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Rio de Janeiro
Fevereiro de 2017
ANÁLISE PRELIMINAR DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE UMA
ALTERNATIVA SUBSEA TO SHORE PARA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO.
Banca Examinadora:
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FEVEREIRO DE 2017
Cordon, Marco Diogo Montenegro
III
AGRADECIMENTOS
Ao professor Marcelo Igor Lourenço de Souza pela prontidão em orientar sempre que
possível.
Um agradecimento em especial à minha amada mãe Norma que esteve sempre comigo e
disposta a oferecer o que estivesse ao seu alcance para ajudar.
IV
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval.
Fevereiro/2017
Para obtenção das receitas, a simulação da evolução de preços do petróleo foi tratada com a
utilização do processo estocástico de Movimento Browniano Geométrico (MGB). Distribuições
do Valor Presente Líquido foram obtidas através do método do fluxo de caixa descontado
(FCD) para 100.000 iterações realizadas no software @RISK, segundo a aplicação do método de
Monte Carlo, em seu caráter estatístico.
Por fim, foram considerados seis cenários de abandono da produção cujo propósito é reconhecer
a influência da flexibilidade gerencial em cada modelo e, com base na teoria das opções reais,
reconhecer os impactos da opção ao longo do tempo sobre projetos de maior capital afundado e
menores custos operacionais em relação a modelos opostos.
Fevereiro/2017
This work consists basically in the modeling of two oil exploration and production systems in
the software QUE$TOR, that is, the subsea to shore system and the conventional production
system with Stationary Production Unit of the FPSO type.
Through the software QUE$TOR, the CAPEX and OPEX of the entire project were estimated
and each component of these costs was recognized in a discriminatory way according to their
nature, in order to adequately deal with the uncertainties associated with these estimates through
probabilistic distributions.
In order to obtain the revenues, the simulation of oil price evolution was treated with the
stochastic process of Geometric Brownian Movement (GBM). Net Present Value distributions
were obtained through the discounted cash flow method (FCD) for 100,000 iterations performed
in @RISK software, according to the Monte Carlo method, in its statistical character.
Finally, six production abandonment scenarios were considered, whose purpose is to recognize
the influence of managerial flexibility in each model and, based on the theory of real options, to
recognize the impacts of the option over time on projects with higher sunk and lower capital
Operational costs compared to opposite models.
Keywords: CAPEX, Net Present Value, Oil Production, Subsea to Shore, Monte Carlo Method.
VI
ÍNDICE
1 Introdução................................................................................................................ 14
VIII
Lista de Figuras
Figura 4-3: Layout da modelagem do sistema subsea t o shore. (Fonte: Software IHS
QUE$TOR). .................................................................................................................... 45
Figura 4-4: Layout do sistema submarino no subsea to shore. (Fonte: Software IHS
QUE$TOR). .................................................................................................................... 47
IX
Lista de Tabelas
X
Tabela 5-20: Custo equipamento Topside ...................................................................... 66
Tabela 7-2: Valores esperados para o custo total e desvio padrão no cenário
convencional. ................................................................................................................ 111
XII
Lista de Gráficos
Gráfico 6-3: (a) Distribuição Uniforme no fator de correção; (b) distribuição do custo de
mão de obra em 2024...................................................................................................... 96
Gráfico 6-6: Distribuição do custo offshore sob risco assistemático no ano 2024 ......... 99
Gráfico 6-7: Comportamento correlacionado das séries de erros para dada iteração da
simulação. ..................................................................................................................... 100
Gráfico 6-8: Distribuição de probabilidade do custo offshore no ano de 2024 para uma
dada iteração. ................................................................................................................ 101
Gráfico 6-9: Curva de evolução do preço do petróleo por MGB. ................................ 102
Gráfico 7-2: Curva de fluxos de custos descontados no sistema subsea to shore. ....... 109
Gráfico 7-4: Diferença dos valores esperados dos custo totais entre os sistemas ao longo
dos cenários. ................................................................................................................. 112
XIII
1 Introdução
A exploração petrolífera nos dias atuais é, em sua maior parte, concentrada em alto
mar. Cada vez mais, são descobertos reservatórios em regiões mais distantes da costa
sob lâminas d’água cada vez mais profundas, exigindo assim, tecnologias ainda mais
modernas para exploração e produção no campo.
14
FPSO. Adicionalmente, buscou-se avaliar e discutir a importância que a flexibilidade de
projetos de desenvolvimento e produção de óleo exercem na opção do abandono e sua
influência no desempenho do projeto.
Diante deste contexto, não faz parte do escopo deste trabalho concluir qual é o
sistema mais viável economicamente para a implantação em outros campos como
consolidação do sistema subsea to shore, uma vez que as análises de viabilidade
realizadas nesta monografia são dadas sob premissas e hipóteses que desconsideram um
número de particularidades que naturalmente diferenciam estes cenários de produção e
interferem no processo decisório do investidor, além de não se possuir elementos
suficientes para tal. Neste sentido, características do campo como lâmina d’água e
distância à costa são determinantes para a decisão de um sistema em detrimento a outro,
portanto mesmo que um cenário se mostre economicamente mais interessante ao
investidor, certamente sua implantação em outras condições levaria a diferentes
resultados.
15
No capítulo 6 são tratadas as incertezas do CAPEX, OPEX e descomissionamento,
além da simulação da evolução dos preços futuros do petróleo que compõe o fluxo de
receitas dos projetos.
16
2 Revisão da Bibliográfica
A revisão bibliográfica deste trabalho será abordada sob duas vertentes. A primeira
diz respeito à descrição dos principais sistemas que compõem o cenário de
desenvolvimento e produção de óleo e gás em campos offshore. A segunda aborda
conceitos de análise de investimento com a teoria das opções reais e fluxo de caixa
descontado, além de conceitos de natureza estatística como o Método de Monte Carlo e
Método do Movimento Browniano Geométrico como bases ferramentais para o estudo
realizado neste trabalho.
Usada para lâminas d’água na faixa de 10 m a 200 m, sendo em casos especiais até
430 m, apresenta boa estabilidade, porém não tem capacidade de armazenamento e
possui pequena capacidade de alterações ao longo do desenvolvimento do campo. São
instaladas no solo através de estacas e apresentam uma estrutura treliçada composta por
elementos tubulares de aço. Um exemplo deste tipo de plataforma é apresentado na
Figura 2-1.
17
As suas características marcantes são que o equipamento de cabeça de poço pode ser
instalado na plataforma (completação seca), permitindo acesso direto ao poço e o
acompanhamento e controle da produção sem qualquer dificuldade, sendo utilizável
apenas em lâmina d’água rasa [1].
2.1.1.2 Auto-Elevatórias
Estas plataformas são de fácil conversão para pequenas plantas e apresentam boa
disponibilidade no mercado. Entretanto a área do convés é extremamente pequena e a
jack-up não possui capacidade de armazenamento tornando sua implementação restrita a
condições bem particulares [2].
18
Figura 2-2: Plataforma do tipo Jaqueta. Fonte: www.isiengenharia.com.br
2.1.1.3 Torre-Complacente
19
Os tendões consistem de tubos de aço conectados ao fundo a partir de uma junta
giratória. A força gerada pelo empuxo da plataforma traciona os tendões e restringe os
movimentos de heave. Devido à rigidez do sistema os movimentos laterais são também
restritos (surge e sway). Os movimentos de rotação (roll, pitch e yaw) praticamente não
existem. As amplitudes dos movimentos aumentam com o aumento da profundidade de
instalação destas plataformas [3].
A plataforma flutuante spar buoy é apoiada sobre um ou mais cilindros metálicos que
podem ser compostos alternativamente de uma estrutura treliçada e, portanto, são
plataformas de calado profundo geralmente ancoradas por linhas tensionadas como
ilustrado na Figura 2-4. Esta plataforma possui sistemas de produção, processamento e
transbordo podendo utilizar risers rígidos.
20
O convés é suportado por um cilindro vertical e possui área razoável. A spar buoy
possui flexibilidade para carga no convés e capacidade de armazenamento além de
permitir completação seca dos poços.
21
ancoragem é composto por 8 a 12 âncoras e cabos e/ou correntes, que atuam como
molas, produzindo esforços capazes de restaurar a posição da plataforma quando a
mesma sofre a ação das ondas, ventos e correntes.
