Você está na página 1de 94

DIMENSIONAMENTO DE VÁLVULAS DE SEGURANÇA E ALÍVIO DE

PRESSÃO PARA ESCOAMENTOS BIFÁSICOS EVAPORATIVOS

João Pedro Nascimento de Castro

Projeto de Graduação apresentado ao Curso


de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
tı́tulo de Engenheiro.

Orientadores: Marcelo José Colaço


Ítalo Márcio Madeira

Rio de Janeiro
Dezembro de 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Departamento de Engenharia Mecânica


DEM/POLI/UFRJ

DIMENSIONAMENTO DE VÁLVULAS DE SEGURANÇA E ALÍVIO DE


PRESSÃO PARA ESCOAMENTOS BIFÁSICOS EVAPORATIVOS

João Pedro Nascimento de Castro

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO


DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovada por:

Prof. Marcelo José Colaço, D.Sc.

Eng. Ítalo Márcio Madeira, D.Sc.

Prof. Helcio Rangel Barreto Orlande, Ph.D.

Prof. Manuel Ernani de Carvalho Cruz, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL


DEZEMBRO DE 2019
Nascimento de Castro, João Pedro
Dimensionamento de válvulas de segurança e alı́vio
de pressão para escoamentos bifásicos evaporativos/ João
Pedro Nascimento de Castro. – Rio de Janeiro:
UFRJ/Escola Politécnica, 2019.
XV, 79 p.: il.; 29, 7cm.
Orientadores: Marcelo José Colaço
Ítalo Márcio Madeira
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia Mecânica, 2019.
Referências Bibliográficas: p. 54 – 56.
1. Válvulas de segurança. 2. Dimensionamento. 3.
Escoamento bifásico. I. José Colaço, Marcelo et al.. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de
Engenharia Mecânica. III. Dimensionamento de válvulas
de segurança e alı́vio de pressão para escoamentos bifásicos
evaporativos.

iii
”Try not to become a man of
success, but rather try to become
a man of value.”
- Albert Einstein

”Playing football is very simple,


but playing simple football is the
hardest thing there is.”
- Johan Cruijff

iv
Agradecimentos

Agradeço primeiramente aos meus pais, Gustavo e Sandra, que sempre me deram
muito apoio e motivação, contribuindo imensamente para que a minha trajetória na
UFRJ fosse a melhor possı́vel.
Agradeço à minha namorada, Renata, pelo companheirismo em todo o nosso
relacionamento e pela paciência que teve nos últimos meses de execução desse tra-
balho.
Agradeço aos meus orientadores, Prof. Marcelo Colaço e Eng. Ítalo Madeira,
pela excelência na orientação acadêmica e prontidão em ajudar, sempre se disponi-
bilizando para reuniões ou revisões do trabalho.
Agradeço à toda a equipe da LESER Brasil por terem me recebido de braços
abertos para meu estágio, e posteriormente como funcionário da empresa. Agradeço,
em especial, ao Claudio Zana e ao Erik Rocha, que me apresentaram o estudo de caso
e contribuı́ram com discussões interessantes que enriqueceram meu conhecimento no
tema.
Agradeço a todos os meus amigos do Futcampo Engenharia UFRJ, com quem
partilhei os melhores momentos na faculdade, seja dentro de campo ou fora dele.
Espero que Vassouras continue nosso salão de festas, e a freguesia da UFF e da PUC
seja eterna.
Agradeço ao pessoal da MEC, em especial Lucas, Genera, Dudu e Caiopa, que
me garantiram muitas risadas no almoço e ajudaram a amenizar o cotidiano da
faculdade.
Por fim, agradeço a todos aqueles que participaram intensamente do meu in-
tercâmbio na RWTH Aachen University, em especial aos meus amigos e colegas de
quarto Ismael e Sabrina. Aos meus amigos do Buraco, espero que possamos voltar
a Aachen para mais noites memoráveis na NOX.

v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico

DIMENSIONAMENTO DE VÁLVULAS DE SEGURANÇA E ALÍVIO DE


PRESSÃO PARA ESCOAMENTOS BIFÁSICOS EVAPORATIVOS

João Pedro Nascimento de Castro

Dezembro/2019

Orientadores: Marcelo José Colaço


Ítalo Márcio Madeira

Programa: Engenharia Mecânica

As válvulas de segurança e alı́vio de pressão (PSVs) atuam para proteger equipa-


mentos que sofram sobrepressão por conta de falha no processo industrial, impedindo
que a pressão ultrapasse a pressão máxima de trabalho admissı́vel (PMTA). Apesar
de já existirem métodos de dimensionamento de PSVs consolidados para escoamen-
tos monofásicos, os métodos de cálculo existentes para escoamentos bifásicos não são
respaldados por procedimentos experimentais certificados. Dessa forma, o presente
trabalho analisa e compara os diferentes métodos recomendados por normas inter-
nacionais (API RP 520 e ISO 4126-10) para o dimensionamento de válvulas de se-
gurança atuando com escoamentos bifásicos, considerando a variação de parâmetros
iniciais, como o tı́tulo de estagnação e a contrapressão. A partir dos resultados, foi
possı́vel verificar que, para certas condições iniciais do escoamento, a diferença entre
o fluxo de massa calculado pelas normas pode ser bastante significativa.

vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment
of the requirements for the degree of Mechanical Engineer

SIZING OF PRESSURE SAFETY AND RELIEF VALVES FOR TWO-PHASE


FLASHING FLOWS

João Pedro Nascimento de Castro

December/2019

Advisors: Marcelo José Colaço


Ítalo Márcio Madeira

Department: Mechanical Engineering

Pressure safety valves are devices used to protect equipments against overpres-
sure due to failures in the industrial process, preventing the pressure inside the
equipment to exceed the Maximum Allowable Working Pressure (MAWP). Although
there are certified methods for sizing safety valves for single-phase flows, the existing
calculation methods for two-phase flows are not supported by certified experimental
procedures. Therefore, the present study aims to analyze and compare different
sizing methods recommended by international standards (API RP 520, ISO 4126-
10) for sizing safety valves for two-phase flashing flows, considering the variation of
initial parameters, such as stagnation quality and backpressure. From the results
obtained, it is possible to state that, for certain initial conditions, the difference of
the mass flux calculated by each standard may be quite different.

vii
Sumário

Lista de Figuras x

Lista de Tabelas xii

Lista de Sı́mbolos xiii

1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 Válvulas de segurança e alı́vio 4


2.1 Princı́pio de Funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Terminologia básica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 Aspectos construtivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3.1 Válvula convencional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3.2 Válvula balanceada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3.3 Válvula piloto-operada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.4 Escoamento de fluidos em válvulas de segurança . . . . . . . . . . . . 15
2.4.1 Capacidade de alı́vio das válvulas . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.4.2 Expansão isentrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4.3 Vaporização ao longo de um bocal convergente . . . . . . . . . 18
2.4.4 Escoamento Crı́tico e Subcrı́tico . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3 Dimensionamento de PSV para escoamentos bifásicos 21


3.1 Método da Integração Direta - API RP 520 . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.1 Apresentação do método . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

viii
3.1.2 Dimensionamento segundo a norma API RP 520 . . . . . . . . 22
3.2 Método HEM-Ômega - API RP 520 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.1 Apresentação do método . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.2 Dimensionamento segundo a API RP 520 . . . . . . . . . . . . 28
3.3 Método do não-Equilı́brio Homogêneo (HNE-DS) - ISO 4126-10 . . . 29
3.3.1 Apresentação do método . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3.2 Dimensionamento segundo a norma ISO 4126-10 . . . . . . . . 32

4 Resultados e Discussões 35
4.1 Análises paramétricas e comparação entre as normas . . . . . . . . . 35
4.1.1 Influência do tı́tulo do escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1.2 Influência da contrapressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.1.3 Influência do tı́tulo inicial e da contrapressão . . . . . . . . . . 43
4.2 Estudo de caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

5 Conclusões e Trabalhos Futuros 52

Referências Bibliográficas 54

A Código Fonte 57
A.1 Código principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
A.2 Método HEM-HDI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
A.3 Método HEM-Omega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
A.4 Método HNE-DS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

ix
Lista de Figuras

2.1 Válvula de segurança e alı́vio de pressão. Fonte: [1] . . . . . . . . . . 5


2.2 Equilı́brio de forças na área da sede, com a válvula fechada. Fonte:
Adaptação de [2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Válvula no momento de abertura. Fonte: Adaptação de [2] . . . . . . 6
2.4 Ilustração da força de pressão atuando na área do disco aumentada.
Fonte: Adaptação de [3] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.5 Relação entre a pressão de operação e a pressão de abertura do disco
de uma PSV. Fonte: [1] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.6 Principais componentes internos de uma PSV convencional. Fonte:
Adaptação de [2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.7 Influência da contrapressão superimposta no equilı́brio de forças de
uma PSV convencional. Fonte: Adaptação de [4] . . . . . . . . . . . . 12
2.8 Fole de balanceamento minimizando os efeitos da contrapressão.
Fonte: Adaptação de [2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.9 Válvula piloto-operada. Fonte: Adaptação de [4] . . . . . . . . . . . . 14
2.10 Orifı́cios padronizados D-T, segundo a norma API 526. Fonte: [5] . . 15
2.11 Coeficiente de descarga para LESER API Series 526. Fonte: [2] . . . 16
2.12 Vazão de alı́vio de válvulas do modelo API 526 da LESER. . . . . . . 16
2.13 Comparação da expansão real e de uma isentrópica em uma turbina
em diagrama h x s. Fonte: Adaptação de [6]. . . . . . . . . . . . . . . 18
2.14 Redução de pressão em bocal convergente. Fonte: [7] . . . . . . . . . 18
2.15 Representação da Vena Contracta Fonte: [1]. . . . . . . . . . . . . . . 19
2.16 Representação dos perfis de escoamento bifásico ao longo do bocal da
PSV. Fonte: Adaptação de [8] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.17 Efeito da contrapressão no fluxo ao longo do bocal da PSV. Fonte: [1] 20

x
3.1 Fator de correção da contrapressão Kb . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2 Fator de correção de viscosidade Kv . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3 Gráfico de paridade: fluxo de massa através da equação (3.1) e de-
corrente da correlação (3.10). Fonte: Adaptação de [9] . . . . . . . . 27
3.4 Gráfico de paridade: fluxo de massa com o parâmetro ω baseado na
equação (3.11) comparado ao fluxo de massa teórico da equação (3.1).
Fonte: Adaptação de [9] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.5 Correlação da razão de pressão crı́tica em função de ω. Fonte: [4] . . 28
3.6 Comparação de experimentos com resultados de fluxo de massa cal-
culados pelo método HEM, HNE-DS e o método HNE de Leung para
P0 = 0, 54 MPa. Fonte: [10] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.7 Comparação de experimentos com resultados de fluxo de massa cal-
culados pelo método HEM, HNE-DS e o método HNE de Leung para
P0 = 1, 06 MPa. Fonte: [10] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

4.1 Parâmetro de compressibilidade ω em função do tı́tulo inicial x0 . . . . 36


4.2 Fluxo de massa teórico em função do tı́tulo inicial x0 . . . . . . . . . . 38
4.3 Coeficiente de descarga e fração de vapor na garganta da PSV em
função do tı́tulo inicial x0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.4 Fluxo de massa na PSV em função do tı́tulo inicial x0 . . . . . . . . . 40
4.5 Fluxo de massa teórico em função da contrapressão. . . . . . . . . . . 41
4.6 Coeficiente de descarga em função da contrapressão. . . . . . . . . . . 42
4.7 Fluxo de massa na PSV em função da contrapressão. . . . . . . . . . 42
4.8 Fluxo de massa na PSV em função do tı́tulo inicial e da contrapressão
- Norma API RP 520. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.9 Fluxo de massa na PSV em função do tı́tulo inicial e da contrapressão
- Norma ISO 4126-10. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.10 Diferenças relativas entre o fluxo de massa das normas ISO 4126-10
e API RP 520. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.11 Simulação do fluxo de massa em função da pressão. . . . . . . . . . . 48

xi
Lista de Tabelas

2.1 Funções básicas dos principais componentes internos de uma PSV


convencional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3.1 Fatores de correção do fluxo de massa - Norma API RP 520. . . . . . 24

4.1 Razão de pressão crı́tica dos métodos analisados. . . . . . . . . . . . . 41


4.2 Propriedades termodinâmicas e condições de processo. . . . . . . . . . 46
4.3 Simulações de redução de pressão no software Hysys. . . . . . . . . . 46
4.4 Coeficientes Kb , Kc , Kv e Kd - Norma API RP 520. . . . . . . . . . . 48
4.5 Áreas e diâmetros de orifı́cio requeridos para cada método analisado. 51

xii
Lista de Sı́mbolos

a - Expoente de atraso de vaporização (boiling delay exponent)


A - Área do escoamento
AB - Área do fole de balanceamento
AD - Área do disco da PSV
Adomo - Área do domo de uma PSV piloto-operada
As - Área da sede da PSV
As + D - Área da sede aumentada por conta da presença do defletor
Areq - Área requerida do orifı́cio de descarga da PSV
c - Velocidade do som
C - Coeficiente do escoamento
CL0 - Calor especı́fico da fase lı́quida do fluido na condição inicial
dS - Variação da entropia
Fp - Força de pressão exercida pelo fluido na área da sede da válvula
Fs - Força de compressão da mola
G - Fluxo de massa teórico em um bocal ideal
Greal - Fluxo de massa corrigido pelo coeficiente de descarga da PSV
hLG - Entalpia de vaporização do fluido
hLG0 - Entalpia de vaporização do fluido na condição inicial
Kb - Fator de correção da contrapressão - Norma API RP 520
Kc - Fator de instalação - Norma API RP 520
Kd - Coeficiente de descarga da PSV
KdG - Coeficiente de descarga certificado da PSV para escoamento de gás/vapor
KdL - Coeficiente de descarga certificado da PSV para escoamento de lı́quido
Kdr - Coeficiente de descarga corrigido da norma API RP 520
Kd2ph - Coeficiente de descarga para escoamento bifásico na PSV

xiii
Kv - Fator de correção da viscosidade - Norma API RP 520
k0 - Coeficiente isentrópico da fase gasosa da mistura bifásica na condição inicial
ṁ - vazão mássica do escoamento
M - número de Mach
N - Fator de atraso de vaporização (boiling delay coefficient)
nb - Razão de contrapressão absoluta ( PP0b )
nbgauge - Razão de contrapressão manométrica ( PPset
b
)
nc - Razão de pressão crı́tica do escoamento ( PP0c )
P - Pressão ao longo do bocal da PSV
Patm - Pressão atmosférica
Pb - Contrapressão total existente na linha de descarga de uma PSV
Pbsuper - Contrapressão superimposta na linha de descarga da PSV
Pbbuilt - Contrapressão desenvolvida na linha de descarga da PSV
Pc - Pressão crı́tica do escoamento
Ps - Pressão exercida pela compressão da mola em As
Pset - Pressão de ajuste da válvula
Pt - Pressão na seção crı́tica (garganta) da válvula
Pv - Pressão no vaso protegido pela válvula
P0 - Pressão de alı́vio da válvula
∆P - Sobrepressão na válvula
Qm - Vazão mássica de alı́vio requerida da válvula
δQ - Transferência de calor entre estados termodinâmicos
Re - Número de Reynolds do escoamento
S0 - Entropia de estagnação
T0 - Temperatura de operação
V - Velocidade no bocal da PSV
vG0 - Volume especı́fico do vapor na condição inicial
vL0 - Volume especı́fico do lı́quido na condição inicial
vLG - Diferença entre o volume especı́fico do vapor e do lı́quido
vLG0 - Diferença entre o volume especı́fico do vapor e do lı́quido na condição inicial
v0 - Volume especı́fico da mistura bifásica na condição inicial
v9 - Volume especı́fico da mistura bifásica na pressão de 90% de P0

xiv
wa - Trabalho em um processo real
ws - Trabalho em um processo isentrópico
x - Tı́tulo do escoamento
x0 - Tı́tulo inicial do escoamento
 - Fração volumétrica de vapor
ηs - Eficiência isentrópica
ρ - Massa especı́fica
ρG - Massa especı́fica do vapor na mistura
ρG0 - Massa especı́fica do vapor na condição inicial
ρG9 - Massa especı́fica do vapor na pressão de 90% de P0
ρL - Massa especı́fica do lı́quido na mistura
ρL0 - Massa especı́fica do lı́quido na condição inicial
ρL9 - Massa especı́fica do lı́quido na pressão de 90% de P0
ρmix - Massa especı́fica da mistura bifásica
ρmix0 - Massa especı́fica da mistura bifásica na condição inicial
ρt - Massa especı́fica da mistura na seção crı́tica (garganta) da válvula
ω - Fator de compressibilidade de escoamento

Abreviaturas
CDTP - Pressão Diferencial de Teste a frio
DS - Diener e Schmidt, autores do Método do não-Equilı́brio Homogêneo
HDI - Integração direta homogênea (Homogeneous Direct Integration)
HEM - Método do Equilı́brio Homogêneo (Homogeneous Equilibrium Method )
HNE - Método do não-Equilı́brio Homogêneo (Homogeneous non-Equilibrium)
PMTA - Pressão Máxima de Trabalho Admissı́vel
PSV - Válvula de segurança e alı́vio de pressão

xv
Capı́tulo 1

Introdução

1.1 Motivação
As válvulas de segurança e alı́vio de pressão (PSV) estão entre os equipamentos de
segurança mais importantes para a prevenção de acidentes em caldeiras, tubulações
e vasos de pressão. Em geral, elas são empregadas como último recurso de proteção,
em caso de falha dos dispositivos de controle elétricos, hidráulicos e pneumáticos,
de forma a evitar que a pressão nos equipamentos protegidos ultrapasse a Pressão
Máxima de Trabalho Admissı́vel (PMTA) [1].

O dimensionamento desses equipamentos é efetuado, em geral, em duas etapas.


