0.06331449 kJ mol. K R = R 0 106
R 0 = 3.1441 kJ kg mol. K
16
A fração molar de ar seco 𝑥𝑎 é definida como
0.62198
𝑥𝑎 = (2.43)
0.62198 + 𝜔
𝑅𝑇
𝑣𝑚 = 𝑍 cm³/mol (2.44)
𝑃
onde o fator de compressibilidade Z vale 0,9997 para uma temperatura de bulbo seco
27ºC, uma razão de umidade 0,0105 a uma pressão de 101,325 kPa.
𝑚 kJ
= (2.45)
28,9645𝑥𝑎 Kg a
5 5
𝑖
𝑚 = 𝑥𝑎 𝑎𝑖 𝑇 + 𝑎 + 𝑥𝑤 𝑑𝑖 𝑇 𝑖 + 𝑤
𝑖=0 𝑖=0
17
onde
𝑎0 = 0,63290874 × 101 𝑑0 = −0,5008 × 10−2
𝑎1 = 0,28709015 × 102 𝑑1 = 0,32491829 × 102
𝑎2 = 0,26431805 × 10−2 𝑑2 = 0,65576345 × 10−2
𝑎3 = −0,10405863 × 10−4 𝑑3 = −0,26442147 × 10−4
𝑎4 = 0,18660410 × 10−7 𝑑4 = 0,51751789 × 10−7
𝑎5 = −0,97843331 × 10−11 𝑑5 = −0,31541624 × 10−10
𝑎 = −7,9141982 kJ/mol 𝑤 = 35,99417 kJ/mol
kgv kJ kJ
𝑇(℃) 𝜔 𝑠
kga kga kga K
20 0 293,327 6,836
35 0,0193 319,402 7,127
44,8 0,0193 329,608 7,159
27 0,0105 306,170 6,993
11,7 0,0075 288,949 6,904
kJ kJ
𝑇(℃) 𝑠
kga kga K
20 451,75 2,14
18
3 Análise do Ciclo de Refrigeração
Os componentes de um ciclo de refrigeração devem ser analisados para que seja
possível descobrir qual deles possui o maior valor de exergia destruída. Para isso é
necessário que uma avaliação energética e exergética seja feita em cada um desses
componentes.
TH
𝑄𝐻
1’
4s
Condensador
Dispositivo 𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝 .
de expansão Compressor
2 3’
Evaporador
𝑄𝐿
TL
19
A figura 3-2 representa o diagrama Pressão x Entalpia referente ao ciclo de refrigeração.
P
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑑 .
Isotermas
1’ 1 4s
𝑄𝐻
𝑇𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎
𝑇𝑒𝑣𝑎𝑝 .
𝑇𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎
𝑄𝐿 𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝 .
3’ 3
2
20
3.1 Análise Energética
Evaporador
𝐸𝑒 = 𝐸𝑠
𝑚2 + 𝑄𝐿 = 𝑚3
𝑄𝐿 = 𝑚(3′ − 2 ) (3.1)
𝑄𝐿 = 5000 𝑊
Compressor
21
Utilizando a tabela 3-1, somos capazes de calcular o valor da potência
isentrópica do compressor, uma vez que a simulação inicial no Coolpack considerou um
compressor isentrópico (𝜂𝑠 = 1).
𝑊𝑠 = 𝑚 4𝑠 − 3 = 1,17 kW
𝑊𝑠
𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝 = = 1,46 kW
𝜂𝑠
Condensador
𝐸𝑒 = 𝐸𝑠
𝑚4 = 𝑚1′ + 𝑄𝐻
𝑄𝐻 = 6,81 kW
22
Dispositivo de expansão
𝐸𝑒 = 𝐸𝑠
𝑚1′ = 𝑚2
1′ = 2
𝑄𝐿
𝐶𝑂𝑃 = = 3,215
𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝 .
23
P
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑑 .
Isotermas
1’ 1 4s 4
𝑄𝐻 s
𝑇𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎
𝑇𝑒𝑣𝑎𝑝 .
𝑇𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎
𝑄𝐿 𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝 .
3’ 3
2
𝑇𝐿
𝐶𝑂𝑃𝐶𝑎𝑟𝑛𝑜𝑡 = = 6,23
𝑇𝐻 − 𝑇𝐿
24
A exergia é calculada através da equação abaixo:
𝐵𝑖 = 𝑚 𝑖 − 0 − 𝑇0 (𝑠𝑖 − 𝑠0 ) (3.4)
Compressor
𝐵𝑒 − 𝐵𝑠 − 𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 . = 0
𝐵𝑒 − 𝐵𝑠 = 𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 . (3.5)
𝐵𝑒 = 𝑊 + 𝐵3
𝐵𝑠 = 𝐵4
𝐵3 + 𝑊 − 𝐵4 = 𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 .
25
A eficiência exergética é a razão entre o trabalho reversível sobre o trabalho real.
𝑊𝑟𝑒𝑣 . = 𝑚 4 − 3 − 𝑇0 𝑠4 − 𝑠3 = 1,23 kW
𝑊𝑟𝑒𝑣 .
𝜂𝑒𝑥 = = 0,83
𝑊
Condensador
Ar
e s
Figura 3-5- Condensador
Com os valores de entalpia e entropia das tabelas 2-6 e 3-2 podemos calcular
diretamente a variação de exergia para cada fluido presente no sistema. Para o ar temos
26
A eficiência exergética de um trocador de calor segundo SHAPIRO et al. (2008)
é a razão entre a variação de exergia do fluido frio sobre a variação de exergia do fluido
quente. No caso do condensador o fluido frio é o ar e o fluido quente o refrigerante.
Com isso temos
Dispositivo de expansão
1’
Para o dispositivo de expansão temos que a variação de exergia é igual a destruída então
𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 .
𝜂𝑒𝑥 = 1 − =0
𝐵𝑑𝑖𝑠𝑝 .𝑒𝑥𝑝 .
27
Evaporador
2 3
R-410A
Ar
s e
𝑚𝑤
Figura 3-7 - Evaporador
Neste caso o fluido frio é o refrigerante, e o quente é o ar. Então a eficiência exergética
se torna
𝑚𝑓𝑟𝑖𝑜 𝐵𝑓𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑡 . 𝐵𝑟𝑒𝑓 .𝑒𝑣𝑎𝑝 .
𝜂𝑒𝑥 = = = 10%
𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐵𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑡 . 𝐵𝑎𝑟 𝑒𝑣𝑎𝑝 .
𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 .𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 .𝑐𝑜𝑚𝑝 . + 𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 .𝑐𝑜𝑛𝑑 . + 𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 .𝑑𝑖𝑠𝑝 . + 𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 .𝑒𝑣𝑎𝑝 = 2,546 kW
28
A partir dos resultados obtidos na análise exergética de cada componente é
possível descobrir qual o componente com maior destruição de exergia.
Exergia Destruída
9%
14% Compressor
Condensador
8% Dispositivo de expansão
69% Evaporador
29
3.3 Análise do Ciclo de refrigeração com Perdas de Carga
Os dispositivos, por sua vez trabalham com a perda de carga propriamente dita.
Com isso será considerado o pior caso para a queda de pressão no condensador e
evaporador, ou seja, 2,2 K equivalente de mudança de temperatura.
30
P
4
4s
1’ 1
2
3
h
Figura 3-9 - Ciclo de refrigeração com perdas de carga
A partir dos pontos da tabela 3 uma nova análise energética e exergética são
feitas para cada componente do sistema.
Evaporador
Energia:
𝑄𝐿 = 𝑚(3′ − 2 ) (3.6)
𝑄𝐿 = 5 kW
𝑚 = 0,033 kg/s
31
Exergia:
Compressor
Como feito anteriormente na análise de energia para o ciclo sem perda de carga,
a eficiência isentrópica será considerada igual a 80%
Energia:
𝑊𝑠 = 𝑚 4𝑠 − 3 = 1,12 kW
𝑊𝑠
𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝 . = = 1.4 kW
𝜂𝑠
𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝 . = 𝑚(4 − 3 )
4 = 480,55 kJ/kg
32
Exergia:
𝑊𝑟𝑒𝑣 . = 4 − 3 − 𝑇0 𝑠4 − 𝑠3
𝑊𝑟𝑒𝑣 .
𝜂𝑒𝑥 = = 0,85
𝑊
Condensador
Energia:
Exergia:
33
𝐵𝑟𝑒𝑓 .𝑐𝑜𝑛𝑑 . = 𝑚 1′ − 4 − 𝑇0 𝑠1′ − 𝑠4 = 0,76 kW
Dispositivo de expansão
Energia:
𝐸𝑒 = 𝐸𝑠
𝑚1′ = 𝑚2
1′ = 2
Exergia:
𝐵𝑑𝑒𝑠𝑡 .