No Brasil, este tipo de UEP é amplamente utilizada como a P-34, P-53 e P-58 [4]. A
figura ilustra o FPSO P-50 com a descrição dos principais módulos de produção no
topside.
24
Este equipamento é conectado há um ou mais flowlines para o escoamento da produção
ou injeção, geralmente ligada a manifolds. O controle e manutenção destes
componentes em águas profundas são realizados por veículos remotos (ROV).
2.1.2.3 Manifold
No caso de injeção de gás e água, o manifold tem como função distribuir para os
poços injetores os fluidos separados no separador em um processamento primário
realizado na UEP ou no leito marinho. Vale ressaltar que um único manifold mais
robusto e complexo, pode conter ambas as funções de produção e injeção, como é o
caso do manifold adotado nos modelos de produção deste trabalho.
25
Figura 2-8: Representação de um Manifold. (Fonte: www.fishsafe.eu )
26
Figura 2-9: Estrutura interna de uma BCSS.
Vale ressaltar que a utilização desse sistema traz importantes desvantagens quanto ao
elevado custo de aquisição, instalação e manutenção. Neste trabalho, a adoção de BCSS
como método de elevação artificial se deu no cenário subsea to shore e não deve ser
instalada em poços onde se espera elevada produção de areia ou razão gás-óleo (RGO).
No cenário subsea to shore modelado neste trabalho, foram utilizadas duas bombas
deste tipo, uma em cada pipeline bifásico de escoamento para auxiliar o rebombeio da
produção até a planta de processamento na costa.
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2.1.2.6 Subsea Raw water Injection System
Assim como a bomba multifásica submersa hélico axial, o sistema Subsea Raw
Water Injection (SRWI) foi desenvolvido pela Petrobras em conjunto com a Framo
Engenharia e atualmente está implantado no Campo de Barracuda.
Este sistema recolhe a água do mar a 100 m acima do leito marinho (devido a
contagem e calibragem das partículas sólidas, concentração de bactérias e de oxigênio
dissolvido), em seguida, a água do mar coletada passa por um filtro instalado para um
mínimo tratamento resultando em um impacto muito menor ao longo do processo.
Após, a água vai diretamente para a ANM para ser injetada no reservatório do produtor.
Este complexo sistema é com posto por módulos de captação de água do mar,
bomba, sistema submarino de controle e monitoramento e unidade de potência
hidráulica, como ilustrado na Figura 2-10.
28
Vale ressaltar que a água pode ser tanto um elemento favorável quanto desfavorável
ao escoamento, dependendo do tipo de óleo, bem a forma como a mesma se encontra na
mistura. Devido à presença da água e dependendo do tipo de óleo poderá haver
formação de emulsões que na maioria das vezes causam um aumento na viscosidade da
mistura e prejudicam o escoamento. Quando a água está no formato livre ocorre o
oposto e o escoamento é favorecido, reduzindo a viscosidade do fluido. Óleos pesados
possuem maior facilidade para a formação de emulsão. A separação da água é indicada
em função de reduzir os riscos de problemas de garantia de escoamento, como por
exemplo, a formação de hidratos [6].
O modelo referente ao cenário subsea to shore projetado neste trabalho é utiliza este
equipamento de modo que a água de formação segregada se mistura com a água do mar
captada pelo SRWI para reinjeção nos poços injetores.
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2.2 Métodos de Simulação Utilizados
𝑑𝑃 = 𝛼𝑃𝑑𝑡 + 𝜎𝑃𝑑𝑧
𝑑𝑧 = 𝜀 𝑑𝑡
𝜀~𝑁 0,1 ,
que é a distribuição normal padrão reduzida, cuja média é nula e o desvio padrão
unitário.
𝑝 = 𝑙𝑛𝑃,
Por outro lado, o Lema de Ito mostra que uma função 𝑝 de P e de t segue o processo
[9]:
𝜕𝑝 𝜕𝑝 1 𝜕 2 2 2 𝜕𝑝
𝑑𝑝 = 𝛼𝑃 + + 2
𝜎 𝑃 𝑑𝑡 + 𝛼𝑃𝑑𝑧
𝜕𝑃 𝜕𝑡 2 𝜕𝑃 𝜕𝑃
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Substituindo-se as derivadas parciais na primeira equação, segue que o processo
seguido por 𝑝 é
𝑑𝑝 = 𝛼 − 0,5𝜎 2 𝑑𝑡 + 𝜎𝑑𝑧
Como 𝛼 e 𝜎 são constantes, a equação acima indica que 𝑝 = 𝑙𝑛𝑃 segue o Movimento
Browniano Aritmético (MAB) simples [9]. Este MAB para 𝑝 = 𝑙𝑛𝑃 tem taxa constante
de tendência 𝛼 − 0,5𝜎 2 e taxa constante de variância 𝜎 2 . A mudança de 𝑝 = 𝑙𝑛𝑃 entre
o tempo zero e algum tempo t tem, portanto, distribuição normal com média
𝐸 𝑑𝑝 = 𝛼 − 0,5𝜎 2 𝑡
E variância
𝑉𝑎𝑟 𝑑𝑝 = 𝜎 2 𝑡
𝑑𝑝~𝑁[ 𝛼 − 0,5𝜎 2 𝑇; 𝜎 2 𝑇]
𝑃𝑡
𝑙𝑛𝑃𝑡 − 𝑙𝑛𝑃0 = 𝑙𝑛 ~𝑁[ 𝛼 − 0,5𝜎 2 𝑇; 𝜎 2 𝑇]
𝑃0
Portanto
Como 𝑙𝑛𝑃 tem distribuição normal, 𝑃 tem distribuição lognormal. Desta maneira, 𝑃
pode assumir qualquer valor acima de zero. Assim, quando se utiliza o MGB como
modelo de volatilidade para 𝑃, fica implícita a hipótese que a distribuição de
probabilidade de 𝑃 é lognormal. Das propriedades da distribuição lognormal, conforme
Hull [10] pode ser mostrado que para quando 𝑃𝑡 = 𝑃0 , tem-se a esperança e a variância
de 𝑃𝑡 expressa por
𝐸 𝑑𝑝 = 𝑃0 𝑒 𝛼𝑡
E variância
31
2𝑡
𝑉𝑎𝑟 𝑃𝑡 = 𝑃0 2 𝑒 2𝛼𝑡 𝑒 𝜎 −1
33
As despesas podem ser classificadas em investimentos de capital como “capital
Expenditures” (CAPEX) ou despesas operacionais caracterizando-se em “Operacional
Expenditures” (OPEX).
Sob condição livre de incerteza, isto é, em uma suposição de um caso em que todos
os parâmetros que compõe as receitas e despesas de um projeto sejam constantes e
conhecidos, pode-se estimar o fluxo de caixa líquido anualizado de um projeto segundo
a equação:
onde:
Logo, o Valor Presente Líquido para um projeto com T anos de produção é expresso
por:
𝑇
𝐹𝐶𝐿𝑖
𝑉𝑃𝐿 = − 𝐼0
(1 + 𝑟)𝑖
𝑖=0
O cenário empresarial atual é altamente competitivo e incerto, onde cada vez mais, é
vital gerenciar empresas de uma maneira flexível e rever constantemente estratégias e
planos antes concebidos, sobretudo quando as quantias envolvidas são na ordem de
bilhões.
35
distribuição de probabilidade do VPL de um projeto, expandindo o valor real da
oportunidade de um investimento e limitando as potenciais perdas [9].
Para captar o valor da opção do abandono o VPL precisa ser remodelado para:
Embora o escopo deste trabalho não seja quantificar o valor da opção de abandono
do projeto nos cenários convencional e subsea to shore, captar o sentimento da
relevância que a flexibilidade gerencial pode trazer ao valor do projeto ao longo do
horizonte decisório e a diferença desta flexibilidade sobre projetos que apresentam
maior CAPEX e menor OPEX em relação a outro projeto que se mostra oposto, faz
parte das discussões apresentadas neste trabalho.