Inicialmente, dadas as condições de processo e as propriedades do fluido, utiliza-se
um modelo baseado na conservação da quantidade de movimento para calcular
o fluxo de massa no bocal da válvula em condições de referência (escoamento
isentrópico e bocal ideal). A partir daı́, é introduzido um coeficiente de descarga
Kd para corrigir as diferenças entre a condição ideal e a real. No entanto, embora
os métodos de dimensionamento estejam bem estabelecidos para escoamentos
monofásicos (lı́quido ou gás), os métodos de cálculo existentes para escoamentos
bifásicos não são respaldados por procedimentos experimentais certificados. Isso
ocorre devido à complexidade do fenômeno térmico e fluidodinâmico, além da
ausência de resultados experimentais na literatura [11].

Apesar das dificuldades apontadas, o dimensionamento correto das válvulas de

1
segurança para os sistemas bifásicos é primordial para evitar acidentes nas plantas
industriais. O subdimensionamento das PSVs acarreta em uma vazão de descarga
menor que a requerida, causando sobrepressão e um possı́vel rompimento do vaso
de pressão protegido. Por outro lado, o sobredimensionamento pode resultar no
fenômeno de batimento, ou ”chattering”, que é o movimento de abertura e fecha-
mento anormal da válvula, danificando sua superfı́cie de vedação. Além disso, a
vazão de alı́vio maior que a esperada pode causar sobrecarga na tubulação de des-
carga [11].

1.2 Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo analisar e comparar os métodos de dimen-
sionamento de válvulas de segurança e alı́vio para escoamentos bifásicos a partir de
duas das principais normas vigentes atualmente: a norma API RP 520 [4] (Método
HEM-HDI e Método HEM-Ômega) e a norma ISO 4126-10 [12] (Método HNE-DS).

Para isso, são comparados os valores simulados pelos diferentes métodos para
o fluxo de massa e o coeficiente de descarga da válvula, considerando variações de
parâmetros iniciais do escoamento, como o tı́tulo de estagnação e a contrapressão.
O tı́tulo x0 do escoamento é variado de 0,001 até 1, e a razão de contrapressão
Pb
manométrica nbgauge = Pset
é variada de 0 a 0,5. As simulações foram efetuadas no
software Matlab R2017b, e a elaboração dos gráficos foi efetuda no Microsoft Excel.

1.3 Estrutura do trabalho


No capı́tulo 2, é feita uma revisão geral sobre as válvulas de segurança e alı́vio,
esclarecendo seu princı́pio de funcionamento, terminologia básica e aspectos cons-
trutivos. Além disso, são apresentados alguns aspectos importantes no escoamento
de fluidos em PSVs.

No capı́tulo 3, são apresentados os métodos de dimensionamento de PSVs para


escoamentos bifásicos, além da metodologia de cálculo proposta pelas respectivas

2
normas.

No capı́tulo 4, são avaliados os resultados das simulações efetuadas no Matlab.


São conduzidas análises a respeito da influência dos parâmetros do processo nas
divergências de resultado encontradas entre os métodos considerados. Além disso,
é apresentado um estudo de caso real de dimensionamento de válvula de segurança.

Por fim, no capı́tulo 5, são apresentadas as conclusões deste estudo, além das
sugestões para trabalhos futuros.

3
Capı́tulo 2

Válvulas de segurança e alı́vio

No presente capı́tulo será apresentada uma revisão geral sobre as válvulas de segu-
rança e alı́vio, dividida em quatro seções. Na seção 2.1 é apresentado o princı́pio
básico de funcionamento de uma PSV, com menção a alguns conceitos importan-
tes. Na seção 2.2, os conceitos previamente abordados e a terminologia básica são
contemplados, e sua importância para os equipamentos protegidos é discutida. Na
seção 2.3 são apresentados os componentes internos de uma PSV, além das formas
de construção desse tipo de válvula (convencional, balanceada e piloto-operada). Na
seção 2.4 são abordados conceitos relevantes sobre o escoamento de fluidos em uma
válvula de segurança, que serão importantes bases teóricas para o entendimento do
dimensionamento desses equipamentos para escoamentos bifásicos.

2.1 Princı́pio de Funcionamento


As válvulas de segurança e alı́vio de pressão são dispositivos atuados por mola que
operam automaticamente, de forma a evitar que o sistema que se deseja proteger
seja submetido a pressões maiores que a Pressão Máxima de Trabalho Admissı́vel -
PMTA (Maximum Allowable Working Pressure - MAWP). A figura 2.1 representa
uma PSV convencional em corte, com seus principais componentes internos.

O mecanismo de funcionamento é baseado no equilı́brio entre a força de pressão


do fluido atuando no disco e a força de compressão de uma mola helicoidal, calibrada
por um parafuso de ajuste. Enquanto a força de compressão da mola (Fs ) for maior

4
Figura 2.1: Válvula de segurança e alı́vio de pressão. Fonte: [1]

que a força (FP ) criada pela pressão do fluido (Pv ) sobre a área da sede (As ), o
disco permanecerá pressionado contra o bocal, mantendo a válvula fechada. Essa
condição está ilustrada na figura 2.2 [2].

Figura 2.2: Equilı́brio de forças na área da sede, com a válvula fechada. Fonte:
Adaptação de [2]

No momento em que a pressão de ajuste (Pset ) é atingida, há o equilı́brio de


forças entre Fs e FP , e com isso inicia-se a abertura da válvula. Os fabricantes
definem o momento de abertura de uma PSV de diferentes formas, baseadas na
compressibilidade do fluido. Para fluidos compressı́veis, considera-se:

• Popping (abertura instantânea da válvula);

• Primeira descarga audı́vel.

Por outro lado, para fluidos incompressı́veis considera-se:

5
• Primeiras gotas;

• Primeiro fluxo contı́nuo.

A figura 2.3 ilustra o momento de abertura da PSV [2]:

Figura 2.3: Válvula no momento de abertura. Fonte: Adaptação de [2]

O processo de abertura continua com o aumento da pressão na área da sede, até


que se atinja uma abertura notável. Nesse momento, a pressão do fluido passa a
atuar em uma área do disco aumentada por conta da presença do defletor (As + D),
como mostra a figura 2.4, aumentando a força FP , o que determina a súbita abertura
da válvula (popping) [2].

Figura 2.4: Ilustração da força de pressão atuando na área do disco aumentada.


Fonte: Adaptação de [3]

Como a válvula alivia sua capacidade máxima apenas quando ela atinge o curso
total (full lift), inicialmente ocorre um aumento de pressão acima de Pset chamado
de sobrepressão (overpressure), pois nesse perı́odo a vazão de alı́vio da PSV é
menor que a vazão requerida pelo processo. Os valores de sobrepressão são, em
geral, definidos como percentuais da pressão de ajuste, e diferem entre as normas e
aplicações, podendo variar entre 3 e 21%. A norma ASME VIII, que é aplicável para

6
vasos de pressão e tubulações, define um valor de sobrepressão permissı́vel de 10% [2].

Após o alı́vio da sobrepressão do sistema, a pressão no equipamento protegido


pela válvula começa a cair. No entanto, ao contrário do que se pode pensar,
o fechamento da válvula não ocorre na pressão de ajuste, pois nessa condição
a pressão atua na área do disco aumentada (As + D), determinando FP > Fs ,
e mantendo a válvula aberta. A continuidade da redução da pressão faz com
que a força Fs seja novamente maior que FP , determinando o fechamento da
válvula. Por fim, na chamada pressão de reassentamento (reseating pressure) o
disco encosta novamente no bocal, vedando o equipamento. Essa diferença entre
a pressão de ajuste e a pressão de reassentamento é chamada de diferencial de
alı́vio (blowdown), conceito que será melhor abordado na seção 2.2. Os valores
recomendados de diferencial de alı́vio variam não somente entre as normas e códigos,
como também em função da compressibilidade do fluido de trabalho. De uma forma
geral, o diferencial de alı́vio é definido na faixa entre 4 e 20% da pressão de ajuste [2].

Na figura 2.5 está ilustrado todo o ciclo de funcionamento genérico de uma PSV,
desde a pressão de ajuste até o reassentamento, em função do percentual de abertura
do disco:

Figura 2.5: Relação entre a pressão de operação e a pressão de abertura do disco de


uma PSV. Fonte: [1]

A compreensão do significado da pressão de reassentamento é importante para


se delimitar o limite superior da pressão de operação do equipamento. Em geral,

7
as normas e os próprios fabricantes recomendam uma diferença de 3 a 5% entre a
pressão de reassentamento e a pressão de operação, de modo que seja novamente
atingida uma boa estanqueidade da sede após o fechamento da válvula.

2.2 Terminologia básica


Para a seleção de uma válvula de segurança e alı́vio, diversas caracterı́sticas ope-
racionais e de projeto dos equipamentos a serem protegidos, bem como da própria
válvula, são relevantes. Entre elas destacam-se as listadas abaixo, que são determi-
nantes para a definição e operação de uma PSV, e cujas definições foram retiradas
da norma API RP 520 [4].

• Pressão de ajuste - Pset (Set Pressure): É a pressão manométrica para


a qual a válvula é ajustada para abrir dentro das condições de processo.

• Pressão Máxima de Trabalho Admissı́vel - PMTA (Maximum Al-


lowable Working Pressure - MAWP): Máxima pressão manométrica em
que um vaso de pressão pode trabalhar considerando a temperatura designada.
Ela é calculada com base na resistência e espessura dos materiais utilizados
no projeto, sendo base para o ajuste dos equipamentos de alı́vio de pressão do
vaso protegido.

• Pressão de Projeto (Design Pressure): Pressão utilizada para determi-


nar a mı́nima espessura permissı́vel ou as caracterı́sticas fı́sicas de um vaso, de
acordo com as normas e códigos do projeto. Ela é calculada para permitir uma
margem de segurança adequada, acima da condição mais severa de operação
esperada. Seu valor é igual ou menor que o da PMTA, podendo ser utilizada
em todos os casos em que a última não estiver definida.

• Acumulação (Accumulation): Aumento de pressão além da PMTA do


equipamento protegido (vaso de pressão, caldeira, tubulação), expressa em
unidades de pressão ou em percentual da PMTA ou da pressão de projeto.
As acumulações máximas permitidas são definidas pelos códigos e normas
aplicáveis para operações de emergência e contingenciamento de fogo.

8
• Sobrepressão - ∆P (Overpressure): Aumento de pressão além da pressão
de ajuste durante a abertura da válvula, até que a mesma atinja sua abertura
total. Ela é expressa como percentual da pressão de ajuste. Pode ter valor
igual à acumulação apenas quando o equipamento de alı́vio é ajustado para a
PMTA do vaso protegido.

• Pressão de Alı́vio - P0 (Relieving pressure): A pressão de alı́vio é ge-


ralmente fornecida em valores absolutos, e é obtida somando-se a pressão de
ajuste com a sobrepressão do processo, além da pressão atmosférica.

• Pressão de fechamento (Reseating pressure): Valor da pressão ma-


nométrica na qual o disco estabelece contato novamente com a sede da válvula.
Ela pode ser determinada visualmente ou audivelmente.

• Diferencial de alı́vio (Blowdown): Diferença entre a pressão de ajuste e a


pressão de fechamento da válvula. Pode ser expresso em unidades de pressão
ou em percentual da pressão de ajuste.

• Coeficiente de descarga - Kd (Coefficient of Discharge): Relação entre


a vazão mássica de descarga mensurada em uma válvula de segurança e a vazão
teórica calculada para um bocal ideal.

• Batimento (Chatter ): Movimento anormal de abertura e fechamento em


alta frequência da válvula. Nesse caso há o contato entre o disco e a sede,
danificando as superfı́cies de vedação da válvula, o que pode acarretar em
redução da estanqueidade.

• Trepidação (Flutter ): Movimento alternativo anormal e rápido das partes


móveis da válvula, não havendo o contato entre o disco e a sede. Pode ocorrer
danificação da guia da válvula.

• Chiado (Simmer ): É o escape audı́vel ou visı́vel de fluidos compressı́veis


entre a sede e o disco de uma PSV.

• Pressão Diferencial de Teste a frio - CDTP (Cold Differential Test


Pressure): Pressão manométrica de calibração da válvula na bancada de

9
teste, incluindo correções para as condições de processo de contrapressão e
temperatura.

• Contrapressão - Pb (Backpressure): Pressão existente na linha de des-


carga da PSV. Ela é a soma da contrapressão desenvolvida e da contrapressão
superimposta.

• Contrapressão desenvolvida - Pbbuilt (Built-up Backpressure): Resul-


tado da perda de carga na tubulação de descarga, resultante do escoamento
do fluido após abertura da PSV. De acordo com a norma API RP 520 [4], uma
válvula convencional com sobrepressão permissı́vel de 10% não deve operar
com contrapressão desenvolvida superior a 10%, de modo a evitar instabilida-
des na operação, como os fenômenos de batimento e trepidação, mencionados
anteriormente. Quando a contrapressão desenvolvida excede esse valor, deve-
se usar uma válvula com construção balanceada, conforme mostrado na seção
2.3.

• Contrapressão superimposta - Pbsuper (Superimposed Backpressure):


Pressão estática existente na linha de descarga da PSV no momento em que
ela precisa operar. Pode ser constante se a válvula estiver conectada a um vaso
de processo que opera a uma pressão constante ou variável, caso as condições
de processo do sistema de descarga variem com o tempo. Na seção 2.3 serão
abordadas as influências da contrapressão superimposta, constante ou variável,
no equilı́brio de forças de uma PSV.

2.3 Aspectos construtivos


No que diz respeito aos aspectos construtivos de uma válvula de segurança e alı́vio,
faz-se necessário o detalhamento dos principais componentes internos e suas funções
básicas, além da apresentação dos três principais tipos construtivos de PSV: cons-
trução convencional, balanceada por fole e piloto-operada.

10
2.3.1 Válvula convencional

Uma válvula de segurança e alı́vio é dita convencional quando ela é diretamente


afetada pelos efeitos de contrapressão [4]. São normalmente utilizadas em sistemas
que possuem descarga para a atmosfera. Conforme descrito na seção 2.1 do presente
capı́tulo, seu funcionamento é baseado no equilı́brio entre a força de compressão da
mola helicoidal e a força de pressão do fluido atuando na área da sede. A figura 2.6
ilustra os principais componentes de uma PSV convencional, e a tabela 2.1 mostra
as funções básicas desses componentes.

Figura 2.6: Principais componentes internos de uma PSV convencional. Fonte:


Adaptação de [2]

Nos casos de aplicação em que existe contrapressão na linha de descarga da


PSV, ocorre um desequilı́brio entre as forças presentes no sistema. Como mostra
a figura 2.7, a contrapressão superimposta Pb atua sobre a área superior do disco
(AD ), no sentido de fechamento da válvula, e sobre a área inferior do disco (AD -
As ), no sentido de abertura. Por conta disso, a força resultante é calculada como
Fb = Pb As , e se soma à força da mola (Fs ), mantendo a PSV fechada.

Se a contrapressão superimposta for constante, realiza-se apenas a correção da


calibração da mola em bancada, conforme abordado na seção 2.2 com o conceito de
pressão diferencial de teste a frio (CDTP). Para exemplificar como seria feita tal
correção, pode-se imaginar uma válvula cuja pressão de ajuste seja 10 bar-g. Se a
contrapressão superimposta na linha de descarga tiver valor constante de 2 bar-g, a

11
Tabela 2.1: Funções básicas dos principais componentes internos de uma PSV con-
vencional

Componente Função básica


Corpo Componente de retenção de pressão que
dá suporte à montagem da válvula
Bocal É o principal canal de entrada do fluido na válvula,
e componente de retenção de pressão
Disco Componente móvel de uma válvula de segurança que
recebe a pressão que entra pelo bocal
Haste Componente que se movimenta axialmente, em conjunto
com o disco. Pode fornecer assistência no alinhamento,
guiar o movimento do disco ou transferir forças para a sede
Mola O elemento da PSV que aplica a força sobre o disco
para mantê-lo fechado contra o bocal
Parafuso de regulagem Parafuso utilizado para regular
a pressão de ajuste da PSV.
Castelo Componente da válvula de segurança que tem a função
de proteger a mola. Pode ser aberto ou fechado

Figura 2.7: Influência da contrapressão superimposta no equilı́brio de forças de uma


PSV convencional. Fonte: Adaptação de [4]

Fs
pressão na mola (Ps = As
) será calibrada para 8 bar-g, de modo que haja equilı́brio
de forças (Pv As = Fs + Pb As ). Por outro lado, se a contrapressão for variável, a
pressão de abertura da PSV irá variar conforme as condições do sistema, o que não é

12
desejado durante a operação. Para corrigir esse problema, utiliza-se uma PSV com
construção balanceada, conforme abordado na seção 2.3.2.

2.3.2 Válvula balanceada

A válvula de segurança e alı́vio do tipo balanceada é um dispositivo atuado por


mola que incorpora a presença de um fole de balanceamento, que tem a função de
minimizar os efeitos da contrapressão [4]. Conforme já mencionado no presente
trabalho, em geral essa construção é utilizada quando a contrapressão desenvolvida
excede 10% da pressão de ajuste ou a contrapressão superimposta é variável.

A figura 2.8, mostrada abaixo, demonstra como o equilı́brio de forças é reestabe-


lecido numa válvula balanceada com contrapressão na linha de descarga. A inserção
do fole de balanceamento introduz uma área de contato denominada AB (AB ≥ As ),
e com isso a força resultante Fb , abordada na seção 2.3.1, é neutralizada.

Figura 2.8: Fole de balanceamento minimizando os efeitos da contrapressão. Fonte:


Adaptação de [2]

Uma outra função importante das válvulas balanceadas é manter as partes


internas superiores (guia, haste, mola e castelo) isoladas, protegendo suas superfı́cies
contra fluidos corrosivos ou abrasivos [3].

Contudo, existe um limite fı́sico para a utilização dos foles de balanceamento.

13
Segundo a norma API RP 520 [4], em processos nos quais a contrapressão total
excede 50% da pressão de ajuste da PSV, deve-se optar pela válvula piloto-operada,
abordada a seguir na seção 2.3.3.

