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Cuiabá – MT
Maio/2018
ISABELLA CRISTINA MORESCHI
Cuiabá – MT
Maio/2018
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, sempre, agradeço a Deus por se fazer presente em todos os meus
passos, por aceitar meus erros e ser o guia dos meus acertos. Sua presença e força me
fortaleceram nesta caminhada e me fortaleceram quando não acreditava em meu potencial.
A minha família a quem devo toda minha educação e solidez dos meus princípios, se
sou o que sou e cheguei onde estou é pela dedicação dos meus pais e aprendizado com meus
irmãos.
Ao meu noivo, pelo zelo, companheirismo, carinho e amor que sempre transbordam nos
cuidados comigo.
Ao meu orientador por acreditar em mim e me fazer acreditar que sou capaz, pelas
horas em que se absteve da companhia de sua família para me auxiliar na pesquisa, me
apoiando o quanto foi possível.
Aos meus colegas de estudos e professores do Programa de Pós-Graduação em
Recursos Hídricos pela troca de aprendizados.
Ao aluno de engenharia elétrica Werleson da Silva Nery pela dedicação e disposição em
ajudar na elaboração dos medidores de pressão e suporte sobre funcionamento da Soft Starter.
Aos funcionários da SAAE – Chapada dos Guimarães (Empresa de Saneamento de
Chapada dos Guimarães) pelo auxílio na obtenção do conhecimento necessário ao
desenvolvimento do trabalho.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
peloauxílio financeiro que permitiu a realização da pesquisa vinculada ao Processo CNPq.
RESUMO
Water supply systems must provide reliable services to the consumer by meeting the demands
of water, avoiding economic and environmental waste. One of the major management
challenges for water managers is implementation and operational costs and in the elevation
systems (SEs), as well as the reliability of the hydraulic performance of the system, strongly
associated with the variation in pressure due to failure causing serious damage to the system.
In this aspect, the importance of the hydraulic transient in the analysis of pressure variation
due to pump failures is highlighted, being able to cause structural damages and negatively
affect the quality of the water. Therefore, the objective of this study was to aid in the selection
process of the best alternative for pressure variation attenuation in the raw water lifting
system. To reach the objective, the methodological procedures to be adopted were: (1)
understanding of the hydraulic transient; (2) hydraulic simulation model (MSH) for pump
failure due to power failure; (3) calibration of the MSH for the study area; (4) assessment of
the MSH calibration; (5) identification of alternatives for transient control; and, (6) selection
of the best alternative protection device. The method used to help decision-making in
choosing the best alternative was satisfactory, selecting alternative 3 as the best option
(implementation cost R $ 322.00, maintenance cost R $ 5499,00, and hydraulic performance
of -122 , 73 cc). However, the calibration did not obtain satisfactory results (values higher
than 10% for MAPE and 2 mca for RMSE), demonstrating that the MSH needs to be
improved to represent the real situation. This demonstrates the importance and necessity of
hydraulic transient studies in real situations, so that the researcher becomes familiar with
unexpected situations and imprecise information, becoming part of the knowledge to develop
new possibilities for solution and action in future research.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 18
3.1.2. Adutora............................................................................................................................ 21
3.3. Otimização......................................................................................................................... 41
6.2. Modelo de simulação hidráulica para falha da bomba por queda de energia .................... 73
7.2. Modelo de simulação hidráulica para falha da bomba por queda de energia .................... 82
16
os vazamentos proporcionam grandes perdas de água gerando custos de energia, perdas de
receitas e de recursos naturais. Sua minimização poderá resultar em economia com energia
elétrica, maior volume de água disponível, maior eficiência operacional, atualizações de
instalações de tratamento diferido, recuperação de receita perdida e pressão reduzida sobre os
recursos hídricos, levando à sustentabilidade a longo prazo da água (RESS; ROBERSON,
2016).
Modelos de simulação capazes de prever o fluxo e variações de pressão são cada vez
mais importantes para identificar riscos, formular e avaliar medidas de proteção, bem como
implementar planos operacionais aprimorados e atualizações de segurança. Essas medidas
elevam o poder de atuação das empresas de abastecimento de água na proteção contra
modificações bruscas, com consequente fortalecimento da integridade do sistema, respeito as
questões ambientais e fornecimento de água confiável para a sociedade (WOOD et al, 2005).
Além disso, a implementação de técnicas de otimização nos sistemas de abastecimento
de água, desde seu projeto e construção como para manutenção do sistema proporciona
decisões tecnológicas e gerenciais em vários estágios para um menor esforço e maior
benefício (RAO, 2009).
Neste contexto, este estudo pretende auxiliar, a partir da compreensão do TH em SEs, a
tomada de decisão na escolha de uma alternativa adequada para atenuação de problemas
decorrentes da variação de pressão, visando o máximo desempenho hidráulico em conjunto
com redução de custos de gerenciamento.
17
2. OBJETIVOS
18
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para embasamento teórico e da metodologia a ser aplicada nesta pesquisa, foi realizada
uma fundamentação teórica abordando os principais conceitos e termos técnicos das temáticas
centrais: sistema de abastecimento de água; transiente hidráulico; e, técnicas de otimização.
19
Levando em consideração o objetivo do presente estudo, destaca-se, na próxima seção,
as componentes estação elevatória e adutora.
A situação mais vantajosa para um SAA seria se o escoamento, entre suas unidades,
fosse inteiramente por gravidade devido a questões como a facilidade de operação,
manutenção e segurança, bem como economia com energia e outros custos. Porém,
comumente, as regiões a serem atendidas pelo fornecimento de água e as unidades do sistema
se encontram distantes entre si e/ou com diferenças relevantes de cotas, fazendo-se necessária
a utilização de estações elevatórias (COELHO, 2006).
Estas estações, compostas por bombas, tubulações e acessórios que pressurizam a água,
são cruciais para vencer desníveis topográficos e perdas de carga ao longo das tubulações.
(GOMES, 2009).
A Figura 1 apresenta o esquema de uma estação elevatória (EE) e seus principais
componentes.
1 5
Legenda:
1 – Poço de sucção
3 2 – Tubulação de sucção
2
3 – Bomba
4 – Motor
5 – Tubulação de recalque
Fonte: Adaptado de Tsutiya (2006)
20
dos componentes; ruídos e odores oriundos dos processos de bombeamento; e, topografia,
escavações, elevações e capacidade dos SAA (JONES; PARKS; SANKS, 1998).
Para se evitar ou minimizar erros decorrentes do projeto de EE, deve-se adotar um
planejamento que aborde sobre: conhecer o sistema em si, de modo a ter domínio do
funcionamento das estações e dos componentes do sistema; revisão e conhecimento dos erros
comuns para que possam ser evitados; inspeção do projeto nos seus estágios, bem como
durante construção e funcionamento; coordenação adequada de força tarefa e contratação de
mão de obra qualificada; e bom senso e discernimento nas execuções (SANKS, 1998).
Ademais, os custos de estações elevatórias devem ser avaliados em todo momento que
se fizer necessário, considerando todos os custos envolvidos ao longo de sua vida útil, como
aquisição de equipamentos, operação, manutenção, energia elétrica, ambientais, entre outros
(TSUTIYA, 2006).
No SAA, especificamente em estações elevatórias, os custos operacionais superam
significantemente o preço da compra dos equipamentos, devendo se criar condições
favoráveis para o menor custo possível. Um déficit de eficiência de 0,5% pode gerar custos
adicionais de operação de milhares de reais (LEIBUNDGUT; KOYAMA, 2007). Portanto, a
minimização de custos operacionais, com estações elevatórias, tem um impacto econômico e
energético significativo no SAA, envolvendo um grande número de variáveis e restrições
(BAGIROV et al., 2012).
3.1.2. Adutora
21
3.2. Transiente hidráulico
Reservatório
Isso gera uma queda brusca da pressão a jusante da bomba, que se propaga a jusante da
velocidade da onda (LAROCK; JEPPSON; WATTERS, 2000). Logo, o controle do transiente
22
nessas situações envolve o projeto e a instalação de um ou mais dispositivos de proteção
contra mudanças bruscas (MARTIN, 1999).
Para um melhor entendimento do assunto aborda-se, nos tópicos desta seção, as
questões em torno do TH, sua base, escopo e estrutura de cálculo, bem como as variáveis
envolvidas e condições de contorno adotadas, conforme os estudos de Parmakian (1963),
Wylie e Streeter (1978), Chaudhry (1979), Tullis (1989), Thorley (1991), e Larock, Jeppson e
Watters (2000). Para maiores explanações relativas ao assunto, consultar as obras dos autores
anteriormente citados.
23
Figura 3 – Volume de controle típico
ΔH
24
Figura 5 – Massa de controle no momento de fechamento
V0 + a V0 + ΔV +
a
F1 F2
(1) (2)
Fonte: Adaptado de Larock; Jeppson; Watters (2000)
A soma das forças que atuam no líquido é igual pressão antes do fechamento (ponto 1)
que atua na área do tubo menos a pressão após o fechamento (ponto 2) que atua na área do
tubo expandida, ou seja, P0.A – (P0 + ΔP).(A+ΔA). Considerando apenas a variação da
velocidade que passa pelo VC tem-se a Equação (1).
aV V0
H = − .1 + (3)
g a
Sabendo que a velocidade da onda é muito maior que a velocidade no tubo, pode-se
retirar o termo V0/a da Equação (3), resultando no cálculo da carga de pressão devido a
variação da velocidade, de Joukowsky, expressa pela Equação (4).
25
aV
H = − para a V (4)
g
. A.V0 .L
= .L.A + L. A. (5)
a
Do fechamento instantâneo, tem-se que V0 = – ΔV, com isso, observa-se na Equação (4)
a igualdade: V0 = – ΔV = ΔH.g/a. Assim, levando em consideração tal igualdade e dividindo
a Equação (5) pelo termo ρ.A.L, chega-se na Equação (6).
g .H A
= + (6)
a² A
g.H
a² = (7)
A A +
26
O conceito de pressão hidrostática, ΔP = ρ.g.ΔH, ou seja, g.ΔH = ΔP/ρ, pode ser
substituído na Equação (7), originando a Equação (8).
P
a² = (8)
A A +
K
a² = (9)
1 + K . A A.P
d .P
= (10)
2e
dP
= (11)
2eE
De acordo com Tullis (1989), a deformação e a tensão devem ser relacionadas com
ΔA/(AΔP), sendo a mudança da ΔA somente em função da deformação circunferencial. ΔA é
dada pela multiplicação da circunferência do tubo com o aumento no raio, conforme Equação
(12).
27
K
a= (13)
1 + K .d E.e
Segundo Wylie e Streeter (1978), para se obter a equação final da velocidade da onda,
ainda, é impreterível considerar as condições de suporte do tubo, representadas por três casos:
(a) tubo ancorado apenas na extremidade a montante; (b) tubo ancorado contra qualquer
movimento axial; e (c) tubo ancorado com juntas de dilatação (WYLIE; STREETER, 1978).
Essa consideração da condição, C, resulta na Equação (14)
K
a= (14)
1+ C. K .d E.e
O escoamento instável é regido pela equação de movimento, sendo que esta respresenta
a soma de todas as forças que atuam sobre uma massa de fluido em uma dada direção, sendo
igual ao produto da massa e a aceleração na direção da força. Na Figura 6 é exposto um
diagrama de corpo livre o qual mostra as forças de pressão atuando nas duas extremidades
(P.A; e, P.A + Δx.A.(dP/dx)), forças de atrito ou cisalhamento na superfície externa
(τ.π.Δx.D) e gravidade (ρ.g.A.Δx) atuando em um segmento cilíndrico de fluido (TULLIS,
1989).