3 Metodologia de Pesquisa
36
seguida foi reconhecido discriminadamente cada componente destes custos de acordo
com sua natureza, a fim de se tratar adequadamente as incertezas associadas às estas
estimativas através de distribuições probabilísticas.
Em cada modelo, o valor do projeto foi estimado pelo método do fluxo de caixa
descontado (FCD), que essencialmente desconta um fluxo de caixa líquido esperado
(valor das entradas e saídas do projeto) a uma taxa de desconto constante que considera
o risco destes eventos no tempo.
Embora não seja o cenário ideal para avaliação do valor da opção da flexibilidade
gerencial no abandono do projeto com base na teoria das opções reais, ainda sim esta
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abordagem possibilita reconhecer os efeitos desta opção ao longo do tempo sobre
projetos de maior capital afundado e menores custos operacionais em relação a modelos
de menor investimento afundado e maiores custos operacionais.
O campo modelo para análise deste trabalho é inspirado no campo de Voador, que se
encontra na Bacia de Campos, a noroeste do Campo de Marlim, a cerca de 160 km do
município de Macaé, no estado do Rio de Janeiro e possui dimensões aproximadas de
6,1 km de comprimento por 5,3 km de largura, sob lâmina d’água que varia entre 400 a
700 metros. Para as bases do projeto, foi considerada a lâmina d’água de 610 metros. A
temperatura média máxima ambiente de 28 °C e temperatura média do mar de 10 °C.
Estas informações foram obtidas através do banco de dados de poços georreferenciados
IHS-EDIN.
38
A densidade do óleo do reservatório é de 20,5°API e o gás tem peso molecular de 30
g/mol com percentual de CO2 de 0,295%. A presença de H2S foi desconsiderada. Para
efeitos de projeto, a relação inicial entre a vazão de água e a vazão total de líquido
(watercut) medidos em uma condição padrão foi assumida como 10%.
A premissa assumida neste trabalho é que o perfil de produção modelado tem pico de
produção de óleo de 30,8 mil barris por dia, 17 anos de vida produtiva da reserva até o
esgotamento, previsão de cinco anos desde o inicio da produção até ser alcançado o
plateau, onde o campo apresenta máxima produtividade de 10,5 milhões de barris no
ano de 2024 com as instalações offshore operando em plena capacidade.
39
óleo de 488 pés cúbicos por barril. No Gráfico 4-1 pode ser vista a curva do perfil de
produção de óleo definida no QUE$TOR em milhões de barris por ano.
12,0
10,0
Vazão Óleo MMbbl/ano
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Anos de Produção
À medida que o poço perde sua capacidade de produção de óleo, a geração de água
aumenta gradativamente de modo que quanto maior o tempo de produção, mais água é
gerada. A injeção de água tem importante contribuição para manter a pressão no
reservatório adequada à manutenção da eficiência produtiva. A Figura 4-1 mostra o
layout da modelagem do sistema convencional no QUE$TOR subdividido em grupos de
topside com a planta de processo, FPSO com o casco, poços de perfuração, sistemas
submarinos e o pipeline de exportação de gás até a costa, como será melhor abordado no
tópico 5.
41
Figura 4-1: Layout da modelagem do sistema convencional. (Fonte: Software IHS QUE$TOR).
A produção é escoada desde as sete árvores de natal molhadas de produção por sete
linhas flexíveis de 4 polegadas de diâmetro com pressão máxima de entrada de 83,25
bar ao longo de um quilômetro até o manifold de distribuição e possui pressão máxima
de saída de 77,53 bar.
42
Já o escoamento do gás após o processamento no topside se dá ao longo do flowline
de gás rígido composto por aço carbono de diâmetro 8 polegadas e cuja extensão total é
de 160 km. A pressão de chegada no terminal de Cabiúnas é de 15 bar.
Figura 4-2: Layout do sistema submarino no cenário convencional. (Fonte: Software IHS QUE$TOR).
43
4.5 Modelagem do Sistema Subsea to Shore
44
formação, reduzindo a possibilidade de incompatibilidade entres as águas, idealização
assumida de acordo com a utilização deste equipamento no campo de Barracuda.
A produção de óleo e de gás, após o separador, escoará para a costa através de dois
pipelines bifásicos de aço carbono cada qual com 160 quilômetros de extensão até o
terminal idealizado, inspirado na mesma distância do Campo de Voador ao terminal de
Cabiúnas.
A adoção de somente uma bomba em cada pipeline nesta posição se deve a queda de
pressão acentuada nos dutos rígidos devido à declividade do leito marinho de 140
metros no trecho de 5 km em relação a 470 metros no restante do trajeto de 155 km. As
bombas de 802 HP de potência são suficientes para entregar o produto ao terminal á
pressão desejada de 15 bar. A Figura 4-3 mostra o layout do sistema subsea to shore
modelado no QUE$TOR indicando os dois pipelines bifásicos de escoamento (2Ph), o
cabo de potência (Pwr), o pipeline de metanol (MeOH) e os demais componentes
submarinos.
Figura 4-3: Layout da modelagem do sistema subsea t o shore. (Fonte: Software IHS QUE$TOR).
45
4.5.1 Geometria das Instalações Submarinas
Primeiramente, a produção é escoada desde as sete ANM de produção por sete linhas
flexíveis de 4 polegadas de diâmetro com pressão máxima de entrada de 68,69 bar ao
longo de 1km até o manifold de distribuição e possui pressão máxima de saída de 62,24
bar.
46
É importante ratificar que a utilização de umbilicais eletro-hidráulico direto com
tubos químicos adotados no sistema convencional torna-se inviável, pois devido à
enorme distância dos poços a costa a pressão requerida para atender tanto a demanda de
químicos em todos os poços, quanto o fornecimento adequado de fluido hidráulico para
controle de válvulas nas ANM e manifold certamente seria maior que a suportada pelos
umbilicais, além da lentidão da resposta Como solução alternativa utilizou-se uma linha
de escoamento de metanol (inibidor) do terminal até o manifold de distribuição,
composta por aço carbono com 6 polegadas de diâmetro. Do manifold, partem os
umbilicais com tubos químicos para tal fornecimento. A Figura 4-4 mostra o layout
mais detalhado do sistema submarino no cenário subsea to shore diretamente do
QUE$TOR, onde podem ser vistos o manifold, os poços de produção em verde e
injeção em azul, além dos flowlines de produção (PR), de injeção química (CI), injeção
de água (WI) e separador de óleo água (SSAO). Os demais equipamentos submarinos
como bombas multifásicas e de água (SRWI) não estão representados nesta figura.
Figura 4-4: Layout do sistema submarino no subsea to shore. (Fonte: Software IHS QUE$TOR).
48
5 Descrição dos Componentes e Custos
Em segundo, os custos estimados pelo programa para este projeto, tomam como base
o banco de dados atualizado para o terceiro trimestre de 2015.
49
5.1 Descrição e Apresentação dos Custos
Nas seções seguintes serão detalhados os custos para aquisição dos componentes
essenciais e os custos operacionais atrelados à produção em cada cenário. Na parte do
CAPEX será incluída a perfuração e a completação dos poços e a concepção e
implantação dos sistemas de produção. No OPEX serão considerados os custos para
manutenção da produção ao longo da vida produtiva do campo. Por último, o
descomissionamento será composto pelo custo de remoção dos equipamentos orçados
na perfuração e no sistema submarino após a conclusão da produção.
50
5.1.1 Cenário Convencional com UEP
A produção tem início em 2019 com previsão para 17 anos de vida produtiva do
campo. Já o descomissionamento foi considerado para ser iniciado 12 meses após a
produção com duração de 18 meses até 2037.
51
Tabela 5-1: Fluxo de custos extraídos do QUESTOR no sistema convencional
5.1.1.1 CAPEX
Nesta seção serão descritos os custos de capital aplicados no topside que compreende
toda a planta de processo com os módulos de produção, FPSO referente ao casco do
navio utilizado, o pipeline de exportação de gás até a costa, os poços de perfuração com
ANM e os demais sistemas submarinos como manifod e flowlines de escoamento. Os
custos diários de afretamento e quantidade de dias de utilização de embarcações de
apoio para instalação de equipamentos e componentes ou suprimento de consumíveis à
plataforma em todos os componentes de custos são fundamentados na base de dados do
QUE$TOR.