𝜂𝑒𝑥 = 1 − =0
𝐵𝑑𝑖𝑠𝑝 .𝑒𝑥𝑝 .
Ao fim da análise notamos que os valores entre o ciclo com perda de carga não
se afasta muito dos valores do ciclo ideal. Através da tabela abaixo podemos comparar
os valores de ambos os ciclos.
34
Tabela 3-6 - Comparação entre os dois ciclos
Podemos ver que a variação nos valores de exergia destruída são muito
pequenos se comparadas com o modelo sem perdas de carga. O único componente que
reage mais a essa mudança é o dispositivo de expansão, pois ele trabalha diretamente
com diferenças de pressão.
35
4 Melhoria do Sistema
O evaporador foi identificado como o componente com maior destruição de
exergia. Devemos então analisar possíveis alterações que levem a redução deste fator
36
rejeitado pelo condensador, 𝑄𝐻 = 10,2 kW. Esse novo valor de 𝑄𝐻 faz com que o ar
saia com uma temperatura diferente.
𝑄𝐻
𝑡2 = + 𝑡1 = 50,2 ℃
𝑚𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑑 . 𝑐𝑝𝑎
Essa nova temperatura faz com que seja necessário recalcular os valores de
entalpia e entropia do ar na saída do condensador como foi feito na seção de cálculo de
entropia.
Tabela 4-1 - Temperatura de saída
𝑩𝒅𝒆𝒔𝒕. 𝒌𝑾 𝜼𝒆𝒙
Evaporador 2,624 9,93%
Compressor 0,354 83,88%
Condensador 0,451 63,0%
Dispositivo de Expansão 0,319 0,00%
Exergia Destruída Total 3,747 -
Agora reduziremos a vazão em 50% (5,75 m³/min = 0,13 kg/s) temos um valor
de carga térmica igual a 5,432 kW. Refazendo o mesmo processo que foi feito para o
aumento da vazão temos
37
o que nos leva,
𝑩𝒅𝒆𝒔𝒕. 𝒌𝑾 𝜼𝒆𝒙
Evaporador 0,875 9,93%
Compressor 0,157 50%
Condensador 0,220 47,03%
Dispositivo de Expansão 0,106 0,00%
Exergia Destruída Total 1,302 -
Assim como a vazão do ar, o fator de bypass será avaliado com um aumento e
uma redução de 50% do valor inicial. A vazão que será usada nesta análise é de 11,5
m³/min.
Sabendo que
𝐶𝑆
𝑡𝑠 = 𝑡𝑒 −
(𝑚𝑎𝑒 𝑒𝑣𝑎𝑝 . 𝑐𝑝𝑎 )
BF 0,074 0,221
CT (kW) 5,432 4,569
T (ºC) 10,368 13,012
h (kJ kga ) 287,513 290,466
s (kJ kga K) 6,896 6,912
38
Assim como para o caso em que a vazão do ar modificada, os valores de
capacidade térmica do sistema assim como a potência exigida variam com a variação do
fator de bypass. Com isso temos novos valores de temperatura do ar na saída do
condensador. Esses valores estão na tabela 4-6 abaixo.
Tabela 4-7 - Exergia destruída e eficiência exergética para redução do fator de bypass
𝑩𝒅𝒆𝒔𝒕. 𝒌𝑾 𝜼𝒆𝒙
Evaporador 1,906 10,99%
Compressor 0,256 83,88%
Condensador 0,374 57,73%
Dispositivo de Expansão 0,231 0,00%
Exergia Destruída Total 2,767
Tabela 4-8 - Exergia destruída e eficiência exergética para aumento do fator de bypass
𝑩𝒅𝒆𝒔𝒕. 𝒌𝑾 𝜼𝒆𝒙
Evaporador 1,586 11,11%
Compressor 0,215 83,88%
Condensador 0,331 55,48%
Dispositivo de Expansão 0,194 0,00%
Exergia Destruída Total 2,326
39
5 Análise dos Resultados obtidos
Nesta seção será analisado dos resultados obtidos das variações de vazão e
bypass e como elas influenciam na destruição de exergia dos componentes do sistema.