28
Figura 6 – Diagrama do corpo livre em uma seção do fluido
P.A τ.π.Δx.D
D
θ
Δx P.A + Δx.A.(dP/dx)
ρ.g.A.Δx
Fonte: Adaptado de Tullis (1989)
P DV
PA − ( P + .x).A − Dx + gAxsen = Ax. (15)
x Dt
P DV
. A − D + gAsen = A. (16)
x Dt
fLV ² fxV V
H1 − H 2 = = (18)
2 gD 2 gD
29
Equação (18) na Equação (17) e reorganizando o termo de tensão de cisalhamento na Equação
(16), obtem-se a Equação (19).
fV V A
D = (19)
2D
Ainda, dividindo a Equação (16) por ρA, substituindo isto na Equação (19) e
expandindo a derivada total de V, chega-se na Equação (20). Esta pode ser simplificada
usando a carga piezométrica (restrito aos líquidos) e pode ser reduzida na Equação (21).
P fV V V dx V
+ − gsen + . + =0 (20)
x 2D x dt t
H fV V VV V
g. + + + =0 (21)
x 2D x t
(AV ) (Adx )
dx = (22)
x t
1 A A 1 V
. +V. + . +V. + =0 (23)
A t x t x x
30
Observa-se que os dois primeiros termos entre parênteses são derivadas totais de A e ρ
em relação ao tempo, podendo a Equação (23) ser reduzida para a Equação (24).
1 dA 1 d V
. + . + =0 (24)
A dt dt x
A expressão dA/dt pode ser substituída pelas propriedades estruturais do tubo, assim
como realizou-se no tópico 3.2.1 para o desenvolvimento da equação da velocidade da onda.
Desta forma, representando-se a Equação (12) em forma de diferencial e reorganizando as
variáveis, tem-se que o primeiro termo da Equação (24) pode ser representado conforme
dedução apresentada na Equação (25).
gD dH
. (25)
eE dt
g dH
. (26)
K dt
dH 1 + KD eE 1 V
. + . =0
dt
(27)
K g x
Das definições de velocidade da onda, a Equação (27) pode ser reduzida para a Equação
(28).
dH a ² V
+ . =0 (28)
dt g x
31
3.2.3. Método das características e de diferenças finitas
H H a ² V
V + + =0 (29)
x t g x
V H V
e g V (30)
t x x
H V H
e a² V (31)
t x x
32
Adotando as equações em forma de diferenças finitas e admitindo condições de
sentença, resulta-se nas Equações (32) e (33).
H V fV V
g + + =0 (32)
x t 2D
H a ² V
+ =0 (33)
t g x
g H H a ² V V fV V
+ + + + =0
t g x t
(34)
x 2D
dH H dx H dV V dx V
= + e = + (35)
dt x dt t dt x dt t
dx g a 2 g dx
= = ou = então = a (36)
dt g a dt
33
g dH dV fV V dx
+ + = 0 para = +a (37)
a dt dt 2D dt
g dH dV fV V dx
+ + = 0 para = −a (38)
a dt dt 2D dt
Aplica-se o método das diferenças finitas nas Equações (37) e (38) para que as
derivadas parciais possam ser manipuladas numericamente. O método das diferenças finitas
pode ser considerado adequado por ser um método de aproximação, por expressões
algébricas, dos termos do modelo matemático para cada nó (TULLIS, 1989).
Os cálculos são realizados para cada intervalo de tempo Δt sendo os nós igualmente
espaçados por uma distância Δx e a velocidade da onda considerada constante, portanto, o
intervalo de tempo que a onda de pressão percorre entre dois nós é o mesmo (TULLIS, 1989).
As pressões e vazões desconhecidas nos nós no tempo Δt + t são denominadas como
HPi e QPi e as conhecidas, no tempo anterior, denominadas como Hi e Qi. Para o cálculo da
vazão, altera-se os termos de velocidade nas Equações (37) e (38) para vazão (Q), em m³.s–1,
adicionando-se a área do tubo, A, em m². A Figura 7 mostra a representação gráfica da
aplicação da solução das Equações (37) e (38).
2DT
Desconhecidas
Tempo (s)
HPN e QPN
DT
Conhecidas Conhecidas
HN-i e QN-i C+ C- HN+i e QN+i
0
1 N–i N N+i NS
Nós
Fonte: Adaptado de Tullis (1989)
Fazendo-se os devidos ajustes nas Equações (37) e (38) a equação pode ser escrita para
integralização. Da Equação (37) e integrando do nó (i – 1) para o nó (i) gera-se a Equação
(39) (WYLIE; STREETER, 1978).
34
HPi QP x
a i f
H i −1
dH +
gAQi −1
dQ +
2 gDA² 0
Q Q dx = 0 (39)
a
B= (42)
g. A
f .x
R=
(2.g.D.A² ) (43)
Da relação entre as Equações (44) e (45) chega-se a Equação (48), na qual QPi pode ser
obtido substituindo HPi na Equação (44) ou (45).
35
HPi = 0,5.(CP + CM ) (48)
2DT
Equação de contorno necessária
Tempo (s)
0
1 N–i N N+i NS
Nós
Fonte: Adaptado de Tullis (1989)
36
Segundo Chaudhry (1979), contudo, se as perdas de entrada e a carga de velocidades
forem consideráveis, estas podem ser calculadas aplicando a Equação (43). Considerando as
perdas e reduzindo a Equação (44), a carga de pressão inicial Hi em cada nó i pode ser
calculada pela Equação (49). A vazão inicial QIi nos nós é encontrada a partir da Equação
(50).
(
QP1 = 0,5. − C 4 + C 4 2 − 4C 5 ) (52)
900 Q1 H 1
Nr = − . .t (53)
² I N
38
3.2.4.4. Válvula na extremidade da tubulação
Segundo Tullis (1989), para este tipo de situação, a condição de contorno é baseada na
perda de carga que ocorre através da válvula, conforme Equação (54).
K l .QPNS . QPNS
HPNS = HR2 + (54)
2.g. Av2
HR2 + C3.QPNS
2
= CP − QPNS (56)
Ou
2
QPNS + CC 3.QPNS + CC 4 = 0 (57)
− CC 3 CC 32 − 4CC 4
QPNS = (58)
2
39
3.2.4.5. Válvula de retenção
QPNS . QPNS
HPNS = Z NS + (61)
2.g. Ao2
40
Na qual: HPNS é a carga de pressão no orifício em m; ZNS é a cota no orifício em m; QPNS a
vazão no orifício em m³.s–1; e, Ao a área do orifício em m². Considera-se, também, a área do
orifício constante e C3. A partir dessas novas adoções e ajustes, aplica-se as Equações (58) e
(59).
HPi = Z i − H b + H va (62)
QPi =
(CP − HPi )
(63)
B
QPDi =
(HP − CM i )
(64)
B
3.3. Otimização
x1
x
X = 2 que minimiza f (X)
x n (66)
sujeita a:
gj (X) ≤ 0, j = 1, 2, ..., m
lj (X) = 0 j = 1, 2, ..., p
42
Portanto, resumidamente, um modelo matemático representativo de um problema real
possui expressões matemáticas que descrevem a natureza do problema. Para tal, as decisões
quantificáveis são representadas por n variáveis de decisão com suas relações e limitações
expressas por restrições e tendo seu objetivo formulado como uma função objetivo
(MARINS, 2011).
Informações complementares podem ser obtidas nos trabalhos de Dykstra (1984), Taha
(2007), Rao (2009) e Marins (2011).
44
imediatamente abaixo a ele, sendo estes analisados de acordo com a intensidade de
importância entre eles.
• Passo 4 – a partir dos resultados das comparações da matriz, obtêm-se prioridades que
devem ser utilizadas para avaliar através de peso as prioridades do nível imediatamente
abaixo. Após a realização desse procedimento para cada elemento, adiciona-se, em cada
elemento do nível abaixo, valores ponderados para alcançar sua prioridade global. Esse
processo de pesagem e adição de valores se repete até conseguir as prioridades finais das
alternativas do nível mais baixo.
As comparações são realizadas por meio de uma escala de números, conforme Tabela 1.
Segundo Chen e Hwang (1992), o Método para Avaliar o Desempenho das Alternativas
por meio da Similaridade com a Solução Ideal (TOPSIS – Technique for Order Performance
by Similarity to Ideal Solution), tem como princípio básico que a melhor escolha é aquela que
45
mais se aproxima da solução ideal positiva e está mais distante da solução ideal negativa. A
seguir é exposto um passo a passo, segundo Chen e Hwang (1992), como forma metodológica
de resolução do método.
• Passo 1 – cálculo da matriz de decisão normalizada para transformação em uma matriz
adimensional, sendo o valor rij calculado como mostra a Equação (67).
xij
rij = , i = 1,2,..., m; j = 1,2,..., n.
m (67)
xij2
i =1
• Passo 3 – estabelecimento das soluções ideais positivas (A+) e negativas (A-) conforme
Equações (69) e (70).
( )
A + = V1* ,......, V j* ,........Vn* = max j Vij | j = 1,..., n | i = 1,..., m (69)
( )
A − = V1− ,......, V j− ,........Vn− = min j Vij | j = 1,..., n | i = 1,..., m (70)
• Passo 4 – Cálculo da separação entre cada alternativa, a qual pode ser medida pela
distância euclidiana. A separação das soluções ideais é dada pela Equação (71) e das
soluções ideais negativas é encontrada conforme Equação (72).
n
si+ = + 2
(vij − v j ) (71)
j =1
n
si− = − 2
(vij − v j ) (72)
j =1
46
• Passo 5 – cálculo da proximidade relativa de Ai com a solução A+ é definida pela Equação
(73).
si−
ci+ = (73)
( si+ + si− )
• Passo 6 – selecionar as melhores alternativas com maior valor de ci+, ou seja, mais próximo
do ideal, e classificar em ordem de preferência.
3.3.2.3. Método CP
47
De acordo com a determinação, por parte do decisor, do parâmetro p e dos pesos, a
melhor solução de compromisso pode ser modificada e pode-se gerar diferentes soluções de
comprometimento.
Influenciados por estudos que analisavam a busca coordenada de alimentos pelas aves,
que permite que um bando pouse em um determinando local onde se encontra comida,
Kennedy e Eberhart, em 1995, desenvolveram o método de ótimização de enxames de
párticulas (PSO – Particle Swarm Optimization) (MERKLE; MIDDENDORF, 2005).
O PSO é um método de busca paralela multiagente que possui um enxame de partículas,
que são entidades conceptuais, as quais voam através do espaço de busca multidimensional.
Em qualquer instante particular, cada partícula tem uma posição e uma velocidade (DAS;
ABRAHAM; KONAR, 2008).
As partículas começam em locais aleatórios e procuram o mínimo ou o máximo de uma
determinada função pelo espaço de busca. Os movimentos de uma partícula dependem apenas
da sua velocidade e dos locais em que as boas soluções já foram encontradas pela própria
peça ou outras partículas (vizinhas) no enxame (MERKLE; MIDDENDORF, 2005). A
relação de vizinhança NV é definida no enxame. NV determina para quaisquer duas partículas
Pi e Pj se eles são vizinhos ou não. Assim, para qualquer partícula P, um bairro pode ser
designado como NV (P), contendo todos os vizinhos daquela partícula (DAS; ABRAHAM;
KONAR, 2008).
Em um algoritmo PSO típico, cada partícula P acompanha as coordenadas no espaço de
busca associadas à melhor solução encontrada até agora. O valor correspondente da função
objetivo (valor de aptidão) também é armazenado. Outro "melhor" valor que é rastreado por
cada partícula é o melhor valor obtido até agora, p(t), por qualquer partícula em seu bairro
topológico (MERKLE; MIDDENDORF, 2005). Ou seja, ou seja, a melhor experiência
pessoal e a melhor p(t) de toda P ∈ NV (P): g(t), ou seja, a melhor posição encontrada até
agora no bairro da partícula (DAS; ABRAHAM; KONAR, 2008).
Quando uma partícula leva toda a população como seus vizinhos, o melhor valor é um
melhor global. Em cada iteração do algoritmo PSO, a velocidade de cada partícula é alterada
para os melhores locais individuais e globais. (MERKLE; MIDDENDORF, 2005). A Figura 9
representa o esquema típico de um algoritmo PSO.