52
O CAPEX do sistema convencional com FPSO foi estimado em US$ 1,182 bilhões e
subdividido segundo a Tabela 5-2.
Topside 215.870.000
FPSO 212.304.000
Pipeline de Exportação de Gás 109.531.000
Poços de Perfuração 230.278.000
Sistemas Submarinos 414.955.000
CAPEX TOTAL 1.182.938.000
53
Tabela 5-3:Custo de materiais de perfuração de poços.
54
engenharia e design das operações, recursos humanos, setor de compras, contabilidade e
administração. O número de tripulantes é típico para a região da América do Sul.
55
. Os custos gerais referentes ao gerenciamento e execução do projeto em homem-
hora necessário para realização da perfuração consideram estudos especiais, projeto
detalhado, serviços de inspeção e controle de projeto, gerenciamento e monitoramento
todas as fases de desenvolvimento contabilizando os salários e instalações de
escritórios. Ainda neste grupo, são relevantes o seguro e contingência como 4% e 20%
do custo total dos componentes de perfuração, respectivamente.
SEGURO S. America
QUANTITY UNIT RATE COST
Seguro 4,00% 7.381.000
Total Seguro US$ 7.381.000
CONTINGENCIA S. America
QUANTIDADE UNIDADE CUSTO (US$)
(US$)
Contingência 20,00% 38.380.000
Total Contingência US$ 38.380.000
Os custos das árvores de natal molhadas de produção e injeção são baseados nas
vazões e pressão de projeto e incluem principalmente os custos de suas estruturas
principais, equipamentos de controle submarino com pod de controle, equipamentos de
teste requeridos para cada poço, as válvulas de segurança de subsuperfície, válvulas
master inferior e superior, válvula choke, válvula wing e uma capa de proteção da
árvore (tree cap) por ser um poço submarino.
57
Os custos do sistema de risers flexíveis contabilizam os risers de produção, injeção
de água, injeção química e serviço de testes, além de válvulas de fechamento do sistema
presentes nos risers de produção e teste, baseados no mesmo princípio.
58
gerenciamento e monitoramento todas as fases de desenvolvimento contabilizando os
salários, instalações de escritórios, dentre outros), seguro e contingência como 4% e
20% do custo total dos componentes de perfuração, respectivamente.
SEGURO S. America
QUANTIDADE UNIDADE CUSTO (US$)
(US$)
Seguro 4,00% 13.300.000
Total Seguro US$ 13.300.000
CONTINGENCIA S. America
QUANTIDADE UNIDADE CUSTO (US$)
(US$)
Contingência 20,00% 69.159.000
Total Contingência US$ 69.159.000
59
Tabela 5-11: custo de materiais pipeline de gás
SEGURO S. America
QUANTIDADE UNIDADE CUSTO (US$)
(US$)
Seguro 4,00% 3.663.000
Total Seguro US$ 3.663.000
CONTINGENCIA S. America
QUANTIDADE UNIDADE CUSTO (US$)
(US$)
Contingência 15,00% 14.287.000
Total Contingência US$ 14.287.000
5.1.1.1.4 FPSO
61
Os custos de equipamentos contabilizam, além do próprio navio, o custo por unidade
de swivels, as âncoras de arraste (drag embedded anchor) cujo custo é estimado por
tonelada de material, os guinchos de amarração montados no turret interno durante a
fase de construção no estaleiro e sistema de manipulação. Adicionalmente são contabilizados
os custos dos fornecedores para cobrir a fabricação dos equipamentos e aquisição de
subcomponentes.
62
Os custos de fabricação incluem todas as atividades de fabricação, desde a recepção
e armazenamento de materiais, fabricação, montagem, teste, pré-comissionamento e
pesagem. Estes custos são estimados a partir da tonelagem de material, do número de
homem-hora necessários para fabricação de cada tonelada (baseado em normas de
fabricação e estudos técnicos de estaleiros na América Latina) e o custo por homem-
hora, como pode ser visto na tabela.
63
Tabela 5-18: Custo de HOOK-UP FPSO
SEGURO S. America
QUANTIDADE UNIDADE (US$) CUSTO (US$)
Seguro 7,00% 11.574.000
Total Seguro US$ 11.574.000
CONTINGENCIA S. America
QUANTIDADE UNIDADE (US$) CUSTO (US$)
Contingência 20,00% 35.384.000
Total Contingência US$ 35.384.000
5.1.1.1.5 Topside
64
O custo de equipamentos é estimado com base no custo por tonelada de equipamento
levando em consideração sua sofisticação além do tipo de material utilizado, como o
aço inoxidável. Os sistemas aqui considerados envolvem o sistema de processamento
(com separador, aquecedor e desidratador) e exportação de óleo (com bombas de óleo),
processamento e compressão de gás, de injeção de água (filtros e bombas) e sistema de
geração e distribuição de energia.
65
Tabela 5-21: Custo equipamento Topside
Os custos de fabricação são estimados sob as mesmas bases dos custos de fabricação
dos materiais do FPSO descritos no tópico anterior, todavia foi considerada uma
porcentagem fixa de 5% sobre o total co o propósito de incluir todas as fixações,
66
acessórios e preparação necessária para fabricar os equipamentos e módulos seguros
para transporte marítimo do pátio de construção para o local de instalação offshore.
67
São também considerados os custos associados ao hook-up e comissionamento
(HUC) realizados no estaleiro (atshore) e no local de operação (offshore) incluindo as
despesas com salários, subcontratos de especialistas e consumíveis, dentre outros.
68
5.1.1.2 Custos Operacionais (OPEX)
Neste projeto, os custos operacionais são divididos em diretos e indiretos. Os custos diretos
contabilizam os gastos com pessoal, inspeção e manutenção dos sistemas, intervenções
nos poços, seguros, logística e consumíveis. Já os custos indiretos consideram os custos
relacionados ao campo e o projeto em si, como será abordado mais detalhadamente. É
importante ressaltar que todas as estimativas de custos diários de utilização de
embarcações para manutenção e reparo, salários de tripulantes tanto das embarcações de
apoio quanto da plataforma e os dias necessários para cada atividade foram extraídas
diretamente do QUE$TOR fundamentado no banco de dados offshore da América do
Sul. O OPEX total do sistema convencional foi estimado pelo software QUE$TOR é de
US$ 1.567.228.000 ao longo dos 17 anos de produção.
69
No topside, os custos de mão de obra incluem manutenção e inspeção realizadas por
especialistas estimados em US$ 190 por hora para 10.845 horas anuais desde o primeiro
ano de produção. Estes custos foram tratados como mão de obra.
Os custos de helicópteros incluem o custo de US$ 1.570 por hora de toda a tripulação
do helicóptero em 182 viagens por ano à plataforma, tratado como custo de mão de
obra, além do custo de afretamento permanente de US$ 88.000 por semana durante 52
semanas por ano. Este custo foi tratado como custo offshore. O custo da utilização de
embarcações de apoio é dado pelo custo de diesel e o próprio afretamento da
70
embarcação. O custo de combustível foi tratado como custo industrial, e estimado em
US$ 780 por tonelada consumida a taxas de 25 toneladas por dia e duas viagens por
semana, segundo a base técnica de informações referente à América Latina. Já a taxa de
afretamento foi tratada como custo offshore e estimada como US$ 19.000 por dia.
Os custos de seguro são tratados como custos industriais e foram determinados como
0,8% do custo de capital em cada componente do sistema convencional de produção,
garantindo a substituição completa de qualquer equipamento de modelo idêntico
mediante falha ou quebra do mesmo, durante o período de produção do campo.
71
como 10% do custo de pessoal presente na plataforma, o custo de operações de suporte
estimado em 25% dos custos diretos e o custo da base de apoio para armazenamento de
válvulas, tubulações e equipamentos estimados em US$ 630.000. O custo de pessoal foi
tratado como mão de obra enquanto os demais foram tratados como industriais.
Por fim, os custos relacionados a tarifas pagas são consideradas custos variáveis, pois
dependem do perfil de produção e da própria tarifa. Estes são considerados custos
industriais e estimados em US$ 1,15 por barril de óleo e US$ 0,35 por pé cúbico de gás
transportado.
