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Centro Paula Souza

Etec Professor Horácio Augusto da Silveira


Curso: Ensino Médio integrado ao Técnico em
Mecânica

ANA FLÁVIA CINE CABRERA


GABRIEL SCHNEIDER CAPETTO
GUILHERME DE SOUZA SANTOS
GUILHERME ASSUNÇÃO PECEGUEIRO
HEITOR YUSKE TOCUYOSI

ENSAIO DE IMPACTO CHARPY

São Paulo 2022


ANA FLÁVIA CINE CABRERA
GABRIEL SCHNEIDER CAPETTO
GUILHERME ASSUNÇÃO PECEGUEIRO
GUILHERME DE SOUZA SANTOS
HEITOR YUSKE TOCUYOSI

ENSAIO DE IMPACTO CHARPY

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Mecânica integrado ao Ensino Médio da
Etec Horácio Augusto da Silveira, sob a orientação
do Prof. Ailton Fernandes Costa e Wesley David
de Barros Rosa como requisito parcial para

obtenção do título de técnico em Mecânica.

São Paulo
2022
ANA FLÁVIA CINE CABRERA GABRIEL SCHNEIDER
CAPETTO GUILHERME DE SOUZA SANTOS HEITOR
YUSKE TOCUYOSI GUILHERME ASSUNÇÃO
PECEGUEIRO

ENSAIO DE IMPACTO CHARPY

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Mecânica integrado ao Ensino Médio da
Etec Horácio Augusto da Silveira, sob a orientação
do Prof. Ailton Fernandes Costa e Wesley David
de Barros Rosa como requisito parcial para

obtenção do título de técnico em Mecânica.

Aprovado em:__/__/___

Banca Examinadora

Professor

Professor

Professor
DEDICATÓRIA

Dedicamos esse trabalho a todos que colaboraram com a nossa pesquisa, e


principalmente ao Professor Uinguiston Nunes Camargo.
AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Uinguiston Nunes Camargo por nos ajudar no desenvolvimento do


projeto.

A Professora Janaina Campos Peres Venditti por nos motivar durante o


desenvolvimento do projeto.

A Professora Nely Haruyo Matsumura Ardaya por nos incentivar durante o


desenvolvimento do projeto.

Ao Silvio Hugo Garbato Francci por ajudar no desenvolvimento do trabalho.

A Aluna Mariana Chen do 2ºA do curso de Ensino Médio com Ênfase em


Linguagens, Ciências Humanas e Sociais por nos ajudar na formatação do trabalho.
RESUMO

Nas indústrias, os ensaios mecânicos são realizados em protótipos ou em


corpos de prova. Sendo determinados como uma parte essencial nas indústrias
mecânicas e metalúrgicas. É importante a realização de ensaios pela possibilidade
de verificar o comportamento do material sob as condições de uso do objeto. Deste
modo, é possível avaliar se o material apresenta características adequadas à sua
função.

Neste trabalho iremos demonstrar o conhecimento que adquirimos sobre


esses ensaios durante esses anos de curso. A nossa escolha foi fundada na
necessidade de medirmos a resistência dos materiais a impactos controlados em
nossa unidade escolar, por isso, neste projeto, demonstramos e projetamos uma
máquina que realiza esse esforço. Esse ensaio é um dos mais comuns utilizados na
indústria devido ao seu baixo custo e por ter uma medição mais rápida. Porém, não
é o processo mais preciso. Ele auxilia o técnico a saber qual será a energia
absorvida pelo material para se romper no impacto entre o pêndulo e o corpo de
prova e obter um controle de qualidade do produtor desses materiais.

Palavras-Chave: Ensaios, Materiais, Impacto, Qualidade.


ABSTRACT

In Industries, mechanical tests are performed on prototypes or test specimens.