48
Figura 9 – Esquema típico do algoritmo PSO
Inicialize a localização e a velocidade de cada partícula
Repita
Para cada partícula
Avaliar a função objetivo f na localização das partículas
Fim Para
Para cada partícula
Atualizar a melhor posição individual
Fim Para
Atualizar a posição global ótima
Para cada partícula
Atualizar a velocidade
Calcular a nova localização da partícula
Fim Para
Até que o critério de parada seja cumprido
Fonte: Adaptado de Merkle e Middendorf (2005)
49
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A revisão bibliográfica formulada nesta seção expõe pesquisas já realizadas que destacam a
importância do estudo, bem como resultados e avanços nos temas: transiente hidráulico no
abastecimento de água; avaliação de qualidade de calibração em sistema de abastecimento de
água; análise de decisão em sistema de abastecimento de água; e, seleção de projetos na
engenharia.
Os primeiros passos de análise do TH datam do século XVII com Isaac Newton e seus
estudos sobre a celeridade da onda e a elasticidade no meio. As primeiras soluções
matemáticas da equação da onda foram propostas por D’Alembert, Bernoulli e Euler, sendo
que este, em 1759, relacionou a equação da onda com as questões de circulação do sangue,
resultando na equação da propagação de ondas elásticas. Já Fourier, em 1800, generalizou e
estendeu a equação da onda para duas dimensões. Em 1898, Joukowsky fez grandes avanços
nos estudos desenvolvendo as equações fundamentais do fenômeno, além de estudos feitos
sobre tanque de pressão, chaminé de equilíbrio, válvulas e efeitos do tempo de fechamento de
válvula. Cinco anos depois, em 1903, foram elaboradas as equações de Allievi, as quais
representam a relação ideal de pressão com um coeficiente constante de descarga e o
fechamento lento da válvula (GÓMEZ, 2015).
A partir desses avanços na elaboração das equações de estudo do transiente, começou
uma maior produção cientifica de estudos sobre o as variações de pressão e o comportamento
do fenômeno foram elaborados (por exemplo: Montgomery; Ward, 1947; Chang, 1956;
Parmakian, 1963; Davies, 1964; Oldenburger; Goodson, 1964; Behnke; Bianchi, 1965) e
também da relação do fenômeno com as bombas (por exemplo, Alves, 1956; Donsky, 1961;
Helgestad; Foster e Bannister, 1974). No momento, são inúmeros os estudos produzidos sobre
TH.
Ramos, Tamminen e Covas (2009) induziram o TH, por meio do fechamento controlado
de válvula, na partida repentina das bombas e nos vazamentos. O desempenho da onda de
pressão foi comparado em duas redes de acordo com o material de fabricação da tubulação,
uma de ferro fundido e a outra de polietileno. A análise de sensibilidade realizada permitiu as
seguintes observações: quando as bombas são desligadas, as pressões mínimas são muito
maiores na rede de polietileno, indicando que o desempenho da variação de pressão é melhor
50
nesse tipo de material; aumentando o consumo na rede de ferro fundido, durante o transiente,
a pressão é reduzida; a operação controlada da válvula influi no bom desempenho de variação
de pressão, sendo melhor na rede de polietileno; o aumento de consumo induzido pelo
vazamento resulta em menor desempenho da pressão mínima e maior desempenho da pressão
máxima em ambos os materiais. Os autores, ainda, acrescentam que essa análise pode servir
como base de orientação para o gerenciamento operacional.
Wan e Huang (2011) desenvolveram um modelo de modificação das curvas
características da bomba com base em dados experimentais de curva de desempenho. Os
dados foram aplicados no método das características, permitindo o estudo do TH no momento
de falha e arranque da bomba. O método mostrou-se conveniente para aplicações em todos os
tipos de processo transitório da bomba.
Wan e Huang (2013), também, analisaram, em outro estudo, a eficiência de um vaso de
pressão na proteção de bombas centrífugas. Neste estudo, foi instalado um recipiente de
pressão com propósito de evitar vácuo e sobrepressão no sistema. Foi simulado a variação de
pressão e do volume de gás no vaso de pressão, onde a amplitude e frequência das ondas de
pressão foram obtidas, analisando-se as pressões extremas. Ao instalar o vaso de pressão no
sistema, a amplitude e frequência das ondas de pressão foram nitidamente reduzidas, mesmo
considerando uma situação crítica, o que tornou ainda mais confiável a utilização do vaso de
pressão, além de mais barato e menor do que o tanque de pressão. Também, foi elaborado um
modelo de projeto ótimo para determinar a massa segura de gás nitrogênio e o volume seguro
e econômico do vaso de pressão que pode proteger o sistema de distribuição.
Delgado, Martins e Covas (2014) desenvolveram uma ferramenta computacional com
base na teoria clássica do golpe de aríete e resolveram o problema pelo método das
características. A ferramenta teve como objetivo auxiliar no estudo sobre as principais
incertezas associadas à modelagem hidráulica de transientes para estações elevatórias com e
sem proteção contra eventos extremos. Foi inserida condições de contorno relativas a bomba e
a equação de atrito desenvolvida por Vikovsky. Além disso, testes laboratoriais foram
realizados com e sem tanque de pressão (vaso hidropneumático) conectado ao sistema, afim
de estudo relativo da geração do TH a partir de falha da bomba. Foi constatado, em alguns
testes, que quando o vaso hidropneumático estava conectado no sistema, ocorreram ondas de
pressão de maior intensidade quando comparados aos sistemas sem proteção. Isso reforça a
importância de modelos hidráulicos sólidos e confiáveis, de acordo com as características do
sistema.
51
Araújo e Chaudhry (2004) e Vasconcelos, Costa e Araújo (2015) aplicaram o método
do transiente inverso em suas pesquisas, utilizando técnicas de otimização para alcançar
ajustes mais preciso ente valores observados e estimados de pressão e vazão. Araújo e
Chaudhry (2004), tinham como objetivo identificar a técnica mais eficiente para estimar o
fator de atrito na tubulação de distribuição de água. Para isso, compararam o método de
transiente inverso, com otimização por algoritmo genético, com a fórmula de Swanne. A
partir dos resultados, os autores concluíram que, devido a variação do fator de atrito durante o
evento do TH, é mais conveniente determinar o fator de atrito pela rugosidade absoluta. Já
Vasconcelos, Costa e Araújo (2015) apontaram o método do transiente inverso utilizando-se
de algoritmos genéticos com um procedimento promissor de avaliação de deterioração da
tubulação.
Chen et al. (2015), apresentaram um modelo computacional de controle do tempo ideal
de fechamento de válvula afim da atenuação do golpe de aríete na tubulação. Para isso, foi
aplicado o método das linhas para discretizar as equações diferenciais parciais na vazão para
obter um conjunto de equações parciais ordinárias. Em seguida, foi aplicado o método de
parametrização de controle para se obter os parâmetros ótimos usando algoritmos de
otimização numérica. Os resultados do estudo comprovam que a abordagem proposta é
altamente eficaz para atenuação do golpe de aríete, reduzindo significantemente a variação de
pressão.
Chalghoum et al. (2016), estudaram o transiente gerado pela variação linear da
velocidade de rotação de uma bomba centrífuga, nos momentos iniciais após seu
acionamento. O estudo foi realizado em uma instalação de teste hidráulico com um medidor
digital de pressão na sucção e outro no recalque. Os dados coletados foram comparados com
dados computacionais estimados por um modelo número fundamentado no método das
características. Foram analisadas as influências das propriedades geométricas dos rotores,
posições de abertura da válvula e o efeito do tempo de início de funcionamento na evolução
do transiente. Os resultados demonstram que os fatores com maior relação de evolução do
transiente são o tempo de início de funcionamento e a posição de abertura da válvula. Além
disso, constatou-se que a curva característica da bomba, no estado estacionário, é muito
influenciada pelo raio e a altura da lâmina do rotor. Também, comprovou a validade da
eficiência do método das características para esse tipo de situação.
Izquierdo et al. (2016), propuseram uma modelagem computacional, por meio de uma
plataforma de solução híbrida, constituída pela implementação de agentes múltiplos e
equações que representam o comportamento do TH. A solução apresenta a vantagem de
52
permitir a parametrização do algoritmo de cálculo, permitindo um melhor uso dos recursos
computacionais. A plataforma resultante do estudo demonstrou ser uma ferramenta eficiente e
versátil no gerenciamento do abastecimento de água. Ainda, destacaram-se a importância de
se considerar o TH no manejo de água urbana, já que favorecem danos as tubulações
(fissuras, trincas, outros) que, por sua vez, levam a perdas e intrusão de contaminante na água.
O tema sobre perdas tem ganhado cada vez mais atenção e enfoque em estudos devido
as pressões ambientais, sociais e políticas por questões de escassez de água, custos, aumento
da demanda e desperdício (DIGHADE; KADU; PANDE, 2014). Sua redução é um grande
desafio em SAA, no qual, o gerenciamento de pressão é uma ferramenta que pode agir
antecipadamente evitando ou resolvendo esse tipo de problema (MUTIKANGA et al., 2011).
Os padrões de pressão são a base para operação ótima (segura, confiável, alto desempenho) de
um SAA. Também, fornecem apoio a estudos envolvendo uso de energia, perdas, qualidade
da água (relacionada a intrusão de contaminantes em eventos transitórios), quebras de tubos,
considerações econômicas, segurança e saúde pública (GHORBANIAN; KARNEY; GUO,
2016).
Em relação a contaminação da água, decorrentes do TH, nos SAA, inúmeros estudos
apontam que os vazamentos na tubulação fornecem entrada para contaminantes na água a ser
distribuída. A intrusão de contaminantes no sistema está relacionada com a duração e a
magnitude da pressão negativa do evento (KIRMEYER et al. 2001; BOYD et al, 2004;
MANSOUR-REZAEI, NASER e MALEKPOUR, 2013; JONES et al, 2014; FOX et al, 2014;
FONTANAZZA, 2015).
Kirmeyer et al. (2001), demonstraram a capacidade de se estimar o volume de líquido
que entra no sistema de distribuição por meio de vazamento reverso em condições de variação
de pressão. O cálculo do volume de vazamento ou intrusão foi calculado para cada nó, em
função das condições de pressão. Adotou-se um elemento de vazamento/intrusão no modelo
em nós suscetíveis a condições de baixa pressão, sendo o elemento considerado com um
orifício de duas vias.
LeChevallier et al. (2003) e Gullick et al. (2004) relatam que os eventos de pressão
negativa caracterizados no estudo foram originados pelo desligamento da bomba. Karim,
Abbaszadegan e Lechevallier (2003) encontraram microrganismos indicadores e vírus
entéricos nas amostras de solo e da água adjacentes às tubulações de distribuição. Assim, se
destaca a necessidade de determinação das variações de pressão e da projeção de material
residual desinfetante efetivo ao longo do sistema de distribuição.
53
Lee et al. (2012) abordaram a questão dos transientes, destacando a importância do
estudo do fenômeno de cavitação na intrusão de contaminantes. Para fins de estudos, foi
projetado e construído um sistema de encanamento experimental representando as pressões
tipicamente encontradas, em situações reais, no sistema típico de SAA. Este sistema de água
experimental foi utilizado para: (1) examinar o desempenho da onda de baixa pressão com
propósito de prever o potencial de intrusão de contaminantes de o solo ou a água circundante;
(2) medir variações de pressão em vários locais dentro dos sistemas menores e localizados; e
(3) avaliar qualquer cavitação produzida pelos transientes hidráulicos. O estudo resultou,
principalmente, nas seguintes constatações: (1) A queda de pressão mensurada (– 68,9 Kpa)
seria suficiente para causar uma intrusão de contaminantes microbianos e químicos na linha
de serviço; (2) as seções verticais, com pontas secas, tiveram maiores variações de pressão
quando os transientes foram disparados do interior da casa; e, (3) a cavitação foi observada
devido à baixa pressão induzida pelo transiente hidráulico. Logo, concluiu-se a importância
de preservar a integridade física e hidráulica na rede de água, a fim de evitar qualquer
possível risco para a saúde humana envolvido com a intrusão de contaminantes decorrentes de
eventos de baixa pressão.