5.1.1.2.1 Descomissionamento
72
referentes à tonelada de material utilizado para a operação, como pode ser visto na
Tabela 5-29.
73
Tabela 5-30: Custos de remoção e gerenciamento de projeto para descomissionamento do topside.
Para o pipeline de exportação de gás, todos os custos estão associados aos navios
utilizados para operações de remoção, limpeza e eliminação. O custo diário das
embarcações contabiliza o aluguel de equipamentos e das próprias embarcações,
serviços de apoio, tripulação e consumíveis, como descrito na Tabela 5-31.
74
Os valores de recuperação de US$ 140 por tonelada sucateada para o topside (5.620
toneladas) e US$ 165 para o pipeline (8.800 toneladas) foram considerados para
desconto dos demais gastos.
Por fim, os demais custos são estimados como uma porcentagem fixa do custo total
de descomissionamento para 2,5% em seguros e 20% em contingência.
A produção tem início em 2019 com previsão para 17 anos de vida produtiva do
campo. Já o descomissionamento foi considerado para ser iniciado 12 meses após a
produção com duração de 18 meses até 2037.
75
Na Tabela 5-33 é apresentado o fluxo de custos determinísticos estimados quase em
sua totalidade pelo QUE$TOR, dado em milhões de dólares, relacionado às fases de
desenvolvimento, produção e descomissionamento do campo no cenário subsea to
shore. Adicionalmente é possível ver as taxas anuais de produção de óleo em milhões
de barris e de gás em bilhões de pés cúbicos. Assim como no cenário convencional o
OPEX foi dividido em custos operacionais de mão de obra, industriais e offshore, como
será melhor tratado no próxima seção.
(MM
CAPEX (MM US$) OPEX (MM US$) Produção
US$)
Custos de Instalação
Ano Óleo
Descomis Gas
Perfuração/ Sistema Outras Mão de MMbbl/
Pipelines Industriais Offshore sionamento Bscf/ano
Completação Submarino Instalações Obra ano
TOTAL 238,86 344,63 401,41 294,14 29,08 551,69 577,70 418,42 82,00 40,01
2016 4,09 2,53
2017 12,31 71,25 57,33 133,85
2018 89,37 241,12 318,31 156,84
2019 133,09 29,73 25,77 3,45 1,21 17,99 15,19 0,90 0,58
2020 1,82 28,13 22,79 3,05 1,46
2021 1,82 28,13 22,79 5,21 2,34
2022 1,82 42,18 50,32 7,37 3,21
2023 1,82 33,61 40,09 9,52 4,09
2024 1,82 38,01 23,54 10,38 4,97
2025 1,82 37,54 23,25 9,11 5,26
2026 1,82 50,81 57,86 7,53 4,78
2027 1,82 38,14 43,43 6,22 3,76
2028 1,82 32,85 23,54 5,15 2,78
2029 1,82 32,45 23,25 4,25 2,06
2030 1,82 31,78 51,47 3,52 1,53
2031 1,82 48,58 78,69 2,91 1,13
2032 1,82 29,83 48,32 2,40 0,84
2033 1,82 26,34 22,79 1,99 0,62
2034 1,82 26,34 22,79 1,64 0,46
2035 0,61 9,00 7,60 0,85 0,14
2036 209,21
2037 209,21
76
5.1.2.1 Custos de Capital (CAPEX)
Nesta seção serão descritos os custos de capital aplicados nos pipelines bifásicos de
exportação até a costa, o pipeline de metanol para abastecimento químico dos poços, o
cabo de potência para suprimento de toda a demanda energética dos equipamentos do
campo, os poços de perfuração com ANM, além dos demais sistemas submarinos como
manifod, flowlines de escoamento, separador submarino e bombas multifásicas, como
descrito na Tabela 5-34.
77
Com as mesmas bases para estimativas do CAPEX abordadas no sistema convencional,
o sistema de perfuração de poços foi individualmente subdividido em custos de
equipamentos, materiais, instalação, fabricação, gerenciamento de projetos, segurança e
contingência. Todavia, a utilização de sete bombas centrífugas submersas nos poços
produtores estimadas em US$ 452.000 cada, a demanda adicional de energia para estes
equipamentos e 10 dias a mais para instalação do sistema são os principais aspectos
responsáveis pela diferença nos custos deste sistema em relação ao cenário
convencional.
78
Water Injection (SRWI) foi estimado em US$ 28,83 milhões. Todas estas estimativas de
custos consideram 4% do custo total em seguro e 10% do custo total em contingência
para seus respectivos equipamentos.
79
Assim como no cenário convencional, os custos de instalação são baseados no custo
diário de utilização das embarcações especializadas que, por sua vez, são utilizadas por
um período de tempo maior devido às instalações adicionais do umbilical ótico de
potência ao longo dos 160 km da costa ao local de produção, do sistema SRWI, do
separador submarino (SSAO) e das duas bombas multifásicas nas linhas bifásicas de
exportação.
Os custos dos dois pipelines bifásicos de exportação de óleo e gás para a costa e o
pipeline de injeção química são baseados no custo por comprimento dos dutos rígidos
de aço carbono, sob influência do diâmetro, sofisticação material e espessura.
Adicionalmente são contabilizados os custos do sistema de exportação com a estrutura
referente ao PLET, válvulas, jumper rígido e conectores nas terminações destes
pipelines. Os custos totais dos pipelines de metanol e de exportação estimados pelo
QUE$TOR é de US$ 95,961 milhões e US$ 152,712 milhões, respectivamente.
80
Tabela 5-38: Custo de materiais linha de exportação
81
subsea to shore são concebidos segundo os custos diários de utilização das embarcações
de especializadas como PLSVs com lançamento S-Lay, survey vessels, trench vessels e
DSVs. As tabelas mostram os tipos de embarcações utilizadas e os dias necessários para
a instalação de cada pipeline.
82
5.1.2.1.4 Cabo de Potência
MATERIAIS S. America
QUANTIDADE UNIDADE (US$) CUSTO (US$)
Cabo 160 km 415.000 66.400.000
Sistema de ConexãoTerminal (Shore 1 270.000 270.000
approach)
Sistema de Conexão Terminal Recepção 1 270.000 270.000
Sub Total 66.940.000
Frete 5,00% 3.347.000
Total Materiais US$ 70.287.000
INSTALAÇÃO S. America
QUANTIDADE UNIDADE (US$) CUSTO (US$)
Cable lay spread 34 dias 130.500 4.437.000
Surveying 28 dias 108.000 3.024.000
Teste/ Comissionamento 5 dias 130.500 653.000
Total Instalação US$ 8.114.000
83
com certificação, segurança e contingência foram estimados como 1%, 3% e 20% do
custo total do cabo de potência, respectivamente.
Como não há unidade estacionária de produção, os gastos com pessoal são referentes
à tripulação de embarcações para manutenção e reparo de equipamentos ou
componentes, pessoal especializado e staff onshore implicitamente contabilizados nas
taxas diárias de utilização das embarcações Estes custos foram tratados como custo de
mão de obra.
84
Os custos de manutenção e inspeção não relacionados à mão de obra, cobrem as
inspeções em andamento, manutenção, reparo e substituição de equipamentos e
componentes. Estes custos são subdivididos em três áreas, reparo, inspeção e
sobressalentes.
85
Os custos de seguro, assim como no cenário convencional, são tratados como custos
industriais e foram determinados como 0,8% do custo de capital em cada componente
do sistema subsea to shore de produção.
A Tabela 5-45 mostra a divisão dos custos operacionais no sistema subsea to shore.
5.1.2.2.1 Descomissionamento
87
DECOMISSIONAMENTO/REMOÇÃO Localização: S. America
QUANTIDADE UNIDADE CUSTO (US$)
(US$)
DSV 23 dias 136.000 3.128.000
Pigging e Bombeamento 46 dias 31.500 1.449.000
Químicos 82 dias 40.500 3.321.000
Jateamento 13 dias 47.000 611.000
Pipelay 91 dias 466.500 42.452.000
Tanker 87 dias 24.000 2.088.000
Surveys 31 dias 108.000 3.348.000
Total Descomissionamento/ remossão US$ 56.397.000
O valor de recuperação de US$ 165 por tonelada de cada pipeline (5.600 toneladas
cada pipeline de metanol e 26.000 toneladas para cada pipeline de exportação) foi
considerado para desconto dos demais gastos.