Being determined as an essential part in mechanics and metallurgy. It is important to
carry out tests for the possibility of verifying the behavior of the material under the
conditions of use of the object. In this way, it is possible to evaluate whether the
material has adequate characteristics for its function.
In this work we will demonstrate the knowledge we acquired during these
years of the course, our choice was based on the need to measure the resistance to
impacts in our school, so we will plan and demonstrate how the machine that
performs this effort works. This assay is one of the most commonly used in the
industry because of its low cost and faster measurement, but it is not the most
accurate process. It helps the technician to know how much energy will be absorbed
by the material to break on impact between the pendulum and the body to obtain a
quality control from the producer of these materials
OBJETIVOS GERAIS

Nosso trabalho tem como principal objetivo demonstrar como o ensaio Charpy
tem condições de definir a característica de tenacidade de um determinado material,
com o propósito de estabelecer sua resistência quando este material é exposto a um
impacto eventualmente. Essa ação é fundamental quando se escolhe um
determinado material em qualquer tipo de projeto.
OBJETIVOS ESPECIFICOS

Nosso objetivo é fazer com que futuramente esse projeto auxilie na elaboração da
fabricação do nosso projeto e que as unidades de ensino possam utilizar o protótipo
como modelo para utilização em aulas práticas.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ensaio Charpy...........................................................................................
Figura 2 - Ensaio Izod..................................................................................................
Figura 3 - Tipos de entalhe descritos pela ASTM E-23 para ensaio de impacto
tipo Charpy...................................................................................................................
Figura 4 - Corpo de Prova após rompimento..............................................................
Figura 5 - Tabela para dimensionamento do Corpo de Prova....................................
Figura 6 - Eixo.............................................................................................................
Figura 7 - Bucha..........................................................................................................
Figura 8 - Cabo do Martelo..........................................................................................
Figura 9 - Cutelo..........................................................................................................
Figura 10 - Trava do Martelo.......................................................................................
Figura 11 - Suporte da trava........................................................................................
Figura 12 - Manopla da trava......................................................................................
Figura 13 - Trava do eixo............................................................................................
Figura 14 - Base de amostra.......................................................................................
Figura 15 - Apoio.........................................................................................................
Figura 16 - Pino guia...................................................................................................
Figura 17 - Agulha-Eixo...............................................................................................
Figura 18 - Suporte da agulha.....................................................................................
Figura 19 - Disco de medição......................................................................................
Figura 20 - Ponteiro movido........................................................................................
Figura 21 – Parafuso Allen de Fixação......................................................................
Figura 22 - Parafuso sextavado..................................................................................
Figura 23 - Porca sextavada.......................................................................................
Figura 24 - Corpo de prova.........................................................................................
Figura 25 - Máquina Charpy........................................................................................
Figura 26 - Máquina Charpy........................................................................................
Figura 27 - Grade de proteção....................................................................................
Figura 28 - Estrutura da máquina................................................................................
Figura 29 - Máquina montada.....................................................................................
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................12
2. ENSAIO DE IMPACTO......................................................................................13
2.1. Corpos de prova..........................................................................................14
2.2. Ensaio Charpy.............................................................................................15
3. METODOLOGIA................................................................................................17
3.1. Elementos do projeto...................................................................................17
4. DIMENSIONAMENTO DO MARTELO..............................................................19
4.1. Centro de percussão...................................................................................20
4.2. Cálculo da massa........................................................................................21
4.3. Definição do material do martelo.................................................................22
4.4. Deformação estática....................................................................................22
5. MONTAGEM......................................................................................................26
6. DESENHOS TÉCNICOS....................................................................................27
6.1. Martelo/eixo.................................................................................................27
6.2. Componentes do Martelo............................................................................30
6.3. Base de amostra..........................................................................................35
6.4. Componentes da base de amostra.............................................................36
6.5. Componentes do Mostrador........................................................................38
6.6. Agulha/eixo..................................................................................................38
6.7. Parafuso de fixação da base concretada a base de aço............................42
6.8. Corpo de prova............................................................................................45
6.9. Máquina de ensaio Charpy..........................................................................46
6.10. Componentes da Estrutura da Máquina......................................................47
7. CONCLUSÃO....................................................................................................51
8. MATERIAIS........................................................................................................52
13

1. INTRODUÇÃO

Quando se trata de materiais, é necessário saber as características de cada


um para que se possa saber onde aplicar cada tipo de situação, e para isso, os
ensaios de materiais são extremamente necessários para que as características
mecânicas de um material sejam medidas e assim possam ser designadas para
cada tipo de projeto.