Segundo Boulos et al. (2005), a redução de pressão pode causar problemas de cavitação.
Este fenômeno ocorre quando a pressão local é reduzida para o valor da pressão de vapor
(temperatura ambiente). Sendo assim, o gás dentro da água é gradualmente liberado e a água
começa a vaporizar. Quando a pressão se recupera, a água entra na cavidade, causada pelos
gases, e colide com qualquer coisa que confina a cavidade, resultando em um aumento na
carga de pressão.
O colapso da bolha de cavitação é um processo violento que gera ondas de choque de
grande amplitude e microjatos de grande amplitude. Quando este colapso ocorre perto de uma
superfície sólida, esses distúrbios intensos geram tensões superficiais altamente localizadas e
transitórias. O problema mais frequente na engenharia, causado pela cavitação, relaciona-se
ao dano material que as bolhas de cavitação podem causar quando colapsam na proximidade
de uma superfície sólida. O problema é de grande complexidade, visto que envolve
fenômenos complicados de fluxo instável combinados com a reação do material particular do
qual a superfície sólida é feita (BRENNEN, 2011).
Quando a cavitação ocorre de forma inesperada no sistema, observa-se uma diminuição
acentuada do desempenho. Em muitos casos, os sistemas hidráulicos sofrem danos como, por
exemplo, deformação de tubos vávlulas e outros componentes, comprometendo a
confiabilidade do sistema. Neste contexo, Hadj-Taieb e Hadj-Taieb (2009), elaboraram um
54
modelo de fluxo de cavitação borbulhante vaporoso para simular o fluxo transitório com
fenômeno de cavitação. O foco foi, principalmente, estudar a interação do fluido com a
estrutura, analisando a influência da deformação da parede do tubo sobre a evolução desse
fenômeno utilizando diferentes valores de módulo de elasticidade. Uma relação entre pressão
e seção de tubo foi introduzida no modelo proposto de acordo com o tipo de tubo (quase
rígido ou deformável). Para verificar a validade dos resultados calculados, foi feita
comparação com as de exemplo experimental. Como principais resultados obtidos têm-se que:
(1) o modelo reproduziu satisfatóriamente a evolução das ondas de pressão em comparação
com a experiência e forneceu a posição e o tempo da ocorrência da zona de cavitação; (2) a
evolução do fenomeno está intimamente ligada ao módulo de elasticidade, sendo que o
aumento da elasticidade da parede do tubo influencia o fenômeno da cavitação de vapor
durante eventos transitórios, atenuando as flutuações da pressão e reduzindo a zona de
cavitação; e (3) a espessura da parede do tubo tem o mesmo grau de influencia do que a
elasticidade.
Soares, Martins e Covas (2015), utilizaram os modelos DVCM (Discrete Vapor Cavity
Model) e DGCM (Discrete Gas Cavity Model) para descrever o fluxo de cavitação transitória
em tubo de cobre pressurizado. Esse modelos assumem que as cavidades de ar discretas são
formadas em seções fixas da tubulação e consideram uma velocidade de onda constante nos
tubos entre essas cavidades. Para calibrar e verificar a eficiência dos modelos, foram
coletados dados de pressão em condições turbulentas durante transeinte hidráulico resultante
do fechamento de válvula. Também foram consideradas perdas variavéis por atrito. Os
resultados numéricos obtidos demonstraram que: (1) o modelo DGCM é mais eficaz que o
modelo DVCM; (2) a consideração da variação do atrito foi fundamental para descrever as
pressões transitórias observadas para os fluxos de cavitação; e, (3) necessidade de mais
trabalhos referente a análise da cavitação em sistemas pressurizados para efetivo
funcionamento e segurança do sistema.
Visando a crescente demanda por sistemas hidráulico e pneumáticos confiáveis,
duraveis e economicamente viávies, Kwok et al. (2016) fizeram uma extensa revisão sobre
superficies resistentes a erosão por cavitação (EC), caracterizada pela fadiga e ruputura da
região da superficie devida a repetição microjatos ou ondas de choque que conferem pressão
intensa à superfícia sólida. Essa problemática foi abordada por meio do aumento das
propriedades da superfície dos materiais de base (ligas ferrosas e não ferrosas) com várias
técnicas de modificação da superfície a laser. Foi analisado o desempenho da EC de uma
variedade de camadas/revestimentos modificados com superfície a laser e os mecanismos do
55
aprimoramento da resistência à EC. As técnicas de modificação da superfície a laser se
mostraram promissoras e, em relação a resistência a EC, os autores recomendaram que: (1) a
alta rigidez e dureza geralmente são benéficas, mas uma superfície dura e quebradiça é
prejudicial; (2). uma microestrutura refinada e homogênea é vantajosa; (3) a estrutura com
alta transformabilidade de fase ou baixa energia de falha de empilhamento é um fator
favorável; e, (4) a resistência à corrosão deve ser cuidadosamente considerada tendo em vista
o possível efeito sinérgico. Para mitigar a EC, indicam: aprimoramento do projeto para
minimizar as grandes diferenças de pressão hidrodinâmica, mudança das condições
ambientais e seleção de material mais resistente ou aplicação de camada protetora contra EC.
Em meados dos anos 60, começaram os primeiros estudos voltados para a aplicação das
ferramentas para auxílio na tomada de decisão em SAA. Nos anos 80, ocorreu um evento
relevante na promoção da otimização de sistemas reais de distribuição de água, a “Batalha dos
modelos de rede” (“Battle of the network models”). Esse foi o nome dado a uma série de
sessões realizadas na Conferência de Computadores em Recursos Hídricos, realizada em
Buffalo – Estados Unidos, onde foi realizada uma competição de otimização de SAA. Apesar
de, na época, o sistema que foi otimizado não tivesse todas as características reais e a
necessidade de complementos (como cálculos manuais, exigência de maior conhecimento e
julgamento de engenharia), a competição resultou em várias observações importantes. Dessas
observações pode-se citar: o dimensionamento e posicionamento do reservatório afeta
significantemente a solução ideal; o dimensionamento da distribuição de água deve estar
relacionado com a eficiência da bomba; e, a ineficiência do ponto de operação da bomba gera
gastos elevados (WALSKI, 1987).
No presente, diversos são os estudos sobre a temática de custos operacionais, de
manutenção e gastos de energia em SAA e nas unidades de estação elevatória (EE). Pedrosa
Filho (2006) destaca que, em relação a custos energéticos, muitas captações de água
encontram-se a longas distâncias das unidades de tratamento e reservação, necessitando de EE
que precisam ter o funcionamento otimizado. Cita, ainda, que a falta de informações (coletas
de dados e monitoramento do desempenho do sistema); equipamentos super ou
subdimensionados ou, ainda, ultrapassados, envelhecimento das tubulações, desperdício de
água, complexidade do sistema, gerenciamento e manutenção inadequados, e falta de
planejamento operacional levam a elevados índices de consumo de energia.
56
Segundo Scholten et al. (2007) a aplicação da modelagem no gerenciamento de água
avançou gradualmente para abordagens mais multidisciplinares para solução de problemas,
transformando, cada vez mais, os modelos como requisito para estudos de gerenciamento de
água. O apoio decisório proveniente de modelos, demanda a experiência em vários domínios
abrangendo a multidisciplinaridade.
Jung, Muleta e Boulos (2009), utilizaram a tomada de decisão por algoritmos
evolucionários para atingir dois objetivos: minimizar custos, a partir da seleção dos diâmetros
dos tubos como variáveis de decisão, e maximizar a confiabilidade hidráulica. Salientaram
que, ao contrário da maioria dos modelos de otimização, o estudo pressupôs que as cargas de
demanda variam ao longo da vida útil de projeto do sistema. Como resultados, o estudo
mostrou que o dimensionamento adequado dos diâmetros da tubulação é crucialmente
importante para prevenir os golpes e diminuição de custos. Ainda, considera que é preciso
uma abordagem mais abrangente, adotando também as propriedades transitórias,
características do sistema e dispositivos de proteção contra os golpes.
Wei, Zhihong e Huiwen (2009), usaram o algoritmo PSO (Particle Swarm
Optimization) para determinar o esquema de funcionamento ótimo da rede, aplicando,
também, o método de mínimos quadrados para estabelecer o modelo macroscópico de análise
hidráulica. O modelo teve como função objetivo maximizar a qualidade da água do cliente e
minimizar o consumo de eletricidade da EE. Assim, concluíram que a operação ótima, em
relação a operação por experiência dos operadores, além de proporcionar menor consumo de
energia, distribui água com qualidade ao consumidor e resolve problemas de instabilidade de
pressão no sistema.
Fattahi e Fayyaz (2010) apresentam um modelo de programação por compromissos
(CP) para tomada de decisão de forma integrada da água urbana da cidade de Hamedan, Irã,
com o objetivo de otimizar o consumo de água, minimizando os custos de distribuição de
água, minimizando vazamento de água e maximizando o nível de satisfação social. Foram
consideradas as variáveis efeitos da chuva, escoamento, evaporação e infiltração da água,
devido ao clima árido da região, bem como aumento da demanda de água e diminuição das
precipitações ao longo dos anos. O modelo se provou eficiente e aplicável para outras regiões,
resultando que a água subterrânea pode ser salva para o futuro e a água superficial pode ser
salva apenas por um curto período antes que que sejam inclusos custos. O custo de aquisição
das águas superficiais é maior do que o das águas subterrâneas, porém sua qualidade é melhor
do que a das águas subterrâneas. Por estas razões, quase todos os tomadores de decisão na
distribuição e fornecimento de água urbana prefiriram usar a água superficial.
57
Para estudos de perdas de água no SAA, Mutikanga, Sharma e Vairavamoorthy (2011)
apresentaram uma matriz de decisão para planejamento estratégico da gestão de perda de
água, com aplicação do método PROMETHEE II, afim de priorização de opções de redução
de perda de água. A metodologia foi aplicada no SAA da cidade de Kampala, Uganda, que
abrange cerca de 350 km² com uma população estimada de 1,5 milhões e 73% de cobertura de
água com abastecimento irregular, com queixas de falta de água e pressões baixas. A
definição do problema considerou os seguintes requisitos: (1) opções da estratégia com
abordagem de perdas reais e aparentes; (2) custo da implementação do conjunto de estratégias
não deve exceder 3,6 milhões de euros.ano–1; (3) redução da perda de água de, pelo menos, 12
milhões de m³.ano–1; e (4) período de implementação não deve exceder 10 anos. Os atores
envolvidos no processo decisório foram divididos em três grupos de decisores os gestores do
sistema, usuários de água e ambientalistas. As metas e objetivos do estudo foram relacionados
com fornecimento de água segura e confiável aos clientes com preço justo e ambientalmente
amigável. Foram considerados as seguintes funções objetivos: maximizar as receitas;
minimizar custos; maximizar a redução de consumo; maximizar a qualidade da água;
maximizar a confiabilidade; e, maximizar a acessibilidade a água. O método apresentado
mostrou-se uma ferramenta valiosa, com resultados que revelaram que as opções mais
preferidas são as que melhoram a segurança da oferta de água, a saúde pública e as medidas
de conservação da água. Além disso, os resultados demonstram que a opção mais barata não
é, necessariamente, a melhor quando múltiplos critérios são considerados de forma explícita.
Segundo Al-Ani e Habibi (2012) o planejamento na escolha e implementação de
bombas permite economia de custos com energia e manutenção, além de eficiência na
distribuição de água e o controle de sistemas complexos de distribuição. Visando essas
questões, foi aplicado, no estudo, o método de otimização PSO para minimizar custos de
energia elétrica e manutenção na operação de EE, conciliando com as condições adequadas de
pressão e desempenho hidráulico. O estudo indicou um bom desempenho na redução do custo
operacional, além de propor um método, relativamente, de fácil manipulação.