Os demais custos mantiveram estimados como uma porcentagem fixa do custo total
de descomissionamento para 2,5% em seguros e 20% em contingência.
88
6 Incertezas do Projeto de Desenvolvimento e Produção
89
Incertezas deste tipo são sistêmicas, pois o risco associado é igual para todos os
componentes em todos os anos e foram tratadas por distribuições de probabilidade
triangulares com bandas simétricas, como será melhor abordado no próximo tópico.
Por outro lado, supondo não haver erros conceituais de estimativas, o risco não
sistemático está relacionado à imprevisibilidade de eventos por se ter baseado em
premissas que ocasionarão na variação do custo ano a ano independentemente, ou seja,
a incerteza relacionada a eventos que ocorrem em um dado ano e não impactam no ano
seguinte, vide o custo da substituição de equipamentos que falharam ou sofreram
acidente, ou até mesmo a realização de uma inspeção para reparo previsto
anteriormente, mas se avaliou que o equipamento está em bom estado e, portanto não
necessita de reparo. Estes são elementos que influenciam a variação independente dos
custos de um ano para o outro. Esta incerteza foi tratada nos custos através de
distribuições triangulares assimétricas e atribuídas aos custos ano a ano
independentemente, como será melhor abordado no próximo tópico.
90
objetivo de representar com precisão estes riscos associados, pois estas estimativas
quando realizadas por uma empresa em análises financeiras reais envolvem a percepção
de risco de todo o departamento especializado envolvido. Logo, como não há meios
para teorizar estas medidas, este trabalho busca essencialmente captar o sentimento que
se têm sobre os distintos riscos em ambos os sistemas, atribuindo os percentuais de
modo que sejam notadas qualitativamente as incertezas em cada caso.
Para tratamento do risco sistemático, o CAPEX de cada ano foi relacionado com um
custo base através de um fator multiplicativo que nada mais é que um fator de retorno
do valor determinístico do investimento extraído diretamente do QUE$TOR em cada
ano. Este custo base é de US$ 39,47 milhões no sistema convencional e US$ 5,83
milhões no sistema subsea to shore correspondes aos respectivos investimentos no ano
de 2016, ou seja, no primeiro ano de aplicação do fluxo de caixa.
5,5
5,6
5,8
5,9
6,0
Gráfico 6-1: Distribuição Triangular para risco sistemático do CAPEX no sistema convencional.
Embora não seja possível teorizar com precisão estes percentuais, o sentimento
captado indica ser mais provável que existam omissões de custos de componentes
gerando desvios maiores para valores menores que o esperado, do que o oposto. Por
outro lado, é mais provável que o sistema subsea to shore seja mais sensível a
ocorrência da omissão de custos devido á incertezas tecnológicas maiores e, por tal
motivo, esta percepção foi representada por uma banda maior nas distribuições deste
sistema.
92
5,0% 581,3 90,0% 715,7 5,0%
0,010
0,009
0,008
0,007
0,006
0,005
0,004
0,003
0,002
0,001
0,000
500
550
600
650
700
750
800
Gráfico 6-2: Distribuição de probabilidades do CAPEX no ano 2018 do sistema convencional.
Uma vez que o intervalo de tempo de aplicação destes custos seja grande em relação
ao início do investimento no ano de 2016, é provável que a incerteza sobre os custos
gerais de descomissionamento sejam mais críticas quanto à qualidade da estimativa e da
informação. Por outro lado este fato também incorre em maiores incertezas de natureza
imprevisível como a instabilidade das legislações e normas ambientais, segurança
exigida e tecnologias necessárias para remoção de equipamentos em grandes
profundidades e distância da costa.
Para este trabalho, embora não devidamente tratada, a abordagem da incerteza foi
simplificada e aceitas as estimativas provenientes do QUE$TOR como valor esperado.
93
Vale ressaltar que a interrupção da produção posterior abandono do campo, as
atividades de descomissionamento se iniciaram 12 meses após e seus custos foram
aplicados nos anos de 2036 e 2037.
94
6.1.3.1 Custos Operacionais de Mão de Obra
A possibilidade de se tratar o risco que confere uma variação aleatória dos custos de
mão de obra foi desprezada, uma vez que a incerteza de uma variação considerável
deste custo em um dado ano seria dominada pelo risco do preço do petróleo dada sua
elevada volatilidade, certamente o mais relevante dos componentes de incerteza dos
projetos.
Por outro lado, como as despesas com salários e encargos seguem as leis trabalhistas,
é plausível que tendam a certo crescimento sentido ao longo dos anos, sob um caráter de
incerteza tratado por uma distribuição probabilística uniforme através da função
RiskUniform (1;1,03) do @Risk com extremos entre 100% e 103%. Assim, a série de
distribuições uniformes pode ser encarada como uma série de fatores de correção
monetária. Portanto, o custo de mão de obra em cada ano sob a captação dos dois
componentes de incerteza foi obtido por meio do produto de um fator acumulativo de
crescimento pelo custo da mão de obra sob o risco sistemático. A série de fatores
acumulativos de crescimento que transfere a percepção do risco de crescimento ao custo
de mão de obra foi obtida pelo produto do resultado das distribuições uniformes em
cada ano e o fator acumulativo do ano anterior. No Gráfico 6-3 pode ser visto o
comportamento da série de fatores associado a cada ano em uma dada iteração da
simulação.
95
Fator de Correção Acumulativo - Mão de Obra
1,30
1,20
1,10
1,00
0,90
0,80
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035
ANOS
Gráfico 6-3: Tendência do comportamentodo fator de correção para uma dada iteração da simulação.
15 0,4
0,3
10
0,2
5
0,1
0
0,0
1,035
0,995
1,000
1,005
1,010
1,015
1,020
1,025
1,030
16,0
16,5
17,0
17,5
18,0
18,5
19,0
19,5
20,0
Gráfico 6-4: (a) Distribuição Uniforme no fator de correção; (b) distribuição do custo de mão de obra
em 2024.
Para tratar o custo industrial sob risco sistemático, da mesma forma que o
procedimento analítico realizado sobre o CAPEX, foi utilizado o valor base de US$
13,92 milhões para o sistema subsea to shore e US$ 17,19 milhões para o sistema
convencional, ambos referentes ao primeiro ano de produção do campo. O tratamento
desta incerteza se deu pela aplicação de uma distribuição triangular cujas bandas são 5%
96
maiores ou menores que o valor esperado no cenário convencional e 25% no subsea to
shore, de modo que os demais custos de mão de obra ano a ano apresentem os mesmos
riscos associados.
Com o propósito de representar este risco, foi adotado um fator de correção por meio
de uma distribuição normal através da função RiskNormal(0;0,02) de média zero e
desvio padrão 0,02 somado ao fator de correção do ano anterior, como indica o Gráfico
6-6. Na prática, o fator corrigido de um determinado ano é o fator do ano anterior
acrescido de um desvio proveniente da distribuição normal de probabilidades
representando um movimento aritmético a série de fatores, como indicado no Gráfico 6-
5 representativa deste comportamento em uma dada iteração da simulação.
1,10
1,00
0,90
0,80
0,70
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035
ANOS
Gráfico 6-5: Fator de correlação para um movimento aritmético no risco do custo industrial.
97
90,0% 5,0%
5,0% -0,0329 0,0329
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
-0,08
-0,06
-0,04
-0,02
Gráfico 6-6: Distribuição normal aplicada ao fator de correção em dado ano da simulação.
45
50
55
60
65
70
80
98
milhões para o sistema convencional, ambos referentes ao primeiro ano de produção do
campo. O tratamento desta incerteza se deu pela aplicação de uma distribuição
triangular cujas bandas são 5% no cenário convencional e 25% no subsea to shore sobre
o valor base esperado de modo que os demais custos de mão de obra ano a ano
apresentem os mesmos riscos associados.
Note que assim como os custos industriais e de mão de obra sob risco sistêmico, as
bandas destes triângulos foram de mesmo percentual, pois não se pode afirmar com
confiança as diferenças plausíveis de serem consideradas para estes limites de acordo
coma natureza destes custos.