Este trabalho de conclusão de curso trata-se do desenvolvimento de um


projeto de um pêndulo de Ensaio de Impacto Charpy. O Ensaio baseia-se em medir
a quantidade de energia aplicada sobre um corpo de prova através de um pêndulo
que atinge o corpo de prova com energia total, esse processo é padronizado pelas
normas ISO 148-2, com os corpos de prova padronizados pela ASTM-E23 e utiliza
uma temperatura determinada que também é padronizada. A energia obtida está
relacionada a tenacidade do material, podendo ser medida em diferentes
temperaturas. Além disso é muito importante colocar o corpo de prova na posição
mais adequada para obter o melhor resultado possível e condizente com o tipo de
ensaio que será realizado. Esse tipo de ensaio de impacto pode ser usado também
para adquirir a curva de transição frágil-dúctil em materiais que apresentem esse tipo
de característica.
14

2. ENSAIO DE IMPACTO

Os ensaios de impacto são definidos pela medição de resistência mecânica


através de um experimento feito a partir de um dispositivo que por meio de um cutelo
em um corpo de prova no qual é definido pela norma ASTM E-23. Essa máquina no
qual os ensaios Charpy e Izod são realizados é composta por uma série de
componentes que quando juntos formam esse dispositivo que os permite realizar
esses dois tipos de ensaios.

Antes de citarmos os itens que compõem a máquina, primeiro iremos explicar


as diferenças entre os ensaios Charpy e Izod. Os dois ensaios são realizados a partir
do mesmo dispositivo, porém o que os diferencia é a posição na qual os corpos de
prova ficam no momento do impacto. No Charpy, o corpo de prova é apoiado em
posição horizontal e quando o martelo despenca ele atinge a face oposta do entalhe
do corpo de prova. Já no Izod, a posição é fixada por sua extremidade perto do
entalhe e o martelo atinge na outra extremidade, porém ao contrário do Charpy do
mesmo lado entalhe.

Figura 1 - Ensaio Charpy

Fonte: (GONÇALVES, 2020)


15

Figura 2 - Ensaio Izod

Fonte: (GONÇALVES, 2020)

2.1. Corpos de prova

Quando se trata de ensaio de materiais, o ensaio de impacto de Charpy é o


principal ensaio de impacto. Esse ensaio é um fator determinante para identificar o
limite de esforço de cada material. Isso pode ser feito a partir de um dispositivo no
qual um martelo que após dimensionado será usado para testar a resistência de um
determinado material, onde o corpo de prova é normalizado pela ASTM E-23.
16

Figura 3 - Tipos de entalhe descritos pela ASTM E-23 para ensaio de impacto tipo Charpy

Fonte: Souza, 1982

O corpo de prova do tipo A é o mais comum ao se fazer o teste de impacto


pois ele fica apoiado horizontalmente em dois apoios e o martelo desce em uma
velocidade entre 5 e 6 m/s, e com o apoio da balança que fica no topo do dispositivo
é medida a energia de impacto. Alguns fatores influenciam nesse teste, como a
variação de temperatura pois, quando próximo à temperatura de transição, há uma
grande dispersão dos resultados, esta dispersão também pode ocorrer devido à falta
de homogeneidade do material a ser testado.