Al-Ani e Habibi (2014) também fizeram, outro estudo, de otimização da eficiência
energética na operação de EE, mas aplicando o algoritmo heurístico de evolução diferencial.
Este, foi aplicado em um distrito rural localizado na região de Saskatoon City, no Canadá.
Para alcançar o objetivo do estudo, foi otimizado o agendamento do funcionamento de
bombas e a capacidade útil do reservatório, devendo funcionar de forma a satisfazer a
demanda de água e restrições de custo operacional. Os resultados experimentas mostram que
58
a otimização levou a economias significativas no custo operacional global, melhorias na
confiabilidade e segurança do sistema, podendo ser aplicada em outros SAAs.
Sousa e Soares (2014) fizeram um estudo aplicando um algoritmo evolucionário
multiobjetivo em conciliação com o software EPANET 2. O estudo objetivou diminuir perdas
de água e custos de energia. As funções objetivo consideraram a minimização de perdas por
vazamentos de água, redução do custo de energia elétrica do volume bombeado e
maximização da confiabilidade do sistema. Os resultados da otimização foram considerados
eficientes sendo atendidos os objetivos propostos.
Moosavian e Jaefarzadeh (2014), concluíram, no estudo realizado, que o método
metaheurístico de algoritmo de evolução complexa é um método de otimização que supera
outros métodos em termo de precisão, podendo lidar com vários problemas de redes de
tubulação. Esse modelo aplica regras Se – Então para lidar com a demanda de pressão e
simulação de vazamento, não precisando de um vetor de solução inicial.
Tang, Zheng e Zhang (2014), estudaram a eficiência energética ponderando o
gerenciamento de carga da demanda, focando nas questões de desempenho, operação,
tecnologia e tipo de equipamento da EE. Para modelar o problema foi considerada a
coordenação do estado da operação das bombas e do tempo de funcionamento. Os resultados
apontaram que as técnicas de otimização têm a capacidade de alcançar a eficiência energética
e da carga de demanda, sendo as economias geradas, principalmente, ao mudar o status de
operação das bombas no tempo.
Yang, Zhang e Li (2015), utilizaram o algoritmo PSO combinado com algoritmo
genético para otimizar, operacionalmente, o SAA com alimentação de água de múltiplas
fontes e em tempo real. Foi proposta uma codificação cromossômica dual generalizada,
binária de números reais e de números inteiros, de forma combinada para a otimização
simultânea. O modelo matemático teve como função objetivo o atendimento ao consumo e o
investimento de energia operacional e como variáveis de decisão a inicialização e a parada
das bombas, as vazões de consumo e conexões e diâmetros da tubulação. O método foi
eficiente e atendeu os objetivos iniciais.
Behzadian e Kapelan (2015), propuseram a tomada de decisão no fornecimento de água
como um metabolismo, analisando o sistema de abastecimento de forma holística, ou seja,
considerando não só apenas o abastecimento de água, mas como também a água potável,
águas pluviais, águas residuais e reciclagem da água. A metodologia foi baseada em duas
abordagens: (1) planejamento considerando apenas o sistema de abastecimento de água; e, (2)
planejamento para o sistema de fornecimento de água incluindo água potável água, águas
59
pluviais, águas residuais e reciclagem de água. O modelo WaterMet2 foi usado para simular
processos do tipo metabólico e calcular indicadores quantitativos de desempenho. A análise
foi analisada sobre o problema do planejamento de nível estratégico em escala real,
aplicando-se onze estratégias de intervenção para simular as duas abordagens anteriormente
citadas. O desempenho resultante foi avaliado usando os múltiplos critérios do tipo
convencional e de sustentabilidade e foram classificadas estratégias de intervenção opcionais
usando o método de programação por compromisso (CP), concluindo que, a tomada de
decisão considerando o sistema como um todo obtém resultados efetivos a longo prazo.
Zyoud et al. (2016), devido as condições precárias, altas perdas de água e a
intermitência do SAA na maior parte da Palestina, aplicaram uma metodologia multicritério
para tomada de decisão em uma situação real de perda de água no SAA do município de
Nablus. A metodologia baseou-se na integração de dois métodos, Fuzzy AHP e Fuzzy
TOPSIS, tendo o potencial de transformar dados qualitativos em medidas quantitativas
equivalentes, resultando em um consenso sobre as preferências e preocupações de vários
grupos de partes interessadas. No estudo, inicialmente, foi realizada a definição da estrutura
do problema afim de identificar as dimensões do problema, os critérios de avaliação, as
opções e suas interações. Em um segundo momento, foram solicitados dos decisores
avaliações da matriz de decisão (critérios e de avaliação e atribuição da importância dos
diferentes critérios). Como resultado do estudo, foi obtida uma análise bem-sucedida em lidar
com as questões complexas envolvidas na gestão de perdas de água, mesmo com dados
limitados e/ou inexistentes. Podendo, então, ser aplicada como ferramenta para melhor
compreensão e avaliação de estratégias de gerenciamento, bem como incentiva e efetiva
decisões tomadas em grupo.
Soler et al (2016), aplicam programação linear inteira e uma solução heurística para
redução de custos com energia elétrica de bombas hidráulicas. Isso, foi realizado para o
planejamento do volume de água em reservatórios. O problema, basicamente, consistiu em
decidir o acionamento/desligamento das bombas hidráulicas que abastecem os reservatórios e
a transferência de água entre eles, respeitando seus níveis mínimos e máximos e a demanda de
água. A função objetivo adotada equivale ao custo total de energia elétrica necessária para o
funcionamento dessas bombas, dada pelo somatório do custo (fixo) de acionamento das
bombas com o custo (variável) de manter essas bombas ligadas. O método provou ser capaz
de produzir boas soluções, necessitando de pouco tempo para produção de dados, o que
viabiliza sua aplicação prática.
60
Shirzad (2017), levando em conta os altos custos computacionais dos modelos meta-
heurísticos, impraticáveis em escala real, aplicou o algoritmo de otimização ACO (Ant
Colony Optimization) para o dimensionamento de menor custo de um sistema de distribuição
de água. Nesse método de otimização as “formigas” selecionam os diâmetros dos tubos e o
número de avaliações objetivas da função é pequeno, o que torna possível sua aplicação em
grandes sistemas reais.
61
importante o fortalecimento da base de conhecimento do projeto, estimulo dos processos de
aprendizagem, adoção de análise de risco seguida da alocação ótima de riscos, entre os
decisores públicos e privados e organização do monitoramento contínuo por administradores.
Laniado et al. (2013) implementaram um modelo metodológico para avaliar e comparar
os resultados dos projetos ambientais implementados pelas administrações locais com fundos
públicos com o propósito de otimizar uso de recursos. O modelo utilizado foi desenvolvido
adaptado e testado para diferentes projetos nos campos da mobilidade sustentável, energia e
saneamento básico. As dimensões e critérios de avaliação do modelo foram: grau de
consistência/coerência com o contexto programático e ambiental; eficácia do projeto em
atingir seus objetivos diretos e, consequentemente, comparar com valores de referência e/ou
contribuir para melhorar o estado ambiental; impactos, ou seja, efeitos adicionais do projeto
diferentes dos objetivos diretos; relação entre os gastos com recursos do projeto e os
resultados; e eficiência. O modelo pode ajudar desde o início da tomada de decisão,
auxiliando a administração pública e selecionando o tipo de projeto que deve ser financiado.
Também oferece locais apropriados para implementação dos projetos, bem como
fornecimento de conjunto de critérios para seleção de concorrentes para prestação de serviços
e de desempenho de projeto.
Para o gerenciamento sustentável de projetos de tratamento de águas residuárias, Mirabi
et al. (2014), fizeram um estudo de caso na cidade de Niasar, no Irã, tendo como diferencial
de estudo a consideração da incerteza, de valor de compensação e das diferentes atitudes de
risco dos decisores. Foram aplicados seis métodos de tomada de decisão multiatributo:
Ponderação Aditiva Simplificada; Programação de Compromisso; TOPSIS; Média Ponderada
Ordenada; Média Ponderada Induzida; e, Média Pondera Híbrida. Foram utilizados nove
atributos para avaliação de alternativas: (1) economia; (2) simplicidade de exploração; (3)
Simplicidade de implementação; (4) consumo de energia; (5) tempo de implementação; (6)
efeitos ambientais; (7) aceitação pública; (8) instalações domésticas para construção; e, (9)
flexibilidade. Os resultados demonstram que os métodos são adequados para o gerenciamento
de água residuárias urbanas e a seleção do melhor método tem um impacto significativo na
classificação final de um conjunto de alternativas, pois produzem resultados diferentes.
Portanto, para uma decisão ambiental mais confiável e eficiente, recomenda-se a estrutura
desenvolvida pelos métodos Média Ponderada Ordenada, Média Ponderada Induzida e Média
Pondera Híbrida.
Mattiussi, Rosano e Simeoni (2014) propuseram um sistema de apoio à decisão (SAD)
de fornecimento de energia como o objetivo de auxiliar o decisor na identificação e escolha
62
do melhor projeto para fornecimento de energia de forma sustentável. O SAD consistiu na
aplicação de análise de decisão multiobjetivo e multiatributos em conjunto com a avaliação de
impacto das saídas de emissão. Este foi aplicado na área ecoindustrial de Kwinana, na
Austrália. A metodologia baseou-se em três etapas: (1) avaliação de inventário e impactos das
emissões totais da área; (2) desenvolvimento de modelo matemático que inclui objetivos
econômicos e ambientais em uma análise de otimização, avaliando-se quatro cenários
diferentes envolvendo combinações de projetos combinados de aquecimento e energia e dois
tipos de projetos fotovoltaicos; e, (3) aplicação do método hierárquico analítico (AHP) para
seleção da melhor alternativa. A aplicação da metodologia, além de considerar a eficiência
energética, também, considerou os impactos ambientais, auxiliando na tomada de decisão e
no processo de planejamento de projetos, de plantas energéticas, que são mais ecoeficientes e
sustentáveis.
Ioannou, Angus e Brennan (2017) fizeram uma extensa revisão da literatura sobre os
métodos quantitativos e semi-quantitativos aplicados na análise de decisão dos riscos e
incertezas, acerca do planejamento, e viabilidade de sistemas de energia renovável. Foi
identificado qual método seria mais adequado para analisar cada tipo de incerteza com a
intenção de formular um guia para pesquisadores e possíveis vias de pesquisas futuras. Como
conclusão, os autores mencionam que nenhuma abordagem, de modelagem, pode combinar
todos os elementos do problema. Em métodos quantitativos, os riscos são medidos,
principalmente, por meio da distribuição de variância ou densidade de probabilidade de
parâmetros técnicos e econômicos. Já nos métodos semi-quantitativos, como análise de
cenários e análise de decisão multicritérios, também podem abordar parâmetros não-
estatísticos.
Com o objetivo de auxiliar os tomadores de decisão na identificação das relações entre
riscos específicos e as variáveis de decisão de investimento em projetos internacionais de
engenharia, Liu et al. (2017), propuseram um modelo de avaliação de risco quantitativo
melhorado. Os passos adotados pelo modelo foram: (1) identificação, por parte dos gerentes
de risco, de eventos de risco e separação desses eventos em uma matriz de probabilidade de
risco; e, (2) avaliação, quantitativa, da influência dos eventos de riscos nas variáveis de
decisão do valor presente líquido e taxa interna de retorno. Também foi aplicado um teste de
estresse para avaliar o impacto negativo de riscos extremos. Para validar sua eficiência e
utilidade, o modelo foi aplicado a um projeto petroquímico internacional no Brasil. Como
resultado, o modelo se mostrou uma ferramenta eficiente, podendo auxiliar, investidores e
gestores de risco, a avaliar a influência da probabilidade de ocorrência de determinado risco e
63
impacto de eventos de risco nas variáveis de decisão. Também, foi possível quantificar a
perda decorrente em condições de eventos adversos extremos e fornecer suporte de dados
práticos para decisões de investimentos relativas a projetos.