2.3.3 Válvula piloto-operada

A válvula piloto-operada consiste de uma válvula principal, que em geral contém um


pistão desbalanceado, e um piloto externo cuja mola é calibrada para a pressão de
ajuste. Ele é responsável por comandar o funcionamento da válvula, como mostra a
figura 2.9. O princı́pio de funcionamento consiste no seguinte: o pistão é projetado
para que a área superior, denominada área do domo (Adomo ), seja maior que área
inferior, denominada área da sede (As ). Com a aquisição da pressão de operação
que é realizada, as áreas supracitadas são expostas à mesma pressão, porém como
Adomo > As , a força resultante mantém o pistão pressionado contra o bocal da
válvula principal. Com o aumento da pressão de operação, a força resultante no
sentido de fechamento da válvula principal aumenta, o que tende a aumentar a
estanqueidade da PSV.

Figura 2.9: Válvula piloto-operada. Fonte: Adaptação de [4]

Na pressão de ajuste, a força de pressão do fluido de trabalho supera a força da


mola da válvula piloto, fazendo com que ela abra, descarregando a pressão do domo

14
através do exaustor. Com a redução da pressão do domo, a força de pressão na área
da sede passa a ser maior que a força na área do domo (Fs > Fdomo ), empurrando o
pistão para cima e fazendo com que a válvula abra. Posteriormente, com a queda
de pressão do sistema até a pressão de fechamento, a válvula piloto volta a fechar,
igualando novamente a pressão no domo à pressão na sede. Dessa forma, a força
resultante volta a empurrar o pistão para baixo, vedando a PSV.

2.4 Escoamento de fluidos em válvulas de segu-


rança

2.4.1 Capacidade de alı́vio das válvulas

A capacidade de alı́vio de vazão de uma PSV é definida basicamente pela área do


orifı́cio de seu bocal, que é por onde o fluido de trabalho escoa no momento da
abertura da válvula, e pelo seu coeficiente de descarga (Kd ). A norma API 526 [13]
define padrões construtivos para as válvulas flangeadas utilizadas na indústria do
petróleo, padronizando seus orifı́cios. A figura 2.10 mostra os orifı́cios definidos pela
norma e as dimensões das válvulas da LESER API Series 526.

Figura 2.10: Orifı́cios padronizados D-T, segundo a norma API 526. Fonte: [5]

O coeficiente de descarga, conforme definido na seção 2.2, representa a relação


entre a vazão mássica de alı́vio de uma válvula de segurança e a de um bocal ideal,
com escoamento isentrópico, como será discutido na seção 2.4.2. Como já existem
procedimentos certificados para a medição da capacidade de alı́vio das PSVs
trabalhando com lı́quido, vapor e gás, cada fabricante tem seus valores definidos

15
de coeficiente de descarga para cada modelo de válvula. A figura 2.11 mostra os
valores sugeridos pela API 520 para dimensionamento preliminar e os coeficientes
certificados das válvulas da LESER Series API 526.

Figura 2.11: Coeficiente de descarga para LESER API Series 526. Fonte: [2]

Além disso, a vazão de alı́vio é diretamente proporcional à pressão de ajuste,


como mostra a figura 2.12, que traz os valores certificados de vazão de alı́vio para
vapor d’água das válvulas do modelo API 526 da LESER, para três orifı́cios dife-
rentes [5].

Figura 2.12: Vazão de alı́vio de válvulas do modelo API 526 da LESER.

2.4.2 Expansão isentrópica

Na termodinâmica clássica, a entropia é uma propriedade de um determinado sis-


tema, ou seja, é função apenas do estado final e do inicial, independentemente do
caminho [14]. É uma propriedade extensiva, ou seja, depende da massa do sistema,
e é definida em função de um processo reversı́vel, como mostra a equação (2.1),
 
δQ
dS = (2.1)
T rev

16
onde dS é a variação da entropia, δQ é a transferência de calor reversı́vel entre
os estados e T é a temperatura absoluta. Dessa forma, um processo pode ser
dito isentrópico quando ele é adiabático, ou seja, não há transferência de calor na
fronteira do sistema, e reversı́vel.

Diversos equipamentos de fluxo, como bombas, compressores, turbinas, bocais


e difusores podem ser considerados adiabáticos, e a redução de irreversibilidades
como atrito e choques otimiza suas performances. Por isso, a análise de processos
isentrópicos é de suma importância na engenharia para a definição de casos limi-
tes, uma vez que fornece um modelo para os equipamentos ideais, permitindo a
comparação com qualquer operação normal. Em geral, isso é efetuado a partir do
conceito de eficiência isentrópica, que compara um equipamento com operação usual
com outro que opera com processos isentrópicos, ou seja, o equipamento ideal [1].
Para uma turbina, equipamento cujo objetivo é maximizar o trabalho realizado, a
eficiência isentrópica é definida como a razão entre o trabalho real wa e o trabalho
em um processo adiabático e reversı́vel ws , considerando o mesmo estado de entrada
e a pressão de saı́da [14].
wa
ηs = (2.2)
ws
Na figura 2.13 é possı́vel visualizar no diagrama h x s - também denominado
Diagrama de Mollier - um processo de expansão real comparado a um processo
isentrópico. O estado 2s é atingido quando se realiza um processo isentrópico, e o
estado 2 é o estado final após uma expansão real.

No caso dos bocais das válvulas de segurança e alı́vio, a análise de expansão


isentrópica também se mostra importante. O dimensionamento desses equipamen-
tos considera que há um escoamento isentrópico em bocal convergente, adotando
modelos matemáticos para calcular o fluxo de massa nessa condição limite. Posteri-
ormente, utiliza-se o coeficiente de descarga certificado pelo fabricante em questão
para definir o fluxo de massa na PSV.

17
Figura 2.13: Comparação da expansão real e de uma isentrópica em uma turbina
em diagrama h x s. Fonte: Adaptação de [6].

2.4.3 Vaporização ao longo de um bocal convergente

No escoamento em regime permanente ao longo de um bocal convergente, considera-


se que a vazão mássica ṁ é constante. Pela equação da continuidade, apresentada
na equação (2.3),
ṁ = ρV A, (2.3)

e portanto com a redução da área de seção tranversal, a velocidade do fluido au-


menta. O aumento da velocidade acarreta em redução da pressão, como mostra a
figura 2.14 abaixo.

Figura 2.14: Redução de pressão em bocal convergente. Fonte: [7]

No caso das PSVs, o fluido atravessa uma área de seção mı́nima (Vena Contracta)
ao passar pelo orifı́cio da válvula, o que acarreta em uma brusca redução de pressão.
A figura 2.15 mostra a representação da Vena Contracta [1]. Essa redução de pressão
ao longo do escoamento pode acarretar na vaporização do fluido, caso se atinja um
valor inferior ao da pressão de vapor. Em casos nos quais o estado inicial é de
lı́quido subresfriado, a vaporização pode ocorrer somente na passagem do fluido
pelo orifı́cio (high subcooling) ou ao longo do bocal (low subcooling). Em casos de

18
Figura 2.15: Representação da Vena Contracta Fonte: [1].

escoamento bifásico na entrada do bocal, esse processo acarreta em aumento do


tı́tulo do escoamento, ou seja, da fração mássica de vapor. Os perfis de escoamento
bifásico abordados estão retratados na imagem 2.16, na qual P0 é pressão na entrada
no bocal (pressão de alı́vio), T0 é a temperatura de operação, Ps (T0 ) é pressão de
saturação do fluido em T0 , Pb é a contrapressão e Pc é a pressão crı́tica do escoamento.
[8].

Figura 2.16: Representação dos perfis de escoamento bifásico ao longo do bocal da


PSV. Fonte: Adaptação de [8]

2.4.4 Escoamento Crı́tico e Subcrı́tico

No dimensionamento de uma PSV para escoamento bifásico é necessário distinguir o


escoamento crı́tico do subcrı́tico. Conforme evidenciado na seção 2.4.3, ao expandir
no bocal convergente a velocidade do fluido de trabalho aumenta. O limite desse
aumento é dado pela velocidade do som, cuja equação está demonstrada abaixo,
s 
∂P
c= (2.4)
∂ρ s

19
 
∂P
onde c é a velocidade do som e ∂ρ
é a variação da pressão P em relação à massa
s
especı́fica ρ ao longo de um escoamento isentrópico. Com isso, o número de Mach
M pode ser calculado como a relação entre velocidade do fluido V no interior do
bocal e a velocidade do som, conforme a equação (2.5). Para valores de M menores
que 1, o escoamento é subsônico. Quando Mach atinge o valor unitário, tem-se o
valor da pressão crı́tica do escoamento Pc [14].

V
M= (2.5)
c

O valor da contrapressão Pb em relação à pressão de estagnação (pressão na


qual a velocidade do escoamento é zero), definida no caso como a pressão de alı́vio
(P0 ) da válvula, é extremamente relevante para determinar se o escoamento será
crı́tico ou subcrı́tico na PSV. A figura 2.17 apresenta a influência da variação da
contrapressão no escoamento ao longo do bocal. Inicialmente (condição a) a pressão
à jusante Pb possui o mesmo valor de P0 , e portanto não há escoamento. Conforme
ocorre a redução da contrapressão (casos b e c), ocorre o aumento da vazão mássica
no bocal, e consequentemente o aumento do número de Mach M , porém ainda com
escoamento subsônico. No momento em que o valor da contrapressão se iguala à
pressão crı́tica Pc (condição d), Mach possui valor unitário. Como a velocidade na
saı́da não pode ultrapassar a velocidade do som, reduções da pressão à jusante além
da pressão crı́tica (caso e) não alteram as condições do escoamento. Nesse caso,
diz-se que o bocal está estrangulado, e a vazão mássica no bocal apresenta seu valor
máximo, como pode ser visto abaixo [6, 1]. Portanto, quando a contrapressão Pb

Figura 2.17: Efeito da contrapressão no fluxo ao longo do bocal da PSV. Fonte: [1]

for menor que a pressão crı́tica Pc , considera-se que o escoamento é crı́tico na PSV,
caso contrário o escoamento é subcrı́tico.

20
Capı́tulo 3

Dimensionamento de PSV para


escoamentos bifásicos

O presente capı́tulo tem como objetivo apresentar os métodos propostos atual-


mente para o dimensionamento de PSVs atuando com escoamentos bifásicos. Os
métodos apresentados se baseiam, principalmente, nos conceitos apresentados no
último capı́tulo, na seção 2.4. Nas seções 3.1 e 3.2 são apresentados o Método da
Integração Direta (HEM-HDI) e o Método Ômega [15], ambos baseados no Método
do Equilı́brio Homogêneo [16]. Além da base teórica dos métodos, é apresentado o
procedimento de cálculo proposto pela norma API RP 520 [4]. Por fim, na seção 3.3
é apresentado o Método do não-Equilı́brio Homogêneo, proposto por Diener e Sch-
midt [10], além do procedimento de cálculo recomendado pela norma ISO 4126-10
[12].

3.1 Método da Integração Direta - API RP 520

3.1.1 Apresentação do método

Um dos métodos mais utilizados atualmente é o Método do Equilı́brio Homogêneo


(Homogeneous Equilibrium Model - HEM ). Esse método é baseado na hipótese de
escoamento homogêneo, ou seja, considera-se que as duas fases estão altamente mis-
turadas e viajam a uma mesma velocidade, portanto há equilı́brio mecânico entre
elas. Como consequência, a mistura pode ser considerada como um componente
único cujas propriedades são médias ponderadas das propriedades do lı́quido e do

21
vapor. Além disso, é também assumida a hipótese de equilı́brio térmico. No caso
dos sistemas evaporativos, isso significa que há equilı́brio lı́quido-vapor e que há
evaporação contı́nua do lı́quido por conta da queda de pressão ao longo do bocal da
válvula. Isso implica na variação do tı́tulo x, além de outras propriedades do esco-
amento. Para o bocal das PSVs é considerado escoamento adiabático e sem atrito
(escoamento isentrópico), e ao integrar a equação de conservação da quantidade de
movimento para a hipótese de escoamento quasi-unidimensional obtém-se a equação
(3.1),
 Z 1/2
dP
G = ρmix −2 (3.1)
ρmix
na qual G é o fluxo de massa, ρmix é a massa especı́fica da mistura bifásica e
a integração é feita da pressão de estagnação P0 até a pressão na seção crı́tica
(garganta) da válvula Pt [11]. Como pode ser visto na equação acima, avaliar o
fluxo de massa com esse método requer o conhecimento da massa especı́fica da
mistura bifásica como função da pressão ao longo do bocal.

3.1.2 Dimensionamento segundo a norma API RP 520

Com o conhecimento da massa especı́fica do fluido para diversas pressões desde a


entrada até a seção crı́tica do bocal, a integração numérica da equação (3.1) pode ser
feita para determinar o fluxo de massa máximo. Utilizando as propriedades termo-
dinâmicas conhecidas (pressão, massa especı́fica) e o tı́tulo inicial da mistura (x0 ), é
possı́vel determinar a entropia de estagnação S0 . A partir daı́, são efetuadas sucessi-
vas reduções de pressão (considerando um passo arbitrariamente definido) mantendo
a entropia constante. Apesar do processo ser geralmente assumido como isentrópico,
um processo isentálpico (entalpia constante) pode ser aceitável para determinadas
condições, como misturas com tı́tulo baixo e longe do ponto crı́tico termodinâmico.
A cada passo, são calculados os valores de pressão, massa especı́fica, tı́tulo da mis-
tura e fluxo de massa. O processo é interrompido quando o fluxo de massa atinge
seu valor máximo (representando escoamento crı́tico) ou a contrapressão é alcançada
(representando escoamento subcrı́tico), o que ocorrer primeiro. É nesse ponto em
que a pressão na garganta da válvula Pt é determinada, conforme as equações (3.2)
e (3.3):

22
• Se o fluxo é crı́tico:
Pt = P (G = Gmax ) (3.2)

• Se o fluxo é subcrı́tico:
P t = Pb (3.3)

Para uma determinada pressão na garganta Pt , o balanço de energia pode ser


escrito como na equação (3.4) [4].
 Z Pt 
2 dP
G = (ρ2t ) −2 (3.4)
P0 ρmix

A integração numérica pode ser feita para qualquer fluido através da soma direta
em pequenos intervalos, conforme a equação (3.5), apresentada na norma API RP
520 [4].
Pt t  
Pi+1 − Pi
Z
dP X
≈ 2 (3.5)
P0 ρmix i=0
ρi+1 + ρi
A massa especı́fica ρmix para um mistura em equilı́brio térmico e mecânico pode
ser calculada com base na massa especı́fica de cada fase e na fração volumétrica de
vapor ():
ρmix = (ρG ) + (1 − )ρL (3.6)

Uma vez que o fluxo de massa é calculado, pode ser determinada a área do orifı́cio
requerido para a válvula conforme consta na norma API RP 520 [4],

277.8Qm
Areq = (3.7)
Kd Kc Kv Kv G
kg
na qual Qm é a vazão de alı́vio requerida do processo, dada em h
, G é o fluxo de
kg
massa no bocal da válvula, dado em m2 s
e Areq é a área de orifı́cio requerida, dada
em mm2 . Os coeficientes Kb , Kc , Kd e Kv são fatores de correção do fluxo de massa
G, e seus valores estão apresentados na tabela 3.1. O coeficiente Kc é determinado
pela instalação da PSV, se ela é combinada com a instalação de um disco de ruptura
ou não. Já os coeficientes Kb e Kv são dependentes, respectivamente, da razão de
contrapressão manométrica do processo (Kb = f (nbgauge )) e do número de Reynolds
do escoamento (Kv = f (Re)). Seus valores estão apresentados nas figuras 3.1 e 3.2,
respectivamente.

23
Tabela 3.1: Fatores de correção do fluxo de massa - Norma API RP 520.

Variável Descrição Unidade Observações


Kd Coeficiente Adimensional Para dimensionamento
de descarga preliminar, utilizar 0,85
Kb Fator de correção Adimensional Verificar figura 3.1
da contrapressão
Kc Fator de instalação Adimensional Kc = 1, se não há disco de ruptura
Kc = 0, 9, se há disco de ruptura
Kv Fator de correção Adimensional Verificar figura 3.2
de viscosidade

Figura 3.1: Fator de correção da contrapressão Kb

Figura 3.2: Fator de correção de viscosidade Kv

24
3.2 Método HEM-Ômega - API RP 520

3.2.1 Apresentação do método

Por conta das dificuldades impostas pelo método HEM-HDI, foi desenvolvido um
método para calcular a massa especı́fica da mistura bifásica como função da pressão,
e assim resolver analiticamente a equação (3.1). Esse método é chamado de Método
Ômega, e se deve basicamente ao trabalho de Leung [17, 9, 15]. Diferentemente de
outros trabalhos, possui uma base teórica e algumas vantagens importantes [11]:

• pode ser aplicado para sistemas evaporativos ou não-evaporativos;

• pode ser aplicado para escoamento bloqueado ou não;

• pode ser aplicado para misturas bifásicas ou até lı́quidos subresfriados na en-
trada;

• o parâmetro de compressibilidade ω depende apenas das condições de entrada.

O método Ômega foi desenvolvido a partir de algumas hipóteses simplificadoras,


sendo elas:

• sistema monocomponente;

• comportamento de gás ideal;

• o fluido está longe de seu ponto crı́tico (Tr ≤ 0, 9, Pr ≤ 0, 5);

• a entalpia de vaporização e o calor especı́fico do fluido são constantes ao longo


do bocal;

• expansão isentálpica (entalpia constante);

• o comportamento da pressão de vapor do fluido com a temperatura segue a


relação de Clapeyron, conforme a equação (3.8),

dP hLG
= (3.8)
dT vLG T

na qual hLG é a entalpia de vaporização e vLG é a diferença entre o volume especı́fico


do vapor e do lı́quido.

25
Com a introdução dessas hipóteses é possı́vel chegar a uma relação entre a massa
especı́fica e a pressão ao longo do bocal, a partir da equação (3.9).
 