Quando reduzimos a vazão de ar, reduzimos também a carga térmica que entra
no sistema. Uma vez que a temperatura de evaporação está fixada pelo fator de calor
sensível, temos a redução da vazão de refrigerante. Essa redução é acompanhada da
redução da vazão de ar que foi imposta inicialmente e causa reduções nas variações de
exergia da água e do refrigerante.
40
Esse fato pode ser visto mais claramente através da figura 5-1.
Exergia Destruída
3,000
2,500
2,000
kW
Eficiência Exergética
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00% 5,75 (m³/min)
40,00%
30,00% 11,5 (m³/min)
20,00%
10,00% 17,25
0,00%
Evaporador Compressor Condensador Dispositivo de
Expansão
41
5.2 Variação do fator de bypass
Tabela 5-2 - Variação da exergia destruída e da eficiência exergética em função do fator de bypass
Fator de By-Pass
0,07365 0,1473 0,22095
𝑩𝒅𝒆𝒔𝒕. 𝒌𝑾 𝜼𝒆𝒙 𝑩𝒅𝒆𝒔𝒕. 𝒌𝑾 𝜼𝒆𝒙 𝑩𝒅𝒆𝒔𝒕. 𝒌𝑾 𝜼𝒆𝒙
Evaporador 1,906 10,00% 1,745 9,95% 1,586 9,90%
Compressor 0,256 83,88% 0,236 83,88% 0,215 83,88%
Condensador 0,374 57,73% 0,353 56,61% 0,331 55,48%
Dispositivo de
0,231 0,00% 0,212 0,00% 0,194 0,00%
Expansão
Exergia
2,767 2,546 2,326
Destruída Total
Assim como para a variação na vazão do ar, temos aqui uma variação na
potência exigida pelo compressor devido a variação da carga térmica do sistema. O
aumento do bypass aumenta a potência exigida pelo compressor. Com isso temos um
aumento na exergia destruída do compressor.
42
O condensador também tem seus valores de calor rejeitado variando de acordo
com a variação do fator de bypass. Isso gera uma alteração na temperatura de saída do
ar que passa por ele. Assim como no evaporador os valores de entalpia e entropia se
tornam muito grandes o que aumenta a variação de exergia do ar.
Exergia destruída
2,500
2,000
1,500
kW
BF=0,07365
1,000 BF=0,1473
0,500 BF=0,22095
0,000
Evaporador Compressor Condensador Dispositivo de
Expansão
A figura 5-4 mostra que com o aumento do fator de bypass temos uma redução
da eficiência exergética do evaporador e do condensador. Isso ocorre porque quando
variamos o fator de bypass estamos variando também as temperaturas de saída do ar no
evaporador e condensador de tal maneira que a diferença entre as entalpias de entrada e
saída se tornam maiores. Com isso temos um aumento na variação de exergia do ar em
ambos os componentes, acompanhado por um aumento proporcionalmente menor da
variação de exergia do refrigerante.
43
Eficiência Exergética
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
BF=0,07365
40,00%
30,00% BF=0,1473
20,00% BF=0,22095
10,00%
0,00%
Evaporador Compressor Condensador Dispositivo
de Expansão
Figura 5-4 - Eficiência exergética de cada componente variando com o fator de bypass
Em ambas as análises, temos o COP fixo. Isso se deve ao fato de que a variação
da carga térmica não vem acompanhada de uma variação da temperatura de evaporação
em nenhum dos casos analisados. Com isso os valores de 𝑄𝐿 e 𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 aumentam
na mesma proporção e como resultado o COP se mantém constante.
44
6 Conclusão e sugestões
Analisando os resultados obtidos, concluímos que quando comparadas as
variações percentuais, temos um melhor resultado na diminuição da exergia destruída
do evaporador ao diminuirmos a vazão de escoamento do ar no evaporador do que
quando aumentamos o fator de bypass na mesma proporção. Este modelo apresentou
uma redução de 50% da exergia destruída no evaporador com uma redução de 50% da
vazão de escoamento do ar.
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7 Referências Bibliográficas
ASHRAE, Fundamentals Handbook, 2009, Georgia, Atlanta: ASHRAE.
LIENHARD IV, J.H., LIENHARD V, J.H., 2012, A Heat Transfer Textbook, 4 Ed.,
Massachusets: Philogiston Press.
OLIVIERI, j. SINGH, T., Psychrometrics Theory and Practice, 1996, Georgia, Atlanta:
ASHRAE
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