2.2. Ensaio Charpy


O processo de do ensaio de impacto de Charpy acontece a partir do martelo
onde está contido o cutelo que é o principal componente utilizado no ensaio. É
necessária também a fixação de uma barra para que o cutelo possa realizar o
movimento de pêndulo, que, quando atinge o corpo de prova, realiza a medição
utilizando a angulação do martelo e uma agulha de medição. A medição é realizada
após o corpo de prova ser atingido pelo cutelo. Após a ruptura do corpo de prova, o
martelo sobe até uma determinada altura, que é inversamente proporcional à energia
17

absorvida para romper este corpo, segundo Souza e Sergio Augusto, (1982). O
ensaio só é considerado se o rompimento do corpo de prova ocorrer, e caso isso não
ocorra, é necessário aumentar a altura do martelo para que o ensaio possa ocorrer
de maneira adequada. Quando se exige ensaios com a temperatura diferente do
ambiente indica-se que o corpo de prova fique na temperatura desejada por cerca de
10 minutos e após esse tempo uma rápida transferência até a máquina para que o
ensaio seja feito sob as condições exigidas, sendo o tempo de operação de cerca de
30 segundos.

Nesse ensaio a ductilidade também é avaliada a partir da porcentagem do


entalhe. Um exame visual determina o tipo de ruptura realizada pelo ensaio, com
maior concentração de material, ou seja, sendo uma fratura fibrosa é considerado
um rompimento dúctil, e quando ocorre de uma maneira onde a há ausência de
rupturas é determinado um rompimento frágil.

Figura 4 - Corpo de Prova após rompimento

Fonte: (LUZ, Gelson, 2022)

Nos ensaios de impacto, o tamanho do corpo de prova é essencial ao


comparar resultados de diferentes materiais. Quando não se usa um corpo de prova
padronizado, não se permite uma análise concreta dos resultados obtidos, pois o
tamanho do corpo de prova está correlacionado com a forma que a energia é
absorvida pelo corpo. Ou seja, os valores se diferem quando os corpos são
diferentes porque a energia é absorvida pela unidade de área conforme Souza,
Sergio Augusto (1982), e por isso o resultado não tem significado na prática.
18

Figura 5 - Tabela para dimensionamento do Corpo de Prova

Fonte: (Souza, Sergio Augusto, 1982)

3. METODOLOGIA

Nesse tópico apresenta-se a forma metodológica da elaboração do projeto


proposto, partindo do problema que originou este trabalho e concluindo com a
concepção dos componentes necessários para a montagem e teste do conjunto.

3.1. Elementos do projeto


Os elementos designados para o projeto foram definidos ou dimensionados para
se adaptar as diversas dificuldades do projeto. Os elementos designados são:

• Cutelo: O cutelo é responsável pelo impacto, assim sendo o principal item para
realizar o ensaio.
• Haste: A haste é fixada no martelo através de um pino trava e também é fixado por
meio de soldagem no eixo.
• Eixo: O eixo serve para realizar a rotação para que o movimento de pêndulo se
realize.
• Buchas: A bucha serve para que o eixo realize o movimento de rotação dentro do
mancal.
19

• Mancais: No nosso projeto adaptamos o mancal como sendo também a estrutura


da máquina de ensaio Charpy. Nesse mancal a bucha é fixada através de um
rebaixo assim tendo condições de sustentar o eixo e o resto do projeto.
• Encosto: O encosto é dividido em dois elementos, o primeiro sendo uma base feita
de chapa de aço com dois pinos para apoiar o corpo de prova.
• Trava: A trava do pêndulo é realizada com a ajuda de ganchos que seguram um
pino que está fixo na haste do cutelo, e esse travamento é controlado por uma
alavanca.
• Mostrador: O mostrador é composto por um disco de medição graduado, uma
agulha livre paralela ao eixo e outra agulha só que fixada no eixo que permite a
marcação através do movimento do cutelo.
• Sistema de Proteção: Ao sistema de proteção é composto por uma estrutura com
semelhança a uma gaiola.
• Base: Nosso projeto possui uma base metálica que é chumbada no concreto a fim
de proporcionar mais estabilidade ao conjunto.
20

4. DIMENSIONAMENTO DO MARTELO

Quando se trata do dimensionamento de uma máquina de ensaio de Charpy,


é necessário ter algumas informações em mãos como por exemplo: a velocidade de
lançamento do martelo que é de 5,5 m/s, o ângulo de queda que é de 160° e a
energia esperada de 150 joules.