ρmix0 P0
=ω −1 +1 (3.9)
ρmix P

O parâmetro ω define a compressibilidade do escoamento, e é uma função das propri-


edades termodinâmicas nas condições de entrada. Ele pode ser descrito pela equação
abaixo,  2
x0 vLG0 CL0 T0 P0 vLG0
ω= + (3.10)
v0 v0 hLG0
na qual x0 é o tı́tulo inicial do escoamento, CL0 é o calor especı́fico da fase lı́quida
e v0 é o volume especı́fico da mistura bifásica. Nas equações (3.9) e (3.10), o ı́ndice
0 se refere às condições iniciais. O primeiro termo da equação representa a com-
pressibilidade devido ao vapor existente, enquanto o segundo leva em consideração
a compressibilidade por conta da mudança de estado fı́sico resultante da queda de
pressão ao longo do bocal. A massa especı́fica da mistura é calculada através da
equação (3.6).

Contudo, o trabalho de Leung e Nazario [9] mostrou que o cálculo de ω através


das propriedades termodinâmicas pode resultar em desvios significativos no fluxo de
massa em relação aos resultados da equação (3.1). A figura 3.3 mostra a paridade
entre os valores de fluxo de massa calculados pela equação (3.1) (Theoretical mass
flux ) e o fluxo de massa calculado analiticamente através da correlação (3.10) (Mass
flux form correlation).

Esses desvios resultam do fato que as hipóteses simplificadoras mostradas nessa


seção não caracterizam o comportamento do fluido durante a vaporização. Por isso,
Leung e Nazario [9] propuseram um procedimento alternativo no qual o parâmetro
ω é calculado a partir do volume especı́fico e da pressão da mistura bifásica em dois
estados diferentes. A equação pode ser descrita abaixo,
 
v9
ω=9 −1 (3.11)
v0

na qual v9 é o volume especı́fico avaliado a uma pressão de 90% da pressão de


estagnação P0 . Introduzindo a equação (3.9) na equação (3.1) resulta no fluxo de

26
Figura 3.3: Gráfico de paridade: fluxo de massa através da equação (3.1) e decorrente
da correlação (3.10). Fonte: Adaptação de [9]

massa calculado como

G [−2(ω ln( PP0 ) + (ω − 1)(1 − P


P0
))]1/2
= . (3.12)
(P0 v0 )1/2 ω( PP0 − 1) + 1

A figura 3.4 apresenta os resultados da substituição da equação (3.10) pela equação


(3.11) para o cálculo do parâmetro ω, utilizado para determinar o fluxo de massa

Figura 3.4: Gráfico de paridade: fluxo de massa com o parâmetro ω baseado na


equação (3.11) comparado ao fluxo de massa teórico da equação (3.1). Fonte:
Adaptação de [9]

27
G. Como pode ser visto no gráfico de paridade, os desvios observados na figura 3.3
são praticamente eliminados.

3.2.2 Dimensionamento segundo a API RP 520

A metodologia de cálculo proposta pela norma API RP 520 segue um procedimento


definido, cujos tópicos estão listados a seguir:

• Cálculo do parâmetro de compressibilidade ω


Inicialmente, o parâmetro ω é calculado através da equação (3.13):
 
v9
ω=9 −1 (3.13)
v0

• Determinação da razão de pressão crı́tica nc


A partir da expressão analı́tica do fluxo de massa equação (3.12), deriva-se G
P
em função de P0
e a iguala a zero, para encontrar o valor máximo do fluxo
de massa. Nessa condição, a pressão P = Pc , e a razão de pressão crı́tica é
Pc
definida como nc = P0
, cuja expressão está apresentada na equação (3.14).

n2c + (ω 2 − 2ω)(1 − nc )2 + 2ω 2 ln(nc ) + 2ω 2 (1 − nc ) = 0 (3.14)

O gráfico de nc em função do parâmetro de compressibilidade ω está ilustrado

Figura 3.5: Correlação da razão de pressão crı́tica em função de ω. Fonte: [4]

na figura 3.5. De acordo com a norma, caso ω seja menor que 1, o escoamento
é dito não-evaporativo (Non-flashing flow ), e caso ω seja maior que 1, o esco-
amento é dito evaporativo (Flashing flow ). Para simplificar o cálculo de nc ,

28
também pode ser utilizada a seguinte aproximação:

nc = [1 + (1, 0446 − 0, 0093431ω 0.5 )ω −0,56261 ]−0,70356+0,014685ln(ω) (3.15)

• Determinação da condição do escoamento


Com a pressão crı́tica do escoamento (Pc = nc P0 ), é possı́vel determinar se o
fluxo é crı́tico ou subcrı́tico, conforme abaixo:

Pc ≥ Pb : fluxo crı́tico (3.16)

Pc < Pb : fluxo subcrı́tico (3.17)

• Cálculo do fluxo de massa


Com a determinação da razão de pressão crı́tica e da condição do escoamento
é possı́vel calcular o fluxo de massa teórico na PSV, conforme abaixo,

– Se o fluxo é crı́tico: r
P0
G = nc (3.18)
v0 ω
– Se o fluxo é subcrı́tico:
r
[−2[ωln(nb ) + (ω − 1)(1 − nb )]]1/2 P0
G= (3.19)
ω( n1b − 1) + 1 v0

Pb
onde nb é P0
.

• Determinar a área requerida da válvula


Para determinar a área requerida da válvula de segurança, utiliza-se a equação
(3.7), conforme abaixo:
277, 8Qm
Areq =
Kd Kc Kv Kv G
Os fatores Kb , Kc , Kd e Kv são os mesmos da tabela 3.1.

3.3 Método do não-Equilı́brio Homogêneo (HNE-


DS) - ISO 4126-10
Apesar da consolidação do método Ômega como um dos métodos mais utilizados
atualmente para dimensionamento de PSVs atuando com escoamentos bifásicos,

29
o estudo de Diener e Schmidt [10] sugeriu que a sua utilização pode resultar em
válvulas de segurança significativamente sobredimensionadas, principalmente em
casos de baixo tı́tulo de vapor nas condições de entrada. Em seu trabalho, os pesqui-
sadores propuseram o método HNE-DS, no qual o parâmetro de compressibilidade
ω é estendido por um coeficiente de atraso da vaporização (boiling delay coeffici-
ent), que inclui o grau de não-equilı́brio termodinâmico gerado pela nucleação de
pequenas frações mássicas de vapor na entrada do bocal.

3.3.1 Apresentação do método

Em seu trabalho publicado em 2004, Diener e Schmidt mostraram que o fluxo


de massa calculado pelo Método Ômega pode ser muito baixo, especialmente
quando o escoamento lı́quido-vapor tem tı́tulo baixo. Com isso, a área requerida
para escoamento do fluido se torna maior, fazendo com que o método calcule
válvulas sobredimensionadas, o que poderia causar problemas de batimento nos
equipamentos, além de causar sobrecargas à tubulação de saı́da [10].

O cálculo do parâmetro ω de acordo com essa formulação está apresentado na


equação (3.20).
 2
x0 vG0 vG0 − vL0
ω= + CL0 T0 P0 N (3.20)
v0 hLG0
O coeficiente de atraso de vaporização N é calculado através da equação (3.21),
    a
vG0 − vL0 1
N = x0 + CL0 T0 P0 2
ln (3.21)
hLG0 nc
2
sendo a = 5
para válvulas de segurança.
Uma outra contribuição do método é a utilização do coeficiente de descarga como
uma média ponderada com a fração de vazio () dos coeficientes certificados de gás
e vapor e o de lı́quido, tal como proposto por Schmidt e Westphal, e apresentado na
equação abaixo [18],
Kd2ph = KdG + (1 − )KdL (3.22)

na qual Kd2ph é o coeficiente de descarga para o escoamento bifásico, KdG é o coefici-


ente certificado de gás e vapor e KdL é o coeficiente certificado de lı́quido. As figuras
3.6 e 3.7 mostram a boa acurácia do novo método proposto para para as pressões

30
de 0,54 MPa e 1,06 MPa, respectivamente. É possı́vel verificar que as simulações
efetuadas com base no método HNE-DS [10] apresentaram resultados bem próximos
dos resultados experimentais obtidos por Friedel e Lenzing [19] na mesma pressão de
estagnação. Eles utilizaram válvulas de segurança da LESER e realizaram medições
ao longo de uma faixa de valores de tı́tulo de vapor.

Figura 3.6: Comparação de experimentos com resultados de fluxo de massa calcula-


dos pelo método HEM, HNE-DS e o método HNE de Leung para P0 = 0, 54 MPa.
Fonte: [10]

Figura 3.7: Comparação de experimentos com resultados de fluxo de massa calcula-


dos pelo método HEM, HNE-DS e o método HNE de Leung para P0 = 1, 06 MPa.
Fonte: [10]

31
O método HNE-DS foi introduzido como recomendação de cálculo da norma ISO
4126, cuja metodologia de dimensionamento está demonstrada na seção 3.3.2.

3.3.2 Dimensionamento segundo a norma ISO 4126-10

O dimensionamento proposto pela norma europeia tem uma metodologia definida,


cujos procedimentos estão demonstrados nos tópicos a seguir:

• Cálculo inicial de ω
O parâmetro de compressibilidade ω é definido inicialmente para o caso de
equilı́brio homogêno (N = 1), conforme a equação abaixo,
 2
x0 vG0 vG0 − vL0
ω(N = 1) = + CL0 T0 P0 (3.23)
k0 v0 hLG0

na qual k0 é o coeficiente isentrópico da fase gasosa da mistura.

• Cálculo inicial de nc
Com o valor de ω para a hipótese inicial de equilı́brio, calcula-se a razão de
pressão crı́tica para o escoamento:

Se ω < 2: nc = [1 + (1, 0446 − 0, 0093431ω 0,5 )ω −0,56261 ]−0,70356+0,014685 ln(ω)


(3.24)

Se ω ≥ 2: nc = 0, 55 + 0, 217 ln(ω) − 0, 046(ln ω)2 + 0, 004(ln ω)3 (3.25)

• Cálculo do fator de atraso de vaporização (N )


O boiling delay coefficient introduzido por Diener e Schmidt é então calculado,
conforme a equação abaixo:
    a
vG0 − vL0 1
N = x0 + CL0 T0 P0 2
ln (3.26)
hLG0 nc

• Cálculo de ω para Método de não-Equilı́brio Homogêneo


Com o coeficiente de atraso de vaporização definido para as condições de en-
trada, é possı́vel então calcular o valor final do parâmetro ω.
 2
x0 vG0 vG0 − vL0
ω= + CL0 T0 P0 N (3.27)
k0 v0 hLG0

32
• Cálculo da razão de pressão crı́tica nc
O cálculo definitivo do parâmetro ω permite, dessa forma, que seja recalculado
o valor da razão de pressão crı́tica nc :

Se ω < 2: nc = [1 + (1, 0446 − 0, 0093431ω 0,5 )ω −0,56261 ]−0,70356+0,014685 ln(ω)


(3.28)

Se ω ≥ 2: nc = 0, 55 + 0, 217 ln(ω) − 0, 046(ln ω)2 + 0, 004(ln ω)3 (3.29)

• Condição do escoamento
Após o cálculo da razão de pressão crı́tica, é possı́vel determinar se o escoa-
mento é crı́tico ou subcrı́tico, conforme as equações abaixo:

nb ≤ nc →
− Escoamento crı́tico(n = nc ) (3.30)

nb > nc →
− Escoamento subcrı́tico(n = nb ) (3.31)

• Cálculo do coeficiente do escoamento e do fluxo de massa teórico


Com a condição do fluxo determinada, é calculado o coeficiente do escoamento,
através da equação abaixo:
q
ω ln( n1 ) − (ω − 1)(1 − n)
C=  1  (3.32)
ω( n − 1) + 1
Com o valor de C, podemos calcular o fluxo de massa teórico, calculado para
um bocal ideal: r
2P0
G=C (3.33)
v0
• Cálculo da fração de vapor na garganta
A fração de vapor na seção crı́tica da válvula é calculada a partir da equação
(3.34).
vL0
=1− 1
 (3.34)
wv0 n
−1 +1
• Cálculo do coeficiente de descarga
O coeficiente de descarga do escoamento bifásico é calculado através da
equação (3.22):
Kd2ph = KdG + (1 − )KdL

33
• Determinação da área requerida
Por fim, a área requerida da válvula é calculada através da equação (3.35).

Qm
Areq = (3.35)
Kd2ph G

34
Capı́tulo 4

Resultados e Discussões

No presente capı́tulo, são apresentados os resultados das simulações efetuadas no


software Matlab para um escoamento bifásico evaporativo. Na seção 4.1 é eviden-
ciada a influência de parâmetros iniciais, como o tı́tulo do escoamento e a contra-
pressão, no fluxo de massa que atravessa a PSV, e a diferença de resultados entre
as normas analisadas é discutida. Na seção 4.2 é analisado um estudo de caso de
escoamento bifásico de hidrocarbonetos, e as diferenças apontadas na seção 4.1 são
verificadas.

4.1 Análises paramétricas e comparação entre as


normas
Nesta seção são discutidos os efeitos da variação de parâmetros iniciais nos
valores de fluxo de massa teórico e real nas válvulas de segurança, e as diferenças
entre as normas foram apontadas. Na seção 4.1.1, é efetuada a variação do
tı́tulo inicial x0 do escoamento. O intervalo analisado foi de x0 = 0, 001 até
x0 = 1 (vapor saturado), e foi considerada contrapressão atmosférica (Pb = 1
bar-a). Os métodos analisados foram o método HEM-Ômega (API RP 520) e o
método HNE-DS (ISO-4126). O método HEM-HDI não foi abordado, pois seria
necessário obter os valores de massa especı́fica da mistura bifásica ao longo do bocal.

Na seção 4.1.2, foram discutidos os efeitos de variações na contrapressão


manométrica para um valor de tı́tulo inicial x0 = 0, 0025. O intervalo analisado

35
foi de nbgauge = 0 até nbgauge = 0, 5. Nesse caso, foram analisados os métodos
HEM-Ômega (API RP 520), HEM-HDI (API RP 520) e HNE-DS (ISO-4126).

Por fim, na seção 4.1.3, foi verificada a influência simultânea da variação de x0


e nbgauge através de gráficos em três dimensões, nos quais foram apresentados os
resultados dos métodos HEM-Ômega e HNE-DS.

4.1.1 Influência do tı́tulo do escoamento

O tı́tulo inicial x0 influencia o comportamento de diversos parâmetros importan-


tes para a análise de um escoamento bifásico. O primeiro deles é o parâmetro ω,
utilizado para medir a compressibilidade do escoamento. A figura 4.1 evidencia as
diferenças no valor de ω entre as normas analisadas.

Figura 4.1: Parâmetro de compressibilidade ω em função do tı́tulo inicial x0 .

As diferenças encontradas se devem basicamente às hipoteses adotadas por cada


método. No método HEM-Ômega, é adotada a hipótese de equilı́brio termodinâmico
 
v9
e mecânico ao longo do bocal, e o parâmetro ω é calculado como ω = 9 v0 − 1 ,
no qual v9 e v0 são afetados pelo tı́tulo inicial x0 , conforme as equações abaixo.

1 1
v0 = x0 + (1 − x0 ) (4.1)
ρG0 ρL0

1 1
v9 = x9 + (1 − x9 ) (4.2)
ρG9 ρL9

36
Nelas, as variáveis x9 , ρG9 e ρL9 são, respectivamente, o tı́tulo, a massa especı́fica do
gás e a massa especı́fica do lı́quido a uma pressão de 90% da pressão de estagnação
(P9 ). Para o cálculo de x9 e portanto v9 , foi utilizado o mesmo procedimento do
estudo de caso analisado na seção 4.2. A partir de um determinado valor de x0 ,
foi adotada a hipótese de que, para cada passo de redução da pressão no bocal, a
variação percentual do tı́tulo do escoamento poderia ser considerada a mesma que
foi usada no estudo de caso. A partir daı́, x9 e v9 foram calculados por interpolação
do valor de P9 na tabela 4.3.

Por outro lado, no método HNE-DS é adotada a hipótese de equilı́brio termo-


dinâmico parcial. Nele, o parâmetro ω é calculado apenas a partir das propriedades
de estagnação na entrada da PSV, conforme as equações abaixo.
 2
x0 vG0 vG0 − vL0
ω= + CL0 T0 P0 N (4.3)
k0 v0 hLG0

     25
vG0 − vL0 1
N = x0 + CL0 T0 P0 ln (4.4)
h2LG0 nc
O coeficiente N é baseado na fração mássica de vapor existente na seção crı́tica da
válvula, e representa o fenômeno de atraso de vaporização. Conforme a pressão é
reduzida ao longo do bocal da PSV, ocorre a vaporização do lı́quido, porém não se
atinge o equilı́brio termodinâmico por conta do caminho reduzido percorrido pelo
fluido. Por conta disso, o parâmetro ω calculado pela norma ISO-4126 é menor que
aquele calculado pela norma API RP 520 [20].

Por conta do não-equilı́brio termodinâmico há menor geração de vapor, e


portanto a massa especı́fica da mistura bifásica é maior. Com isso, o fluxo de massa
teórico - aquele simulado para um bocal ideal - calculado pela norma ISO-4126
é maior que aquele calculado pela norma API RP 520. Isso é demonstrado na
figura 4.2. As diferenças são relativamente baixas inicialmente, aproximadamente
5% para x0 = 0, 001, porém aumentam rapidamente para aproximadamente 17%
em x0 = 0, 05. Posteriormente, aumentam lentamente até seu máximo, em 19%
para x0 = 0, 9. No fim, para valores bem próximos de 1 as diferenças diminuem
drasticamente, atingindo seu mı́nimo (2%) em x0 = 1 (vapor saturado). Isso

37
ocorre pois para valores de tı́tulo bem próximos a 1, a parcela do parâmetro
ω do método HNE-DS referente à compressibilidade devido ao vapor existente
x0 vG0
( )
predomina sobre a parcela referente à compressibilidade devido à mudança
k0 v0
 2
v −v
de estado fı́sico (CL0 T0 P0 Gh0LG L0 N ), minimizando a influência do coeficiente N .
0

Figura 4.2: Fluxo de massa teórico em função do tı́tulo inicial x0 .