Em um estudo relacionado com o processo decisório no monitoramento e controle de
projetos, García et al. (2017), investigaram as tendências e desafios por meio de métodos de
inteligência artificial, bem como análise de escolas e ferramentas tecnológicas para
gerenciamento de projetos. Os resultados salientam a necessidade de construção de
ferramentas e modelos de tecnologia de informação para o controle de projetos. Segundo os
autores, estas ferramentas e modelos devem integrar o aprendizado de máquina e tratamento
de imprecisão, usando indicadores de desempenho. Acrescentam que as técnicas de
inteligência artificial aumentam a capacidade de adaptação das organizações, perante a
evolução de estilos de gerenciamento, e gera bons resultados mesmo diante da complexidade
de controle de projetos.
64
5. ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo trata-se de um sistema elevatório (SE) usado para a captação de água
bruta do córrego Monjolinho e está localizado nas coordenas geográficas 15º27’0,7’’ latitude
Sul e 55º44’0,4’’ longitude (Figura 10).
65
de 40% de população flutuante (LIMA; FILHO; MOURA, 2017), totalizando 15.239
habitantes atendidos pelo sistema.
Os serviços públicos de água e esgoto são administrados pelo Sistema Autônomo de
Água e Esgoto (SAAE), sendo uma autarquia. Na Figura 11 estão, de forma ilustrativa,
representados esquematicamente os componentes do SE.
66
comprimentos foi obtido a partir de medições em campo com o auxílio do colaborador da
SAAE (manutentor), utilizando trena e GPS Garmin Oregon 750t.
No início da tubulação de recalque (adutora) encontra-se uma válvula de retenção
(VR1) de portinhola dupla DN 200 PN10, usada para proteger o conjunto motor-bomba
bloqueando o fluxo na direção contrária. Também, há uma válvula de retenção (VR2) de
mesma especificação no meio da adutora.
Destaca-se, ainda, que a água transportada pela adutora de água bruta chega em uma
calha Parshall (CPA) para determinação de vazão e mistura rápida de coagulante (sulfato de
alumínio). O tratamento realizado na estação de tratamento de água (ETA) é do tipo
convencional, ou seja, composta pelos processos de coagulação, floculação (chicanas),
decantação e filtração.
Na Figura 12 está apresenta outra representação esquemática do sistema em estudo,
agora na vertical dando importância ao perfil topográfico da adutora.
67
Figura 13 – Componentes do sistema elevatório
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
68
Conforme relatado pelos colaboradores da SAAE (operadores e manutentores), os
problemas no SE ocorrem quando há interrupção do fornecimento de energia pela rede
elétrica.
Quando ocorre a queda de energia a bomba para de funcionar abruptamente, o que
provoca o retorno do fluxo por uma distância de mais de 1,5 km e com diferença de cota de
82,0 m. Isto propicia a formação de ondas de pressão com grande amplitude entre valores
tanto negativos quanto positivos, as quais geram sérios problemas estruturais e consequentes
riscos de contaminação e de perda de água, bem como ruptura de tubulações e danos as
instalações, equipamentos e pessoas.
As Figuras 14 e 15 mostram alguns registros fotográficos das consequências desse
fenômeno no sistema elevatório de estudo. Na Figura 14 observa-se partes de bombas
danificadas devido à sucessivos eventos de queda de energia
69
6. MATERIAL E MÉTODOS
Compreensão do transiente
hidráulico (TH)
Revisão da literatura
Módulo experimental
Calibração do MSH
para a área de estudo
Calibração do MSH
S Avaliação da N
calibração do MSH
Identificação de alternativas
de controle de transiente
Fim
70
6.1. Compreensão do transiente hidráulico
Para a compreensão do transiente hidráulico (TH), foi realizada uma extensa revisão de
bibliografia para a obtenção de fundamentação teórica acerca do assunto. A partir disso,
também foram realizadas atividades de resolução de exercícios, familiarização com os
processos e variáveis envolvidos no fenômeno, por meio de análise preliminar de calibração
de um módulo experimental, e familiarização com algoritmo para TH.
71
• Posteriormente, para reprodução da área de estudo, foi instalada uma válvula de retenção
(Vr) de portinhola dupla, como dispositivo de proteção da bomba.
Na Figura 17 estão apresentados registros fotográficos de alguns componentes do
módulo experimental.
(MB) (Vr)
(Rnc)
(DMP)
(IF)
(Vg)
(Rre)
72
visto que possibilitou a observação do fenômeno e o desempenho do modelo com dados reais,
mesmo que em escala laboratorial.
6.2. Modelo de simulação hidráulica para falha da bomba por queda de energia
Nesta etapa, foi considerado como Modelo de Simulação Hidráulica (MSH) o algoritmo
apresentado por Tullis (1989), algoritmo base, adaptado a área de estudo. Assim, foram
aplicadas adaptações para representatividade das características do sistema em estudo. Para
isso, a condição de contorno válvula no final da tubulação foi adaptada para um orifício no
final da tubulação, além de terem sido adicionadas as condições de contorno de falha da
bomba, válvula de retenção e o modelo clássico de coluna de separação para cálculo de
cavitação. Estas novas condições de contorno foram implementadas de acordo com o
apresentado por Wylie e Streeter (1978), Tullis (1989) e Larock, Jeppson e Watters (2000).
73
dispositivos de proteção contra surtos, diminuição com gastos de capital, aumento de
confiabilidade e aumento da proteção da saúde pública e segurança (YANG, 2016).
Portanto, a calibração foi realizada e suas etapas foram: (1) coleta de dados em campo;
(2) modelo de simulação hidráulica para calibração; e, (3) calibração do MSH.
74
Figura 20 – Instalação do medidor de pressão P1
Os dois medidores tiveram seu relógio sincronizado, fazendo com que tivessem o
mesmo horário de registro. Após a instalação dos equipamentos em seus devidos lugares,
foram realizadas as coletadas de dados. Antes de se coletar os dados de pressão em diferentes
casos, o valor de vazão de 247,5 m³.h-1 foi obtido na Calha Parshall.
Inicialmente, desejou-se simular e coletar dados da flutuação da pressão devido a falha
da bomba por queda de energia elétrica, porém, a operação não foi possível devido as
consequências que poderiam decorrer dessa ação. Logo, o desligamento da bomba foi
realizado em condições normais de energia, ou seja, com a utilização de Soft Starter.
Para a coleta de dados de pressão, foram realizados 5 testes, cada teste com duração de
15 minutos, da seguinte maneira: (1) coleta de dados em regime permanente durante 5
75
minutos; (2) desligamento da bomba por Soft Starter e registro de dados por 5 minutos; e, (3)
reinicialização da operação da bomba e registro de dados por 5 minutos (nova situação de
regime permanente).
76
diferença dos valores de pressão no mesmo passo de tempo, ou seja, por meio da minimização
função objetivo, expressa pela Equação (74).
Na qual: fo é função objetivo a ser minimizada; P1O é a pressão observada no ponto 1, m; P1E
é a pressão estimada no ponto 1, m; P2O é a pressão observada no ponto 1, m; P2E é a pressão
estimada no ponto 1, m; e, NS é o número de nós.
Foram realizados 3 testes com diferentes conjuntos de valores de coeficientes do
algoritmo de otimização PSO (coeficiente de inércia (w), fator de individualidade (c1) e fator
de sociabilidade (c2)), com a finalidade de buscar o melhor desempenho do algoritmo PSO.
Também, foram adotados 2000 iterações e 30 partículas por iteração devido ao tempo de
processamento do algoritmo (cerca de 5 segundos por partículas).
O algoritmo calibrou as seguintes variáveis: rotação no final da rampa de desaceleração
(Nf); a inércia total dos conjuntos girantes (I); o fator de atrito (f); rendimento (η); coeficiente
de perda de carga na válvula de retenção da adutora (Kvr) e, coeficiente de perda de carga no
orifício no final da tubulação (Ko). Estas variáveis foram calibradas uma vez que se notou
incertezas dos valores que os cálculos e tabelas padronizadas resultam, bem como a
observação resultante da calibração manual.
Nesta etapa os indicadores de ajuste (RMSE, MAPE, e análise visual) foram utilizados
com inferência de adequação do modelo ao SE estudado. No caso, foi considerado adequado
o MSH que apresentasse melhores valores de ajuste de erro, considerando a faixa de variação
limitante, conforme Tabela 2.
Em um primeiro momento, foi utilizado o valor das variáveis resultantes da calibração
para alimentar o MSH por falha da bomba. Apesar da utilização da Soft Starter, os valores de
inércia, fator de atrito, rendimento, e perdas na válvula de retenção e no orifício foram
considerados como os mesmos nos dois casos.
77
Tabela 2 – Faixa de variação aceitável para cada método de ajuste
Método de Faixa de variação Referência
ajuste de erro
RMSE ± 0,5 m (85% de todas as medições) Kozelji, Steinman e Banovec,
± 0,75 m (95% de todas as medições) 2006; Apaydin, 2013; Rocha,
± 2,0 m (100% de todas as medições) 2013; Abe, 2014; Salvino,
Carvalho e Gomes, 2015.
Variação média de ± 1,5 m com
diferença máxima de 5,0 m. Walski, 1983.
78
Tabela 3 – Resumo dos métodos de proteção contra transiente hidráulico (continuação)
Método de proteção Viabilidade de Observações
aplicação
Deve estar perto da linha
Chaminé de equilíbrio
h pouco significativo piezométrica para a altura do
(tubo vertical)
tanque ser funcional.
a.V0 O perfil da tubulação deve ser
Válvula de alívio 2
1 ; 2.L 5 convexo; e, provável formação de
g.H o c coluna de separação.
a.V0 O perfil da tubulação deve ser
Tanque unidimensional 1
g.h côncavo.
a.V0 O perfil da tubulação deve ser,
Tanque hidropneumático 1
<
g .H o2 preferencialmente, convexo.
Fonte: Adaptado de Stephenson (1989)
79
Tabela 4 – Critérios para tomada de decisão
Critério Obtenção Referência
CR1 Estipulado a partir da cotação de preço com fabricantes e da Jung e Karney
mão de obra especializada. (2006).
CR2 Dado pelo somatório dos custos de manutenções preventivas e Gomes (2009).
corretivas.
DH = −|Hmáxij − Hminij |
CR3 Na qual: DH é o desempenho hidráulico, em m; Hmáxij é a Tsutiya (2006).
máxima pressão ocorrida durante o TH, em m; e, Hminij é a
mínima pressão ocorrida durante o TH, em m.
Fonte: Elaboração própria
80
7. RESULTADOS E DISSCUSSÕES
As resoluções das etapas metodológicas de pesquisa podem ser observadas nesta seção,
seguindo a ordem dos tópicos da metodologia.
Como primeiro resultado desta etapa relata-se que o primeiro contato com o tema foi a
revisão de literatura, onde foram selecionados os seguintes autores para embasamento teórico:
Parmakian (1963), Chaudhry (1979), Thorley (1991) e, principalmente, Wylie e Streeter
(1978), Tullis (1989) e Larock, Jeppson e Watters (2000).
Como outro resultado desta etapa menciona-se que dois exercícios, em um sistema
simples (exposto na Figura 22), foram realizados. Estes exercícios foram propostos por Tullis
(1989), sendo que um deles desconsidera o atrito e o outro considera o atrito. Informações
como enunciado do exercício, dados de entrada e sua resolução estão apresentados no
Apêndice C.