Com essas informações básicas conseguimos iniciar o


dimensionamento, conforme Popov (2001) citado por Chitolina (2013), temos que obter
a área de contato do cutelo com o corpo de prova:

𝜋. 𝑑. 𝛼
𝐴𝑐 = .𝑙
360°

π. 0,004.180°
𝐴𝑐 = . 0,03
360°

𝐴𝑐 = 1,88. 10−4𝑚/𝑠2

Onde:

𝐴𝑐- é a área de contato do cutelo em relação ao corpo de prova e é medido em


𝑚/𝑠2
21

d- é o diâmetro da extremidade do cutelo (0,004m)

α – comprimento do cutelo (0,03m)

4.1. Centro de percussão


Centro de percussão é a distância entre o centro do cutelo e até o centro do
eixo de rotação, e como a ASTM-E23 propõe pode se encontrar o centro de
percussão através da equação da velocidade:

v2
𝐶𝑝 =
2. g(1 − cos 𝛽)

5,52
𝐶𝑝 =
2.9,81(1 − cos 160°)

𝐶𝑝 = 0,78𝑚

Onde:

𝐶𝑝- Centro de percussão em m v-

velocidade de impacto 5,5𝑚/𝑠2 β- ângulo

de queda do martelo(β=160°)
22

4.2. Cálculo da massa

O cálculo da massa é obtido através da energia potencial, conforme Halliday


(2014) e citado por Almeida, Silva (2015), a equação da energia potencial é obtida a
partir de:

𝐸 = 𝑀𝑚. 𝑔. 𝐶𝑝(1 − cos 𝛽)

150 = 𝑀𝑚. 9,81.0,78(1 − cos 160°)

𝑀𝑚 = 9,98𝑘𝑔

Onde:

𝑀𝑚- Massa do martelo em kg

E- Energia pretendida no projeto (150 j)


23

4.3. Definição do material do martelo

Conforme Collins (2006) citado por Chitolina (2013), para se determinar o


material é necessário que saibamos a tensão da área do cutelo em relação ao
momento do impacto e para isso é necessário para saber a altura de lançamento,
deformação estática do material e a força de impacto. Nessa equação há uma
alteração do original pois no projeto é pré-estabelecida a altura de lançamento que é
de 0,57m.

4.4. Deformação estática

A tensão da deformação estática do material é dada pela força peso do


martelo (𝑃𝑚), comprimento do cutelo (𝐿𝑐), área da extremidade do cutelo (𝐴𝑐) e o
módulo da elasticidade do material ( 𝐸𝑚). Primeiro calculamos o comprimento do
cutelo.

H cos
15° =
29

𝐻 = 27,84𝑚𝑚

Agora com o comprimento 𝐻 se consegue calcular a deformação estática:

𝑃 𝑚. 𝐻
𝜎𝑒𝑠𝑡 =
𝐴𝑐. 𝐸𝑚
24

𝜎𝑒𝑠𝑡
𝜎𝑒𝑠𝑡
𝑃𝑀 – Força peso do martelo em N;

𝑯 – comprimento do cutelo em m ( 𝐻 = 0,02784𝑚)

𝑬𝒎- Modulo de elasticidade do material ( 𝑬𝒎 = 𝟐𝟎𝟕 𝑮𝑷𝒂)

Força de impacto é dado por:

𝐹𝑖 𝑣2

𝑔 ⋅𝜎
𝑒𝑠𝑡

𝐹𝑖

𝐹𝑖 = 649,70𝑘𝑁

Para se descobrir a tensão sobre a extremidade do cutelo:

𝐹𝑖
𝜎=
𝐴𝑐

𝜎
25

𝜎 = 3,45 𝐺𝑃𝑎

Para se calcular a força que o martelo exerce no corpo de prova é necessário


se ter tensão admissível (𝜎𝑎𝑑𝑚) do material escolhido que foi o SAE 4340 no qual é o
que tem as propriedades e tratamentos certos para esse trabalho.