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
25
31
23
24
26
27
28
29
30
32
33
Gráfico 6-8: Distribuição do custo offshore sob risco assistemático no ano 2024
99
𝑌1 = ρ𝑋1 + 1 − ρ2 𝑋2
A seqüência 𝑋1 foi gerada a partir do preço do óleo nos anos de produção sendo cada
elemento desta seqüência definido como a razão da diferença entre o preço neste ano e
no ano anterior com o desvio padrão da série de diferenças destes preços.
1,00
0,00
0 5 10 15 20
-1,00
-2,00
X1 Y1
Gráfico 6-9: Comportamento correlacionado das séries de erros para dada iteração da simulação.
A série de custos offshore no Excel foi obtida por meio do produto dos fatores
componentes de uma série que considera o desvio padrão de 10% sobre cada resíduo da
série correlacionada 𝑌1 ano a ano adicionado ao fator do ano anterior, com a série de
custos offshore sob os riscos tratados anteriormente. No Gráfico 6-10 é ilustrada a
100
distribuição de custos offshore para o cenário convencional no ano de 2024. Note que o
perfil da curva não possui o valor esperado centralizado devido ao erro da distribuição
triangular assimétrica.
15
20
25
30
35
40
45
50
55
Gráfico 6-10: Distribuição de probabilidade do custo offshore no ano de 2024 para uma dada iteração.
Apesar da modelagem dos preços do petróleo ter sido realizada no Microsoft Excel, a
cada iteração do software @Risk para um novo fluxo de caixa é gerada uma série de
preços associados a cada ano através da variável aleatória que segue a distribuição de
probabilidade normal de média zero e desvio padrão unitário. Esta componente aleatória
é o erro ou “ruído branco” (processo de Wiener) e é responsável pelo caráter aleatório
da simulação de preços.
i. Foi tirada a média dos 12 registros de preços mensais ano a ano de 1991 a
2016 e tomados como registro histórico anual, base da estimativa dos
parâmetros de tendência e volatilidade para simulação dos preços até 2037.
ii. Foi aplicado um filtro que atribui o valor histórico máximo registrado de U$$
132,55 ao preço simulado caso seja maior que este valor.
Assim, o preço base é de US$ 41,95 e os parâmetros são 6,2% para a taxa de
tendência e 24,7% para a taxa de volatilidade. No Gráfico 6-11 pode ser vista,
ilustrativamente, a simulação de 158 séries de preço do petróleo com a aplicação dos
filtros e o caminho do registro histórico considerado.
140
Preço Petróleo
120
100
US$/bbl
80
60
40
20
0
1991 1996 2001 2006 2011 2016 2021 2026 2031 2036
Por fim, a receita bruta a ser considerada no fluxo de caixa será o produto dos preços
simulados do barril pelo volume produzido em barris de óleo.
102
7 Simulação e Análise de Resultados
103
conhecido. Este risco faz alusão à incerteza sobre a possibilidade de ocorrência de um
evento que, embora não se tenha controle se acontecerá ou não, sabe-se plenamente o
que poderá ocorrer. O risco da formação de hidratos nos dutos que podem reduzir a
vazão ou até mesmo obstruí-la é um claro exemplo deste tipo de risco.
Para a simulação de Monte Carlo, o fluxo de caixa sob incerteza foi descontado a
taxa de desconto de 10% a.a e foram realizas 10.000 iterações no software @Risk em
cada um dos modelos de produção. Como já mencionado, o software @Risk possibilita
que variáveis de incerteza e de interesse sejam determinadas por meio de distribuições
de probabilidade. Logo, a distribuição do VPL é a soma das incertezas tratadas por estas
distribuições atribuídas aos componentes do CAPEX, OPEX e descomissionamento,
permitindo ao analista determinar quais distribuições se ajustam melhor à análise.
104
Em grande parte, a incerteza ou risco do projeto se deve a dispersão da estimativa do
preço do petróleo como elemento mais crítico e pode ser mensurada pelo desvio padrão
da curva de distribuição de probabilidade do VPL.
0,0008 0,0008
0,0006 0,0006
0,0004 0,0004
0,0002
0,0002
0,0000
0,0000
-1000
-500
500
1000
1500
2000
0
1000
1500
2000
2500
500
-1000
-500
105
Em outras palavras, como a análise preliminar foi realizada considerando todo o
ciclo de vida produtiva do campo (22 anos contando com o desenvolvimento), somente
é possível decidir por qual sistema é mais adequado nas condições e hipóteses
estabelecidas ou simplesmente decidir não investir caso ambos se mostrem
insatisfatórios economicamente.
106
por contribuir para a redução do CAPEX em cerca de US$ 150 milhões em comparação
com um FPSO convertido de VLCC acima de 300.000 DWT, segundo estimativa do
QUE$TOR livre de incerteza. Vale destacar que o FPSO convertido utilizado é um
Panamax com capacidade máxima de 73.000 DWT.
Por outro lado, o sistema subsea to shore possui equipamentos com maior nível
tecnológico que encontram condições mais severas de operação no leito marinho, em
relação aos equipamentos similares que operam no topside da plataforma, agregando
maiores custos de aquisição, construção e instalação. Logo, a presença do separador
multifásico submarino (SSAO), o sistema de captação e injeção de água (SRWI) e as
bombas multifásicas submarinas acabam por influenciar no sentido do aumento do
CAPEX.
107
Atrelado a este aspecto, dois importantes elementos em um cenário de opção real de
abando do campo devem ser considerados.
Embora os gráficos indicados nos Gráficos 7-2 e 7-3 façam referência a uma única
iteração do processo de simulação, estes possibilitam perceber o comportamento da
curva de fluxo de custos descontados até um ano zero (2016) sob a mesma taxa de
desconto de 10% a.a, levando em consideração os custos de descomissionamento dos
equipamentos 12 meses após a interrupção da produção. Ambos os gráficos se apresentam na
mesma escala.
No Gráfico 7-2, é possível notar que o sistema subsea to shore apresenta um crescimento
inicial mais expressivo devido ao maior CAPEX pouco influenciado pela da taxa de desconto e
sob menor incerteza própria, uma vez que nesta altura do projeto, a confiança do investidor na
qualidade da estimativa é consideravelmente maior que no horizonte de previsão.
O comportamento da curva ilustra como o menor OPEX afeta menos o fluxo de custos ao
longo da vida produtiva do campo, uma vez que o OPEX é amortecido pela taxa de desconto
108
quando trazido ao tempo zero. Quanto mais distante for o custo no horizonte de tempo menor o
efeito que este exerce no valor de projeto (VPL), todavia, maior será a incerteza sobre ele.
No Gráfico 7-3, a curva referente ao sistema convencional indica que o fluxo de caixa neste
projeto apresenta menor CAPEX e crescimento mais acentuado ao longo da produção devido a
maiores custos operacionais.
Logo, a curva representativa da evolução do fluxo de custos mostra-se mais tênue após a
aplicação do CAPEX.
1661,61
1.600
1230,41
1.200 1048,99
MIL US$
800
338,78
400
0
2025
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2026
2027
2028
2029
2030
2031
2032
2033
2034
2035
ANO
1742,49
1.600
1.200 1070,61
719,57
MIL US$
800
400
188,10
0
2025
2032
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2026
2027
2028
2029
2030
2031
2033
2034
2035
ANO
109
7.2.3 Influência da Evolução do Fluxo de Custos na Opção do Abandono
Nesta seção, a discussão será alimentada de forma mais ampla e direcionada à opção
real de abandono do projeto.
Vale destacar que o fato de ambos os modelos possuírem o mesmo fluxo de receitas
com a produtividade do campo fixa, bem como o mesmo modelo de simulação dos
preços futuros do petróleo, levou a análise a ser realizada somente com os custos, em
detrimento da distribuição do VPL, caso se considerasse as receitas.
110
Cenário 2: Interrupção da produção e descomissionamento dos equipamento
no ano de 2027 equivalente ao 10° ano da produção ou 4 anos após o plateau.
Cenário 3: Interrupção da produção e descomissionamento dos equipamento
no ano de 2028 equivalente ao 11° ano da produção ou 5 anos após o plateau.