ΔH
HR1
Válvula
Nós
Fonte: Adaptado de Tullis (1989)
81
7.1.1. Teste para análise preliminar de calibração no módulo experimental
A calibração foi realizada para o fechamento lento de uma válvula do tipo globo no
final da canalização. Os valores estimados foram contrapostos com os valores coletados pelos
medidores de pressão instalados no módulo experimental. A partir disso, pode-se estabelecer
uma correspondência entre o que realmente acontece no sistema e a capacidade do algoritmo
em simular as variáveis hidráulicas. A calibração foi feita de forma manual, não se utilizando
da modelagem inversa.
Foi aplicado a mesma estrutura do algoritmo apresentado no Apêndice D. Os
parâmetros adotados, a análise realizada e os resultados deste experimento podem ser
observados no apêndice E.
7.2. Modelo de simulação hidráulica para falha da bomba por queda de energia
Procedimento
Pressão no nó + normal de cálculo
N
Dados de entrada pressão barométrica
S
pressão de vapor
Cavitação
Cálculos iniciais Pontos interiores
(2 a N)
Aberta
N
Condições iniciais: Nó 16 CP – CM < 0,25
S
regime permanente Fechada
(t = 0)
Vazão e Pressão variam
Regime transitório N de acordo com a rotação
Ponto 1 (CMB) CP – CM + H < 0,25
(t > 0) S
H = CM; Q = 0
Orifício no final da
tubulação (NS)
82
Para adaptar o MSH as características do sistema em estudo, considerando a falha da
bomba por queda de energia elétrica, foram adicionadas as condições de contorno: (1) falha
da bomba (WYLIE; STREETER, 1978; TULLIS, 1989; LAROCK, JEPPSON E WATTERS,
2000/; TSUTIYA, 2006).; (2) válvula de retenção após a bomba (WYLIE; STREETER,
1978); (3) válvula de retenção em linha na adutora (WYLIE; STREETER, 1978; TULLIS,
1989); (4) orifício no final da tubulação (WYLIE; STREETER, 1978; TULLIS, 1989); (5)
cavitação (TULLIS, 1989); e, também (6) ponto intermediário de tomada de pressão,
referindo-se ao medidor de pressão P2 instalado na chegada da ETA (adaptação do método
das características).
83
7.3.2. Modelo de simulação hidráulica para calibração
Esta equação foi aplicada para gerar a rampa de desaceleração do CMB, no tempo 0 a 1
segundo, tendo em vista a programação da SS para desligamento em 1 segundo, com rotação
inicial de 3400 rpm.
Aqui, observa-se um problema operacional da SS, de modo que a programação com
tempo de 1 segundo não é eficiente para proteção de choques mecânicos no motor do CMB.
P (mH2O) P1 P (mH2O) P2
150 50
140 Observados
130 Estimados
120 40
110
100
90 30
80
70
60 20
50
40
30 10
20
10
0 t (s) 0 t (s)
0 5 10 15 20 25 30 0 5 10 15 20 25 30
Fonte: elaboração própria
84
Tabela 5 – Resultados da porcentagem de erro da calibração manual
MAPE RMSE
P1 P2 P1 P2
26,31% 45,86% 18,83 4,31
Fonte: elaboração própria
O resultado do MAPE e do RMSE para os dois pontos (P1 e P2) foi insatisfatório, de
acordo com o preconizado no tópico 6.4.
Para a calibração automática, os coeficientes de inércia (w), fator de individualidade
(c1) e fator de sociabilidade (c2) aplicados para cada teste, são apresentados na Tabela 6
Os valores encontrados das variáveis para cada teste e de sua respectiva função objetivo
(fo) podem ser apreciados na Tabela 7. Foram admitidas as seguintes faixas de variação dos
valores das variáveis: rotação (2300 – 2500 rpm); fator de atrito (0,02 – 0,045); inércia (0,1 –
0,3 kg.m-2); rendimento (60 – 80%); coeficiente da válvula de retenção (1,5 – 7); e,
coeficiente do orifício (0,1 – 1).
85
Figura 25 – Valores observados versus estimados a partir da calibração automática
(teste 1)
P (mH2O)
P (mH2O) P1 P2
150 50
140
130
120 40
110
100
90 30
80
70
60 20
50
40
30 10
20
10
0 0 t (s)
0 5 10 15 20 25 30t (s) 0 5 10 15 20 25 30
Fonte: elaboração própria
P (mH2O) P1 P (mH2O) P2
150 50
140
130
120 40
110
100
90 30
80
70
60 20
50
40
30 10
20
10
0 t (s) 0 t (s)
0 5 10 15 20 25 30 0 5 10 15 20 25 30
P (mH2O) P1 P (mH2O) P2
150 50
140
130
120 40
110
100
90 30
80
70
60 20
50
40
30 10
20
10
0 t (s) 0 t (s)
0 5 10 15 20 25 30 0 5 10 15 20 25 30
86
Os resultados do MAPE e RMSE para a calibração automática são retratados na Tabela
8.
87
• Retardo do fechamento da válvula após a bomba (VR1) por parte do modelo de simulação,
sendo o tempo fechamento observado de 4 segundos e o estimado de 5 segundos. Isto pode
ter sido ocasionado pela vazão informada ser maior do que a vazão bombeada e
deslocamento da curva da bomba (divergência entre curva do catálogo e real, bem como
consequência de operação e manutenção inadequada);
• Maior erro percentual se encontra no ponto 2, podendo-se pressupor incongruência nas
informações repassadas pelos responsáveis do sistema de abastecimento, de modo que a
condição de contorno adotada (orifício na extremidade da tubulação) não se adequa as
características reais;
• Possíveis fontes de captação de água bruta operantes não informadas e áreas de vazamento
no período de realização do teste;
• Perfil topográfico obtido através do GPS e traçado da adutora por orientação do
manutentor, por inexistência da planta do sistema elevatório, influenciando nos cálculos de
cavitação e pontos
Estes fatores demonstram algumas adversidades decorrentes do estudo em situação real,
no qual ocorrem situações imprevisíveis e fora do controle do pesquisador. Logo, o estudo
teve continuidade com os valores de variáveis obtidos na calibração manual para seleção do
dispositivo de controle de TH.
88
Tabela 9 – Identificação de métodos de controle de transiente para o caso de estudo
Método Valores obtidos Condição Aplicação
Controle da inércia 0,003 > 0,010 Inadequado para aplicação
Bypass +
1,985 >> 1,000 Inadequado para aplicação
Válvula de retenção
Válvula de retenção na
1,985 > 1,000 Adequado para aplicação
linha *Ressalva: coluna de separação
Chaminé de equilíbrio h pouco Inadequado para aplicação
39,000
(tubo vertical) significativo *Custo elevado
1,985 << 1,000
Válvula de alívio Inadequado para estudo
2,416 > 5,000
Tanque unidimensional 253 > h Possível aplicação
Tanque hidropneumático 1,985 < 1,000 Inadequado para estudo
Fonte: elaboração própria
Sendo assim, as alternativas foram baseadas na utilização das válvulas de retenção com
diferentes configurações. A partir da identificação dos métodos e estudo de locação das
mesmas, foram definidas 5 alternativas para posterior tomada de decisão, sendo estas
relacionadas na Tabela 10.
Para a escolha dos pontos de aplicação dos dispositivos de controle deve-se ponderar a
situação que se deseja o controle do TH, ou seja, após falha da bomba por queda de energia
elétrica. Logo, duas considerações devem ser feitas para estudo das alternativas, em relação a
situação de controle: a queda da linha de energia, conforme Figura 28, e as linhas de energia e
envoltórios de pressão, conforme Figura 29.
Também, foi necessário adotar as recomendações dadas pelos autores em relação a
locação dos dispositivos. No caso da válvula de retenção foram considerados os autores Tullis
(1989) e Larock, Jeppson e Watters (2000).
89
Figura 28 – Queda da linha de energia após falha da bomba
P (mH2O)
200
175
150
125
100
75
50
25
0 L (m)
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500
90
7.5.1.1. Alternativa 1
Esta alternativa foi definida a partir do primeiro método considerado adequado pela
tabela de Stephenson (1989), ou seja, a utilização da válvula de retenção em linha. Foi
adotada a adição de mais duas válvulas de retenção no sistema existente, de acordo com
apresentado na Figura 30. Na Figura 31 estão expostos os envoltórios de pressão resultantes.
Nó 21
Nó 16
VR2 existente
Nó 7
125
100
75
50
25
0 L (m)
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500
91
adição da válvula de retenção do nó 21 diminuiu as sobrepressões e, as duas válvulas em
conjunto, atenuaram o problema de coluna de separação da VR2.
7.5.1.2. Alternativa 2
A hipótese formulada foi a de que o sistema precisa de mais uma válvula de retenção e a
válvula de retenção existente na linha da adutora está mal posicionada, sendo, portanto, sua
posição modificada. A válvula de retenção existente (atualmente situada no nó 16) foi
remanejada para o nó 19 e adicionou-se mais uma válvula de retenção no nó 6, segundo
consta na Figura 32. na Figura 33 estão os envoltórios de pressão
Nó 19
Nó 16
VR2 existente
Nó 6
125
100
75
50
25
0 L (m)
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500
Regime permanente Terreno Pressões mínimas
Pressões máximas Cavitação
Fonte: elaboração própria
92
De acordo com o envoltório, exposto na Figura 33, o deslocamento da válvula de
retenção para uma região acima diminui as subpressões e as sobrepressões, em relação a
condição existente de falha de bomba. Porém, em pontos específicos, onde estão localizadas
as válvulas de retenção, houve um pequeno aumento nas subpressões.
7.5.1.3. Alternativa 3
A alternativa 3, Figura 34, considera que a válvula de retenção existente poderia estar
em um posicionamento mais vantajoso para diminuição das sobrepressões. Desta
configuração, resultam-se os envoltórios expostos na Figura 35.
Nó 19
Nó 16
VR2 existente
125
100
75
50
25
0 L (m)
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500
Regime permanente Terreno Pressões mínimas
Pressões máximas Cavitação
93
Como está ilustrado pelos envoltórios, o deslocamento da válvula de retenção da linha
(VR2) possibilita a diminuição de sobrepressões.
Os critérios foram calculados para cada alternativa elaborada. Os cálculos dos custos
com implantação (CR1) foram realizados de forma simplificada, conforme Tabela 11. Tanto
os custos com implantação como de manutenção já possuem impostos agregados.
94
Tabela 12 – Custos com manutenção (CR2)
Descrição unid quant Preço unit (R$) Preço total (R$)
Alternativa 1 13068,00
Válvula de retenção DN 200 uni 4 1500,00 6000,00
Válvula de gaveta DN 200 uni 3 1470,00 4410,00
Manutenção anual ano 20 120,00 2400,00
Encanador h 6 25,00 150,00
Ajudante de encanador h 6 18,00 108,00
Alternativa 2 10012,00
Válvula de retenção DN 200 uni 3 1500,00 4500,00
Válvula de gaveta DN 200 uni 2 1470,00 2940,00
Manutenção anual ano 20 120,00 2400,00
Encanador h 4 25,00 100,00
Ajudante de encanador h 4 18,00 72,00
Alternativa 3 5499,00
Válvula de retenção DN 200 uni 1 1500,00 1500,00
Válvula de gaveta DN 200 uni 1 1470,00 1470,00
Manutenção anual ano 20 120,00 2400,00
Encanador h 3 25,00 75,00
Ajudante de encanador h 3 18,00 54,00
Fonte: elaboração própria
No tocante aos atores, estes tiveram suas preferências (valores de importância, pesos)
inseridos no processo decisório dos conjuntos gerados a partir da aplicação do questionário.
95
Os pesos obtidos estão expostos na Tabela 15, sendo que: w1 é a população, w2 é a
administração, w3 são os manutentores e w4 são os técnicos.
96
priorização resultante do método AHP, TOPSIS e CP, exposta na Figura 36, concluiu-se que a
melhor alternativa, em todos os casos, foi a Alternativa 3.