𝐹𝑖
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
𝐴𝑐

𝐹𝑖

𝐹𝑖 = 304,56𝑘𝑁

O centroide do corpo de prova é coincidente ao seu centro geométrico:

𝑏𝑐𝑝
𝑐=
2

𝑐=

𝑐 = 0,0275

𝒃𝒄𝒑- é o comprimento da base do corpo de prova (𝑏𝑐𝑝 = 0,055 𝑚)


26

Dimensionamento da haste ( 𝑀ℎ ):

𝑀 𝜌

𝑀ℎ = 975,81 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠 𝑜𝑢 0,975 𝐾𝑔

𝑽𝒉- é volume de material da haste em 𝑚3


𝝆- é a densidade do material ( 𝜌 𝑔/𝑚3)

Dimensionamento do eixo:

3 32 ∗ 𝑀 𝑓𝑠
𝑑=√
𝜎𝑎𝑑𝑚 𝜋∗

𝑑 𝑓𝑠
27

5. MONTAGEM

Alguns itens do nosso projeto não necessitaram de cálculo pois foi feita a partir de
uma definição. Esses itens são compostos por:
O martelo é fixado por um pino trava na barra redonda, que por sua vez é fixada
ao eixo através de soldagem, pois foi a maneira mais viável de se fixar a barra.
A bucha foi definida a partir do dimensionamento do eixo para que as hastes
laterais tivessem a função de mancal, assim permitindo a rotação do eixo.
Os mancais foram moldados para que atendessem as necessidades do projeto,
assim como a sustentação do eixo.
A base da amostra foi usinada para que pudesse ser fixada no mancal e para
permitir a passagem do martelo sem atingir a base. Essa base contém furos para
que possam ser colocados pinos que permitam posicionar o corpo de prova, assim
sendo versátil para modificações de posição e manutenção.
A base feita de chapas de aço é utilizada para sustentar toda a estrutura da
máquina, com furações para que a máquina seja fixa e também furações para que
possa ser chumbada no concreto.
Temos um conjunto de medição que são compostas por 3 peças que são: A
agulha-pino que está paralela ao martelo, está fixada no eixo através de um pino. A
agulha que está sendo movida pela agulha-pino; O marcador feito à base de uma
chapa fina de aço com marcações grau a grau, para que a medição possa ser
realizada.
A trava do eixo é composta de uma barra e um pino para que o eixo não deslize no
movimento horizontal.
O elemento selecionado para fixar o eixo na altura de lançamento correta, foi
um conjunto de pino, trava e alavanca. Esse conjunto permite que a fixação do
martelo na altura de 0,57m, e com a alavanca permite que faça o movimento de
soltura, que com isso induz a queda do martelo no ensaio.
Uma grade de proteção foi colocada para que acidentes não ocorram durante a
realização do ensaio, isso convém da norma ASTM E-23.
28

6. DESENHOS TÉCNICOS

6.1. Martelo/eixo

Figura 6 - Eixo

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


29

Figura 7 - Bucha

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


30

Figura 8 - Cabo do Martelo

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


31

6.2. Componentes do Martelo

Figura 9 - Cutelo

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


32

Figura 10 - Trava do Martelo

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


33

Figura 11 - Suporte da trava

Fonte: (Autoria Própria, 2022


34

Figura 12 - Manopla da trava


35

Figura 13 - Trava do eixo

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


36

6.3. Base de amostra

Figura 14 - Base de amostra

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


37

6.4. Componentes da base de amostra

Figura 15 - Apoio

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


38

Figura 16 - Pino guia

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


39

6.5. Componentes do Mostrador

6.6. Agulha/eixo

Figura 17 - Agulha-Eixo

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


40

Figura 18 - Suporte da agulha

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


41

Figura 19 - Disco de medição

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


42

Figura 20 - Ponteiro movido

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


43

6.7. Parafuso de fixação da base concretada a base de aço

Figura 21 – Parafuso Allen de Fixação

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


44

Figura 22 - Parafuso sextavado

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


45

Figura 23 - Porca sextavada

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


46

6.8. Corpo de prova

Figura 24 - Corpo de prova

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


47

6.9. Máquina de ensaio Charpy

Figura 25 - Máquina Charpy

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


48

6.10. Componentes da Estrutura da Máquina

Figura 26 - Máquina Charpy

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


49

Figura 27 - Grade de proteção

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


50

Figura 28 - Estrutura da máquina

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


51

Figura 29 - Máquina montada

Fonte: (Autoria Própria, 2022)