Cenário 4: Interrupção da produção e descomissionamento dos equipamento
no ano de 2029 equivalente ao 12° ano da produção ou 6 anos após o plateau.
Cenário 5: Interrupção da produção e descomissionamento dos equipamento
no ano de 2030 equivalente ao 13° ano da produção ou 7 anos após o plateau.
Cenário 6: Interrupção da produção e descomissionamento dos equipamento
no ano de 2031 equivalente ao 14° ano da produção ou 8 anos após o plateau.
As Tabelas 7-1 e 7-2 registram os valores esperados e o risco para cada distribuição
de custos dos sistemas subsea to shore e convencional, respectivamente.
Tabela 7-1: Valores esperados para o custo total e desvio padrão no cenário subsea to shore.
Tabela 7-2: Valores esperados para o custo total e desvio padrão no cenário convencional.
50,0
40,0
30,0
cenário 1 cenário 2 cenário 3 cenário 4 cenário 5 cenário 6
Gráfico 7-4: Diferença dos valores esperados dos custo totais entre os sistemas ao longo dos cenários.
Em segundo, nota-se que, sob a ótica somente dos custos e independente do sistema,
o risco do projeto cresce ao longo do horizonte de previsão indicando que o investidor
tem maior confiança nas variáveis do projeto na fase de investimento.
112
8 Conclusão e Discussões
Em outra abordagem, embora o risco da produção não tenha sido tratado neste
trabalho, este certamente representa um relevante componente de incerteza do projeto,
uma vez que são muitas as variáveis que podem levar a redução brusca das taxas de
produção de um ano para o outro, como a quebra de um equipamento de um
determinado poço, a depletação do reservatório, obstrução de dutos por formação de
nitratos, instabilidade legislativa de determinada região ou a manutenção do preço do
petróleo em níveis muito baixos por muitos anos.
Vele ressaltar que o risco da produção, assim como o risco do preço do petróleo são
componentes críticos na incerteza de projetos por influenciarem diretamente nas receitas
aumentando o risco associado à variável de interesse, o VPL.
Ainda em uma abordagem a respeito das receitas, a escolha do MGB para simular o
preço futuro do petróleo mostrou-se uma alternativa arriscada, uma vez que a
volatilidade do preço aumentava em demasia ao longo do tempo atingindo valores de
preços pouco prováveis no mercado, dado o registro histórico até então. A percepção é
113
que este método estocástico apresenta comportamento mais confiável quando o
horizonte de tempo não é tão amplo. É importante ressaltar que em grande parte, o risco
do projeto se deve a incerteza dos preços futuros deste commodity.
Outro ponto relevante que deve ser tratado em um caso real de investimento envolve
os custos de descomissionamento, pois são operações relativamente inovadoras,
principalmente nos campos brasileiros, onde somente agora a indústria nacional está
começando a lidar com o final da vida produtiva de seus campos
Os riscos associados a esta atividade são variados, pois exige distintas estratégias
para consideração de permissões de autoridades (avaliação em remoção completa de
equipamentos ou não), preparação de plataforma para desativação, fechamento de
poços, limpeza e remoção de risers, descomissionamento de dutos e umbilicais,
mobilização de desmobilização de barcaças e guindastes, remoção da plataforma (se
houver) e disposição dos materiais removidos, além da necessidade de se considerar
fatores ambientais e políticos de cada legislação neste processo. Estas variáveis podem
ser bastante restritivas na escolha da estratégia de remoção, influenciando nos custos e
conseqüentemente na incerteza associada.
114
Os efeitos da irreversibilidade do sistema de menor CAPEX e maior OPEX indicam
que o sistema convencional se beneficia mais da opção de abandono, quanto a
flexibilidade gerencial da empresa, uma vez que possui parte menor do capital enterrado
e parte maior do capital reversível através do FPSO, todavia o reaproveitamento de uma
plataforma em outro campo é um processo incomum e nada trivial envolvendo diversos
fatores como readequação da planta de processo para as condições de produção de outro
reservatório.
Neste ponto, dois importantes elementos precisam ser tratados em uma análise real
de projeto, sob a opção do abandono quando analisados ambos os cenários.
Como sugestão para trabalhos futuros que dêem continuidade aos estudos realizados
nesta monografia, além das considerações a respeitos das incertezas não tratadas, uma
análise de sensibilidade com variação dos parâmetros para reconhecimentos das
variáveis mais críticas de incerteza que afetam o valor de ambos os projetos em muito
agregaria valor ao estudo.
Por fim, um ponto de grande importância deve ser destacado. A escolha do campo de
Voador como inspiração para o campo modelo base deste trabalho se deu pela pouca
complexidade do campo com uma configuração de poços relativamente simples, todavia
esta decisão certamente desfavoreceu o cenário subsea to shore em termos de análise
econômica como sistema alternativo ao convencional, pois este campo apresenta
distâncias particularmente grandes á costa.
115
campo. No convencional a geração de energia se dá no próprio topside da plataforma
onde os principais equipamentos que demandam energia se encontram e os demais
consumidores são supridos por poucos quilômetros de umbilicais com cabos de potência
do topside do FPSO até os equipamentos no leito marinho. Outro componente
importante é o umbilical multiplexado para controle hidráulico das válvulas do manifold
e ANM que também se estendem por grandes distâncias.
116
9 Referências Bibliográficas
[1] BAI, Y., BAI Q., 2010, Subsea Engineering Handbook. 1ed. Houston, EUA
[2] GIBLON, R.P., MINORSKY, U.M., “Super Jack-Up Type Mobil Drill Rig
Platform for Operation in 500 to 600-Ft.Water Depths”. Offshore Technology
Conference, 1879-MS, Houston, Texas, USA, 29 April –2 May 2007.
[3] Tipos de Plataformas de Petróleo, disponível em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Plataforma_petrol%C3%ADfera#Tipos. Acessado
em 6 de janeiro de 2017.
[4] ENGEBRETSEN, K., HANNUS, H., SANDVIK, A., “TLP Operational
Experience Enhancing Margins In-field as well as New Design”. Offshore
Technology Conference, 14179-MS, Houston, Texas, USA, 6-9 May 2002.
[5] EUPHEMIO, M.L.L., KUCHPIL, C., FIGUEIREDO, M.W., “Subsea Processing
and Boosting - Building Blocks for Scenarios”. Offshore Technology Conference,
20186, Houston, Texas, USA, 4–7 May 2007.
[6] PORTO, A.C.C.H, M.F.D., 2013, Estudo de Implantação de Processamento
Submarino com Exportação para a Costa. Dissertação de M.Sc., COPPE-RJ, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil.
[7] DE OLIVEIRA, G.D.A.F, M.F.D., 2015, The Development of New Submarine
and Offshore Technologies in Times of Uncertainty. Dissertação de M.Sc., ITL,
Lisboa, Portugal.
[8] DE OLIVEIRA, M.F.D., 2003, Análise da Aplicação de um Sistema de
Bombeamento Multifásico Submarino na Produção de Petróleo. Dissertação de
M.Sc., PUC-RJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
[9] BORDIERI, Carlos Augusto, M.F.D., 2004, Um método quantitativo para
estimativa da Volatilidade de Projetos de Produção de Petróleo. Dissertação de
M.Sc., UEC-SP, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
[10] HULL, J. C. (2003) "Options, Futures, and Other Derivatives". Prentice Hall, 5th
ed., Englewood Cliffs, NJ.
[11] COSTA, Luiz Guilherme Tinoco Aboim e AZEVEDO, Marcos Correia Lima.
“Análise Fundamentalista”., FCV/EPGE.1996, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
117
ANEXO A
118
ANEXO A 1: Cornograma do CAPEX no sistema convencional (fonte: IHS QUE$TOR).
119
As figuras ANEXO A 2, 3 e 4 mostram o cronograma de distribuição do CAPEX
(em milhões de dólares) ao longo do tempo referente ao sistema subsea to shore
diretamente estimado pelo QUE$TOR, assim como abordado no sistema convencional.
As figuras referidas indicam a duração mensal da aplicação dos custos e o mês de
término a partir do início do fluxo de caixa considerado, em 2016.
120
ANEXO A 3: Cornograma do CAPEX no sistema subsea to shore. (fonte: IHS QUE$TOR).
121