Não é habitual os três métodos obterem o mesmo resultado de tomada de decisão, sendo
esta igualdade justificada pela discrepância entre as alternativas dos custos de implementação
e manutenção destacando-se a alternativa 3. Fato este que a alternativa 3 não apresentou o
melhor desempenho hidráulico, porém, em relação aos custos, apresentou custo de
implantação e manutenção mais baratos (R$ 322,00 e R$ 5499,00, respectivamente).
.
97
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
98
bomba com soft starter. Para tal, foi criada uma condição de contorno de desligamento por
rampa de desaceleração, a qual teve notório desempenho.
Da tabela elaborada por Stephenson (1989), foi considerado apto como dispositivo de
controle de transiente, para o sistema elevatório em estudo, apenas a válvula de retenção em
linha. A partir deste dispositivo, foram criadas 3 alternativas para controle de transiente,
sendo selecionada como solução a alternativa 3, utilizando os métodos AHP, CP e TOPSIS,
os quais foram eficientes. Esta alternativa obteve os custos de implantação e manutenção mais
baratos (R$ 322,00 e R$ 5499,00, respectivamente) e o segundo melhor desempenho
hidráulico (122,73 mca).
Os critérios (implementação, manutenção e desempenho hidráulico) foram
representativos e funcionais para a escolha da alternativa. Foram obtidos pesos condizentes
dos atores envolvidos (população, administração, manutentores e técnicos), no qual destaca-se
que a população se importa mais com o fornecimento de água do que com o custo resultante
disto, já a administração pondera os gastos envolvidos, resultados estes esperados.
Em suma, o método utilizado para auxilio da tomada de decisão na escolha da melhor
alternativa foi satisfatório. Porém, a calibração não obteve resultados satisfatórios,
demonstrando que o MSH necessita de ajustes e novos levantamento de dados de campo para
criação de condições de contorno condizentes com a área de estudo. Isto demonstra a
importância e necessidade de estudos do transiente hidráulico em situações reais, de forma
que o pesquisador se familiarize com situações inesperadas e informações imprecisas,
tornando-se parte do conhecimento para desenvolvimento de novas possibilidades de solução
e atuação nas pesquisas futuras.
99
9. RECOMENDAÇÕES
100
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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110
ANEXO A – ALGORITMO DE SIMULAÇÃO DE TRANSIENTE HIDRÁULICO
111
APÊNDICE A – MEDIDORES DE PRESSÃO
Estrutura do protótipo
A confecção da parte externa do medidor, denominada de cápsula, foi feita com tubo e
cap de PVC branco DN 50. Esta cápsula foi elaborada de modo a comportar todos os
112
componentes, sendo eles: sensor de pressão, arduino nano, microSD card, engate rápido, luz
de LED, botão liga/desliga, bateria e relógio. A cápsula também foi elaborada para proteger
os componentes eletrônicos de possíveis intemperes. A Figura A2 mostra os medidores de
pressão MP1 e MP2.
MP1 MP2
Descrição do microcontrolador
113
Hardware
Para esta pesquisa, foi utilizado o Arduino nano, placa baseada no chip ATmega328
(Atmel, folha de dados 328).
Neste trabalho, utilizou-se o Arduino MEGA ADK, uma placa de microcontrolador
baseada no chip ATmega2560 (Atmel, Folha de dados 2560). Possui 54 pinos de entrada /
saída digitais, dos quais 15 podem ser utilizados como saídas de modulação de largura de
pulso com resolução de 8 bits. Além disso, tem 16 entradas analógicas que fornecem 10 bits
de resolução. O ATMega2560 também possui um oscilador de cristal de 16 MHz, uma
conexão USB (Universal Serial Bus), uma tomada de energia e um botão de reinicialização.
Ele usa uma memória flash de 256 KB com 8 KB usado para carregamento de inicialização, 8
KB de SRAM e 4 KB de EEPROM (Memória somente leitura programável apagável
eletronicamente).
Software
O Arduino é composto por duas partes principais: a placa Arduino, ou seja, o hardware
e o Arduino Integrated Development Environment, ou IDE, o software que se executa, no
computador, para criar um sketch (bloco de códigos), o qual fornece os comandos.
O grande diferencial do Arduino está no IDE que facilita a interface entre o hardware e
o programador, pois, segundo Evans, Noble e Hochenbaum (2013), o IDE ajuda a esconder
grande parta da complexidade do arduino, tornando muito mais fácil o desenvolvimento de
projetos.
O IDE é um programa especial executado no seu computador que permite escrever
sketchers para a placa Arduino em uma linguagem simples modelada, após o idioma de
processamento. O código escrito é traduzido para o idioma C e é passado para o compilador
avr-gcc, um importante pedaço de software de código aberto que faz a tradução final no
idioma entendido pelo microcontrolador, criando bibliotecas (BANZI; SHILOH, 2015).
As bibliotecas ajudam o idioma a esconder grande parte da sua complexidade e
simplificar muitas tarefas comuns, tais como a configuração de pinos digitais como entrada ou
saída, leitura em valores analógicos, controle de motores ou comutação de motores de
corrente contínua (EVANS; NOBLE; HOCHENBAUM, 2013)
De forma simplificada, o ciclo de programação no Arduino pode ser descrito em quatro
etapas: (1) conectar a placa em uma porta USB no computador; (2) escrever o sketch com os
114
comandos; (3) carregar o sketch na placa por meio da conexão USB; e (4) Execução do sketch
pela placa (BANZI; SHILOH, 2015).
Sensores de pressão
Sensor de pressão P1
Sensor de pressão P2
115
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO
Este questionário foi elaborado como suporte de pesquisa de mestrado que possui como
área de estudo o sistema elevatório do Córrego Monjolinho, o qual faz parte do sistema de
abastecimento de água do município de Chapada dos Guimarães. Para tal, precisamos de seus
conhecimentos.
116
APÊNDICE C – RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS
Resolução
Cd
% da válvula aberta
Fonte: Adaptado de Tullis (1989)
117
da válvula, gravidade e o tempo de processamento do algoritmo, resulta-se nos valores de
vazão (m³.s-1) e pressão (m) dos nós em cada intervalo de tempo expostos no Quadro B1.
118
Resolução
Como pode ser observado pelos resultados expostos no Quadro, em comparação com o
Quadro , a consideração do fator de atrito da tubulação proporciona menores valores de carga.
Essa perda de carga se dá devido à perda de energia ocasionada pelo atrito entre o fluido e a
parede do tubo. No tempo t = 2,334 s registra-se a maior carga de pressão, 103,478 m, porém
essa carga é menor que 106,467 m (a.V0/g + HR1) por consequências das perdas por atrito.
Também, pode-se observar que a carga da válvula continua aumentando mesmo após
seu fechamento. Isso ocorre porque, em uma tubulação longa, a queda total da linha
piezométrica sobre o comprimento da tubulação, no fluxo inicial, é maior do que seu aumento
potencial. A primeira onda de pressão interrompe apenas uma parte do fluxo sendo o fluxo
colocado totalmente na válvula, continuando o aumento de massa armazenada. Ou seja, a
pressão continua aumentando, o tubo se expande e o líquido é comprimido.
119
APÊNDICE D – ALGORITMO BÁSICO PARA RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS
!Dados de entrada
NS = N + 1
HR1 = RH1 + Z (1)
HR2 = RH2 + Z (NS)
Dx = L/N !Comprimento das seções do tubo
Dt = Dx/a
Ar = (PI*(D^2))/4
B = A/(g*Ar)
CC = Cd(1) !Coeficiente inicial do fluxo
K = (1/CC^2) - 1
C1 =(f*L)/(2*g*D*(Ar^2))
C2 = K / (2 * g * (Ar ^ 2))
R = C1/N
QI = Sqr((HR1-HR2)/(C1+C2))
For i =1 To NS
H(i) = HR1-(f*((i-1)*(Dx/D))*(QI^2))/(2 *g*(Ar^2)) !Carga no tempo inicial t = 0
Q(i) = QI !Vazão no tempo inicial t = 0
Next
Rotulo1
t = t + Dt
If t > TMAX Then
GoTo Rotulo2
Else
For i = 2 To N !pontos interiores
CP = H(i-1)+B*Q(i-1)-R*Q(i-1)*Abs(Q(i-1))
CM = H(i+1)-B*Q(i+1)+R*Q(i+1)*Abs(Q(i+1))
HP(i) = (CP+CM)/2
QP(i) = (CP-HP(i))/B
HP (i) = HR1 !reservatório a montante
CM = H(2)-B*Q(2)+R*Q(2)*Abs(Q(2))
QP(1) = (HP(1)-CM)/B
CP = H(N)+B*Q(N)-R*Q(N)*Abs(Q(N))
Next
End If
120
If Round(t, 2) < TC Then !válvula no final do tubo
Dtv = TC / 10
w = (Int(t/Dtv))+1
!interpolação para os valores de descarga da
TH = (t-(w-1)*Dtv)/Dtv
válvula
CC = Cd(w)+TH*(Cd(w+1)-Cd(w))
C3 = ((1/CC^2)-1)/(2*g*(Ar^2))
CC3 = B/C3
CC4 = (HR2-CP)/C3
QP(NS) = 0.5*(-CC3+(Sqr((CC3 ^2)-(4*CC4))))
HP(NS) = CP-B*QP(NS)
Else
QP(NS) = 0
HP(NS) = CP
End If
For i = 1 To NS !reinicialização dos valores
Q(i) = QP(i)
H(i) = HP(i)
Next
GoTo Rotulo1
Rotulo2
Stop
End Sub
121
APÊNDICE E – CALIBRAÇÃO DO TRANSIENTE HIDRÁULICO EM
BANCADA EXPERIMENTAL
Para calibrar o modelo foram utilizados como fatores determinantes diferentes valores
de fator de atrito e celeridade (velocidade de propagação da onda). Para o cálculo do fator de
atrito foi utilizada a equação de Darcy-Weisbach f1 (Equação (D1)), extraída de Porto (2006).
No caso da celeridade, expressa na Equação (14), para um conduto ancorado contra qualquer
movimento axial, utilizou-se diferentes valores de coeficiente de Poisson (μ) e módulo de
elasticidade (E) de dois autores: Throley (1991) e Tullis (1989).
L V² H .D
H = f . . f1 = (D1)
D 2g L.V 2 2 g
122
fechamento total da válvula até o final da faixa de tempo de estudo (2). Com isso, tem-se que
os valores de pressão encontrados pelo modelo são mais confiáveis até o fechamento
completo da válvula.
A celeridade calculada com o melhor ajuste (R² = 0,750; R² (1) = 0,892; R² (2) = 0,689),
em relação aos valores observados, com margem de imprecisão de, aproximadamente,
101,11%, foi de 519,89 m.s–1 (a3). O TH simulado resultante de a3 é demonstrado na Figura
37.
Ainda, enquanto a válvula globo é fechada, notou-se a diferença entre a suavidade da
curva de pressão estimada e observada, conforme Figura 37. Como possível explicação,
menciona-se a diferença entre o fechamento manual da válvula realizado no experimento e o
fechamento calculado pelo modelo, que considera que a válvula é fechada em frações iguais
de tempo. Outro motivo, que também influencia na amplitude das ondas seguintes ao
fechamento, é a não linearidade do coeficiente de descarga.
35 Teste9
Estimado
30 Teste10
Observado
Pressão (mH2O)
25
20
15
10
5
0
0 1 2 3 4 5 6
Tempo (s)
Fonte: Elaboração própria
123
Figura E38 – Ondas de pressão de dados estimados versus observados
P1 P2 P3
Pressão (mca)
Pressão (mca)
30 30
Pressão (mca)
Estimado 30
20 Observado 20 20
10 10 10
0 0 0
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
Tempo (s) Tempo (s) Tempo (s)
P4 P5 P6
Pressão (mca)
Pressão (mca)
30
Pressão (mca)
30 30
20 20 20
10 10 10
0 0 0
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
Tempo (s) Tempo (s) Tempo (s)
Fonte: Elaboração própria
124