52

7. CONCLUSÃO

Este projeto nos permitiu utilizar vários conhecimentos adquiridos durante todo o
curso, permitindo aos integrantes demostrar como é feito um projeto mecânico a
partir dos itens que foram exigidos para o projeto.
Umas das principais dificuldades de nosso trabalho foi a utilização do software do
SolidWorks, entretanto, a utilização dele foi a principal ferramenta que possibilitou a
realização do projeto. Por ser um aplicativo tão completo, o SolidWorks foi capaz de
auxiliar o grupo em diversos momentos em que foram exigidas adaptações no
projeto. No início víamos esse projeto como algo extremamente complexo e isso fez
com que o esforço e dedicação fossem nosso principal meio de realizar nosso
trabalho. Com isso o grupo conseguiu chegar ao seu objetivo, projetando a máquina
de ensaio Charpy com todas as competências necessárias, e com essa realização
mostrou ainda mais como o nosso conhecimento foi mais que necessário para que
pudéssemos fazer com êxito.
Nosso grupo não foi capaz realizar o trabalho prático pois, não só vínhamos de um
período de pandemia, o que prejudicou gravemente os nossos estudos, mas também
não tivemos o tempo hábil que desejávamos ter para a realização do protótipo.
Porém, com o projeto em mãos, é possível realizar a sua fabricação sem grandes
dificuldades. Os resultados alcançados foram extremamente satisfatórios para nós,
pois conseguimos realizar um projeto que, ao nosso ver, é funcional e servirá de
inspiração para os futuros alunos da Etec.
Link para download do projeto:
53

8. MATERIAIS

Item Quantidade Material


Martelo 1 SAE 4340
Barra(Tubo) 1 A106 A
Eixo 30mm 1 SAE 1045
Pino Trava(martelo) 1 SAE 5160
Trava Martelo 1 SAE1040
c/Cementação
Manete 1 SAE 1020
Pino transversal 1 SAE 5160
Pino guia 1 SAE 5160
Bucha 2 UNS C17000
Disco de Medição 1 Alumínio
Apoio do corpo de 1 SAE 1020
prova

Pino Suporte(Agulha) 1 SAE 5160


Agulha(eixo) 1 SAE 1020
Agulha movida 1 Alumínio
Parafuso M6 15 2 NBR 5580
Parafuso M6 20 NBR 5580
Parafuso M12 30 Allen 4 NBR 5580
Parafuso M12 4 NBR 5580
Sextavado 30
Porca M12 4 NBR 5580
Grade 1 1008/20
Trava Eixo 1 SAE 1020
PINO trava eixo 1 SAE 5160
54

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Leão, S. R. Edson. Dimensionamento de um Equipamento para Ensaio


de Impacto Charpy.
ASTM – E23 Standard Test Methods for Notched Bar Impact Testing of Metallic
Materials. West Conshohocken, PA 19428-2959, United States.
CHITOLINA, Cleber, ANTON, Fernando Menzel. Dimensionamento e Fabricação
de um Dispositivo para Ensaio de Charpy. Horizontina, 2013.
ISO 148-2:2016 Metallic materials — Charpy pendulum impact test — Part 2:
Verification of testing machines, 2016.
SHIGLEY, J. E., MISCHKE, C. R., BUDYNAS, R. G. Projeto de engenharia
mecânica. 7ª Edição. São Paulo 2005: ARTMED EDITORA S.A., 2004 Grupo
Aço Tubo – Tubos de Aço acotubo.com.br, 2016
SOUZA, Sérgio A. Ensaios mecânicos de materiais metálicos:
Fundamentos teóricos e práticos. 5.ed. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1982

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