O coeficiente de descarga (Kd ) também é afetado pelo tı́tulo inicial x0 , porém


existem diferenças básicas entre as normas analisadas. A norma API RP 520 sugere
um coefciente de descarga Kd = 0, 85 para escoamentos bifásicos, independemente
do tı́tulo inicial. Além disso, propõe outros três fatores para correção de Kd , os
coeficientes Kb , Kc e Kv , já abordados no capı́tulo 3. Dessa forma, define-se um
coeficiente de descarga corrigido, denominado Kdr . As equações de Kdr e do fluxo
de massa real na PSV, chamado Greal estão definidas abaixo:

Kdr = Kb Kc Kv Kd (4.5)

Greal = Kdr G (4.6)

Por outro lado, a norma ISO-4126 sugere um coeficiente de descarga como função
dos valores certificados para gás e lı́quido e da fração volumétrica de vapor na seção
crı́tica da PSV, conforme o estudo de Diener e Schmidt [10]. A equação (4.7) mostra
como é efetuado o cálculo de Kd2ph e do fluxo de massa real na PSV para essa norma:

38
Kd2ph = KdG + (1 − )KdL (4.7)

Greal = Kd2ph G (4.8)

A figura 4.3 mostra os valores simulados do coeficiente de descarga corrigido Kdr da


API, do coeficiente Kd da norma ISO e da fração de vapor no orifı́cio da válvula com
o aumento do tı́tulo inicial do escoamento. Para a simulação, foram consideradas
válvulas de segurança da série API 526 da LESER, cujos coeficientes são KdG =
0, 801 e KdL = 0, 579 [2].

Figura 4.3: Coeficiente de descarga e fração de vapor na garganta da PSV em função


do tı́tulo inicial x0 .

Como o valor de Kd é fixo para a API, e os fatores Kb , Kc e Kv são considerados


iguais a 1 no caso em questão, o coeficiente de descarga corrigido possui valor fixo
com a variação do tı́tulo inicial (Kdr = 0, 85). Por outro lado, o valor de Kd para
a norma ISO-4126 aumenta continuamente com a variação do tı́tulo inicial, devido
ao incremento da fração de vapor na garganta da válvula. Por conta das diferenças
apontadas no cálculo do coeficiente de descarga, o fluxo de massa real na PSV sofre
alterações em relação ao valor teórico, como mostra a figura 4.4. Inicialmente há
uma diferença significativa entre as normas, com o fluxo de massa da norma ISO
sendo 23% menor para x0 = 0, 001. A diferença é drasticamente reduzida com o
aumento súbito da fração de vapor, com os valores se igualando em aproximadamente
x0 = 0, 026. Após esse valor, a norma ISO passa a apresentar resultados maiores,

39
com a diferença aumentando a cada iteração, chegando ao máximo de 11.8% em
aproximadamente x0 = 0, 9. Novamente, a partir daı́ as diferenças voltam a cair,
apresentando a norma ISO um resultado 4% menor no caso de vapor saturado (x0 =
1).

Figura 4.4: Fluxo de massa na PSV em função do tı́tulo inicial x0 .

4.1.2 Influência da contrapressão

A contrapressão existente na linha de descarga é outro parâmetro importante na


determinação do fluxo de massa em uma válvula de segurança. Conforme abordado
no capı́tulo 2, a razão entre a contrapressão Pb e a pressão de estagnação P0 (nb =
Pb /P0 ) na entrada da PSV determina se o escoamento será crı́tico ou subcrı́tico.
Quando o escoamento é crı́tico, a velocidade do fluido atinge a velocidade do som,
e o fluxo de massa no bocal atinge seu valor máximo.

A figura 4.5 mostra os resultados das simulações do fluxo de massa teórico para
tı́tulo inicial x0 = 0, 0025, considerando variações na contrapressão. Os valores ana-
Pb
lisados da razão de contrapressão manométrica (nbgauge = Pset
) variaram de 0 a 0,5,
pois esse é o limite para utilização de válvulas balanceadas, segundo a norma API
RP 520. É possı́vel observar a clara distinção entre o fluxo crı́tico e o subcrı́tico,
a depender da razão de contrapressão e da norma utilizada para o cálculo. Inicial-
mente, partindo de nbgauge = 0, 5, as reduções na contrapressão resultam em aumento
Pc
do vazão mássica no bocal. Quando se atinge a razão de pressão crı́tica nc = P0
,

40
Figura 4.5: Fluxo de massa teórico em função da contrapressão.

reduções na pressão à jusante não alteram mais as condições do escoamento. Nesse


momento, o bocal está estrangulado e a sua vazão mássica é máxima. Os valores de
nc diferem entre as normas discutidas, sendo os valores aproximados mostrados na
tabela 4.1.

Tabela 4.1: Razão de pressão crı́tica dos métodos analisados.

Método nc
Método HEM-Omega 0.39
Método HEM-HDI 0.42
Método HNE-DS 0.32

O coeficiente de descarga das válvulas também é afetado pela variação da con-


trapressão, como mostra a figura 4.6. Entre nbgauge = 0, 32 e nbgauge = 0, 5 é possı́vel
verificar uma pequena redução do coeficiente de descarga Kd da norma ISO-4126
(2.4%), impulsionado por uma redução mais intensa da fração de vapor no orifı́cio
da PSV (26.7%). No caso do coeficiente de descarga corrigido Kdr , observa-se uma
redução bem significativa a partir de nbgauge = 0, 3. Isso se deve ao fato de que
o fator Kb , utilizado para corrigir o coeficiente de descarga de válvulas balance-
adas trabalhando com altas contrapressões, começa a ser mais relevante. Entre
nbgauge = 0, 3 e nbgauge = 0, 5, o coeficiente Kdr sofre um redução de aproximada-
mente 31%, tornando-se menor que Kd .

41
Figura 4.6: Coeficiente de descarga em função da contrapressão.

Com os diferentes efeitos da variação da contrapressão no cálculo do coeficiente


de descarga das normas analisadas, o fluxo de massa real simulado para as válvulas
apresenta diferenças significativas em relação àquele simulado para um bocal ideal
(apresentado na figura 4.5), conforme evidencia a figura 4.7.

Figura 4.7: Fluxo de massa na PSV em função da contrapressão.

Para valores de nbgauge < 0, 3, o fluxo de massa da norma ISO-4126 é até 18.3%
menor que aquele calculado pela norma API RP 520. A partir da sua razão de
pressão crı́tica nc = 0, 32, o fluxo de massa da norma ISO começa a sofrer uma
pequena redução, impulsionado tanto pela redução do fluxo de massa teórico por

42
conta do escoamento subcrı́tico, quanto pela redução do coeficiente de descarga. De
nc até nbgauge = 0, 5, a redução é de 7.3%. Por outro lado, o fluxo de massa da
norma API RP 520 começa a cair em nbgauge = 0, 3 por conta do fator de correção de
contrapressão Kb . A partir das razões de pressão crı́tica nc = 0, 39 e nc = 0, 42, os
fluxos de massa dos métodos HEM-Ômega e HEM-HDI, respectivamente, iniciam
um trajetória de queda mais acentuada por conta do escoamento subcrı́tico. Os
valores se interceptam em aproximadamente nbgauge = 0, 45, e no limite da simulação
(nb = 0, 5), já se observa um fluxo de massa da norma ISO até 12.6% maior que o
da norma API.

4.1.3 Influência do tı́tulo inicial e da contrapressão

Após verificarmos a influência de x0 e nbgauge separadamente, torna-se necessário


analisar a influência da variação simultânea desses parâmetros. A figura 4.8 apre-
senta os resultados em três dimensões do fluxo de massa calculado através do método
HEM-Ômega.

Figura 4.8: Fluxo de massa na PSV em função do tı́tulo inicial e da contrapressão


- Norma API RP 520.

Como é possı́vel observar no gráfico, para valores de tı́tulo inicial bem baixos, o
fluxo de massa sofre uma redução significativa para nbgauge > 0, 3, em decorrência da
influência conjunta do fator de correção Kb e da razão de contrapressão suplantar a

43
razão de pressão crı́tica, tornando o escoamento subcrı́tico. A partir de x0 = 0, 007,
o escoamento se torna crı́tico independentemente de nbgauge , por conta da limitação
de nbgauge ≤ 0, 5, o que faz com que a redução do fluxo de massa com o aumento
de nbgauge seja menos significativa. Por outro lado, a influência do tı́tulo inicial
x0 é bem mais significativa, por conta da redução da massa especı́fica da mistura
proporcionada pelo aumento da fração de vapor.

Os resultados do método HNE-DS apresentam algumas caracterı́sticas diferentes,


como mostra a figura 4.9. Como não há fator de correção da contrapressão reco-
mendado pela norma ISO-4126, a redução do fluxo de massa por conta do aumento
desse parâmetro ocorre em decorrência apenas do escoamento subcrı́tico, sendo bem
menos sigficativa. No entanto, o escoamento se torna crı́tico independentemente de
nbgauge apenas em x0 = 0, 014, por conta dos valores de nc calculados por essa norma
serem menores. Novamente, a influência observada de x0 é significativamente maior
que a de nbgauge .

Figura 4.9: Fluxo de massa na PSV em função do tı́tulo inicial e da contrapressão


- Norma ISO 4126-10.

Por fim, na figura 4.10 são apresentadas as diferenças relativas entre os fluxos de
massa calculados pelas normas ISO-4126 e API RP 520. Apesar de existirem muitas
regiões em que as discrepâncias não ultrapassam 10%, há determinadas condições

44
de escoamento em que as diferenças entre as normas se tornam consideráveis. Para
valores de 0, 044 < x0 < 0, 97 e nbgauge > 0, 45, o fluxo de massa da norma ISO-4126
pode ser até 60% maior que o da norma API RP 520. Por outro lado, o fluxo de
massa da norma ISO-4126 também pode ser até 23% menor em casos de escoamento
crı́tico com tı́tulo inicial x0 bem baixo, em torno de 0,001.

Figura 4.10: Diferenças relativas entre o fluxo de massa das normas ISO 4126-10 e
API RP 520.

4.2 Estudo de caso


Nesta seção será apresentado um estudo de caso real sobre dimensionamento de
válvulas de segurança para um escoamento bifásico evaporativo de um hidrocarbo-
neto. As propriedades termodinâmicas do fluido e as condições de processo estão
resumidas na tabela 4.2. Além disso, o caminho termodinâmico do fluido ao longo
do bocal da PSV foi simulado no software Aspen HYSYS, como mostra a tabela 4.3.
A partir da pressão de alı́vio (P0 = Pset + ∆P + Patm ) e de um tı́tulo
inicial x0 , foram efetuadas reduções de pressão que se iniciaram em 4% e che-
garam a 11% na última iteração mostrada. Com a redução de pressão, houve
aumento do tı́tulo do escoamento devido à vaporização do lı́quido. Além disso, fo-
ram gerados os valores de massa especı́fica da fase gasosa (ρG ) e da fase lı́quida (ρL ).

45
Tabela 4.2: Propriedades termodinâmicas e condições de processo.

Propriedade Valor Unidade


Pset 30 bar-g
T0 80 o C
kg
Qm 954354 h

Pbsuper 0,47 bar-g


Pbbuilt 12,77 bar-g
J
CL0 3276,5 kgK

k0 1,1 1
J
hLG0 10897620 kg

Tabela 4.3: Simulações de redução de pressão no software Hysys.

kg kg
Pressão [bar-a] Temperatura [o C] x0 [-] ρG [ m 3] ρL [ m3]

34 79,7 0,0025 22,67 1040,94


32,64 79,7 0,0026 21,79 1040,86
31,28 79,7 0,0026 20,90 1040,79
29,92 79,8 0,0027 20,03 1040,71
28,56 79,8 0,0028 19,15 1040,64
27,20 79,8 0,0029 18,27 1040,56
25,84 79,8 0,0029 17,40 1040,49
24,48 79,9 0,0030 16,52 1040,42
23,12 79,9 0,0031 15,65 1040,35
21,76 79,9 0,0032 14,78 1040,28
20,40 79,9 0,0033 13,91 1040,21
19,04 80,0 0,0034 13,04 1040,14
17,68 80,0 0,0035 12,17 1040,08
16,32 80,0 0,0036 11,30 1040,02
14,96 80,0 0,0037 10,43 1039,92
13,60 80,0 0,0038 9,56 1039,87
12,24 80,0 0,0039 8,68 1039,84
10,88 80,0 0,0041 7,80 1039,82

46
O dimensionamento dessa PSV será apresentado segundo os três métodos anali-
sados nesse trabalho: os métodos HEM-HDI e HEM-Ômega, propostos pela norma
API RP 520, e o método HNE-DS, proposto pela norma ISO-4126.

• Método HEM-HDI
Para o dimensionamento segundo o método HEM-HDI, foi necessário calcular
a massa especı́fica da mistura bifásica, para utilizá-la no cálculo do fluxo de
massa através do balanço de energia no bocal da válvula. As equações estão
resumidas abaixo:

1 1 1
=x + (1 − x) (4.9)
ρmix ρG ρL

 Z 1/2
dP
G = ρmix −2 (4.10)
ρmix
A integral foi efetuada numericamente no software Matlab através da soma
direta em pequenos intervalos de pressão, de acordo com a norma API RP 520
[4].
Pt t  
Pi+1 − Pi
Z
dP X
≈ (4.11)
P0 ρmix i=0
ρi+1 + ρi
Com isso, foi possı́vel gerar uma lista com os valores de fluxo de massa teórico
para cada pressão. Os resultados estão apresentados no gráfico 4.11. É possı́vel
observar que o fluxo de massa máximo ocorre para a pressão crı́tica (Pc ) de
13,6 bar-a. Com isso, efetua-se a comparação entre a pressão crı́tica Pc e a
contrapressão absoluta Pb (Pb = Pbsuper + Pbbuilt + Patm ), conforme abaixo:

Pc ≥ P b →
− Escoamento crı́tico (4.12)

Pc < Pb →
− Escoamento subcrı́tico (4.13)

Como Pb = 14, 24 bar-a, o escoamento é subcrı́tico. Dessa forma, deve ser


utilizado como fluxo de massa o valor correspondente a Pb . Como não foram
geradas as propriedades para esse ponto, o fluxo de massa foi obtido por in-
terpolação entre os valores correspondentes às pressões de 14,96 e 13,6 bar-a.

47
Figura 4.11: Simulação do fluxo de massa em função da pressão.

O seu resultado é apresentado abaixo:

kg
G = 50778, 4
m2 s

. Após isso, devem ser determinados os coeficientes Kb , Kc , Kv e Kd . Os


valores utilizados e as razões estão explicitadas na tabela 4.4.

Tabela 4.4: Coeficientes Kb , Kc , Kv e Kd - Norma API RP 520.

Coeficiente Valor Observações


Kb 0,80 Verificar figura 3.1
Kc 1 Não há disco de ruptura.
Kv 1 O fluido possui viscosidade baixa.
Kd 0,85 Valor recomendado pra escoamentos bifásicos

Por fim, é possı́vel calcular a área de orifı́cio requerida da válvula de segurança,


a partir da equação (3.7).
Areq = 7678mm2

• Método HEM-Ômega
No dimensionamento segundo o Método HEM-Ômega, o primeiro passo é cal-
cular o parâmetro ω, conforme a equação (3.11). Para obter os valores de x9
e v9 , foi efetuada uma interpolação utilizando o valor da pressão a 90% da
pressão de estagnação (P9 = 0, 9P0 = 30, 6 bar-a). O valor de v0 foi obtido a

48
1
partir da massa especı́fica da mistura na pressão de estagnação P0 (v0 = ρmix
).
Com isso, foi possı́vel obter o parâmetro ω, conforme abaixo:
 
v9
ω=9 − 1 = 0, 169
v0
Com o parâmetro de compressbilidade calculado, é possı́vel calcular a razão de
pressão crı́tica, através da equação (3.15), e posteriormente a pressão crı́tica
do escoamento. Os resultados estão mostrados abaixo:

nc = 0, 376

Pc = nc P0 = 12, 76bar − a

A partir do valor da pressão crı́tica, foi possı́vel determinar a condição de


escoamento. Como Pb > Pc , o escoamento é subcrı́tico. Portanto, a partir da
equação (3.19), determina-se o fluxo de massa teórico:
kg
G = 51258
m2 s

Com a utilização dos coeficientes Kb , Kc , Kv e Kd apresentados na tabela 4.4,


determina-se a área de orifı́cio requerida da válvula:

Areq = 7606mm2

• Método HNE-DS
No método HNE-DS, o parâmetro ω é calculado apenas a partir das proprie-
dades iniciais, ou seja, as propriedades na pressão de ajuste da PSV. Inicial-
mente, ω foi calculado para a hipótese de equilı́brio homogêneo (N=1), como
recomenda a norma ISO-4126:

ω(N = 1) = 0, 151

Com o valor inicial de ω, foi possı́vel calcular a razão de pressão crı́tica inicial
(nc (N = 1) = 0, 361). A partir daı́, calcula-se o fator de atraso de vaporização
N , a partir da equação (3.21), e determina-se o parâmetro ω e a razão de
pressão crı́tica novamente, já considerando a hipótese de equilı́brio parcial.
Além disso, é calculada a razão de contrapressão nb . Os resultados estão
resumidos abaixo:
N = 0, 109

49
ω = 0, 099

nc = 0, 313

nb = 0, 419

Como nb > nc , o escoamento é subcrı́tico, de acordo com a equação (3.31),


e portanto n = nb . O coeficiente do escoamento C é calculado a partir da
equação (3.32), e com isso o fluxo de massa teórico G é calculado a partir da
equação (3.33). Os resultados estão apresentados abaixo:

C = 0, 686

kg
G = 54711
m2 s
Após o cálculo do valor de fluxo de massa teórico, é necessário apenas o coe-
ficiente de descarga do escoamento bifásico para obter o fluxo de massa real,
e consequentemente a área requerida da válvula. Para isso, a fração de vazio
na garganta da válvula  foi calculada a partir da equação (3.34), sendo seu
resultado apresentado abaixo:
 = 0, 21

Dessa forma, o coeficiente de descarga pode ser calculado através da equação


(3.22). Os coeficientes certificados para operação com gás e lı́quido utilizados
para o cálculo foram novamente aqueles das válvulas da série API 526 da
LESER (KdG = 0, 801 e KdL = 0, 579). Os resultados do Kd2ph e do fluxo de
massa real na válvula estão apresentados abaixo:

Kd2ph = 0, 626

kg
Greal = Kd2ph G = 34237
m2 s
Por fim, é possı́vel calcular a área de orifı́cio requerida da válvula de segurança,
através da equação (3.35):

Areq = 7743mm2

• Resumo dos resultados


Os resultados obtidos por cada método analisado para a área de orifı́cio

50
Tabela 4.5: Áreas e diâmetros de orifı́cio requeridos para cada método analisado.

Método Areq [mm2 ] d0 [mm]


HEM-HDI 7678 98, 9
HEM-Ômega 7606 98, 4
HNE-DS 7743 99, 3

requerida da válvula de segurança estão resumidos na tabela 4.5.


De acordo com a figura 2.10, os três métodos de dimensionamento apresentam
resultados que requerem a seleção de uma válvula de mesmo orifı́cio R. Isso
ocorreu pois o estudo de caso apresentou um exemplo de dimensionamento
que coincidiu com a região de menor diferença no fluxo de massa entre os
métodos analisados, conforme mostra a figura 4.7 (nbgauge = 0, 441).

No entanto, é importante ressaltar que a diferença no cálculo do fluxo de


massa poderia ter sido bastante significativa, dependendo do tı́tulo inicial e
da contrapressão do escoamento, conforme evidenciado pela figura 4.10. As
razões para as diferenças apresentadas e as possı́veis consequências para o
dimensionamento das válvulas são explicadas no capı́tulo 5.

51
Capı́tulo 5

Conclusões e Trabalhos Futuros

O presente trabalho analisou as influências de parâmetros de processo, como o


tı́tulo do escoamento e a contrapressão, no fluxo de massa em válvulas de segurança
e alı́vio de pressão para escoamentos bifásicos. Os métodos utilizados para a
comparação foram o Método HEM-Ômega e o Método HEM-HDI, ambos propostos
pela norma API RP 520, e o Método HNE-DS, proposto pela norma ISO 4126-10. O
tı́tulo inicial x0 do escoamento foi variado de 0,001 até 1, e a razão de contrapressão
Pb
nbgauge = Pset
foi variada de 0 a 0,5.

Os resultados das simulações evidenciam que, dependendo dos parâmetros


iniciais considerados (x0 , nbgauge ), podem existir grandes diferenças no fluxo de
massa entre as normas analisadas, o que resultaria em uma diferença significativa
da área requerida das PSVs. A figura 4.10 mostra que para casos de escomento
subcrı́tico com nb > 0, 45, o fluxo de massa da ISO pode ser até 60% maior que
o da API. Nesse caso, a utilização do método HEM-Ômega poderia acarretar na
seleção de uma válvula sobredimensionada, o que causaria problemas de batimento
e trepidação na PSV, além da sobrecarga na tubulação de descarga. Por outro lado,
em caso de escoamento crı́tico com tı́tulo inicial bem baixo, em torno de 0, 001, o
fluxo de massa da ISO pode ser até 23% menor que o da API. Nesse caso, o método
HEM-Ômega estaria selecionando válvulas subdimensionadas, o que causaria uma
sobrepressão além da permissı́vel no vaso de pressão protegido, implicando em
risco para o equipamento e risco de vida para os profissionais envolvidos na operação.

52
Em primeiro lugar, essas diferenças ocorrem pelo modelo adotado para o cálculo
do fluxo de massa teórico. Enquanto a norma API considera o Método do Equilı́brio
Homogêneo, em que há equilı́brio térmico e mecânico entre as fases, a norma ISO
considera o Método do não-Equilı́brio Homogêneo, no qual o equilı́brio mecânico é
mantido, porém o equilı́brio térmico é apenas parcial. Em segundo lugar, há uma
diferença básica entre as normas no cálculo do coeficiente de descarga. Enquanto a
API sugere um valor fixo de Kd como 0, 85 e um fator de correção Kb como função
da contrapressão, a norma ISO sugere que o coeficiente de descarga é função dos
coeficientes certificados para operação com gás (KdG ) e lı́quido (KdL ), além da
fração volumétrica de vapor na seção crı́tica da válvula ().

Em relação aos trabalhos futuros relativos ao tema, propõe-se desenvolver um


modelo termodinâmico capaz de simular a redução de pressão ao longo do bocal
da PSV para um escoamento isentrópico água-vapor, a fim de se obter os dados
necessários para realizar uma análise mais robusta. Além disso, é necessário que
sejam realizados os testes experimentais de vazão de alı́vio em válvulas de segurança
para escoamentos bifásicos água-vapor em diferentes condições de processo, conforme
feito nos estudos de Boccardi et. al [11] e Lenzing e Friedel [19].

53
Referências Bibliográficas

[1] GOULART, A. K., Dimensionamento de válvulas de segurança e alı́vio de


pressão atuando com fluidos bifásicos, Trabalho de diplomação em en-
genharia quı́mica, DEQUI/UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil, 2012.

[2] LESER., “Engineering Handbook”, Disponı́vel em: https://www.leser.com/


-/media/files/engineering/leser_engineering.pdf.

[3] BONAN, T. C., Dimensionamento e seleção de válvulas de segurança e alı́vio de


pressão, Projeto de graduação em engenharia mecânica, DEM/POLI/U-
FRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2016.

[4] API Standard 520, Sizing, Selection, and Installation of Pressure-relieving De-
vices - Part I-Sizing and Selection, Tech. rep., American Petroleum Ins-
titute, Washington, DC, USA, 2014.

[5] LESER., “API Series 526 Catalog”, Disponı́vel em: https://www.leser.com/


-/media/files/catalogue/us/api_extended_catalog_us.pdf?mw=
570&hash=0D54309698568793BAA949D23AAB97DC7978A94B.

[6] MORAN, M. J., SHAPIRO, H. N., BOETTNER, D. D., et al., Fundamentals


of engineering thermodynamics. 7th ed. John Wiley & Sons: New York,
2010.

[7] FOX, R. W., PRITCHARD, P. J., MCDONALD, A. T., et al., Introdução à


Mecânica Dos Fluidos .. 8th ed. Grupo Gen-LTC: Rio de Janeiro, 2010.

[8] SCHMIDT, J., “Sizing of nozzles, venturis, orifices, control and safety valves
for initially sub-cooled gas/liquid two-phase flow–The HNE-DS method”,
Forschung im Ingenieurwesen, v. 71, n. 1, pp. 47, 2007.

54
[9] NAZARIO, F., LEUNG, J., “Sizing pressure relief valves in flashing and two-
phase service: an alternative procedure”, Journal of loss prevention in the
process industries, v. 5, n. 5, pp. 263–269, 1992.

[10] DIENER, R., SCHMIDT, J., “Sizing of throttling device for gas/liquid two-
phase flow part 1: Safety valves”, Process Safety Progress, v. 23, n. 4,
pp. 335–344, 2004.

[11] BOCCARDI, G., BUBBICO, R., CELATA, G. P., et al., “Two-phase flow th-
rough pressure safety valves. Experimental investigation and model pre-
diction”, Chemical Engineering Science, v. 60, n. 19, pp. 5284–5293, 2005.

[12] ISO 4126-10, Safety devices for protection against excessive pressure, Part 10.-
Sizing of safety valves for gas/liquid two-phase flow , Tech. rep., Interna-
tional Organization for Standardization, Geneva, Switzerland, 2010.

[13] API Standard 526, Flanged Steel Pressure-Relief Valves, Tech. rep., American
Petroleum Institute, Washington, DC, USA, 2009.

[14] VAN WYLEN, G. J., SONNTAG, R. E., BORGNAKKE, C., Fundamentos da


termodinâmica clássica. 4th ed. Edgard Blucher: São Paulo, 2006.

[15] LEUNG, J., “The Omega method for discharge rate calculations”. In: Int.
Symp. Runaway Reac. Pres. Rel. Des., pp. 367–393, 1995.

[16] DARBY, R., SELF, F. E., EDWARDS, V. H., “Properly size pressure-relief
valves for two-phase flow: a number of factors must be kept in mind
when using different models.(Engineering Practice)”, Chemical Enginee-
ring, v. 109, n. 6, pp. 68–75, 2002.

[17] LEUNG, J., NAZARIO, F., “Two-phase flashing flow methods and compari-
sons”, Journal of Loss Prevention in the Process Industries, v. 3, n. 2,
pp. 253–260, 1990.

[18] SCHMIDT, J., WESTPHAL, F., “Praxisbezogenes Vorgehen bei der Ausle-
gung von Sicherheitsventilen und deren Abblaseleitungen für die Dur-
chströmung mit Gas/Dampf-Flüssigkeitsgemischen–Teil 1”, Chemie Inge-
nieur Technik , v. 69, n. 6, pp. 776–792, 1997.

55
[19] LENZING, T., FRIEDEL, L., “Full lift safety valve air/water and steam/water
critical mass flow rates”, ISO TC , v. 185, pp. 3–4, 1996.

[20] SCHMIDT, J., EGAN, S., “Case Studies of Sizing Pressure Relief Valves
for Two-Phase Flow”, Chemical Engineering & Technology: Industrial
Chemistry-Plant Equipment-Process Engineering-Biotechnology, v. 32,
n. 2, pp. 263–272, 2009.

[21] DARBY, R., MEILLER, P. R., STOCKTON, J. R., et al., “Select the best
model for two-phase relief sizing”, Chemical engineering progress, v. 97,
n. 5, pp. 56–65, 2001.

[22] DARBY, R., “On two-phase frozen and flashing flows in safety relief values:
Recommended calculation method and the proper use of the discharge
coefficient”, Journal of Loss Prevention in the Process Industries, v. 17,
n. 4, pp. 255–259, 2004.

[23] LENZING, T., FRIEDEL, L., ALHUSEIN, M., “Critical mass flow rate in ac-
cordance with the omega-method of DIERS and the Homogeneous Equili-
brium Model”, Journal of loss prevention in the process industries, v. 11,
n. 6, pp. 391–395, 1998.

[24] LEUNG, J. C., “A theory on the discharge coefficient for safety relief valve”,
Journal of Loss Prevention in the Process Industries, v. 17, n. 4, pp. 301–
313, 2004.

56
Apêndice A

Código Fonte

A.1 Código principal

1 clc ;
2 clear a l l ;
3 %% Case : 33−PSV−3016
4 rho L0 = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C72 : C72 ’ ) ; % kg /mˆ3
5 Pset = 3 0 ; %bar−g
6 Patm = 1 ; %bar
7 s o b r e p r e s s a o = 1 0 ; % 10%
8 P0 = ( Pset ∗(1+ s o b r e p r e s s a o /100) + Patm ) ∗ 1 0 ˆ 5 ; % Pa−a
9 Pb super = 0 . 4 7 ; %bar−g
10 P b b u i l t = 1 2 . 7 7 ; %bar−g
11 P b t o t a l = Patm ∗ 1 0 ˆ 5 ;
12 T0 = 80+273; % K
13 Q m = 9 5 4 3 5 4 ; % kg /h
14 CpL0 = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C23 : C23 ’ ) ∗ 1 0 ˆ 3 ; % J/ kg K
15 hLG = −x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C20 : C20 ’ ) ∗ 1 0 ˆ 3 ; % J/ kg
16 vL0 = (1 / rho L0 ) ;
17 rho G0 = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C71 : C71 ’ ) ; % mˆ3/ kg
18 vG0 = 1/ rho G0 ;
19 k = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C41 : C41 ’ ) ; % Cp/Cv
20

57
21 % Variacao de parametros de e n t r a d a
22 % v a r i a b l e = 1; % Contrapressao
23 % variable = 2; % Titulo
24 v a r i a b l e = 3 ; % Variar ambos
25

26 % A p l i c a c a o dos metodos
27 method = 0 ; % HEM Omega
28 % method = 1 ; % HEM HDI
29 % method = 2 ; % HNE−DS
30

31 % Contrapressao
32 i f v a r i a b l e == 1 % c o n t r a p r e s s a o
33 Pb gauge = linspace ( 0 , 1 5 , 1 5 1 ) ;
34 x0 = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C76 : C76 ’ ) ; % t i t u l o
inicial
35 i f method == 0
36 [ n , fluxo Omega , nb gauge , G Omega , G Omega real nb ] =
HEM Omega(Q m, Pb gauge , Pset , Patm , v a r i a b l e ) ;
37 e l s e i f method == 1
38 [ n , fluxo HDI , nb gauge , G HDI , G HDI real nb ] = HEM HDI
(Q m, Pb gauge , Pset , Patm ) ;
39 e l s e i f method == 2
40 [ n , w, fluxo HNE , e p s i l o n , Kd2ph , G HNE, G HNE real nb ] =
HNE DS saturated (T0 , Q m, x0 , Pb gauge , Pset , Patm , P0 ,
CpL0 , hLG, vL0 , vG0 , k , v a r i a b l e ) ;
41 end
42

43 % Titulo
44 e l s e i f v a r i a b l e == 2 % t i t u l o
45 x0 = linspace ( 0 . 0 0 1 , 1 , 1 0 0 0 ) ’ ;
46 P b t o t a l = Patm ∗ 1 0 ˆ 5 ;
47 P b t o t a l = ( Pb super + P b b u i l t + Patm ) ∗ 1 0 ˆ 5 ; %Pa−a

58
48 i f method == 0
49 [ n , w, fluxo Omega , G Omega , G Omega real ] = HEM Omega(
Q m, P b t o t a l , x0 , v a r i a b l e ) ;
50 e l s e i f method == 2
51 [ N, w, fluxo HNE , e p s i l o n , Kd2ph , G HNE, G HNE real ] =
HNE DS saturated (T0 , Q m, x0 , P0 , P b t o t a l , CpL0 , hLG,
vL0 , vG0 , k , v a r i a b l e ) ;
52 end
53

54 % Variar t i t u l o e c o n t r a p r e s s a o s i m u l t a n e a m e n t e
55 e l s e i f v a r i a b l e == 3
56 Pb gauge = linspace ( 0 , 1 5 , 1 5 1 ) ;
57 x0 = linspace ( 0 . 0 0 1 , 1 , 1 0 0 0 ) ’ ;
58 i f method == 0
59 [ G Omega z , nb gauge ] = HEM Omega(Q m, Pb gauge , Pset ,
Patm , x0 , v a r i a b l e ) ;
60 % mesh ( G Omega z ) ;
61 % a x i s ( [ 1 151 1 1000 3000 5 5 0 0 0 ] )
62 % colormap ( j e t ) ;
63 % colorbar ;
64 % x l a b e l ( ’ Razao de c o n t r a p r e s s a o ( Pb/ P s e t ) [ − ] ’ ) ;
65 % y l a b e l ( ’ T i t u l o i n i c i a l ( x0 ) [ − ] ’ ) ;
66 % z l a b e l ( ’ Area r e q u e r i d a [mmˆ 2 ] ’ ) ;
67 % s e t ( gca , ’ Ydir ’ , ’ r e v e r s e ’ )
68 % t i t l e ( ’ Area r e q u e r i d a − API RP 520 (HEM−Omega) ’ )
69 e l s e i f method == 2
70 [ G HNE z , nb gauge ] = HNE DS saturated (T0 , Q m, x0 , P0 ,
Pb gauge , Pset , Patm , CpL0 , hLG, vL0 , vG0 , k , v a r i a b l e ) ;
71 % mesh ( G HNE z ) ;
72 % a x i s ( [ 1 151 1 1000 4000 4 0 0 0 0 ] )
73 % colormap ( j e t ) ;
74 % colorbar ;

59
75 % x l a b e l ( ’ Razao de c o n t r a p r e s s a o ( Pb/ P s e t ) [ − ] ’ ) ;
76 % y l a b e l ( ’ T i t u l o i n i c i a l ( x0 ) [ − ] ’ ) ;
77 % z l a b e l ( ’ Fluxo de massa (G) [ kg /mˆ2 s ] ’ ) ;
78 % s e t ( gca , ’ Ydir ’ , ’ r e v e r s e ’ )
79 % t i t l e ( ’ Fluxo de massa − ISO−4126 (HNE−DS) ’ )
80 end
81 end
82

83 D i f n ormas = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;


84 for i =1: length ( x0 )
85 for j =1: length ( Pb gauge )
86 Dif normas ( i , j ) = ( G HNE z ( i , j ) − G Omega z ( i , j ) ) /
G Omega z ( i , j ) ∗ 1 0 0 ; % em %
87 end
88 end
89

90 mesh( Dif normas ) ;


91 axis ( [ 1 151 1 1000 −100 1 0 0 ] )
92 colormap ( j e t ) ;
93 colorbar ;
94 xlabel ( ’ Razao de c o n t r a p r e s s a o (Pb/ Pset ) [ −] ’ ) ;
95 ylabel ( ’ T i t u l o i n i c i a l ( x0 ) [ −] ’ ) ;
96 z l a b e l ( ’ ( G {ISO} − G {API}) /G {API} [ %] ’ ) ;
97 set ( gca , ’ Ydir ’ , ’ r e v e r s e ’ )
98 t i t l e ( ’ D i f e r e n c a s de f l u x o de massa e n t r e as normas ISO e
API ’ )

A.2 Método HEM-HDI

1 function [ n , fluxo HDI , nb gauge , G HDI , G HDI real nb ] =


HEM HDI(Q m, Pb gauge , Pset , Patm )
2

3 %% 33−PSV−3016

60
4 P r e s s u r e = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’C6 : Z6 ’ ) ;
5 D e n s i t y = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C77 : Z77 ’ ) ;
6 p0 = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’C6 : C6 ’ ) ; %P s e t +
s o b r e p r e s s a o + Patm − bar−a
7 p0 = 10ˆ5∗ p0 ; % Pa−a
8

9 %% v a l o r e s de c o e f i c i e n t e s − API 520
10 Kc = 1 ; % nao ha u t i l i z a c a o do d i s c o de r u p t u r a
11 Kv = 1 ; % f l u i d o p o s s u i v i s c o s i d a d e normal
12 Kd API = 0 . 8 5 ; % v a l o r recomendado p e l a API
13

14 %% Metodo HDI
15 Sum = [ 0 ] ;
16 G = [0];
17

18 for i =1: length ( P r e s s u r e )


19 P r e s s u r e ( i ) = 10ˆ5∗ P r e s s u r e ( i ) ; % p r e s s a o em Pa
20 end
21

22 % i n i c i a l i z a n d o as v a r i a v e i s n b g a u g e e P b t o t a l
23 nb gauge = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
24 P b t o t a l = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
25 nb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
26 n = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
27 rho pb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
28 Sum pb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
29 fluxo HDI = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
30 G HDI = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
31 G HDI real nb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
32 Kb = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’Kb ’ , ’ B2 : B152 ’ ) ;
33

34 % Variacao da c o n t r a p r e s s a o

61
35 for k=1: length ( Pb gauge )
36 nb gauge ( k ) = Pb gauge ( k ) / Pset ;
37 P b t o t a l ( k ) = ( Pb gauge ( k ) + Patm ) ∗ 1 0 ˆ 5 ;
38 nb ( k ) = P b t o t a l ( k ) /p0 ;
39 for i =2: length ( P r e s s u r e )
40 Sum( i ) = Sum( i −1) + 2∗( P r e s s u r e ( i ) − P r e s s u r e ( i
−1) ) / ( D e n s i t y ( i ) + D e n s i t y ( i −1) ) ;
41 G( i ) = sqrt (−2∗Sum( i ) ∗ D e n s i t y ( i ) ˆ2 ) ;
42 i f G( i ) − G( i −1) < 0 ;
43 t a r g e t = i −1; % i n d i c e onde o c o r r e f l u x o de
massa maximo
44 break
45 end
46 end
47 nc = P r e s s u r e ( t a r g e t ) /p0 ;
48 i f Pb total (k) > Pressure ( target )
49 for j =1: length ( P r e s s u r e )
50 i f Pb total (k) > Pressure ( j )
51 rho pb ( k ) = ( D e n s i t y ( j ) − D e n s i t y ( j −1) ) ∗ ( (
P b t o t a l ( k ) − P r e s s u r e ( j −1) ) / ( P r e s s u r e ( j )
− P r e s s u r e ( j −1) ) ) + D e n s i t y ( j −1) ; %
interpolacao
52 Sum pb ( k ) = Sum( j −1) + 2∗( P b t o t a l ( k ) −
P r e s s u r e ( j −1) ) / ( rho pb ( k ) + D e n s i t y ( j −1) )
;
53 fluxo HDI ( k ) = 1 ; % s u b c r i t i c o
54 n ( k ) = nb ( k ) ;
55 G HDI( k ) = sqrt (−2∗Sum pb ( k ) ∗ rho pb ( k ) ˆ 2) ;
56 G HDI real nb ( k ) = G HDI( k ) ∗Kb( k ) ∗Kc∗Kv∗
Kd API ;
57 break
58 end

62
59 end
60 else
61 fluxo HDI ( k ) = 0 ; % c r i t i c o
62 n ( k ) = nc ;
63 G HDI( k ) = max(G) ;
64 G HDI real nb ( k ) = G HDI( k ) ∗Kb( k ) ∗Kc∗Kv∗Kd API ;
65 end
66 end
67

68 % % v a l o r e s de c o e f i c i e n t e s − API 520
69 % Kc = 1 ; % nao ha u t i l i z a c a o do d i s c o de r u p t u r a
70 % Kv = 1 ; % f l u i d o p o s s u i v i s c o s i d a d e normal
71 % Kb = 0 . 8 0 ; % Pb/ P s e t = 0 . 4 4
72 % Kd API = 0 . 8 5 ; % v a l o r recomendado p e l a API
73 % A HDI = ( 2 7 7 . 8 ∗Q m) /( Kd API∗Kc∗Kb∗Kv∗G HDI) ; % em mmˆ2
74 end

A.3 Método HEM-Omega

1 % f u n c t i o n [ n , fluxo Omega , nb gauge , G Omega , G Omega real nb ]


= HEM Omega(Q m, Pb gauge , Pset , Patm , v a r i a b l e ) %
contrapressao
2 % f u n c t i o n [ n , w , fluxo Omega , G Omega , G Omega real ] =
HEM Omega(Q m, P b t o t a l , x0 , v a r i a b l e ) % t i t u l o
3 function [ G Omega z , fluxo Omega ] = HEM Omega(Q m, Pb gauge ,
Pset , Patm , x0 , v a r i a b l e ) %v a r i a r ambos
4 %% 33−PSV−3016
5 p0 = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’C6 : C6 ’ ) ; %P s e t +
s o b r e p r e s s a o + Patm − bar−a
6 p0 = 10ˆ5∗ p0 ; % Pa−a
7 p9 = 0 . 9 ∗ p0 ; % Pa−a
8 P r e s s u r e = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’C6 : Z6 ’ ) ; % bar−a
9 D e n s i t y = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C77 : Z77 ’ ) ;

63
10 % Pressao em Pa−a
11 for i =1: length ( P r e s s u r e )
12 P r e s s u r e ( i ) = 10ˆ5∗ P r e s s u r e ( i ) ; % p r e s s a o em Pa−a
13 end
14

15 %% v a l o r e s de c o e f i c i e n t e s − API 520
16 Kc = 1 ; % nao ha u t i l i z a c a o do d i s c o de r u p t u r a
17 Kv = 1 ; % f l u i d o p o s s u i v i s c o s i d a d e normal
18 Kd API = 0 . 8 5 ; % v a l o r recomendado p e l a API
19 %% Metodo Omega
20

21 i f v a r i a b l e == 1 %% Variacao da c o n t r a p r e s s a o
22

23 rho0 = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C77 : C77 ’ ) ; % kg /m3


24 v0 = 1/ rho0 ; % m3/ kg
25 for i =1: length ( P r e s s u r e )
26 i f p9 > P r e s s u r e ( i )
27 target = i ;
28 rho9 = ( D e n s i t y ( i −1) − D e n s i t y ( i ) ) ∗ ( ( p9 −
P r e s s u r e ( i ) ) / ( P r e s s u r e ( i −1) − P r e s s u r e ( i ) ) ) +
Density ( i ) ;
29 break
30 end
31 end
32 v9 = 1/ rho9 ;
33

34 % C a l c u l o do Omega
35 w = 9∗( v9 / v0 − 1 ) ;
36

37 % C a l c u l o da p r e s s a o c r i t i c a
38 nc = ( 1 + ( 1 . 0 4 4 6 − 0 . 0 0 9 3 4 3 1 ∗wˆ ( 0 . 5 ) ) ∗wˆ( −0.56261) )
ˆ( −0.70356+0.014685∗ log (w) ) ; % r a z a o de p r e s s a o

64
critica
39 Pc = nc ∗p0 ; %Pa−a
40

41 % i n i c i a l i z a n d o as v a r i a v e i s nb gauge , P b t o t a l e Kb
42 nb gauge = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
43 P b t o t a l = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
44 nb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
45 n = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
46 fluxo Omega = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
47 G Omega = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
48 G Omega real nb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
49 Kb = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’Kb ’ , ’ B2 : B152 ’ ) ;
50

51 % Variacao da c o n t r a p r e s s a o
52 for k=1: length ( Pb gauge )
53 nb gauge ( k ) = Pb gauge ( k ) / Pset ;
54 P b t o t a l ( k ) = ( Pb gauge ( k ) + Patm ) ∗ 1 0 ˆ 5 ;
55 nb ( k ) = P b t o t a l ( k ) /p0 ;
56 i f Pc >= P b t o t a l ( k )
57 fluxo Omega ( k ) = 0 ; % c r i t i c o
58 n ( k ) = nc ;
59 G Omega ( k ) = n ( k ) ∗ sqrt ( ( p0 / ( v0∗w) ) ) ;
60 G Omega real nb ( k ) = G Omega ( k ) ∗Kb( k ) ∗Kc∗Kv∗
Kd API ;
61 else
62 fluxo Omega ( k ) = 1 ; % s u b c r i t i c o
63 n ( k ) = nb ( k ) ;
64 G Omega ( k ) = (( −2∗(w∗ log ( n ( k ) ) + (w−1)∗(1−n ( k ) ) )
) ˆ ( 1 / 2 ) ) / (w∗(1/ n ( k ) − 1 ) + 1 ) ∗ sqrt ( p0/ v0 ) ;
65 G Omega real nb ( k ) = G Omega ( k ) ∗Kb( k ) ∗Kc∗Kv∗
Kd API ;
66 end

65
67

68 end
69

70 e l s e i f v a r i a b l e == 2 % T i t u l o
71

72 r h o g = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C71 : Z71 ’ ) ;


73 r h o l = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C72 : Z72 ’ ) ;
74

75 nb = P b t o t a l /p0 ; % r a z a o de c o n t r a p r e s s a o
76 t i t u l o s = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS. x l s x ’ , ’ Simulacao
dos t i t u l o s ’ , ’ B3 : Y1002 ’ ) ;
77 Kb = 1 ; % nao ha c o n t r a p r e s s a o na s a i d a
78

79 % i n i c i a l i z a r v e t o r v p r e s s u r e com os s t e p s de f r a c a o de
vapor
80 v p r e s s u r e = zeros ( length ( x0 ) , length ( P r e s s u r e ) ) ; % mudar
a cada i t e r a c a o
81

82 % i n i c i a l i z a r v e t o r e s para o l o o p do t i t u l o
83 v0 = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
84 v9 = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
85 w = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
86 nc = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
87 n = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
88 Pc = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
89 fluxo Omega = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
90 G Omega = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
91 G Omega real = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
92

93 % loop
94 for k=1: length ( x0 )
95 for i =1: length ( P r e s s u r e )

66
96 v p r e s s u r e ( k , i ) = t i t u l o s ( k , i ) ∗(1/ r h o g ( i ) )+(1−
t i t u l o s ( k , i ) ) ∗(1/ r h o l ( i ) ) ;
97 end
98

99 for i i =1: length ( P r e s s u r e )


100 i f p9 > P r e s s u r e ( i i )
101 v9 ( k ) = ( v p r e s s u r e ( k , i i −1) − v p r e s s u r e ( k ,
i i ) ) ∗ ( ( p9 − P r e s s u r e ( i i ) ) / ( P r e s s u r e ( i i −1)
− Pressure ( i i ) ) ) + v pressure (k , i i ) ;
102 break
103 end
104 end
105 % C a l c u l o do volume e s p e c i f i c o i n i c i a l da m i s t u r a
106 v0 ( k ) = v p r e s s u r e ( k , 1 ) ;
107

108 % C a l c u l o do Omega
109 w( k ) = 9∗( v9 ( k ) / v0 ( k ) − 1 ) ;
110

111 % C a l c u l o da p r e s s a o c r i t i c a
112 nc ( k ) = ( 1 + ( 1 . 0 4 4 6 − 0 . 0 0 9 3 4 3 1 ∗w( k ) ˆ ( 0 . 5 ) ) ∗w( k )
ˆ( −0.56261) ) ˆ( −0.70356+0.014685∗ log (w( k ) ) ) ; %
r a z a o de p r e s s a o c r i t i c a
113 Pc ( k ) = nc ( k ) ∗p0 ; %Pa−a
114

115 % V e r i f i c a c a o da c o n d i c a o do escoamento e c a l c u l o do
f l u x o de massa
116 i f Pc ( k ) >= P b t o t a l
117 fluxo Omega ( k ) = 0 ; % c r i t i c o
118 n ( k ) = nc ( k ) ;
119 G Omega ( k ) = n ( k ) ∗ sqrt ( ( p0 / ( v0 ( k ) ∗w( k ) ) ) ) ;
120 G Omega real ( k ) = G Omega ( k ) ∗Kb∗Kc∗Kv∗Kd API ;
121 else

67
122 fluxo Omega ( k ) = 1 ; % s u b c r i t i c o
123 n ( k ) = nb ;
124 G Omega ( k ) = (( −2∗(w( k ) ∗ log ( n ( k ) ) + (w( k ) −1)∗(1−
n ( k ) ) ) ) ˆ ( 1 / 2 ) ) / (w( k ) ∗(1/ n ( k ) − 1 ) + 1 ) ∗ sqrt
( p0/ v0 ( k ) ) ;
125 G Omega real ( k ) = G Omega ( k ) ∗Kb∗Kc∗Kv∗Kd API ;
126 end
127

128

129 end
130

131 e l s e i f v a r i a b l e == 3
132 r h o g = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C71 : Z71 ’ ) ;
133 r h o l = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’ C72 : Z72 ’ ) ;
134 t i t u l o s = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS. x l s x ’ , ’ Simulacao
dos t i t u l o s ’ , ’ B3 : Y1002 ’ ) ;
135

136 % i n i c i a l i z a r v e t o r v p r e s s u r e com os s t e p s de f r a c a o de
vapor
137 v p r e s s u r e = zeros ( length ( x0 ) , length ( P r e s s u r e ) ) ; % mudar
a cada i t e r a c a o
138

139 % i n i c i a l i z a r v e t o r e s para o l o o p do t i t u l o
140 v0 = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
141 v9 = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
142 w = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
143 nc = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
144 Pc = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
145

146 % i n i c i a l i z a n d o as v a r i a v e i s nb gauge , P b t o t a l e Kb
147 nb gauge = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
148 P b t o t a l = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;

68
149 nb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
150 Kb = x l s r e a d ( ’ 33−PSV−3016 HYSYS ’ , ’Kb ’ , ’ B2 : B152 ’ ) ;
151

152 % i n i c i a l i z a r as v a r i a v e i s f i n a i s
153 fluxo Omega = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
154 n = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
155 G Omega = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
156 G Omega z = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
157 A Omega z = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
158

159 for k=1: length ( x0 ) % l i n h a − Variacao do t i t u l o


160 for i =1: length ( P r e s s u r e )
161 v p r e s s u r e ( k , i ) = t i t u l o s ( k , i ) ∗(1/ r h o g ( i ) )+(1−
t i t u l o s ( k , i ) ) ∗(1/ r h o l ( i ) ) ;
162 end
163

164 for i i =1: length ( P r e s s u r e )


165 i f p9 > P r e s s u r e ( i i )
166 v9 ( k ) = ( v p r e s s u r e ( k , i i −1) − v p r e s s u r e ( k ,
i i ) ) ∗ ( ( p9 − P r e s s u r e ( i i ) ) / ( P r e s s u r e ( i i −1)
− Pressure ( i i ) ) ) + v pressure (k , i i ) ;
167 break
168 end
169 end
170 % C a l c u l o do volume e s p e c i f i c o i n i c i a l da m i s t u r a
171 v0 ( k ) = v p r e s s u r e ( k , 1 ) ;
172

173 % C a l c u l o do Omega
174 w( k ) = 9∗( v9 ( k ) / v0 ( k ) − 1 ) ;
175

176 % C a l c u l o da p r e s s a o c r i t i c a
177 nc ( k ) = ( 1 + ( 1 . 0 4 4 6 − 0 . 0 0 9 3 4 3 1 ∗w( k ) ˆ ( 0 . 5 ) ) ∗w( k )

69
ˆ( −0.56261) ) ˆ( −0.70356+0.014685∗ log (w( k ) ) ) ; %
r a z a o de p r e s s a o c r i t i c a
178 Pc ( k ) = nc ( k ) ∗p0 ; %Pa−a
179

180 for j =1: length ( Pb gauge ) % c o l u n a − Variacao da


contrapressao
181 nb gauge ( j ) = Pb gauge ( j ) / Pset ;
182 P b t o t a l ( j ) = ( Pb gauge ( j ) + Patm ) ∗ 1 0 ˆ 5 ;
183 nb ( j ) = P b t o t a l ( j ) /p0 ;
184 i f Pc ( k ) >= P b t o t a l ( j )
185 fluxo Omega ( k , j ) = 0 ; % c r i t i c o
186 n ( k , j ) = nc ( k ) ;
187 G Omega ( k , j ) = n ( k , j ) ∗ sqrt ( ( p0 / ( v0 ( k ) ∗w( k ) ) )
);
188 G Omega z ( k , j ) = G Omega ( k , j ) ∗Kb( j ) ∗Kc∗Kv∗
Kd API ;
189 A Omega z ( k , j ) = ( 2 7 7 . 8 ∗Q m) /G Omega z ( k , j ) ;
% em mmˆ2
190 else
191 fluxo Omega ( k , j ) = 1 ; % s u b c r i t i c o
192 n ( k , j ) = nb ( j ) ;
193 G Omega ( k , j ) = (( −2∗(w( k ) ∗ log ( n ( k , j ) ) + (w( k
) −1)∗(1−n ( k , j ) ) ) ) ˆ ( 1 / 2 ) ) / (w( k ) ∗(1/ n ( k , j )
− 1 ) + 1 ) ∗ sqrt ( p0/ v0 ( k ) ) ;
194 G Omega z ( k , j ) = G Omega ( k , j ) ∗Kb( j ) ∗Kc∗Kv∗
Kd API ;
195 A Omega z ( k , j ) = ( 2 7 7 . 8 ∗Q m) /G Omega z ( k , j ) ;
196 end
197 end
198 end
199 end
200

70
201 end

A.4 Método HNE-DS

1 % f u n c t i o n [ n , w , fluxo HNE , e p s i l o n , Kd2ph , G HNE, G HNE real nb ]


= HNE DS saturated (T0 , Q m, x0 , Pb gauge , Pset , Patm , P0 , CpL0 ,
hLG , vL0 , vG0 , k , v a r i a b l e ) % c o n t r a p r e s s a o
2 % f u n c t i o n [ nc , w , fluxo HNE , e p s i l o n , Kd2ph , G HNE, G HNE real ] =
HNE DS saturated (T0 , Q m, x0 , P0 , P b t o t a l , CpL0 , hLG , vL0 , vG0 ,
k , variable ) % titulo
3 function [ G HNE z , fluxo HNE ] = HNE DS saturated (T0 , Q m, x0 , P0 ,
Pb gauge , Pset , Patm , CpL0 , hLG, vL0 , vG0 , k , v a r i a b l e ) % Variar
contrapressao e t i t u l o
4 %% V a r i a v e i s i m u t a v e i s
5 a = 2 / 5 ; % parametro para c a l c u l o do b o i l i n g d e l a y
c o e f f i c i e n t − escoamento s a t u r a d o em PSV
6

7 % % C o e f i c i e n t e s c e r t i f i c a d o s para v a l v u l a s API 526 LESER


8 Kd G = 0 . 8 0 1 ;
9 Kd L = 0 . 5 7 9 ;
10

11 %% Variacao da c o n t r a p r e s s a o
12 i f v a r i a b l e == 1
13

14 v0 = x0∗vG0 + (1−x0 ) ∗vL0 ; % volume e s p e c i f i c o i n i c i a l −


vG0 e vL0 permanecem c o n s t a n t e s − h i p o t e s e adotada
15

16 % C a l c u l o do parametro w (N=1)
17 w = ( x0 ∗vG0/ ( k∗v0 ) ) + ( CpL0∗P0∗T0/ v0 ) ∗ ( ( vG0 − vL0 ) /hLG)
ˆ2;
18

19 % C a l c u l o da r a z a o de p r e s s a o c r i t i c a
20 i f w >= 2

71
21 nc = 0 . 5 5 + 0 . 2 1 7 ∗ log (w) − 0 . 0 4 6 ∗ ( log (w) ) ˆ2 +
0 . 0 0 4 ∗ ( log (w) ) ˆ 3 ;
22 else
23 nc = ( 1 + ( 1 . 0 4 4 6 − 0 . 0 0 9 3 4 3 1 ∗wˆ ( 0 . 5 ) ) ∗wˆ( −0.56261) )
ˆ( −0.70356+0.014685∗ log (w) ) ;
24 end
25

26 % C a l c u l o do b o i l i n g d e l a y c o e f f i c i e n t
27 N = ( x0 + CpL0∗P0∗T0 ∗ ( ( vG0 − vL0 ) /hLGˆ2 ) ∗ log ( 1/ nc ) ) ˆ ( a ) ;
28

29 % R e c a l c u l a r w e nc
30 w = ( x0 ∗vG0/ ( k∗v0 ) ) + ( CpL0∗P0∗T0/ v0 ) ∗ ( ( vG0 − vL0 ) /hLG)
ˆ2 ∗ N;
31 i f w >= 2
32 nc = 0 . 5 5 + 0 . 2 1 7 ∗ log (w) − 0 . 0 4 6 ∗ ( log (w) ) ˆ2 +
0 . 0 0 4 ∗ ( log (w) ) ˆ 3 ;
33 else
34 nc = ( 1 + ( 1 . 0 4 4 6 − 0 . 0 0 9 3 4 3 1 ∗wˆ ( 0 . 5 ) ) ∗wˆ( −0.56261) )
ˆ( −0.70356+0.014685∗ log (w) ) ;
35 end
36

37 % i n i c i a l i z a n d o as v a r i a v e i s n b g a u g e e P b t o t a l
38 nb gauge = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
39 P b t o t a l = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
40 nb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
41 fluxo HNE = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
42 G HNE = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
43 n = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
44 C = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
45 e p s i l o n = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
46 Kd2ph = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
47 G HNE real nb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;

72
48

49 % Variacao da c o n t r a p r e s s a o
50 for j =1: length ( Pb gauge )
51 nb gauge ( j ) = Pb gauge ( j ) / Pset ;
52 P b t o t a l ( j ) = ( Pb gauge ( j ) + Patm ) ∗ 1 0 ˆ 5 ;
53 nb ( j ) = P b t o t a l ( j ) /P0 ;
54 % V e r i f i c a c a o da c o n d i c a o de escoamento e da r a z a o
de p r e s s a o c r i t i c a
55 i f nc >= nb ( j )
56 fluxo HNE ( j ) = 0 ; % c r i t i c o
57 n ( j ) = nc ;
58 C( j ) = ( sqrt (w∗ log ( 1/ n ( j ) ) − (w−1)∗(1−n ( j ) ) ) ) / (w
∗(1/ n ( j ) −1)+1) ;
59 G HNE( j ) = C( j ) ∗ sqrt (2∗ P0/ v0 ) ;
60 e p s i l o n ( j ) = 1 − ( vL0 / ( v0 ∗(w∗(1/ n ( j ) − 1 ) +1) ) ) ;
% v o i d f r a c t i o n na g a r g a n t a
61 Kd2ph ( j ) = Kd G∗ e p s i l o n ( j ) + (1− e p s i l o n ( j ) ) ∗Kd L
; % c o e f i c i e n t e de d e s c a r g a para o escoamento
bifasico
62 G HNE real nb ( j ) = Kd2ph ( j ) ∗ G HNE( j ) ; % f l u x o
de massa r e a l na PSV
63 else
64 fluxo HNE ( j ) = 1 ; % s u b c r i t i c o
65 n ( j ) = nb ( j ) ;
66 C( j ) = ( sqrt (w∗ log ( 1/ n ( j ) ) − (w−1)∗(1−n ( j ) ) ) ) / (w
∗(1/ n ( j ) −1)+1) ;
67 G HNE( j ) = C( j ) ∗ sqrt (2∗ P0/ v0 ) ;
68 e p s i l o n ( j ) = 1 − ( vL0 / ( v0 ∗(w∗(1/ n ( j ) − 1 ) +1) ) ) ;
% v o i d f r a c t i o n na g a r g a n t a
69 Kd2ph ( j ) = Kd G∗ e p s i l o n ( j ) + (1− e p s i l o n ( j ) ) ∗Kd L
; % c o e f i c i e n t e de d e s c a r g a para o escoamento
bifasico

73
70 G HNE real nb ( j ) = Kd2ph ( j ) ∗ G HNE( j ) ; % f l u x o
de massa r e a l na PSV
71 end
72 end
73

74 %% Variacao do t i t u l o
75 e l s e i f v a r i a b l e == 2
76

77 % I n i c i a l i z a c a o das v a r i a v e i s
78 v0 = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
79 w = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
80 nc = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
81 N = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
82 nb = P b t o t a l /P0 ; % r a z a o de c o n t r a p r e s s a o
83 n = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
84 C = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
85 fluxo HNE = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
86 G HNE = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
87 G HNE real = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
88 e p s i l o n = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
89 Kd2ph = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
90

91 % loop
92 for j =1: length ( x0 )
93 v0 ( j ) = x0 ( j ) ∗vG0 + (1−x0 ( j ) ) ∗vL0 ; % volume
e s p e c i f i c o i n i c i a l − vG0 e vL0 permanecem
c o n s t a n t e s − h i p o t e s e adotada
94

95 % C a l c u l o do parametro w (N=1)
96 w( j ) = ( x0 ( j ) ∗vG0/ ( k∗v0 ( j ) ) ) + ( CpL0∗P0∗T0/ v0 ( j ) ) ∗ ( (
vG0 − vL0 ) /hLG) ˆ 2 ;
97

74
98 % C a l c u l o da r a z a o de p r e s s a o c r i t i c a
99 i f w( j ) >= 2
100 nc ( j ) = 0 . 5 5 + 0 . 2 1 7 ∗ log (w( j ) ) − 0 . 0 4 6 ∗ ( log (w( j )
) ) ˆ2 + 0 . 0 0 4 ∗ ( log (w( j ) ) ) ˆ 3 ;
101 else
102 nc ( j ) = ( 1 + ( 1 . 0 4 4 6 − 0 . 0 0 9 3 4 3 1 ∗w( j ) ˆ ( 0 . 5 ) ) ∗w( j )
ˆ( −0.56261) ) ˆ( −0.70356+0.014685∗ log (w( j ) ) ) ;
103 end
104

105 % C a l c u l o do b o i l i n g d e l a y c o e f f i c i e n t
106 N( j ) = ( x0 ( j ) + CpL0∗P0∗T0 ∗ ( ( vG0 − vL0 ) /hLGˆ2 ) ∗ log
( 1/ nc ( j ) ) ) ˆ ( a ) ;
107

108 % R e c a l c u l a r w e nc
109 w( j ) = ( x0 ( j ) ∗vG0/ ( k∗v0 ( j ) ) ) + ( CpL0∗P0∗T0/ v0 ( j ) ) ∗ ( (
vG0 − vL0 ) /hLG) ˆ2 ∗ N( j ) ;
110 i f w( j ) >= 2
111 nc ( j ) = 0 . 5 5 + 0 . 2 1 7 ∗ log (w( j ) ) − 0 . 0 4 6 ∗ ( log (w( j )
) ) ˆ2 + 0 . 0 0 4 ∗ ( log (w( j ) ) ) ˆ 3 ;
112 else
113 nc ( j ) = ( 1 + ( 1 . 0 4 4 6 − 0 . 0 0 9 3 4 3 1 ∗w( j ) ˆ ( 0 . 5 ) ) ∗w( j )
ˆ( −0.56261) ) ˆ( −0.70356+0.014685∗ log (w( j ) ) ) ;
114 end
115

116 % V e r i f i c a c a o da c o n d i c a o de escoamento e da r a z a o
de p r e s s a o c r i t i c a
117 i f nc ( j ) >= nb
118 fluxo HNE ( j ) = 0 ; % c r i t i c o
119 n ( j ) = nc ( j ) ;
120 C( j ) = ( sqrt (w( j ) ∗ log ( 1/ n ( j ) ) − (w( j ) −1)∗(1−n ( j )
) ) ) / (w( j ) ∗(1/ n ( j ) −1)+1) ;
121 G HNE( j ) = C( j ) ∗ sqrt (2∗ P0/ v0 ( j ) ) ;

75
122 e p s i l o n ( j ) = 1 − ( vL0 / ( v0 ( j ) ∗(w( j ) ∗(1/ n ( j ) − 1 )
+1) ) ) ; % v o i d f r a c t i o n na g a r g a n t a
123 Kd2ph ( j ) = Kd G∗ e p s i l o n ( j ) + (1− e p s i l o n ( j ) ) ∗Kd L
; % c o e f i c i e n t e de d e s c a r g a para o escoamento
bifasico
124 G HNE real ( j ) = Kd2ph ( j ) ∗ G HNE( j ) ; % f l u x o de
massa r e a l na PSV
125 else
126 fluxo HNE ( j ) = 1 ; % s u b c r i t i c o
127 n ( j ) = nb ;
128 C( j ) = ( sqrt (w( j ) ∗ log ( 1/ n ( j ) ) − (w( j ) −1)∗(1−n ( j )
) ) ) / (w( j ) ∗(1/ n ( j ) −1)+1) ;
129 G HNE( j ) = C( j ) ∗ sqrt (2∗ P0/ v0 ( j ) ) ;
130 e p s i l o n ( j ) = 1 − ( vL0 / ( v0 ( j ) ∗(w( j ) ∗(1/ n ( j ) − 1 )
+1) ) ) ; % v o i d f r a c t i o n na g a r g a n t a
131 Kd2ph ( j ) = Kd G∗ e p s i l o n ( j ) + (1− e p s i l o n ( j ) ) ∗Kd L
; % c o e f i c i e n t e de d e s c a r g a para o escoamento
bifasico
132 G HNE real ( j ) = Kd2ph ( j ) ∗ G HNE( j ) ; % f l u x o de
massa r e a l na PSV
133 end
134 end
135

136 %% Variacao da c o n t r a p r e s s a o e do t i t u l o
137 e l s e i f v a r i a b l e == 3
138 % I n i c i a l i z a c a o das v a r i a v e i s
139 v0 = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
140 w = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
141 nc = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
142 N = zeros ( length ( x0 ) , 1 ) ;
143 nb gauge = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
144 P b t o t a l = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;

76
145 nb = zeros ( 1 , length ( Pb gauge ) ) ;
146 fluxo HNE = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
147 G HNE = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
148 G HNE z = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
149 n = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
150 C = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
151 e p s i l o n = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
152 Kd2ph = zeros ( length ( x0 ) , length ( Pb gauge ) ) ;
153

154 % loop
155 for j =1: length ( x0 )
156 v0 ( j ) = x0 ( j ) ∗vG0 + (1−x0 ( j ) ) ∗vL0 ; % volume
e s p e c i f i c o i n i c i a l − vG0 e vL0 permanecem
c o n s t a n t e s − h i p o t e s e adotada
157

158 % C a l c u l o do parametro w (N=1)


159 w( j ) = ( x0 ( j ) ∗vG0/ ( k∗v0 ( j ) ) ) + ( CpL0∗P0∗T0/ v0 ( j ) ) ∗ ( (
vG0 − vL0 ) /hLG) ˆ 2 ;
160

161 % C a l c u l o da r a z a o de p r e s s a o c r i t i c a
162 i f w( j ) >= 2
163 nc ( j ) = 0 . 5 5 + 0 . 2 1 7 ∗ log (w( j ) ) − 0 . 0 4 6 ∗ ( log (w( j )
) ) ˆ2 + 0 . 0 0 4 ∗ ( log (w( j ) ) ) ˆ 3 ;
164 else
165 nc ( j ) = ( 1 + ( 1 . 0 4 4 6 − 0 . 0 0 9 3 4 3 1 ∗w( j ) ˆ ( 0 . 5 ) ) ∗w( j )
ˆ( −0.56261) ) ˆ( −0.70356+0.014685∗ log (w( j ) ) ) ;
166 end
167

168 % C a l c u l o do b o i l i n g d e l a y c o e f f i c i e n t
169 N( j ) = ( x0 ( j ) + CpL0∗P0∗T0 ∗ ( ( vG0 − vL0 ) /hLGˆ2 ) ∗ log
( 1/ nc ( j ) ) ) ˆ ( a ) ;
170

77
171 % R e c a l c u l a r w e nc
172 w( j ) = ( x0 ( j ) ∗vG0/ ( k∗v0 ( j ) ) ) + ( CpL0∗P0∗T0/ v0 ( j ) ) ∗ ( (
vG0 − vL0 ) /hLG) ˆ2 ∗ N( j ) ;
173 i f w( j ) >= 2
174 nc ( j ) = 0 . 5 5 + 0 . 2 1 7 ∗ log (w( j ) ) − 0 . 0 4 6 ∗ ( log (w( j )
) ) ˆ2 + 0 . 0 0 4 ∗ ( log (w( j ) ) ) ˆ 3 ;
175 else
176 nc ( j ) = ( 1 + ( 1 . 0 4 4 6 − 0 . 0 0 9 3 4 3 1 ∗w( j ) ˆ ( 0 . 5 ) ) ∗w( j )
ˆ( −0.56261) ) ˆ( −0.70356+0.014685∗ log (w( j ) ) ) ;
177 end
178

179 % Variacao da c o n t r a p r e s s a o
180 for b=1: length ( Pb gauge )
181 nb gauge ( b ) = Pb gauge ( b ) / Pset ;
182 P b t o t a l ( b ) = ( Pb gauge ( b ) + Patm ) ∗ 1 0 ˆ 5 ;
183 nb ( b ) = P b t o t a l ( b ) /P0 ;
184

185 % V e r i f i c a c a o da c o n d i c a o de escoamento e da r a z a o
de p r e s s a o c r i t i c a
186 i f nc ( j ) >= nb ( b )
187 fluxo HNE ( j , b ) = 0 ; % c r i t i c o
188 n ( j , b ) = nc ( j ) ;
189 C( j , b ) = ( sqrt (w( j ) ∗ log ( 1/ n ( j , b ) ) − (w( j ) −1)
∗(1−n ( j , b ) ) ) ) / (w( j ) ∗(1/ n ( j , b ) −1)+1) ;
190 G HNE( j , b ) = C( j , b ) ∗ sqrt (2∗ P0/ v0 ( j ) ) ;
191 e p s i l o n ( j , b ) = 1 − ( vL0 / ( v0 ( j ) ∗(w( j ) ∗(1/ n ( j ,
b ) − 1 ) +1) ) ) ; % v o i d f r a c t i o n na g a r g a n t a
192 Kd2ph ( j , b ) = Kd G∗ e p s i l o n ( j , b ) + (1− e p s i l o n (
j , b ) ) ∗Kd L ; % c o e f i c i e n t e de d e s c a r g a
para o escoamento b i f a s i c o
193 G HNE z ( j , b ) = Kd2ph ( j , b ) ∗ G HNE( j , b ) ; %
f l u x o de massa r e a l na PSV

78
194 else
195 fluxo HNE ( j , b ) = 1 ; % s u b c r i t i c o
196 n ( j , b ) = nb ( b ) ;
197 C( j , b ) = ( sqrt (w( j ) ∗ log ( 1/ n ( j , b ) ) − (w( j ) −1)
∗(1−n ( j , b ) ) ) ) / (w( j ) ∗(1/ n ( j , b ) −1)+1) ;
198 G HNE( j , b ) = C( j , b ) ∗ sqrt (2∗ P0/ v0 ( j ) ) ;
199 e p s i l o n ( j , b ) = 1 − ( vL0 / ( v0 ( j ) ∗(w( j ) ∗(1/ n ( j ,
b ) − 1 ) +1) ) ) ; % v o i d f r a c t i o n na g a r g a n t a
200 Kd2ph ( j , b ) = Kd G∗ e p s i l o n ( j , b ) + (1− e p s i l o n (
j , b ) ) ∗Kd L ; % c o e f i c i e n t e de d e s c a r g a
para o escoamento b i f a s i c o
201 G HNE z ( j , b ) = Kd2ph ( j , b ) ∗ G HNE( j , b ) ; %
f l u x o de massa r e a l na PSV
202 end
203 end
204 end
205

206 end
207 end

79

Você também pode gostar